Sie sind auf Seite 1von 32

Outubro/2008

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Companhia Nacional de Abastecimento – CONAB

Diretoria de Logística e Gestão Empresarial – DIGEM

Superintendência de Informações do Agronegócio – SUINF

Responsáveis Técnicos:
WENDEL NEIVA MARTINS LAGO
ANDRÉ LUIZ FARIAS DE SOUZA FREITAS
TARSIS RODRIGO DE OLIVEIRA PIFFER

Gerência de Geotecnologias – GEOTE


ÂNGELA MARIA HOFMANN
DIVINO CRISTINO DE FIGUEIREDO
JOAQUIM GASPARINO NETO
JORGE LULU
GISELE MARTINS AMARAL
PATRÍCIA MAURICIO CAMPOS
ROGÉRIO ALVES BARBOSA DA SILVA

Colaboradores
Superintendência de Gestão da Oferta – SUGOF
Gerência de Levantamento e Avaliação de Safras – GEASA

Ficha Catalográfica: EQUIPE DA BIBLIOTECA


Outubro/2008
SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO ...........................................................................................................5
2. PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA ................................................................................7
3. DÉFICIT / EXCESSO HÍDRICO ......................................................................................9
4. TEMPERATURA MÉDIA ...............................................................................................11
5. INTERAÇÕES AGROMETEOROLÓGICAS ..................................................................13
6. CONDIÇÃO VEGETAL ..................................................................................................20
7. ÍNDICE DE SAÚDE VEGETAL......................................................................................22
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................................26
9. REFERÊNCIAS .............................................................................................................27
1. APRESENTAÇÃO

Configuram-se como objetivos do presente boletim explicitar condições


agrometeorológicas aferidas durante o mês de outubro de 2008 e delinear respectivas e
possíveis interações com as principais culturas de verão e inverno implantadas, e em vias
de implantação, no país. Regiões e estados de maior destaque produtivo (Quadro 1), por
cultura possivelmente influenciável e em ordem de significância, são:

Regiões de Maior Representatividade Estados de Maior


Cultura
Destaque Produtiva Destaque
Centro-Oeste 65,61% MT, GO e MS
BA, PI, MA, CE, RN,
Nordeste 28,95%
PB, AL e PE
ALGODÃO
Sudeste 4,74% SP e MG
Sul 0,63% PR
Norte 0,051% TO
Sudeste 79,47% SP e MG
AMENDOIM Sul 8,80% PR e RS
Centro-Oeste 6,06% MT e GO
Sul 68,40% RS, SC e PR
Centro-Oeste 10,55% MT, GO e MS
ARROZ Norte 9,32% RO, PA e TO
Nordeste 9,27% MA, CE e RN
Sudeste 2,44% MG e SP
Sul 34,63% PR, SC e RS
Sudeste 25,22% SP, ES e RJ
FEIJÃO
Nordeste 24,34% BA, CE e PE
Centro-Oeste 11,81% GO, MT e DF
Nordeste 85,10% BA, PI, PE, PB, CE e AL
Sudeste 6,75% MG e SP
MAMONA
Sul 5,16% RS e PR
Centro-Oeste 2,28% MT, GO e MS

Boletim Agrometeorológico – Outubro / 2008


5
Regiões de Maior Representatividade Estados de Maior
Cultura
Destaque Produtiva Destaque
Sul 46,33% PR, RS e SC
Centro-Oeste 26,08 % MT, GO e MS
MILHO Sudeste 19,48% MG, SP e ES
Nordeste 6,03% BA, MA e CE
Norte 2,06% PA, RO e TO
Centro-Oeste 45,14% MT, GO, MS e DF
Sul 39,48% PR, RS e SC
SOJA
Sudeste 6,62% MG e SP
Nordeste 6,73 % BA, MA e PI
Sul 93,81% PR, RS e SC
TRIGO
Centro-Oeste 2,53% GO, MS e DF

Regiões de Maior Representatividade Estados de Maior


Cultura
Destaque Produtiva Destaque
Sudeste 83,64% MG,ES e SP.
Nordeste 6,06% BA, CE e PE
CAFÉ Sul 5,25% PR
Norte 3,81% RO e PA
Centro-Oeste 1,2 % GO e MT.
Sudeste 68,31% SP, MG, RJ e ES
AL, PE, BA, PB, RN,
Nordeste 13,81%
CANA-DE- MA, SE, CE, e PI
AÇÚCAR Centro-Oeste 9,76% GO, MT e MS
Sul 7,8% PR e RS
Norte 0,28% PA e AM
Sudeste 83,35% SP, MG, RJ e ES
Nordeste 9,68% BA e SE
Sul 4,85% PR e RS
CITROS
Norte 1,37% PA e AM
Centro-Oeste 0,73% GO e DF
Nordeste 5,48% BA, MA, SE, PB e CE

Boletim Agrometeorológico – Outubro / 2008


6
36,09% BA, MA, CE, PE, RN, PI,
Nordeste
SE, PB e AL
27,42% PA, AM, RO, AC, TO,
Norte
MANDIOCA AP e RR
Sul 21,58% PR, RS e SC
Sudeste 9,35% SP e MG
Centro-Oeste 5,54% MT, MS e GO

Quadro 1: Regiões e estados produtores de maior destaque no cenário agrícola brasileiro. Fonte:
IBGE

2. PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA

2.1 Primeiro Decêndio de Outubro


Discretos, e não menos consideráveis, incrementos do volume de chuva
acumulada foram observados em boa parte do território brasileiro (Figura 1). Níveis
significativos, oscilando entre 60mm e 180mm, tornaram-se notórios para, praticamente,
toda a região Norte, com destaque para o estado do Amazonas e Rondônia, cujos picos
de pluviosidade para o período foram alcançados. Para a região Centro-Oeste,
estabeleceram-se índices mais satisfatórios na porção noroeste do estado do Mato
Grosso, cerca de 180 mm. Detectou-se em Goiás valores de precipitação entre 10 mm e
100 mm, onde áreas mais ao sul do estado contaram com uma maior incidência de
chuvas. Apenas São Paulo e Espírito Santo apresentaram distribuição espacial de chuvas
desejável na região Sudeste, sendo contemplados com índices de até 100mm. Já para
boa parte de Minas Gerais, Rio de Janeiro e todos os estados da região Nordeste, a
escassez de chuvas fora uma constante, sendo 10mm o máximo de precipitação
registrado para o período. Paraná e Santa Catarina ganham destaque na região Sul
alcançando índices de até 160mm. Por outro lado, o Rio Grande do Sul exibiu faixas com
ausência de chuvas em sua porção sul e mostrou-se razoavelmente assistido, em termos
pluviométricos, em sua porção norte, neste primeiro decêndio do mês de outubro.

Boletim Agrometeorológico – Outubro / 2008


7
Figura 1 – Precipitação pluviométrica acumulada. Decêndio de 01 a 10 de outubro de 2008.
Fonte: INMET.

2.2 Segundo Decêndio de Outubro


O perfil pluviométrico do período apresentou significativas regressões de volume
precipitado, com destaque para a região Norte (Figura 2). Rondônia, porção sul do
Amazonas e áreas isoladas do Pará foram submetidos a períodos com ausência de
chuvas. O mesmo não ocorreu em Roraima, cujos índices de precipitação obtiveram
incrementos consideráveis, da ordem de 160 mm. A região Centro-Oeste, também alvo da
estiagem em áreas isoladas, destacou-se pelo substancial decréscimo das precipitações
pluviométricas no Mato Grosso. A máxima, detectada em uma limitada porção do extremo
norte do Mato Grosso, fora de 80 mm. A forte estiagem na região Nordeste amplia suas
faixas de influência, tendo alcançado amplas áreas no Maranhão e interior do estado da
Bahia. Permaneceu estável o quadro da faixa litorânea nordestina, com precipitações
máximas de 10 mm. Minas Gerais e São Paulo ganham destaque na região Sudeste, com
um alcance mais efetivo das chuvas pelo interior do estado, variando de 20 mm a 100
mm. Na região Sul, o acréscimo do volume das precipitações evidenciou-se, em especial,
no Rio Grande do Sul, onde instalou-se uma maior área de influência pluvial. A máxima
para a região fora de 180 mm, no extremo oeste do Rio Grande do Sul, e a mínima de 40
mm no Paraná.

Boletim Agrometeorológico – Outubro / 2008


8
Figura 2 – Precipitação pluviométrica acumulada. Decêndio de 11 a 20 de outubro de 2008. Fonte:
INMET.

3. DÉFICIT / EXCESSO HÍDRICO

3.1 Primeiro Decêndio de Outubro


O balanço hídrico positivo na região Sul mostrou-se mais efetivo no Paraná e
Santa Catarina, onde valores entre 25 mm e 100 mm foram aferidos (Figura 3). Áreas
isoladas da região Norte apresentaram discreta retenção hídrica, alcançando o máximo
de 50 mm, nos estados do Amazonas e Pará. Tornou-se evidente a carência hídrica nas
demais regiões brasileiras, com exceção de Mato Grosso e São Paulo, exibindo,
respectivamente, valores de 25 mm e 75 mm de excesso hídrico. Fortemente influenciado
pela falta de chuvas, e aliado às altas temperaturas, os solos do Sertão Nordestino e
adjacências exibiram forte déficit hídrico, onde no interior do estado do Piauí constatou-se
100 mm negativos. Comportamento hídrico semelhante ocorreu na quase totalidade do
estado de Tocantins, onde valores abaixo de –50 mm puderam ser detectados.

Boletim Agrometeorológico – Outubro / 2008


9
Figura 3 – Déficit / Excesso Hídrico. Decêndio de 01 a 10 de outubro de 2008. Fonte: INMET.

3.2 Segundo Decêndio de Outubro


A evolução do déficit hídrico adquiriu proporções mais preocupantes em todas as
regiões brasileiras, com exceção da região Sul, neste segundo decêndio do mês de
outubro (Figura 4). O potencial negativo dos solos do Pará e Amapá tornou-se mais
efetivo, alcançando novas fronteiras, com oscilações entre 0 mm e –75 mm. Os demais
estados da região Norte permaneceram em déficit hídrico durante o período, com índices
predominantes no intervalo de 0 mm a –25 mm. A situação da região Nordeste revela
discretos incrementos de necessidade hídrica, sob influência de forte estiagem,
alcançando-se índices de até 100 mm negativos no interior do estado do Piauí. Observou-
se gradativa expansão de área em déficit hídrico na região Centro-Oeste, em todos os
seus estados, sendo aferidos valores oscilantes entre 0 mm e –75 mm. O mesmo quadro
diagnóstico estabeleceu-se na região Sudeste, com exceção de São Paulo, onde
potenciais hídricos positivos foram verificados no extremo sul do estado, da ordem de 100
mm. Na região Sul, o excesso hídrico tornou-se mais abrangente, sendo notado em
consideráveis porções do Rio Grande do Sul, onde valores superiores a 100 mm puderam
ser detectados.

Boletim Agrometeorológico – Outubro / 2008


10
Figura 4 – Déficit / Excesso Hídrico.Decêndio de 11 a 20 de outubro de 2008. Fonte: INMET.

4. TEMPERATURA MÉDIA

4.1 Primeiro Decêndio de Outubro


Temperaturas médias elevadas marcaram o período para as regiões Norte e
Nordeste (Figura 5). O Sertão nordestino, com destaque para o Piauí, chegou a exibir
temperaturas de até 32°C, enquanto que no litoral da região temperaturas mais amenas
foram constatadas, entre 20°C e 24°C, assim como em grande parte da região Sudeste.
Oscilações entre 16°C e 18°C foram detectadas na porção sul dos estados de São Paulo
e Espírito Santo. No Centro-Oeste, em destaque o estado do Mato Grosso e o norte de
Goiás, temperaturas elevadas, chegando aos 32°C, foram aferidas. No Mato Grosso do
Sul e na porção sul do estado de Goiás, temperaturas médias mais amenas puderam ser
constatadas, variando entre 22°C e 26°C. No primeiro decêndio de outubro, as
temperaturas médias mais baixas detectadas no território brasileiro foram oriundas da
região Sul, onde em todos os estados faixas de temperatura entre 12°C e 14°C se fizeram
presentes.

Boletim Agrometeorológico – Outubro / 2008


11
Figura 5 – Temperatura Média. Decêndio de 01 a 10 de outubro de 2008. Fonte: INMET.

4.2 Segundo Decêndio de Outubro


Os padrões termométricos dos primeiros dias do mês foram, praticamente,
mantidos (Figura 6). Apenas discretos incrementos de áreas, sob influência das altas
temperaturas, foram observados no interior do estado do Maranhão. Novas áreas de
abrangência foram também delimitadas pelo forte calor no Centro-Oeste. Mato Grosso e
limitada porção ao norte do estado de Mato Grosso do Sul apresentaram temperaturas de
até 30° C. O sudeste exibiu ligeiro incremento de áreas sob influência das altas
temperaturas, em especial São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo, onde valores em
torno de 22° foram detectados em áreas historicamente mais frias ao sul destes estados.
Faixas ao leste da região Sul revelaram discretas ondas de calor, onde puderam ser
alcançados 22° C de temperatura média.

Boletim Agrometeorológico – Outubro / 2008


12
Figura 6 – Temperatura Média. Decêndio de 11 a 20 de outubro de 2008. Fonte: INMET.

5. INTERAÇÕES AGROMETEOROLÓGICAS

5.1 Algodão
Semeaduras ocorridas na região Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul) ficaram
suscetíveis aos efeitos negativos da carência hídrica dos solos sobre o desencadeamento
dos mecanismos de germinação. Na região Sudeste, o plantio efetuado em São Paulo, já
na primeira quinzena de outubro, apresentou condições de manifestar índices de
germinação e vigor satisfatórios, em virtude de ligeira disponibilidade hídrica dos solos
neste período. O mesmo cenário edafoclimático não se consumou na porção norte de
Minas Gerais, onde plantios iniciados na segunda quinzena sofreram com o déficit hídrico.
O suprimento hídrico observado nos solos paranaenses refletiu beneficamente no
potencial germinativo das sementes.
Na semeadura, deve haver disponibilidade adequada de água no solo para a
germinação e o estabelecimento. Para melhorar o desenvolvimento das raízes, deve-se

Boletim Agrometeorológico – Outubro / 2008


13
dispor no solo adequada lâmina de água no momento do plantio, necessitando-se de
irrigação prévia quando não se dispõe de água armazenada no solo procedente de
chuvas anteriores. O uso ótimo do suprimento de água disponível pode ser obtido
umedecendo-se, na semeadura, toda a zona radicular até 1,80m e, subseqüentemente,
apenas sua parte superior (0,50 a 1,0 m). Em média, a quantidade de água necessária
para atender às necessidades hídricas do algodoeiro é de 700 a 1300mm, dependendo
do clima e da duração do período total de crescimento. Embora o algodoeiro seja
considerado uma planta resistente à seca, às vezes, sua exploração só sob regime de
sequeiro, pode não se mostrar compensadora, haja vista a ocorrência de veranicos
durante o seu ciclo fenológico, quando a umidade no solo não é suficiente para atender
às necessidades hídricas da planta, refletindo-se em baixa produtividade.

5.2 Amendoim
O excesso hídrico constatado em determinadas áreas do Rio Grande do Sul e
Paraná podem ter comprometido a germinação e as fases iniciais de desenvolvimento da
cultura. Quantidades excessivas de água no solo são prejudiciais, uma vez que a
ausência de oxigênio no solo limita a atividade das bactérias fixadoras de nitrogênio.
Crescimento irregular e coloração amarelada das plântulas são sintomas visíveis desta
interação. Outro fator de influência negativa no estabelecimento da cultura fora a
temperatura aferida na Região Sul. A germinação é retardada em temperaturas inferiores
a 20°C e a média constatada para a região permaneceu abaixo deste valor. Em São
Paulo há indícios de repercussão positiva nas fases iniciais da cultura, para plantios
iniciados no primeiro decêndio, em virtude da disponibilidade hídrica dos solos.
A utilização de amendoim em casca na semeadura exige um umedecimento prévio
para que se reduzam os danos à semente. È recomendável que o teor de umidade do
solo na semeadura não seja inferior a 60% da água disponível.

5.3 Arroz
Precipitações pluviométricas excessivas constatadas na Região Sul refletiram
negativamente sobre as fases iniciais de desenvolvimento da cultura, em especial no Rio
Grande do Sul. Atrasos no plantio e deficiências no controle de invasoras foram
estabelecidos. Embora o arroz seja uma planta aquática e cresça bem em condições de
alagamento, a inundação profunda e prolongada afeta adversamente o crescimento e o
manejo da planta. Cultivos irrigados em várzeas sistematizadas no estado de São Paulo,
permaneceram com lâminas de água em níveis estáveis haja vista a presença de chuvas

Boletim Agrometeorológico – Outubro / 2008


14
regulares, principalmente no primeiro decêndio de outubro. Tais fatores contribuíram com
as fases iniciais de estabelecimento da cultura. Durante e logo após o transplantio, uma
lâmina de água de 10 cm deve ser mantida por um período aproximado de uma semana,
a fim de garantir um desenvolvimento saudável das plântulas.
Os cultivos em sequeiro realizados no Centro-Oeste, principalmente no Mato
Grosso e Goiás, ficaram submetidos aos efeitos deletérios da seca na primeira quinzena
de outubro.

5.4 Feijão - primeira safra


Semeaduras realizadas na região Sul ficaram vulneráveis às excessivas
precipitações pluviométricas detectadas neste último decêndio de outubro. As fases
iniciais de desenvolvimento da cultura ficaram submetidas a condições favoráveis ao
desenvolvimento de doenças. O tratamento de sementes é uma medida que reduz ou
elimina o inóculo inicial de doenças, é eficiente e essencial na grande maioria das
situações, permite obter 100% de controle de patógenos aderidos ao tegumento de
sementes e assegura proteção contra patógenos que sobrevivem no solo, nos estádios
iniciais de desenvolvimento da cultura. O tratamento de sementes com fungicidas não
garante a eliminação de todo o inóculo no endosperma das sementes, mas pode reduzi-lo
significativamente, facilitando o controle de doenças na lavoura.
O déficit hídrico dos solos de São Paulo e Goiás desfavoreceu e limitou o potencial
germinativo dos bancos de semente instalados, nesta região, no segundo decêndio de
outubro. A falta de água pode ser observada visualmente, visto que as folhas apresentam
coloração verde-azulada-escura. Em se tratando de temperatura mínima para
germinação, acima de 12°C , não houve maiores problemas, visto que as temperaturas
detectadas oscilaram bem acima deste valor.

5.5 Mamona
Sob influência de severa estiagem, o déficit hídrico dos solos da região com maior
expressividade produtiva, o Nordeste, pode comprometer o estabelecimento da cultura.
Bahia, Piauí e Ceará foram alvos em potencial de tais condições adversas. O déficit
hídrico durante a semeadura reduz ou retarda a germinação, prejudica a cultura durante o
crescimento e desenvolvimento inicial e repercute na produtividade da planta e na
qualidade do produto. Apesar de requerer muito calor para seu desenvolvimento, a
mamoneira é bastante exigente quanto à umidade do solo.

Boletim Agrometeorológico – Outubro / 2008


15
Plantios executados no Paraná, durante todo o mês de outubro, permaneceram
vulneráveis ao excesso hídrico predominante em diversas regiões do estado. O solo para
plantio de mamona deve ser bem drenado, pois a planta é extremamente sensível ao
encharcamento, mesmo que temporário. Cerca de três dias sob encharcamento pode
provocar morte das plantas. Outro fator limitante constatado fora a temperatura, uma vez
que a ideal para o desenvolvimento da cultura oscila entre 20°C e 30°C e a temperatura
média constatada para a região girou em torno de 18°C.

5.6 Milho - primeira safra.


Chuvas generalizadas e a conseqüente saturação hídrica dos solos, de caráter
excessivo, prejudicaram o plantio e a germinação do milho na região Sul, a partir do
segundo decêndio de outubro. Tais fatores, aliados às baixas temperaturas,
potencializaram o desequilíbrio no estabelecimento da cultura no Rio Grande do Sul. É
recomendável que o solo seja bem drenado e arejado, pois a cultura é susceptível ao
encharcamento, e as temperaturas permaneçam acima dos 15° C, quadro este não
ostensivamente verificado na região.
Em outras condições extremas, encontram-se os estados de Mato Grosso e Goiás,
onde o perfil meteorológico, delineado sob severa influência da seca, limitou o
desenvolvimento inicial da cultura. A falta de chuva está atrasando a safra de milho no
triângulo mineiro. Quem arriscou plantar está amargando prejuízo. O período de plantio
do milho está praticamente no fim, mas, por causa da pouca chuva que caiu durante o
mês de outubro, o desenvolvimento da cultura em algumas propriedades ficou
comprometido. Por causa da baixa umidade registrada durante o mês, algumas sementes
nem germinaram. Para se obter boa uniformidade e desenvolvimento adequado das
raízes, a zona radicular potencial deve estar úmida, seja mediante chuvas ou irrigação,
antes ou logo depois da semeadura.

5.7 Soja
A fase inicial de implantação da nova safra no Centro-Oeste, em especial no estado
do Mato Grosso, permaneceu vulnerável na primeira quinzena de outubro frente a
condições adversas impostas pela estiagem. Semeaduras efetuadas a partir do terceiro
decêndio, com destaque para Goiás e Mato Grosso do Sul, manifestaram um melhor vigor
germinativo diretamente influenciado pelo sensível incremento do volume precipitado e
subseqüente elevação do potencial hídrico dos solos.

Boletim Agrometeorológico – Outubro / 2008


16
Chuvas torrenciais e enxurradas, constantes a partir da segunda quinzena de
outubro, influenciaram negativamente o estabelecimento da cultura nos estados do
Paraná e Rio Grande do Sul. Lavouras não conduzidas em plantio direto expuseram-se às
severas conseqüências da erosão laminar e em sulcos.
Dependendo da disponibilidade de água no solo, o desenvolvimento inicial das
raízes em solos profundos é relativamente rápido e vigoroso. A planta é sensível ao
encharcamento. Na germinação, o teor de água no solo não deve exceder 85% ou ficar
abaixo de 50% da água disponível.

5.8 Trigo
Em fase final de execução, a colheita do trigo na região Sul enfrentou severas
interferências climáticas. A segunda quinzena do mês de outubro fora marcada por
chuvas generalizadas e intensas, principalmente no Rio Grande do Sul, onde a fase final
de enchimento dos grãos e a colheita foram afetados. Há riscos iminentes que
repercussões negativas venham a se manifestar sobre a qualidade e a produtividade.
Excesso de água durante o período vegetativo e no final da formação da colheita produz
crescimento exuberante, que poderá causar acamamento das plantas, prejudicando o
procedimento de colheita. O excesso de umidade do qual a superfície das espiguetas, em
fase final de maturação dos grão, estão submetidas, aumentam sensivelmente a
susceptibilidade à doenças fúngicas. Atenção especial deve ser dispendida quanto aos
inóculos de giberela (Gibberella zeae) veiculados durante a fase de formação das
espiguetas, que encontraram condições propícias para a colonização e reprodução no
período em questão.

5.9 Café
Cafezais brasileiros – em destaque os implantados em Minas Gerais, Espírito Santo
e São Paulo -, em segundo ano fenológico, alcançaram desempenho satisfatório e
expressivo de produtividade. No mês de outubro as fases predominantes para a cultura
são de formação do chumbinho e expansão dos frutos. Precipitações em volumes
próximos aos ideais para o cultivo, na freqüência e intensidade adequadas aos estádios
fenológicos em questão, delinearam o sucesso da maturação dos frutos. A maioria dos
produtores já encerrou a colheita e relatam êxitos na produtividade.
O clima propício para o café arábica (Coffea arabica) é o úmido, com temperaturas
amenas. Em regiões onde a temperatura é superior a 23ºC e o clima é seco, os cafeeiros
podem enfrentar problemas com a frutificação, devido ao abortamento das flores, sendo

Boletim Agrometeorológico – Outubro / 2008


17
necessário irrigação artificial. O café robusta (Coffea canephora), por sua vez, suporta
temperaturas mais elevadas - as médias anuais podem variar entre 22ºC e 26ºC. Quanto
ao nível de umidade, o robusta também aprecia a disponibilidade de água no solo, porém
apresenta maior resistência ao déficit hídrico. Especialistas consideram que o robusta
suporta um déficit de até 200 mm. Já o arábica tem tolerância para um déficit de até 150
mm.

5.10 Cana-de-açúcar
Estágios finais da safra na região Sudeste apresentaram problemas durante a
colheita, inviabilizada em diversas regiões devido à intensidade das chuvas. Durante o
período de maturação, os intervalos de irrigação são ampliados ou a irrigação é suspensa
para que a cultura atinja a maturação, reduzindo a taxa de crescimento vegetativo,
desidratando a cana e forçando a formação de todos os açúcares em sacarose
recuperável. Com a paralização do crescimento vegetativo, aumenta também a relação
entre a matéria seca armazenada como sacarose e a utilizada para novo crescimento.
Durante o período para a formação da colheita, o excesso hídrico dos solos tem efeito
acelerador sobre a floração, o que leva à redução da produção de açúcares.
No Centro-Sul, a colheita inicia-se em maio e em algumas unidades
sucroalcooleiras em abril, prolongando-se até novembro - excepcionalmente prolongando-
se até dezembro - período em que a planta atinge o ponto máximo de maturação,
devendo, sempre que possível, antecipar o fim da safra, por ser um período bastante
chuvoso, que dificulta o transporte de matéria prima e faz cair o rendimento industrial.

5.11 Citros
A seca, em importantes regiões produtoras de laranja de São Paulo, e as altas
temperaturas levaram citricultores a acelerar a colheita de variedades mais tardias no
início do mês de outubro. A partir da segunda quinzena o perfil pluviométrico da região se
inverteu e a chegada generosa das chuvas minimizou o estresse hídrico ao qual estavam
submetidos os pomares.
Os déficits hídricos durante a formação da colheita podem aumentar a queda de
frutos e reduzir seu ritmo de crescimento. Entretanto, esgotamentos de água do solo que
provoquem déficits hídricos moderados, durante a fase de maturação, após julho ou
janeiro, podem ser desejáveis, em virtude de aumentarem os teores de sólidos solúveis e
de ácidos nos frutos e reduzirem o crescimento das árvores, facilitando a colheita. Além

Boletim Agrometeorológico – Outubro / 2008


18
disso, uma ligeira redução no tamanho dos frutos pode ser conveniente do ponto de vista
comercial.

5.12 Mandioca
O plantio da mandioca na região Nordeste permaneceu vulnerável aos efeitos
nocivos da duradoura estiagem, estabelecida principalmente no interior da Bahia e
Maranhão durante todo o mês de outubro. Já na região Norte, em destaque o estado do
Pará, o potencial hídrico dos solos permitiu um vigoroso brotamento das manivas no
primeiro decêndio. Atenção especial deve ser direcionada à zonas produtoras submetidas
ao excesso hídrico, prejudicial a fitossanidade da planta.
No plantio tardio, em outubro e novembro, prevalecem condições de propagação da
bacteriose, assim como ocorre maior risco de erosão do solo provocada pelas chuvas,
além da utilização de ramas com menos reservas nutricionais. A estação chuvosa
também é mais favorável à ocorrência da cercosporiose. O clima exerce grande influência
no teor de amido, havendo reduções de concentração significativas, quando a colheita é
efetuada em períodos muito chuvosos ou secos, após a ocorrência de geadas, granizo ou
ventos fortes, que danificam a parte aérea ou promovem o tombamento das plantas.

Boletim Agrometeorológico – Outubro / 2008


19
6. CONDIÇÃO VEGETAL

O índice de condição vegetal (VCI) tem o objetivo de avaliar o estado atual da


cobertura vegetal em relação ao seu comportamento histórico, classificando-o como:
estresse, vulnerável e favorável.
Durante o mês de outubro (semanas 40, 41, 42 e 43), a condição da vegetação no
Brasil (Figura 7) apresentou uma expansão das áreas de vulnerabilidade, quando
comparamos com o mês de setembro. As regiões que apresentaram a maior expansão da
condição de vulnerabilidade foram: Bahia, Espírito Santo, norte e oeste de Minas Gerais,
leste e sul de Goiás e oeste do Tocantins.
Na porção centro-norte do Nordeste a condição vegetal é favorável. O mesmo
ocorre na região Sudeste, particularmente no leste de São Paulo, sul de Minas Gerais e
sul do Rio de Janeiro. Nas demais regiões, as condições de estresse estão associadas à
presença das nuvens. de nuvens que decorreram do aumento da freqüência de entrada
de sistemas frontais.
Estes sistemas caracterizam o início da estação chuvosa e isto fica mais evidente
na semana 43, onde os sistemas frontais intensificaram sua influência nos dados obtidos
através do sensoriamento remoto da superfície, como pode ser observado nos estados da
Região Sul.

Boletim Agrometeorológico – Outubro / 2008


20
Semana 40 (30 de Setembro a 4 de Outubro) Semana 41 (5 a 11 de Outubro)

Semana 42 (12 a 18 de Outubro) Semana 43 (19 a 25 de Outubro)

Figura 7: Índice de condição vegetal semanal para o período entre 30 de setembro e 25 de


outubro de 2008, correspondente às semanas 40, 41, 42 e 43 de 2008 (NOA/NASA/AVHRR).

Boletim Agrometeorológico – Outubro / 2008


21
7. ÍNDICE DE SAÚDE VEGETAL

O índice de saúde vegetal (VHI) (Figura 8) combina o índice de condição vegetal


com a temperatura da superfície, e ambos são gerados com dados orbitais.
Durante o mês de outubro, o índice de saúde vegetal mostrou uma redução das
áreas favoráveis em relação ao mês de setembro, particularmente nas regiões Sul e
Nordeste. No caso da região Sul, algumas ressalvas devem ser consideradas, como a
presença de nuvens decorrentes da entrada de sistemas frontais que trouxeram chuvas
para a região, caracterizando o início da estação chuvosa e o início das lavouras de
verão. Já para as regiões oeste, central e sul do Nordeste, o mês de outubro registrou
precipitações abaixo da média e este padrão foi uma repetição do que vem ocorrendo
desde o mês de junho. Desta forma, a redução da umidade disponível tem reforçado o
estabelecimento das condições de estresse nesta região.
Ainda neste contexto e concordando com o índice de condição vegetal, este índice
identifica que no Brasil, as regiões que apresentaram a maior expansão da condição de
vulnerabilidade foram: Bahia, Espírito Santo, norte e oeste de Minas Gerais, leste e sul de
Goiás e oeste do Tocantins.
Nestes estados, o índice mostra que algumas regiões estão com condições
favoráveis à prática agrícola, devido a situação climática favorável.
A comparação do índice de saúde atual com o ano anterior (Figura 9), mostra que
algumas regiões do Brasil estão atualmente em condições mais deterioradas que no
mesmo período do ano anterior e esta é a situação da Bahia (região central e sul), do
norte de Minas Gerais e da parte oeste do Tocantins. Na posição oposta estão os estados
da região Sul do Brasil (PR, SC e RS) e dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e
centro-sul de Minas Gerais.
Neste período (semanas 40, 41, 42 e 43), pode ser observado que a região Sul do
Brasil apresenta um forte avanço das condições de deterioração climática. Todavia,
conforme discutido anteriormente, o aumento da freqüência de sistemas frontais induziu o
aumento na persistência de nuvens durante quase todas as semanas.
Sobre as principais regiões agrícolas do Brasil, o índice de vegetação NDVI (Figura
10) mostra que as condições estão variando entre um pouco abaixo das condições
normais e um pouco acima das normais. Como estamos no início da estação chuvosa
nestas regiões, é provável que as condições melhorem até que as lavouras estejam
estabelecidas.

Boletim Agrometeorológico – Outubro / 2008


22
Semana 40 (30 de Setembro a 4 de Outubro) Semana 41 (5 a 11 de Outubro)

Semana 42 (12 a 18 de Outubro) Semana 43 (19 a 25 de Outubro)

Figura 8: Índice de saúde vegetal semanal para o período entre 30 de setembro e 25 de outubro
de 2008, correspondente às semanas 40, 41, 42 e 43 de 2008 (NOA/NASA/AVHRR).

Boletim Agrometeorológico – Outubro / 2008


23
Semana 40 (30 de Setembro a 4 de Outubro) Semana 41 (5 a 11 de Outubro)

Semana 42 (12 a 18 de Outubro) Semana 43 (19 a 25 de Outubro)

Figura 9: Diferença do índice de saúde vegetal entre as semanas 40, 41, 42 e 43 de Outubro de
2007 e as semanas correspondentes do ano de 2008 (NOAA/NASA/AVHRR).

Boletim Agrometeorológico – Outubro / 2008


24
Figura 10 – Anomalia do índice de vegetação por diferença normalizada (NDVI) para o período
entre 29 de Setembro a 14 de Outubro com dados MODIS (Fonte: NASA/USDA/UMD).

Boletim Agrometeorológico – Outubro / 2008


25
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Semeaduras de soja, arroz, feijão e milho (1°safra) – efetuadas durante todo o mês
de outubro, em praticamente todas as regiões brasileiras – sob influência direta e incisiva
da falta de chuvas, podem ter sido afetadas. O potencial hídrico deficiente pode ter
influenciado os metabolismos iniciais de germinação e as fases iniciais das plântulas,
principalmente na região Centro-Oeste.
A colheita do trigo, em sua fase final de execução na região Sul, ficou submetida a
impedimentos consideráveis devido ao severo impacto das chuvas torrenciais. Quadro
semelhante se observa para a colheita da cana-de-açúcar em São Paulo, onde a
intensidade pluviométrica tem se mostrado rigorosa e consideravelmente limitante aos
procedimentos de colheita nos últimos dias de outubro.
A citricultura paulista, em estádios fenológicos iniciais de maturação, reagiu bem aos
significativos incrementos de precipitação da segunda quinzena, revertendo o quadro de
estresse hídrico anteriormente observado. A cultura do café, na região Sudeste, exibiu
desempenho satisfatório em produtividade devido a sincronia entre a regularidade das
chuvas e as exigências hídricas fenológicas.
Neste mês, os índices vegetais de condição e saúde refletem as condições
meteorológicas observadas e mostram que os padrões climáticos estão desfavoráveis em
algumas regiões do país, particularmente no estado da Bahia, parte de Minas Gerais e
Tocantins. Também observamos que as condições estão favoráveis nas regiões Sul e
Sudeste.
Observou-se também que durante este mês, estabeleceu-se o início da estação
chuvosa, com o aumento da freqüência de entrada de sistemas frontais, característicos da
transição entre a estação seca (inverno) e a estação chuvosa (verão).

Boletim Agrometeorológico – Outubro / 2008


26
9. REFERÊNCIAS

GEASA- Gerência de Levantamento e Avaliação de Safras / SUINF / CONAB.

INSTITUTITO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (http://www.ibge.gov.br)

INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA (http://www.inmet.gov.br)

ÍNDICE DE CONDIÇÃO DA VEGETAÇÃO E ÍNDICE DE SAÚDE VEGETAL: STAR


Global Vegetation Health - National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA)
www.orbit.nesdis.noaa.gov/smcd/emb/vci/VH/vh_browse.php. Agosto, 2008.
(NOAA/NASA/AVHRR).

ÍNDICE DE VEGETAÇÃO POR DIFERENÇA NORMALIZADA: 250-Meter MODIS/NDVI


Time Series Database from the Global Agriculture Monitoring (GLAM) Project:
http://pekko.geog.umd.edu/usda/test/. Agosto, 2008. (NASA/USDA/UMD).

AGROMETEOROLOGIA: FUNDAMENTOS E APLICAÇÕES PRÁTICAS. Antônio Roberto


Pereira, Luiz Roberto Angelocci, Paulo César Sentelhas. Guaíba : Agropecuária, 2002.
487p.

EFEITO DA ÁGUA NO RENDIMENTO DAS CULTURAS. J.Doorenbos, A.H. Kassam ;


tradução de H.R.Gheyi, A.A.Sousa, F.A.V. Damasceno, J.F. de Medeiros. Campina
Grande, UFPB, 1994.

INSTRUÇÕES AGRÍCOLAS PARAS AS PRINCIPAIS CULTURAS ECONÔMICAS,


editado por Joel Irineu Fahl, Marcelo Bento Paes de Camargo, Maria Angélica Pizzinatto,
Juarez Antônio Betti, Arlete Marchi Tavares de Melo, Isabella Clerici DeMaria e Ângela
Maria Cangiani Furlani. 6a edição ver. atual. Instituto Agronômico de Campinas.
Campinas, 1998.

Boletim Agrometeorológico – Outubro / 2008


27
Boletim Agrometeorológico – Outubro / 2008
28
www.conab.gov.br ou geote@conab.gov.br
Tel: (61) 3312 6280

Das könnte Ihnen auch gefallen