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1EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DO JUIZADO


ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE QUEDAS DO IGUAÇU - PR.

xxxxxxxx, brasileira, casada, do lar, portadora do RG nº xxxxxxxxxxxxx,


inscrita sob CPF nº xxxxxxxxxxxxxxxxx, com endereço na xxxxxxxxxxxxxxxx, nº 1362,
AP01, centro, xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx– PR, por meio de sua advogada ao final assinada,
instrumento procuratório em anexo (doc. 1), vêm, respeitosamente ante a presença de
Vossa Excelência, com fulcro no art. 186, art. 927 do Código Civil e art. 6º VI, 14 e 17 do
Código Defesa do Consumidor, propor

AÇÃO DE REPARAÇÃO POR COBRANÇA INDEVIDA C/C REPARAÇÃO POR DANOS


MORAIS, COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA,

em face de BRASIL TELECOM – OI, pessoa jurídica de direito privado,


CNPJ nº 76.535.764/0001-43, sediada na Sia/Sul – ASP – Lote D, Bloco B, s/nº, no
município de Brasília, Distrito Federal, CEP: 71.215-000, o faz pelas razões de fato e de
direito que se seguem.

I – SÍNTESE DOS FATOS:

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Em setembro de 2008, a requerente teve seus documentos extraviados
(por furto ou perda), vindo a registrar ocorrência policial posteriormente, quando se
certificou de que os referidos documentos não estavam mesmo perdidos em casa,
conforme cópia do boletim anexo. Esta era a providência necessária e cabível para o
evento.
Para surpresa da requerente, em agosto do corrente quando a mesma foi
fazer compras a prazo em determinado estabelecimento comercial, foi comunicada que
não era possível efetivar seu cadastro devido a restrições junto aos serviços de proteção
ao crédito.
Para certificar-se que constava realmente dívida vinculada ao seu nome
nos serviços de proteção ao crédito, a requerente dirigiu-se até a ACIQI – Associação
Comercial e Industrial de Quedas do Iguaçu/PR e descobriu que seu CPF aparece com
restrições no SCPC (declaração anexa). Consta, dentre as restrições, duas dívidas com a
requerida. Ora, marginais utilizaram-se da documentação extraviada para contratação de
vários negócios em nome do requerente.
As restrições em seu nome com a requerida são as seguintes: contrato nº
3503871090 e 3503871103, ambos com data débito de 17/agosto/2009, nos seguintes
valores respectivamente R$ 275,66 (duzentos e setenta e cinco reais e sessenta e seis
centavos) e R$ 1.703,19 (hum mil setecentos e três reais e dezenove centavos).
A requerente entrou em contato com a requerida por diversas vezes, mas
os atendentes desta, sempre achavam uma desculpa para não resolver a questão. Prova
disto são alguns dos nº de protocolos abaixo relacionados, em que a requerente entrou
em contato com a requerida, e simplesmente a enrolaram e não resolveram à questão.
Protocolos nº 20095100761551; 20095100751332; 20090966060750;
20096102282588.
Assim, diante das tentativas de resolver amigavelmente a situação
restarem infrutíferas, vem a requerente ante este douto juízo requer a retirada imediata do
seu nome dos serviços de proteção ao crédito, bem como ressarcimento dos valores
indevidos e indenização pelos danos ocasionados pela empresa requerida.
Inconformada e humilhada com a atitude leviana da empresa requerida,
não teve alternativa o autor, senão socorrer-se do Poder Judiciário para ver seus direitos
tutelados.

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II – DA TUTELA ANTECIPADA:

Inicialmente, no tocante a esse tópico, cumpre-nos o dever de enfatizar


que é perfeitamente cabível a antecipação dos efeitos da tutela de mérito em sede dos
Juizados Especiais. Nesse sentido:
“É compatível com o rito estabelecido pela Lei nº 9.099/95 a tutela antecipada a
que alude o art. 173 do CPC” (Enunciado n.º 6, da 1.ª Reunião realizada com os
Juízes de varas Cíveis e dos Juizados Especiais do Rio de Janeiro, dezembro
de 1995). Marisa Ferreira dos Santos – Desembargadora do TRF 3ª Reg. e ex-
coordenadora dos Juizados Federais de SP e MS, in Sinopses Jurídicas, Ed.
Saraiva, 2004, p. 99.
Art. 273, CPC: O Juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou
parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que,
existindo prova inequívoca, se convença da verossimilhança da alegação e;
I – haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação; ou
II – fique caracterizado abuso de direito de defesa ou o manifesto propósito
protelatório do réu.
Toda negativação ou protesto gera dano de difícil reparação, constituindo
abuso e grave ameaça, abalando o prestígio creditício que gozava a requerente na Praça.
Todavia, a requerente nada deve, razão pela qual a negativação no
cadastro de inadimplentes é totalmente descabida! Tem-se por concluir que a atitude da
Requerida, ou seja, de negativar o nome da requerente, não passa de uma arbitrariedade,
eivada de mero descontrole administrativo, que deverá por isso, ao final, ser declarada
insubsistente, em caráter definitivo.
Além do prejuízo moral intrínseco ao ato ilícito praticado pela requerida ao
inserir indevidamente o nome do requerente nos cadastros de inadimplentes, o
requerente está sofrendo danos patrimoniais ao deixar de realizar a contratação de
serviços com outras empresas.
É claríssimo que o requerente teve seu nome inserido indevidamente nos
cadastros de maus pagadores e que, se não for deferida tutela antecipada para a retirada
do seu nome pela empresa requerida, o requerente continuará sofrendo danos morais e
materiais.

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Verifica-se, MM. Juíza, que a situação da requerente atende,
perfeitamente, a todos os requisitos esperados para a concessão da medida
antecipatória, pelo que se busca, antes da decisão do mérito em si, a ordem judicial para
sustação dos efeitos de negativação de seu nome junto aos SCPC e demais órgãos de
proteção ao crédito; para tanto, requer-se de Vossa Excelência se digne determinar a
expedição de Ofício à empresa-Ré para retirar o nome do Reclamante de tais órgãos sob
pena de pagar R$ 100,00 (cem reais) de multa diária, caso não cumpra a ordem judicial
que será exarada por Vossa Excelência.

III – DO DIREITO:

A empresa requerida, sendo fornecedora de serviços, deveria fazer todas


as verificações para acautelar-se contra fraudes, conferindo identidade, documentação,
assinaturas, comprovantes de residência, etc. A área da atividade empresarial exige que
a requerida, antes de negativar o nome de um cidadão, e de proceder a tão rigorosa
cobrança, proceda às verificações mínimas que permitam a detecção de fraude. Essas
cautelas não foram tomadas pela empresa, em prejuízo do requerente, que, no caso
aparece como consumidor por equiparação.

III.1. DOS DIREITOS DO CONSUMIDOR:

A relação, pois, é de consumo, e a requerida, por sua vez, é fornecedora,


sendo objetiva a sua responsabilidade. Neste sentido:
PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER CUMULADA COM
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. INSERÇÃO INDEVIDA DE NOME NO
SERASA. DOCUMENTOS FALSOS. RESPONSABILIDADE DO BANCO, AINDA
QUE SE TRATE DE RISCO DA ATIVIDADE ECONÔMICA. VALOR FIXADO
NOS LIMITES DA RAZOABILIDADE. IMPROVIMENTO DO RECURSO. I - No
entendimento jurisprudencial do egrégio Superior Tribunal de Justiça, a inscrição
indevida de nome em cadastro negativo de crédito, a par de dispensar a prova
objetiva do dano moral, que se presume, é geradora de responsabilidade civil
para a instituição bancária, desinfluente a circunstância de que, a abertura aí,
conta-se deu com base em documentos furtados e para tanto utilizados por
terceiro. II - Valor fixado nos limites da razoabilidade. III - Improvimento do

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recurso. (Apelação Cível nº 2003.001.22305, 13ª Câmara Cível do TJRJ, Rel.
Des. Ademir Pimentel. j. 04.02.2004).
Sobre a matéria, vejamos o que diz o Código de Defesa do Consumidor:
Art. 4º - A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o
atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e
segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem
como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios:
I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo
Art. 6º - São direitos básicos do consumidor:
I - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais,
coletivos e difusos;
VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção
ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a
proteção Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados;
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus
da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou
quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;
Art. 14 - O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência
de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à
prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua
fruição e riscos.
A reparação por danos patrimoniais e morais é, como visto, um dos
basilares do Direito do Consumidor, devendo ser aplicada sempre que houver dano
patrimonial e moral ao consumidor.

III.2. DO DANO MORAL:

A indenização por danos imateriais tem o escopo inibitório, para coibir de


forma eficaz a reincidência. Deve servir como séria reprimenda ao ofensor, a fim de evitar
a recidiva.
Deste modo, baixos valores ao invés de coibirem, incentivam o desleixo e
a grave negligência inconseqüente da instituição financeira.
Também pertine a lição do professor Carlos Alberto Bittar:
“Também são cumuláveis os pedidos de indenização por danos patrimoniais e
morais, observadas as regras próprias para o respectivo cálculo em concreto,

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cumprindo-se frisar que os primeiros se revestem de caráter ressarcitório, e os
segundos, reparatórios, de sorte que insistimos na necessidade de, quanto a
estes, na respectiva fixação, adotar-se fórmulas que venham a inibir novas
práticas atentatórias à personalidade humana, para cuja defesa se erigiu a teoria
do dano moral, que vem sendo aplicada, ora com tranqüilidade, nos tribunais do
país.” (Responsabilidade Civil, Teoria e Prática, Rio, Forense Universitária,
1989, p. 90).
É importante, pois, que a reprimenda civil imposta através da indenização
por danos imateriais, de vez por todas, passe a tolher de maneira eficaz a contumácia da
instituição financeira ré.
Já é mansa e pacífica a jurisprudência nacional em relação à indenização
por danos morais quando o fornecedor insere indevidamente o nome de um consumidor
em cadastros de inadimplentes, vejamos:
“CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. DANO MORAL. INSCRIÇÃO NO CADIN.
PRESUNÇÃO. É indenizável por dano moral a simples circunstância de
inscrição indevida em cadastro de inadimplentes. Precedentes da Turma
(Recursos Especiais 639.969/PE e 690.230/PE, Rel. Min. Eliana Calmon).
Retorno dos autos à origem, para que seja fixado o valor da indenização. 3.
Recurso especial provido em parte.” (REsp 915593 / RS ; Resp 2007/0005235-2;
Rel. Ministro Castro Meira; T2 - Segunda Turma; 10/04/2007; DJ 23.04.2007, p.
251) (grifo nosso).
No mesmo sentido:
“AGRAVO INTERNO. RECURSO ESPECIAL - DANOS MORAIS - INSCRIÇÃO
INDEVIDA NA SERASA – QUANTUM INDENIZATÓRIO - RAZOABILIDADE -
REVISÃO PROBATÓRIA - SÚMULA 7/STJ. A exigência de prova de dano
moral se satisfaz com a demonstração da existência de inscrição indevida no
cadastro da SERASA. É possível a intervenção desta Corte para reduzir ou
aumentar o valor indenizatório por dano moral apenas nos casos em que o
quantum arbitrado pelo acórdão recorrido se mostre irrisório ou exagerado,
situação que não ocorreu no caso concreto. A reapreciação das provas que
nortearam o acórdão hostilizado é vedada nesta Corte, à luz do enunciado 7 da
Súmula do Superior Tribunal de Justiça. Agravo improvido. (AgRg no REsp
762267 / RS ; AgRg no REsp 2005/0105030-5; Rel. Ministro Castro Filho; T3 -
Terceira Turma; 20/04/2006; DJ 15.05.2006, p. 212) (grifo nosso).

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A eminente jurista MARIA HELENA DINIZ (Curso de Direito Civil
Brasileiro, 7.º vol., 9.ª ed., Saraiva), ao tratar do dano moral, ressalva que a REPARAÇÃO
tem sua dupla função, a penal:
(...) constituindo uma sanção imposta ao ofensor, visando à diminuição de seu
patrimônio, pela indenização paga ao ofendido, visto que o bem jurídico da
pessoa (integridade física, moral e intelectual) não poderá ser violado
impunemente", e a função satisfatória ou compensatória, pois "como o dano
moral constitui um menoscabo a interesses jurídicos extra patrimoniais,
provocando sentimentos que não têm preço, a reparação pecuniária visa
proporcionar ao prejudicado uma satisfação que atenue a ofensa causada. Daí,
a necessidade de observarem-se as condições e ambas as partes.
Neste sentido:
DANO MORAL. INSCRIÇÃO INDEVIDA NO SPC. ABALO DE CRÉDITO. DANO
MORAL CARACTERIZADO. Configura dano moral tanto a inscrição como a
manutenção do nome do suposto devedor nos bancos de dados dos órgãos
controladores do crédito quando não houver dívida, independentemente de
comprovação do prejuízo material sofrido pela pessoa indigitada ou da prova
objetiva de abalo à sua honra e à sua reputação, porque presumidas as
conseqüências danosas resultantes de tais fatos." (Apelação cível n.
2004.010104-0, de Araranguá, rel. Des. Luiz Carlos Freyesleben, j.05.08.04)
(grifos nossos)
Assim resta comprovada a obrigação da empresa requerida reparar os
danos que causou, pois além de inscrever indevidamente o nome da requerente nos
serviços de proteção ao crédito, depois de informado do fato, o manteve, e não tomou
nenhuma providencia para que este fato fosse solucionado. Fazendo com que a
requerente continuasse com restrições, sofrendo constrangimentos.

III.3. DA COBRANÇA INDEVIDA:

Os fatos documentados e provados nesta exordial demonstram


claramente que se trata de uma COBRANÇA INDEVIDA por parte da requerida. Nenhuma
irregularidade cometera a requerente, que autorizasse a empresa requerida a manter o
nome da mesma nos Serviços de Proteção ao Crédito.
Tal apontamento, portanto, deve ser, DATA MAXIMA VENIA,
CANCELADO por este M.M. Juízo, já que ilegal.

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Essa inclusão irregular, como confirma a situação revelada nos autos,
resulta em prejuízos patrimoniais, na medida em que restringe, ou quase sempre, impede
a formalização de negócios comerciais e de atividade de consumo. Enfim, afeta o crédito
do consumidor com grave repercussão no âmbito moral.
A inscrição do nome do requerente na lista dos maus pagadores e a
conseqüente e inevitável restrição de seu crédito atingem-lhe a dignidade e afetam a sua
reputação social, na medida em que sua credibilidade e honorabilidade vêem-se
injustamente reduzidas perante seus concidadãos, até mesmo diante do comerciário que
lhe atende e noticia a restrição imposta.
Ainda, deve destacar-se que por se tratar de uma cobrança indevida, tem
a requerente o direito a repetição de indébito em dobro prevista pelo parágrafo
único, do art. 42, do CDC representa hipótese legal de punitive damage
(indenização com finalidade de sanção) em função da violação ao dever
intransponível do fornecedor de agir de acordo com o parâmetro de qualidade.
Pelo fato por ter cobrado quantia indevida que não tinha direito, a
obrigação de indenizar a Requerente, de acordo com os mandamentos legais, de acordo
com o Código Civil Brasileiro em seu art. 186.
Na mesma linha, vem se manifestando alguns de nossos tribunais:

“(...)Portanto, inexigível a quantia indicada no demonstrativo de débito.


A restituição em dobro do que foi indevidamente exigido é igual cabível,
nos termos do art. 940 do Código Civil, não havendo qualquer justificativa
para isentar a parte da penalidade imposta”.(Proc. N° 54/2004, Itu-SP, 7
de junho de 2.004, J.D. ANDREA RIBEIRO BORGES, fonte: Revista
Consultor Jurídico)

Claríssimo é dever de indenizar da requerida, já que, em decorrência de


uma série de procedimentos inadequados e incorretos de seus empregados, a requerente
SOFREU GRAVÍSSIMOS DANOS MORAIS, TENDO SUA HONRA, INTEGRIDADE E
IMAGEM IRREVERSIVELMENTE ABALADAS.
III.4. DO VALOR DA INDENIZAÇÃO DO DANDO MORAL:

A indenização, a título de danos morais, possui dois parâmetros: o


caráter compensatório para a vítima do dano e o caráter punitivo- preventivo, para punir o
ofensor daquele ato ilícito praticado e evitar que venha a praticá-lo novamente.

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Manifesta-se neste sentido, o professor ARAKEN DE ASSIS, in
Indenização do Dano Moral, RJ nº 236, jun/97, p. 5:
“Quando a lei, expressamente, não traçar diretrizes para a fixação do
valor da indenização, (...) caberá o arbitramento, no qual se atenderá, de
regra, à dupla finalidade: compensar a vítima, ou o lesado, e punir o
ofensor”.
Para fixar o quantum indenizatório, deve-se levar em conta a situação e o
estado da requerente e também a CAPACIDADE PATRIMONIAL DA REQUERIDA, sob
pena de, com uma condenação irrisória, estimular práticas similares e futuras pelas
requeridas.
Neste sentido, trazemos a seguinte reportagem:
“A Brasil Telecom foi condenada a indenizar por danos morais em R$ 14 mil um
consumidor que teve o nome incluído indevidamente em órgãos de proteção ao
crédito. A 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais do Distrito Federal
manteve a sentença do juiz Ben-Hur Viza, do 2º Juizado Especial de
Competência Geral do Núcleo Bandeirante. A empresa foi condenada ainda a
providenciar a definitiva exclusão de qualquer negativação que tenha promovido
contra o autor da ação, em razão do débito discutido no processo, no prazo de
cinco dias úteis, sob pena de multa diária no valor de mil reais, até o limite de R$
82 mil. A Brasil Telecom não pode mais recorrer da decisão.”
(http://www.endividado.com.br/materias_det.php?id=19206, obtido em
16.11.2009)
A requerente é pessoa honrada, de bom nome, cidadã cumpridora de
seus direitos e obrigações, pautando sua vida sempre pela observância de rígidos
princípios éticos e morais.
Em relação à situação e ao estado do requerente, pode-se, por um
momento, pensar que uma indenização causaria enriquecimento ilícito, ou sem causa, ou
indevido.
Ainda que esse valor cause enriquecimento, dada a atual situação
econômica da vítima, essa INDENIZAÇÃO É JUSTA E DEVIDA, pois ela sofreu um
grande dano moral causado pela requerida, assim a indenização poderá pelo menos
amenizar a dor sentida pela requerente.

IV – DA SITUAÇÃO ECONÔMICA DA REQUERIDA:

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Acerca da capacidade patrimonial da requerida, não é difícil justificar que
uma indenização de valor irrisório não abala em nada a estrutura da empresa, já que a
requerida obteve, no ano de 2008, LUCRO LÍQUIDO DE R$ 782,2 milhões, conforme
notícia veiculada no sítio eletrônico:
http://ultimosegundo.ig.com.br/economia/2009/02/11/lucro+liquido+da+brasil+telecom+so
be+162+em+2008+3998955.html, obtido em 17.11.2009, às 15:24hrs.
“A Brasil Telecom registrou receita bruta consolidada de R$ 17.007 milhões em
2008, 6,3% superior à registrada em 2007. O lucro líquido consolidado foi de R$
782,2 milhões, 16,2% superior ao registrado no ano anterior e equivalente a R$
2,1579 por ação. A receita líquida de serviços da BrT Móvel totalizou R$
11.139,6 milhões em 2008, 2,3% acima da registrada em 2007. O Ebitda da BrT
Móvel foi de R$ 177,3 milhões em 2008, 245,2% acima do registrado no ano
anterior. Ao final de 2008, a Brasil Telecom atingiu a marca de 5,6 milhões de
acessos móveis, um aumento de 31,5% em relação a 2007(...)”
Em resumo, a requerida é uma das maiores empresas de
telecomunicações do Brasil e do mundo, e portanto deve receber uma sanção à altura de
seu lucro para que realmente seja compelida à não reincidir no ato danoso e ilícito que
cometeu contra a requerente.

V – DO PEDIDO:

Por todo exposto, requer-se a Vossa Excelência:

a) A concessão de TUTELA ANTECIPADA para determinar que a


requerida proceda na IMEDIATA RETIRADA do NOME DA REQUERENTE do cadastro
de devedores em que foi inserido; sob pena de multa diária (astreintes); ou se entender
Vossa Excelência ser cabível, que digne-se em determinar a remessa de Ofícios aos
Sistemas de Proteção ao Crédito para o fim da imediata retirada do nome da requerente
do cadastro de devedores.
b) Seja expressamente declarada NULA A COBRANÇA dos valores
objeto do protesto discutido nesta lide, promovido indevidamente pela ré em face do
autor, no valor de R$ 275,66 (duzentos e setenta e cinco reais e sessenta e seis
centavos) e R$ 1.703,19 (hum mil setecentos e três reais e dezenove centavos);

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c) A citação da requerida, na forma do art. 19, da Lei nº 9.099/95, para
comparecer à audiência pré-designada, a fim de responder à proposta de conciliação ou
querendo e podendo, conteste a inicial, sob pena de revelia e de confissão quanto à
matéria de fato, de acordo com o art. 20 da Lei 9.099/95;
d) Que seja julgada procedente a presente demanda, condenando-se a
requerida a restituir em dobro o valor cobrado indevidamente, perfazendo a quantia de R$
3.957,70 (três mil novecentos e cinqüenta e sete reais e setenta centavos), acrescidos de
juros e correção monetária;
e) A CONDENAÇÃO da requerida ao pagamento para o requerente, em
forma de INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS, na quantia de R$ 14.000,00 (quatorze
mil reais) da inserção indevida nos órgãos de restrição ao crédito; ou em outro valor a ser
arbitrado por Vossa Excelência, desde que, DATA MAXIMA VENIA, leve-se em
consideração o caráter punitivo e pedagógico da indenização; bem como as condições
financeiras da empresa ré;
f) Requer ainda, a inversão do ônus da prova em favor da requerente,
conforme autoriza Art. 6º, Inciso VIII, do Código de Defesa do Consumidor, para que se
apresente os contratos assinados para instalação das referidas linhas, bem como a
gravação da solicitação de providencias pedidos pela requerida;
g) Seja a requerida condenada ao pagamento de eventuais custas
processuais e honorários advocatícios equivalentes a 20% sobre o valor atualizado da
causa, consoante o art. 20 do CPC c/c. art. 13, da CF/1988.
h) Protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em
direito, especialmente pela produção de prova documental, como as demais provas que
se fizerem necessárias no decorrer da instrução processual.

Dá-se a causa o valor de R$17.957,70 (dezessete mil novecentos e


cinqüenta e sete reais e setenta centavos).

Nestes termos,
Pede deferimento.

Quedas do Iguaçu, 18 de novembro de 2009.

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Adriane Pegoraro
OAB/PR 49.290

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