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Envelhecer e Morrer:

Alguns Problemas Sociológicos

• Os jovens muitas vezes têm dificuldade em se colocar no lugar dos mais


velhos na experiência de envelhecer.

• Não é fácil imaginar que nosso próprio corpo, tão cheio de frescor e
muitas vezes de sensações agradáveis, pode ficar vagaroso, cansado e
desajeitado.

• Conscientemente ou inconscientemente, as pessoas resistem à idéia de


seu próprio envelhecimento e morte tanto quanto possível.

• A sensação “talvez eu fique velho um dia” pode estar inteiramente


ausente. Tudo o que sobra é o gozo espontâneo de nossa própria
superioridade, e do poder dos jovens em relação aos velhos.

• Nas sociedades pré-industriais em que camponeses e lavradores


formam o maior grupo ocupacional, quem lida com os que vão
envelhecendo e com os moribundos é a família.

• O atendimento físico dos médicos e o pessoal de enfermagem podem


ser excelentes. Mas ao mesmo tempo a separação dos idosos da vida
normal e sua reunião com estranhos significam solidão para o individuo.

• Pode-se dizer que antes do século XX, ou talvez XIX, a maioria das
pessoas morria na presença de outras apenas porque estavam menos
acostumadas a viver e estar sós.

• As sociedades não eram tão organizadas em termos de higiene como as


sociedades posteriores.

• Mesmo hoje pode acontecer de pessoas atingidas por uma doença


incurável, ou que por outras razões se encontrem às portas da morte,
escutarem uma voz interior sussurrando que é culpa de seus parentes
ou punição por seus próprios pecados.

• O controle das grandes epidemias fatais e apenas um dos muitos


exemplos de como a expansão do conhecimento congruente com a
realidade desempenhou um papel na mudança dos sentimentos e
comportamentos humanos.

• O próprio conhecimento conhecimento em relação aos aspectos


biológicos do envelhecimento e da morte aumentou muito nos dois
últimos séculos. Mas nesse nível biológico parecemos nos aproximar de
uma barreira intransponível quando tentamos estender ainda mais o
controle humano sobre os processos de envelhecimento e morte.

• O que nos faz lembrar que aqui e ali a capacidade dos seres humanos
em relação ao universo natural tem seus limites.

• Só depois que a “natureza” foi domesticada e transformada pelos


humanos é que ela começou a parecer para populações que viviam
geralmente nas cidades como bela e benigna para a humanidade.

• No presente, o conhecimento médico é em geral tomado como


conhecimento biológico. Mas é possível imaginar que, no futuro, o
conhecimento da pessoa humana, das relações das pessoas entre si, de
seus laços mútuos e das pressões e limitações que exercem entre si
faça parte do conhecimento médico.

• Na sociedade atual as crianças podem crescer sem nunca terem visto


um cadáver. Em estágios anteriores de desenvolvimento o espetáculo
de cadáveres era muito mais comum. Desde então, o aumento da
expectativa de vida tornou a morte mais distante dos jovens e dos vivos
em geral.

• Nunca antes as pessoas morreram tão silenciosa e higienicamente como


hoje em dia, e nunca em condições tão propicias à solidão.

• O moribundo recebe o tratamento medico mais avançado e


cientificamente recomendado disponível. Mas os contatos com as
pessoas a que está ligado, e cuja presença pode proporcionar o maior
conforto para aquele que parte, frequentemente são considerados
inconvenientes para o tratamento racional do paciente e para a rotina do
pessoal.

• O quadro dessa diferença é nítido. De um lado, o tipo antigo: a família


cuida da pessoa doente. Possivelmente apressam o fim, pois nada disso
é muito higiênico. Possivelmente sua presença adia a morte, pois pode
ser umas das grandes alegrias dos moribundos estarem cercados por
parentes e amigos.

• Na UTI de um hospital moderno, os moribundos podem ser tratados de


acordo com o mais recente conhecimento biofísico especializado, mas
muitas vezes de maneira neutra em termos de sentimentos: podem
morrer em total isolamento.

• Todos esses são em realidade apenas exemplos de como falhamos ao


enfrentar os problemas dos moribundos nas sociedades desenvolvidas.
• Talvez não seja supérfluo dizer que o cuidado com as pessoas às vezes
fica muito defasado em relação ao cuidado com seus órgãos.

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