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Continuada a Distância
CURSO DE
CURSO DE
DROGAS DE ABUSO
DROGAS DE ABUSO
(Lícitase eIlícitas)
(Lícitas Ilícitas)
Aluno:
MÓDULO I
Educação a Distância: Parceria entre Portal Farmácia On-
line, Conselho Regional de Farmácia e Sindicato dos
Farmacêuticos de Mato Grosso do Sul
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do mesmo.
Os créditos do conteúdo aqui contido é dado a seus respectivos autores descritos nas
referências bibliográficas.
MÓDULO I
HISTÓRICO
O Uso indiscriminado das drogas de abuso (lícitas e ilícitas) é um tema que está
sempre em evidência, seja nas escolas, em casa, no trabalho, na mídia. Abordaremos
aqui vários tópicos sobre este problema, que está desestabilizando as estruturas
familiares, sociais e que precisa ser abordado de forma esclarecedora e sem
preconceitos. Vamos iniciar nossos estudos falando um pouco sobre o histórico das
drogas.
Há mais de 4.000 anos a. C. os Sumerianos (atual Irã), utilizavam a papoula de
ópio como a "planta da alegria", que traduzia o contato com os Deuses.
Em 500 a. C o povo Cita (habitantes do Rio Danúbio/Rio Volga - Europa Oriental),
queimavam a maconha (cânhamo) em pedras aquecidas e inalavam os vapores dentro de
suas barracas ou tendas. Na Antigüidade, o álcool ou mais comumente o vinho, era
conhecido como a dádiva de todos os deuses, sendo BACO o Deus do Vinho.
Aproximadamente no ano de 1.500 o CACTUS PEYOTE era utilizado em cerimônias
religiosas (no descobrimento da América).
O ópio foi por muito tempo cultivado livremente por camponeses, por volta do
século XVI, era usado como fonte de alívio de sua triste realidade sofredora.
Na mesma época, os espanhóis utilizavam as drogas alucinógenas como uma forma de
auto-castigo, pois para este povo DROGA significa "DEMÔNIOS".
Em 1776, o ópio (morfina/anestésico) incentivado na guerra civil americana era utilizado
para fornecer alívio à dolorosa vida dos soldados.
Em 1960 foi o auge do LSD (a era dos ácidos), muitos psiquiatras receitavam
impiedosamente o consumo deste tipo de droga.
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objetivo era investigar a utilidade do agente em uma guerra química
1956 Os EUA banem todo e qualquer uso de heroína
O LSD é proibido nos EUA. Seus maiores defensores, como os americanos
1965
Timothy Leary e Ken Kesey, começam a ser perseguidos
Alexander Shulgin sintetiza o MDMA em seu laboratório. Ao mastigá-lo,
1965
sente "leveza de espírito" e apresenta a droga a psicoterapeutas
O uso da cocaína torna-se popular e passa a ser glamourizado. Nos anos
Anos 70 80, o preço de 1 Kg de cocaína cai de US$ 55 mil (1981) para US$ 25 mil
(1984), o que contribui para sua disseminação
Início da "Era de Ouro" do ecstasy. Terapeutas experimentais fazem
1977
pesquisas em segredo para não chamar a atenção do governo
Surge o crack , a cocaína na forma de pedra. A droga, acessível às
Década de 80
camadas mais pobres da população tem um alto poder de de pendência
A Holanda libera a venda e consumo da maconha em estabelecimentos
1984
específicos - os coffee shops
O uso recreativo do MDMA ganha as ruas. Um ano depois, a droga é
1984
proibida nos EUA e inserida na categoria dos psicotrópicos mais perigosos
Os EUA dão apoio financeiro de mais de US$ 2 bilhões ao combate ao
2001
tráfico e à produção de cocaína na Colômbia
O governo canadense anuncia que vai vender maconha para doentes em
2003 estado terminal. É a primeira vez que um governo admite o plantio e
comercialização da droga
Fonte: Revista Galileu Especial nº3 - Agosto/2003
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acabam por se tornar dependentes destes. Já os homens tendem a aumentar o consumo
de álcool quando se tornam viúvos ou se aposentam e experimentam o ócio dentro de
casa.
Abaixo colocamos um belo trecho do artigo de Cid Martins Batista (sócio do RC de
Viçosa/MG), sobre o porquê da procura das drogas pelo homem:
... a única capaz de levar alguém a usar drogas, o famigerado espírito grupal ou a
identificação com os ídolos. O jovem só consegue ingressar num grupo de maconheiros
se ele também começar a usar maconha. Isto vale para a cocaína, o crack, ou qualquer
outra droga. É interessante observar que o espírito grupal manifesta-se mais
intensamente em relação aos dependentes do crack, porque em grupo eles se
consideram mais protegidos, além de ocorrer, quando necessário, um empréstimo de
droga entre eles. Outra causa capaz de levar alguém a usar drogas é a identificação com
os ídolos. Isto nos preocupa de maneira assustadora porque aumenta a cada dia o
número de atletas, cantores, músicos e artistas do cinema e da televisão, que estão
usando drogas. E eles passam para os fãs a imagem do sucesso, da fama, da idolatria e
da riqueza. Como é sabido, os jovens procuram imitar os ídolos em tudo que fazem,
inclusive no uso das drogas. Ainda hoje, a mídia sensacionalista está explorando a triste
imagem do mais famoso jogador de futebol da década de 80, o fenomenal Maradona,
vítima da cocaína que já destruiu, segundo os médicos que o atendem, dois terços de seu
coração. Sua fotografia estampada nos jornais mostra, de maneira cruel, todo o estrago
feito pela cocaína no seu organismo. E nos perguntamos, por quê? Por que um jovem
que teve o mundo a seus pés, que foi idolatrado, endeusado e rico, se aniquila usando tal
droga?
Por outro lado, duas ou três causas juntas, como, por exemplo, curiosidade,
desinformação e falta de perspectiva, transformam os jovens nas mais indefesas vítimas
dos traficantes de drogas. Quem não gostaria de experimentar o êxtase (a droga do
amor), se alguém lhe disser que esta droga aumenta seu desejo sexual, prolonga sua
ereção, melhora sua aprendizagem na escola e não faz nenhum mal? Claro que tudo isso
é mentira. Mas e daí? Curioso por natureza, desinformado por omissão de quem devia
orientá-lo e sem perspectiva de um futuro melhor, certamente ele irá experimentá-la. E
daí ao vício é apenas questão de tempo.
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Drogas não escolhem vítimas
O problema das drogas é muito maior "do que a nossa vã filosofia imagina" e não
será solucionado enquanto a sociedade não se conscientizar da sua importância nesta
luta, principalmente porque as drogas não escolhem vítimas, não respeitam classes
sociais e nem mesmo se preocupam com o poder aquisitivo das pessoas. Simplesmente
elas chegam e se apossam dos indivíduos, que, salvo raras exceções, tornam-se seus
escravos. Para todos os que acham que seus filhos jamais serão atingidos pelas drogas,
devo mencionar o provérbio chinês que diz: "A chuva não cai apenas no telhado do
vizinho, ela cai no nosso telhado também."
Aceitando como verdade o que está escrito acima, e considerando o que disse
Mariz de Oliveira no seu artigo "Os equívocos de sempre" (O Estado de S.Paulo,
14.05.1991), a solução do problema torna-se muito mais difícil numa sociedade em que o
indivíduo passou a ser valorizado pelo sucesso financeiro que conseguiu obter e pelo
patrimônio que conseguiu amealhar. Assim, a substituição do Ser pelo Ter, inverteu a
escala de valores sociais e morais. Atualmente, o indivíduo vem sendo avaliado pelo que
tem e não pelo que é. A angústia gerada por esse contexto pode, e seguramente é, uma
das causas fundamentais do maior consumo de drogas, porque as pessoas procuram,
com essa prática, camuflar suas insatisfações.
É indiscutível que a sociedade gera, permanentemente, fatores criminógenos, que
provocam reações de efeitos diversos, dependendo do caráter e da personalidade de
cada um. Nem todo menor carente é um infrator ou poderá se tornar um marginal, em
função da miséria e do abandono em que se encontra. No entanto, suas necessidades
culturais e afetivas constituem um campo fértil a impulsioná-lo para a marginalidade.
Daí, uma sociedade que passou a valorizar o Ter em detrimento do Ser, que se
vangloria de tentar levar vantagem em tudo e aplaude e busca soluções fora da lei,
agindo de tal forma, e à medida que volta as costas para os menos afortunados, somente
provoca situações de convite à violência e de estímulo à criminalidade. Essas verdades
incomodam, porque somos todos responsáveis, desde o governo às elites dirigentes e,
também, à classe média, entregue aos prazeres dos pequenos delitos e adotando como
valores morais os pregados na novela das 8 horas.
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Embora de difícil solução, porém não impossível, devemos começar agora com
dedicação, perseverança e competência, tentar solucioná-lo. Se não fomos nós que
criamos tal problema, não adianta também ficar jogando a culpa no vizinho. Mesmo
porque somente ele não é o responsável. O que importa agora é não nos omitirmos, mas
participarmos do mutirão que se propõe a resolvê-lo.
A primeira etapa seria um processo educacional, começando nas nossas casas e
continuando nas escolas, onde os jovens teriam oportunidade de retomar antigos valores
perdidos no tempo, tais como ética, moral e cidadania. Consolidados esses valores,
dificilmente alguém seria envolvido pelos párias da sociedade, os narcotraficantes,
porque ele saberia neutralizar seus argumentos.
Somente isto não resolveria o problema, mas seria o ponto de partida para vivermos os
próximos anos em paz, harmonia e felicidade. Que Deus nos ajude...
Os Professores Sollero T. C.S. e Amaral J.R. da Universidade Federal do Rio de
Janeiro, enquadram as razões das pessoas utilizarem drogas em quatro grupos:
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drogas por veteranos de guerras ou por pessoas com fobia social ou
depressão.
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muitos usuários de drogas, como por exemplo alguns hippies dos anos 60, procuraram
em drogas diversas (principalmente alucinógenos) um substituto para experiências
religiosas.
O NARCOTRÁFICO
Baptista G.C (2001) cita que o Brasil é, nos dias de hoje, o maior corredor de
passagem de drogas do mundo. Com algumas poucas exceções de esforços policiais
localizados, não observa-se, nacionalmente, uma política efetiva de combate ao
narcotráfico. Os problemas são resolvidos à medida em que eles, sem o devido
questionamento acerca dos objetivos das políticas adotadas. A Amazônia, a título de
exemplo, é tradicionalmente lembrada nas salas de aula pelos seus recursos naturais. Ela
se notabiliza pela primazia entre os maiores sistemas biológicos, rios, bacias
sedimentares e florestas do mundo (Branco, 1989). A nova ordem mundial, entretanto,
com o final da divisão das nações em dois blocos antagônicos, mostrou uma alteração
neste quadro. Neste contexto, a Amazônia, juntamente com os países que a compõe
(Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana
Francesa) continuam sendo temas em inúmeros debates acerca do meio-ambiente, mas
também estão relacionados a um flagelo que cada vez mais dita as diretrizes das relações
geopolíticas desta região – o narcotráfico (Procópio, 1999).
Pode-se dizer que desde a década de oitenta o narcotráfico é o negócio mais
lucrativo do planeta (Magalhães, 2000; Procópio, 1999). Segundo estimativas da ONU,
movimenta mais de quatrocentos bilhões de dólares por ano, o que significa cerca de 8%
do comércio internacional. Isto se deve ao fato de o caráter ilícito do narcotráfico permitir
uma diferença colossal entre o preço das matérias primas e o do entorpecente que chega
ao consumidor final. No caso da cocaína, por exemplo, a folha deste narcótico vale cerca
de US$ 2,50 o quilo, na Bolívia e na Colômbia. Transformado em cocaína, o quilo passa a
valer US$ 1.500,00. Ela chega ao narcotraficante norte-americano por US$25.000,00,
que, por sua vez, a revende ao consumidor final por um preço proporcional a US$
110.000,00 (Magalhães, 2000).
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Conforme ressaltou-se no "Relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito
destinada a Investigar o avanço e a impunidade do Narcotráfico" (Brasil, 2000a), a
lucratividade tornou o comércio ilegal de narcóticos altamente eficiente, constituindo a
divisão mais lucrativa das vastas redes do crime organizado, customeiramente
denominadas "máfias". Estas organizações mantém uma ampla gama de outras
atividades criminosas, incluindo-se aí o contrabando de armas, a lavagem de dinheiro, a
prostituição adulta e infantil, o roubo de carros e de cargas, dentre outros. Para acobertar
ou fornecer apoio operacional a suas ações, seus membros cometem uma infinidade de
delitos, como subornos, extorsões, homicídios, tortura, estelionato, lavagem de dinheiro,
roubos, apoio a guerrilhas, controle político de áreas e territórios por meio de
organizações paramilitares. É interessante observar que, como resultado disso, as máfias
buscam incorporar a sua área de influência policiais, magistrados, políticos, e outras
autoridades - e com isto efetivamente chegando ao poder em alguns países (Procópio,
1999; Brasil, 2000a).
Ainda conforme Baptista G.C (2001), máfias de inúmeros países, como as italianas
(Cosa Nostra, Camorra, ‘Ndranghetta), americanas (La Cosa Nostra), os cárteis
colombianos, japonesas (Yakuza), russas, chinesas (Tríades) e as incipientes
organizações criminosas brasileiras (Comando Vermelho, Terceiro Comando, PCC)
recrudesceram nas últimas duas décadas em grande parte devido aos lucros obtidos com
a globalização do narcotráfico. Isto as tornou progressivamente mais complexas, fazendo
com que suas estruturas hierárquicas se assemelhassem a de empresas multinacionais.
Conseqüentemente, estas grupos se associaram e passaram a dividir funções com o
objetivo de ampliar seus ganhos. Uma intricada economia subterrânea foi formada,
permitindo-lhes, em qualquer parte do mundo, o acesso a diversos tipos de armas, de
drogas, de meios de transporte e de comunicação, e a remessa de seus lucros para
"paraísos fiscais" (Procópio, 1999; Magalhães, 2000).
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- Soldado: é o traficante que anda armado dentro da favela e protege as bocas-de-fumo.
Ele mora no morro
- Boca-de-fumo: é o local dentro do morro ou da favela onde os traficantes passam a
droga para os distribuidores
- Vapor: é o morador do morro que vende a droga na boca-de-fumo. Ele também faz
entregas na estica
- Estica: é um posto avançado das bocas-de-fumo da favela no asfalto. Os moradores das
redondezas ficam na estica e revendem a droga vinda do morro
- Formiguinha: é o microtraficante que compra pequenas quantidades e revende aos
amigos nos bares, academias e escolas. Com o pequeno lucro, custeia o próprio vício
- Disque-drogas: o serviço é bancado pelo traficante autônomo, que compra nos morros
boas quantidades, com maior grau de pureza. Ele entrega o produto por meio de
motoboys e entregadores de pizza
- Quiosques: além de água-de-coco e refrigerantes, vendem entorpecentes e servem de
ponto de contato entre os consumidores e os formiguinhas
- Fume-táxi: motoristas de táxi de fachada utilizam os carros para entregar drogas em
pontos chiques da cidade
Álcool Etílico: Ou simplesmente Álcool, é uma droga psicotrópica que atua no sistema
nervoso central, provocando mudanças de comportamento em quem o consome e, não
raro, Dependência Química. Tem seu consumo admitido e até incentivado pela
sociedade, sendo proibido, todavia, em alguns países por questões religiosas. Sua
aceitação social concorre fundamentalmente para que seja encarado de forma diferente
das demais drogas. Além dos inúmeros acidentes de trânsito e da violência, sobretudo
doméstica, associada a episódios de embriaguez, o consumo de álcool a longo prazo,
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dependendo da dose, freqüência e circunstâncias, pode provocar estados demenciais e a
morte. Assim, o consumo do álcool é um grave problema de saúde pública, acarretando
altos custos e grandes danos para a sociedade.
Alcoolismo: é uma doença progressiva, incurável e que pode levar à morte. Ela não faz
distinção entre classe social, idade, cor, condição étnica, nível cultural e financeiro. Como
qualquer outra doença, necessita de tratamento, envolvendo o alcoólatra e todas as
pessoas que se relacionam com o mesmo.
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Anfetaminas: Drogas estimulantes da atividade do sistema nervoso central, deixando as
pessoas "ligadas" , ou com "menos sono". As anfetaminas são drogas sintéticas,
fabricadas em laboratório. Não são, portanto, produtos naturais. Existem várias drogas
sintéticas que pertencem ao grupo das anfetaminas, algumas delas inclusive são
comercializadas sob a forma de remédio. Os motoristas de caminhão que as utilizam para
dirigir por várias horas as chamam de "rebite". Também são conhecidas como "bolinhas".
Entre outros efeitos, podem causar insônia, taquicardia e agressividade.
Cocaína: A cocaína é uma substância natural, extraída das folhas de uma planta que
ocorre exclusivamente na América do Sul: a Erythroxylon coca. A cocaína chega
normalmente até o consumidor sob a forma de um sal, o cloridrato de cocaína, sendo
então aspirada ("cafungada") ou dissolvida em água para uso endovenoso ("picada"); São
subprodutos da cocaína o Crack e a Merla. Há ainda a pasta de coca que é um produto
grosseiro, obtido das primeiras fases de separação de cocaína das folhas da planta
quando estas são tratadas com álcali, solvente orgânico como querosene ou gasolina e
ácido sulfúrico. Esta pasta contém muitas impurezas tóxicas e é fumada em cigarros
chamados "basukos". Antes de se conhecer e de se isolar cocaína da planta, esta era
muito usada sob forma de chá. Ainda hoje este chá é bastante comum em certos países
como Peru e Bolívia. Entre os possíveis efeitos estão: taquicardia, febre, pupilas
dilatadas, suor excessivo e aumento da pressão sangüínea.
Crack: Cocaína sob a forma de uma base, pouco solúvel em água mas que se volatiliza
quando aquecida sendo, portanto, fumada em "cachimbos". Não serve para ser aspirado
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como é o caso da cocaína pó, e por não ser solúvel em água também não pode ser
injetado. Para passar do estado sólido ao de vapor quando aquecido, o crack necessita
de uma temperatura relativamente baixa (95° C) o mesmo ocorrendo com a merla, ao
passo que o "pó" necessita de 195° C, por esse motivo o crack e a merla podem ser
fumados e o "pó" não.
Datura: Planta alucinógena, conhecida no Brasil sob vários nomes, entre os quais
Trombeta e Lírio.
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termo droga envolve os analgésicos, estimulantes, alucinógenos, tranquilizantes e
barbitúricos, além do álcool e substâncias voláteis. As psicotrópicas, são as drogas que
tem tropismo e afetam o Sistema Nervoso Central, modificando as atividades psíquicas e
o comportamento. Essas drogas podem ser absorvidas de várias formas: por injeção, por
inalação, via oral, injeção intravenosa ou aplicadas via retal (supositório).
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Haxixe: Resina extraída das folhas e das inflorescências do cânhamo, mascado ou
fumado, de uso comum no oriente e de efeitos estupefacientes.
Heroína: Alcalóide obtido pela ação do anidrido acético sobre a morfina, com ação
fisiológica mais acentuada e poderosa que esta.
Ice: Palavra em inglês que significa "gelo", designando vulgarmente a metanfetamina (um
tipo de anfetamina). Nos EUA, tem sido muito consumida fumada em cachimbos.
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Lança-Perfume: Inalante que tem sua utilização associada principalmente ao Carnaval,
época quando costuma ter larga utilização, havendo registros de seu uso desde os
carnavais do início do século.
Maconha: Composto obtido da planta Cannabis Sativa, normalmente fumada sob a forma
de cigarros feitos a mão (baseados). Produzida a partir das folhas e inflorescências,
dessecadas e trituradas do cânhamo e usada como droga alucinógena, causando
excitação seguida de relaxamento, euforia, problemas com o tempo e o espaço,
taquicardia, olhos avermelhados, diminuição dos reflexos e prejuízo da atenção e
memória recente.
Merla: Pasta base da cocaína, preparada de forma diferente do crack, sendo também
fumada. Enquanto o crack ganhou popularidade em São Paulo, Brasília foi a cidade vítima
da merla. Pesquisa recente mostra que mais de 50% dos usuários de drogas da Capital
Federal fazem uso de merla e apenas 2% de crack. Também conhecida como mela, mel
ou melado. Por apresentar um aspecto de "pasta", a merla não pode ser transformada
num pó fino, não podendo, portanto ser aspirada como é o caso da cocaína pó, e por não
ser solúvel em água também não pode ser injetada. Veja também Cocaína.
Meperidina: Substância sintética, com efeitos semelhantes à morfina, usada sob a forma
de sal do ácido clorídrico;
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Morfina: O principal e mais ativo alcalóide obtido do ópio, branco, cristalino, usado como
sedativo. Inicialmente foi utilizado na guerra por soldados feridos para alívio de dores
originadas pelos ferimentos.
Nicotina: Alcalóide existente nas folhas de tabaco, líquido, incolor e venenoso, presente
nos cigarros. Veja também Tabaco.
Ópio: Substância extraída dos frutos imaturos de várias espécies de papoula, utilizado
como narcótico.
Opióides: Qualquer substância, sintética ou não, com ação semelhante à do ópio, mas
que não derive dele.
Peptídeos: Qualquer substância formada por dois ou mais aminoácidos unidos por
ligações peptídicas.
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Peyote: Cactus que contém a mescalina, encontrado numa região restrita do México,
originalmente utilizada pelos índios em cerimônias religiosas. Normalmente consumido
sob a forma de pedaços secos de seu topo.
Psicotrópicos: Substâncias que agem sobre o psiquismo, seja agindo como calmantes
ou como estimulantes.
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causas de câncer de pulmão, bexiga, próstata e boca. Aumenta exponencialmente o risco
de aborto e parto prematuro. Mulheres que fumam durante a gravidez aumentam as
chances de gerarem filhos com peso abaixo do normal.
A
- Ácido - LSD (ácido lisérgico)
- Acochar - apertar o cigarro de maconha
- Apagar - entregar-se, etorpecer
- Arpão - seringa de injeção
B
- Babila - cartão onde se põe o pó para aspirar
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- Baga - tôco de cigarro de maconha
- Bagana - o mesmo que baga; tôco de cigarro
- Bagulho - maconha
- Bandeira - bobeira
- Banho - plena exaltação
- Barrufo - trago de cigarro de maconha
- Beata - o mesmo que baga ou bagana
- Bhang - maconha
- Boca - local de venda ou reuniões
- Boca de asfalto - local de venda na rua, em esquina ou praça pública
- Boca de fumo - local de venda, sob teto
- Bode - aquele que “apaga”, entorpece
- Bolinha - anfetaminas, excitantes geralmente ingeridos com guaraná ou coca-cola.
C
- Cachimbo da paz - cigarro de maconha fumado por grupo
- Cafungar - aspirar o pó (cocaína)
- Caminho - fração de pó na babila
- Cana - prisão, cadeia, presídio, xadrez
- Careta - o que não usa drogas
- Castigar - usar drogas, tóxicos
- Cemitério - local de emergência onde se depositam ou escondem as bagas, em caso de
perseguição
- Charo - cigarro de maconha
- Cheirinho da loló - drogas aspiradas, éter, lenço embebido em éter
- Cheiro - cocaína, heroína
- Cherubim - o mesmo que cheirinho da loló
- Chincheiro - vendedor auxiliar, atravessador, intermediário
- Chinfra - turma de viciados
- Chocar - modalidade de tráfico: enterrar a maconha na areia da praia para evitar o
flagrante policial, em local previamente marcado.
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- Coisa - maconha
- Curtição - efeito forte, degustação do efeito
D
- Da política - o que acompanha a turma no vício
- Desarvoração - alucinação
- Desarvorado - alucinado
- Desembelotar - desembaraçar
- Devagar - não muito viciado, fuma pouco
- Dólar - cigarro grosso de maconha
E
- Embandeirar - jactar-se de ser viciado
- Erva - maconha
- Esquadrilha da fumaça - turma de maconheiros
- Estar na sua - ausentar-se mentalmente, entorpecer
F
- Fajuto - tolo, idiota, fingido
- Fariseu - o que não fuma
-Fininho - cigarro fino de maconha
- Fumo - maconha
- Furo - revelar-se como alucinado (deu o furo)
G
- Gelado - o que está afastado do vício
- Gerere - maconha
- Grilado - preocupado, atemorizado
- Grilo - preocupação, temor
J
- Jogada - participação em atos delituosos
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L
- Ligado - o que está sob ação dotóxico
- Loque - bobo, otário
M
- Manga-rosa - maconha de boa qualidade
- Marica - aparelho próprio para fumar, podendo ser papelão enrolado ou mesmo caixa de
fósforos, onde se põe, as bagas
- Marijuana - maconha
- Mocó - local onde se estoca a droga
N
- Nego - viciado esperto, safo
O
- Ouriço - viciado nervoso, impaciente, “ouriçado”
P
- Paiol - local de estocagem da droga (mocó)
- Pico - (picada) - picada de seringa, injeção
- Pirado - chagado ao auge da alucinação
- Pitéus - pequenas muito jovens levadas ao vício
- Pó - qualquer tóxico de absorção nasal
- Puxar - fumar maconha
Q
- Quadrado - o que não entra na jogada, fora de moda
R
- Refrescar - fazer pausa no vício, sem o abandonar
- Ritual - preparação de sessão de intoxicação
- Rebite - anfetamina
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S
- Sauna - fumar maconha, em grupo, em recinto fechado às vezes até dentro de um carro
T
- Transa - transação, comércio entre traficantes
V
- Vapor - vendedor, fumaça da sauna
- Viagem, vinte e cinco - alucinação pelo LSD
Içami Tiba, em seu livro Anjos Caídos, traz também algumas gírias utilizadas por
usuários de drogas:
queimar um - fumar
mocosar - esconder
caretaço - livre de qualquer efeito da maconha
sussu - sossego
rolê - volta
pifão - bebedeira
rolar - preparar um cigarro
cabeça feita - fuma antes de ir a um lugar
chapado - sob o efeito da maconha
bad trip - viagem ruim, com sofrimentos
nóia - preocupação
marofa - fumaça da maconha
tapas - tragadas
palas - sinais característicos das drogas
larica - fome química
matar a lara - matar a fome química
maricas - cachimbos artesanais
pontas - parte final da maconha não fumada
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cemitério de pontas - caixinha ou recipientes plásticos usados para guardar as pontas
pilador - socador para pressionar a maconha já enrolada dentro da seda
dichavar o fumo - soltar a maconha compactada em tijolos ou seus pedaços e separar as
partes que lhe dão gosto ruim
sujeira - situação perigosa
dançou - usuário que foi flagrado fumando
mocós - esconderijos de droga
"pipou uma vez, está fisgado"
MECANISMO DE AÇÃO
Segundo os Profª. Sollero T. C.S. e Prof. Amaral J.R., quando uma pessoa usa
uma droga psicoativa e o efeito por ela produzido é de alguma forma agradável, este
efeito adquire para aquela pessoa o caráter de uma recompensa. Como o comprovam
estudos experimentais realizados por psicólogos comportamentalistas, todos os
comportamentos que são reforçados por uma recompensa tendem a ser repetidos e
aprendidos. E as sucessivas repetições tendem a fixar não só o comportamento que
conduz à recompensa, mas, também, estímulos, sensações e situações indiferentes
eventualmente associados a esse comportamento. Os usuários de drogas referem, por
exemplo, que o ver certos lugares ou pessoas, o ouvir certas músicas, etc.,
desencadeando-lhes a vontade de usar sua droga preferencial.
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anterior e parte do lobo temporal. Deste núcleo partem eferências para o septo,
hipotálamo, área cingulada anterior e lobos frontais. Devido às suas conexões aferentes e
eferentes o núcleo accumbens desempenha importante papel na regulação da emoção,
motivação e cognição.
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extracelular de dopamina no núcleo accumbens, uma área do sistema dopaminérgico
mesolímbico, incluindo as drogas: cocaína, anfetamina, opióide, álcool, cafeína,
barbitúrico e nicotina.
Como foi descrito por Nastler (1994) a dopamina atua na proteína G, alterando os
níveis de AMPc no núcleo accumbens. O AMPc ativa várias proteínas quinases que
regulam fatores de transcrição como CREB (elementos que se ligam à proteína em
resposta ao AMPc). Estes fatores de transcrição ligam-se a regiões especificas no DNA
promovendo aumento ou diminuição na velocidade de certas transcrições gênicas. O
stress agudo e principalmente crônico contribui com a liberação intensa de
glicocorticóides, que são conhecidos por aumentarem a sensibilidade do núcleo
accumbens ao abuso de drogas, porque facilita a liberação da dopamina neste núcleo.
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no auxílio e acompanhamento da recuperação de usuários em clínicas de tratamento e
em pesquisas. Há testes disponíveis para a detecção de qualquer tipo de substância
psicoativa (maconha, cocaína, barbitúricos, opiáceos, anfetaminas e ecstasy).
Há três tipos de exames capazes de detectar a presença de drogas no organismo:
EXAME DE URINA
As drogas são geralmente destruídas (metabolizadas) pelo fígado e eliminadas
pela urina. Portanto, analisar a urina em busca de metabólitos das drogas é um dos
métodos para se detectar a presença do consumo de drogas. A urina é geralmente aceita
como amostra para verificar o uso recente de drogas de abuso, mas não permite distinguir
o usuário ocasional do abusivo ou do dependente. O período de duração da
detectabilidade das drogas varia de acordo com a freqüência e intensidade do uso das
mesmas. Este período pode variar de poucas horas até 27 dias (ver tabela abaixo). A
análise de amostras de urina podem detectar o uso de maconha e de cocaína em
períodos mais longos. Já o álcool é metabolizado e eliminado rapidamente e os exames
toxicológicos detectam somente o uso feito nas últimas horas. A exata concentração da
droga ou de seu metabólito presente na urina não pode ser estimada; oferecendo um
resultado preliminar. A quantificação da droga é realizada, quando solicitada, por
metodologia específica em centros especializados. Portanto, a interpretação do resultado
desta triagem deve ser submetida à consideração clínica e ao julgamento profissional do
médico. Ainda, as concentrações de detecção do método seguem as recomendações da
"Substance Abuse and Mental Health Services Administration" SAMHSA, EEUU..
DURAÇÃO DA DETECTABILIDADE DAS DROGAS DE
ABUSO NA URINA:
Anfetamina 48 horas
Metanfetamina 48 horas
Barbitúricos:
Ação curta 24 horas
Ação Intermediária de 48 a 72 horas
Ação Prolongada 7 dias ou mais
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Benzodiazepínicos 3 dias (dose terapêutica)
Canabinóides (maconha):
Uso Único 3 dias
Uso Moderado 4 dias
Uso Intenso (diário) 10 dias
Uso Crônico de 21 a 27 dias
EXAME DE SANGUE
Pesquisa direta da droga no sangue. O exame de sangue possibilita apenas
verificar o uso recente de substâncias (algumas horas). Este exame é realizado em
centros especializados.
TESTE DO CABELO
A análise de amostras do cabelo ainda não é considerada válida por ter sua
eficácia e utilidade sendo discutida no meio cientifico. Portanto, a credibilidade deste
tipo de teste precisa de mais estudos. O cabelo cresce cerca de um centímetro por
mês. A base do fio está dentro do couro cabeludo e é ricamente irrigada pelo sangue.
Quando alguém usa uma droga, parte da substância é absorvida pelo sangue que irriga
o couro cabeludo e se deposita no cabelo. Quando ele cresce, leva a droga acumulada
consigo. Com isso, o teste do cabelo seria capaz de detectar o consumo de drogas por
vários meses (cada centímetro de cabelo seria um mês de uso). É importante salientar
que os teste de detecção de drogas só podem ser realizados após autorização do
indivíduo por escrito ou em condições de urgência clínica. No ambiente hospitalar a
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triagem para drogas de abuso é realizada exclusivamente para avaliação e suporte da
conduta médica, não podendo ser utilizado como subsídio para outras ações.
O RIAH – Radioimmunoassy of Hair é um teste para a detecção de usuários de
entorpecentes baseado na análise de amostras de fios de cabelos. Vantagens: O
aumento da janela de detecção em até 45 vezes, a estabilidade da presença de traços
indicadores do consumo nos fios de cabelo e a possibilidade da coleta ser realizada em
um ambiente não-laboratorial.
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