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Coordenação
António Manuel Marques
Sumário
Apresentação, 3
Introdução, 5
Anexos, 125
Apresentação
E
sta publicação procura ser um contributo para incentivar os profissio-
nais e responsáveis das instituições a valorizarem as iniciativas que
permitam investir, com efectividade, no desenvolvimento pessoal e soci-
al das crianças, jovens e adultos portadores de deficiência mental.
Dadas as particularidades da população portadora de deficiência mental
– nomeadamente a sua grande variabilidade individual – achámos que a articu-
lação entre a reflexão, a experimentação e a avaliação continuadas assegura-
ria um resultado final mais próximo da realidade concreta e que, como tal, fosse
mais útil a um maior número de profissionais envolvidos com essa população.
Assim, como forma de dar conta do percurso seguido pelas equipas
envolvidas, aos vários níveis, explicitamos, na introdução, os princípios gerais,
os objectivos e os processos organizativos do projecto.
Para o enquadramento teórico do trabalho realizado e para a justifica-
ção das opções tomadas ao longo desse percurso e das actividades executa-
das, são abordadas, seguidamente, algumas questões fundamentais relacio-
nadas com a auto-estima. Nesse capítulo, relacionam-se os aspectos teórico-
científicos e a reflexão acerca das práticas educativas, familiares e profissio-
nais, com uma proposta de formas possíveis de intervir positivamente nesse
domínio.
Os capítulos relacionados com a educação sexual abarcam os concei-
tos, as estratégias de intervenção e, nesse âmbito, o papel da família e dos
profissionais que trabalham com estas populações.
Ocupando uma parte substancial desta publicação, segue-se o capítu-
lo no qual são descritas actividades pedagógicas desenvolvidas pelos
profissionais participantes no projecto, explicitando-se os objectivos, as estra-
tégias, os recursos utilizados e uma breve análise dos resultados obtidos.
A título de agradecimento, devemos referir a disponibilidade e a ade-
são manifestadas desde o início do projecto pelas três instituições envolvidas –
APPACDM de Setúbal, APPACDM de Lisboa e Associação para o Planeamen-
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to da Família – e o grande empenhamento de todos os profissionais participantes.
Sublinhamos também o entusiasmo das crianças, jovens e adultos
utentes das instituições envolvidas. Apesar de, como finalidade, este trabalho
ter sido realizado com vista à melhoria da sua qualidade de vida, sem o seu
protagonismo, esforço e empenhamento, este não teria sido possível.
Ao Instituto para o Desenvolvimento Social agradecemos, não apenas
o suporte financeiro, através do Programa ‘Ser Criança’, mas também as
oportunidades criadas para apresentar a outras equipas o trabalho que fomos
desenvolvendo e para reflectir sobre ele.
À Equipa Regional do Centro Regional de Segurança Social,
agradecemos o acompanhamento próximo deste projecto. Destacamos
reconhecidamente o apoio, o incentivo e a curiosidade da Drª Rosária Batalha.
À Ivone Félix, agradecemos as sugestões que enriqueceram esta
publicação, evidenciando, mais uma vez, o seu saber, experiência e disponibi-
lidade.
Esperamos que a satisfação pela leitura e a reflexão, e porque não o
‘contágio’ daqueles que tiverem interesse pelo conteúdo desta publicação sejam,
pelos menos, tão grandes quanto o gosto e a entrega de todos aqueles que a
tornaram possível.
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Introdução
A
Associação para o Planeamento da Família, desde a década de 80,
tem dado um especial contributo ao desenvolvimento de actividades
relacionadas com a vivência afectivo-sexual das pessoas portadoras de
deficiência mental. Este interesse e empenhamento foi sendo concretizado
através da realização de seminários, acções de formação, apoio directo a
profissionais, produção e publicação de artigos, assim como da monografia
E nós... somos diferentes?1.
Essa publicação resultou da compilação e organização de um conjunto
alargado de contributos de diversos autores acerca das dimensões teórico-
científica e de intervenção técnico-pedagógica da sexualidade e da educação
sexual. Contudo, pelo contacto directo com os profissionais e pelo conhecimento
das suas necessidades expressas, avaliámos como necessário e útil construir
recursos pedagógicos específicos de suporte e incentivo à sua intervenção
nesse domínio.
Com o objectivo de dar continuidade a esse investimento editorial e de,
simultaneamente, procurar sustentação na experiência concreta dos
profissionais e na acção junto das populações — crianças, jovens e adultos e
suas famílias —, idealizámos o Programa de Desenvolvimento Pessoal e Social
para Crianças e Jovens Portadores de Deficiência Mental, apresentado em
1996 ao Programa ‘Ser Criança’ da Direcção-Geral da Acção-Social.
Assumindo o papel de Entidade Promotora do Projecto, para efeitos
formais do referido programa, a APF estabeleceu acordos de parceria com as
Delegações de Lisboa e de Setúbal da Associação Portuguesa de Pais e Amigos
do Cidadão Deficiente Mental , mais concretamente com o Serviço de
Atendimento Técnico Precoce e o Centro Sócio-Educativo (da APPACDM de
Setúbal) e o Centro de Consultas e Diagnóstico (da APPACDM de Lisboa).
Foi nessas instituições, com o apoio ao trabalho dos profissionais en-
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volvidos, que o projecto se desenvolveu, numa rentabilização de saberes e
experiências no domínio da educação, acompanhamento e inserção das crianças,
jovens e adultos portadores de deficiência mental e no apoio às suas famílias,
no caso das instituições parceiras, e da promoção da saúde sexual e reprodutiva,
no caso da APF.
Em conjunto, foram definidos para o projecto os seguintes objectivos
gerais:
Contribuir para o desenvolvimento pessoal e social das
crianças e jovens portadores de deficiência mental,
englobando [as suas] competências sociais, [as] dinâmicas
familiares e [a] interligação instituição / família.
Potenciar as acções das instituições [envolvidas] e entre esta
[e] a população utente e suas famílias.
Desenvolver a actuação ao nível das competências básicas
na esfera afectivo-sexual e [das] dinâmicas familiares.
Esta formulação de objectivos, ainda que geral, teve como
enquadramento alargado o conceito de desenvolvimento pessoal e social,
procurando perspectivar as questões da Educação Sexual de uma forma mais
abrangente.
Entendemos a intervenção pedagógica no desenvolvimento pessoal e
social dos indivíduos como aquela que valoriza conteúdos intimamente
relacionados com a vida concreta e a realização das pessoas — com dimensões
sócio-culturais, psico-afectivas e ético-morais — e que, cumulativamente, se
mantém atenta aos modos operativos de individualizar respostas, de envolver
directamente os sujeitos participantes, de procurar a coerência entre o conteúdo
das mensagens e os processos utilizados para os construir e divulgar (Marques,
1992; Castro, 1992).
As instituições e os profissionais de educação intervêm sempre no
desenvolvimento pessoal e social dos alunos ou utentes (Castro, 1992; Abreu,
1992; Roldão, 1992). Esta intervenção poderá ocorrer de forma explícita,
organizada e deliberada e/ou de forma mais espontânea, implícita e com menor
grau de organização e programação.
Para que esta intervenção produza resultados positivos e adequados
haverá que reflectir, então, na missão definida por essas instituições e esses
profissionais, ou seja, clarificar se se deve dar prioridade (...) “à aprendizagem
de conteúdos ou ao desenvolvimento de processos” (Formozinho, 1992). Esta
discussão é necessária, ainda que a reflexão conceptual e a prática apontem
para a inevitável ligação entre os dois domínios e, como ideal, para a conjugação
e rentabilização mútuas (Abreu, 1992; Roldão, 1992).
De certa forma, é o que se sintetiza no conjunto de princípios básicos
que devem orientar o projecto global das instituições educativas, para que, de
facto, promovam o desenvolvimento pessoal e social dos alunos (Formozinho,
1992; p. 12):
1. “A intervenção da escola no desenvolvimento socio-pessoal
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do aluno é uma questão de promoção global do
desenvolvimento;
2. A actividade do aluno é questão central na promoção desse
desenvolvimento;
3. A preocupação com o desenvolvimento deve começar nas
idades mais precoces;
4. A promoção do desenvolvimento faz-se em contextos de vida
e tem, assim, de ter em conta as influências mútuas desses
contextos;
5. A escola como espaço de promoção do desenvolvimento
socio-pessoal do aluno tem de saber “repartir” o sucesso
educativo;
6. A auto-estima do aluno é indispensável para o seu
desenvolvimento.”
Para que haja oportunidades e estimulação para reflectir sobre as suas
perspectivas pessoais acerca do seu papel e das suas experiências pessoais,
deve ser dada aos professores uma formação específica neste domínio. Esta
formação, seja inicial ou contínua, deve orientar-se por uma (...) “perspectiva
de acção-reflexiva, ultrapassando métodos, apenas promotores da aquisição
de conhecimentos científicos e na adesão (mais ou menos conformista) a
normas, a valores ou a modelos de práticas” (Abreu, 1992; p. 133).
Para tal, é viável considerar os seguintes princípios como orientação
dessas iniciativas (Formozinho, 1992; p. 12):
1. “A formação dos professores deve ser concebida como de-
senvolvimento psicológico do adulto e, nomeadamente, do
adulto profissional;
2. O pensamento do professor sobre questões de desenvolvi-
mento e questões educacionais é ponto de partida/filtro para
a aprendizagem de teorias de desenvolvimento;
3. O desenvolvimento da capacidade de observação do pro-
fessor é central para a intervenção educacional;
4. A formação de professores, para responder ao requisito da
dialética teoria-prática, deve envolver elaboração, experimen-
tação e supervisão de projectos educacionais.”
Na Lei de Bases do Sistema Educativo, mais precisamente, no nº 2 do
art. 47º, são enunciadas algumas das componentes da ‘formação pessoal e
social’ que, por esse diploma, foi explicitada nos planos curriculares do ensino
básico.
No momento de lançamento deste projecto, considerámos o facto de
uma das componentes dessa formação ser a da Educação Sexual. A
especificidade desta temática, as dificuldades que, em geral, faz emergir e a
inter-relação inevitável com outras componentes da formação pessoal e social
(como a da Educação para a Saúde), para além do conhecimento do interesse
e da necessidade que esta desperta nos profissionais que trabalham com
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pessoas portadoras de deficiência mental, levaram-nos a colocá-la num plano
central do projecto.
Assim, foi de modo consciente que elegemos o domínio da educação
sexual como núcleo central das actividades concretas que viriam a ser
desenvolvidas ao longo do projecto, ainda que as estratégias de trabalho
utilizadas, a partir desse núcleo, tenham produzido, como desejávamos, um
alargamento temático e operacional acentuados.
Pelo modo amplo como conceptualizamos a intervenção pedagógica
no domínio afectivo-sexual, que adiante desenvolvemos, não idealizámos o
encerramento desta iniciativa no plano estrito do ‘conhecimento sobre o sexo’,
adaptado às particularidades da população de crianças, jovens e adultos.
Como referimos no capítulo que clarifica a base conceptual orientadora
das acções, especialmente naquelas que desenvolvemos no Centro Sócio
Educativo da APPACDM Setúbal, a interligação entre o domínio afectivo-sexu-
al e o modo como cada indivíduo se avalia manifesta-se, tanto ao nível
comportamental como cognitivo, de forma, por vezes, muito evidente. Ou seja,
há uma relação estreita e conceptualmente justificada entre as finalidades da
educação sexual e o desenvolvimento da auto-estima positiva. Também no
plano inverso, a dimensão sexual está presente no modo como é dinamicamente
construída a auto-estima de cada indivíduo.
Foi com a intenção de proporcionar o enriquecimento mútuo do traba-
lho das diferentes equipas de profissionais e instituições e de experimentar
processos de efectiva interligação entre esses conceitos e dimensões da pessoa
– a sexualidade e a auto-estima — que optámos por este desenho de projecto.
Esperávamos, como depois se concretizou, que a equipa de profissio-
nais da APPACDM de Lisboa, com o empenhamento e colaboração do Serviço
Apoio Técnico Precoce (APPACDM de Setúbal), desse continuidade ao seu
interesse particular em aumentar o conhecimento acerca das particularidades
do processo de construção da auto-estima em pessoas portadoras de deficiência
mental e em encontrar algumas orientações práticas para a intervenção
profissional nesse domínio, nos contextos terapêutico e educacional.
À medida que foi decorrendo esse processo de investigação, nas suas
componentes de busca bibliográfica e instrumental e de recolha e tratamento
dos dados, fomos procedendo à sua articulação com a intervenção realizada
pelos profissionais da APPACDM de Setúbal. Esta articulação efectivou-se em
sentido biunívoco, através da coordenação do projecto, ou seja, com uma
deliberada influência das duas realidades, uma pela outra.
Com base nas necessidades sentidas junto da população-alvo, nos
conteúdos e processos de formação em sala, na auto-formação e no desenvol-
vimento de competências e de autonomia, os profissionais da APPACDM de
Setúbal foram desenvolvendo iniciativas criativas que, aos poucos, se alargaram
a domínios aparentemente fora do domínio da Educação Sexual.
As actividades directa ou indirectamente relacionadas com o reforço
positivo da auto-estima das crianças, jovens e adultos portadores de deficiência
mental evidenciaram um conjunto de possibilidades de intervenção profissional,
nesse âmbito, junto deles – assim como das famílias destes – o que reforçou a
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validade e interesse da informação entretanto recolhida e tratada pela equipa
da APPACDM de Lisboa, em colaboração com o Serviço Técnico Precoce da
APPACDM de Setúbal.
De igual modo, o conhecimento mais aprofundado de que existem
aspectos particulares no modo como a pessoa portadora de deficiência mental
constrói a sua auto-estima, de como os ambientes onde se insere determinam,
em grande medida e dinamicamente, esse processo foi sendo considerado
também na valorização das iniciativas tomadas pelos profissionais da APPACDM
de Setúbal.
Sem proximidade física, mas com uma partilha de interesses e de pontos
comuns nas suas realidades de trabalho, pensamos que o esforço colectivo de
criação, articulação e coordenação produziu algumas perspectivas de
intervenção que ultrapassam as temáticas que deram nome ao projecto, dão
título a esta publicação e a cada um dos seus capítulos.
De modo sério e empenhado, quisemos, sobretudo, saber mais e
encontrar formas de fazer melhor. Desejamos, agora, manter a mesma seriedade
e empenhamento na procura de mais saber e de melhores práticas, a partir do
que, em conjunto, aprendemos.
1
Félix, I. & Marques, A.M. (1995) (Coord.) E nós ... somos diferentes? Sexualidade e Educação
Sexual na deficiência mental. Lisboa, APF; Vidê, também, os números 11 e 51 da Revista
Planeamento Familiar, de Março de 1981 e de Abril a Junho de 1991, respectivamente.
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A auto-estima em crianças e
jovens portadores de
deficiência mental
Introdução
A APPACDM – Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão
Deficiente Mental Delegação de Lisboa atende diariamente crianças e jovens
portadores de deficiência mental e, ao longo de alguns anos de trabalho, foi
possível ir identificando algumas situações que, quanto a nós, ilustram o
desconhecimento ou a falta de sensibilidade dos microsistemas envolventes
do deficiente – família, escola, comunidade — relativamente a um
desenvolvimento harmonioso e equilibrado da personalidade da pessoa com
deficiência mental. Ora, uma personalidade equilibrada implica obrigatoriamente
que a pessoa tenha uma auto-imagem positiva e uma auto-estima elevada e,
para que essa situação ocorra, é necessário que o meio envolvente crie as
condições para tanto.
No que refere à população com deficiência, esta questão é ainda muito
pouco estudada o que, por si só, já é relevante. Se, nos últimos anos, temos
assistido ao aparecimento de inúmeros estudos e trabalhos de investigação
em variadíssimas áreas da deficiência, como a da comunicação, saúde,
metodologias pedagógicas, etc., o mesmo não se pode dizer no que refere ao
bem estar emocional e aos factores que o determinam. Apesar de cada vez
mais pessoas portadoras de deficiência participarem na sociedade em que vivem
e apesar de todas as declarações de direitos que emergiram nos últimos anos,
consubstanciados em palavras como integração ou inclusão, aquilo que ainda
hoje se observa, , é que, aparentemente, o bem estar não é entendido como
necessário para se ser “igual” aos outros: basta pensarmos no que se passa
em relação à expressão de afectos e da sexualidade, para depressa
percebermos que, em muitos casos, quer pais, quer técnicos, não consideram
que esta área tenha que fazer obrigatoriamente parte da vida da pessoa com
deficiência. Ainda é comum hoje em dia que a expressão da sexualidade dos
jovens com deficiência seja negada ou considerada como um comportamento
aberrante a evitar a todo o custo – como se a deficiência implicasse, desde
logo, a inexistência de sentimentos...
Assim, apesar da vulgarização dos conceitos de integração e inclusão,
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a realidade é que a visão que se tem da pessoa portadora de deficiência mental
é uma visão que sobrevaloriza as suas limitações e tende a pôr de lado as suas
capacidades, necessidades e sentimentos. Como se referiu já no início, a
construção de uma auto-imagem e de uma auto-estima positivas dependem de
um meio que permita esse desenvolvimento, uma vez que de um processo de
aprendizagem se trata, e isso é verdade para qualquer criança
independentemente de possuir limitações de uma ou outra ordem. Não podemos
esquecer que a auto-estima precisa de ser vista como um processo e não como
um produto; é resultado de uma atitude e não de um programa curricular definido
no tempo. Aquilo que a experiência nos diz é que, neste domínio, e no que
respeita à criança portadora de deficiência há ainda muito por fazer.
Pretendemos, assim, efectuar uma abordagem teórica às concepções
de auto-conceito, auto-controle e auto-estima, respectivos processos de
desenvolvimento, e analisar de forma mais detalhada os factores que interferem,
positiva e negativamente, na construção da auto-estima da pessoa portadora
de deficiência mental. O objectivo principal desta reflexão é a sensibilização de
pais e técnicos para esta problemática, de modo a que os conceitos e factores
determinantes analisados possam ser levados em conta na definição de
comportamentos, atitudes e até mesmo na interiorização de valores em relação
às pessoas portadoras de deficiência.
Inserindo-se este estudo no projecto mais alargado de construção de um
programa de desenvolvimento pessoal e social para pessoas portadoras de
deficiência, procurou-se igualmente criar um instrumento de avaliação que
permita aos agentes educativos fazer uma leitura de comportamentos
associados à auto-estima de forma mais orientada.
O sistema do self
“Pessoa, tal como eu considero,
é o nome para o self“
(Locke, 1694)
: Segunda Infância
Na idade escolar, a regulação da auto-estima é influenciada
principalmente pela aquisição (ou não) de competências- principalmente
: Adolescência
No que se refere à adolescência e entrada na idade adulta, os jovens
portadores de deficiência mental não chegam, na maior parte dos casos, ao
pensamento abstracto. Logo, a regulação da sua auto-estima continuará
dependente de uma auto-avaliação que parte de referentes concretos, de
situações quotidianas. A dependência destes jovens em relação à família
continua a ser muito grande e, logo, continuará a ser provavelmente a fonte
reguladora mais importante da sua auto-estima.
Paradoxalmente, um dos factores que podem contribuir para o aumento
da auto-estima nesta faixa etária é o facto de, pela quase inexistência de
respostas por parte da sociedade em termos da integração escolar e profissional
em meio regular, uma enorme percentagem de adolescentes portadores de
deficiência frequentam estruturas especiais onde as expectativas de
desempenho são certamente inferiores às que existiriam em meio regular. O
grupo de pares, por outro lado, terá o mesmo tipo de limitações e, em termos
de comparação social não haverá tanta discrepância como a que existiria noutro
meio. No entanto, podemos questionar até que ponto esta situação não reflecte
um bem estar mais aparente que real. De facto, mesmo frequentando uma
estrutura especial, o jovem portador de deficiência tem muitos contactos com
um mundo que não é o seu: quer pela experiência familiar – no que refere, por
exemplo, aos irmãos que ele vê saírem de casa para terem uma vida própria –
ou através dos meios audiovisuais, como a televisão; em muitos casos o jovem
tem a noção de que a sua forma de vida não é idêntica à dos outros e, mais
cedo ou mais tarde, acaba por manifestar a vontade de fazer coisas como as
outras pessoas.
Num estudo comparativo levado a cabo por Evans et al., em 1995,
sobre as actividades habituais diárias de crianças e jovens com e sem deficiência
mental, verificou-se que, se as crianças mais novas portadoras de deficiência
tendiam a envolver-se em actividades mais próximas da sua idade mental que
da sua idade cronológica, o mesmo não se passava nos adolescentes
portadores de deficiência, os quais se envolviam em actividades mais próximas
da sua idade cronológica.
Avaliação da auto-estima
Concepção do questionário
Para pais de crianças e jovens portadores de deficiência, educadores,
professores, psicólogos e outros profissionais é importante a informação relativa
ao modo como a criança e o jovem se vêm e se percepcionam. Por isso, no
âmbito deste trabalho, considerámos que seria pertinente a elaboração de um
instrumento de avaliação que pudesse, de alguma forma, ajudar a caracterizar
a auto-estima.
Têm sido utilizadas várias formas de os indivíduos se autodescreverem
em termos da sua auto-estima, mas o que se pretende essencialmente é saber
qual o grau de satisfação ou de perspectiva positiva que se atribuem a si próprios
no seu todo ou em aspectos específicos.
Existem vários testes, sendo um dos mais comuns o SEI (Self-esteem
inventory) de Coopersmith (1967), mas que não está adaptado a crianças e
jovens portadores de deficiência mental. Há igualmente todo um conjunto de
procedimentos psicométricos (validade preditiva e validade de construção) que,
não sendo realizados, tornam este teste pouco válido. Também o facto de só
estar validado por amostras de população americana condiciona a análise de
COMPORTAMENTO PESSOAL
• Deseja ser outra pessoa
• Sente-se inferior /indigno
• Aparenta ansiedade
• Chora frequentemente
• Faz comentários depreciativos relativamente a si próprio
• Tem pouca energia
• Não consegue tolerar a ambiguidade
• Tem comportamentos auto-destrutivos e auto-mutilantes
• Anda mal vestido e mal arranjado
• Tem dificuldade em tomar decisões
• Mexe-se devagar
• Tem uma visão pessimista do futuro
COMPORTAMENTO SOCIAL
• Intimida crianças pequenas/fracas
• Age agressivamente em relação aos pares
• Tem pouca confiança com adultos estranhos ou novos colegas
• Tem dificuldade em ver outros pontos de vista
• É bastante dependente das figuras de autoridade ou pares com estatuto
superior
• Dá pouca informação pessoal
• Evita papeis de líder
• Raramente se voluntariza
• Raramente é escolhido por outra pessoa
• Frequentemente está desmoralizado e socialmente isolado
• Comporta-se inconsistentemente
• É submisso e pouco assertivo
• Raramente ri ou sorri
• Chama a atenção sobre si
• Faz comentários depreciativos sobre os pares
• As actividade são frequentemente determinadas pelos outros
Descrição do questionário
O questionário construído e aplicado, e que transcrevemos a seguir, é
composto por 34 questões, cobrindo três dimensões comportamentais de auto-
estima: pessoal, social e desempenho face à tarefa.
1. Gosta de andar bem arranjado. Como é que demonstra?
2. Faz comentários negativos acerca de si próprio. Em que situações?
3. Reage bem a tarefas mais complicadas ou difíceis.
4. Agride-se propositadamente a ele próprio.
5. Gosta de mostrar aos outros o que faz. A quem? Que tipo de coisas?
6. Oferece-se para fazer coisas. O quê?
7. Os outros procuram-no para brincar/jogar.
8. Prefere brincar/jogar sozinho.
9. Sorri ou ri-se.
10. Solicita aproximação e/ou afecto.
11. Diz mal dos colegas.
12. Age impulsivamente face aos jogos ou tarefas.
13. Distrai-se facilmente
14. É capaz de manter a atenção.
15. Adapta-se bem a novas situações.
16. Gosta de se ver ao espelho.
17. Expressa a sua vontade e a sua opinião.
18. É muito demorado a fazer uma tarefa/jogo.
19. Agride ou magoa os colegas mais novos do que ele.
20. É tímido com adultos estranhos ou novos colegas.
21. Demonstra persistência na realização de tarefas.
22. Agride ou magoa os colegas, amigos ou desconhecidos
23. Quando vê alguém triste, procura consolar essa pessoa.
24. Reage mal quando lhe chamam a atenção.
25. É capaz de reconhecer os sentimentos nos outros.
26. Evita ou recusa a realização de tarefas que lhe são mais difíceis.
27. Percebe que cometeu um erro.
28. Quando é bem sucedido, mostra satisfação
29. Recorre à mentira.
30. Mostra que está triste.
31. Demonstra interesse por situações/tarefas novas.
32. Chora. Em que situações?
Metodologia e procedimentos
População participante no estudo
A população que participou neste estudo foi composta por 92 crianças
e jovens com idades compreendidas entre os 2 e os 16 anos, seleccionadas na
Consulta de Psicologia do Centro de Consultas, Diagnóstico e Intervenção
Psicossocial, na Creche e no Centro Educacional da APPACDM de Lisboa, no
período compreendido entre Março/1998 e Dezembro/1999, e no Serviço de
Intervenção Precoce da APPACDM de Setúbal no período compreendido entre
Março e Setembro de 19991, distribuídos desta forma por idades: dos 0 aos 2 –
15; dos 3 aos 5 – 25; dos 6 aos 10 – 23; dos 11 aos 15 – 29. Este conjunto de
sujeitos distribui-se, quanto à variável “patologias”, do seguinte modo: Trissomia
21 (48); Paralisia Cerebral (7); Perturbação do espectro do autismo (6); Atraso
Global de Desenvolvimento (27); Perturbação Específica do Desenvolvimento
(4). Utilizou-se a classificação da OMS como critério de nível de deficiência. De
acordo com esse critério, a população participante no estudo apenas incluiu
crianças e jovens portadores de deficiência mental ligeira e moderada. Em
relação ao sexo, participaram 55 sujeitos do sexo masculino e 37 do sexo
feminino. A análise de resultados incidiu apenas sobre 83 questionários, por
terem sido invalidados 9 incompletos ou com incorrecções.
Conclusões finais
Tudo indica que, se por um lado, as crianças e jovens portadores de
deficiência mental seguem padrões de desenvolvimento de auto-estima idênticos
aos dos seus pares não deficientes, têm, por outro, um risco real acrescido de
desenvolverem uma auto-estima baixa, o que pode influenciar negativamente
outros aspectos da sua vida. Esse risco real está relacionado com o próprio
dano interno – as baixas competências, a maior vulnerabilidade em termos de
saúde, a fisionomia e o próprio temperamento, mas também se relaciona com
os danos provocados pelo meio – o rótulo a que são sujeitas, a troça, o abuso
físico e psicológico, a desvalorização de aspectos positivos e a “valorização” de
aspectos negativos, as baixas expectativas e o consequente baixo investimento
que se faz no aproveitamento das suas capacidades.
Aquilo que este trabalho vem sugerir, através dos resultados obtidos, é
que as crianças e jovens portadores de deficiência mental têm uma percepção
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Com efeito, “Não se podem exigir condutas apropriadas se não se proporcio-
nam os indispensáveis referentes, através de um processo educativo pertinen-
te” (Amor Pan, 1997; p. 304).
Se a sua integração (social, profissional e escolar) é importante, haverá que
entender que as questões da sexualidade devem ser também objecto de
atenção. Só desse modo a integração poderá ser almejada; caso contrário,
será sempre incompleta, como é frequente, pela carência de competências no
domínio afectivo-sexual (Félix, 1995; 1997; 2000; Hardoff & Millul, 1997; Amor
Pan, 1997, Forreta, 2000). Como refere Amor Pan: “Não se pode deixar de
pensar que as deficiências da educação afectivo-sexual contrastam fortemente
com o nível alcançado noutros aspectos da integração e normalização do
deficiente psíquico” (Amor Pan, 1997; p. 305)1.
Tal como pode ocorrer com as crianças e jovens não portadores de
deficiência mental, não tendo acesso a informações adquiridas através da
intervenção directa e explícita dos pais e/ou outros familiares e dos profissionais,
ganha saliência e quase exclusividade a informação difundida por outros
agentes. A televisão, com particular destaque para as telenovelas faladas em
língua portuguesa, o cinema e alguma literatura podem ser alguns dos agentes
de socialização importantes neste contexto e os pares podem também
desempenhar um papel activo na troca de informações acerca da sexualidade
e da afectividade.
Embora seja possível à criança e ao jovem recolher informações acerca
da sexualidade através desses agentes e dos seus pares, o que não representa
algo negativo, alguns autores argumentam a insuficiência e a dificuldade da
aprendizagem realizada por esses meios. Com efeito, nem sempre as crianças
e jovens portadores de deficiência mental conseguem ler livros e revistas e
descodificar mensagens mais complexas que a televisão e o cinema emitem,
podendo ser até fonte de más interpretações (Katz, 1985; Mariani, 1994). Por
outro lado, os amigos e colegas, eles próprios tendencialmente portadores de
deficiência mental, terão iguais dificuldades e carências de informação, sendo
por isso pobre o nível de saberes que podem trocar (Katz, 1985; Félix, 1995).
Face a este quadro, que nos parece representativo e vulgar, pensamos
que, se se procura que as pessoas portadoras de deficiência mental adquiram
um conjunto vasto de competências (como a alimentar-se sozinhas ou a ter
normas de higiene pessoal) e que atinjam objectivos definidos pelo universo
escolar – quando é o caso – e se insiram até no mundo do trabalho e na vida
em sociedade, devem também introduzir-se conteúdos de uma Educação Sexual
adequada e articulada com o restante currículo.
A ideologia e as políticas que têm vindo a promover e a efectivar a
integração social das pessoas portadoras de deficiência mental têm aumentado
a sua visibilidade e o reconhecimento (relativo) dos seus direitos (Félix, 1995,
1999). Como contrapartida, surgem, a diferentes níveis, exigências para sabe-
rem estar adequadamente em sociedade e para tomarem decisões sobre as-
pectos complexos das suas vidas, incluindo a da sexualidade (Huntley & Benner,
1993). Como salientam estes autores,
“no treino e reforço das competências para tomar decisões e de recusar comportamentos
não desejados ou que violem a sua dignidade e os seus direitos
no treino e reforço das competências de comunicação
no treino e reforço de um vocabulário adequado
na utilização, quando necessário, de meios seguros e eficazes de contracepção e de
prevenção do contágio de DST
no treino de competências para pedir ajuda e saber recorrer a apoios quando necessário.”
(PPES/APF/DGS, 1999; p.17).
“A formulação explícita das finalidades permite estabelecer um debate profundo entre os responsáveis
desta educação, de modo a oferecer uma acção educativa coerente.” (Amor Pan, 1997; p. 336) 8.
Clareza das instruções. Os alunos só podem pôr em prática uma tarefa, com êxito, se
entenderem os procedimentos necessários para a levar a cabo;
Prática intensiva. Com esta população o número de tentativas e abordagens à tarefa
deverá ser maior;
Práticas diversificadoras para a exploração dos mesmos conteúdos, devem ser utiliza-
das várias actividades, especialmemte os de elevada complexidade;
Apresentação pausada dos conteúdos;
Tarefas desafiantes. É importante que as tarefas propostas sejam relativamente
desafiantes para que mereçam o empenho do(s) aluno(s). Assim, o sujeito ensaiará a
estratégia ou estratégias que considerar adequada(s), o que permite o seu desenvolvi-
mento.
1
Tradução livre do original;
2
Tradução livre e adaptação a partir do original;
3
Tradução livre, a partir do original;
4
Tradução livre dos autores a partir do original;
5
Vidê, nomeadamente, Went, 1985; López, 1990; Frade et al, 1992; Marques, 1995; 1997;
PPES/APF/DGS, 1999.
6
Tradução livre a partir do original;
7
Citado, por sua vez, por Amor Pan, 1997; p. 338; versão adaptada pelos autores.
8
Tradução livre a partir do original;
9
Ver, por exemplo, as experiências ocorridas em cinco escolas nacionais, descritas em PPES/
APF/DGS, 1999;
10
As actividades pormenorizadas nesta obra são, certamente, bons exemplos;
11
Tradução livre a partir de Amor Pan, op. cit; p. 110;
61
mental. Com efeito, dada a complexidade das interacções e das vivências
familiares em torno de um elemento portador de deficiência – sobretudo pelos
pais e pelas mães (Ferreira et al, 1990; Keating & Seabra, 1994; Andrada,
1995; Félix, 1995, 1997; Quentel, 1997) – podem notar-se percepções pouco
realistas acerca do desenvolvimento das crianças e jovens portadores de
deficiência (Jensen et al., 1962; Anton et al., 1984; Glidden,1993; Clare et al,
1998). Estas percepções podem envolver também aspectos da sexualidade
dos seus filhos, expressando-se, por exemplo, na dificuldade de os encarar
como seres sexuados.
Sem a clarificação destes aspectos, será dificultada ou mesmo vedada
a disponibilidade para reflectir e assumir situações e decisões fundamentais
relacionadas com a sexualidade das pessoas portadoras de deficiência mental,
sobretudo porque se trata, em concreto, dos seus filhos. Necessitam, então,
deste processo de clarificação as ideias que negam a existência de desejo
sexual nos seus filhos, que afirmam que estes não possuem capacidade para
“entender essas coisas” e de que as intervenções deliberadas nesse domínio
irão perturbá-los.
Esta tendência para a participação pouco activa dos pais, neste caso,
no domínio da Educação Sexual, terá então de ser considerada para que se
identifiquem estratégias e contextos que não ponham em causa a desejada
articulação.
Haverá uma tendência generalizada para considerar como único
indicador de participação, motivação e interesse a presença em reuniões ou
sessões organizadas pela instituição sobre o tema. Se considerarmos os factores
que podem dificultar a participação, já enunciados, necessitamos, portanto de
criar e valorizar formas de contacto e de comunicação, de cariz formal ou informal,
entre os profissionais e as famílias. A comunicação escrita, o contacto pessoal,
o envolvimento e a responsabilização das crianças e dos jovens na realização
de trabalhos conjuntos em casa podem ser formas, não só alternativas como
altamente válidas, de actuar junto dos pais e afectar positivamente o diálogo
familiar a esse propósito4.
Contudo, se as intenções dos profissionais e das instituições são mais
ambiciosas, se ultrapassam os graus mínimos de participação, envolvimento e
impacte junto das famílias, haverá que pensar em formas de motivar e de manter
as famílias num processo de acção contínuo que promova o seu
desenvolvimento pessoal (Bond & Burns, 1998). Com efeito, para que os pais
possam ser mais efectivos no desempenho do seu papel de apoio, suporte e
desenvolvimento junto dos seus filhos, precisam, antes de mais, de ver satisfeitas
as suas próprias necessidades, de criar e de desenvolver competências
específicas para esse efeito (Murphey, 1992; Dyson, 1997; Bond & Burns, 1998).
“O trabalho com grupos pequenos” (...) – formados a partir do critério de serem pais de crianças
e jovens da mesma sala, turma ou grupo – para facilitar o conhecimento, a integração, a
participação e a confiança mútua;
“A utilização de jogos de conhecimento, coesão e comunicação” (...) – para além de serem uma
estratégia lúdica, estes jogos ajudam a criar um clima de descontracção;
“As dinâmicas de grupo” (...) – que devem ser de vários tipos, para que impliquem todos os
participantes, permitam a sua participação directa e tornem cada sessão de trabalho uma
novidade;
“As festas e os lanches” (...) – uma vez que são actividades em que os pais se relacionam de
modo informal, podendo, com a continuidade dos encontros, ser uma oportunidade de os implicar
e, simultaneamente, valorizar as suas iniciativas e a sua criatividade.
1
Apenas para simplificar a leitura do texto, optámos por utilizar apenas a expressão ‘pais’,
ainda que, conceptualmente, incluamos sob essa denominação os encarregados de educação,
aos quais se poderá aplicar grande parte das análises e afirmações.
2
Nomeadamente por não se rever no perfil de educador em Educação Sexual – a que fazemos
referência noutro ponto desta obra -, ou por outro tipo de razões válidas;
3
É também esse o entendimento de Amor Pan (1997; p. 327) quando afirma: “Família e escola
são os dois âmbitos naturais para educar a sexualidade do ser humano em crescimento, cada
um com uma função concreta, própria e específica, mas sempre complementares” (Tradução
livre a partir do original)
4
Ver, por exemplo, a experiência das Escolas Nº 2 de S. Julião (Gouveia) e Básica 2.3 (Évora)
descrita em PPES/APF/DGS, 1999.
5
Seguindo, por exemplo, esquemas conceptuais e organizativos muito semelhantes aos que
se destinam aos profissionais;
6
Tradução e adaptação a partir do original.
73
que se destaquem, nos argumentos dos próprios, alguns factores comuns e
insistentes.
Por um lado, o facto da formação de base de qualquer curso superior
ser praticamente nula quanto à cobertura específica desta temática (por exemplo,
a formação de professores, educadores, terapeutas ocupacionais e da fala,
psicólogos, médicos...). Não tem havido, de facto, uma generalização de
oportunidades planeadas, organizadas e orientadas por docentes ou formadores
habilitados para o efeito, para que os profissionais adquiram ou reformulem
conhecimentos, desenvolvam competências e, sobretudo, reflictam sobre o seu
modo pessoal de encarar as questões da sexualidade e, particularmente, a das
pessoas portadoras de deficiência.
Esse facto leva a que os profissionais tenham de recorrer à sua auto-
formação. Não sendo um mal em si mesmo, essa via de aquisição de saber e
competências, quando isolada e exclusiva, pode ser fonte de insegurança e de
alguns mal-entendidos. A auto-formação nesta temática será certamente
insuficiente para dotar os indivíduos de meios para actuarem de modo adequado
e satisfatório para si e para aqueles com quem desenvolvem actividades.
Outro dos factores explicativos das dificuldades expressas pelos
profissionais para desenvolverem actividades de Educação Sexual relaciona-
se com os receios de estas não serem bem aceites pelas famílias dos utentes
das instituições, de criarem dissonância entre as ‘explicações’ das famílias e as
da instituição. Estes receios são expressos, muitas vezes, pela dúvida de como
comunicar às famílias a intenção de desenvolver trabalho planeado e organizado
nesse domínio e envolvê-las nesse processo, de como actuar quando,
individualmente ou em grupo, estas questionam o trabalho realizado ou a realizar.
Para dar resposta a estas carências, interrogações e ansiedades, haverá
então que aumentar e reforçar as competências dos profissionais para, em
concreto, desvanecerem as dúvidas e receios colocados pelos pais, para
encontrarem formas diversas de articular as suas intervenções com as funções
desempenhadas pelas famílias na educação dos seus filhos.
Um terceiro factor que poderá explicar as dificuldades explicitadas pelos
profissionais quanto a esta área temática refere-se ao modo como poderão
articulá-la com os restantes programas e currículos pelos quais são
responsáveis. Ou seja, é premente a questão de como conseguir cumprir as
metas e cobrir os conteúdos gerais que orientam as suas actividades
pedagógicas – muito importantes também –, não isolando as questões da
sexualidade.
Este é um questão fundamental, se entendermos a Educação Sexual
como uma área multidisciplinar (García, 1984; López, 1990; Amor Pan, 1997;)
e que esta deve ser ‘naturalizada’, ou seja, idealmente integrada, de modo
simples, em várias áreas disciplinares, sem correr o risco de ser banalizada, e
não isolada em momentos ou dias específicos (Burt, 1985; Went, 1985;
Camarero, 1985; López et al., 1986; Col. Harimaguada, 1988; López, 1990;
Barragán, 1991; Frade et al., 1992; Marques, 1995; 1997; Amor Pan, 1997;
PPES/APF/DGS, 1999; Forreta,2000).
1
Este estudo foi realizado no âmbito do Programa Horizon, envolvendo 23 instituições, tendo
sido inquiridos, por questionário, três técnicos por instituição (monitor, director técnico/elemento
da Direcção, técnico com outro tipo de formação);
2
Citados e adaptados em PPES/APF/DGS, 1999; p. 22-23;
81
• José Salazar, Professor do 1º Ciclo do Ensino Básico
• Manuel Barbeitos, Professor do 1º Ciclo do Ensino Básico, DESE em
Administração Escolar
• Maria João Sardinha, Educadora de Infância, DESE em Integração
Escolar
• Vitor Nunes, Professor do 1º Ciclo do Ensino Básico, Licenciado em
Educação Física
Para além destes, no desenvolvimento e avaliação das actividades,
participaram também as Ajudantes de Acção Educativa das salas onde se
desenvolveu o Programa.
Nos momentos de formação participaram também as educadoras do
Serviço de Apoio Técnico Precoce, as quais, em alguns momentos, contrubuíram
para a reflexão de estratégias e propostas de actividades. Pelas especificidades
desta valência, não lhes foi possível desenvolver e aplicar um programa.
82
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124
Anexos
A Associação para o Planeamento da Família (APF) é uma
Organização não Governamental que, desde 1967, se tem dedicado à promoção
da saúde sexual e reprodutiva. As actividades desenvolvidas, por profissionais,
colaboradores e voluntários, abarcam o atendimento de jovens, a realização
de acções de formação, apoio a profissionais, intervenção comunitária, produção
de materiais, articulação com outras instituições. APF foi a Entidade Promotora
deste projecto junto do Programa ‘Ser Criança’.
A Associação de Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão
Deficiente Mental de Setúbal (APPACDM) é uma Instituição Particular de
Solidariedade Social que, nas suas sete valências, acolhe crianças, jovens e
adultos portadores de deficiência mental, dos concelhos de Setúbal e Palmela.
O Serviço de Atendimento Técnico Precoce (SATP) atende crianças
dos 0 aos 7 anos consideradas em risco, com atraso de desenvolvimento ou
deficiência diagnosticada. Presta apoio psico-social, terapêutico e pedagógico.
No desenvolvimento deste projecto, os técnicos colaboraram na aplicação da
escala da auto-estima e no desenho de actividades de educação sexual dirigidas
a crianças dos 3 aos 7 anos.
O Centro Sócio-Educativo (CSE) tem como missão proporcionar
competências escolares básicas a crianças e jovens entre os 6 e os 16 anos.
Neste serviço decorreu a intervenção que envolveu profissionais, crianças,
jovens e famílias, com vista à concepção, aplicação e avaliação do programa
de educação sexual.
COMO É O NOSSO CORPO
Objectivos
Identificar e localizar as diferentes partes do corpo humano
Identificar as principais diferenças anatomofisiológicas entre
os sexos masculino e feminino
Aumentar e consolidar os conhecimentos acerca da anatomia
masculina e feminina
Adquirir e reforçar um vocabulário socialmente adequado para
nomear as diferentes partes do corpo, em especial no que se
refere aos órgãos sexuais externos
Actividade A
• Em grande grupo, frente a um espelho, nomear as partes do
corpo e as diferenças observadas entre os elementos do grupo.
• Posteriormente, sugeriu-se aos alunos que classificassem os
elementos do grupo em função do sexo, cor do cabelo, dos
olhos e da pele, a altura e o peso e que contassem o número
de elementos de cada sub-conjunto formado.
MATERIAIS E RECURSOS UTILIZADOS :
• Espelho de grandes dimensões.
DURAÇÃO DA ACTIVIDADE: 30 m
NOTAS:
• Os alunos participaram activamente nas actividades, revelando
entusiasmo na sua realização.
• Tornou-se necessário estabelecer regras explícitas e vigiar o
seu cumprimento, a fim de criar um clima propício ao bom
desenrolar da acção.
• Genericamente, os objectivos foram atingidos pelos alunos,
embora alguns deles tivessem revelado algumas dificuldades,
mesmo utilizando diversas abordagens, principalmente no que
se refere à aquisição de vocabulário socialmente adequado,
para nomear as diferentes partes do corpo.
83
Actividade B
• Foram recordadas as actividades de expressão corporal da
sessão anterior.
• Recorrendo a puzzles didácticos, os alunos reconstruíram
individualmente representações de duas crianças (uma de cada
sexo), separando as diferentes componentes anatómicas, fazendo
a sua relação com as diferenças de vestuário.
MATERIAIS E RECURSOS UTILIZADOS:
• Les enfants du Monde, Nathan
• Puzzles didácticos:“Construo o Puzzle” [Fichas 1 e 2]
(Harimaguada) e Abaco.
• Folhas de papel A4, lápis-de-cor, tesoura
• Duração da actividade: 30 + 30 + 30 m
NOTAS:
• O contacto com outro tipo de material contribuiu para aumentar a
motivação para a actividade.
• O trabalho foi realizado individualmente, tendo sido necessário,
por vezes, a ajuda da professora no manuseamento dos materiais.
Actividade C
• Realização de fichas de trabalho compostas por peças de uma
boneca articulada, as quais deveriam ser pintadas, recortadas e
montadas.
MATERIAIS E RECURSOS UTILIZADOS:
• Fichas de trabalho “Construo uma boneca articulada” [Ficha 3]
(Harimaguada).
• Canetas de feltro, tesouras, lã, colas e cartolinas.
DURAÇÃO DA ACTIVIDADE: 30 m + 30 m
NOTAS:
• Esta actividade produziu bastante entusiasmo. A boneca articulada
foi apelidada de Cátia, sendo assumida pelos alunos como um
elemento da turma.
Actividade D
• Realização de fichas de trabalho compostas por peças de um
boneco articulado, as quais deveriam ser pintadas, recortadas e
montadas.
MATERIAIS E RECURSOS UTILIZADOS:
• Fichas de trabalho “Construo um boneco articulado” [Ficha 4]
(Harimaguada).
• Canetas de feltro, tesouras, lã, colas e cartolinas.
84
DURAÇÃO DA ACTIVIDADE: 30 m + 30 m
NOTAS:
• Esta actividade produziu bastante entusiasmo. A tarefa
desenvolveu-se com relativa facilidade, surgindo apenas algumas
dificuldades por parte de alguns alunos, na parte final da
construção dos bonecos articulados, sobretudo no manuseamento
de alguns materiais.
Actividade E
• Realização de uma ficha constituída por recortes de diferentes
partes anatómicas dos corpos de dois adultos, colando-os de
modo a formar a imagem de uma mulher e de um homem
MATERIAIS E RECURSOS UTILIZADOS :
• Ficha “Construo Puzzles Anatómicos” [Ficha 5](Harimaguada)
• Tesoura e cola
DURAÇÃO DA ACTIVIDADE: 50 m
NOTAS:
• A realização desta actividade tornou-se mais demorada do que
o previsto dada a dificuldade dos alunos no manuseamento da
tesoura, sobretudo quando se tratou de recortar imagens de
contornos irregulares e pormenorizados.
• Uma forma de obviar a estas dificuldades será apresentar os
puzzles já montados mas com algumas partes trocadas (por
exemplo, entre os sexos), tendo os alunos de as identificar e de
as colocar no lugar correcto.
Actividade F
• Agrupados em duos, construção do puzzle sobre o corpo
humano
• Enunciação, em voz alta, da parte do corpo representada em
cada peça do puzzle
MATERIAIS E RECURSOS UTILIZADOS :
• Jogo “O Corpo Humano” (Majora)
DURAÇÃO DA ACTIVIDADE: 60 m
NOTAS:
• Dada a clareza das imagens representadas nas peças, as
dificuldades de leitura de alguns alunos foram ultrapassadas sem
dificuldade na execução da tarefa.
• A anatomia sexual foi referida pelos alunos com alguma
naturalidade.
• Existe no mercado uma variada oferta de puzzles sobre o corpo
humano; apenas será necessário avaliar o seu rigor.
85
Actividade G
• Reconstrução do puzzle sobre o corpo humano
• Preenchimento individual de uma ficha
MATERIAIS E RECURSOS UTILIZADOS:
• Jogo “O Corpo Humano”, Majora
• Ficha “Une com Setas” [Ficha 6] (Adapt. Harimaguada)
DURAÇÃO DA ACTIVIDADE: 60 m
NOTAS:
• O preenchimento da ficha, apesar de possível, foi uma tarefa com
um elevado grau de dificuldade para os alunos com um baixo
domínio de compreensão e expressão escrita, tendo necessitado,
por isso, do apoio da professora ou da auxiliar. Será necessário
ponderar se esta tarefa se adequa ou não a casos similares.
• Em termos gerais, a actividade resultou e produziu elevados níveis
de entusiasmo e participação por parte dos alunos.
Actividade H
• Realização de fichas de trabalho nas quais os alunos desenharam
os órgãos em silhuetas de ambos os sexos.
MATERIAIS E RECURSOS UTILIZADOS:
• Ficha de trabalho “Que lhes falta?” [Ficha 7] e “Formo pares”
[Ficha 8] (Adapt. Harimaguada).
• Canetas de feltro e lápis de cor.
• Duração da actividade: 30 m + 30 m
NOTAS:
• Os alunos demonstraram muito interesse pela actividade.
• Alguns alunos sentiram dificuldade em desenhar com exactidão
os órgãos genitais, tendo-se ajudado mutuamente.
• Para esta ajuda terá contribuído a sugestão para que os alunos
trabalhassem em parceria e para que dialogassem sobre o
trabalho que estavam a realizar
Actividade I
• Realização de uma ficha individual constituída pelos esquemas
dos órgãos externos dos dois sexos, sendo-lhes pedido que os
legendassem com os nomes respectivos
MATERIAIS E RECURSOS UTILIZADOS:
• Ficha “As Partes do Corpo” [Ficha 9] (Harimaguada)
• Duração da actividade: 30 m
86
NOTAS:
• A realização desta actividade realçou a fragilidade dos
conhecimentos dos alunos, nomeadamente no que respeita ao
vocabulário técnico-científico.
• Por comparação, verificou-se que as raparigas conheciam
menos os órgãos masculinos do que os rapazes os femininos.
• Esta actividade, pela forma como o grupo faz evoluir a
complexidade e o interesse do debate, levou ao
estabelecimento de uma ligação temática com a puberdade, com
as modificações concretas que muitos dos alunos observam no
seu próprio corpo, uma vez que as idades estavam
compreendidas entre os 12 e os 15 anos.
Actividade J
• Em trabalho de pares, cada aluno identificou e localizou as partes
externas do corpo do colega, falando acerca da sua função e
sem repetir aquelas que já tivessem sido mencionadas.
• Esta activiadade reforça as aprendizagens da anterior
DURAÇÃO DA ACTIVIDADE: 30 + 30 m
NOTAS:
• Todos os alunos aderiram à actividade proposta, com entusiasmo
e um elevado nível de envolvimento e participação, respeitando
também as regras pré-definidas.
• Esta actividade decorreu no espaço exterior, tendo permitido
que se fomentasse e rentabilizasse o diálogo entre os alunos e
entre estes e o professor.
Actividade L
• Pesquisa em livros e enciclopédias representações dos órgãos
internos de ambos os sexos
• Preenchimento individual e legendagem de fichas com
esquemas anatómicos dos órgãos sexuais internos, um de cada
sexo
MATERIAIS E RECURSOS UTILIZADOS :
• Livros e enciclopédias com representações dos órgãos internos
de ambos os sexos
• Ficha “Órgãos Genitais Internos” Sanders e Swiden; pp. 151 e
152 [Ficha 10 a e b]
DURAÇÃO DA ACTIVIDADE: 50 + 50m
NOTAS:
• Ao contrário do que estava previsto, esta actividade teve de ser
desdobrada em duas sessões de 50 minutos, tendo cada uma
delas sido dedicada a um dos sexos. Esta reformulação deveu-
se às dificuldades de leitura e de escrita, as quais
comprometeram o ritmo da progressão da tarefa.
87
A NOSSA ORIGEM
Objectivos
Entender que as crias das diferentes espécies podem desen-
volver-se dentro ou fora do corpo materno
Adquirir conhecimentos básicos sobre a fecundação, a gravi-
dez e o parto nos seres humanos
Entender a relação sexual num contexto amoroso
Actividade A
• Leitura do livro “Assim Começa a Vida” – 1ª parte
• Debate e esclarecimento de dúvidas colocadas pelos alunos
sobre a concepção e o parto
• Preenchimento de uma ficha de trabalho sobre a reprodução
nas diferentes espécies
MATERIAIS E RECURSOS UTILIZADOS:
• Livro “Assim Começa a Vida”
• Ficha (Sanders e Swinden, 1995; p.205) [Ficha 11]
DURAÇÃO DA ACTIVIDADE: 60 m
NOTAS:
• Os alunos ouviram atentamente a história do livro.
• Os seus comentários, sem a intervenção directa da professora,
orientaram-se para a comparação da reprodução animal com a
reprodução humana (o que seria objecto da sessão seguinte)
• O preenchimento da ficha não salientou dificuldades especiais,
apenas quanto à relação entre a rã e o girino.
Actividade B
• Leitura do livro “Assim Começa a Vida” – 2ª parte
• Preenchimento de fichas relacionadas com a comparação
entre a reprodução animal e a dos seres humanos
• Debate orientado sobre o tema
MATERIAIS E RECURSOS UTILIZADOS:
• Livro “Assim começa a Vida”
• Fichas [Fichas 11, 12 e 13]
89
DURAÇÃO DA ACTIVIDADE: 30 + 30 + 30 +30m
NOTAS:
• O debate incidiu, sobretudo, nos aspectos fundamentais da
fecundação, tendo sido acordado que o tema da gravidez e parto
seria tratado na sessão seguinte.
• A maioria dos alunos revelou ter já adquirido alguns conhecimentos
acerca do tema. No entanto, esse facto não interferiu no seu nível
de interesse e participação, tendo havido um grande número de
questões colocadas e envolvimento na tentativa de esclarecer os
colegas menos informados.
• Apenas no início do tratamento deste tema – com especial
destaque para as relações sexuais – produziu algumas reacções
de agitação. A continuidade das actividades veio imprimir um maior
grau de naturalidade e de à-vontade quando essa questão (ou
algumas imagens) eram objecto de tratamento nas aulas.
• No decurso destas actividades, os alunos foram tecendo alguns
comentários sobre a relação sexual humana, tema esse que foi
desenvolvido na actividade seguinte. Em grupo, discutiram-se
ainda as diferentes formas de relacionamento interpessoal
(amizade, amor, filiação...).
• Recorrendo à observação das aves da capoeira da escola –
cruzando as actividades com outros programas e iniciativas da
instituição – foi sendo acompanhado o processo de reprodução
desses animais.
• Esta actividade constituiu um suporte pedagógico ao
desenvolvimento temático que se foi realizando nas aulas.
Actividade C
• O grupo visionou um excerto de um videograma e, em seguida,
fomentou-se o diálogo, sugerindo algumas questões como: “O
que é fazer amor?”, “porque é que as pessoas gostam de fazer
amor?”...
• Os comentários e as observações resultantes permitiram
estabelecer um diálogo acerca da importância do contexto do
relacionamento amoroso na prática de relações sexuais.
MATERIAIS E RECURSOS UTILIZADOS:
• Imagens ou outras representações das relações sexuais.
• Videograma “Ah! Então é assim?!” (APF)
• Guião de Apoio ao Videograma “Ah! Então é assim?!”
DURAÇÃO DA ACTIVIDADE: 60 + 60 m
90
NOTAS:
• No início do desenvolvimento deste tema, foi evidenciado algum
embaraço e ‘desassossego’ entre os alunos, sobretudo na
questão das relações sexuais.
• Com a continuidade da sua abordagem, foi imperando um nível
cada vez mais elevado de naturalidade e seriedade nas condutas
dos alunos.
Actividade D
• Construção de puzzles sobre as diferentes fases da gravidez
• Observação de imagens de livros e enciclopédias sobre o parto
• Discussão acerca das imagens observadas
MATERIAIS E RECURSOS UTILIZADOS:
• Puzzles
• Livros e enciclopédias
DURAÇÃO DA ACTIVIDADE: 60 m
NOTAS:
• A construção de puzzles não ofereceu dificuldades particulares a
este grupo.
• A gravidez e o parto são temas sobre os quais os alunos já detêm
bastantes conhecimentos prévios, o que não afecta o seu interesse
e participação nas actividades propostas.
• Estas actividades poderão ser complementadas com o
visionamento do filme “Ah! Então é assim?!”
Actividade E
• Em grupo, dialogou-se sobre a importância dos cuidados a ter
durante a gravidez.
• Preeenchimento de duas fichas.
• Discussão acerca do tema.
MATERIAIS E RECURSOS UTILIZADOS:
• Fichas: “Que cuidados deve ter a mulher grávida” [Ficha 14];
“Descobre os Erros” [Ficha 15]
DURAÇÃO DA ACTIVIDADE: 30 + 30m
NOTAS:
• As actividades foram muito participadas e foi muito frequente a
alusão a vivências de gravidezes de familiares e amigas.
91
92
O NOSSO CORPO EM
MUDANÇA
OBJECTIVOS
Reforçar e adquirir conhecimentos acerca do desenvolvimento
e crescimento do corpo ao longo da vida.
Identificar o sexo de pertença das pessoas através da observa-
ção do seu aspecto físico.
Identificar as principais diferenças entre o corpo das crianças e
dos adultos de ambos os sexos.
Identificar as principais alterações físicas ao longo da vida, em
especial as que caracterizam a puberdade e as diferenças de
cada sexo nesse processo.
Perceber em que consiste a menstruação.
Conhecer as regras de higiene corporal durante o período mens-
trual.
Actividade A
• Num primeiro momento, foi distribuída uma ficha de trabalho, a
qual serviu para recolher alguns elementos básicos da identifi-
cação de cada aluno, incluindo o peso e altura.
MATERIAIS E RECURSOS UTILIZADOS :
93
Actividade B
• Com os dados recolhidos na actividade anterior, o professor
propôs o preenchimento de uma ficha de trabalho que, através
de comparações, permitia analisar as diferenças de peso e altu-
ra dos vários elementos da turma.
MATERIAIS E RECURSOS UTILIZADOS:
• Ficha de trabalho “Vamos analisar os dados”, [Ficha 17] lápis e
borracha;
DURAÇÃO DA ACTIVIDADE: 45 m
NOTAS:
• A utilização de uma tabela para analisar os dados, por ser uma
situação nova, ofereceu dificuldades a alguns alunos, sendo
necessário apoio directo do professor.
• A altura foi expressa em centímetros porque este grupo não
domina os numerais decimais.
Actividade C
• Individualmente, utilizando revistas, os alunos seleccionaram e
recortaram imagens de pessoas aparentando idades diferentes.
• Em grupo, separaram as imagens que representavam pessoas
de cada um dos sexos. Seleccionaram, depois, para cada sexo,
imagens representativas das diferentes idades, de modo a re-
tratar a evolução humana, do nascimento à velhice.
• Por fim, colaram, numa sequência cronológica, as imagens em
papel de cenário.
MATERIAIS E RECURSOS UTILIZADOS:
94
Actividade D
• Visionamento de um videograma sobre a puberdade e sobre
os sentimentos e as dúvidas dos jovens a esse propósito.
MATERIAIS E RECURSOS UTILIZADOS :
• Videograma “Um Amor de Cupido” (APF)
DURAÇÃO DA ACTIVIDADE: 60 m
NOTAS:
• O visonamento do videograma processou-se em dois momen-
tos, intervalados por um debate. Na primeira parte foram obser-
vadas e discutidas as transformações pubertárias do rapaz e na
segunda as da rapariga.
• Dada a natureza do tema e a sua relação com a intimidade dos
alunos, poderão ocorrer manifestações individuais de pudor e
de inibição.
Actividade E
• Revisão das principais alterações que caracterizam a puberda-
de e as diferenças em cada sexo.
• Preenchimento de duas fichas de trabalho.
MATERIAIS E RECURSOS UTILIZADOS :
• Fichas “As Mudanças do Corpo na Puberdade” – Harimaguada
[Fichas 18 e 19]
DURAÇÃO DA ACTIVIDADE: 30 + 30 m
NOTAS:
• As fichas foram resolvidas pelos alunos com relativa facilidade.
Actividade F
• Debate orientado, acompanhado pela observação de imagens
de livros onde se representam as mudanças físicas que carac-
terizam o processo pubertário.
MATERIAIS E RECURSOS UTILIZADOS :
• Livros: “Enciclopédia da Vida Sexual – 7/9 anos”
DURAÇÃO DA ACTIVIDADE: 30 m
NOTAS:
• No início da actividade ocorreram algumas manifestações de
embaraço relativamente ao tema. Com o estímulo do debate, o
envolvimento do grupo generalizou-se. Por pressão do próprio
grupo, pela sua participação e entusiasmo, os temas tratados
ultrapassaram aqueles que, previamente, tinham sido definidos.
95
Actividade G
• Visionamento de um videograma sobre o período menstrual.
• Debate alargado a partir dos conteúdos do filme, explorando-se
o tema das regras de higiene que devem ser observadas no
decurso desse período do ciclo ovárico.
• Recorrendo a um exemplar real, foi demonstrada a aplicação
do penso higiénico. Foram ainda distribuídos exemplares para
que os alunos pudessem manuseá-los.
MATERIAIS E RECURSOS UTILIZADOS:
• Videograma (Evax)
• Pensos higiénicos
DURAÇÃO DA ACTIVIDADE: 50 m
NOTAS:
• Após o visionamento do videograma, o debate foi muito partici-
pado e foi elevado o número de perguntas sobre o tema. Os
rapazes, em geral, com um baixo nível de conhecimentos acer-
ca dos conteúdos do filme, não se excluíram do debate.
• Observou-se que o manuseamento dos exemplares de pensos
higiénicos foi uma activiadade que despertou muito interesse,
referindo alguns dos alunos que apenas os conheciam de publi-
cidade televisiva.
Actividade H
• O grupo conversou sobre as diferenças e semelhanças anató-
micas entre as crianças e os adultos, tendo como suporte a
análise de recortes de fotografias elucidativas.
• Após este diálogo foi entregue uma ficha onde figuravam as
representações de corpos de crianças e de adultos, tendo
sido pedido aos alunos que as colorissem e que registassem
o número das diferenças identificadas.
MATERIAIS E RECURSOS UTILIZADOS:
• Ficha de trabalho “Puberdade” (Sanders e Swiden, p.170) [Fi-
cha 20]
DURAÇÃO DA ACTIVIDADE: 30 + 30 m
NOTAS:
• Actividade com continuidade.
96
Actividade I
• O grupo de alunos foi dividido em dois sub-grupos de três
elementos cada. A estes grupos foram distribuídos cartões
representativos do corpo humano em quatro fases da sua vida
(uns para o sexo feminino, outros para o masculino).
• Aos dois sub-grupos formados coube organizar esses car-
tões, sobre as suas mesas, segundo a ordem crescente das
idades (1, 12, 30 e 60 anos).
• Finda esta etapa do trabalho, estabeleceu-se um diálogo em
grande grupo, tendo sido especialmente salientado o tema das
mudanças pubertárias.
MATERIAIS E RECURSOS UTILIZADOS:
• Cartões com representações de figuras humanas de ambos os
sexos e com diferentes idades.
DURAÇÃO DA ACTIVIDADE: 50 m
NOTAS:
• Actividade com continuidade.
• Pelo facto dos alunos utilizarem os balneários da piscina em que,
semanalmente, praticam natação, contribuiu para que tivessem
ocorrido algumas observações a esse respeito durante as aulas.
Esses comentários versaram as diferenças anatómicas entre
colegas e a sua ligação ao desenvolvimento que ocorre nas
diferentes fases da vida, o que se tornou muito importante como
conteúdo dos diálogos sobre os temas em questão.
Actividade J
• Com o objectivo de aferir e consolidar conhecimentos, foi
distribuída uma ficha na qual se pretendia que os alunos
identificassem palavras relacionadas com as diferentes partes do
corpo, já referidas em sessões anteriores.
MATERIAIS E RECURSOS UTILIZADOS:
• Ficha “Descubro Palavras Escondidas” [Ficha 21], lápis e borra-
cha;
DURAÇÃO DA ACTIVIDADE: 45 m
97
NOTAS:
• O nível de competências no domínio da Língua Portuguesa, como
seria de esperar, evidencia-se como um factor muito importante
na facilidade ou dificuldade dos alunos na resolução desta tarefa.
• Este tipo de ficha poderá ser adaptado à consolidação de co-
nhecimentos de qualquer outro tema, permitindo também ser
um auxiliar do desenvolvimento de algumas competências.
• Esta actividade promoveu, com efectividade, a cooperação e a
interajuda, uma vez que era permitida e até apoiada a ‘procura
de palavras’ em conjunto.
98
COMO CUIDAMOS DO NOSSO
CORPO
COM
Objectivos
Adquirir e reforçar conhecimentos relacionados com a higiene,
nomeadamente com a saúde oral
Reforçar e treinar comportamentos de higiene corporal
Reconhecer os hábitos de higiene como regra básica da
sociabilidade
Actividade A
• Realização de uma ficha em que, através da realização de
operações de adição e subtracção, os alunos encontraram a
correspondência entre resultados aritméticos e letras,
descodificando, então, uma mensagem relacionada com o tema
da higiene.
MATERIAIS E RECURSOS UTILIZADOS :
• Ficha “À Procura da Mensagem Secreta” (Harimaguada) [Ficha 22]
• Lápis e borracha
DURAÇÃO DA ACTIVIDADE: 60 m
NOTAS:
• Para os alunos com dificuldades de resolução de operações
aritméticas, ainda que simples, foi necessária ajuda suplementar.
Será possível criar outro tipo de códigos mas mantendo fixa a
metodologia.
• A alteração da mensagem secreta poderá permitir trabalhar
qualquer outro tema.
99
Actividade B
• Debate colectivo sobre a necessidade de cuidados de
higiene diários do corpo e a sua relação com os níveis de saúde.
• Utilização de uma ficha de trabalho:
• Pintura e recorte de imagens representando as principais normas
de higiene corporal.
• Colagem e legendagem de cada uma das imagens numa folha
de cartolina, realçando a regra de higiene representada.
MATERIAIS E RECURSOS UTILIZADOS:
• Fichas “Procura os Caminhos” e “Constrói o Puzzle”
(Harimaguada) [Ficha 23 e 24]
• Canetas de feltro, cola, tesoura e cartolina
DURAÇÃO DA ACTIVIDADE: 60 m
NOTAS:
• Considerando as idades dos alunos, o tema desta sessão não
constituiu uma novidade. Apesar disso, os efeitos comportamentais
foram praticamente imediatos, uma vez que, logo no dia seguinte,
se verificou haver no grupo um maior cuidado com a higiene e
com a apresentação pessoal, o que foi motivo de reparo e assunto
de conversa.
• Estes efeitos terão resultado tão positivamente devido ao
envolvimento dos pais nesta temática (através de contacto escrito)
e a colaboração dos professores de apoio (trabalhos manuais).
• Neste tipo de actividades, as diferenças individuais poderão ser
motivo de reparo. Convirá dar atenção particular aos alunos menos
cuidados do ponto de vista da sua higiene e apresentação para
que não se contribua para a sua discriminação.
• As fichas dos manuais dos alunos poderão igualmente ser
utilizadas para o mesmo efeito daquelas que aqui são referidas.
Actividade C
• Debate colectivo sobre o modo como cada um se prepara para
vir para a escola.
• Observação da ficha “Preparo-me para ir para a Escola”
• Recorte, ordenação e colagem das imagens da ficha numa
segunda folha.
• Colorir as imagens depois de coladas.
100
MATERIAIS E RECURSOS UTILIZADOS :
• Ficha de trabalho sobre higiene corporal – “Preparo-me para ir
para a Escola” (Harimaguada) [Ficha 25]
• Canetas de feltro, cola e tesoura
DURAÇÃO DA ACTIVIDADE: 60 m
NOTAS:
• Genericamente, os alunos não tiveram dificuldade em realizar as
actividades e atingiram os objectivos.
• Relativamente a alguns, no entanto, foi necessário insistir para
que colorissem os desenhos.
Actividade D
• Sentados lado a lado, de modo a formar um ‘U’, os alunos
dialogaram e argumentaram, sob orientação do professor, acerca
da questão “Por que nos lavamos?”
• Esses argumentos foram sendo registados à medida que iam
surgindo
• Num segundo momento, um de cada vez, os alunos representaram
através de mímica, gestos comuns da sua higiene corporal diária,
enquanto os colegas tentaram identificar a acção representada
(lavar a cara, os dentes...).
• Em seguida, foram preenchidas outras fichas sobre o mesmo tema.
MATERIAIS E RECURSOS UTILIZADOS:
• Ficha “Cuido do meu Corpo” (Harimaguada) [Ficha 26]
DURAÇÃO DA ACTIVIDADE: 30 + 30 m
NOTAS:
• Esta actividade foi bem aceite pelos alunos, tendo permitido atingir
os objectivos desejados.
• Estas actividades permitiram avaliar os conhecimentos dos alunos
acerca das principais partes do corpo.
• Alguns alunos manifestaram alguma vergonha quando imitaram
a lavagem das partes ‘íntimas’ do corpo, sublinhando, portanto, a
necessidade de atender ao conhecimento que se detém acerca
das particularidades de cada um deles (os mais tímidos, por
exemplo).
• A realização destas actividades levaram-nos a concluir que será
necessário reforçar os conteúdos e as práticas relacionadas com
o conhecimento e com os cuidados do corpo, ao longo do ano
lectivo.
101
Actividade E
• Debate inicial sobre a importância da higiene oral.
• Observação de imagens ilustrativas da cárie dentária
• Registo no quadro e nos cadernos individuais das regras
fundamentais para manter a saúde oral
• Observação de figuras que demonstravam a forma correcta de
escovar os dentes
• Prática individual orientada da escovagem correcta dos dentes.
MATERIAIS E RECURSOS UTILIZADOS:
• Folhas de papel, esferográficas, escovas e pastas de dentes
• Cartazes com figuras exemplificativas da cárie dentária e da
escovagem correcta dos dentes (construídos pela professora)
DURAÇÃO DA ACTIVIDADE: 60 m
NOTAS:
• Foi necessário ceder escovas e pastas de dentes aos alunos que
não as possuíam.
• No tópico relacionado com as regras de manutenção da saúde
oral, a maioria dos alunos reagiu negativamente à necessidade
de consultar o dentista, pelo que se achou importante actuar sobre
essa questão (ver actividade seguinte).
Actividade F
• Exposição teórica, acompanhada por diapositivos, sobre os
cuidados básicos para a manutenção da saúde oral (profissional
de saúde externa à instituição) *
• Demonstração da técnica correcta de escovagem com modelos
de grandes dimensões
• Resposta às questões colocadas pelos alunos durante e após a
exposição teórica.
MATERIAIS E RECURSOS UTILIZADOS:
• Diapositivos, projector, escova e modelo dentário de grandes
dimensões
DURAÇÃO DA ACTIVIDADE: 30 m
NOTAS:
• A intervenção de profissionais externos deve ser previamente
preparada, para que a linguagem e a metodologia pedagógica se
adeque às particularidades do grupo.
102
Actividade G
• Em grupo, procurou-se recapitular e consolidar os conhecimentos
adquiridos na actividade anterior.
• Cada aluno elaborou um desdobrável no qual ilustrou as principais
regras da higiene oral e construiu uma frase alusiva ao tema.
MATERIAIS E RECURSOS UTILIZADOS:
• Folhas de papel, lápis, esferográficas, canetas de feltro, borracha
DURAÇÃO DA ACTIVIDADE: 50 m
NOTAS:
• No debate inicial, os alunos demonstraram ter compreendido e
memorizado as principais regras da higiene oral abordadas na
sessão anterior.
• A construção do desdobrável foi uma actividade que despertou
interesse, ainda que alguns alunos tenham expressado menor
vontade em ilustrá-lo.
• Em lugar da elaboração de um desdobrável, é também possível
substituí-la pela elaboração de um cartaz sobre o mesmo tema e
com o mesmo objectivo.
Actividade H:
• Preenchimento de uma ficha sobre as principais regras de higiene
corporal
• Materiais e recursos utilizados:
• Ficha sobre normas de higiene corporal – “Vamos Cuidar do Nosso
Corpo”(1) (baseada em Harimaguada) [Ficha 27]
• Lápis e borracha
DURAÇÃO DA ACTIVIDADE: 50 m
NOTAS:
• Como alguns alunos ainda não dominam suficientemente as
técnicas da leitura e da escrita, a actividade foi realizada
colectivamente, com registo no quadro, após o que,
individualmente, registaram nas suas fichas.
(1)
Especialmente neste conjunto de actividades, a articulação com os professores de psico-
motricidade e com os auxiliares de acção educativa foi um factor altamente facilitador. Os
primeiros, sobretudo, quanto à higiene após o exercício físico e os segundos no acompanhamento
das refeições.
103
104
COMO NOS SENTIMOS E
RELACIONAMOS
Objectivos
Identificar expressões utilizadas para exprimir sentimentos
Facilitar a expressão de sentimentos
Reforçar as atitudes de compreensão e respeito pelos sentimentos
dos outros
Desenvolver a consciência de si próprio e a auto-confiança
Consciencializar o facto de sermos física e psicologicamente
diferentes uns dos outros
Interpretar e adequar as reacções pessoais face a vários contextos
de interacção social, desenvolvendo, nomeadamente,
capacidades para ouvir, expressar-se e esperar
Desenvolver capacidades para identificar e analisar situações
que podem produzir prazer, desagrado ou mal-estar.
Actividade A
• Dividiu-se o grupo em duas partes iguais.
• Dividiu-se o quadro da sala com uma linha vertical, separando o
trabalho de cada um dos sub-grupos.
• Com linhas horizontais, dividir-se cada uma das partes anteriores
em dois. De cada lado do quadro, colocou-se em cada uma das
parcelas a representação de uma cara – uma delas triste e a
outra alegre.
• Solicitou-se que em cada uma das duas parcelas do quadro os
grupos – trabalhando separadamente – afixassem imagens
recortadas de revistas e que representassem “coisas / situações
que vos fazem sentir-se felizes” ou “coisas / situações que vos
fazem sentir-se infelizes”.
• Finalizada esta etapa, cada aluno referiu-se à forma como,
normalmente, se sente face às situações representadas e a outras
que, embora não estando representadas, o façam sentir-se feliz
ou infeliz.
• Nesta análise o professor procurou evidenciar, estimulando os
alunos nesse sentido, a diversidade de cada pessoa nos modos
como se sente, até em situações muito semelhantes.
MATERIAIS E RECURSOS UTILIZADOS:
• Revistas, fita cola, tesoura.
105
DURAÇÃO DA ACTIVIDADE: 60 m
NOTAS:
• Esta actividade tem continuidade.
• Devem ter-se em conta as competências motoras do grupo para
prever a duração da tarefa de recorte.
Actividade B
• Partindo de uma situação dramatizada, em que o professor se
colocou no papel de um pintor que oferece a cada aluno dois
desenhos. Cada um destes desenhos refere-se a dois pedidos
formulados pelos alunos: uma coisa de que sentem grande
necessidade (imprescindível à sobrevivência) e outra, desejada,
mas sem a qual poderiam viver.
• O professor satisfaz o pedido de cada aluno entregando-lhes dois
trabalhos ‘valiosos’: um desenho feito com um marcador verde
(representando algo que se necessita) e outro feito com um
marcador preto (representando uma coisa desejada).
• Seguidamente, os alunos montaram uma exposição com os
desenhos solicitados ao ‘pintor’. O professor incentivou os alunos
a descobrir os pedidos iguais e diferentes, nomeadamente, no
que se refere às necessidades e aos desejos do conjunto de
alunos.
MATERIAIS E RECURSOS UTILIZADOS:
• Papel, marcadores de duas cores.
DURAÇÃO DA ACTIVIDADE: 20m + 20 m
NOTAS:
• A actividade proposta decorreu com bastante entusiasmo por parte
de todos os alunos. Ludicamente, estes souberam respeitar as
regras estabelecidas para cumprir as diferentes fases da tarefa.
• Esta actividade tem continuidade.
Actividade C
• Aproveitando a actividade anterior, foi solicitado aos alunos que
contassem todos os trabalhos expostos e, separadamente, os
que diziam respeito a necessidades e desejos expressos.
• A partir desta tarefa, os alunos com mais competências no domínio
do cálculo encontraram o número de elementos que constituem
os maiores conjuntos formados por necessidades e desejos.
MATERIAIS E RECURSOS UTILIZADOS:
• Não necessita.
DURAÇÃO DA ACTIVIDADE: 20m
106
Actividade D
• O professor segredou a cada aluno um sentimento e pediu que
o mimassem perante os colegas para que estes o identificassem.
• O professor apresentou pequenos fragmentos de composições
musicais (canções de embalar, sons suaves de flautas, sons
fortes de tambores, marchas...) e pediu aos alunos que
procurassem reconhecer os sentimentos que, na sua opinião,
eram expressos.
• Para além de o identificarem, os alunos expressaram através de
mímica os sentimentos sugeridos pelo conjunto de sons e
silêncios.
• O professor mostrou representações plásticas de obras de arte
significativamente expressivas do ponto de vista dos sentimentos
e emoções.
• Esta sequência de actividades suscitou um debate colectivo
sobre as diferentes formas de expressar e reagir aos sentimentos.
MATERIAIS E RECURSOS UTILIZADOS :
• Instrumentos musicais ou o registo de diferentes composições
do seu som em disco ou cassete.
• Reprodução de obras de arte em diapositivo, postais ou
fotografias.
DURAÇÃO DA ACTIVIDADE: 30 + 30 + 30m
NOTAS:
• Estas actividades produziram grande animação no grupo. As
dificuldades mais evidentes prenderam-se com a expressão
corporal, embora a continuidade da sua utilização tenha
demonstrado que estas dificuldades são lentamente
ultrapassadas.
Actividade E
• Foram apresentadas ao grupo imagens de pessoas, através
recortes de jornais e de revistas, ilustrando reacções face a
situações de interacção social.
• Estas imagens foram analisadas pelos alunos a fim de que
identificassem os sentimentos e as emoções nelas
representadas.
• Os alunos seleccionaram e recortaram as imagens representadas
em formato de papel que lhes pareceram mais sugestivas
MATERIAIS E RECURSOS UTILIZADOS :
• Videograma, fotografias, jornais e revistas.
• Tesoura, cola e papel.
DURAÇÃO DA ACTIVIDADE: 60 m
NOTAS:
• Os alunos identificaram sem grande esforço as expressões de
107
alegria e de tristeza, por exemplo. Porém, expressões
reveladoras de sentimentos como frustração, preocupação e
desespero tornaram-se mais difíceis de interpretar.
Actividade F
• Jogo de equipas – estafeta com drible
• Todos os participantes colaboraram para o êxito da equipa,
estimulando o espírito de competição.
• Os alunos teriam de respeitar as regras do jogo e os adversários.
• No final, a equipa vencida deveria felicitar os vencedores.
MATERIAIS E RECURSOS UTILIZADOS:
• Bolas e arcos
DURAÇÃO DA ACTIVIDADE: 30 + 30 + 30 m
NOTAS:
• Este jogo pôs à prova as capacidades dos alunos em respeitar
os sentimentos dos outros, notando-se as suas dificuldades,
quando inseridos nas situações concretas.
• Deverá procurar-se o equilíbrio na composição das equipas no
que respeita às suas capacidades competitivas, assim como
verificar se actividade se adequa aos níveis de desenvolvimento
motor de todos os alunos.
• Este tipo de actividades deverá ser reforçado nos
relacionamentos quotidianos – incluindo entre os alunos e entre
estes e os profissionais da instituição -, por exemplo, nas formas
de cumprimento (abraços, festas, beijos, apertos de mãos),
desde que adequados à situação, ao tipo de relação sociais e
aos elementos envolvidos.
Actividade G
• Distribuíram-se fotografias retiradas de revistas que pudessem
fazer alusão a necessidades e desejos pessoais.
• O professor solicitou que cada aluno escolhesse uma fotografia
que representasse uma necessidade (algo sem o qual não
pudesse viver).
• Recolheram-se todas as fotografias escolhidas pelos alunos e
colocaram-se num envelope com uma marca verde.
• Seguidamente, utilizou-se o mesmo procedimento para o domínio
dos desejos (algo que gostaríamos de ter mas de que podemos
prescindir). Recolheram-se também as fotografias escolhidas e
colocaram-se num envelope com uma marca preta.
• Com base nas selecções realizadas foram elaborados dois
cartazes: “O que necessito” e “O que desejo”.
• Os cartazes foram analisados em grande grupo com o objectivo
de clarificar as diferenças entre ambos.
108
MATERIAIS E RECURSOS UTILIZADOS:
• Papel de cenário, recortes de fotografias publicadas em revistas,
cola, envelopes..
DURAÇÃO DA ACTIVIDADE: 30 + 30+ 30 m
NOTAS:
Esta actividade tem continuidade.
ACTIVIDADE H
• Recorrendo a uma ficha de trabalho ampliada para o formato de
cartaz e a envelopes contendo representações de animais,
brinquedos, flores, instrumentos musicais, cores e desportos, foi
solicitado a cada aluno que escolhesse, recortasse e colasse na
ficha um elemento de cada categoria, de modo a completar frases
(Se eu fosse um ... seria ...).
• As fichas, depois de terminadas, foram expostas e os alunos
colocaram em cada uma um rectângulo de papel com o nome do
colega que, na sua opinião, terá realizado esse trabalho. Por fim,
foi-lhes pedido que justificassem essa opinião.
MATERIAIS E RECURSOS UTILIZADOS:
• Ficha “Quem sou eu” (Sanders e Swinden, op. cit.; p. 80) [Ficha
28].
• Envelopes, fotografias, revistas, tesoura, cola, cartões com o
nome de cada aluno.
DURAÇÃO DA ACTIVIDADE: 30 + 30m
NOTAS:
• Os alunos não mostraram dificuldades em entender os objectivos
da tarefa proposta e expressaram grande entusiasmo quando
conseguiam identificar o nome do colega através da ficha que
este tinha realizado, revelando, portanto, o bom conhecimento
que detinha a seu respeito.
• A utilização de fotografias representando animais parece ter
facilitado a projecção de traços de personalidade por parte dos
alunos. Esse facto evidenciou-se com mais nitidez em alunos
habitualmente menos participativos ou com maiores dificuldades
de expressão oral.
• Num ambiente lúdico, os alunos demonstraram entender e
respeitar a necessidade de estabelecer regras de conduta em
grupo, ainda que o professor tenha contribuído activamente para
moderar o diálogo e a participação de todos.
109
Actividade I
• Foi solicitado a um aluno que colocasse uma venda nos olhos,
pedindo aos restantes que, um de cada vez, tocassem diferentes
partes do corpo deste. A quando de um sinal sonoro do professor
(palmas), todos os alunos, ao mesmo tempo, tocariam o colega
vendado. Esta actividade foi repetida com três alunos que,
voluntariamente, se disponibilizaram para colocar a venda.
• Seguidamente, um dos alunos, com os olhos vendados, tocando
num dos companheiros, procurou identificá-lo.
• Utilizando papel de cenário, os alunos desenharam a silhueta dos
dois sexos, contornando os corpos de um aluno e uma aluna.
• No final, os alunos foram estimulados a expressar sobre as
sensações que tinham experimentado no decurso das diferentes
actividades.
MATERIAIS E RECURSOS UTILIZADOS:
• Uma venda, papel de cenário e caneta de feltro.
DURAÇÃO DA ACTIVIDADE: 90 m
NOTAS:
• As várias actividades propostas foram aceites sem reservas pelos
alunos. Registou-se apenas o caso de um aluno que se manifestou
incapaz de tocar nos colegas que estavam de olhos vendados,
aparentemente, por inibição. No entanto, o mesmo aluno não se
opôs à inversão desse papel, ou seja, a que lhe fossem vendados
os olhos e fosse tocado pelos colegas.
• A expressão de sensações e de sentimentos relativos às
actividades realizadas faz evidenciar algumas dificuldades de
verbalização destes alunos.
• Este tipo de actividades requer um atenção a cada aluno em
particular, acautelando situações de desconforto face ao toque
físico e à utilização de vendas nos olhos.
Actividade J
• Preenchimento da ficha “Retrato Físico”:
• Numa ficha previamente distribuída, cada aluno descreve
fisicamente um dos seus colegas – aleatoriamente atribuído – e
desenha também o seu retrato
MATERIAIS E RECURSOS UTILIZADOS:
• Ficha “Retrato Físico”
DURAÇÃO DA ACTIVIDADE: 60 m
NOTAS:
• O nível de participação e entusiasmo dos alunos foi elevado,
sobretudo no início da actividade, a quando da enumeração oral
das características físicas dos colegas.
110
• No registo escrito dessas características, os alunos com um
menor domínio da expressão escrita necessitaram de auxílio da
professora ou da auxiliar.
• No decurso da actividade verificou-se uma reavaliação colectiva
face à discriminação negativa, habitual, relativamente a um dos
alunos.
Actividade L
• Sugeriu-se aos alunos que, em frente ao espelho, se
observassem, verbalizando os aspectos positivos que
encontravam no seu corpo e no dos outros.
MATERIAIS E RECURSOS UTILIZADOS :
• Espelho(s).
DURAÇÃO DA ACTIVIDADE: 30 m
NOTAS:
• Os alunos manifestaram reacções positivas ao ouvirem “piropos”
por parte dos colegas e também da professora.
• Todos os alunos dedicaram atenção a cada colega, demonstrando
interesse e que entendiam a importância de dar e receber
elogios.
Actividade M
• Utilizando o foco de luz de um projector de diapositivos, os
alunos contornaram as suas sombras num papel de cenário,
identificando--as, e comparando-as a posteriori.
MATERIAIS E RECURSOS UTILIZADOS :
• Papel de cenário, projector de diapositivos, marcadores.
DURAÇÃO DA ACTIVIDADE: 30 + 30 m
NOTAS:
• De forma lúdica, esta actividade decorreu com bastante
entusiasmo.
• Após o trabalho realizado, os alunos souberam reconhecer-se
e reconhecer os outros nas sombras desenhadas, tecendo
comentários sobre as diferenças individuais mais significativas .
Actividade N
• Em trabalho de pares, cada aluno identificou e localizou no corpo
do seu parceiro de actividade as suas características físicas,
sublinhando as similitudes e as diferenças relativamente a si e
aos restantes colegas.
MATERIAIS E RECURSOS UTILIZADOS :
• Não necessita.
DURAÇÃO DA ACTIVIDADE: 30 m
111
NOTAS:
• Apesar de alguns alunos terem evidenciado dificuldades em
expressar as diferenças e as semelhanças que encontravam no
corpo do colega, o diálogo estabelecido entre todo o grupo e
com o professor proporcionou a aquisição de novos conceitos
e promoveu a reflexão.
• No desenrolar da acção, surgiu com naturalidade a consciência
de que existe uma grande semelhança física entre todas as
pessoas e que as diferenças individuais devem ser aceites.
ACTIVIDADE O
• Realização de uma ficha de trabalho baseada no registo da altura
e do peso dos alunos, respondendo, a partir desses dados, a
perguntas.
MATERIAIS E RECURSOS UTILIZADOS:
• Ficha de trabalho “Vamos Analisar os Dados” (Harimaguada) [Ficha
17].
DURAÇÃO DA ACTIVIDADE: 45 m
NOTAS:
• Esta ficha foi utilizada por outro grupo com objectivos semelhantes
(Actividade B - “O nosso corpo em mudança).
• Este tipo de actividades, para um grupo com algumas dificuldades
de leitura, escrita e compreensão, requer necessariamente o
apoio do professor e/ou do auxiliar.
• No entanto, os mesmos objectivos poderão ser atingidos com o
recurso a actividades adaptadas às características particulares
do grupo ou de alguns dos seus elementos, por exemplo, não
exigindo a escrita.
Actividade P
• Iniciou-se a sessão com uma conversa sobre o tema ‘família’,
tendo o professor solicitado que cada elemento falasse da sua.
Nesta participação colectiva foram sendo referenciados os
parentescos, o papel (ou papéis) que cada aluno ocupa no
agregado familiar e as características da sua família.
• Foi sugerido, como trabalho para casa, que trouxessem fotos dos
vários elementos da família. Na falta de fotos (ou ausência de um
elemento de qualquer tipo de parentesco) foi utilizado um
desenho do aluno, que produziu a sua representação.
MATERIAIS E RECURSOS UTILIZADOS:
• Papel e lápis de cor ou canetas de feltro, se necessário.
DURAÇÃO DA ACTIVIDADE: 45 m
112
NOTAS:
• Em geral, é grande a variabilidade dos tipos de famílias. Nalguns
casos, também, a intensidade dos laços estabelecidos com as
figuras parentais – presentes ou ausentes – é um tema delicado,
que envolve bastante emotividade. Por isso, haverá que ter sempre
presente a necessidade de reforçar positivamente a originalidade
e as potencialidades de cada família.
• Esta actividade tem continuação.
Actividade Q
• Propôs-se que cada aluno construísse uma casa tridimensional,
“A Casa da Minha Família”. Nessa casa iria aplicar as fotos e os
desenhos da sua família.
• A construção da cada casa obedeceu ao seguinte esquema: no
topo de uma pequena caixa (ou pacote) de cartão foi aplicado um
telhado feito em cartolina; as faces laterais da caixa (as ‘paredes
da casa’) foram forradas com papel escolhido por cada aluno;
foram desenhadas, depois, as janelas, em número correspondente
ao dos elementos do agregado familiar.
• Finda a construção da casa, cada aluno colocou nas janelas da
casa as fotos ( ou desenhos) dos seus familiares.
• Por último, os alunos colaram nas ‘suas casas’ o nome da família
a que pertence e o nome que atribuiu à casa.
MATERIAIS E RECURSOS UTILIZADOS:
• Pequenas caixas de cartão, folhas de cartolina, papel de fantasia
ou de lustro (para forrar as caixas), tesoura, cola, fotografias do
agregado familiar dos alunos ou desenhos.
DURAÇÃO DA ACTIVIDADE: 45 + 30m
Actividade R
• O professor sugeriu que, com as fotos e desenhos anteriormente
solicitados, cada aluno elaborasse um álbum individual.
• Depois de colados os desenhos e as fotos, cada aluno produziu
um comentário sobre o conteúdo do álbum, o qual ficou a fazer
parte deste. Foi ainda acrescentada uma página em branco para
que, em casa, a família de cada aluno produzisse também um
comentário ou uma ideia acerca do conteúdo do álbum.
MATERIAIS E RECURSOS UTILIZADOS:
• Folhas brancas (A5); cartolina para a capa do álbum, furador,
cordão (para juntar as folhas), canetas, cola, tesoura, lápis,
fotocopiadora, scaner.
DURAÇÃO DA ACTIVIDADE: 30 + 30m
113
Actividade S
• Depois de uma conversa introdutória, entre todo o grupo, acerca
da importância do relacionamento interpessoal e da adequação
da comunicação ao contexto de interacção, o professor apresentou
um saco no qual, previamente, tinha colocado cartões com
imagens de personagens com características diferentes.
• Em seguida, face à apresentação de cada personagem, o grupo
foi estimulado a descrever como a cumprimentaria.
• Por fim, o professor foi introduzindo, face às mesmas personagens,
variantes relacionadas com os contextos.
MATERIAIS E RECURSOS UTILIZADOS:
Saco, cartões com imagens ou fotografias;
DURAÇÃO DA ACTIVIDADE: 45 m
NOTAS:
• Os alunos aderiram a esta actividade com grande entusiasmo.
Numa síntese final, a maior parte dos alunos demonstrou ter
entendido a grande variabilidade dos tipos de relação interpessoal
e de cumprimentos e que o contexto da interacção é também um
factor a considerar quando se pretende ter um comportamento
socialmente adequado.
114
Ficha de Trabalho 1
PUZZLE
Recorta as diferentes partes do corpo, monta e pinta o puzzle.
Ficha de Trabalho 2
PUZZLE
Recorta as diferentes partes do corpo, monta e pinta o puzzle.
Ficha de Trabalho 3
Para construires esta boneca articulada, recorta as diferentes partes do
corpo e une-as pelos círculos.
Ficha de Trabalho 4
Para construires este boneco articulado, recorta as diferentes partes do
corpo e une-as pelos círculos.
Ficha de Trabalho 5
Ficha de Trabalho 6
sobrancelhas
pestanas
olhos
orelhas
nariz
mamas
umbigo
mãos
dedos
vulva/pénis
menino e da menina.
músculos
joelhos
canelas
pés
dedos
Une com setas cada palavra com a parte do corpo correspondente do
Ficha de Trabalho 7
Completa a parte que falta a cada um dos desenhos.
Ficha de Trabalho 8
Recorta as silhuetas, forma as figuras e completa as partes do corpo.
Ficha de Trabalho 9
AS PARTES DO NOSSO CORPO
Vamos colocar os nomes das partes do corpo desta menina e deste menino.
Ficha de Trabalho 10a
trompa de falópio
ovário
útero
colo do útero
vagina
Ficha de Trabalho 10b
vesícula seminal
canal deferente
próstata
uretra
testículo
epididimo
escroto pénis
Ficha de Trabalho 11
Ficha de Trabalho 12
COMO NASCE UMA GALINHA?
Observa, recorta e ordena cada uma das vinhetas desta Ficha. Escreve debaixo de cada
vinheta uma frase relacionada com ela
Ficha de Trabalho 13a
COMO NASCE UM CÃO?
Observa, recorta e ordena cada uma das vinhetas desta Ficha. Escreve debaixo de cada
vinheta uma frase relacionada com ela
Ficha de Trabalho 13b
COMO NASCE UM BEBÉ?
Observa, recorta e ordena cada uma das vinhetas desta Ficha. Escreve debaixo de cada
vinheta uma frase relacionada com ela
Ficha de Trabalho 14
QUE CUIDADOS DEVE TER UMA MULHER GRÁVIDA?
Em cada fila há um desenho que não fica bem com os restantes. Pinta-o de vermelho.
QUEM SOU
____________________________________________________________________________________________________________
ao município de ________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
9. Eu gosto de ___________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
• Os braços .................................
• As coxas ............................
• Os ombros ................................
2. Com os nomes que acabaste de encontrar forma dois conjuntos: um com as partes do corpo
da menina e outro com as partes do corpo do menino.
Ficha de Trabalho 22
CHAVE SECRETA
P C T I O A J R B X
10 5 80 42 20 36 1 14 11 21
17-3 9+2
CHAVE SECRETA
R U P D O M C T E S G
22 13 10 14 11 15 12 21 17 6 20
Ficha de Trabalho 23
PROCURA OS CAMINHOS
CONSTROI O PUZZLE
Recorta e ordena as figuras desde a cabeça até aos pés. Escreve uma frase para cada figura.
Ficha de Trabalho 27
VAMOS CUIDAR DO NOSSO CORPO
Vamos escrever, por baixo da respectiva figura, como se devem lavar o pénis e a vulva.
Ficha de Trabalho 28