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Vargas:

Nascido em São Borja, em 1882, Getúlio Dornelles Vargas foi um dos mais importantes
políticos da História do Brasil. Depois de concluir a Faculdade de Direito em Porto Alegre, em
1907, Getúlio começou sua trajetória política no início dos anos 20. Entre 1923 e 1926,
Vargas ocupou as cadeiras de deputado estadual, federal e líder da banca gaúcha no
Congresso.

Em 1926 e 1927, ocupou o cargo de Ministro da Fazenda. Logo em seguida conquistou o


cargo de presidente do Rio Grande do Sul, de 1927 a 1930. Em 1930, Vargas concorreu nas
eleições presidenciais pela Aliança Liberal. Derrotados pelo candidato da situação, Julio
Prestes, os liberais arquitetaram um golpe de Estado que levou Getúlio Vargas ao poder. Esse
movimento golpista ficou conhecido como a “Revolução de 30”.

Depois de nomeado presidente, Getúlio estendeu esse seu primeiro mandato por quinze anos
ininterruptos. De 1945 a 1951 ocupou o cargo de Senador Federal. Depois desse mandato,
voltou à presidência pelo voto popular. Em agosto de 1954, sob forte pressão política e
escândalos pessoais, Getúlio Vargas cometeu suicídio.

Governo Provisório (1930 – 1934)


Mediante a decisiva importância que os militares tiveram na consolidação da Revolução de
30, os primeiros anos da Era Vargas foram marcados pela forte presença dos “tenentes” nos
principais cargos políticos do novo governo. Em sua grande parte, os principais
representantes das alas militares que apoiaram Vargas, obtiveram as chamadas
interventorias estaduais. Pela imposição do presidente, vários militares passaram a controlar
os governos estaduais. Tal medida tinha como propósito anular a ação dos antigos coronéis e
sua influência política regional.

Dessa maneira, consolidou-se um clima de tensão entre as velhas oligarquias e os tenentes


interventores. Tal conflito teve maior força em São Paulo, onde as oligarquias locais, sob o
apelo da autonomia política e um discurso de conteúdo regionalista, convocaram o “povo
paulistano” a lutar contra o governo Getúlio Vargas. A partir dessa mobilização, originou-se a
chamada Revolução Constitucionalista de 1932. Mesmo derrotando as forças oposicionistas,
os setores varguistas passaram por uma reformulação.

Com a ocorrência desse conflito, Vargas se viu forçado a convocar eleições para a formação
de uma Assembléia Nacional Constituinte. No processo eleitoral, as principais figuras
militares do governo perderam espaço político devido o desgaste gerado pelos conflitos
paulistas. Passada a formação da Assembléia, uma nova constituição fora promulgada, em
1934. Com inspiração nas constituições alemã e mexicana, a Carta de 1934 deu maiores
poderes ao poder executivo, adotou medidas democráticas e criou as bases de uma
legislação trabalhista. Além disso, a nova constituição previa que a primeira eleição
presidencial aconteceria pelo voto da Assembléia. Por meio dessa resolução e o apoio da
maioria do Congresso, Vargas garantiu mais um novo mandato.

Constituição de 34
A conturbação causada pela Revolução Constitucionalista de 1932, forçou o governo
provisório de Getúlio Vargas a tomar medidas que dessem normalidade ao regime
republicano. Dessa maneira, o governo criou uma nova Lei Eleitoral e convocou eleições que
foram realizadas no ano posterior. A partir de então, uma nova assembléia constituinte
tomou posse em novembro de 1933 com o objetivo de atender os anseios políticos
defendidos desde a queda do regime oligárquico.

Em 16 de julho de 1934, foi noticiada uma nova constituição com 187 artigos. Em termos
gerais, essa nova carta ainda preservava alguns pontos anteriormente lançados pela
constituição de 1891. Entre muitos itens foram respeitados o princípio federalista que
mantinha a nação como uma República Federativa; o uso de eleições diretas para escolha
dos membros dos poderes Executivo e Legislativo; e a separação dos poderes em Executivo,
Legislativo e Judiciário.

Na questão trabalhista, a Carta Magna proibia qualquer tipo de distinção salarial baseada em
critérios de sexo, idade, nacionalidade ou estado civil. Ao mesmo tempo, ofereceu novas
conquistas à classe trabalhadora com a criação do salário mínimo e a redução da carga
horária de trabalho para 8 horas diárias. Além disso, instituiu o repouso semanal e as férias
remuneradas, a indenização do trabalhador demitido sem justa causa e proibiu o uso da
mão-de-obra de jovens menores de 14 anos.
Com relação à economia, a Constituição de 1934 tinha claras preocupações com respeito à
adoção de medidas que promovessem o desenvolvimento da indústria nacional. As novas leis
permitiam a criação de fundações, institutos de pesquisa e a abertura de linhas de crédito
que viabilizassem a modernização da economia por meio da expansão do parque industrial.
Na agricultura, o governo tomou medida semelhante ao favorecer a variação dos itens da
nossa pauta de exportações agrícola.

No campo educacional, o governo incentivou o desenvolvimento do ensino superior e médio.


A grande meta era formar futuras gerações preparadas para assumir postos de trabalhos
gerados com os avanços pretendidos no setor econômico. Paralelamente, também assegurou
a criação de um ensino primário público, gratuito e obrigatório. Além disso, defendia o ensino
religioso nas escolas e o uso de diferentes grades curriculares para meninos e meninas.

Nessa mesma carta, as diretrizes eleitorais criadas em 1932 foram finalmente consolidadas.
Fazendo jus às propostas da Revolução de 30, a nova lei eleitoral permitiu a adoção do voto
secreto e direto. Paralelamente, a nova lei permitiu o voto para todos aqueles maiores de 21
anos, incluindo as mulheres. Somente os analfabetos, soldados, padres e mendigos não
poderiam ter direito ao voto.

Apesar de conceder direitos de natureza democrática, essa mesma constituição mostrava


seu lado autoritário ao determinar que as novas leis eleitorais não valessem para escolha do
novo presidente. Dessa forma, Getúlio Vargas foi indiretamente eleito por meio da escolha
dos membros da Assembléia Constituinte – em sua maioria aliada ao presidente – que
estabeleceram um mandato de mais quatro anos.

Governo Constitucional (1934 – 1937)


Nesse segundo mandato, conhecido como Governo Constitucional (1934 a 1937), observou-
se a ascensão de dois grandes movimentos políticos em terras brasileiras. De um lado estava
a Ação Integralista Brasileira (AIB), que defendia a consolidação de um governo centralizado
capaz de conduzir a nação a um “grande destino”. Esse destino, segundo os integralistas, só
era possível com o fim das liberdades democráticas, a perseguição dos movimentos
comunistas e a intervenção máxima do Estado na economia. De outro, os comunistas
brasileiros se mobilizaram em torno da Aliança Nacional Libertadora (ANL). Entre suas
principais idéias, a ANL era favorável à reforma agrária, a luta contra o imperialismo e a
revolução por meio da luta de classes.

Contando com esse espírito revolucionário e a orientação dos altos escalões do comunismo
soviético, a ANL promoveu uma tentativa de golpe contra o governo de Getúlio Vargas. Em
1935, alguns comunistas brasileiros iniciaram revoltas dentro de instituições militares nas
cidades de Natal (RN), Rio de Janeiro (RJ) e Recife (PE). Devido à falta de articulação e adesão
de outros estados, a chamada Intentona Comunista, foi facilmente controlada pelo governo.

Mesmo tendo resistido a essa tentativa de golpe, Getúlio Vargas utiliza-se do episódio para
declarar estado de sítio. Com essa medida, Vargas ampliou seus poderes políticos, perseguiu
seus opositores e desarticulou o movimento comunista brasileiro. Mediante a “ameaça
comunista”, Vargas conseguiu anular a nova eleição presidencial que deveria acontecer em
1937. Anunciando outra calamitosa tentativa de golpe comunista, conhecida como Plano
Cohen, Getúlio Vargas anulou a constituição de 1934 e dissolveu o Poder Legislativo. A partir
daquele ano, Getúlio passou a governar com amplos poderes, inaugurando o chamado
Estado Novo (1937 – 1945).

Era Vargas – Estado Novo


Dado como um governo estabelecido por vias golpistas, o Estado Novo foi implantado por
Getúlio Vargas sob a justificativa de conter uma nova ameaça de golpe comunista no Brasil.
Para dar ao novo regime uma aparência legal, Francisco Campos, aliado político de Getúlio,
redigiu uma nova constituição inspirada por itens das constituições fascistas italiana e
polonesa.

Conhecida como Constituição Polaca, a nova constituição ampliou os poderes presidenciais,


dando a Getúlio Vargas o direito de intervir nos poderes Legislativo e Judiciário. Além disso,
os governadores estaduais passaram a ser indicados pelo presidente. Mesmo tendo algumas
diretrizes políticas semelhantes aos governos fascista e nazista, não é possível entender o
Estado Novo como uma mera imitação dos mesmos.

A inexistência de um partido que intermediasse a relação entre o povo e o Estado, a


ausência de uma política eugênica e a falta de um discurso ultranacionalista são alguns dos
pontos que distanciam o Estado Novo do fascismo italiano ou do nazismo alemão. No que se
refere às suas principais medidas, o Estado Novo adotou o chamado “Estado de
Compromisso”, onde se criaram mecanismos de controle e vias de negociação política
responsáveis pelo surgimento de uma ampla frente de apoio a Getúlio Vargas.

Entre os novos órgãos criados pelo governo, o Departamento de Imprensa e Propaganda


(DIP) era responsável por controlar os meios de comunicação da época e propagandear uma
imagem positiva do governo. Já o Departamento Administrativo do Serviço Público,
remodelou a estrutura do funcionalismo público prejudicando o tráfico de influências, as
práticas nepotistas e outras regalias dos funcionários.

Outro ponto importante da política varguista pode ser notado na relação entre o governo e as
classes trabalhadoras. Tomado por uma orientação populista, o governo preocupava-se em
obter o favor dos trabalhadores por meio de concessões e leis de amparo ao trabalhador.
Tais medidas viriam a desmobilizar os movimentos sindicais da época. Suas ações eram
controladas por leis que regulamentavam o seu campo de ação legal. Nessa época, os
sindicatos transformaram-se em um espaço de divulgação da propaganda governista e seus
líderes, representantes da ideologia varguista.

As ações paternalistas de Vargas, dirigidas às classes trabalhadoras, foram de fundamental


importância para o crescimento da burguesia industrial da época. Ao conter o conflito de
interesses dessas duas classes, Vargas dava condições para o amplo desenvolvimento do
setor industrial brasileiro. Além disso, o governo agia diretamente na economia realizando
uma política de industrialização por substituição de importações.

Nessa política de substituições, o Estado seria responsável por apoiar o crescimento da


indústria a partir da criação das indústrias de base. Tais indústrias dariam suporte para que
os demais setores industriais se desenvolvessem, fornecendo importantes matérias-primas.
Várias indústrias estatais e institutos de pesquisa foram criados no período. Entre as
empresas estatais criadas por Vargas, podemos citar a Companhia Siderúrgica Nacional
(1940), a Companhia Vale do Rio Doce (1942), a Fábrica Nacional de Motores (1943) e a
Hidrelétrica do Vale do São Francisco (1945).

Em 1939, com o início da Segunda Guerra Mundial, uma importante questão política orientou
os últimos anos do Estado Novo. No início do conflito, Vargas adotou uma postura
contraditória: ora apoiando os países do Eixo, ora se aproximando dos aliados. Com a
concessão de um empréstimo de 20 milhões de dólares, os Estados Unidos conquistaram o
apoio do Brasil contra os países do Eixo. A luta do Brasil contra os regimes totalitários de
Adolf Hitler e Benito Mussolini gerou uma tensão política que desestabilizou a legitimidade da
ditadura varguista.

Durante o ano de 1943, um documento intitulado Manifesto dos Mineiros, assinado por
intelectuais e influentes figuras políticas, exigiu o fim do Estado Novo e a retomada da
democracia. Acenando favoravelmente a essa reivindicação, Vargas criou uma emenda
constitucional que permitia a criação de partidos políticos e anunciava novas eleições para
1945. Nesse meio tempo surgiram as seguintes representações partidárias: o Partido
Trabalhista Brasileiro (PTB) e o Partido Social Democrata (PSD), ambos redutos de apoio a
Getúlio Vargas; a União Democrática Nacional (UDN), agremiação de direita opositora de
Vargas; e o Partido Comunista Brasileiro (PCB), que saiu da ilegalidade decretada por Getúlio.

Em 1945, as medidas tomadas pelo governo faziam da saída de Vargas um fato inevitável.
Os que eram contrários a essa possibilidade, organizaram-se no chamado Movimento
Queremista. Empunhados pelo lema “Queremos Getúlio!”, seus participantes defendiam a
continuidade do governo de Vargas. Mesmo contando com vários setores favoráveis à sua
permanência, inclusive de esquerda, Getúlio aceitou passivamente a deposição, liderada por
militares, em setembro daquele ano.

Dessa maneira, Getúlio Vargas pretendeu conservar uma imagem política positiva. Aceitando
o golpe, ele passou a idéia de que era um líder político favorável ao regime democrático.
Essa estratégia e o amplo apoio popular, ainda renderam a ele um mandato como senador,
entre 1945 e 1951, e o retorno democrático ao posto presidencial, em 1951.

O DIP e o Estado Novo


A instalação do regime ditatorial varguista trilhou uma nova página na história do cenário
cultural brasileiro. Acompanhando de perto o desenvolvimento dos meios de comunicação no
Brasil, o governo de Getúlio Vargas teve nítida preocupação em censurar e orientar as ideias
e programas divulgados nesse período. Para tanto, foi criado o DIP – Departamento de
Imprensa e Propaganda – que passou a regulamentar o material publicado nos rádios,
jornais, cinemas e revistas desta época.

Além do controle, o DIP também fez claro uso dos meios de comunicação como instrumento
elogioso ao regime e disseminador de um sentimento nacionalista. Nas escolas, os técnicos
do governo passaram a se preocupar com a produção de um material didático que pudesse
desenvolver um sentimento de forte apelo nacionalista. Dessa forma, o interesse estatal e o
amor à nação se fundiam em um mesmo discurso que deveria se configurar
harmonicamente.

Nas redações dos jornais, a possibilidade de se divulgar alguma notícia contra Getúlio Vargas
era minimizada de todas as formas possíveis. Se por acaso o DIP considerasse alguma
notícia, artigo ou coluna subversivo, o Estado tinha poderes para fechar a empresa de
comunicação ou suspender o fornecimento de papel ao jornal. Além disso, os veículos que
faziam propaganda positiva do Estado Novo eram agraciados com a compra de seu espaço
publicitário para propaganda oficial.

Esse mesmo tom de intervenção e incentivo também foi empregado junto às primeiras
estações de rádio que se firmavam no Brasil. Muitos compositores dessa época recebiam
dinheiro em troca da fabricação de músicas que exaltassem o Brasil e a figura de Getúlio
Vargas. Em várias ocasiões, o DIP proibiu a gravação de sambas que tematizavam a figura do
malandro, que era completamente contrária ao ideal de valorização do trabalho defendido
pelo governo.

Um dos mais conhecidos programas de rádio dessa época foi “A Hora do Brasil”, momento
em que todas as rádios do país transmitiam uma série de matérias radiofônicas que
exaltavam as realizações do governo de Getúlio Vargas. Dessa maneira, Vargas procurava
legitimar seu regime político dando a ele um tom providencial e soberano que deveria ser
exaltado por todos os brasileiros. De representante da nação, o presidente parecia ser
transformado em um líder predestinado.

AIB
Surgida em um singular momento da História do Brasil, a Ação Integralista Brasileira aparece
no momento em que novos grupos sociais aparecem no cenário sócio-político do país. Com a
queda das estruturas políticas oligárquicas, os grandes eixos de discussão política e
ideológico do país perdem força no meio rural e passam a ocupar os centros urbanos do
Brasil.

Nesse mesmo período, novas teorias políticas surgem na Europa como um reflexo das crises
advindas do período entreguerras (1919 – 1938) e a crise capitalista que culmina, em 1929,
com a quebra da Bolsa de Nova Iorque. Na Europa, o facismo italiano e o nazismo alemão
foram dois grandes movimentos políticos que chegaram ao poder em face às incertezas
vividas naquele período.

No Brasil, a rearticulação política vivida com a Revolução de 1930 fez com que o Integralismo
aparecesse como uma alternativa frente ao recente governo de Getúlio Vargas e o
crescimento dos movimentos operário e comunista. Sob o comando de Plínio Salgado, a Ação
Integralista conseguiu o apoio de setores médios, empresários e setores do operariado.
Entendidos por muitos como um “facismo abrasileirado”, esse movimento contou com suas
particularidades.

Entre as principais idéias defendidas pelos integralistas, podemos destacar o corporativismo


político, a abolição do pluripartidarismo, a perseguição aos comunistas, o fim do capitalismo
especulativo e a ascensão de um forte líder político. Além do conteúdo ideológico, os
integralistas fizeram o uso massivo dos meios de comunicação, frases de efeito, criação de
símbolos e padronização comportamental.

Os integralistas utilizavam de uma saudação comum, “Anauê”, expressão de origem


indígena, para cumprimentar seus associados. Além disso, vestiam camisas verdes e
adotaram a letra grega sigma (símbolo matemático para somatória) como formas que
incentivariam um forte sentimento de comunhão e amor à pátria. Mesmo contando com
intensas manifestações, os integralistas perderam força com a implementação do Estado
Novo, no final dos anos 30.
Intentona Integralista
Seguindo os pontos estabelecidos pela Constituição de 1934, o governo de Getúlio Vargas
deveria restabelecer o regime democrático com a convocação das eleições presidenciais
para 1937. Nesse período dois movimentos políticos surgiram no país oferecendo propostas
de caráter distinto: a Aliança Nacional Libertadora – inspirada nos ditames do pensamento
político comunista; e a Ação Integralista Brasileira – movimento nacionalista influenciado pelo
ideário nazi-fascista.

A rearticulação do cenário político nacional expresso por esses dois movimentos dava fim ao
vácuo ideológico que permitiu a deflagração da Revolução de 1930. No caso dos aliancistas,
o discurso de natureza revolucionária figurava uma ameaça potencial aos interesses das alas
governistas e das elites econômicas nacionais. Em 1935, alguns dos membros da ANL
acabaram reforçando a desconfiança de seus opositores ao tentar concretizar um golpe de
Estado durante a chamada Intentona Comunista.

A partir de então, o governo Vargas passou a utilizar desse levante para reforçar a eminente
ameaça de uma ação golpista promovida pelas esquerdas. Contudo, mostrando seu
comportamento dúbio, Getúlio Vargas não se manifestou contra as chapas que se
apresentavam para disputar as eleições de 1938. De fato, o governo articulava em seus
bastidores, com expresso apoio dos militares, o estabelecimento de um golpe que anulasse a
consolidação da democracia plena no país.

Essa tendência autoritária e centralizadora era bastante próxima do projeto político dos
integralistas, que viam nas liberdades democráticas uma séria ameaça ao desenvolvimento
nacional. Em 1937, quando os aliados do golpe garantiram a instalação do chamado Estado
Novo, os integralistas passaram a apoiar Getúlio Vargas. Em certa medida, o presidente
passou a simbolizar a figura do líder supremo capaz de impor um governo rígido.

O apoio dos integralistas também se justificava na possibilidade de inserir membros do


movimento no alto escalão do poder e na instalação de um novo contexto político
unipartidário controlado pela AIB. Entretanto, frustrando as expectativas integralistas, Getúlio
promoveu seu golpe de Estado colocando todos os partidos políticos na ilegalidade.
Inconformados com essa ação, um grupo de aproximadamente oitenta integralistas realizou
um ataque ao Palácio da Guanabara, em maio de 1938.

Apesar de quase conseguir invadir a residência presidencial, os integralistas acabaram sendo


reprimidos pelas forças militares e policiais que apoiavam o Estado Novo. Outras ações
revoltosas previstas pelos participantes foram igualmente frustradas mediante a falta de
articulação dos envolvidos. Depois do acontecido, as forças governistas perseguiram e
prenderam vários dos envolvidos. No ano seguinte, Plínio Salgado foi detido e, logo em
seguida, levado a um exílio de seis anos em Portugal.

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