Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
Responsáveis Técnicos:
WENDEL NEIVA MARTINS LAGO
ANDRÉ LUIZ FARIAS DE SOUZA FREITAS
TARSIS RODRIGO DE OLIVEIRA PIFFER
Colaboradores
Superintendência de Gestão da Oferta – SUGOF
Gerência de Levantamento e Avaliação de Safras – GEASA
1. APRESENTAÇÃO ...........................................................................................................5
2. PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA ................................................................................7
3. DÉFICIT / EXCESSO HÍDRICO ......................................................................................9
4. TEMPERATURA MÉDIA ...............................................................................................11
5. INTERAÇÕES AGROMETEOROLÓGICAS ..................................................................13
6. CONDIÇÃO VEGETAL ..................................................................................................20
7. ÍNDICE DE SAÚDE VEGETAL......................................................................................22
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................................26
9. REFERÊNCIAS .............................................................................................................27
1. APRESENTAÇÃO
Quadro 1: Regiões e estados produtores de maior destaque no cenário agrícola brasileiro. Fonte:
IBGE
2. PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA
4. TEMPERATURA MÉDIA
5. INTERAÇÕES AGROMETEOROLÓGICAS
5.1 Algodão
Semeaduras ocorridas na região Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul) ficaram
suscetíveis aos efeitos negativos da carência hídrica dos solos sobre o desencadeamento
dos mecanismos de germinação. Na região Sudeste, o plantio efetuado em São Paulo, já
na primeira quinzena de outubro, apresentou condições de manifestar índices de
germinação e vigor satisfatórios, em virtude de ligeira disponibilidade hídrica dos solos
neste período. O mesmo cenário edafoclimático não se consumou na porção norte de
Minas Gerais, onde plantios iniciados na segunda quinzena sofreram com o déficit hídrico.
O suprimento hídrico observado nos solos paranaenses refletiu beneficamente no
potencial germinativo das sementes.
Na semeadura, deve haver disponibilidade adequada de água no solo para a
germinação e o estabelecimento. Para melhorar o desenvolvimento das raízes, deve-se
5.2 Amendoim
O excesso hídrico constatado em determinadas áreas do Rio Grande do Sul e
Paraná podem ter comprometido a germinação e as fases iniciais de desenvolvimento da
cultura. Quantidades excessivas de água no solo são prejudiciais, uma vez que a
ausência de oxigênio no solo limita a atividade das bactérias fixadoras de nitrogênio.
Crescimento irregular e coloração amarelada das plântulas são sintomas visíveis desta
interação. Outro fator de influência negativa no estabelecimento da cultura fora a
temperatura aferida na Região Sul. A germinação é retardada em temperaturas inferiores
a 20°C e a média constatada para a região permaneceu abaixo deste valor. Em São
Paulo há indícios de repercussão positiva nas fases iniciais da cultura, para plantios
iniciados no primeiro decêndio, em virtude da disponibilidade hídrica dos solos.
A utilização de amendoim em casca na semeadura exige um umedecimento prévio
para que se reduzam os danos à semente. È recomendável que o teor de umidade do
solo na semeadura não seja inferior a 60% da água disponível.
5.3 Arroz
Precipitações pluviométricas excessivas constatadas na Região Sul refletiram
negativamente sobre as fases iniciais de desenvolvimento da cultura, em especial no Rio
Grande do Sul. Atrasos no plantio e deficiências no controle de invasoras foram
estabelecidos. Embora o arroz seja uma planta aquática e cresça bem em condições de
alagamento, a inundação profunda e prolongada afeta adversamente o crescimento e o
manejo da planta. Cultivos irrigados em várzeas sistematizadas no estado de São Paulo,
permaneceram com lâminas de água em níveis estáveis haja vista a presença de chuvas
5.5 Mamona
Sob influência de severa estiagem, o déficit hídrico dos solos da região com maior
expressividade produtiva, o Nordeste, pode comprometer o estabelecimento da cultura.
Bahia, Piauí e Ceará foram alvos em potencial de tais condições adversas. O déficit
hídrico durante a semeadura reduz ou retarda a germinação, prejudica a cultura durante o
crescimento e desenvolvimento inicial e repercute na produtividade da planta e na
qualidade do produto. Apesar de requerer muito calor para seu desenvolvimento, a
mamoneira é bastante exigente quanto à umidade do solo.
5.7 Soja
A fase inicial de implantação da nova safra no Centro-Oeste, em especial no estado
do Mato Grosso, permaneceu vulnerável na primeira quinzena de outubro frente a
condições adversas impostas pela estiagem. Semeaduras efetuadas a partir do terceiro
decêndio, com destaque para Goiás e Mato Grosso do Sul, manifestaram um melhor vigor
germinativo diretamente influenciado pelo sensível incremento do volume precipitado e
subseqüente elevação do potencial hídrico dos solos.
5.8 Trigo
Em fase final de execução, a colheita do trigo na região Sul enfrentou severas
interferências climáticas. A segunda quinzena do mês de outubro fora marcada por
chuvas generalizadas e intensas, principalmente no Rio Grande do Sul, onde a fase final
de enchimento dos grãos e a colheita foram afetados. Há riscos iminentes que
repercussões negativas venham a se manifestar sobre a qualidade e a produtividade.
Excesso de água durante o período vegetativo e no final da formação da colheita produz
crescimento exuberante, que poderá causar acamamento das plantas, prejudicando o
procedimento de colheita. O excesso de umidade do qual a superfície das espiguetas, em
fase final de maturação dos grão, estão submetidas, aumentam sensivelmente a
susceptibilidade à doenças fúngicas. Atenção especial deve ser dispendida quanto aos
inóculos de giberela (Gibberella zeae) veiculados durante a fase de formação das
espiguetas, que encontraram condições propícias para a colonização e reprodução no
período em questão.
5.9 Café
Cafezais brasileiros – em destaque os implantados em Minas Gerais, Espírito Santo
e São Paulo -, em segundo ano fenológico, alcançaram desempenho satisfatório e
expressivo de produtividade. No mês de outubro as fases predominantes para a cultura
são de formação do chumbinho e expansão dos frutos. Precipitações em volumes
próximos aos ideais para o cultivo, na freqüência e intensidade adequadas aos estádios
fenológicos em questão, delinearam o sucesso da maturação dos frutos. A maioria dos
produtores já encerrou a colheita e relatam êxitos na produtividade.
O clima propício para o café arábica (Coffea arabica) é o úmido, com temperaturas
amenas. Em regiões onde a temperatura é superior a 23ºC e o clima é seco, os cafeeiros
podem enfrentar problemas com a frutificação, devido ao abortamento das flores, sendo
5.10 Cana-de-açúcar
Estágios finais da safra na região Sudeste apresentaram problemas durante a
colheita, inviabilizada em diversas regiões devido à intensidade das chuvas. Durante o
período de maturação, os intervalos de irrigação são ampliados ou a irrigação é suspensa
para que a cultura atinja a maturação, reduzindo a taxa de crescimento vegetativo,
desidratando a cana e forçando a formação de todos os açúcares em sacarose
recuperável. Com a paralização do crescimento vegetativo, aumenta também a relação
entre a matéria seca armazenada como sacarose e a utilizada para novo crescimento.
Durante o período para a formação da colheita, o excesso hídrico dos solos tem efeito
acelerador sobre a floração, o que leva à redução da produção de açúcares.
No Centro-Sul, a colheita inicia-se em maio e em algumas unidades
sucroalcooleiras em abril, prolongando-se até novembro - excepcionalmente prolongando-
se até dezembro - período em que a planta atinge o ponto máximo de maturação,
devendo, sempre que possível, antecipar o fim da safra, por ser um período bastante
chuvoso, que dificulta o transporte de matéria prima e faz cair o rendimento industrial.
5.11 Citros
A seca, em importantes regiões produtoras de laranja de São Paulo, e as altas
temperaturas levaram citricultores a acelerar a colheita de variedades mais tardias no
início do mês de outubro. A partir da segunda quinzena o perfil pluviométrico da região se
inverteu e a chegada generosa das chuvas minimizou o estresse hídrico ao qual estavam
submetidos os pomares.
Os déficits hídricos durante a formação da colheita podem aumentar a queda de
frutos e reduzir seu ritmo de crescimento. Entretanto, esgotamentos de água do solo que
provoquem déficits hídricos moderados, durante a fase de maturação, após julho ou
janeiro, podem ser desejáveis, em virtude de aumentarem os teores de sólidos solúveis e
de ácidos nos frutos e reduzirem o crescimento das árvores, facilitando a colheita. Além
5.12 Mandioca
O plantio da mandioca na região Nordeste permaneceu vulnerável aos efeitos
nocivos da duradoura estiagem, estabelecida principalmente no interior da Bahia e
Maranhão durante todo o mês de outubro. Já na região Norte, em destaque o estado do
Pará, o potencial hídrico dos solos permitiu um vigoroso brotamento das manivas no
primeiro decêndio. Atenção especial deve ser direcionada à zonas produtoras submetidas
ao excesso hídrico, prejudicial a fitossanidade da planta.
No plantio tardio, em outubro e novembro, prevalecem condições de propagação da
bacteriose, assim como ocorre maior risco de erosão do solo provocada pelas chuvas,
além da utilização de ramas com menos reservas nutricionais. A estação chuvosa
também é mais favorável à ocorrência da cercosporiose. O clima exerce grande influência
no teor de amido, havendo reduções de concentração significativas, quando a colheita é
efetuada em períodos muito chuvosos ou secos, após a ocorrência de geadas, granizo ou
ventos fortes, que danificam a parte aérea ou promovem o tombamento das plantas.
Figura 8: Índice de saúde vegetal semanal para o período entre 30 de setembro e 25 de outubro
de 2008, correspondente às semanas 40, 41, 42 e 43 de 2008 (NOA/NASA/AVHRR).
Figura 9: Diferença do índice de saúde vegetal entre as semanas 40, 41, 42 e 43 de Outubro de
2007 e as semanas correspondentes do ano de 2008 (NOAA/NASA/AVHRR).
Semeaduras de soja, arroz, feijão e milho (1°safra) – efetuadas durante todo o mês
de outubro, em praticamente todas as regiões brasileiras – sob influência direta e incisiva
da falta de chuvas, podem ter sido afetadas. O potencial hídrico deficiente pode ter
influenciado os metabolismos iniciais de germinação e as fases iniciais das plântulas,
principalmente na região Centro-Oeste.
A colheita do trigo, em sua fase final de execução na região Sul, ficou submetida a
impedimentos consideráveis devido ao severo impacto das chuvas torrenciais. Quadro
semelhante se observa para a colheita da cana-de-açúcar em São Paulo, onde a
intensidade pluviométrica tem se mostrado rigorosa e consideravelmente limitante aos
procedimentos de colheita nos últimos dias de outubro.
A citricultura paulista, em estádios fenológicos iniciais de maturação, reagiu bem aos
significativos incrementos de precipitação da segunda quinzena, revertendo o quadro de
estresse hídrico anteriormente observado. A cultura do café, na região Sudeste, exibiu
desempenho satisfatório em produtividade devido a sincronia entre a regularidade das
chuvas e as exigências hídricas fenológicas.
Neste mês, os índices vegetais de condição e saúde refletem as condições
meteorológicas observadas e mostram que os padrões climáticos estão desfavoráveis em
algumas regiões do país, particularmente no estado da Bahia, parte de Minas Gerais e
Tocantins. Também observamos que as condições estão favoráveis nas regiões Sul e
Sudeste.
Observou-se também que durante este mês, estabeleceu-se o início da estação
chuvosa, com o aumento da freqüência de entrada de sistemas frontais, característicos da
transição entre a estação seca (inverno) e a estação chuvosa (verão).