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Aula pós-graduação. 2020.

1 – Filosofia da Arte I – Aula 2

12.08.20: Definições do Romantismo.

TEXTO 1: Karoline von Günderrode: fragmento do espólio (1800-1806):

“Die Vortreflichkeit ist ein Ganzes, wir haben sie nicht, sie ist gleichsam wie die Bläue
des Himmels über uns, unsere Vortreflichkeit, ist nur ein Streben zu ihr, eine Ansicht
von ihr; drum ist keine persönliche Liebe, nur Liebe zum Vortreflichen”.

“A excelência é um todo que não possuímos, ela é comparável ao azul do céu sobre nós,
e nossa excelência é apenas um esforço em sua direção, uma visão [Ansicht] dele; por
isso não existe nenhum Amor Pessoal,1 apenas amor à excelência” (GSW I, p. 435).

TEXTO 2. Friedrich Schlegel. Fragmento 116 da Athenäum:

“Die romantische Poesie ist eine progressive Universalpoesie. Ihre Bestimmung ist
nicht bloß, alle getrennte Gattungen der Poesie wieder zu vereinigen, und die Poesie mit
der Philosophie und Rhetorik in Berührung zu setzen. Sie will, und soll auch Poesie und
Prosa, Genialität und Kritik, Kunstpoesie und Naturpoesie bald mischen, bald
verschmelzen, die Poesie lebendig und gesellig, und das Leben und die Gesellschaft
poetisch machen, den Witz poetisieren, und die Formen der Kunst mit gediegnem
Bildungsstoff jeder Art anfüllen und sättigen, und durch die Schwingungen des Humors
beseelen. Sie umfaßt alles, was nur poetisch ist, vom größten wieder mehre Systeme in
sich enthaltenden Systeme der Kunst, bis zu dem Seufzer, dem Kuß, den das dichtende
Kind aushaucht in kunstlosen Gesang. Sie kann sich so in das Dargestellte verlieren,
daß man glauben möchte, poetische Individuen jeder Art zu charakterisieren, sei ihr
Eins und Alles; und doch gibt es noch keine Form, die so dazu gemacht wäre, den Geist
des Autors vollständig auszudrücken: so daß manche Künstler, die nur auch einen
Roman schreiben wollten, von ungefähr sich selbst dargestellt haben. Nur sie kann
gleich dem Epos ein Spiegel der ganzen umgebenden Welt, ein Bild des Zeitalters
werden. Und doch kann auch sie am meisten zwischen dem Dargestellten und dem
Darstellenden, frei von allem realen und idealen Interesse auf den Flügeln der
poetischen Reflexion in der Mitte schweben, diese Reflexion immer wieder potenzieren
und wie in einer endlosen[182] Reihe von Spiegeln vervielfachen. Sie ist der höchsten
und der allseitigsten Bildung fähig; nicht bloß von innen heraus, sondern auch von
außen hinein; indem sie jedem, was ein Ganzes in ihren Produkten sein soll, alle Teile
ähnlich organisiert, wodurch ihr die Aussicht auf eine grenzenlos wachsende Klassizität
eröffnet wird. Die romantische Poesie ist unter den Künsten was der Witz der
Philosophie, und die Gesellschaft, Umgang, Freundschaft und Liebe im Leben ist.
Andre Dichtarten sind fertig, und können nun vollständig zergliedert werden. Die
romantische Dichtart ist noch im Werden; ja das ist ihr eigentliches Wesen, daß sie ewig
nur werden, nie vollendet sein kann. Sie kann durch keine Theorie erschöpft werden,
1
No original, com a grafia da época, Persöhnliche Liebe. Günderrode escreve em maiúsculas não apenas
o substantivo, como é a regra, mas também o adjetivo dessa expressão.
und nur eine divinatorische Kritik dürfte es wagen, ihr Ideal charakterisieren zu wollen.
Sie allein ist unendlich, wie sie allein frei ist, und das als ihr erstes Gesetz anerkennt,
daß die Willkür des Dichters kein Gesetz über sich leide. Die romantische Dichtart ist
die einzige, die mehr als Art, und gleichsam die Dichtkunst selbst ist: denn in einem
gewissen Sinn ist oder soll alle Poesie romantisch sein”.

“A poesia romântica é uma poesia universal progressiva. Sua destinação não é apenas
reunificar todos os gêneros separados da poesia e pôr a poesia em contato com filosofia
e retórica. Quer e também deve ora mesclar, ora fundir poesia e prosa, genialidade e
crítica, poesia-de-arte e poesia-de-natureza, tornar viva e sociável a poesia, e poéticas a
vida e a sociedade, poetizar o chiste, preencher e saturar as formas da arte com toda
espécie de sólida matéria para cultivo, e as animar pelas pulsações do humor. Abrange
tudo o que seja poético, desde o sistema supremo da arte, que por sua vez contém em si
muitos sistemas, até o suspiro, o beijo que a criança poetizante exala em canção sem
artifício. Pode se perder de tal maneira naquilo que expõe, que se poderia crer que
caracterizar indivíduos de toda espécie é um e tudo para ela; e no entanto ainda não há
uma forma tão feita para exprimir completamente o espírito do autor: foi assim que
muitos artistas, que também só queriam escrever um romance, expuseram por acaso a si
mesmos. Somente ela pode se tornar, como a epopéia, um espelho de todo o mundo
circundante, uma imagem da época. E, no entanto, é também a que mais pode oscilar,
livre de todo interesse real e ideal, no meio entre o exposto e aquele que expõe, nas asas
da reflexão poética, sempre de novo potenciando e multiplicando essa reflexão, como
numa série infinita de espelhos. É capaz da formação mais alta e universal, não apenas
de dentro para fora, mas também de fora para dentro, uma vez que organiza todas as
partes semelhantemente a tudo aquilo que deve ser um todo em seus produtos, com o
que se lhe abre a perspectiva de um classicismo crescendo sem limites. A poesia
romântica é, entre as artes, aquilo que o chiste é para a filosofia, e sociedade,
relacionamento, amizade e amor são na vida. Os outros gêneros poéticos estão prontos e
agora podem ser completamente dissecados. O gênero poético romântico ainda está em
devir; sua verdadeira essência é mesmo a de que só pode vir a ser, jamais ser de maneira
perfeita e acabada. Não pode ser esgotado por nenhuma teoria, e apenas uma crítica
divinatória poderia ousar pretender caracterizar-lhe o ideal. Só ele é infinito, assim
como só ele é livre, e reconhece, como sua primeira lei, que o arbítrio do poeta não
suporta nenhuma lei sobre si. O gênero poético romântico é o único que é mais do que
gênero e é, por assim dizer, a própria poesia: pois, num certo sentido, toda poesia é ou
deve ser romântica” (em O dialeto dos fragmentos, pp. 64-65).

Hipótese

No que diz respeito à autoposição do Romantismo na filosofia e suas tradições,


ele se define a partir de certos dispositivos:
1) Não-canonicidade como premissa crítica;
2) Apropriação e perversão da tradição como procedimento historiográfico-
conceitual;
3) Apagamento da distinção entre teoria e prática. Especialmente na escrita
feminina: importância da vida como paradigma de reflexão: vitalismo especulativo;
4) Mecanismo coletivo de escrita (que, de todo modo, não seria plenamente
igualitário).

Quadro categorial aproximativo

Uma vez que dispomos dessas premissas gerais, o quadro de categorização dos
românticos aparece como apenas aproximativo e provisório. Os manuais de história da
literatura (e, mais raramente, da filosofia), costumam apresentar o Romantismo dividido
em três fases, segundo suas características marcantes:

1) Frühromantik – Primeiro Romantismo ou Romantismo de Jena. Caracterizado


pela preocupação em elaborar uma especulação sobre a obra de arte, respondendo ao
classicismo e à filosofia transcendental. Concentra-se na cidade de Jena, onde os irmãos
Friedrich e August Schlegel, Friedrich Schleiermacher, Dorothea Schlegel, Caroline
Schlegel-Schelling, Sophie Bernhardi e outros ouragizaram e editaram a revista
Athenäum entre 1798 e 1800 (seis volumes no total). Costuma-se situar o primeiro
Romantismo entre 1797 (ano da publicação de Sobre o estudos da poesia grega, de F.
Schlegel) e 1801 (ano da morte de Novalis);

2) Hochromantik – Alto Romantismo. Período marcado pela experimentação


literária e por um debate mais próximo com o idealismo especulativo de Hegel e a
filosofia da natureza. Em função das derrotas da Alemanha para os exércitos
napoleônicos, há uma ênfase mais pessimista, embora não hegemônica. Aparecimento
da literatura de horror e algumas conversões dos românticos ao catolicismo. E. T. A.
Hoffmann, e Achim von Arnim, e tem como centro a cidade de Heidelberg. Costuma-se
demarcar seu fim com a derrota de Napoleão, a partir de 1813.

3) Spätromantik – Romantismo tardio. Atravessado por uma preocupação


política recorrente, que se volta para a busca mítica de um passado que permita a
reconstrução de um país atrasado economica e comercialmente pelo período de
dominação francesa. Tendência conservadora e pouco experimental (com algumas
exceções, como Heinrich Heine). Incorporação de elementos da filosofia hegeliana.
Exemplos de autores: Bettina von Arnim, Eichendorff, Ludwig Tieck, Richard Wagner.
Considera-se Berlim sua cidade referencial. É difícil demarcar seu fim, uma vez que
traços românticos continuam sendo reformulados até o fim do século XIX (e
revalorizados na primeira metade do século XX), mas assume-se a data de 1848 como
limite, em função das revoluções do Vormärz.

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