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[...] em outras palavras, não se pode com a cobrança - mesmo que de natureza
fiscal - impedir o processo de continuidade da empresa, cuja finalidade primordial é -
sem dúvida - de interesse público, dada a sua inegável função social. (107)
O Egrégio Superior Tribunal de Justiça, em 6 de novembro 2003, ao julgar o
recurso especial 557.294-SP, da relatoria da ministra Eliana Calmon, em votação
unânime, confirmando, assim, o princípio da função social da empresa, decidiu pela
impossibilidade da penhora de saldos bancários da empresa. Como vemos no voto da
relatora:
"Efetivamente, permitir a penhora dos saldos bancários de uma empresa é o
mesmo que decretar a sua asfixia, porque tal determinação não respeita os limites reais
que deve ter todo credor: atendimento prioritário aos fornecedores para possibilitar a
continuidade de aquisição da matéria-prima; pagamento aos empregados, prioridade
absoluta pelo caráter alimentar dos salários. [...] a penhora dos saldos em conta corrente
não equivale à penhora sobre o faturamento, nem pode ser considerada de forma
simplória como sendo penhora em dinheiro. Equivale à penhora do estabelecimento
comercial e, como tal, deve ser tratada para só ser possível quando o juiz justificar a
excepcionalidade". (108)
Ainda a título de exemplo, nos cabe citar os recentes casos de falência com
continuação do negócio, seja através das cooperativas de funcionários, ou seja através
do arrendamento ou alienação, pela massa falida, do estabelecimento comercial a
terceiros, visando a evitar maiores danos aos credores funcionários e à sociedade.
Conclusões