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2010
ENG. ELÉTRICA MFA
PUC Minas 2010
1)- INTRODUÇÃO
A preocupação com a qualidade da energia elétrica fornecida aos consumidores nasceu junto
com as primeiras experiências comerciais relacionadas com a geração, a transmissão e a
distribuição de energia, no século XIX. Já em 1934 a legislação brasileira estabelecia, em seu
Código de Águas, os primeiros indicadores de controle sobre esta qualidade.
Durante muito tempo a preocupação com o assunto estava focada exclusivamente no objetivo
de minimizar as horas de interrupção sustentada de energia. Já nas décadas de 1970 e 80,
questões como distorções harmônicas e cintilação luminosa (flicker), começaram a ser
intensamente discutidas pela comunidade do setor elétrico nacional, daí resultando alguns
procedimentos impostos pelas concessionárias quando do atendimento de novas cargas
industriais, sem, contudo, se estabelecer uma legislação específica sobre o assunto.
Somente no final da década de 1990 a questão começou a tomar rumos mais concretos, sendo
finalmente instituída pela recém criada ANEEL, o Grupo de Trabalho Especial – Qualidade
de Energia Elétrica, coordenado pelo ONS e constituído por representação dos diversos
Agentes, Universidades, Consumidores, etc. e encarregado de realizar ampla revisão da
questão QEE, levando em consideração novos e mais amplos objetivos. Como resultado, foi
preparado o documento Procedimentos de Rede. Este documento, em seu Submódulo 2.2 -
Padrões de Desempenho da Rede Básica, aprovado pela resolução ANEEL número 791/02 de
24/12/2002, tem como objetivo balizar as ações do Operador Nacional do Sistema Elétrico -
ONS visando à proposição das ampliações e reforços da Rede Básica, bem como subsidiar a
coordenação do acesso ao sistema de transmissão; subsidiar os estudos de planejamento e
programação da operação, bem como a própria operação em tempo real do sistema de
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transmissão; subsidiar os usuários conectados, ou que requeiram conexão, à Rede Básica com
as informações necessárias sobre os padrões de desempenho a serem atendidos pela Rede
Básica.
A Rede Básica é formada pelas instalações de tensão igual ou superior a 230 kV, incluindo
algumas linhas de 138 kV, e constitui a espinha dorsal do sistema de transmissão brasileiro.
Os diversos indicadores apresentados no Submódulo 2.2 têm seus valores acompanhados pelo
ONS de forma a garantir o desempenho da Rede Básica de acordo com os padrões globais
estabelecidos para os indicadores de flutuação de tensão, desequilíbrio de tensão, distorção
harmônica, variação de freqüência e tensão em regime permanente, além de disponibilizar e
avaliar, visando correções, os valores dos indicadores associados à continuidade do
fornecimento e as variações de tensão de curta duração.
O termo qualidade de energia elétrica reúne uma série de antigos e novos conceitos utilizados
em engenharia elétrica. Problemas que eram tratados individualmente pelos engenheiros
passaram a receber um enfoque sistêmico, existindo algumas razões que justificam esta
mudança no modo de tratar a questão:
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2 - Muitos sistemas e/ou processos são conectados em rede. Em processos contínuos, a falha
de um dos componentes tem conseqüências importantes, podendo resultar na interrupção de
todo o processo.
4 – Uma maior conscientização por parte dos consumidores sobre a questão “qualidade da
energia elétrica”, faz crescer o nível de demanda sobre informações relativas a questões como,
por exemplo, interrupções, afundamentos de tensão, harmônicos e transitórios.
O fornecimento de energia elétrica de forma confiável, com a tensão fornecida dentro dos
limites normalizados, é o que se deve esperar dos sistemas das concessionárias. Entretanto, o
fornecimento da energia elétrica, de forma contínua e isenta de perturbações não é uma tarefa
realista. Boa qualidade no suprimento de energia não significa uma energia perfeita. A
utilização normal de eletricidade gera perturbações e a ocorrência de problemas no sistema
elétrico, provocados por fenômenos naturais ou por ações deliberadas sobre o sistema, irá
sempre acontecer. A natureza dessas perturbações, sua severidade e sua freqüência de
ocorrência irá variar de um local para outro do sistema, afetando as cargas dos consumidores
e ,em muitos casos, sendo afetadas por estas.
Qualidade de energia elétrica pode ser definida como a ausência relativa de variações de
tensão provocadas pelo sistema da concessionária, particularmente a ausência de
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desligamentos, flutuações de tensão, transitórios e harmônicos, medidos no ponto de entrega
de energia. Esta é uma definição vista sob o enfoque da identificação de qual é o nível de
qualidade da energia fornecida pela concessionária.
Do ponto de vista do consumidor, a qualidade de energia elétrica pode ser definida como
sendo a ausência de variações manifestadas na tensão, corrente ou freqüência que resultem em
falhas ou má operação de seus equipamentos .
Todo equipamento é projetado para operar dentro de uma certa faixa de tensão. A maioria de
problemas de tensão, associados aos computadores e outras cargas sensíveis, não é devido,
simplesmente, à ocorrência de tensões de regime fora da faixa normal de operação, mas sim a
variações de tensão de curta duração. O problema torna-se mais complicado devido ao fato de
que a sensibilidade dos equipamentos a essas variações de tensão é diferente em cada caso.
Equipamentos distintos de uma mesma categoria, porém de fabricantes diferentes, apresentam
níveis diferentes de sensibilidade.
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concessionárias quanto os dos consumidores, passaram a ter que conviver com o problema da
distorção da onda de tensão e suas conseqüências.
Os fenômenos relativos à Qualidade da Energia Elétrica podem ser considerados como sendo
um sub-conjunto de um grupo mais amplo de fenômenos eletromagnéticos que integram as
questões tratadas dentro do tópico “compatibilidade eletromagnética”. Esta é, por exemplo, a
abordagem das normas IEC. Sob essa perspectiva, a garantia de que a qualidade da energia
elétrica é adequada é uma afirmação possível quando em um determinado ambiente
eletromagnético todos os equipamentos, dispositivos e sistemas forem capazes de funcionar,
lado a lado, em harmonia.
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Tabela 1.1- Categorias e características típicas de fenômenos eletromagnéticos de
sistemas elétricos
Transiente
Impulsivo
Nano segundos 5 ns (subida) <50 ns
Micro segundos 1 s (subida) 50 ns - 1 ms
Milisegundos 0,1 ms (subida) >1 ms
Oscilatório
Baixa freqüência < 5 kHz 0,3 - 50 ms 0 - 4 pu
Média freqüência 5 - 500 kHz 20 s 0 - 8 pu
Alta freqüência 0,5 - 5 MHz 5 s 0 - 4 pu
Variação de curta duração
Instantânea
Afundamento de tensão 0,5 - 30 ciclos 0,1 - 0,9 pu
Salto de tensão 0,5 - 30 ciclos 1,1 - 1,8 pu
Momentânea
Interrupção 0,5 ciclos - 3 s < 0,1 pu
Afundamento de tensão 30 ciclos - 3 s 0,1 - 0,9 pu
Salto de tensão 30 ciclos - 3 s 1,1 - 1,4 pu
Temporária
Interrupção 3 s - 1 min < 0,1 pu
Afundamento de tensão 3 s - 1 min 0,1 - 0,9 pu
Salto de tensão 3 s - 1 min 1,1 - 1,2 pu
Variação de longa duração
Interrupção sustentada > 1 min 0,0 pu
Subtensão > 1 min 0,8 - 0,9 pu
Sobretensão > 1 min 1,1 - 1,2 pu
Desequilíbrio de tensão Regime 0,5 - 2 %
Distorção de forma de onda permanente
Componente CC Regime 0 - 0,1 %
Harmônico 0 – 100º harmônico permanente
Regime 0 - 20 %
Inter-harmônico 0-6 kHz permanente
Regime 0-2%
Corte (notching) permanente
Regime
Ruído Banda de espectro permanente
Regime 0 - 1%
Flutuação de tensão < 25 Hz permanente
Intermitente 0,1 - 7 %
Variação de freqüência < 10 s
Fonte: IEEE 1159, 1995.
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1.0
0.0
-1.0
-2.0
0.00 0.05 0.10 0.15 0.20 0.25 0.30
Tempo (seg)
Transitório Transitório
2.0 Harmônicos impulsivo oscilatório
Tensão (pu)
1.0
0.0
-1.0
-2.0
0.30 0.35 0.40 0.45 0.50 0.55 0.60
Tempo (seg)
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Tabela 1.2 - Principais causas dos fenômenos eletromagnéticos conforme IEEE 1159
Categorias Principais Causas
Transitórios
Impulsivos Descargas atmosféricas
Oscilatórios Energização de bancos de capacitores
Variações de curta duração
Afundamentos de tensão Faltas, chaveamento de cargas pesadas, partida de grandes motores
Salto de tensão Faltas - Curto circuito fase-terra provocando elevação de tensão na
fase sem falta
Interrupção Faltas, falhas em equipamentos, disfunção de controle
Variações de longa duração
Interrupção sustentada Falhas de natureza permanente e que necessitam de intervenção
manual para sua restauração
Subtensões Ligação de cargas, desligamento de banco de capacitores
Sobretensões Desligamento de cargas, ligação de banco de capacitores
Desequilíbrio de tensão Desbalanceamento de cargas, anomalias em bancos de capacitores
Distorção de forma de onda
Nível de CC Distúrbios geomagnéticos, retificação de meia onda
Harmônicos Características não lineares de cargas e dispositivos
Interharmônicos Conversores estáticos de freqüência, ciclo conversores, motores de
indução e dispositivos a arco.
Cortes Operação normal de dispositivos de eletrônica de potência
Ruído Dispositivos eletrônicos, circuitos de controle, equipamentos a arco,
retificadores de estado sólido, fontes chaveadas
Flutuações de tensão Fornos a arco
Variações de freqüência Saída de grande bloco de cargas ou perda de um grande gerador
a) Transitórios
Os transitórios são classificados como impulsivos ou oscilatórios. transitórios impulsivos são
repentinas variações, unidirecionais em polaridade, nas condições de regime permanente de
tensão, corrente, ou ambas. Eles são caracterizados por seus tempos de subida e decaimento,
elo conteúdo espectral e pela máxima amplitude alcançada1 e são classificados em três
categorias de acordo com seu tempo de subida. Transitórios impulsivos podem excitar
circuitos ressonantes do sistema elétrico produzindo os transitórios oscilatórios, que consistem
1
Um transitorio impulsivo indicado por 1,2/50 s 2000 V atinge seu valor máximo (2000 V) em 1,2 s e decai à
metade deste valor em 50 s.
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b) Variações de tensão
Variações de tensão são alterações no valor médio quadrático de uma tensão (pode-se também
classificar variações de corrente desta forma). Estas variações são classificadas conforme sua
duração e amplitude como na tabela 1.1. Elas são divididas em variações de curta duração, de
até um minuto, e variações de longa duração, mais longas que um minuto.
Interrupções rápidas
Uma interrupção rápida ocorre quando a tensão eficaz da fonte ou a corrente de carga
decresce a menos que 0.1 pu, por um período de tempo entre 0,5 ciclo e 1 minuto. As
interrupções rápidas são resultado de faltas no sistema, falhas em equipamentos e mal
funcionamento de dispositivos de controle. Quando causadas por faltas no sistema da
concessionária, têm seu tempo determinado pelo tempo de operação de dispositivos de
proteção do sistema elétrico (disjuntores/religadores). Quando causadas por mal
funcionamento de equipamentos ou por falhas de conexões, têm um tempo de duração
irregular.
Afundamentos de tensão
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Afundamento de tensão é a terminologia mais utilizada no Brasil. Na literatura internacional os termos
correspondentes mais utilizados são voltage sag e voltage dip.
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devemos tratá-lo como um afundamento em que a tensão caiu para 80%.
As causas típicas para os afundamentos de tensão estão associadas a faltas no sistema em
geral, grandes variações de carga e partidas de grandes motores. Quando da ocorrência de
faltas no sistema, os afundamentos de tensão ocorrem devido à circulação de corrente de falta
pela impedância do sistema, ocasionando uma queda de tensão no ponto de interesse. Nestes
casos os afundamentos têm seu tempo determinado por dispositivos de eliminação de faltas.
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Saltos de tensão
O salto de tensão3 consiste no aumento da tensão eficaz, à freqüência industrial, para uma
faixa entre 1,1 e 1,8 pu, ocorrendo num intervalo de 0,5 ciclo a 1 min. A duração dos saltos
de tensão classifica-os em três categorias: instantâneos, momentâneos e temporários.
A terminologia adequada para tratamento dos saltos de tensão nos indica que, por exemplo,
para um “salto de 20%” a tensão resultante é de 1,2 pu. Sendo assim devemos tratá-lo como
um salto de tensão para 120%.
As causas típicas para os saltos de tensão estão associadas a faltas no sistema em geral, saída
de grandes cargas ou energização de bancos de capacitores. Quando da ocorrência de faltas no
sistema, os saltos de tensão ocorrem na fase não atingida pela falta. Nestes casos, a
severidade do salto de tensão durante a condição de falta é determinada pela localização da
falta, impedância do sistema e características de aterramento. Próximo à subestação haverá
pouco ou nenhum salto de tensão pelo fato da usual conexão delta-estrela prover um caminho
de baixa impedância de seqüência zero para a corrente de falta.
Figura 1.6- Salto de tensão devido a uma falta fase – terra no sistema.
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Salto de tensão é a terminologia mais utilizada no Brasil. Na literatura internacional o termo correspondente
mais utilizado é voltage swell.
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b.2) Variações de tensão de longa duração
Sobretensões
As sobretensões são caracterizadas pelo aumento no valor eficaz da tensão CA para um valor
entre 1,1 e 1,2 pu, à freqüência industrial, por um tempo superior a 1 minuto. Podem ser
resultado de chaveamento de carga, ou variações na compensação reativa do sistema.
Sistemas com pouca capacidade de regulação estão sujeitos a sobretensões. Ajustes de tensão
em transformadores feitos incorretamente também resultam em sobretensões.
Subtensões
As subtensões são caracterizadas pela redução no valor eficaz da tensão CA para um valor
entre 0,8 e 0,9 pu, à freqüência industrial, por um tempo superior a 1 minuto. São, geralmente,
resultado da entrada de grandes blocos de carga no sistema ou pela saída de bancos de
capacitores até que os dispositivos de regulação de tensão do sistema tragam a tensão de volta
para os limites de tolerância.
Interrupções sustentadas
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c) Harmônicos
É importante ressaltar que a distorção harmônica é um fenômeno que deve ser tratado como
sendo de regime permanente. A distorção de forma de onda, provocada pelos componentes
harmônicos, deve estar presente, continuamente, por pelo menos alguns segundos [25].
tensão
distorci
queda de
da
+ tensão -
senóid
e pura I (distorcida)
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Ocorrem distúrbios de energia nos sistemas elétricos de potência (SEP) desde o início de sua
criação, no final do Séc. XIX. Ao longo dos anos, as cargas passaram a ser mais sensíveis a
estes distúrbios e consequentemente a exigir uma energia elétrica de maior qualidade.
requerido tem aumentado muito nos últimos anos. A energia é vista como um produto e não
mais como um serviço. Como todo produto, passa a ser analisado pelas sua qualidade e preço.
Muitos consumidores não sabem a que tipo de distúrbios da QEE estão sendo expostos. Se
são problemas com afundamentos de tensão, harmônicos, desequilíbrio ou outro distúrbio. Os
estudos e o trabalho de conscientização a respeito dos problemas de QEE são recentes.
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Tabela 1.3- Perturbações mais Comuns: Causas e Equipamentos Afetados
Causas associadas ao Causas associadas à Equipamentos afetados
consumidor concessionária
Aterramento 28% Afundamentos de tensão 55% Computadores e 43%
Indevido/Surtos Processadores
Defeitos em 28% Perda de Tensão 13% Acionamentos a 13%
Equipamentos velocidade variável
Afundamento e 24% Aterramento 10% Iluminação-Flicker 8%
Saltos de Tensão
Harmônicos 17% Surtos 6% Motores 5%
Surtos 3% Outros 16% Relés 1%
Outros 30%
Ribeiro, P., Workshop on Power Quality, II SBQEE, nov. 1997
É economicamente inviável eliminar todas as faltas do SEP, para não haver afundamentos de
tensão. Ao se esgotar as melhorias no SEP, a solução seria adequar os sistemas dos
consumidores à realidade existente. Existem soluções, dependendo de cada consumidor. Para
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um consumidor específico ela deve ser acompanhada de um estudo da relação custo benefício.
Não adianta reduzir o número de afundamentos se o custo for maior do que o prejuízo
causado pelos distúrbios. Às vezes, existem soluções simples como mudanças nas
especificações dos equipamentos para gerar uma redução significativa no número de
interrupções de equipamentos e/ou processos.
Devido à generalidade dos parâmetros envolvidos (características do SEP, das cargas, do tipo
de falta e proteção), o afundamento de tensão é um problema de análise complexa. Esta requer
um conhecimento das características do distúrbio, informações estatísticas, probabilidade de
ocorrência do afundamento, sensibilidade dos equipamentos e, informações do prejuízo
causado pelo distúrbio.
2- Afundamento de Tensão
2.1- Definição
Afundamento de tensão é uma redução do valor eficaz de tensão, numa faixa de 0,1 a 0,9 pu,
com duração de 0,5 ciclo a 1 min. Caracteriza-se pela sua amplitude, tempo de duração e
freqüência de ocorrência. Um afundamento 0,8 pu significa que o valor eficaz da tensão caiu
em 20%, resultando em uma tensão de 0,8 pu. Na figura, um afundamento de 50% durante um
certo intervalo de tempo.
1.5
1.0
0.5
0.0
-0.5
-1.0
-1.5
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Os afundamentos de tensão, por partidas de grandes motores, podem ser controlados e não são
severos (em geral) para causar problemas nas cargas sensíveis. Eles partem de forma indireta
(como chaves soft-starter). Esta partida de grandes motores é uma causa secundária dos
afundamentos. As faltas no SEP ocorrem devidas, principalmente, às descargas atmosféricas,
defeitos em equipamentos, contato de animais ou árvores e, outras causas naturais. Se ocorrer
um curto circuito, o afundamento se inicia e continua presente até que a proteção atue.
Os curtos circuitos nem sempre acontecem através de uma impedância de falta nula.
Normalmente existe uma impedância de falta, constituída pela associação dos elementos:
- resistência do arco elétrico entre o condutor e a terra, ou entre dois ou mais condutores;
- resistência de contato devido à oxidação no local da falta;
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O funcionamento normal do sistema elétrico é geralmente entre 0,95 – 1,05 pu. Ao longo do
um dia, ele varia de acordo com a sua curva de carga, com elevações e quedas. Se for
asssumido que a tensão pré falta é de 1 pu, está-se cometendo um erro no cálculo da
amplitude do afundamento. A tensão pré falta real pode ser maior ou menor que 1 pu.
O cálculo da amplitude pode ser feito, para sistemas radiais, através de um divisor de tensão
básico. Para sistemas mais complexos ele não é viável. Para uma tensão V na fonte, resulta:
V
Vafund Local da falta
Z1 Z2
Ponto de
Fonte interesse Zf
Z2 Zf
Vafund V
Z1 Z2 Zf
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zero, situação que corresponde à situação de afundamento mais severo, já que a impedância
de falta contribui para reduzir o valor do afundamento.
DIAGRAMA UNIFILAR
12 kV F1
69 kV 1500kVA
480 V
F2 C Falta Trifásica neste ponto
ZS G 20MVA B A
F3
S
ZS G ZT S B A
j1,05
V B
j 0,20 j 0,67 j 0,70 j1,05
x1,00 0,40 p.u.
j 0,70 j1,05
V 12 kV
j 0,20 j 0,67 j 0,70 j1,05
x1,00 0,67 p.u.
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0,50
0,40
Tensão em B
0,00
Falta F2 abre F2 fecha F2 abre F2 fecha t
Nota: considerado que a falta é eliminada após a segunda abertura do disjuntor F2.
Carga
sensív
el
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100 100
Tensão (%)
Tensão (%)
80 1 80
60 60 1
2 2
40 3 40
3
20 20
0 0
200 400 600 200 300
800 Tempo (ms) 400 Tempo (ms)
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100
% Tensão
50
(área de sensibilidade)
% Tensão 100
50
(área de sensibilidade)
50
(área de sensibilidade)
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% Tensão 100
Microonda
Vídeo
50
Relógio Digital
Na figura, a seguir, tem-se uma idealização da forma de onda para um afundamento de tensão
de 50% com duração de 03 ciclos, com característica retangular.
1,0
Tensão eficaz em
0,5
pu
5 10 15
Tempo em ciclos
A maioria dos afundamentos de tensão não tem amplitude constante durante a sua duração,
como é o caso mostrado na Figura 2.10, em que a amplitude nas três fases varia ao longo do
seu tempo de duração. Apesar disto, a representação teórica da Figura 2.9 é amplamente
utilizada, e seu uso está implícito nos cálculos feitos pelos programas tradicionais de cálculo
de curto-circuito/afundamento.
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Fase a
Tensão eficaz
Fase c
Fase b
em pu
Tempo em Ciclos
Figura 2.10-formas mais reais dos afundamentos de tensão
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Para uma falta FT tem-se afundamento somente na fase defeituosa (Tipo B). Se a carga
estiver ligada em estrela, não enxergará mudanças no afundamento (tipo B). Se ela estiver
conectada em sentirá uma queda na amplitude e mudança no ângulo das duas fases não
faltosas, com a terceira mantendo-se inalterada (Tipo C).
Para faltas FF tem-se afundamento e mudança de ângulo nas 2 fases faltosas, a terceira não se
modifica (Tipo C). Caso a carga seja conectada em estrela ela não sentirá mudanças no
afundamento (Tipo C), mas em , verá um afundamento nas 3 fases e mudança de ângulo em
2 delas (Tipo D).
Ao passar de um lado para outro de um transformador pode haver mudança do tipo de falta
experimentado pelo sistema. Por exemplo, para uma falta FF ocorrida no lado primário de um
transformador -Y, uma carga conectada em Y no secundário experimenta um afundamento
Tipo D. Uma carga conectada em sentirá um afundamento Tipo C.
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A a
Falta TRANSFORMADOR
B : b
Zs Y/Y, /Y, / , ou Y/
C c
(Y aterrado ou Y)
Primário Secundário
Tabela 2.12: Tensões resultantes nas três fases em função da conexão do transformador
- Y aterrado c
-Y 0,58 1,53 1,53 0,58 0,58 1,00
b a
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sequência
positiva Vth VA1 Va1
secundár
primário io
jXs jXt 1:1
sequência
negativa VA2 Va2
sequência
zero VA0 Va0
V an
1 1
2
1 V a0
V bn
1 a a x
2
V a1
V cn
1 a a V a2
Vth = 1 pu
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2º CASO: Yaterrado – Y, Y – Y, Y – Yaterrado
VA0 Va0
V an
1 1
2
1 V a0
V bn
1 a a x
2
V a1
V cn
1 a a V a2
3º CASO: Y-
VA1 Va1
VA2 Va2
VA0 Va0
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4º CASO: Yaterrado -
VA0 Va0
X xXs t
Z 0 eq
j
X X s t
X t
X X t s
30
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Yy, Dd, Dz A D C D
Yd, Dy, Yz A C D C
A análise acima é válida para Z1 = Z0. Quando Z1 Z0, existe uma mudança nas tensões das
fases não faltosas. Num sistema aterrado solidamente a diferença é pequena. Em sistemas
aterrados por resistências ou altas impedâncias, a tensão nas fases não faltosas pode cair ( + de
70%). Ao se analisar os diagramas fasoriais e as tabelas constata-se: os afundamentos
causados por faltas FT se assemelham aos das faltas FF, dependendo do tipo de conexão do
transformador e da carga.
4
Do inglês "Phase Angle Jump"
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Z2
Z1
Local da falta
Fonte Carga
O salto de ângulo de fase é a diferença entre os ângulos da tensão pré falta durante a falta .
Z2
Vafund
Z1 Z2
onde: Z 1 R1 jX 1 e Z 2 R2 jX 2
X2 X1 X2
arctan arctan
R2 R1 R2
Nem o IEEE nem a IEC estabelecem limites de afundamentos para os sistema (SEP). As
normas IEC são mais elaboradas no que concerne aos equipamentos, estabelecendo limites de
emissão (afundamentos causados pela carga/equipamento) em função do porte da carga. Já o
IEEE se atem muito mais ao SEP e à suportabilidade das cargas, apresentando metodologias
para monitoramento e cálculo dos afundamentos..
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Tabela 2.15- Normas IEEE
Com relação à legislação e à norma brasileiras, essas também não estabelecem limites. O
documento Padrões de Desempenho da Rede Básica – Sub-módulo 2.8, aplicável ao sistema
de transmissão brasileiro, preparado pelo ONS, e aprovado pela Resolução ANEEL n° 791/02
de 24/12/2002, e suas revisões, apresenta todas as definições necessárias para a correta
identificação dos afundamentos de tensão, sem, entretanto, estabelecer limites. A
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Parâmetros de Referência:
Algumas curvas e valores podem ser utilizados como referencia para os limites aplicáveis aos
afundamentos de tensão, tais como: valores contratuais e valores normalizados (quando
houverem); curvas de sensibilidade para determinados equipamentos, como as curvas
CBEMA–Computer Business Equipment Manufacturers Association e, ITIC – Information
Technology Industry Council .
1.8
1.6
1.4
1.2 V
1.0
0.8
(pu)
0.6
0.4
0.2
0.0
0.001 0.01 0.1 1 10 100 1000
Duração
(segundos)
2.0 V
1.5
(pu)
1.0
0.5
0.0
0.001 0.01 0.1 1 10 100 1000
Duração (segundos)
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A melhor opção é utilizar algum método de estimativa, que significa uma oportunidade única
de avaliar configurações alternativas e prevenir problemas através de opções específicas para
cada caso. Num método de estimativa necessita-se de dados estatísticos sobre a freqüência de
faltas no SEP. Quanto melhores estes dados, mais precisa será a estimativa. Os números
foram obtidos a partir de uma estatística baseada na distribuição de Poisson.
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2.9.2- Metodologias Indicadas para a Execução de Estimativas
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Um número esperado de faltas é associado a cada posição. O cálculo da amplitude é feito por
um programa de cálculo de curto circuito. A precisão dos resultados pode ser maior se houver
mais posições de falta. Em seguida, desenha-se sobre o diagrama do SEP linhas de contorno
das áreas de exposição a um certo nível de afundamento. O método proporciona uma visão de
da intensidade dos afundamentos esperados para uma determinada barra em função da área do
sistema em que acontecer a falta. Por exemplo, a linha de contorno de 50% indica que faltas
na área por ela delimitada resultarão em afundamentos iguais ou menores que 50%.
50
%
70%
90%
-O Método da Distância Crítica não calcula a tensão em função da posição de falta e, sim, a
posição de falta para uma dada tensão. Usando expressões simples localiza-se no sistema a
posição da falta que gerou um afundamento de determinada amplitude. Esta posição é
chamada de distância crítica. Os afundamentos de maior amplitude estão numa distância além
da calculada. Por este método, é possível a divisão do SEP através de linhas indicadoras de
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nível de tensão de afundamento, como na figura 2.16. O cálculo é feito somente para sistemas
radiais, utilizando o conceito de divisão de tensão, admitindo a tensão da fonte Vs igual a 1 pu
V ZF falta
ZF
V
ZS ZF
ZS
VS barra de interesse
onde Z S é a impedância da fonte vista da barra de interesse e Z F a impedância do
alimentador entre a barra de interesse e a posição da falta. A distância crítica L crit pode ser
calculada em função dos valores de tensão V que resultarão na barra de interesse. A cada
distancia L crit corresponderá uma tensão, que é chamada de tensão crítica. Sendo z a
impedância/unidade de comprimento do alimentador (Zf = z . L), resulta
ZS V
Lcrit
z 1 V
O método das posições de falta é um método mais preciso e de uso mais geral. O método da
distância crítica só é utilizado para sistemas radiais ou, onde esta aproximação pode ser feita.
A partir dos dois métodos descritos conclui-se que o método das posições de falta é mais
adequado para estudos de SEP, pois eles são complexos e englobam partes radiais e em anel
na sua topologia.
As posições de falta são escolhidas de acordo com regiões das linhas em que ocorrendo uma
falta, os afundamentos gerados tenham a mesma característica (amplitude e duração). Mas,
qual o número de faltas alocadas em cada posição de falta escolhida? A resposta não é clara
nas referências e, além disso, a maioria das faltas ocorre devido à descargas atmosféricas. Este
é um fenômeno aleatório e, as simulações devem considerar esta natureza.
Outro fator a ser considerado é que as simulações pelo método das posições de falta
equivalem a um ano de “observação” do sistema. Se o sistema fosse observado por um
número maior de anos, isto é com vários conjuntos de simulações, dados mais próximos da
realidade seriam obtidos. Os dados conseguidos seriam um histórico do seu funcionamento.
Estes dois aspectos são considerados na metodologia de cálculo em que a posição de cada
falta simulada no sistema é escolhida de forma aleatória. Uma falta em uma LT do sistema é
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alocada entre 0 e 100% desta LT de forma aleatória. São feitas várias simulações de curto
circuito, cada uma delas correspondente a um ano de funcionamento do sistema, até que os
dados obtidos possam retratar a tendência de funcionamento do mesmo. O método que utiliza
esta metodologia é o Método Estocástico para Cálculo de Afundamentos de Tensão ,
descrito a seguir.
Introdução
A metodologia apresentada a seguir utiliza uma modelagem estocástica para a estimação do
número e das características dos afundamentos de tensão a que uma carga sensível de um
sistema será exposta durante um ano [M.F.Alves e V.R.C.Fonseca, 2001]. A metodologia
utiliza três etapas:
O primeiro passo é a simulação de curto circuito ao longo do sistema e a monitoração
da tensão pós falta no local da carga sensível.
O segundo passo é a análise do tempo de duração dos afundamentos a partir de dados
de atuação do sistema de proteção.
A etapa final é a repetição das simulações para conhecer a tendência do SEP, através
de estudos estatísticos.
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uma linha seja dividida em pequenos intervalos de seu comprimento (por exemplo, intervalos
de 2%). Isto permite uma ótima precisão quanto à posição da falta numa LT (divisão das LTs
em trechos maiores é possível; a questão é somente de precisão e tempo computacional). Para
um sistema em estudo simula-se curtos circuitos FT, FF, FFT e FFF em todos os intervalos
em que cada LT foi dividida. Por exemplo, se a LT foi dividida em 50 intervalos, tem-se 200
faltas simuladas em cada linha. O total de simulações será o número de linhas existentes no
sistema multiplicado por 200. Tem-se, então, o valor das correntes de falta em cada fase para
todos os possíveis pontos de ocorrência de faltas e todos os tipos possíveis de falta, bem
como as tensões resultantes (afundamentos de tensão) correspondentes, para aquela
barra do sistema selecionada para ser monitorada (barra de interesse). A monitoração
pode ser feita para todas as barras de um sistema , obtendo-se assim os valores de
afundamentos de tensão para cada barra.
Após esta etapa têm-se todos os dados de curto circuito necessários. Eles são gravados em
arquivos texto para posterior utilização em um banco de dados especificamente moldado para
o problema em questão. Para um determinado SEP tem-se um arquivo com os dados das
correntes, tipo e localização da falta e, um arquivo para cada ponto monitorado, com os dados
das tensões pós falta (afundamentos).
Um segundo caminho para a obtenção destes dados utiliza a análise de esquemas típicos de
proteção utilizados em SEP. Para um dado SEP, analisa-se qual tipo de proteção usado em
cada linha integrante do sistema, e considera-se seu tempo típico de atuação. A tabela a seguir
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apresenta alguns tipos de proteção largamente utilizados em sistema de transmissão,
subtransmissão e distribuição, com seus tempos típicos de atuação.
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as posições dos curtos circuitos de forma aleatória para que as simulações representem melhor
o processo real.
O estudo deste processo por um método estocástico tem sido indicado em várias bibliografias,
porém sem muito detalhamento das etapas envolvidas. O fator considerado estocástico nestes
casos é a taxa média de falha, que é um dado obtido através de um longo período de
observação. A metodologia aqui apresentada [Alves e Fonseca] propõe a inclusão de mais um
fator estocástico no estudo, que é a distribuição aleatória das faltas ao longo das linhas.
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Tabela 2.19- Valores Típicos de Taxas de Falhas nas LTs
Nível de Tensão Taxa de Falha (*) FT FFT FF FFF
345kV 2,31 91% 7% 1% 1%
230kV 1,68 80% 17% 1,5% 1,5%
138kV 2,98 73% 17% 6% 4%
(*) - Número de ocorrências/100km/ano
Calcula-se o número de faltas para cada linha do SEP usando-se a relação seguinte:
Tx
Nfaltas l
100
onde: T x é a taxa de falhas em Nº de ocorrências/100km/ano
De posse dos números de falta, para cada um dos quatro tipos de falta, para cada linha do
sistema, a posição de cada falta é sorteada, obedecendo naturalmente a divisão dos intervalos
em que a linha foi dividida (intervalos de 2%, por exemplo). A seguir, executam-se os
cálculos de curto circuito (ver “Simulações de Curto Circuito”, acima), obtendo-se a
amplitude e o tempo de duração dos afundamentos monitorados, para uma determinada barra
do SEP, para cada posição de falta, para cada tipo de falta e seu número de faltas
correspondente. Como resultado teremos a distribuição de afundamentos na barra, para um
ano específico, resultante da escolha aleatória das posições de falta.
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intervalos estabelecidos mediante contagem, para cada conjunto de simulações representando
um ano. Os resultados da contagem são mostrados em tabela. Como exemplo, considere a
tabela a seguir, onde o primeiro intervalo (por exemplo) da tabela mostra que no intervalo
entre 0,8 e 0,9 pu de tensão, com duração entre zero e 0,2 s, teremos 8 afundamentos neste
ano simulado .
Um outro tipo de distribuição de freqüência é a Distribuição de Freqüência Acumulada. “Uma
Distribuição de Freqüência Acumulada tem por objetivo indicar o número ou percentagem de
itens menores do que, ou iguais a, determinado valor”. A distribuição de freqüência pode ser
transformada em distribuição acumulada se são somados sucessivamente os dados dos
intervalos de freqüência como mostrado na tabela a seguir. Por exemplo, existem 32
afundamentos em que a tensão é menor ou igual a 0,7 pu e em que o tempo de duração é
maior ou igual a 0,2s. A obtenção do número 32 é feita através da soma da área sombreada da
tabela anterior:
Tabela 2.21- Distribuição de freqüências acumulada
Tensão (pu) Tempo (s)
0 ≤ t < 0,2 0,2 t < 0,4 0,4 ≤ t < 0,6 0,6 ≤ t < 0,8 0,8 ≤ t
0,8 ≤dos
V <0,9 68 50 31 18 8
0,7≤ V< 0,8 50 40 26 15 6
Eventos
0,6≤ V< 0,7 37 32 21 11 5
0,5≤ V< 0,6 26 22 14 8 4
0,4≤ V< 0,5
Piores 21 18 12 7 4
0,3≤ V< 0,4 16 13 8 5 3
0,2≤Iguais
ou V< 0,3 11 10 6 3 2
0,1≤ V< 0,2 7 6 4 2 1
0a≤ cada
V< 0,1 3 2 1 0 0
Amplitud
Assim tem-se vário grupo de dados que representam observações em anos diferentes,
organizadose em
e uma tabela de distribuição de freqüência. Para cada ano de simulação teremos
Duração
uma tabela similar à Tabela 2.20. Desta forma, os números de afundamentos resultantes para
de
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Afundam
entoTensã
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cada par de intervalos amplitude versus tempo (duração) nas n tabelas, correspondentes a n
anos de simulação, formarão uma sequência de n valores. Para cada sequência desta podemos
executar uma análise estatística, obtendo o seu valor médio, erro estatístico estimado, etc,
resultando finalmente numa única tabela, cujos valores representarão, para cada intervalo, o
número médio de afundamentos esperado para um ano típico.
1 5
2 3 4
6 7
Equivalente
8
1
9 10
16
11 12
TR2
1
TR1 5 20 21
19
18
8
17
13 14
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Tabela 2.22- Dados Característicos dos Circuitos Integrantes do Sistema
No. do Circuito de para Descrição l = km R1(%) X1(%) R0(%) X0(%)
1 1 2 Linha 44,60 4,457 11,744 10,637 41,279
2 2 3 Linha 46,50 4,646 12,245 11,089 43,035
3 3 4 Linha 41,00 6,435 11,090 14,406 36,942
4 4 5 Linha 18,95 2,975 5,091 5,583 17,935
5 2 6 Linha 64,80 6,467 17,056 15,359 74,112
6 3 7 Linha 21,60 2,325 6,016 5,521 21,778
7 1 8 Linha 87,04 8,670 22,475 20,805 81,078
8 8 5 Linha 15,37 2,413 3,943 4,624 14,884
9 1 9 Linha 36,73 2,885 6,925 9,908 29,954
10 9 10 Linha 59,51 5,942 15,665 14,169 55,034
11 10 8 Linha 31,54 4,340 8,071 9,257 29,933
12 9 11 Linha 15,00 1,498 3,949 3,571 13,872
13 11 12 Linha 25,00 2,496 6,581 5,952 23,120
14 12 10 Linha 20,00 1,997 5,265 4,762 18,496
15 10 13 Linha 20,00 1,997 5,265 4,762 18,496
16 13 14 Linha 15,00 1,498 3,949 3,571 13,872
17 15 17 Linha 25,00 262,550 455,300 656,380 2474,500
18 15 18 Linha 8,00 84,020 145,700 210,040 791,830
19 15 19 Linha 4,00 42,010 72,849 105,020 395,920
20 15 20 Linha 3,00 31,510 54,636 78,765 296,940
21 20 21 Linha 1,00 10,502 18,212 26,255 98,979
22 8 15 TR1 0,00 0,000 47,500 x x
23 0 15 TR1 0,00 x x 0,000 47,500
24 20 16 TR2 0,00 0,000 466,700 x x
25 0 16 TR2 0,00 x x 0,000 466,700
26 0 1 Equivalente 0,00 0,260 2,798 0,116 2,005
B1
No. da Barra Nome Tensão (kV)
1 BARRA1 138,00
2 BARRA2 138,00
3 BARRA3 138,00
4 BARRA4 138,00
5 BARRA5 138,00
6 BARRA6 138,00
7 BARRA7 138,00
8 BARRA8 138,00
9 BARRA9 138,00
10 BARRA10 138,00
11 BARRA11 138,00
12 BARRA12 138,00
13 BARRA13 138,00
14 BARRA14 138,00
15 BARRA15 13,80
16 BARRA16 0,48
17 BARRA17 13,80
18 BARRA18 13,80
19 BARRA19 13,80
20 BARRA20 13,80
21 BARRA21 13,80
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AT BT
138kV Y 13,8kV
S = 20 MVA
X1% = 9,5%
X1 = X2 = X0
AT BT
13.8kV Y 0,48kV
S = 1,5 MVA
X1% = 7%
X1 = X2 = X0
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Para as linhas de 138 kV, com proteção de distância, o tempo de atuação é de 150 ms para a
1ª Zona e de 550 ms para a 2ª Zona. A atuação da 1ª Zona é para a falta entre 0 e 10% da
extensão da linha, e da 2ª Zona para falta, entre 11 e 100% da linha.
Estudo do Sistema
Monitoração da Barra 16
Com as taxas de falhas nas LTS do sistema, simula-se a distribuição aleatória destas faltas ao
longo do comprimento das linhas. Foram feitos 120 sorteios, o que equivale a 120 anos de
“observações”.
Média de ocorrências para os 120 sorteios: por exemplo, para afundamentos de amplitude
0,7 < x 0,8 , e duração de 550 ms, média de 8,82 ocorrências por ano (Tabela 2.25).
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A partir desta tabela de distribuição de freqüência pode-se traçar um gráfico de barra 3D que
oferece uma boa visualização das ocorrências em função da amplitude e da duração:
10
8
Ocorrências
4
Nº
2
0
1 0.9 550
0.8 0.7
0.6 0.5 Tempo
0.4 0.3 150
Tensão 0.2 0.1 (ms)
(pu)
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Pode-se calcular o erro cometido ao estimar a média da população, para uma amostra de 120
sorteios, ou o erro em %, em relação à média de cada intervalo da distribuição de freqüência,
Tabela 2.29- Erro na Estimação da Média Populacional para cada Intervalo da Distribuição
de Freqüência – Monitoração da Barra 16 – Média de 120 Sorteios
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Para mostrar a evolução do erro com o aumento do tamanho da amostra, escolhe-se alguns
intervalos da distribuição de freqüência e desenha-se gráficos do erro em função do tamanho
da amostra:
Para diminuir o erro até um certo valor é necessário aumentar o tamanho da amostra. Para o
intervalo 0,8 < x 0,9 pu e 550 ms temos um desvio padrão calculado de 1,74 e um erro de
0,32. Para diminuir este erro pela metade, ou seja, para 0,16, seria necessário uma amostra
com 464 sorteios (464 anos).
1.4
Erro (ocorrências)
1.2
1
0.8
0.6
0.4
0.2
0
0 20 40 60 80 100 120 140
Tamanho da Amostra
51
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0.7
Erro (ocorrências)
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
0
0 20 40 60 80 100 120 140
Tamanho da Amostra
A partir de um certo tamanho de amostra, (em torno de n = 100) fica mais difícil diminuir o
erro de estimação. É necessária uma amostra muito grande para conseguir-se uma redução
significativa. O erro se estabiliza para cerca de 100 sorteios. Uma amostra de 100 a 120
sorteios é suficiente.
Monitoração da Barra 6
Uma das intenções desta monitoração é obter o perfil dos afundamentos para uma das barras
de 138 kV. O principal objetivo é verificar, para uma barra com localização geográfica e
elétrica diferente, se o processo de previsão muda as suas características. Para uma amostra de
120 sorteios:
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O perfil dos afundamentos para a Barra 6 (138 kV) e para a Barra 16 (13,8 kV) são bem
diferentes. A Barra 16 sofre afundamentos mais severos (amplitude menor) do que a Barra 6.
As faltas nas linhas de 13,8 kV pouco afetam as linhas de 138 kV. Isto explica a pequena
alteração na amplitude dos afundamentos que têm duração de 800 ms (tempo de atuação da
proteção para faltas localizadas entre 21 e 100% das linhas de 13,8 kV) e 300 ms (tempo de
atuação da proteção para faltas localizadas entre 0 e 20% das linhas de 13,8 kV).
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Sensibilidade da Carga
Modelo de N Estados
O modelo para a análise da sensibilidade e confiabilidade está baseado nos estados de falha e
estados de sucesso, sendo analisados somente os estados de falha, os quais comprometem a
continuidade operacional dos processos dos consumidores.
VC < VL e DC > DL
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Vp.u.
1,0
Estado 1 (operante)
VL
Estado 2 (inoperante)
DL t (ms)
Figura 2.25 - Curva de sensibilidade genérica
Entrada
U1
Saída
U3
Entrada
U2
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Vp.u.
1,0
Planta em
VL1 U1 operação
normal
Planta em
VL2 U2 operação
parcial
VL3 Planta
U3 fora de
operação
Tipicamente, aproximadamente 15% do custo do prejuízo com matéria prima durante uma
interrupção de 4hs, acontece dentro dos primeiros segundos da interrupção, sendo que 60% do
prejuízo ocorre na 1ª hora de desligamento. Esta afirmação ilustra a importância dos
distúrbios de curta duração sob o aspecto econômico.
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A tabela apresenta os resultados da simulação realizada pelo software. Foi obtido o número
estimativo médio de ocorrências de afundamentos de tensão classificados nas faixas de tensão
e tempo para a barra do consumidor.
Sobrepondo a tabela 2.35 à tabela 2.34, obtemos a figura 2.28 A qual expressa a sensibilidade
do processo do consumidor aos afundamentos de tensão.
O número estimativo médio de interrupções será a soma dos números médios de ocorrência
de afundamento das interrupções para todas as faixas compreendidas abaixo da curva de
sensibilidade dos equipamentos de esterilização, ou seja, 30,71 eventos/ano.
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B44
B37
B36
B47 B50
B33
B22
B68
B51
B30 B70 B32
B34 B23
B31 B46
B28
B71
B29 B54
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Mais recentemente surgiu uma nova linha de equipamentos, com aplicação tanto em média
tensão como em baixa tensão. São os condicionadores dinâmicos de tensão, que são
equipamentos capazes de corrigir afundamentos ou saltos de tensão, por um tempo da ordem
de segundos. São unidades cujas potências variam, tipicamente, na faixa de centenas de kVA
a uma dezena de MVA.
A figura 2.31 mostra três tipos de conexões existentes: a) Paralelo; b) Série; c) Série e
paralelo. Para a ligação em paralelo, em média tensão, existe a necessidade de um
transformador para abaixar a tensão.
c) Série e Paralelo
Condicionador
Parte em paralelo
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Transformador
acoplador
Rede Carga
Diodo
Retificador
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3- Distorções Harmônicas
3.1- Introdução
Muitos estudos foram realizados, nas décadas iniciais do século XX, para avaliar as distorções
oriundas de saturação e forma geométrica dos materiais magnéticos de geradores,
transformadores, motores, etc. Essas distorções foram reduzidas com materiais magnéticos de
melhor qualidade, novos projetos e ligações mais convenientes dos transformadores e motores
trifásicos.
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Nos anos 70, houve uma grande revolução no setor, com a oferta comercial dos
primeiros dispositivos de potência a semicondutores. Os conversores utilizados em
acionamentos a velocidade variável (AVVs) provocaram um aumento da demanda
por fontes de alimentação controladas, não lineares, isto é, produtoras de
harmônicos.
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-cargas perturbadoras que causam problemas nas redes elétricas e em outros
equipamentos, distorcendo as formas de onda. São as cargas não lineares (CNL)
-cargas sensíveis, vítimas dos problemas da QEE e cujas características de
funcionamento se modificam substancialmente com as distorções harmônicas. Muitas
vezes, são perturbadas por distorções causadas por elas próprias.
Cargas Lineares
Cargas lineares são resistências, capacitâncias e indutâncias não saturadas, cujos
valores não se alteram com os diferentes níveis de tensão e/ou corrente que lhes são
aplicadas, dentro das faixas de valores previstos. Para uma carga resistiva linear, a
freqüência tem, em geral, pouco efeito sobre a magnitude da corrente. Algumas
vezes,particularmente em função do efeito pelicular, as variações com a freqüência
devem ser consideradas (maior precisão da análise). Os valores das reatâncias
(indutivas ou capacitivas), mesmo para componentes lineares, são função da
freqüência.
V/I = Z = r + j x
V = cos(wt)
I = cos(wt-ф)
ф = arctan(x/r)
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Tensão
“Aplicação de uma tensão senoidal não resulta
numa corrente senoidal.”
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Classe A: PCs, TVs, CFLs (Compact Fluorescent Lamps), ASDs (Ajustable Speed Drives),
monofásicos, com alto valor de capacitância de filtro, com fonte inversora de corrente. A
DHTc (Distorção Harmônica Total de Corrente), pode alcançar valores > 140%.
Figura 3.3- Formas de onda das cargas PNL, [7]: (a) Classe A, (b) Classe B, (c) Classe C
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Transformadores: Aumento das perdas no ferro pelos harmônicos de tensão e
perdas no cobre pelos harmônicos de corrente, devido ao efeito pelicular, implicando
numa redução da área efetivamente condutora à medida que se eleva a freqüência da
corrente.
68
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Uma carga não linear que solicita correntes não proporcionais à tensão, no decorrer
de um ciclo desta tensão, vai provocar o aparecimento de tensões harmônicas na rede
elétrica, devido à circulação destas correntes distorcidas pelas impedâncias dos cabos
e transformadores e, também, pelas impedâncias das cargas, sejam elas lineares ou
não lineares.
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freqüências elevadas, podendo criar caminhos alternativos indesejáveis de fluxo
dessas correntes.
Nos pontos onde ocorrem distorções de tensão, as correntes das cargas ligadas em
paralelo conterão componentes harmônicas. Estas cargas, agora, estão sendo
alimentadas por tensões não senoidais. Como se pode prever, um dos pontos mais
críticos para a incidência de distorções de tensão é o do barramento do transformador
geral de alimentação, pelos efeitos destas distorções sobre os consumidores vizinhos,
através da rede elétrica da concessionária local.
Correntes Harmônicas
Uma função periódica y(t), de período T, pode ser resolvida numa Série de Fourier.
Cada termo da série é uma componente harmônica e o termo a o é a componente
contínua c.c., ou valor médio da onda.
y (t ) a0 Ah cos(h 0 t h ) ,
h 1
ou alternativamente, por:
2 ht 2 ht
y (t ) a0 [a h cos bh sen ] onde:
h 1 T T
1 T/2
ao T/2
y( t ) dt valor médio da função, ou componente contínua
T
70
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2 T/2 2 ht
ah T/2
y( t ) cos dt amplitude dos termos cossenoidais
T T
2 T/2 2 ht
bh T/2
y( t ) sen dt amplitude dos termos senoidais
T T
1 bh
h tan defasamento angular da componente de ordem h
ah
Para a maioria das CNLs, quanto maior a ordem h do harmônico, menor a sua
amplitude.
j2 f t
X (f ) x (t ) e dt
x( t ) X(f )e j 2 ft
df
No caso de medições de distorções harmônicas, os dados são disponíveis,
normalmente, na forma de uma série de amostras no tempo, de amplitudes definidas e
separadas por intervalos fixos e de duração limitada (discretização da função,
conseqüente de uma medição utilizando equipamento digital).
5
do Inglês “ Discrete Fourier Transform”
71
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Fourier de uma função x(t n ), amostrada no tempo com a taxa de N amostras por
período, pode ser descrita por:
1 N 1
j 2 kn / N
X (fk ) x (t n ) e onde:
N n 0
Valores aproximados (na maioria das vezes, com precisão suficiente), para a
amplitude e angulo, das correntes harmônicas (fontes de corrente) podem ser
calculados por métodos simplificados, quando se define claramente o modelo e o
ponto de funcionamento da carga CNL (tensão aplicada à freqüência fundamental,
potências ativa e reativa envolvidas, etc.). Métodos iterativos (menos utilizados) que
levam em conta a interação da carga CNL com a rede, ou a interação entre
cargasCNL, permitem a avaliação mais precisa desses valores para as componentes
harmônicas mais significativas.
A composição harmônica de corrente nas redes elétricas é muito variável:
sazonalmente; local observado; com a alteração do ponto de funcionamento das
cargas CNL; montante de cargas CL ligadas; configuração da rede, etc.,
predominando os harmônicos de ordem ímpar, de baixa ordem (3,5,7, etc).
6
do Inglês “ Fast Fourier Transform”
72
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provocar o aparecimento de resultantes de c.c. e de outras ordens harmônicas não
esperadas, ou harmônicos não característicos.
Tabela 3.1- Valores médios das correntes harmônicas medidas em
lâmpadas fluorescentes compactas, com acionamento magnético .
Ordem h Ampères (%)da Fundamental
1 100,00
2 0,20
3 19,90
5 7,40
7 3,20
9 2,40
11 8,80
13 0,80
15 0,40
Tabela 3.2- Valores médios das correntes harmônicas medidas em
lâmpadas fluorescentes compactas (com acionamento eletrônico).
Ordemh Ampères (%) da
1 100,00
3 Fundamental
88,00
5 69,00
7 48,00
9 30,50
11 24,00
13 22,50
15 20,00
17 14,00
19 11,00
21 9,50
23 8,00
25 5,00
27 4,00
73
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Tabela 3.4- Valores médios das correntes harmônicas medidas em um PC.
Ordem h Ampères (%) da fundamental
1 0,400 100,00
3 0,270 67,50
5 0,120 30,00
7 0,025 6,25
9 0,030 7,50
11 0,035 8,75
13 0,010 2,50
15 0,015 3,75
74
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Os métodos para simulação no domínio da freqüência utilizam soluções a partir da
injeção de correntes harmônicas individuais na rede elétrica, muitas vezes sem
considerar a interação harmônica entre a rede e as cargas não lineares. Um modelo
simples envolve uma análise monofásica (rede equilibrada), com fontes harmônicas
(injeção de correntes constantes) obtendo-se uma solução direta para um conjunto de
equações algébricas. Esse método linear obtém resultados próximos da realidade, já
existindo inúmeros programas disponíveis comercialmente. A precisão é adequada,
para os casos em que as distorções não são muito elevadas (até 10% para as
distorções harmônicas totais de tensão).
Carga
Os
geradores ΔV = Z Ih
do sistema
M
de potência Zs = R + j X Ih
não geram MOTOR
harmônicos
V D1
SEP Ih
Carga não linear
Fonte de
corrente
harmônica
75
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onda da corrente e de seu espectro harmônico, a carga não linear passa a ser uma
fonte de injeção de correntes harmônicas constantes durante a solução.
A rede elétrica é representada por uma matriz de admitâncias, [Y] h , ou pela sua
inversa [Z] h , para cada ordem harmônica h. O método se torna simples e, de elevada
eficiência computacional.
As correntes harmônicas são injetadas no sistema, permitindo -se calcular um vetor
de tensões harmônicas [Vn]h (onde n é o número da barra e h a ordem harmônica) e o
fluxo de correntes harmônicas nos ramos, separadamente, para cada valor de h.
Assim, o vetor de tensões de ordem h nas barras é determinado pelo produto da
matriz inversa de admitâncias do sistema, na ordem harmônica h, pelo vetor de
correntes harmônicas geradas pelas cargas não lineares e, também, de ordem h.
1
Vn h Y h . I h onde:
Para uma rede com N barramentos, na forma expandida e, para o cálculo das tensões
harmônicas e de ordem h em todos os barramentos:
76
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Um método mais completo (domínio da freqüência) é o método iterativo de injeção
de correntes. Ele considera a interação entre a CNL e a rede. É usado para
equipamentos com alto nível de potência: retificadores para aplicações em sistemas
HVDC- High Voltage Direct Current e dispositivos FACTS- Flexible Alternating
Current Transmission Systems. Para eles, dificilmente o princípio da superposição
linear poderia ser aplicado. Para ressonâncias, os métodos iterativos são precisos,
mas com dificuldades de convergência.
1 138 kV
Ztr = j 0,060
2 13,8 kV
77
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1 2
Zeq S Ztr
Zcarga Ih
Zcap
h é a ordem da harmônica.
78
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impedâncias na forma explicada anteriormente (comportamento da impedância com a
freqüência). Abaixo temos o diagrama de impedâncias para 60 Hz.
Zeq S Ztr
Por ser normalmente um valor grande em relação às demais impedâncias, a carga pode, numa
primeira aproximação, ser desprezada. Resolvendo-se o sistema para cada freqüência, resulta:
79
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6
Impedância (pu)
5
4
3
2
1
0
0 2 4 6 8 10 12 14
Ordem do Harmônico
Ressonância Paralela:
Y3 = -1/ j X c
Figura 3.9-Cargas em paralelo
Ressonância Paralela: Admitância Mínima Paralela ou Impedância Máxima Paralela
Yresultante = Y1 + Y2 + Y3 = 1/R + j (X l – Xc)/ X l. X c
| Yresultante | mínimo = 1/R, com Xl=Xc ou para | Z | = R, resultante máximo:
Xl(fh) = Xc(fh).
80
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Z Alta resistência
2 2
|Z| R X
Baixa resistência
0 f
h
f (Hz)
Sistema Xs Carga
V V 1
2 2
3 V 3 V X c S
cc wC S
cc
X s
S X c
S
cc S cc c S c X s S c
wL S c
3.V 3.V
f S
1 2
2
cc
4
LC S c
81
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Na freqüência de ressonância, para Xc = Xl :
1 2 2
X (f s h
) X (fc h
)
LC
4 f h
S f S
f f cc
Hz h h cc
h
S c
f S c
Exemplo: Para um valor de Potência de Curto Circuito (Scc) de 250 MVA no PAC e uma
Compensação Capacitiva (Sc) de 10 MVAr, a frequência de ressonância é de 300 Hz, isto é,
de ordem h = 5 (5º harmônico).
Ressonância Série:
Transformador : R+j Xt
Ih
Banco de Capacitores
Ih (fonte)
Figura 3.12- Transformador em série com Banco de Capacitores
Visto do lado da fonte (neste caso, do lado de alta tensão), a impedância resultante será:
Z = R + j ( Xt – Xc ); se Xt = Xc, valor de | Z | mínimo.
82
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|Z| R2 X2
Impedância ( )
R
0 fh f (Hz)
320,0
Ressonância paralela
Z 240,0
160,0 Ressonância
Série
80,0 rie
0,0
0 1 Figura
2 3 43.10-
5 6Resposta
7 8 9 10em11frequência
12 13 14 15de
16 um
17 18barramento
19 20 21 22 23 24 25
h
Figura 3.14: Resposta de freqüência típica de um barramento
Se uma ou várias fontes harmônicas estão presentes em uma rede elétrica e um de seus
barramentos apresenta ressonância paralela na frequência fh, haverá a tendência de aumento
da distorção harmônica de tensão neste barramento
83
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-Se várias fontes harmônicas estão presentes em uma rede elétrica e um de seus ramais for
ressonante série, com frequência de ressonância (fh) igual à uma das ordens harmônicas
injetadas, haverá uma tendência para uma sobrecorrente
1 1 1
h
L
C
ou f h 2 LC
h
f h
h
f
harmônica neste ramal. Este é o princípio de construção dos filtros sintonizados, paralelo, que
tendem a drenar as componentes harmônicas da rede, de mesma frequência da sua sintonia..
84
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Nacional:
85
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Este documento evoluiu, mais tarde tornando-se a legislação atualmente em vigor,
estabelecida pela ANEEL para o sistema de transmissão brasileiro at ravés do
documento “Padrões de Desempenho da Rede Básica – Submódulo 2.82”. A
regulamentação para o sistema de distribuição baixa e média tensões) encontra -se no
PRODIST–Procedimentos de Distribuição, Módulo 8.
86
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Vh2
h 2
DHTv x 100% onde: h=ordem harmônica
Vn
Vn 69 kV 3,0 5,0
87
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Ih2
h 2
DHTC x 100%
IL onde: h= ordem harmônica
88
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Entende-se por Distorção de Tensão Harmônica Total (DTHT) a raiz quadrada do somatório
quadrático das tenssões harmônicas de ordem 2 a 50, mesma definição do IEEE (ver acima).
89
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Os padrões globais de tensões harmônicas de ordens 2 a 50 são apresentados na Tabela 3.8,
bem como o padrão para a Distorção de Tensão Harmônica Total (DTHT).
O valor de cada indicador a ser comparado com o valor padrão será assim obtido:
(a) Determina-se o valor que foi superado em apenas 5% dos registros obtidos no período de 1
dia (24 horas), ao longo de 7 (sete) dias consecutivos;
(b) O valor do indicador corresponde ao maior dentre os sete valores obtidos, anteriormente,
em base diária.
O controle das distorções harmônicas pode ser obtido através de algumas ações, dentre elas :
-Aumento da potência de curto circuito no ponto de instalação da carga poluidora ou no PAC;
-Aumento do número de pulsos dos conversores (cargas de maior porte);
-Alteração da frequência fh de ressonância para outro valor não presente na rede;
-Instalação de filtros.
90
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Xl
I
Xc
V
Série Paralelo
Os filtros paralelo (shunt) são mais utilizados (menor custo), e além de filtrar ar harmônicas,
fornecem reativo ao sistema.:
C Zfiltro = R + j( w L - 1/wC)
L Se Xl = Xc Zfiltro = R
91
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O fator de qualidade (q) do filtro é a relação entre a sua reatância (indutiva ou capacitiva) na
frequência de ressonância e a sua resistência, e determina a seletividade e, portanto, a banda
passante do filtro.
q = XL/R sendo:
XL – reatância indutiva do filtro na frequência de ressonância, fh, em .
R – resistência do filtro em
fh – frequência de ressonância nominal do filtro
Os filtros sintonizados, bastante seletivos, podem ser transformados em filtros do tipo passa
alta, através da simples utilização de um resistor em paralelo com o indutor.
| Z | filtro
C
L R
R
h
Figura 3.17 - Filtro paralelo amortecido
-No caso de cargas não lineares concentradas, conecta-se o filtro ao sistema c. a.,
normalmente no primário do transformador conversor, evitando a circulação das correntes
harmônicas para o restante da rede.
92
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C Zfiltro = R + j( w L - 1/wC)
L Se Xl = Xc Zfiltro = R
Os filtros sintonizados “shunt” são projetados com fator de qualidade (q) tipicamente na faixa
de 30 a 60, o que determina a seletividade e, portanto, a banda passante do filtro.
O q do filtro sintonizado é a relação entre a sua reatância (indutiva ou capacitiva) na
frequência de ressonância e a sua resistência, sendo esta última definida basicamente pela
resistência do indutor.
O valor da resistência deve ser baixo o suficiente para resultar em baixas perdas, e alto o
suficiente para não tornar o filtro seletivo demais. Para um dimensionamento preliminar,
pode-se desprezar a resistência no cálculo do filtro. A influência da resistência na freqüência
de sintonia do filtro é desprezível.
DIMENSIONAMENTO DO FILTRO
Como visto, o sistema exemplo é ressonante para uma freqüência entre o quarto e o quinto o
harmônico, sendo que a maior tensão harmônica individual (muito maior que as demais)
ocorre para o quinto harmônico. Portanto, um filtro sintonizado para o quinto harmônico,
utilizando como elemento capacitivo o próprio banco de capacitores instalado para correção
de fator de potência, deve resolver o problema. Em 60 Hz o filtro resultante tem
comportamento capacitivo, de forma que na freqüência fundamental este continuará
fornecendo o reativo necessário para corrigir o fator de potência.
93
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V 2 13,82
2 fC C 101,67 F
Q 7,3
2
V2 13,8kV
X cap 26,1
Q 7300kVAr
1 1
X cap C 101,67 F
cap 2. .60 .C
Zeq S Ztr
1 2
C
Zcarga Ih
L
94
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1.8
impedância (pu)
1.6
1.4
1.2
1
0.8
0.6
0.4
0.2
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
ordem do harmônico
95
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O diagrama unifilar da figura seguinte mostra uma área industrial alimentada a partir de um
sistema em 69 kV. O sistema industrial tem sua energia distribuída em 4,16 kV, sendo que na
barra identificada como barra 6, será instalado um guincho tiristorizado de 500 kW, que gera
correntes harmônicas conforme indicado na tabela abaixo.
96
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13,8 kV
Pcc = 226 MVA carga
10 km 9 1200 kVAr
10
69 kV 8
1 km
Área Industrial 1 69 kV
4,16 kV
2
4
5
3 carga
carga M M carga
7
carga
6
C (Q=900 kVAr; comp. Reativo)
Ih
Guincho acionado por
conversor : 500 kW
97
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60
Figura 3.22: Impedância da barra 10
Z
45
(pu)
30
15
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31
número da harmônica
Z
45
(pu)
Figura 3.23: Impedância da barra 6
30
15
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31
número da harmônica
98
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Essas ressonâncias precisam ser removidas porque o guincho gera correntes harmônicas em
freqüências coincidentes com as freqüências de ressonância verificadas. Na tabela abaixo
pode-se constatar que os limites de distorção inicialmente estabelecidos foram excedidos em
todo o sistema. Portanto, é necessário a instalação de filtros para tentar reduzir a níveis
aceitáveis as distorções harmônicas no sistema.
BARRA valores em %
CASO
10 1 2 3 4 5
DTHT maior DTHT maior DTHT maior DTHT maior DTHT maior DTHT maior
harm. harm. harm. harm. harm. harm.
Sem 6,14 5,78 7,43 6,43 6,46 4,77 6,13 4,52 7,17 4,11 6,03 4,45
filtro
Solução 1,79 0,96 2,57 1,97 2,60 2,15 2,46 2,04 3,28 2,60 2,42 2,00
Filtro 1
Solução 1,05 0,90 1,30 1,16 1,22 0,80 1,17 0,75 1,92 0,60 1,14 0,74
Filtro 2
Barra 6
C
C = 229,9 F (1500 kVAr) Ih
L = 1,224 mh
R = 2,3 ohms
Q =1 (Q = Wl / R)
h0 = 5 h (quinta harm.) L R
99
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Observa-se agora da tabela de resultados das simulações que a utilização de dois filtros
sintonizados em frequências que correspondem às freqüências em que o sistema apresentava
suas ressonâncias, possibilitou a obtenção de resultados dentro dos limites estabelecidos.
Observe ainda que a potência dos dois bancos de capacitores somada é maior que os 900
kVAr inicialmente previstos para a correção do fator de potência, mas é um valor menor que
os 1500 kVAr da solução anterior. A quantidade de potência harmônica absorvida pelos
filtros depende de vários fatores, e neste caso ela foi inferior para esta segunda solução do que
o obtido para a primeira, possibilitando a utilização de uma potência capacitiva total menor
neste caso.
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31
número da harmônica
100
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4-Monitoração da QEE
A análise da informação sobre a QEE deve ser feita em relatórios dos dados coletados, através
de equipamentos de medição apropriados para este fim específico. Os objetivos da análise são
fundamentais na determinação do modo de aquisição das informações e da forma mais
apropriada para os relatórios, permitindo o gerenciamento da QEE. Alguns objetivos que
motivam uma pesquisa de QEE são:
-Observância de valores contratuais de QEE;
-Obtenção de informações estatísticas para fins diversos;
-Monitoração do sistema elétrico, objetivando a garantia da QEE e o diagnóstico de falhas;
-Monitoração de sistemas elétricos industriais, para garantir a operação de equipamentos
dentro de limites especificados pelos seus fabricantes.
Com estes objetivos pode-se adotar diferentes metodologias de filtragem de dados e criar
relatórios auxiliares. Os objetivos podem ir desde a verificação de regulação de tensão em
regime permanente de uma entrada de serviço até a análise do fluxo de harmônicos para uma
rede de distribuição.
O procedimento para a definição dos objetivos específicos da monitoração difere para cada
tipo de estudo. Para monitoração visando o diagnóstico de problemas de falhas em
equipamentos sensíveis, o objetivo pode ser a obtenção de registro de distúrbios fora da
tolerância. Para a monitoração objetivando a avaliação do comportamento de um sistema
elétrico, deve-se obter uma coleção de vários parâmetros de corrente e de tensão para
caracterizar o nível de QEE existente. Pode-se destacar como objetivos:
-Caracterização de um fenômeno eletromagnético específico em um local particular de um
circuito;
-Diagnóstico de incompatibilidades entre a fonte e a carga de um sistema elétrico;
-Avaliação do ambiente elétrico para aperfeiçoar técnicas de modelagem de sistemas e
componentes.
Os objetivos da monitoração determinam:
A escolha do equipamento de monitoração;
Os locais de monitoração;
101
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O método de coleta (aquisição) de dados;
Os limiares de disparo necessários para o registro de distúrbios;
A técnica de análise de dados empregada;
O nível global de esforço requerido para o projeto.
Todo o
sistema
de
distribuiç
ão
Um
alimentador
individual
Um único
consumido
r
Uma
carga
específica
7
Monitoração - Ato ou efeito de monitorar. Acompanhar e avaliar (dados de aparelhagem técnica).
102
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Monitores de QEE são instrumentos, projetados para detectar e registrar dados de variações
em algumas grandezas. São portáteis, com um variado número de características, incluindo:
número de canais de monitoração, formatos de armazenagem e apresentação de dados, etc..
Os tipos de monitores podem diferir em termos das faixas de freqüências 8 para as medições,
como os dados são coletados e apresentados. Algumas monitorações de tensão e/ou corrente
requerem baixas taxas de amostragem. Um instrumento simples, que mede tensão umas
poucas vezes/segundo, pode ser útil à esta aplicação. Algumas aplicações requerem taxas de
amostragem mais altas quando transitórios de alta freqüência são uma fonte de problemas.
Outras requerem instrumentos mais sofisticados, para detectar e coletar dados de variações do
estado do SEP, incluindo os afundamentos e saltos de tensão, transitórios, variações de
freqüência, ruído elétrico, distorção de forma de onda etc..
8
Em instrumentos que acumulam funções, é importante observar a capacidade e o tipo de processamento,
reconhecendo as limitações de um equipamento que esteja monitorando oito canais, tendo que registrar variações
entre 25 Hz (flutuações de tensão) e 5 MHz (transitórios oscilatórios de alta freqüência).
9
Modulador/Demodulador, dispositivo que permite ao equipamento transmitir informações através da linha
telefônica.
103
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Medição de afundamentos de tensão - Para realizar a medição de um afundamento, este
instrumento amostra os valores instantâneos da tensão 64 vezes/ciclo. A partir destas amostras
o valor rms da tensão é calculado.
Histerese Limites
Limite mínimo
Amplitude
Fim do ev ento
Ciclos para
Disparo de ev ento
o f im
Ciclos para
disparo
Tempo em ciclos
104
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A norma IEC 1000-4-30 estabelece que os afundamentos da tensão de suprimento devem ser
medidos usando valores rms de um ciclo. Um afundamento começa quando a tensão rms em
qualquer uma das fases atinge valores inferiores a limites estabelecidos e termina quando a
tensão rms em todas as fases atinge valores superiores aos limites estabelecidos mais uma
tensão de histerese, de 1 % da tensão de referência10.
Duração: O afundamento se inicia quando a tensão em uma das fases ultrapassa o limite
ajustado e se interrompe quando as tensões em todas as fases superam o limite mais um valor
estabelecido de histerese.
Limite mínimo
50 %
Amplitude
Duração do af undamento
do Af undamento
0
Tempo
10
A tensão de referência Uref é a tensão que é usada para determinar a profundidade de um
afundamento. Para sistemas de baixa tensão, a tensão de referência é Vn. Para sistemas de
média tensão ela é definida pela tensão declarada. A tensão de suprimento declarada Udecl é
normalmente Vn. Se por acordo entre o supridor de energia e o consumidor uma tensão
diferente de Vn é aplicada nos terminais de suprimento, então esta tensão é a tensão
declarada.
105
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Os valores medidos (rms) da tensão são calculados em todos os ciclos e, em todos
eles, são comparados com os valores de limite de tensão mínima permitido. Quando o
instrumento detecta valores fora dos limites estabelecidos, por um número de ciclos igual ao
número especificado em ciclos para disparo, inicia-se a gravação dos dados dos
afundamentos. A gravação de dados irá continuar até que um dos três eventos seguintes
ocorra:
-O instrumento tenha sua capacidade de memória excedida.
-O número de amostras gravados pelo instrumento atinja o número especificado em duração
de captura.
-O valor medido retorne a valores dentro dos limites considerados normais, por um número de
ciclos especificados (cycles to end).
106
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padrão (limite) para a Distorção de Tensão Harmônica Total (DTHT). O valor de cada
indicador a ser comparado com o valor padrão (limite estabelecido) será assim obtido:
(a) Determina-se o valor que foi superado em apenas 5% (portanto, corresponde a uma
probabilidade cumulativa de 95%) dos registros obtidos no período de um dia (24 horas), ao
longo de sete dias consecutivos.
(b) O valor do indicador corresponde ao maior dentre os sete valores obtidos, anteriormente,
em base diária.
Relógio
Correntes
Graficos
Tabelas
Process amento
T ransformadores de Conversor
Filtro de
Potencial e Corrente Analógico/Digital
sinal
T ens ões
Disponibilizar
Estimador de
dados em
estado
forma útil
107
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Referências Bibliográficas:
BOLLEN, M.H.J. “Understanding Power Quality Problem-voltage sags and interruptions”, P.M.
Anderson Series Editor, IEEE Press Series on Power Engineering,, 2000.
DUGAN, R. C., MCGRANAGHAN, M. F., BEATY, H. W., “Electrical Power Systems Quality”, MC
GRAW-HILL, 1996
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