Sie sind auf Seite 1von 84

capa tech 122.

qxd 4/5/2007 10:38 Page 1

a revista do engenheiro civil


téchne 122 maio 2007

www.revistatechne.com.br

apoio
IPT techne
Edição 122 ano 15 maio de 2007 R$ 23,00
COMO CONSTRUIR
Pára-raios
estrutural
■ Fachada-cortina ■ Sinistros ■ WEB ■ Tubos para água quente ■ Rejunte ■ Pára-raios

ENTREVISTA
MAURÍCIO MARCELLI
Sinistros na
construção
WEB
Engenheiros
na rede
INSTALAÇÕES
Tubos para
água quente
ARTIGO
Assistência técnica 00122

Fachada-cortina
9 77 0 1 04 1 0 50 0 0
ISSN 0104-1053

Como não tornar o edifício uma estufa


e ao mesmo tempo economizar energia?
outras capas122.qxd 4/5/2007 10:33 Page 2
outras capas122.qxd 4/5/2007 10:33 Page 3
outras capas122.qxd 4/5/2007 10:34 Page 4
sumario.qxd 4/5/2007 10:42 Page 1

SUMÁRIO
CAPA
42 Cortina de vidro
O que considerar no projeto de
fachadas-cortina e como evitar
sobrecarga de ar-condicionado

58 ARTIGO
Procedimentos de assistência
técnica para construtoras
Pesquisadores sugerem implantação de
um modelo de atendimento
Fotos: Marcelo Scandaroli

76 COMO CONSTRUIR
Pára-raios estrutural
Como instalar sistema de pára-raios
integrado na estrutura

34 WEB
Debate na rede SEÇÕES
Engenheiros e arquitetos trocam Editorial 2
opiniões pela internet e Web 8
multiplicam os sites profissionais Área Construída 10
Índices 14
38 REJUNTE IPT Responde 16
Acabamento cerâmico Carreira 20
Cuidados na hora de rejuntar Melhores Práticas 22

26 fachadas revestidas
com cerâmica
P&T
Obra Aberta
63
68
Agenda 70
ENTREVISTA 52 INSTALAÇÕES
Sinistros na construção Água quente Capa
Maurício Marcelli reúne em livro Veja as opções de tubos de cobre Layout: Lucia Lopes
acidentes mais comuns aos polímeros Foto: Marcelo Scandaroli

1
editorial.qxd 4/5/2007 10:40 Page 2

EDITORIAL
Uma vilã a menos?
VEJA EM AU
arquitetura e a engenharia civil brasileiras aceitaram o desafio
A de combater o aquecimento global e criar ambientes capazes
de aliar conforto e preservação dos recursos naturais e energéticos.
Mesmo antes que projetos nacionais e estrangeiros ganhassem
notoriedade pela preocupação com a sustentabilidade, obras de
profissionais conscientes se destacam, há décadas, por integrarem
soluções em prol do meio ambiente. Daqui para frente é um
caminho sem volta. A luz natural ilumina edifícios sem aquecê-los,  Conselho Regional
de Medicina, em
água reciclada é utilizada em jardins e banheiros e uma gama de João Pessoa
materiais de alto desempenho térmico são especificados nas obras.  Instituto
Socioambiental,
De outro lado, símbolo máximo da modernidade corporativa ou no Amazonas
do international style, no jargão arquitetônico, as grandes fachadas  Sieeb, em Pequim

espelhadas continuam a refletir a silhueta da cidade e a despertar VEJA EM CONSTRUÇÃO


opositores dentro e fora do meio técnico. Fachadas de vidro, MERCADO
apontam os críticos, elevam a carga térmica dos edifícios e os BTUs
necessários para condicionar o ar em países tropicais como o
Brasil. Há, entretanto, quem arrisque dizer o contrário: as
fachadas-cortina podem ser grandes aliadas da economia e do
conforto. Novas tecnologias em vidros e esquadrias permitiriam
elevar o desempenho térmico das edificações sem aumento nas
contas de energia. Como mostra nossa reportagem de capa, a
engenharia e a arquitetura corporativas têm registrado enormes
avanços na concepção e funcionamento dos edifícios, em sintonia  Viabilidade da renda
média baixa
com o barateamento das tecnologias de ponta para fachadas. Isso  Precatórios
demonstra que certos materiais, antes condenados pela nova  Treinamento
de equipes
ordem mundial, poderão ser mais bem utilizados e especificados  Nota fiscal eletrônica
para atender aos objetivos que todos almejamos: construções de
qualidade dotadas de apelo arquitetônico, competitividade
econômica e, principalmente, eficiência do ponto de vista
energético. Vale a pena ficar atento.

2 TÉCHNE 122 | MAIO DE 2007


editorial.qxd 4/5/2007 10:40 Page 3
editorial.qxd 4/5/2007 10:40 Page 4
editorial.qxd 4/5/2007 10:40 Page 5
expediente.qxd 4/5/2007 10:41 Page 6

´
techne
Vendas de assinaturas, manuais técnicos, Fundadores: Roberto L. Pini (1927-1966), Fausto Pini (1894-1967) e Sérgio Pini (1928-2003)
TCPO e atendimento ao assinante
Segunda a sexta das 9h às 18h Diretor Geral
Ademir Pautasso Nunes
4001-6400
principais cidades*
´
techne
0800 596 6400 Diretor de Redação
demais municípios Eric Cozza eric@pini.com.br

fax (11) 2173-2446 Editor: Paulo Kiss paulokiss@pini.com.br


Editor-assistente: Gustavo Mendes Repórter: Bruno Loturco; Renato Faria (produtor editorial)
Revisora: Mariza Passos Coordenadora de arte: Lucia Lopes
Atendimento web:
Diagramadores: Leticia Mantovani e Maurício Luiz Aires;
www.piniweb.com/fale conosco
Renato Billa (trainee) Ilustrador: Sergio Colotto
Produtora editorial: Juliana Costa Fotógrafo: Marcelo Scandaroli
*Custo de ligação local nas principais cidades.
ver lista em www.piniweb.com/4001 Conselho Administrativo: Caio Fábio A. Motta (in memoriam), Cláudio Mitidieri, Ercio Thomaz,
Paulo Kiss, Eric Cozza e Luiz Carlos F. Oliveira Conselho Editorial: Carlos Alberto Tauil, Emílio R. E.
+Info? Kallas, Fernando H. Aidar, Francisco A. de Vasconcellos Netto, Francisco Paulo Graziano, Günter Leitner,
email: suporte.portal@pini.com.br José Carlos de Figueiredo Ferraz (in memoriam), José Maria de Camargo Barros, Maurício Linn Bianchi,
Osmar Mammini, Ubiraci Espinelli Lemes de Souza e Vera Conceição F. Hachich
Publicidade
fone (11) 2173-2304 ENGENHARIA E CUSTOS: Regiane Grigoli Pessarello
Preços e Fornecedores: Juliana Cristina Teixeira Auditoria de Preços: Sidnei Falopa e Ariell Alves Santos
fax (11) 2173-2362
Especificações técnicas: Erica Costa Pereira e Ana Carolina Ferreira
e-mail: publicidade@pini.com.br Índices e Custos: Andréia Cristina da Silva Barros Composições de Custos: Cristina Martins de Carvalho
SERVIÇOS DE ENGENHARIA: Celso Ragazzi, Luiz Freire de Carvalho e Mário Sérgio Pini
Tráfego (anúncios) PUBLICIDADE: Luiz Carlos F. de Oliveira, Adriano Andrade e Jane Elias
fone (11) 2173-2361 Executivos de contas: Alexandre Ambros, Eduardo Yamashita,
Patrícia Dominguez, Ricardo Coelho e Rúbia Guerra
e-mail: trafego@pini.com.br MARKETING: Ricardo Massaro EVENTOS: Vitor Rodrigues VENDAS: José Carlos Perez
RELAÇÕES INSTITUCIONAIS: Mário S. Pini
Engenharia e Custos ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS: Tarcísio Morelli
fone (11) 2173-2373 CIRCULAÇÃO: José Roberto Pini SISTEMAS: José Pires Alvim Neto e Pedro Paulo Machado
MANUAIS TÉCNICOS E CURSOS: Eric Cozza
e-mail: engenharia@pini.com.br

ENDEREÇO E TELEFONES
Reprints editoriais
Rua Anhaia, 964 – CEP 01130-900 – São Paulo-SP – Brasil
Para solicitar reimpressões de reportagens
PINI Publicidade, Engenharia, Administração e Redação – fone: (11) 2173-2300
ou artigos publicados: PINI Sistemas, suporte e portal Piniweb – fone: (11) 2173-2300 - fax: (11) 2173-2425
fone (11) 2173-2304 Visite nosso site: www.piniweb.com
e-mail: publicidade@pini.com.br
Representantes da Publicidade:
Paraná/Santa Catarina (48) 3241-1826/9111-5512
PINIrevistas Minas Gerais (31) 3411-7333 Rio Grande do Sul (51) 3333-2756
Redação Rio de Janeiro (21) 2247-0407/9656-8856
fone (11) 2173-2303
fax (11) 2173-2327 Representantes de Livros e Assinaturas:
e-mail: construcao@pini.com.br Alagoas (82) 3338-2290 Amazonas (92) 3646-3113 Bahia (71) 3341-2610 Ceará (85) 3478-1611
Espírito Santo (27) 3242-3531 Maranhão (98) 3088-0528
Mato Grosso do Sul (67) 9951-5246 Pará (91) 3246-5522 Paraíba (83) 3223-1105
PINImanuais técnicos
fone (11) 2173-2328 Pernambuco (81) 3222-5757 Piauí (86) 3223-5336
e-mail: manuais@pini.com.br Rio de Janeiro (21) 2265-7899 Rio Grande do Norte (84) 3613-1222
Rio Grande do Sul (51) 3470-3060 São Paulo Marília (14) 3417-3099
São José dos Campos (12) 3929-7739 Sorocaba (15) 9718-8337
PINIsistemas
Suporte téchne: ISSN 0104-1053
fone (11) 2173-2400 Assinatura anual R$ 276,00 (12 exemplares)
e-mail: suporte@piniweb.com Assinatura bienal R$ 552,00 (24 exemplares)

Vendas Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva do autor e não expressam,


fone (11) 2173-2424 (Grande São Paulo) necessariamente, as opiniões da revista.
0800-707-6055 (demais localidades)
e-mail: vendas@piniweb.com

PINIserviços de engenharia
fone (11) 2173-2369
e-mail: engenharia@pini.com.br PROIBIDA A REPRODUÇÃO E A TRANSCRIÇÃO PARCIAL OU TOTAL TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

6 TÉCHNE 122 | MAIO DE 2007


expediente.qxd 4/5/2007 10:41 Page 7
web 122.qxd 4/5/2007 10:50 Page 8

www.revistatechne.com.br
Confira no site da Téchne fotos extras das obras, plantas e informações que complementam conteúdos
publicados nesta edição ou estão relacionados aos temas acompanhados mensalmente pela revista

Fachada-cortina
Acesse o site da revista e veja as fotos extras e detalhes de outras obras em São
Fórum Téchne
Paulo. Veja também as recomendações para uso de silicones estruturais para O que o engenheiro deve fazer se a sua
fixação dos vidros nas esquadrias. empresa utilizar produto fora de norma
ou realizar procedimento construtivo
não recomendado?
O engenheiro deve apresentar à empresa todos
os riscos decorrentes dos procedimentos
inadequados e da utilização de material de má
qualidade. Ao apresentar esses riscos, deve
também apresentar técnicas construtivas que
possam substituir com qualidade a que tem
sido adotada pela empresa.
Ana Carolina Ferreira
27/04/2007 16:43

Técnicos de edificações e tecnólogos


devem coordenar obras?
Não devemos restringir a atuação de
profissionais. Se ele é bom na área que atua,
Marcelo Scandaroli

não temos por que criticar sua contratação.


Sou engenheiro civil, tenho boa experiência,
facilidade em assimilar novas tecnologias,
mas estou desempregado, visto a grande
discriminação com a minha faixa etária (50
Sinistros anos). Se faltam bons profissionais, que se dê
oportunidade aos tecnólogos e aos
Veja em nossa página da WEB
profissionais com faixa etária discriminada
quais os cinco sinistros mais
pelo mercado.
comuns nas obras e suas
Pedro Luiz Pecego Meirelles
respectivas causas, comentados
24/04/2007 10:25
pelo engenheiro Maurício
Marcelli, entrevistado desta
Sou Técnico em Edificações há 15 anos e
edição da revista Téchne e autor
sofro na pele tudo isso. A profissão possui
Marcelo Scandaroli

do livro "Sinistros na Construção",


poucas atribuições e a obrigatoriedade de
recém-lançado pela Editora PINI.
sempre ser auxiliado por algum profissional.
Teria que melhorar o ensino dessas inúmeras
faculdades que formam pessoas com
diplomas, somente. Conheço muitos
engenheiros que não sabem a metade do que
PEX com alumínio eu sei e, quando questionados, fogem pela
Conheça mais detalhes dessa nova tangente. Para terem uma idéia, estou
tecnologia italiana para condução de cursando Arquitetura e Urbanismo e tive uma
água quente. Trata-se de um tubo de cadeira de Topografia em que não vi nem a
alumínio multicamadas com metade do que tive no curso técnico.
Divulgação

revestimentos externo e interno de Fabianno Lima


polietileno reticulado. 25/04/2007 18:20

8 TÉCHNE 122 | MAIO DE 2007


web 122.qxd 4/5/2007 10:50 Page 9
area construida.qxd 4/5/2007 10:39 Page 10

ÁREA CONSTRUÍDA
Patrimônio histórico é recuperado no Rio de Janeiro
Até 2006, o primeiro edifício do Rio
de Janeiro a dispor de sistema central
de ar-condicionado, o Standard Buil-
ding, estava abandonado entre algu-
mas praças no Aterro do Flamengo.
Construído em 1935, o prédio osten-
tava no topo a "lua oval da Esso" – que
aparece na letra da música "Paisagem
Útil", de Caetano Veloso –, referência
à logomarca da empresa que tinha a
sua sede ali. A infra-estrutura do local
– próxima ao metrô e ao aeroporto
Santos Dumont – despertou o inte-
resse da Bueno Netto, que adquiriu o
imóvel já com a intenção de realizar o

Fotos: divulgação/Bueno Netto


retrofit. O projeto se concretizou
quando a empresa fechou contrato
de locação por 15 anos com o Ibmec.
A reforma começou, então, sob o mo-
delo Build-to-Suit, adequando o pro-
duto à utilização final do cliente – no
caso, uma faculdade. Desgastada eletronicamente, e uma nova planta era menor que a da cobertura do 8o
pelos anos de abandono, a estrutura interna foi elaborada. Na demolição andar. Não havia pilares, os pavimen-
de concreto armado do edifício já do edifício, surpresas: os três últimos tos apoiavam-se, segundo os enge-
apresentava diversos pontos com as andares não tinham estruturas em nheiros da Bueno Netto, apenas sobre
armaduras expostas e corroídas. Sua concreto armado. Anexos construí- as alvenarias do pavimento inferior.
recuperação ocorreu com a consulto- dos sobre a cobertura do prédio, pos- "Se derrubássemos alguma parede
ria do escritório Aluízio A. M. D'Ávi- teriormente à entrega do edifício, em para fazer a ampliação, o pavimento
la Engenharia de Projetos. Como 1936, tinham formato de um "bolo de superior cairia", explica Luiz Carlos
poucos dos projetos originais foram noiva" escalonado – a área do 11o pa- Martins, diretor técnico da Bueno
recuperados, as dimensões do edifí- vimento era menor que a do 10o, que Netto. A reforma, sobretudo estrutu-
cio foram capturadas e reproduzidas era menor que a do 9o e que, por fim, ral, foi sendo feita a partir dos pavi-

Reconstrução dos pavimentos superiores


Antes
exigiu execução de pilares Depois

10 TÉCHNE 122 | MAIO DE 2007


area construida.qxd 4/5/2007 10:39 Page 11

mentos inferiores. Quando ela che- sário impedia o avanço das frentes de
gou ao 8o pavimento, sobre o qual os trabalho naqueles andares. A fachada
8o pavimento
anexos estavam apoiados, era neces- do Standard Building é considerada
sário derrubar as paredes. Como não Patrimônio Histórico do Rio de Ja-
9o pavimento
havia vigas, a solução foi escorar 5o, neiro. Por isso, não haveria espaço
6o, 7o e 8o andares antes das interven- para alterações de suas características
10o pavimento
ções. A laje foi, então, demolida, e originais. O processo de restauração
foram introduzidas vigas metálicas, contou com a consultoria da mineira
apoiadas em 12 novos pilares exter- Consultare, que levou para Belo Ho-
nos de concreto armado. "As lajes do rizonte amostras da fachada para de-
9o e do 10o pavimentos foram todas terminar os compósitos originais do
refeitas", explica o coordenador de revestimento. Feito isso, foram retira-
obras da Bueno Netto, José Luiz das a tinta e a massa acrílica aplica-
Vinha. O receio dos construtores era das, seguidos da revisão dos fundos
que esse "trabalho a mais" atrasasse o de vigas e dos detalhes construtivos.
cronograma da obra, já apertado: o Após a lavagem da superfície com hi-
prédio deveria ser entregue em dez drojateamento, o novo revestimento
meses ao Ibmec, antes do início das foi aplicado, protegido por um hi-
aulas em 2007. O escoramento neces- drorrepelente à base de teflon.
area construida.qxd 4/5/2007 10:39 Page 12

ÁREA CONSTRUÍDA

Prêmio Talento Engenharia Estrutural Casa ecológica feita


Cada vez mais consolidado no meio da de bambu e pneus
engenharia estrutural brasileira, reco- Uma equipe multidisciplinar
nhecendo e homenageando os projetos liderada pelo ex-professor da
de maior destaque, o Prêmio Talento Universidade Federal do Mato
Engenharia Estrutural chega à sua Grosso do Sul, Edson Sartori,
quinta edição.Iniciativa da Gerdau e da desenvolveu uma casa ecológica
Abece (Associação Brasileira de Enge- feita com bambus e pneus. Em vez

Divulgação
nharia e Consultoria Estrutural), com de tijolos, a casa conta com uma
apoio da revista Téchne, teve 84 inscri- estrutura feita de bambu, selada
tos no ano passado, com expectativa, máximo cinco anos,é necessário enviar com uma argamassa elaborada
para essa edição,de chegar aos 100 con- de três a cinco desenhos em, no máxi- com raspas da planta e de pneus.
correntes. Dentre as maiores inovações mo,dez páginas no formato A4 ou o ar- A estrutura do vegetal tem
está a substituição da categoria Inova- quivo eletrônico com extensão DWG e resistência elevada, e a
ções por outra mais abrangente, deno- PLT, com especificações técnicas sobre possibilidade de sua utilização na
minada Obras de Menor Porte e Estru- o tema estrutural, além de fotos digitais construção foi atestada por testes
turas Especiais, que amplia o foco para da estrutura.A novidade é que agora os realizados no Laboratório de
além dos grandes projetos. As demais arquivos podem ser enviados direta- Materiais da Universidade Federal
categorias – Obras de Arte e Edificações mente por meio dos sites, que também de Juiz de Fora. Para difundir a
– continuam existindo, estando todas abrigam o regulamento do prêmio, tecnologia, foram construídos dois
sujeitas a avaliações baseadas em crité- www.premiotalento.com.br, www.ger protótipos de 50 m2 para habitação
rios como: concepção estrutural, pro- dau.com.br, e www.abece.com.br. No nas cidades de Três Rios (RJ) e um
cessos construtivos e uso adequado de caso de CDs e materiais impressos, em Maceió com apoio do Sebrae
materiais, implantação no ambiente e devem ser enviados aos cuidados de (Serviço Brasileiro de Apoio às
estética. A obra não precisa estar con- Eduardo Castro Silva para a rua Cenno Micro e Pequenas Empresas). A
cluída, mas a estrutura, sim. Para a ins- Sbrighi,170,Edifício II,6o andar,05036- construção de cada casa leva, em
crição dos projetos, que devem ter no 010, Água Branca, São Paulo (SP). média, dez dias.

Crea-SP convoca engenheiros para recadastramento


O Crea-SP está fazendo o recadastra- de 2006. Os profissionais convocados geiro), CPF, título de eleitor, duas foto-
mento dos profissionais de seus qua- deverão ser atendidos pelo Crea-SP grafias atuais 3 x 4 cm, diploma frente
dros. Devem entrar em contato com até 30 de junho de 2007, munidos do e verso e atestado médico de tipo san-
uma das 118 secionais do conselho Requerimento de Profissionais preen- güíneo e fator Rh (este último, opcio-
paulista os engenheiros que têm seu chido e assinado, Carteira de Identida- nal). Mais informações pelo telefone
registro ativo e cujas carteiras tenham de (Cédula de Identidade com indica- 0800-171811, com o fornecimento do
sido emitidas antes de 18 de dezembro ção de permanência no País, se estran- número de seu registro profissional.

Casas flutuantes
Uma equipe de pesquisadores da Loui- leves, e permite que a casa movimente- fica sob a casa. Junto aos cantos da con-
siana State University, nos Estados Uni- se verticalmente,flutuando sobre a água. strução, são instalados postes que fun-
dos, desenvolveu um sistema de bases É composto por bases de blocos de espu- cionam como guias que mantêm o siste-
flutuantes para as casas de Nova Or- ma,presas a uma estrutura metálica que ma ancorado, mas permitem a movi-
leans, em Louisiana. A cidade sofre mentação vertical de acordo com o nível
constantemente com a passagem de fu- Poste da guia vertical da água.A ligação com a rede pública de
racões no sul do país – o mais forte deles, abastecimento de água, gás e eletricida-
o Katrina, ocorrido em 2005. Entre as Estrutura metálica de se dá por meio de tubulações flexíveis
conseqüências mais graves estão os ala- semelhantes a "cordões umbilicais".
gamentos das terras baixas, que obri- Quando o alagamento acontece, os blo-
Fundação
gam os moradores a construírem casas cos flutuantes erguem o imóvel e a estru-
elevadas, acima do nível médio históri- Blocos de espuma tura metálica transfere as forças entre a
co atingido pela água. O sistema é de- casa e os blocos. Mais informações no
senvolvido para casas de madeira, mais Colar da guia vertical site www.buoayantfoundation.org.

12 TÉCHNE 122 | MAIO DE 2007


area construida.qxd 4/5/2007 10:39 Page 13
indices 122.qxd 4/5/2007 10:49 Page 14

ÍNDICES
IPCE em abril Índice PINI de Custos de Edificações (SP)
Variação (%) em relação ao mesmo período do ano anterior
Alta acumulada nos últimos 12 meses é 35
de 5,13% IPCE materiais
30 IPCE global
custo médio global do IPCE
O (Índice PINI de Custos de Edifi-
cações) encerrou o mês com discreta
25
IPCE mão-de-obra

inflação de 0,02%, percentual infe-


20
rior à inflação de 0,04% apresentada
pelo IGP-M, índice da Fundação
15
Getúlio Vargas.
Algumas remarcações foram veri-
ficadas devido ao repasse do fabri- 10 8 8 8
8,69 8 8 7
cante. O preço da barra de aço, que fe- 6 7
7 7 7 7 7 7 6 6 6 6,12
5,22 6 7 6
6 6 6 6 6 6 6 5 6 5,64
chou o mês com alta de 2,48%, passou 5 5 6 5
5 5,13
de R$ 2,82 para R$ 2,89/kg. A chapa 1,76
compensada resinada aumentou 7,07%, 0
Abr/06 Jun Ago Out Dez Fev Abr/07
subindo de R$ 25,74 para R$ 27,56/m2.
Dentre os itens que sofreram
Data-base: mar/86 dez/92 = 100
queda de preço destaca-se a luminária
Mês e Ano IPCE – São Paulo
interna, que ficou 2,61% mais barata.
global materiais mão-de-obra
A cal hidratada teve seu preço reduzi-
Abr/06 104.425,80 50.533,25 53.892,56
do de R$ 5,13 para R$ 5,00/kg, o
mai 109.352,73 52.161,98 57.190,76
equivalente a 2,53%. O vidro tempe-
jun 110.471,04 53.280,28 57.190,76
rado, que custava R$ 149,05/m2, caiu
jul 110.411,03 53.220,27 57.190,76
para R$ 147,12/m2.
ago 110.432,28 53.241,52 57.190,76
Apresentaram pequena variação
set 110.443,36 53.252,61 57.190,76
materiais como o azulejo esmaltado e
out 110.677,85 53.487,10 57.190,76
o lavatório de louça, enquanto o as-
nov 110.937,11 53.746,35 57.190,76
soalho de madeira, bloco de concreto e
dez 111.010,59 53.819,83 57.190,76
vidro cristal comum permaneceram
jan 110.759,12 53.568,36 57.190,76
com seus preços estáveis.
fev 110.716,18 53.525,42 57.190,76
Apesar das quedas verificadas,
mar 110.289,87 53.099,11 57.190,76
construir em São Paulo está em média
Abr/07 110.315,81 53.125,06 57.190,76
5,13% mais caro nos últimos 12
Variações % referente ao último mês
meses, de acordo com o IPCE, frente
mês 0,02 0,05 0,00
uma variação de 4,75% registrada
acumulado no ano -0,63 -1,29 0,00
pelo IGP-M no mesmo período.
acumulado em 12 meses 5,64 5,13 6,12
Metodologia: o Índice PINI de Custos de Edificações é composto a partir das
variações dos preços de um lote básico de insumos. O índice é atualizado por
pesquisa realizada em São Paulo (SP). Período de coleta: a cada 30 dias com
pesquisa na última semana do mês de referência.
Fonte: PINI

Suporte Técnico: para tirar dúvidas ou solicitar nossos Serviços de Engenharia ligue para (11) 2173-2373
ou escreva para Editora PINI, rua Anhaia, 964, 01130-900, São Paulo (SP). Se preferir, envie e-mail:
economia@pini.com.br. Assinantes poderão consultar indíces e outros serviços no portal www.piniweb.com

14 TÉCHNE 122 | MAIO DE 2007


indices 122.qxd 4/5/2007 10:49 Page 15
ipt responde 122.qxd 4/5/2007 10:48 Page 16

IPT RESPONDE
Envie sua pergunta para a Téchne.
Utilize o cartão-resposta encartado
na revista.

Destacamento de ladrilhos hidráulicos


Precisamos refazer 150 m2 de piso
hidráulico que foi aplicado com argamassa
colante sobre uma laje de entrada para
garagem. O que devemos fazer para o
ladrilho não soltar mais?
Rodernei L. Santos
Curitiba

A perda de aderência entre os ladrilhos


e o substrato (ruptura na interface dos
ladrilhos com a camada de assenta-
mento ou na interface desta com a laje)
pode ter ocorrido em razão de várias
causas, concomitantes ou não:
 excessiva solicitação do revesti-
Arquivo

mento (ex.: projetado para suportar


tráfego leve, entretanto, passa a rece-
ber tráfego pesado); trabalho de aplicação das placas cerâ- damente 40% de cimento Portland,
 ausência de juntas de separação micas ou ladrilhos, a partir do espalha- 57% de areia quartzosa e 3% de resi-
entre componentes (juntas de assenta- mento da argamassa sobre o substrato. nas. Outro aspecto importante a ser
mento, permitindo a movimentação O tempo em aberto é de aproximada- considerado é o preparo das argamas-
higrotérmica dos componentes, sem a mente 20 minutos; sas adesivas, isto é, o tempo mínimo
introdução de tensões);  presença de pulverulência (pó ou su- que a mistura (após adição de água)
 ausência de juntas de movimentação, jeiras) na superfície de contato entre a deve permanecer em "descanso" para
especialmente para grandes áreas de camada de fixação e o substrato. permitir a formação das cadeias de po-
piso como no caso. As juntas de movi- Dessa forma, as causas descritas ante- límeros (reação dos componentes ati-
mentação devem ser projetadas para riormente devem ser consideradas vos). Esse tempo é de aproximada-
absorver as deformações de parte da tanto na elaboração dos projetos quan- mente 30 minutos.
área do piso (ex.: painéis de 10 x 10 m), to nos procedimentos de execução. Em Luciana Alves de Oliveira
permitindo dissipar as tensões surgidas, relação ao produto utilizado na cama- Cetac (Centro Tecnológico do Ambiente Construído)
sem que apareçam fissuras que com- da de fixação, a argamassa adesiva (ar-
prometam a integridade do piso; gamassa colante) é comumente reco-
 utilização de adesivos sem qualidade mendada, uma vez que proporciona
LEIA MAIS
ou com prazos vencidos; melhor resistência de aderência que as
 fixação dos ladrilhos após o venci- argamassas convencionais e não se de- Tecnologia de produção de
mento do tempo em aberto da arga- teriora com a presença de umidade. revestimentos de piso. M.M.S.B.
massa adesiva. Tempo em aberto da ar- Entretanto, recomenda-se adotar ma- Barros; E.P. Flain; F.H. Sabbatini. Texto
gamassa é o tempo disponível para o teriais com composição de aproxima- Técnico. Epusp, TT/PCC/05.

16 TÉCHNE 122 | MAIO DE 2007


ipt responde 122.qxd 4/5/2007 10:48 Page 17

Textura sobre
argamassa colante
Estou orçando a recuperação de uma
fachada revestida com cerâmica 10 x 10
cm, que está se desprendendo,
permanecendo a argamassa colante
aderida no emboço. Optamos pela
retirada da cerâmica seguida da
Arquivo

regularização da argamassa colante e


aplicação de argamassa texturizada.
Esse procedimento pode ser feito? vimentações térmicas etc.), e também gularização com argamassa mista
Rubens Cury não sejam muito pronunciadas as di- 1:1:6 (cimento, cal hidratada e areia
por e-mail mensões das fachadas, parece conve- média, em volume), introdução das
niente a introdução de juntas de dila- juntas de dilatação com largura em
Constatando-se boa aderência entre a tação nessa base cimentícia, por exem- torno de 10 mm e profundidade de 15
argamassa colante e o emboço essa plo, a cada 3 m ao longo da altura e a a 20 mm, completa cura e secagem da
poderá ser mantida, ou seja, não have- cada 4 ou 5 m ao longo da extensão argamassa de regularização, aplicação
rá necessidade de remover a argamas- dos panos. Para a execução do revesti- do revestimento tipo grafiato, acaba-
sa colante e/ou o emboço. Embora mento parecem suficientes as práticas mento das juntas com selante acrílico
não se tenha estabelecido diagnóstico normais de obra: lavagem da base por ou à base de poliuretano.
sobre o destacamento das placas cerâ- hidrojateamento, disposição de ara- Ercio Thomaz
micas (acomodações estruturais, mo- mes de fachada/taliscas e mestras, re- Cetac (Centro de Tecnologia do Ambiente Construído)

Forro de drywall
Forros de gesso acartonado podem ser Imaginando que seja um forro tas nos encontros do forro com pa-
utilizados em edificações com estrutura e constituído de chapas de gesso redes e com a estrutura do edifício.
telhado pré-moldados? Temos verificado acartonado, eventuais fissuras nas Está sendo considerado que o forro
diversas fissuras em uma obra com essas juntas podem estar relacionadas à seja estruturado e os perfis da es-
características, mesmo tendo sido execução inadequada da junta, co- trutura bem posicionados e nivela-
utilizadas telas entre as placas de gesso. mo emprego inadequado de fita dos. Caso contrário, se houver im-
As fissuras podem ser decorrência da e/ou emprego de massa não apro- provisações na estruturação do
grande movimentação desse tipo de priada (é recomendado o emprego forro, também poderá ocorrer pro-
estrutura? de massa especial de rejuntamento blemas patológicos.
Ronaldo L. C. Mendonça e não de gesso em pó), como tam- Cláudio Mitidieri
São José dos Campos (SP) bém à inexistência de folgas ou jun- Cetac (Centro Tecnológico do Ambiente Construído)

Odor em ambientes úmidos


Por que ambientes úmidos e O odor presente em ambientes úmidos nismos. Entretanto, odores de arsênico
abafados como porões e alicerces e abafados pode ser devido à presença ou BHC podem ser provenientes de
de muros exalam um forte de fungos. Os bolores, por exemplo, fontes diversas (contaminações do
cheiro de arsênico ou BHC? Como produzem diversos compostos orgâni- solo, por exemplo) cuja origem neces-
evitar isso? cos voláteis, alguns dos quais podem sitaria ser investigada.
José Eduardo Ferreira Porto ser percebidos mesmo quando não Maria Beatriz Bacellar Monteiro
Nova Lima (MG) existem sinais evidentes desses orga- Agrupamento Preservação de Madeiras

17
ipt responde 122.qxd 4/5/2007 10:48 Page 18
ipt responde 122.qxd 4/5/2007 10:48 Page 19
carreira.qxd 4/5/2007 10:46 Page 20

CARREIRA

Wlastermiler de Senço
Especialista em pavimentação, engenheiro participou da construção da via
Anchieta, considerada por ele tecnologicamente inovadora e ousada

á 60 anos – em abril de 1947 – era ção da rodovia Piaçagüera-Guarujá


H
Marcelo Scandaroli

inaugurada a pista ascendente da (atual Cônego Domenico Rangoni)


via Anchieta, ligando as cidades de no mangue de Cubatão e da ilha de
São Paulo e Santos e ostentando inú- Santo Amaro, uma camada de argila
meras inovações e ousadias tecnoló- preta, orgânica e saturada, com es-
gicas. No mesmo ano, contando ape- pessura média de 20 m, mas chegan-
nas com o diploma de segundo grau do a 50 m. Optou-se pela dragagem
obtido em Jaboticabal, Wlastermiler de um canal, preenchido com areia,
de Senço chegava à capital paulista com aterramento convencional e pa-
para estagiar no Laboratório de Solos, vimentação com base de macadame
Agregados e Asfaltos do DER-SP (De- hidráulico e brita graduada simples.
partamento de Estradas de Rodagem "Os recalques previstos eram bastan-
do Estado de São Paulo), a tempo de te acentuados, principalmente no
participar da conclusão do projeto da primeiro ano de operação", lembra.
PERFIL
rodovia. "Companheira de vida", Destaca como emocionante a traves-
Wlastermiler de Senço como ele mesmo define, a outrora co- sia da serra do Quilombo, realizada
Idade: 78 anos nhecida Via Charmosa – devido à pela meia-encosta e enfrentando
Graduação: engenharia civil, em 1954, presença de hortênsias azuis nas cabe- enormes problemas de estabilidade,
pela Poli-USP (Escola Politécnica da ceiras – é presenteada, a cada dez mas que possibilitou chegar ao Gua-
Universidade de São Paulo) anos, com um artigo de sua autoria. rujá sem utilizar os sistemas de bal-
Pós-graduações: em Vias Expressas Apesar do carinho pela Anchieta, sas. Para a construção da segunda
e em Planejamento Urbano, em 1970, foi a Via Dutra, antigamente nomea- pista, a travessia foi feita por túnel.
e em Matemática para Engenharia de da apenas rodovia Rio-São Paulo, O conhecimento e a experiência
Estruturas e em Projeto e Construção que serviu de palco para os primei- obtidos ao enfrentar incontáveis ou-
de Túneis, em 1971, pela Poli ros trabalhos de sondagens de per- tros desafios semelhantes garanti-
Empresas em que trabalhou: DER-SP, cussão e rotativas realizados por ram a bagagem necessária para que
1947 a 1975, Poli-USP, 1962 a 1995, Senço, em 1948. No ano seguinte, escrevesse cinco livros: Estradas de
Escola de Engenharia de Lins, 1967 e com influências além dos elevadores Rodagem, Terraplanagem, ambos de
1971, FEI (ex-Faculdade de Engenharia e prédios de seis andares de Ribeirão 1980, Pavimentação, de 1982, e o
Industrial), desde 1987, Secretaria de Preto, escolheu definitivamente a Manual de Técnicas de Pavimenta-
Esportes e Turismo do Estado de São engenharia como profissão e ingres- ção, pela editora PINI, com primeiro
Paulo, 1975 a 1979, Prefeitura Municipal sou no curso da Escola Politécnica volume em 1997 e segundo em 2001.
de Arujá, 1979 a 1983, Construtora da USP (Universidade de São O sexto, Manual de Técnicas de Pro-
Kamilos, de 1984 a 1992 Paulo). "Por mesclar as tarefas de es- jeto para Rodovias, também pela
Cargos exercidos: Secretário de critório com as de campo, a rodovia editora PINI, está em fase de acaba-
Estado de Esportes e Turismo, de 1978 tem um magnetismo especial para o mento, com previsão de lançamento
a 1979, Professor-Doutor, de 1972 a engenheiro", revela. para fins de 2007.
1975, Professor Livre-Docente, de Essa união entre teoria e prática Além do repertório técnico,
1975 a 1978, pela Poli-USP foi comprovada durante a implanta- Wlastermiler recomenda ao jovem

20 TÉCHNE 122 | MAIO DE 2007


carreira.qxd 4/5/2007 10:46 Page 21

e formar melhor juízo da história, in-


clusive a contemporânea". Isso por-
Dez questões para Wlastermiler de Senço que, na área em que atua, reconhece
1 Obras marcantes das quais 6 Melhor instituição de ensino da uma relação entre os acontecimentos
participou: no campo rodoviário, as engenharia: por ter trabalhado lá históricos e a evolução dos transpor-
rodovias Anchieta, Piaçagüera- por muito tempo, a Escola Politécnica tes e, em particular, das rodovias.
Guarujá, D. Pedro I, Pinda-Campos do da Universidade de São Paulo. Wlastermiler alerta para o proble-
Jordão. Em outras áreas, a iluminação ma de dimensionamento que atinge
da Caverna do Diabo e a Plataforma 7 Conselho ao jovem profissional: não as estradas brasileiras. Para ele, os es-
de Pesca de Mongaguá. desistir nunca e estar preparado para tudos e cálculos de intensidade de trá-
solucionar problemas com os fego e de volumes de tráfego são joga-
2 Obra mais significativa da trabalhadores sob seu comando, dos por terra quando as exigências
engenharia brasileira: no século XIX, mesmo que as faculdades de não são observadas. Faltam recursos,
a ferrovia São Paulo Railway, ligando a engenharia não contem com disciplinas aponta ao criticar a extinção do FRN
capital a Santos, sobressai. No século ligadas às Relações Humanas. (Fundo Rodoviário Nacional), em
XX, a via Anchieta, Brasília e Itaipu. 1988. "A Cide (Contribuição de Inter-
8 Principal avanço tecnológico venção no Domínio Econômico), de
3 Realização profissional: pelas recente: os recursos da informática, a 2001, embora tenha praticamente a
características regionais e aplicação dos pavimentos de estrutura mesma fonte de arrecadação [do
dificuldades de construção, a rodovia invertida e o uso de polímeros e FRN], não tem necessariamente, o
Piaçagüera-Guarujá. asfaltos com borracha. Devemos mesmo destino", lamenta.
considerar também um grande avanço Critica também a falta de uma so-
4 Mestres: tive a felicidade de ser a criação do Conama (Conselho lução global e estruturada para a
discípulo do engenheiro Luiz Filinto Nacional do Meio Ambiente) e os questão do transporte, além do des-
da Silva e companheiro de trabalho regulamentos EIA-RIMA. perdício de talento dos engenheiros
de Massinet Sorcinelli. Cito também rodoviários. Este, decorrente da es-
Telêmaco Van Langendonck, 9 Indicação de livro: Highway cassez de recursos destinados para
Roberto Fernandes Moreira, Engineering Handbook, de uma rede rodoviária, que ainda é
Edmundo Régis Bittencourt e Mello Keneth Woods. obrigada a absorver a "sobrecarga de-
e Souza (Malba Tahan). corrente da ineficiência de outros
10 Um mal da engenharia: é um meios de transporte".
5 Por que escolheu ser assunto pouco agradável de abordar, Esse "músico frustrado", que arra-
engenheiro: a atividade dos pois pode parecer crítica aos órgãos nhava acordes na gaita de boca, está sa-
engenheiros sempre me chamou a fiscalizadores do exercício da tisfeito com a evolução das leis am-
atenção e, ao visitar Ribeirão Preto, profissão, mas, infelizmente, em bientais, em particular a criação do
via a imponência dos edifícios com maior ou menor grau, ainda temos os Conama (Conselho Nacional do Meio
seis andares e elevadores. A idéia de assinadores de plantas, que reduzem Ambiente) e do EIA-RIMA (Estudo de
realizar algo semelhante balizou o o volume de recursos destinados ao Impacto Ambiental e Relatório de Im-
interesse por Física e Matemática. Daí pagamento dos serviços profissionais pacto Ambiental). Aposta na consoli-
para a engenharia foi um pulo. dos engenheiros. dação dos polímeros e dos asfaltos-
borracha e no uso de solo estabilizado
para camadas de reforço, sub-base e
profissional cautela no trato com seus tro, conselheiro e até como pai dos su- base. Defende o uso mais amplo dos
subordinados. "As faculdades de en- bordinados" salienta. De modo geral, pavimentos de estrutura invertida,
genharia não tratam das Relações Hu- a ampliação do repertório é defendida com base em brita tratada com cimen-
manas, mas o engenheiro precisa pelo engenheiro das rodovias como to e sub-base em brita simples.
estar preparado para agir como árbi- forma de "relacionar acontecimentos Bruno Loturco

21
melhores praticas 122.qxd 4/5/2007 10:46 Page 22

MELHORES PRÁTICAS
Cura química
Alternativa à cura úmida, método exige cuidados específicos
na aplicação. Confira.

Superfície
No caso de uso de borrifador, deve-se
garantir o cobrimento uniforme do
concreto com o produto, sempre
verificando a aplicação da quantidade
mínima indicada pelo fabricante. Para isso,
José J. Zanetti/arquivo pessoal

os bicos de aspersão do borrifador devem


estar limpos e direcionados
adequadamente para garantir a aplicação
uniforme do produto.

Tipos de produto
Os agentes de cura químicos à base
de borracha clorada possuem
solventes que podem ser
prejudiciais à saúde. Por isso, não se
recomenda aplicá-los em ambientes
internos com pouca ventilação.
Além disso, podem reagir com
alguns tipos de plástico. Aqueles à
Divulgação: Basf

base de parafina têm água como


Renato Faria

solvente, podendo ser aplicados em


ambientes internos e externos.

Concreto
O produto deve ser aplicado imediatamente
após a evaporação da água superficial do
concreto, que promove o brilho da
superfície após a concretagem (chamada
de água de exsudação, vista na foto à
direita). Se aplicado quando a água ainda
está sobre o concreto, ocorre diluição do
José J. Zanetti/arquivo pessoal

agente de cura e enfraquecimento da


membrana formada. Se a aplicação for feita
Marcelo Scandaroli

muito depois da evaporação da água de


exsudação, o concreto já pode ter sofrido
retração e apresentar fissuras.

22 TÉCHNE 122 | MAIO DE 2007


melhores praticas 122.qxd 4/5/2007 10:46 Page 23

Ventos
Ventos fortes também acarretam
perda de produto, sobretudo
quando aplicado com aspersor, pois
causam variação nas quantidades
aplicadas que efetivamente atingem
a superfície do concreto. Quando
utilizar esse instrumento, procure
realizar duas ou mais aplicações.
Nesses casos, a aplicação com rolo
é a mais aconselhável.

Renato Faria

Renato Faria
Norma
Divulgação: Basf

americana
Evaporação Na escolha do agente de cura química,
verifique se o produto atende às
Deve-se tomar cuidado maior se a exigências da norma americana ASTM
aplicação for feita em dia de sol forte. Isso 309. É aconselhável tomá-la como
provoca evaporação rápida da fase líquida parâmetro normativo técnico, uma vez
do agente de cura e pode comprometer a que não há, no Brasil, uma norma NBR
Renato Faria

formação da membrana. Prefira realizar a que defina as especificações técnicas


cura a temperaturas mais amenas. para o produto.

Colaboração: Wellington Longuini Repette, professor-adjunto da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina); Paulo Fernando
Araújo da Silva, diretor da Concremat; José James Zanetti, assessor técnico da Max Beton; BASF; CR Almeida

23
entrevista.qxd 4/5/2007 11:01 Page 24

ENTREVISTA
Sinistros na construção

Marcelo Scandaroli
MAURÍCIO MARCELLI
Tendo atuado nos primeiros 15 anos
de carreira como projetista de
estruturas de concreto armado,
protendido, metálicas e de madeira,
desenvolveu inúmeros projetos,
inclusive de obras-de-arte e de
estradas. Formado pela Escola de
Engenharia da Universidade
Mackenzie, em 1975, também
trabalhou por dez anos na Conesp
(Construções Escolares do Estado de
São Paulo), onde coordenou projetos
e obras. Foi quando teve a
oportunidade de conviver com
problemas relacionados a projetos e
execução. Em seguida, atuou como
construtor, executando obras
variadas, como adaptação e
ampliação de edificações antigas.
Dessa vivência tirou conhecimento
ara o dicionário, sinistro é todo mas mais sérios oriundos de proble-
sobre sinistros devido a reformas
sucessivas. Nos últimos sete anos
P dano ou prejuízo material sobre
bem que esteja segurado. Logo, para
mas patológicos. Ironicamente, para
edificações novas, a evolução nos ser-
tem atuado como consultor de
efeito prático, patologia é sinistro. Afi- viços pós-venda, com consumidores
engenharia civil e como perito junto
nal, é um dano e seu reparo implica de- bem amparados pela lei, controle tec-
às seguradoras
sembolso financeiro. Além disso, não nológico mais apurado e seguros mais
tratada evolui e, guardadas as devidas abrangentes, o panorama é otimista
proporções, torna-se um colapso, de- mesmo em longo prazo. Apesar de
sastre ou ruína. Foi essa a abrangente guardar críticas à formação acadêmi-
linha de raciocínio adotada por Mau- ca, que não prepara o profissional para
rício Marcelli no livro "Sinistros na enfrentar situações que fujam da nor-
construção civil", que aborda os sinis- malidade, percebe que aos poucos
tros mais comuns ocorridos em cons- uma nova mentalidade vai sendo in-
truções, discutindo causas e possíveis corporada ao mercado de construção e
soluções. Conforme atestou em entre- manutenção. O fato de nenhuma ativi-
vista concedida à Téchne, a menor par- dade ser iniciada sem que exista um se-
cela dos colapsos resulta de patologias guro respectivo é visto com bons olhos
não tratadas. No entanto, aposta que, por Marcelli, que também assume que
conforme avançam em idade sem re- as seguradoras ainda estão em fase de
ceber manutenção adequada, as edifi- capacitação técnica para a realização
cações passarão a apresentar proble- de seguros para a construção civil.

24 TÉCHNE 122 | MAIO DE 2007


entrevista.qxd 4/5/2007 11:01 Page 25
entrevista.qxd 4/5/2007 11:01 Page 26

ENTREVISTA

Por definição, o que é um sinistro? analisando as possíveis soluções para ções preventivas e corretivas adequa-
Para as empresas de seguro são eventos restauração. Pensamos também na for- das. Finalmente, observar as recomen-
súbitos e imprevistos que resultam em mação acadêmica, sugerindo a criação dações preconizadas pelas normas
danos e prejuízos.Ocorrem de forma re- de uma cadeira nas faculdades para brasileiras, que se encontram entre as
pentina e são decorrentes de causas di- preparar os alunos para situações de si- melhores do mundo.
versas, inclusive de patologias ignoradas nistro, pois percebemos que profissio-
ou tratadas de forma inadequada. Pato- nais recém-formados ou com pouca No mercado formal, o sinistro
logia é um dano,resultado de fatores que experiência às vezes tomam decisões decorrente de projeto ou execução
podem atuar em conjunto ou isolada- que podem agravar a situação. ruim é comum?
mente, que ocorre ao longo do tempo, É comum, mas percebemos, princi-
como a veia do coração que vai entupin- Quais são os sinistros mais comuns? palmente nos grandes centros, que co-
do. O enfarte, o sinistro, vem a seguir. O que presencio com mais freqüência meça a diminuir sensivelmente devi-
são desmoronamentos de estruturas de do à conscientização dos profissionais
Podemos afirmar, então, que contenção e de taludes de terra, desmo- envolvidos e à lei de defesa do consu-
sinistro é resultado de uma ronamentos prediais, incêndios, sinis- midor. Começa a existir o pós-venda e
patologia não tratada? tros durante a execução da obra e sinis- o checklist no momento da entrega. A
A patologia é uma manifestação que, tros devido a reformas sucessivas. lei de mercado e a concorrência fazem
não corrigida, agrava-se e pode trans- Nossa experiência foca mais o sinistro com que os construtores pensem em
formar-se em sinistro, mas a grande não patológico, mas observo que cresce minimizar despesas após a conclusão.
maioria deles não decorre de patolo- muito o sinistro decorrente de patolo- Empresas com foco na qualidade têm
gias. Como sinistro é um evento de ca- gia em virtude da idade das edificações. programas de treinamento de mão-
ráter súbito, se puder ser previsto deixa de-obra e se preocupam em utilizar
de ser sinistro. Os engenheiros têm de desenvolver materiais de boa qualidade e proce-
essa mentalidade? dência, visando a diminuir o surgi-
No livro, mesmo manifestações Os profissionais com mais experiência mento de patologias.
patológicas são tratadas como sinistro. já perceberam que o custo da manu-
Para a maioria das pessoas, sinistro é tenção corretiva é maior do que o da O senhor acredita que os sinistros
um capotamento ou um desmorona- preventiva e, nesse sentido, estão con- passarão a se concentrar na
mento, mas problemas patológicos seguindo conscientizar alguns empre- informalidade?
também são formas de sinistro, uma sários e construtores. Na informalidade há pequenas obras,
vez que causam prejuízos e, se não tra- onde o sinistro decorre de fenômenos
tados, podem se transformar em de- Como minimizar a incidência de da natureza, como enchentes e desmo-
sastre. Apenas vinculamos a imagem sinistros nas edificações? A origem ronamento de encostas. Para obras de
de sinistro com quedas e desmorona- dos sinistros está no projeto ou na médio e grande porte, existe a cons-
mentos, com a de qualquer dano exis- manutenção durante a operação? tante busca pela redução de custos, que
tente numa edificação. Os cuidados devem ser tomados em no caso de empresas sérias normal-
todas as fases, iniciando por um proje- mente resultam em avanço tecnológi-
Qual o objetivo do livro? to dimensionado corretamente e deta- co. Projetos arrojados exigem um nível
Não tivemos a pretensão de analisar lhado em todas as etapas construtivas. de cuidado e detalhamento mais acu-
com profundidade técnica os temas A execução deve observar rigorosa- rado, bem como planejamento e crité-
abordados nem desenvolver cálculos mente as especificações dos projetos, rio executivo eficientes, caso contrário
matemáticos, mas simplesmente cha- bem como as boas técnicas. Posterior- podem resultar em sinistros durante a
mar a atenção para situações com po- mente devem ser realizadas manuten- construção. Exemplo é a necessidade
tencial de risco, apontar algumas cau- de ter cada vez mais vagas de estaciona-
sas de sinistros e apresentar soluções mento, levando a três ou quatro subso-
para corrigir danos. los. E, por mais que se conte com pro-
“Grandes sinistros fissionais de alto nível, escavação sem-
A quem se destina? são decorrentes da pre é um problema sério.
É uma ferramenta para profissionais
da engenharia civil, principalmente
somatória de Então, para obras que buscam certas
para aqueles que nunca passaram por pequenos erros, ousadias tecnológicas, podemos
experiências com sinistros. Focamos esperar que sinistros de alguma
também os que trabalham em empre-
dificilmente tendo natureza ocorram?
sas de seguro, reguladoras, corretoras e como causa um Em alguns casos, sim, porém devemos
escritórios de perícia, abordando si- ter presente que se essa busca for fun-
tuações que podem gerar sinistros e
fator único” damentada em estudos desenvolvidos

26 TÉCHNE 122 | MAIO DE 2007


entrevista.qxd 4/5/2007 11:01 Page 27
entrevista.qxd 4/5/2007 11:01 Page 28

ENTREVISTA

por profissionais altamente qualifica- sional responsável deve avaliar a gravi-


dos, testada e analisada em laborató- dade e a complexidade da situação e,
rios especializados, normalmente re-
“Não se deve dependendo do caso, buscar assessoria
sultará na descoberta de soluções eco- buscar reduções de de especialistas de forma a evitar que
nômicas para problemas antigos. O procedimentos incorretos possam
que não se deve fazer é buscar redu-
custos baseadas no agravar a situação.
ções baseadas no empirismo, em im- empirismo, em
provisações de última hora ou na utili- No caso de sinistros, qual a parcela
zação de mão-de-obra não qualifica-
improvisações ou de responsabilidade da escolha
da, em todos os níveis hierárquicos, na utilização de inadequada por soluções,
bem como no emprego de insumos de tecnologias ou sistemas?
baixa qualidade.
mão-de-obra não Infelizmente, nos defrontamos com si-
qualificada, bem tuações em que o despreparo e a falta
A redução de custos ainda é uma de experiência provocam sinistros. No
grande causa de sinistros?
como no emprego entanto, muitas vezes o profissional é
No passado isso acontecia muito mais, de insumos de designado para tarefas incompatíveis
com algumas empresas indo a limites com sua experiência e, nesse caso, en-
perigosos para ganhar concorrências.
baixa qualidade” tendemos que existe uma significativa
Atualmente, poucos empreendedores parcela de responsabilidade nas deci-
buscam aumentar lucros reduzindo sões de comando. É muito difícil defi-
custos de maneira inadequada. Não É comum, por exemplo, num desmo- nir essas parcelas de responsabilidades,
percebo isso em profissionais e em- ronamento de muro de arrimo a pri- levando-se em consideração que de-
presas sérias, pois ninguém está dis- meira providência ser a retirada da pendendo da grandeza de um sinistro
posto a correr riscos desnecessários. terra do pé do talude. Já participamos podemos identificar uma causa princi-
de casos assim, alertamos para o risco, pal ou constatar a influência de vários
O que poderia ser feito para diminuir porém não fomos ouvidos, levando à fatores errôneos em todas as etapas que
a ocorrência de sinistros? movimentação do talude e a um agra- envolvem a execução de uma obra.
Criar uma disciplina com esse enfoque, vamento dos danos.
pois o aluno aprende o certo,mas não o Considerando que é impossível
que fazer no caso de sinistro. Isso não é Entre profissionais experientes, que chegar a uma situação de risco zero,
incompetência, mas falta de experiên- acompanham obras há mais tempo, o controle tecnológico tem como
cia. E ainda existe o risco de superesti- qual deve ser a postura para detectar evitar sinistros de grande magnitude?
mar ou subestimar, pois comercial- riscos de sinistro? Como agir? É impossível zerar riscos, mas o contro-
mente o empreiteiro quer gerar servi- Os riscos de sinistros surgem quando o le da qualidade e o acompanhamento
ços e pode não se interessar por restau- profissional não está atento a todas as técnico especializado buscam reduzi-
rar apenas uma parede, por exemplo. situações que podem resultar em los. Não acredito que sinistros de gran-
Fazer engenharia não é passar o trator e danos em curto, médio e longo prazo. de magnitude sejam decorrentes de
refazer tudo,é analisar com consciência Para minimizar os riscos recomenda- grandes erros ou negligências locali-
para encontrar uma solução técnica e mos analisar cuidadosamente os pro- zadas. Temos observado que grandes
econômica. Algo importante, que boas jetos, planejar e definir as metodolo- sinistros são decorrentes da somatória
empresas já fazem, é o controle tecno- gias executivas de todas as etapas, iden- de pequenos erros, dificilmente tendo
lógico da obra.Contratam uma empre- tificar imóveis vizinhos com trincas e como causa um fator único.
sa especializada para fazer o gerencia- rachaduras, principalmente no caso de
mento técnico constante,com coleta de escavações profundas, rebaixamento Ocorrido o sinistro, como determinar
informações, ensaio de materiais, con- de lençol freático ou execução de fun- causas e responsabilidades?
trole de execução e inspeções. Não é dações que provoque vibrações. Em- Isso nem sempre é tarefa fácil. Em
novidade, mas ainda é considerado um pregar mão-de-obra qualificada e ma- casos de incêndio é difícil identificar a
custo desnecessário. E isso não é custo, teriais de boa qualidade e procedência causa com precisão, existindo empre-
é investimento. conhecida, observando as recomenda- sas especializadas para isso. Nos casos
ções das normas e das boas práticas de desmoronamento, deve-se analisar
Falta ao profissional recém- executivas. Manusear cuidadosamente todos os elementos, principalmente os
formado entender a relação materiais inflamáveis, tendo em vista referentes aos estudos de solo, funda-
entre causa e efeito? que casos de incêndio têm ocorrido ções e estrutura, além de um detalhado
A maioria dos profissionais recém- com alguma freqüência. São procedi- levantamento da edificação, com ca-
formados fica sem saber o que fazer mentos de caráter preventivo, mas caso dastro de danos e ensaio dos elementos
diante de uma situação de um sinistro. ocorra algum tipo de sinistro, o profis- estruturais. Em sinistros complexos,

28 TÉCHNE 122 | MAIO DE 2007


entrevista.qxd 4/5/2007 11:01 Page 29
entrevista.qxd 4/5/2007 11:01 Page 30

ENTREVISTA

devemos recorrer a profissionais com tricas e demais elementos que necessi-


especialização específica para fazer tem de reparos periódicos.
um estudo abrangente e criterioso das
“Verificamos que
prováveis causas e da real extensão dos edificações próximas Qual a importância das vistorias e das
danos.As responsabilidades devem ser manutenções periódicas?
apuradas de forma criteriosa e só
têm apresentado Consideramos de extrema importân-
podem ser identificadas mediante problemas devido cia conscientizar os profissionais da
comprovação fundamentada tecnica- engenharia civil e os usuários das edifi-
mente sobre as causas reais.
às escavações cada cações para a necessidade de vistorias
vez mais profundas periódicas, feitas por profissionais
Qual o escopo ideal de contratação, qualificados, objetivando identificar
concepção, execução e
para abrigar eventuais danos ou patologias logo no
acompanhamento? grandes quantidades início. Esse procedimento resulta em
Começar por um bom projeto, deta- significativa redução de custos e no au-
lhado e sem espaço para improvisa-
de vagas” mento da vida útil do imóvel.
ções. Depois, uma execução criteriosa,
com mão-de-obra treinada, materiais Em projetos modernos a manutenção
de boa qualidade e observando as reco- vista técnico, da segurança, da econo- ganha ainda mais importância?
mendações de projeto, além de contro- mia e longevidade da edificação. Certamente. Percebemos que prédios
lar a qualidade durante toda a execu- inteligentes incorporam esses conceitos,
ção. Considerar a manutenção preven- Isso para aumentar o tempo de prevendo manutenção e minimizando
tiva mediante a realização de inspeções operação do prédio. riscos. Por um período, há 20 anos, atuei
periódicas dos componentes que nor- Alguns prédios modernos já incorpo- com manutenção de prédios hospitala-
malmente ficam em locais de difícil raram no projeto a necessidade por res,edificações que não podem parar,e a
acesso e, por sua vez, são mais suscetí- manutenções preventivas e corretivas maioria deles não tinha equipe de ma-
veis a danos ou desgaste natural. Pro- de baixo custo, prevendo acessos faci- nutenção. Prédios inteligentes contam
cedimentos importantes do ponto de litados às instalações hidráulicas, elé- com equipes e postura diferenciadas,
entrevista.qxd 4/5/2007 11:01 Page 31
entrevista.qxd 4/5/2007 11:01 Page 32

ENTREVISTA

conscientes de que o projeto é eficiente e ções, rebaixamento do lençol freático Não temos dados históricos para fazer
visa a uma vida longa, funcional e com e execução de estruturas de contenção. essa avaliação, mas temos verificado
baixo custo de manutenção. Esse motivo tem levado as construto- que edificações próximas têm apre-
ras a contratarem empresas especiali- sentado problemas significativos de-
Os projetos já estão se resolvendo, zadas para fazerem vistoria prévia nos vido às escavações cada vez mais pro-
então? imóveis mais próximos da obra. fundas para abrigar grandes quanti-
Acredito que principalmente projetos dades de vagas para carros. Por sua
comerciais. De qualquer forma, o que Qual a importância da vistoria prévia? vez, o controle sobre imóveis vizinhos
há em São Paulo é muito diferente do Identificar e documentar todos os à obra aumentou de forma a evitar si-
que vemos no Maranhão, a começar danos prediais existentes antes do iní- tuações de risco aos usuários, desen-
pelas cotações. E não podemos pensar cio da obra, de tal forma que a cons- tendimentos futuros e permitir ava-
que, saindo de São Paulo, é ruim. É trutora possa responder apenas pelos liar com mais critério apenas os servi-
apenas diferente. Surpreendo-me ao danos que eventualmente vierem a ços necessários para reparar os danos
ver profissionais excelentes em regiões surgir durante a execução do em- causados pela execução.
afastadas, mas que não têm ferramen- preendimento. Esse procedimento
tal e mão-de-obra. É difícil generali- tem importância fundamental quan- As técnicas para verificação e
zar, mas não é de hoje que prédios co- do a obra está segurada contra tercei- indenização estão avançadas?
merciais, de escritórios e hospitais já ros, pois o valor da indenização é ava- Atualmente as companhias de seguro
incorporam esses conceitos. liado como o custo necessário para se preocupam com um atendimento
restaurar os imóveis sinistrados às eficiente e rápido aos clientes, contan-
E a execução, ainda é uma fonte de mesmas condições existentes imedia- do com excelentes profissionais nos
problemas futuros? tamente antes do início da obra. quadros internos e também com a co-
Temos participado de poucos sinistros laboração de peritos especializados
no corpo de obras novas. Normal- Os problemas com escavações têm que prestam serviços terceirizados, re-
mente ocorrem nas edificações que aumentado ou o controle sobre a sultando numa rápida apuração e in-
ficam no entorno, sendo decorrentes vizinhança é que é maior, com mais denização dos prejuízos.
de escavações, execução das funda- proteção sobre os vizinhos? Bruno Loturco
entrevista.qxd 4/5/2007 17:07 Page 33
materia_web.qxd 4/5/2007 10:59 Page 34

Marcelo Scandaroli
WEB

Debate na rede
Participação de profissionais gabaritados são os maiores atrativos dos grupos
e fóruns de discussão na internet. Confira os mais movimentados

ão são muitos os fóruns e listas de apresentando suas dúvidas e esperan- alerta Laranjeiras. "Quando uma
N discussão disponíveis sobre en-
genharia civil. Mas os poucos grupos
do respostas. O segredo para o suces-
so de qualquer lista dessa natureza na
pergunta não envolve questões co-
merciais, ela é respondida com sim-
virtuais na internet costumam pro- internet é que os usuários mante- plicidade e desenvoltura. O tipo de
porcionar debates técnicos de alto nham vivos os debates, também res- pergunta que exige um consultor vai
nível, com a participação ativa de pro- pondendo às dúvidas dos outros ser tratado entre as partes. Os profis-
fissionais do mercado e pesquisado- membros. "O nosso grupo existe so- sionais se comunicam diretamente,
res. Os espaços são abertos a qualquer bretudo para nos convencer da pre- pois os e-mails de todos estão dispo-
internauta que queira participar das valência da inteligência coletiva sobre níveis", afirma Egydio Hervé Neto,
discussões ou apenas acompanhá-las. a individual", afirma Antônio Carlos consultor em tecnologia do concreto
Para os que se dispõem a escrever aos Reis Laranjeiras, projetista estrutural, e membro ativo dos grupos Calculis-
grupos, comumente apresentando criador e moderador do grupo Cal- tas-BA e Comunidade TQS.
dúvidas técnicas e pedindo esclareci- culistas-BA. Mas o bom senso deve Dentro dos grupos, quanto mais o
mentos, as respostas não tardam em prevalecer: quando um problema membro participa dos debates, mais
aparecer – as listas mais ativas apre- apresentado exige os conhecimentos seu nome tende a ficar conhecido no
sentam uma média de até 12 mensa- de um engenheiro consultor especia- meio técnico. E eventualmente isso
gens por dia. lizado, não é o grupo que vai resolvê- pode se converter em oportunidades
O ideal, no entanto, é que o usuá- lo. "Não há absolutamente preocupa- profissionais. Egydio conta que suas
rio não utilize os fóruns como uma ção em garantir que as respostas às contribuições já lhe valeram alguns
via de mão única, ou seja, apenas dúvidas sejam corretas e confiáveis", convites para participação em pales-

34 TÉCHNE 122 | MAIO DE 2007


materia_web.qxd 4/5/2007 10:59 Page 35

Grupos de Discussão
 Calculistas-BA  Perícias e Avaliações group/comunidadeTQS
Tipo: grupo de discussão (e-mail) Tipo: grupo de discussão (e-mail) É o maior grupo de discussão de
Participantes (abril/2007): 829 Participantes (abril/2007): 673 Engenharia Civil do País. Criado e
Média mensal de mensagens*: 373 Média mensal de mensagens*: 106 moderado pela desenvolvedora de
Moderador:Antônio C. R. Laranjeiras Moderadores: Paulo Grandiski e Marcelo softwares de cálculo estrutural TQS, é um
Tema de interesse: engenharia R. de Camargo Lima espaço para discussões e soluções de
estrutural Temas de interesse: perícias e avaliações dúvidas sobre os produtos da empresa,
Endereço: http://br.groups.yahoo.com/ técnicas mas abriga com freqüência outros debates
group/calculistas-ba Endereço: http://br.groups.yahoo.com/ técnicos de outras áreas da engenharia. As
O grupo foi criado há sete anos, com o group/periciaseavaliacoes discussões dos usuários dos softwares,
intuito de reunir principalmente A criação do grupo, em 2000, foi uma acompanhadas de perto pelos
engenheiros baianos e seus amigos iniciativa institucional do Ibape-SP proprietários da empresa, já implicaram
próximos interessados em discutir (Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias mudanças concretas em algumas funções
engenharia estrutural. Em sete anos, de Engenharia) para reunir profissionais de de seus programas.
cresceu e conta hoje com mais de 800 todas as áreas relacionadas a avaliações e
inscritos em todo o País, e as discussões perícias e interessados no tema. O instituto "Certa ocasião, fui contratado para
não se restringem mais apenas ao cálculo assumiu a tarefa de divulgar a lista de projetar a estrutura da reforma de um
estrutural e dúvidas sobre projetos. A discussão em seus eventos e já conta com hospital e mandamos demolir toda a
participação ativa dos membros mais de 600 inscritos. Segundo seus laje. Surpresa: não tinha nenhuma
extrapolou o limite do grupo de discussão moderadores, o grupo já foi palco oficial de barra de aço CA dentro do concreto.
via e-mail e, como forma de organizar os discussão de normas da ABNT (Associação Tinha arame farpado, barras de ferro
assuntos mais interessantes ali Brasileira de Normas Técnicas), inclusive fundido (...), tubos de ferro e (...)
debatidos, alguns engenheiros criaram durante a unificação das normas brasileiras outras peças de ferro velho"
uma página colaborativa do "Calculistas- de avaliações na NBR 14653.
BA" (veja quadro).  E-Civil
 Empregos para engenheiros Tipo: fórum de discussão (internet)
“A famigerada busca de baixas Tipo: grupo de discussão (e-mail) Participantes (abril/2007): 2.156
‘taxas de aço’ que são exigidas pelos Participantes (abri/2007): 429 Número de mensagens (mar/07): 177
proprietários está Média mensal de mensagens*: 79 Moderador: Márcio Azevedo
tornando o cálculo estrutural Moderador: Rodrigo Alexandre Torres Temas de interesse: discussões técnicas,
uma atividade extenuante e Temas de interesse: vagas de emprego e profissionais e divulgação de cursos e
relativamente arriscada” estágio em engenharia vagas de emprego
Endereço: http://br.groups.yahoo.com/ Endereço: http://forum.ecivilnet.com/
 NBR 5410 group/empregos-para-engenheiros/ Segundo o administrador do site E-civil
Tipo: grupo de discussão (e-mail) Não se trata propriamente de um espaço (www.ecivilnet.com), Márcio Azevedo, o
Participantes (abril/2007): 237 para discussão ou esclarecimento de objetivo inicial, além de criar uma fonte
Média mensal de mensagens*: 56 dúvidas. O forte do grupo é a divulgação de discussões técnicas da área, era o de
Moderador: Ricardo Prado Tamietti de vagas e oportunidades de trabalho dinamizar o site, fazer do visitante não
Tema de interesse: instalações elétricas para engenheiros de todas as só um mero usuário, mas também uma
de baixa tensão especialidades. As mensagens são visíveis espécie de "editor" que agregasse
Endereço: http://br.groups.yahoo.com/ na página na internet do grupo, mas para conteúdo ao site. Para estimular a
group/NBR5410 recebê-las em seu e-mail é necessário se participação dos membros, os
O acesso restrito às discussões das cadastrar no serviço e aguardar administradores realizam sorteios e
normas de instalações elétricas, sobretudo autorização do moderador. distribuem brindes entre os usuários mais
a NBR 5410, motivou o engenheiro participativos na semana ou no mês.
Ricardo Tamietti a criar um grupo aberto  Comunidade TQS
para debate desses temas. A lista original Tipo: grupo de discussão (e-mail) "Segundo a ABNT, órgão responsável
incluía alguns leitores e colaboradores de Participantes (abril/2007): 2.093 pelas normas NBR, eles são uma
Tamietti, que desenvolve softwares e Média mensal de mensagens*: 343 associação sem fins lucrativos. Então
produz livros sobre a NBR 5410, mas a Moderador: Guilherme Covas por que cobrar quase R$ 200,00 por
rede de contatos se encarregou de Temas de interesse: softwares CAD/TQS uma norma? (...) Que existe um lucro
divulgar o grupo, que hoje conta com mais e assuntos relacionados aí, existe! Só não sei onde é investido"
de 200 membros. Endereço: http://br.groups.yahoo.com/

* Últimos seis meses

35
materia_web.qxd 4/5/2007 10:59 Page 36

WEB

Wiki Civil
O crescimento do grupo Calculistas-BA e a tentativa fracassou, e a página criada por
adesão cada vez maior de engenheiros Menezes continua quase da mesma forma
começaram a gerar discussões técnicas como ele a criou.
produtivas entre os participantes. Para Seis meses depois, o engenheiro tomou
tentar, de alguma forma, salvar e contato com um serviço gratuito de
organizar o conteúdo dessas mensagens, hospedagem de páginas wiki, com uma
o engenheiro Nilson Menezes, um dos relativa facilidade de utilização. Junto
membros mais ativos da comunidade com o moderador do grupo Calculistas-
virtual, pensou em disponibilizá-lo em um BA, Antônio Laranjeiras, implantou as
site na internet. bases do novo site (acessível no endereço
No final de 2005, Menezes criou uma http://calculistas-ba.wetpaint.com).
página sobre "Regras Práticas de Cálculo Hoje, a página conta com mais de 15
de Estruturas" na Wikipédia. O engenheiro artigos, notas técnicas e comentários de
considerava ideal o formato do site, normas produzidos pelos membros do usuários que quiserem tomar contato com
conhecido na internet como Wiki: trata-se grupo Calculistas-BA. Qualquer membro a nova tecnologia e ajudar na produção de
de uma enciclopédia virtual colaborativa, da lista de discussão pode contribuir conteúdo do site podem utilizar o "parque
ou seja, cujo conteúdo é produzido e como redator e administrador do site, de diversões", espaço destinado à
editado quase sem restrições por enviando artigos, comentários ou notas experimentação das ferramentas
qualquer internauta. Mas a primeira no universo da Engenharia Civil. Os disponíveis para a confecção das páginas.

tras e para a realização de cursos téc-


Novo Fórum da Téchne nicos. O projetista Ronaldo Araújo da
Silva, que trabalha há dois anos no es-
O site da revista Téchne Engenheiros recém-formados
critório Cepollina Engenheiros Con-
(www.revistatechne.com.br) possui, devem fazer exame de ordem
sultores, ficou sabendo da vaga por
desde a edição 116, um fórum para para exercer a profissão?
meio de um anúncio feito na Comu-
discussão de temas da engenharia
nidade TQS. Além disso, faz freelances
civil. A nova ferramenta permite que os "A aplicação de exames para recém-
para três outros escritórios, oportuni-
leitores interajam com o conteúdo da formados como, por exemplo, o da OAB,
dades que também foram divulgadas
revista e opinem sobre os assuntos representa o reconhecimento do fracasso
no grupo.
que foram ou serão tratados pela do ensino superior de engenharia. As
Para a TQS, empresa que desen-
publicação. Para participar, basta fazer escolas estão ruins e então tenta-se
volve softwares CAD de cálculo estru-
o cadastro gratuitamente no site da encontrar uma solução ao avesso. (...)
tural, sua comunidade é uma forma
revista ou no Portal PINIweb Que tal inverter o processo e aplicar um
de acompanhar de perto e solucionar
(www.piniweb.com). Confira duas exame a todos os professores, aos
as dúvidas dos usuários de seus pro-
opiniões enviadas para a enquete diretores e donos de escolas,
dutos. O grupo é moderado por Gui-
realizada sobre a obrigatoriedade de estabelecendo assim um padrão de
lherme Covas, engenheiro da empre-
exame de ordem para engenheiros. qualidade antes da autorização e
sa. O moderador conta que sugestões
aprovação pelo MEC?"
de clientes surgidas no ambiente vir-
Engepac Projetos e Construções Ltda.
tual acarretaram mudanças reais em
seus sistemas. "Desenvolvemos recen-
"Acho que uma avaliação é saudável e
temente um sistema para interação
facultaria ao mercado contratar
solo–estrutura. Inicialmente esse sis-
profissionais referendados pelos seus
tema seria comercializado apenas
respectivos Conselhos. Entretanto, aos
para engenheiros geotécnicos ou es-
reprovados sobraria o quê? A porta da rua?
truturais que elaboram projetos de
A volta aos bancos escolares? Com que
fundações. Em função de mensagens
recurso? (...) Devemos considerar a
veiculadas na Comunidade, resolve-
questão também pelo lado de quem
mos incorporar parte do sistema na
perde, pois qualificação profissional, moral
próxima atualização dos sistemas
e ética são coisas muito distintas"
CAD/TQS", afirma Covas.
Vital Kuriki
Renato Faria

36 TÉCHNE 122 | MAIO DE 2007


materia_web.qxd 4/5/2007 10:59 Page 37
ceramicax.qxd 4/5/2007 10:58 Page 38

REJUNTE

Acabamento
cerâmico
Conheça as principais exigências de desempenho

Fotos: divulgação
e particularidades do rejuntamento com
argamassa em fachadas cerâmicas

uando o assunto é argamassa de mínima de 3 MPa aos sete dias; ab- placas de grandes dimensões em fa-
Q rejuntamento para fachadas ce-
râmicas, a flexibilidade é a principal
sorção de água por capilaridade aos
300 minutos de até 0,3 g/cm2 e per-
chadas, como os porcelanatos, é neces-
sário especificar juntas de assenta-
exigência de desempenho. Isso por- meabilidade aos 240 minutos de até 1 mento de maior abertura – pelo
que, como se sabe, as placas cerâmicas cm3, estas duas últimas avaliadas aos menos 5 mm", diz.
tendem a se movimentar segundo as 28 dias.
variações de temperatura e umidade O professor do Departamento de Normas
do ambiente e caberá ao rejunte possi- Arquitetura e Urbanismo da USP Para o diretor técnico da L.A. Fal-
bilitar que essas placas trabalhem in- (Universidade de São Paulo) de São cão Bauer, Roberto José Falcão Bauer,
dividualmente, acomodando qual- Carlos, Eduvaldo Paulo Sichieri, resu- a norma técnica NBR 14992/2003 (re-
quer deformação imposta à camada me as principais exigências de desem- quisitos e métodos de ensaio para ar-
externa do conjunto aderido. Outra penho do rejuntamento: "Além dos gamassa) "é boa para a análise dos
função importante do rejuntamento é quesitos básicos de resistência mecâ- produtos que estão no mercado". "O
conferir estanqueidade ao sistema, ve- nica, flexibilidade e aderência, o rejun- arquiteto concluirá que os materiais
dando as juntas entre as placas contra tamento tem que ser impermeável, de foram previamente testados em labo-
a água da chuva. fácil limpeza e deve ainda ser resisten- ratórios credenciados, sob condições
Há basicamente dois tipos de ma- te aos raios ultravioleta, fungos e bac- reguladas de temperatura e umida-
teriais no mercado: argamassas à térias, além de demonstrar estabilida- de", justifica.
base de cimento Portland ou de resi- de da pigmentação". Mas nem todos se contentam com
nas orgânicas. As primeiras podem os resultados dessa norma: "Ela con-
vir prontas para uso – basta acrescen- Vapor d’água templa alguns itens importantes para
tar água na mistura –, ou preparadas Em relação à impermeabilidade, o bom desempenho do rejunte, como
com aditivos líquidos (bicomponen- Jonas Silvestre Medeiros, consultor da preparação da mistura, retenção de
tes). As argamassas orgânicas, à base Inovatec, lembra que, "normalmente, água, resistência à compressão e à tra-
de resina epóxi, apresentam elevada ao contrário do que se pensa, o mate- ção na flexão, absorção de água por
resistência ao ataque químico, mas rial de rejunte deve permitir passagem capilaridade; mas não estabelece limi-
são de difícil aplicação. Nas fachadas, mínima de água na forma de vapor, tes", critica Sichieri. "Ela divide as ar-
as argamassas devem ter desempe- não devendo ser completamente im- gamassas em dois tipos: para ambien-
nho de acordo com o Tipo II (NBR permeável, principalmente no caso de tes menos exigidos e para mais exigi-
14992), apresentando: retenção de fachadas". Ele explica que a tendência dos. Mas qual é o limite entre menos e
água inferior ou igual a 65 mm aos 10 de saída da água, que fica no interior mais exigido? O que é impermeável?
minutos; variação dimensional de do edifício e na base do revestimento, Quão flexível deve ser um rejunte em
até 2 mm/m aos sete dias; resistência leva ao surgimento de tensões internas cada aplicação? Além disso, a norma
à compressão mínima de 10 MPa aos provocadas pela restrição à difusão do nem menciona resistência a ultravio-
14 dias; resistência à tração na flexão vapor. "É por isso que, para se aplicar leta e chuvas ácidas, e conseqüente es-

38 TÉCHNE 122 | MAIO DE 2007


ceramicax.qxd 4/5/2007 10:58 Page 39

tabilidade da pigmentação", aponta o


professor. Ele entende como princi-
pal razão dessas falhas a existência de
comitês para aprovação de normas,
formados pelos próprios fabricantes
do material.
O surgimento de fissuras no re-
juntamento, por sua vez, pode ser
também fruto da baixa aderência que
o material possui com as bordas das
placas. "Essa é uma característica
muito importante prevista em nor-
mas estrangeiras que não está defini-
da pela brasileira, já que cada tipo de
placa exige uma aderência diferente",
comenta Jonas.
Para isso, contudo, há normas in-
ternacionais – ISO (International
Organization for Standardization) e
ANSI (American National Standard
Institute) – que podem ser usadas O uso dos espaçadores não apenas garante a simetria entre as peças mas também o
como base para a especificação do tamanho correto da junta
rejuntamento. O professor da USP-
SC indica sejam realizados testes
com o material antes de sua aplica-
ção: "Para os polímeros (poliureta-
nos), que são mais flexíveis, imper-
meáveis e aderentes, não há ainda
norma técnica", diz.
Se a norma não especifica, resta ao
próprio especificador colocar a mão
na massa: "Usa-se das tão conhecidas
medidas paliativas de obra: para o
teste da flexibilidade, unha; para resis-
tência a manchas, uma tira de massa,
com uma parte coberta por fita, e
outra exposta à sujeira. Após algum
tempo, limpa-se a parte suja, e tira-se
a fita, para comparar a estabilidade da Falhas no rejunte facilitam infiltração da água e o desplacamento
pigmentação", ensina Sichieri.
o assentamento das peças cerâmicas pó e umedecimento – também deve
Em obra para que a argamassa da base tenha ser feita antes da aplicação da arga-
Bauer relembra que outro apoio tempo de curar e sofrer algum traba- massa, com escova ou jato de ar, para
técnico aos especificadores e arquite- lho. "Logo após a colocação, removem- não prejudicar aderência do material.
tos pode ser a NBR 13755, de 1996, se os cordões de argamassa colante O preparo da massa segue as ins-
que está com revisão prevista para entre as placas, garantindo assim uni- truções do fabricante, observando-se
2008. Ela tem alguns itens que prezam formidade de espessura e profundida- sempre o tempo de vida útil da massa
pela boa aplicação do rejuntamento. de do rejuntamento", explica. já misturada. "É importante usar
"Como cada obra é uma obra, e às Antes de começar a aplicação, sempre uma desempenadeira ou
vezes até mesmo durante um único pode-se também dar ligeiros impactos rodo de borracha, removendo seu ex-
dia de trabalho as condições climáti- sobre as placas cerâmicas com instru- cedente com esponja ou espuma
cas podem ser as mais variáveis, é im- mentos não contundentes, para che- umedecida assim que iniciar seu en-
portantíssimo atentar à boa aplicação car se o som não está cavo. Se estiver, durecimento. Dispor de mão-de-
dos materiais", sugere Bauer. há deficiência de assentamento, e a obra bem treinada é outro item im-
Segundo o técnico, o rejunte deve peça precisará ser substituída. prescindível", acrescenta Bauer.
ser aplicado no mínimo três dias após A limpeza das juntas – remoção de Giovanny Gerolla

39
ceramicax.qxd 4/5/2007 10:58 Page 40
ceramicax.qxd 4/5/2007 10:58 Page 41
materia de capa.qxd 4/5/2007 10:55 Page 42

CAPA

Cortina de vidro
Graças aos novos sistemas de esquadrias e vidros
de alta refletância, as fachadas do tipo cortina
conseguem garantir o conforto dos usuários da
edificação, além de valorizar a arquitetura

eveza e transparência são as Estados Unidos, onde surgiu a facha-


" L principais características que da de vidro, "no Brasil, especificações
fazem do vidro um material insubsti- do conjunto esquadria-vidro devem
tuível na arquitetura", afirma o arqui- minimizar as condicionantes de lu-
teto Valter Caldana, coordenador do minosidade e absorção de calor, para
Curso de Arquitetura e Urbanismo da garantir padrões adequados de con-
FAU-Mackenzie. Ao mesmo tempo forto térmico e acústico e reduzir os
em que ele isola os ambientes, "tem a custos com a climatização dos edifí-
capacidade de ligar visual e emocio- cios", ressalta Joel Carlos Ferreira de
nalmente o lado interno e o externo", Souza, sócio gerente da SSG, empresa
completa a professora doutora Gilda especializada no desenvolvimento e
Collet Bruna, coordenadora de Pós- execução de componentes metálicos
Graduação em Arquitetura e Urbanis- para construção civil. Para solucionar
mo da FAU-Mackenzie. a equação conforto x redução de cus-
Por essas características particula- tos, os detalhes arquitetônicos têm ga-
res, o vidro tem enfeitiçado os usuá- nhado cada vez mais importância.
rios e lançado desafios a construtores Respondendo à demanda dos ar-
e arquitetos desde o final do século quitetos e às condicionantes de lumi-
XIX, quando passou a fazer parte dos nosidade, calor, reflexibilidade etc., o
materiais de construção. Somente em vidro foi o componente das fachadas-
meados do século XX integrou-se ao cortina que mais apresentou inova-
alumínio para formar janelas indus- ções tecnológicas nos últimos anos.
trializadas. Nos anos 60, passou de Os novos produtos propõem prote-
vez para o lado de fora, revestindo a ção de luz e calor, reduzindo o uso do
edificação. Nos anos 70, graças à evo- ar-condicionado.Além disso, os perfis
lução dos sistemas de fixação, passou foram aperfeiçoados, contribuindo
a constituir as fachadas-cortina. para a manutenção da temperatura
Apesar de promover a interação ambiente e o bem-estar do usuário.
com o meio e trazer luz ao interior, a "Originalmente, é uma parede ex-
Marcelo Scandaroli

caixa de vidro também aprisiona terior (de qualquer material) não ade-
calor e, em países tropicais, traz des- rida e suportada pelo edifício em
conforto térmico. Ao contrário dos qualquer pavimento por uma arma-

TÉCHNE 122 | MAIO DE 2007


42
materia de capa.qxd 4/5/2007 10:55 Page 43

Victor Almeida

A sede do BankBoston em São Paulo, na região da Vila Olímpia, foi a primeira obra
corporativa da cidade a utilizar o sistema de fachada unitizada, composta por
módulos com a altura do pé-direito do edifício

ção estrutural", descreve o engenheiro daime. Primeiro, as colunas, em segui-


Amaury Antunes Siqueira em sua tese da as travessas, painéis compostos (se
sobre fachadas. Hoje, o termo facha- existirem) e finalmente as folhas de vi-
da-cortina define uma esquadria de dros móveis ou fixas. Esse sistema foi
alumínio que é instalada por fora da largamente usado nas primeiras facha-
estrutura do prédio e compreende, no das e ainda hoje é muito empregado
mínimo, dois pavimentos, represen- com versões melhoradas e de alto de-
tando neste trecho o revestimento e a sempenho. "Suas vantagens são o baixo
vedação do edifício, que pode ser de custo de transporte e manuseio, além
vidro, cerâmica, alumínio e granito. de oferecer certa flexibilidade para ajus-
"Em prédios comerciais, ela abrange, tes em obra. Dentre suas desvantagens
normalmente, a altura toda do pré- estão a necessidade de toda montagem
dio", explica o engenheiro mecânico e ser feita no canteiro sem o controle de
consultor de esquadrias Mário New- fábrica, e o fato da pré-instalação dos
ton Leme, que aponta entre as várias vidros ser improvável", aponta o espe-
qualidades da cortina a agilização do cialista em fachadas Luiz Carlos Santos,
processo construtivo. diretor técnico da Alumínio Brasil Sis-
temas para Arquitetura.
Sistemas construtivos O sistema Unitized é composto
Na fachada Stick,as peças são insta- por módulos montados em fábrica
ladas uma a uma com ajuda de um an- que correspondem à altura do pé-di-

43
materia de capa.qxd 4/5/2007 10:55 Page 44

CAPA

Fachada Stick Sistema Unitized Sistema Híbrido

reito do pavimento e à modulação de cuidados, tanto na estocagem vessas do conjunto. Como vantagem,
horizontal da esquadria, recebendo como na instalação. reduz o trabalho em fábrica e na obra
todos os elementos de vedação e aca- "Pelo aspecto construtivo, o siste- devido à ausência de travessas fixadas
bamento da fachada. "Os módulos ma Unitized deve ser adotado em à coluna. "Dependendo do projeto, o
são movimentados e instalados com obras com grande volume de painéis, sistema alcança índices de otimização
equipamentos especiais, não exigindo de maneira que a redução da mão-de- de mão-de-obra de até 20% quando
andaime e serviços externos", justifica obra e a velocidade de execução com- comparado com o Stick. Em relação
Leme. O sistema pode ser trabalhado pensem o custo que representam os ao Unitized, a vantagem está em não
em condições controladas de fábrica, equipamentos de movimentação e exigir equipamentos especiais para
podendo em alguns casos ser em local infra-estrutura necessários a esse mé- instalação", relata Santos.
designado na própria obra. todo", recomenda Leme.
"Além da facilidade para inspecio- O Sistema Híbrido ou Sistema Classificação estética
nar o serviço e garantir sua qualidade, Coluna-folha é derivado dos dois an- Cada um dos sistemas pode ser
o sistema Unitized permite um fecha- teriores. Nesse caso, instalam-se as co- construído segundo características
mento muito rápido do edifício, re- lunas, que são a infra-estrutura prin- técnicas que os diferenciarão do
duzindo o trabalho durante a instala- cipal, depois vêm as folhas, que po- ponto de vista estético, apresentando
ção em obra", alega Santos. Por outro dem compor uma unidade ou mais ou não os perfis de alumínio acaba-
lado os módulos são grandes e neces- unidades verticais, dependendo da mento pintado ou anodizado visíveis.
sitam de maior espaço para estoca- composição da fachada. As junções No sistema tradicional, os perfis
gem e transporte. Precisam também horizontais das folhas formam as tra- estruturais ficam externos às esqua-
drias, marcando verticalmente a fa-
chada com elementos salientes em re-
lação ao plano de vidro. Aqui, as fo-
lhas são fixadas às colunas por meio
de presilhas com parafusos e tampas.
A Pele de Vidro é uma fachada-
cortina predominantemente de vidro,
originalmente com pequenas marca-
ções perimetrais de alumínio. Os per-
fis estruturais são montados interna-
mente, e as folhas são fixadas frontal-
mente por meio de presilhas.
O sistema Glazing eliminou o alu-
mínio externo, possibilitando a cons-
trução de uma fachada totalmente en-
Marcelo Scandaroli

vidraçada. Toda infra-estrutura fica


oculta pelos vidros. "Permite grande
flexibilidade aos arquitetos e é larga-
O Low-e é um vidro para fachadas de quarta geração: baixa emissividade, corte mente usado", relata Santos. Esse é o
térmico, grande transparência e pequeno índice de reflexão sistema mais utilizado hoje pois, entre

TÉCHNE 122 | MAIO DE 2007


44
materia de capa.qxd 4/5/2007 10:55 Page 45

as vantagens, "permite que se projete


para fora, independentemente do Conforto térmico
vão", destaca o engenheiro mecânico Fluxo de calor através
Os edifícios com fachadas de vidro em
Nelson Firmino, diretor da Algrad. de uma fachada
países tropicais sempre geram
Nesse sistema, os perfis estruturais 2,5
polêmicas em função do desconforto
são montados internamente e as es-
térmico gerado pelo calor e pela 2,0
quadrias são fixadas frontalmente por
reduzida ventilação natural, uma vez que
meio de presilhas. Aqui, a fixação dos 1,5
os modelos de fachada-cortina prevêem
vidros é feita com silicone estrutural

kW
a instalação basicamente de caixilhos 1,0
ou fita adesiva dupla face.
fixos, maximo-ar e de venezianas fixas 0,5
No Grid, domina a marcação ver-
com ou sem ventilação.
tical e horizontal por meio de perfis, 0
"Enquanto a energia era barata, um
criando uma espécie de grelha. Basi-
aparelho de ar-condicionado retirava o -0,5
camente, os perfis cobrem e ocultam 0 6 12 18 24
calor de maneira eficiente", justifica o
as juntas das folhas ou módulos da fa- Hora do dia
arquiteto Dominique Fretin,
chada, formando um conjunto único. Fachada típica
coordenador da Área Técnica e professor
Nesse sistema, os perfis estruturais fi- Corte térmico
de Conforto Ambiental do Curso de
cam internos ao vidro. "Variações Corte térmico com vidro insulado
Arquitetura da FAU-Mackenzie. Com o
mistas com o sistema Glazing permi- Fachada dupla
seu encarecimento, quanto menos ar-
tem marcações exclusivamente verti-
condicionado melhor.
cais ou horizontais", orienta Santos.
"A chave para o problema do conforto
Em qualquer um dos sistemas, "o
está no projeto, que deve considerar a Demanda anual de refrigeração
dimensionamento dos perfis é conse-
natureza dos materiais e os níveis de
qüência da modulação vertical e hori- 4.000
artificialidade e sustentabilidade
zontal, do posicionamento e das quan- 3.500
desejados no ato da elaboração", diz
tidades das ancoragens, da localização
Caldana. Hoje, a tecnologia do vidro 3.000
da cidade, da altura e formato do pré-
compensa no próprio material as 2.500
dio e da posição da obra em relação às kWh/ano
situações adversas. "É possível fazer
características da topografia e dos obs- 2.000
uma caixa de vidro no meio do deserto,
táculos em seu entorno", ensina Leme.
como em Dubai estão fazendo, e ser 1.500
muito agradável", alega. A questão, diz 1.000
O vidro
ele, é quais artifícios para a climatização
De acordo com as NBR 7199, 500
se deseja usar, e o quanto eles devem
14.697 e 14.694 é obrigatória em fa- 0
estar ligados à máquina e ao consumo
chadas a utilização de vidros de segu-
de energia. Fachada típica
rança de qualquer tipo, visando à in-
"A esquadria também está relacionada ao Corte térmico
tegridade física dos usuários dos edifí-
conforto térmico, e deve ser capaz de Corte térmico com vidro insulado
cios e dos transeuntes externos.
manter a temperatura interna desejada Fachada dupla
"A escolha do vidro se dá em fun-
pelo maior tempo possível", afirma
ção das necessidades específicas de
Santos. Conseguindo um desempenho diretamente relacionado à economia de
cada projeto tais como isolamento
ótimo tem-se a melhora dos níveis de energia (veja tipos de fachada). Santos
termoacústico requerido, segurança,
conforto térmico e uma grande economia diz que a especificação correta não
luminosidade, estética, design etc.",
de energia (veja gráficos). considera apenas o desempenho do
explica Ferreira de Souza.
Há diversos tipos de fachadas de vidro, e sim o sistema como um todo,
A composição dos elementos em
alumínio e cada uma se comporta de incluindo o processo de fabricação, que
função da cor e espessura dos vidros,
maneira diferente em relação ao pode influenciar diretamente no
da reflexibilidade, da escolha da pelí-
conforto térmico, o que está desempenho de um caixilho.
cula e da eventual utilização de câma-
ras internas, permite uma infindável
gama de composições, que visam
atender aos parâmetros técnicos re- suas características. Tudo seria in- ção de vidros, vieram os refletivos em
queridos no projeto de arquitetura. A completo se continuássemos a usar o várias cores, com índices luminosos e
seleção do vidro é primordial para a vidro incolor e o fumê. Em um país energéticos apropriados ao tipo de
garantia do conforto do usuário. tropical, o fumê absorve muito calor, edifícios de cada região. E com a quar-
"Com a evolução das fachadas, o que demanda forte climatização", ta geração veio o Low-e, "de baixa
houve um avanço extraordinário em ressalta Firmino. Com a terceira gera- emissividade, corte térmico bom,

45
materia de capa.qxd 4/5/2007 10:55 Page 46

CAPA

instalação por guarnições de EPDM e


acessórios mecânicos para um siste-
ma químico por colagem com silico-
ne estrutural ou fita adesiva dupla
face. O novo processo eliminou a aba
de fixação, possibilitando que o vidro
ficasse externo a toda a estrutura da
esquadria, formando um painel. No
sistema Grid, o vidro é fixado por per-
fis de alumínio.
De acordo com Firmino, a cola-
gem química demonstrou ser muito
eficiente em perfis anodizados. Ao
contrário para o acabamento pintado,
Divulgação: 3M

que requer atachments para a cola-


gem. "Para o ensaio da fita dupla face,
ainda não há normas", diz a engenhei-
A fita adesiva dupla face e o silicone estrutural são duas formas de fixação dos vidros
ra Michele Gleice da Silva, do Depar-
às esquadrias. Os dois materiais requerem procedimentos adequados, aplicação e
tamento Técnico do Itec (Instituto
grande controle para garantir a aderência entre o sistema esquadria-vidro. Às vezes
Tecnológico da Construção Civil) e,
é necessário o uso de primer ou outra ponte de aderência
por isso, ainda não há muitos dados
sobre o seu desempenho.
grande transparência e pequeno índi- vidro monolítico já atenuava cerca de Tanto a fita dupla face quanto o
ce de reflexão", elenca Leme. 30 dB, o laminado aprimorou ainda silicone requerem cuidados espe-
Os vidros insulados, compostos mais e o insulado chega a reduzir ciais. Segundo Luiz Cláudio Viesti,
por duas placas laminadas ou tempe- entre 40 e 50 dB", diz Firmino. consultor técnico da Afeal, a super-
radas, espaçados por uma câmara de fície deve ser limpa com desengor-
ar, são térmicos, evitam condensação Fixação durante. A diferença entre os dois
do ar, perdas de temperatura e trocas Os sistemas de fixação dos vidros sistemas está na agilidade do pro-
constantes. "Como barreira acústica o em fachadas-cortina evoluíram da cesso. O silicone exige um tempo

Tipos de fachada de alumínio Normas técnicas


Fachada típica – sistema de fachada de térmico, silicone estrutural e vidro NBR 6485 – Caixilhos para Edificação –
alumínio com silicone estrutural insulado (U = 3 W/m2 OK e fator solar 0.3). Janela, Fachada-cortina e Porta Externa
(U = 2.8 W/m2 OK) e vidro laminado Fachada dupla – composta de um – Verificação da Penetração de Ar.
(U = 5.8 W/m2 OK e fator solar 0.4). sistema com fachada dupla na mesma NBR 6486 – Caixilhos para Edificação –
Corte térmico – sistema de fachada de estrutura de alumínio (U = 2.8 W/m2 OK), Janela, Fachada-cortina e Porta Externa
alumínio com corte térmico (U = 2.8 W/m2 vidros laminados (U = 3 W/m2 OK e fator – Verificação da Penetração à Água.
O
K), silicone estrutural e vidro laminado solar 0.3 externo e U = 5.8 W/m2 OK e NBR 6487 – Caixilhos para Edificação
(U = 5.8 W/m2 OK e fator solar 0.4). fator solar 0.4) afastados cerca de 100 – Janela, Fachada-cortina e Porta
Corte térmico com vidro insulado – mm pela câmera ventilada e persiana Externa – Verificação do
sistema de fachada de alumínio com corte integrada entre os vidros. Comportamento quando Submetidos a
Cargas Uniformemente Distribuídas.
Fonte: Alumínio Brasil
NBR 7199 – Projeto, Execução e
Aplicações dos Vidros na Construção
PRESSÃO DO VENTO POR REGIÃO Civil.
Velocidade Pressão NBR 6123 – Forças Devido ao Vento
Região m/s km/h Pascal em Edificações.
I (Norte e Nordeste*) 30 108 562 NBR 10821 – Especificação de
II (Norte e Centro-Oeste*) 35 126 765 Caixilhos
III (Norte, Centro-Oeste e Sudoeste*) 40 144 1.000 Instruções Técnicas do Corpo de
IV (Sudeste, Sul e São Paulo*) 45 162 1.265 Bombeiros – Estabelecem os
V (Sudeste e Sul*) 50 180 1.562 parâmetros de projeto contra incêndio.
*Região meramente informativa. Consultar mapa na norma.

46 TÉCHNE 122 | MAIO DE 2007


materia de capa.qxd 4/5/2007 10:56 Page 47

Stick

Espuma de poliuretano

Silicone estrutural

Gaxeta de EPDM

Argamassa refratária

Lã de rocha basáltica
Marcelo Scandaroli

Vidro

EDIFÍCIO FARIA LIMA SQUARE


Ficha técnica
Área envidraçada: 12.000 m2
São Paulo
Lado externo

Arquitetura: Collaço & Monteiro


Construção: Cyrela
Consultoria: Mário Newton Leme 0 0,5
Dados técnicos
Perfis: desenvolvidos por Mario Newton
Leme e executados pela Alcoa e CBA No início do projeto, toda a fachada o caixilho entre vãos e o glazing. O
Acabamento: anodizado fosco principal era de vidro. "Com os estudos de engenheiro Mário Newton Leme aplicou
Caixilhos: Luxalum sombreamento e cálculo de redução do ar- duas modulações de Stick: 1,25 m para
Sistema construtivo: Stick condicionado, optou-se por trazer os fachada e 2,30 m para a área inclinada.
Sistema estético: Glazing pilares para a fachada e diminuir sua área No pavimento-tipo foi usado vidro
Vidros: Sun Guard Silver 20, on Green, de vidro, aumentando-a nas outras faces reflexivo, de forma a conferir conforto
com PVB de alta performance, 11 mm, onde a incidência solar era menor", conta a térmico e acústico aos ocupantes. Já no
da Guardian arquiteta Maria de Fátima Rodrigues Alves, térreo, deu-se preferência ao vidro incolor,
Vedação: gachetas de EPDM com canto da Collaço & Monteiro. laminado, temperado para um melhor
vulcanizadas por injeção Foram aplicados dois conceitos de fachada, destaque e visibilidade do lobby.

para cura. E a colagem da fita é ime- Como a maior área de uma fachada- vezes é melhor combater o efeito e não
diata, feita por pressão. cortina é composta por materiais a causa.Conhecendo em detalhes as va-
impermeáveis, o ponto-chave de sua riáveis,pode-se controlar a quantidade,
Vedação eficiência são as juntas. local e tempo de permanência da água
A água é o fator mais significati- Basicamente, a vedação do sistema em uma fachada". São elas a gravidade,
vo de deterioração nos edifícios, po- é feita com guarnições de EPDM. No a energia cinética, a ação capilar, a ten-
dendo danificar diretamente mate- entanto,diz Santos,da Alumínio Brasil, são superficial e a diferença de pressão.
riais, reduzir a eficiência de isola- "a junta eficiente não é aquela total- O controle dessas forças pode ser apli-
mentos e ainda causar corrosão de mente selada e impenetrável. Uma jun- cado tanto numa escala grande como
metais. A deficiência na vedação é, ção ideal deve prevenir e ter meios de em toda a fachada ou numa escala pe-
na maioria das vezes, devida às fa- combater as forças externas". Para con- quena como em juntas individuais.
lhas no projeto, malcalculado para seguir um projeto de sucesso, deve-se
enfrentar as forças externas da natu- saber quais são essas forças, como elas Especificação
reza, ou devido a erros durante a fa- agem na fachada e como esta reage em "Os detalhes fornecidos pelo ar-
bricação e instalação da fachada. relação às forças. Segundo ele, "muitas quiteto ajudam a definir o tipo de sis-

47
materia de capa.qxd 4/5/2007 10:56 Page 48

CAPA

Unitized entre vãos


REDE GLOBO – EDIFÍCIO ROBERTO Vidro
MARINHO
Ficha técnica Ancoragem Piso elevado
Área envidraçada: 4.600 m2 Lã mineral
São Paulo Barreira corta-fogo Drywall
Arquitetura: KOM Arquitetura e
Planejamento
Construção: Inpar Laje de concreto
Consultoria: Aluparts
Dados técnicos
Perfis: Cittá da Alcoa
Acabamento: pintura eletrostática
Caixilhos: Luxalum Luva de alumínio Viga de
Sistema construtivo: Unitized entre vãos (junta de dilatação) concreto
Sistema estético: Glazing
Vidros: na fachada, laminado azul Ancoragem
refletivo metalizado a vácuo, 10 mm, com
película acústica, no lobby, laminado
temperado, 16 mm (8 mm + 4 PVB + 8 Lã mineral Retorno do
mm), no estúdio panorâmico, laminado ar-condicionado
incolor, 16 mm (4 mm + PVB + 4 mm)
Lado externo

PV 076 (4 mm + PVB + 4 mm), da Forro acústico


Pilkington
Vedação: gachetas de EPDM e fitas
vedadoras Persiana rolô
0 0,25
As premissas que nortearam a
concepção arquitetônica do Edifício atemporal. Optou-se pelo Glazing para
Jornalista Roberto Marinho foram a que não houvesse a marcação dos perfis
eficiência e a contemporaneidade. "Os na fachada. Para garantir o conforto
fatores que levaram à escolha do vidro ambiente, o escritório de arquitetura
foram: conforto, beleza, sofisticação, trabalhou em conjunto com os
segurança, economia de energia e projetistas de ar-condicionado, acústica,
recursos naturais, aliando esquadrias, vidros e persianas,
funcionalidade com estética", diz a ponderando os fatores estéticos e
arquiteta Beatriz Ometto Moreno, da econômicos para criar ambientes
Koma Arquitetura. As fachadas utilizam agradáveis. Foram utilizados vidros de
painéis de concreto revestidos de alta performance, refletivos com
granito branco, cristal polido e espessura de 10 mm para minimizar a
esquadrias em alumínio branco, com radiação solar e atenuar os ruídos
vidros laminados refletivos verdes. provocados pelo alto movimento de
Detalhes em painéis de alumínio veículos na Avenida das Nações Unidas.
Marcelo Scandaroli

composto na cor branca e brises em tom As esquadrias também receberam


de alumínio natural contribuem para a tratamento acústico, de acordo com a
criação de uma linguagem discreta e orientação do projeto de acústica.

tema a ser usado, o tamanho da obra e ciente. "O arquiteto determina a utili- O papel do consultor de facha-
sua complexidade, e guiam a especifi- zação da fachada-cortina, o consultor das é transformar as necessidades
cação e a formação de custos". Santos analisa as condicionantes técnicas e técnicas, comerciais e conceituais
enfatiza a importância do projeto de necessidades da obra, e decide a linha do cliente em um projeto único.
arquitetura para que a fachada-corti- de perfis e a sua configuração", escla- Além de detalhes arquitetônicos, o
na cumpra suas funções de forma efi- rece Ferreira Souza, da SSG. projeto técnico deverá fornecer

48 TÉCHNE 122 | MAIO DE 2007


materia de capa.qxd 4/5/2007 10:56 Page 49

Pele de vidro

Lado externo
Chumbador
com parafuso
prisioneiro, porca e
Marcelo Scandaroli

arruela de ø3/8" x 80

FIAP – FACULDADE DE
INFORMÁTICA E ADMINISTRAÇÃO
PAULISTA
Ficha técnica
Área envidraçada: 3.800 m2 0 0,5
São Paulo
Arquitetura: Ricardo Julião que queria um prédio que se comunicasse entreforro. O vidro inclinado na fachada é
Construção: PBR com o exterior, mas que não fosse para se respeitar a faixa de aeração do
Consultoria: SGC Consultores transparente. Foi escolhido, então, o vidro terreno. A inclinação do vidro começa no
Dados técnicos semi-refletivo, que barra mais o calor, 10o pavimento. O 11o e 12o andares
Perfis: Cittá Due, da Alcoa excluindo a necessidade de um sistema passaram a ser pontos de observação. Por
Acabamento: anodizado fosco de ar-condicionado mais potente. ser uma das edificações mais altas do
Caixilhos: Cosbiem Segundo o arquiteto Ricardo Julião, "a local, e para amenizar suas linhas retas, a
Sistema estético: Glazing desvantagem é que se deve usar, além do escolha do vidro deu leveza ao edifício.
Vidros: TB-120, azul refletivo, 8 mm, da sistema de ar-condicionado, persianas". O O vidro laminado de 8 mm, aliado a uma
Glassec cliente também desejava propiciar a vista vedação competente, garantiu o conforto
Vedação: EPDM da cidade dos pavimentos mais altos. acústico necessário na sala de aula. O
Mais uma vez o vidro foi a opção ideal, equilíbrio térmico também foi assegurado
Por se tratar de uma faculdade de pois ele permite que a edificação pelo posicionamento das salas e o que
tecnologia, a equipe da Ricardo Julião converse com o entorno. Pela sobra da energia solar não refletida é
Arquitetura procurou criar uma fachada necessidade da instalação de ar- vencida pelo ar-condicionado full em
também tecnológica, que espelhasse, por condicionado em todo o prédio, foram todos ambientes. Já o bem-estar visual foi
meio do vidro, o trabalho da escola. A incorporadas venezianas à fachada, obtido por grandes vãos, que propiciam
escolha do vidro já era opção do cliente, encarregadas de efetuar a ventilação do boa luminosidade durante o dia.

todos os dados necessários para a Após a análise das informações teriais que compõem a fachada,
preparação de um orçamento e de do arquiteto e da pré-definição do como alumínio, gaxetas etc. "O cor-
um projeto pré-executivo da facha- sistema de fachada, devem ser con- reto uso dessas informações ajuda a
da. Com essas informações, o fabri- sultadas normas que se apliquem ao compor com segurança um projeto,
cante poderá compor a proposta e projeto (veja normas técnicas), além e assim a evitar problemas futuros",
projeto pré-executivo. daquelas que regulamentam os ma- indica Santos.

49
materia de capa.qxd 4/5/2007 10:56 Page 50

CAPA

Híbrido ou Coluna-folha

Brise Rufo

Vidro

Lado externo
Marcelo Scandaroli

MPM – EDIFÍCIO BRIGADEIRO I


Ficha técnica
Área envidraçada: 2.200 m2
São Paulo
Arquitetura: Sérgio Assumpção
0 0,5
Arquitetura
Construção: Bueno Netto
Consultoria:Alumínio Brasil Projetos e mm; no caixilho entrevãos, laminado o arquiteto. Para amenizar a incidência de
Consultoria refletivo prata, 8 mm e 9 mm, da Glassec raios solares, ele recorreu aos brises,
Dados técnicos Vedação: gaxetas de EPDM e fitas compostos por grades metálicas. O ar-
Perfis: Tecnal vedadoras condicionado, aliado às qualidades do
Caixilhos: Évora, desenvolvido pela vidro, garante a climatização do interior. O
Alumínio Brasil e executado pela O arquiteto Sergio Assumpção escolheu o sistema híbrido foi escolhido pela
Amplimatic vidro como material para a fachada da Alumínios Brasil por apresentar vantagens
Acabamento: anodizado MPM para enfatizar que se tratava de uma de vedação e montagem. Segundo o
Sistema construtivo: Híbrido edificação comercial e pelas suas engenheiro da Bueno Netto, responsável
Sistema estético: Glazing qualidades arquitetônicas: possibilidade pela obra, Michelini Pierre Infantini, "a
Vidros: na fachada principal, laminado de iluminação, variedade de cores e vantagem de se trabalhar com o vidro é a
refletivo prata, 9 mm; no átrio, laminado textura. "O material serviu também para rapidez na execução. E o diferencial da
incolor, 11 mm; no último vão da encobrir as quatro colunas, dando o efeito linha utilizada é que evita tensões nos
cobertura, laminado refletivo prata, 11 de que o edifício está flutuando", pondera vidros planos".

Dimensionamento gulamentos e normas técnicas, deve- normas devem ser usadas conjunta-
Para Viesti, "a fachada ideal é se partir para testes em túnel de vento. mente. Determinada a pressão de ven-
aquela que apresenta viabilidade eco- A NBR 10821 serve como primei- to atuante na fachada, realiza-se o di-
nômica, de fabricação e adequado de- ro passo para a avaliação da situação, mensionamento dos perfis e da espes-
sempenho estrutural, térmico, acústi- além de fixar as condições exigíveis sura das placas de vidro.
co e de luminosidade. Um bom proje- dos caixilhos usados em edificações Segundo a engenheira Michele
to deve prever condições de combate residenciais e comerciais – tem uma Greice, "ensaios são realizados sob as
simultâneo a todas as forças que tabela com pressões de ventos para as condições reais da obra, para verificar
atuam na fachada. diversas regiões do Brasil (veja tabela). a permeabilidade ao ar e à água, estan-
Do ponto de vista estrutural, San- Caso a obra analisada seja especial de queidade e deformação do sistema".
tos recomenda que se verifique pri- alguma forma, ou não se enquadre no Após os testes, a fachada não pode
meiramente qual a pressão de vento que está disposto na NBR 10821, o cál- apresentar ruptura de vidros e mau
atuante no edifício, e caso isso não es- culo deve ser feito com base na NBR funcionamento das folhas.
teja claramente especificado nos re- 6123. Na maioria das vezes essas duas Silvana Rosso

50 TÉCHNE 122 | MAIO DE 2007


materia de capa.qxd 4/5/2007 10:56 Page 51
materia_instala ıes hidrÆulicas.qxd 4/5/2007 11:12 Page 52

INSTALAÇÕES

Água quente
Materiais poliméricos prometem maior flexibilidade e facilidade de instalação
e ganham espaço nas instalações hidráulicas de água quente, em substituição
aos tradicionais tubos e conexões metálicos

mento selecionado, facilidade na


execução das conexões, entre ou-
tros", explica Alberto Fossa, diretor
da MDJ Engenharia Consultiva.
Nos últimos anos, novas possibili-
dades surgiram para atender às exigên-
cias das instalações de água quente. O
desenvolvimento de sistemas poliméri-
cos, como o PEX (polietileno reticula-
do), o PPR (polipropileno copolímetro
Random) e o CPVC (policloreto de vi-
nila clorado), tem provocado mudan-
ças na caracterização desse tipo de ins-
talação, na qual até então dominava a
aplicação de sistemas rígidos,metálicos.
Ao mesmo tempo, características como
facilidade e agilidade de instalação, bem
como maior flexibilidade e menor risco
Fotos: arquivo

de vazamentos são cada vez mais dese-


jáveis nos sistemas prediais.
"A evolução dos materiais para
Embora há pouco tempo no mercado, tubulações em plástico, como o PPR, têm
instalações de água quente deve pas-
evoluído no que tange à execução de juntas e à durabilidade sem perder a
sar pela eliminação das restrições de
característica que está dentre seus maiores trunfos, a flexibilidade
uso, com o desenvolvimento de solu-
ções capazes de transportar água
onduzir água quente em uma A partir da identificação da ne- quente, fria e gás – e simplicidade de
C edificação é uma tarefa que de-
manda da tubulação e de seus com-
cessidade de água quente, a defini-
ção do método de aquecimento, o
instalação", acredita o pesquisador
Adilson Lourenço Rocha, coordena-
ponentes resistência, durabilidade, traçado da rede de distribuição e a dor do Laboratório de Instalações
estanqueidade, baixa rugosidade e seleção dos materiais precisam ser Hidráulicas do IPT (Instituto de Pes-
boa condutibilidade. Por isso, entre cuidadosamente considerados para quisas Tecnológicas do Estado de São
os procedimentos fundamentais viabilizar a construção de um siste- Paulo. Segundo ele, o desenvolvi-
para a garantia do desempenho des- ma eficiente. "Em especial sobre a mento de sistemas de condução co-
sas instalações, o projeto de hidráuli- condução de água quente, a especifi- mo o PEX, que por ser semelhante a
ca deve partir da especificação ade- cação deve contemplar aspectos de uma mangueira dispensa as juntas e
quada e do correto dimensionamen- durabilidade da instalação, tempera- conseqüentemente diminui a chance
to dos materiais que integram o siste- tura máxima a ser atendida em fun- de haver vazamentos, não deixa de ser
ma, em especial, tubos e conexões. ção do tipo de sistema de aqueci- um indicador de tal tendência.

52 TÉCHNE 122 | MAIO DE 2007


materia_instala ıes hidrÆulicas.qxd 4/5/2007 11:12 Page 53

Mas, na prática, o que determina a


especificação de um material para
condução de água quente é o preço, a
disponibilidade do material e a forma
como é utilizado. "O cobre, por ser
uma commodity internacional, tem
apresentado variações maiores em
comparação aos materiais plásticos,
suscetíveis também às altas dos preços
do petróleo", comenta Rocha.
Por terem sido os primeiros a serem
produzidos em escala industrial, os tu-
bos metálicos, tanto de aço galvaniza-
do, quanto de cobre, têm um desempe-
nho bastante conhecido para a condu-
ção de água quente. Nas últimas déca-
das, os sistemas em aço carbono com
conexões rosqueadas de ferro fundido
maleável deixaram de ser especificados,
sendo substituídos em princípio pelos
tubos de cobre com conexões soldadas
de cobre e/ou rosqueadas de bronze/
Bastante resistente às variações de temperatura, o PEX pode ser instalado a partir
latão e, mais recentemente, pelos tubos
de um quadro diretamente aos pontos de consumo ou com ramais e conexões. As
e conexões de materiais plásticos.
tipologias disponíveis mesclam flexibilidade e resistência
O engenheiro Sérgio Frederico
Gnipper, especialista em projetos hi-
dráulicos, explica que, como vanta-
Principais normas para instalações hidráulicas gem, os tubos metálicos suportam
de água quente pressões de serviço muito elevadas.
Os de aço galvanizado de menor clas-
 NBR 7198/93 – Projeto e Execução de  NBR 15345/06 – Instalação Predial de
se, por exemplo, suportam uma pres-
Instalações Prediais de Água Quente Tubos e Conexões de Cobre e Ligas de
são de ensaio de 50 kgf/cm². No en-
 NBR 13206/94 – Tubos de Cobre Leve, Cobre – Procedimento
tanto, a menor durabilidade do aço
Médio e Pesado sem Costura para Condu- Obs.: Normas de Tubos e Conexões de CPVC,
nas condições de exposição exigidas
ção de Água e outros Fluidos – Especificação PEX e PPR estão em desenvolvimento.
para a condução de água quente é um

VALORES COMPARATIVOS DO COEFICIENTE DE DILATAÇÃO TÉRMICA DE DIFERENTES MATERIAIS A 70°C


Material da tubulação Coeficiente médio de dilatação Valor comparativo de Variação unitária
térmica linear (mm/m.°C) comprimento (ΔT=50°C) %
PPR 0,150 12,0 0,75
PEX 0,140 11,2 0,70
CPVC 0,0612 4,9 0,31
PPR com alma de alumínio 0,030 2,4 0,15
PEX com alma de alumínio 0,026 2,1 0,13
Cobre 0,0177 1,4 0,09
Aço zincado 0,0125 1,0 0,06
Fonte: Gnipper Engenheiros Associados

53
materia_instala ıes hidrÆulicas.qxd 4/5/2007 11:12 Page 54

INSTALAÇÕES

Sistemas
COBRE Principais características: Quem fornece: Amanco, Tecno Fluidos
 O mesmo sistema serve para água quente (Grupo Dema).
ou fria. Suporta pressão de serviço de
MULTICAMADA (PEX com alma de
6,0 kgf/cm² conduzindo água a 80ºC e de
alumínio)
24,0 kgf/cm² conduzindo água fria a 20ºC.
 Dispensa isolação térmica em trechos
1 Tubo interno
de tubulação de até 20 m de extensão.
de polietileno
Fotos: arquivo

 Emprega junta soldável a frio com 1


reticulado
adesivo plástico. Não requer mão-de-obra
especializada.
É o material tradicionalmente empregado 2 2 Camada de ligação
Instalação: utiliza sistema de encaixe e
para condução de água quente. Os tubos que une o tubo
adesivo. Não precisa de fogo nem de
de cobre são fabricados por extrusão, sem interno ao tubo
eletricidade para instalação.
costura, a partir de uma liga com, no 3 de alumínio
Durabilidade: se instalado corretamente,
mínimo, 99% do metal.
a vida útil é de pelo menos 50 anos.
Principais características: 3 Tubo de alumínio
Quem fornece: Tigre.
 Requer uso de manta para isolamento 2 soldado em
térmico contínuo topo
PPR (polipropileno copolímero
 Os tubos são produzidos de acordo com a topo
Random – Tipo 3) 1
a norma NBR 13206/94.
 Em algumas cidades, como Rio de
(ver foto na página 55, no alto)
Janeiro, foram relatados casos de corrosão
em tubos de cobre, decorrente das carac-
Os tubos são compostos por cinco
terísticas agressivas da água do sistema
camadas: polietileno reticulado, adesivo,
público de abastecimento
alumínio, adesivo e polietileno reticulado.
 Possui propriedades adequadas para
Como revestimento externo, o polietileno
condução de água quente, água fria e gás
reticulado evita o contato do cimento da
 Não é inflamável
Trata-se de uma resina plástica atóxica construção e protege a tubulação de
Instalação: a tubulação é interligada por
resistente a picos de temperatura de alumínio. Já como revestimento interno,
conexões de cobre ou bronze, que podem
até 95ºC. impede a oxidação do alumínio, evitando
ser rosqueáveis ou lisas. Nesse caso, as
Principais características: a contaminação da água pelo metal.
uniões são feitas por solda.
 Pode conduzir água quente, fria e gelada Principais características:
Durabilidade: o cobre é um dos metais
e suportar altas pressões e temperaturas  Os tubos de alumínio resistem a
mais duráveis. A vida útil de uma tubulação
(80°C constantes). temperaturas de até 95ºC sem dilatação
de cobre é estimada em centenas de anos.
 O método de instalação permite que a  O sistema usa 10% do tempo de
Quem fornece: Eluma, Termomecânica,
tubulação seja isenta de roscas, soldas, instalação do cobre
entre outras.
anéis de borracha ou cola. Por isso, as  Condutibilidade térmica de – 0,43 W/m°C
uniões das conexões ficam menos expostas  Os tubos são dobráveis e permanecem
CPVC (policloreto de vinila clorado)
a erros humanos e às tensões em operação. na posição definida
 Uma instalação completa para água  Inspeção e troca podem ser feitas
quente em PPR pode custar 20% menos sem quebras de revestimentos e
que a mesma instalação em cobre. paredes. A ausência de muitas conexões
Instalação: a união entre as peças e emendas no sistema hidráulico evita
é feita pelo processo de termofusão, fissuras e futuros vazamentos
ou seja, tubos e conexões se fundem Instalação: sistema ponto a ponto, ou seja,
molecularmente a 260°C, passando a água corre por tubos livres de conexões
a formar uma tubulação contínua. intermediárias. A distribuição da água até os
A produtividade média é de pontos servidos é contínua e individual, sem
É um termoplástico semelhante ao PVC 6,5 horas/homem (instalação em derivações a partir dos quadros
rígido, mas com a vantagem de suportar um banheiro de 2,4 x 1,2 m). distribuidores localizados em shafts.
pressão existente nos sistemas de água Durabilidade: projetado para durar mais Durabilidade: pelo menos 50 anos.
quente, até temperaturas de 80ºC. de 50 anos. Quem fornece: Emmeti, Grupo Dema.

Fontes: catálogos técnicos dos fabricantes

54 TÉCHNE 122 | MAIO DE 2007


materia_instala ıes hidrÆulicas.qxd 4/5/2007 11:12 Page 55

PEX (polietileno reticulado flexível)


O polietileno é uma resina plástica
composta de macromoléculas lineares
constituídas de hidrogênio e carbono em
ligações alternadas. O PEX é submetido a
um processo de reticulação, que consiste
em expulsar o hidrogênio do sistema
gerando um material com ligações
espaciais formadas de Carbono + Carbono.
Principais características:
 Suporta temperaturas que variam entre
-100ºC e 95ºC
 Os tubos em polietileno reticulado são
semiflexíveis, o que possibilita sua pas-
Divulgação

sagem por dentro de conduítes, e dispensa


o uso de conexões como joelhos e cotove-
los para fazer a grande maioria das curvas Tubos plásticos, em comparação ao cobre, apresentam menor condutibilidade térmica,
 O raio de curvatura mínimo do polietileno mas maior coeficiente de dilatação térmica, o que exige cuidados na instalação
reticulado é de dez vezes o diâmetro exterior
 Compatível com o sistema de gesso
limitador ao seu aproveitamento para "Por serem de origem orgânica, os
acartonado, permite acessibilidade total às
condução de água quente, apesar do materiais plásticos sofrem degenera-
instalações para que, em caso de eventual
tratamento de galvanização por imer- ção contínua, embora a vida útil esti-
manutenção, evitem-se quebras
são a quente prover maior resistência mada pelos fabricantes seja de cerca
 Por ser leve, facilita o transporte e a
à corrosão. "A temperatura mais ele- de 50 anos, o que já é bastante coisa."
montagem
vada intensifica o processo de corro-
 Permite a postergação dos gastos com
são desses materiais em função da A era dos plásticos
instalação hidráulica para o fim da obra, já
maior reatividade com o oxigênio do Os materiais plásticos para con-
que a tubulação pode ser instalada com a
ar dissolvido na água quente na forma dução de água quente chegaram ao
parede praticamente pronta
de microbolhas", informa Gnipper. mercado brasileiro há menos de 20
Instalação: pelo método ponto a ponto,
Também contribuem para a corrosão anos com a introdução do CPVC. In-
a água é distribuída a partir de um quadro
prematura das tubulações metálicas o dicadas para pressões de serviço de até
(manifold) diretamente aos pontos de
pH da água muito baixo ou muito ele- 6,0 kgf/cm², as tubulações de CPVC
consumo, sem derivações.
vado e a concentração acentuada de para água quente dispensam as soldas
Como em tubulações rígidas, o PEX pode
certos sais minerais, dependendo da e têm juntas realizadas a frio, median-
ser instalado com ramais, sub-ramais,
composição físico-química da água. te adesivo solvente apropriado, agre-
joelhos e conexões em "T". Esse tipo de
Até os tubos de cobre com cone- gando velocidade de execução.
instalação exige menor quantidade de
xões soldadas de cobre/bronze, no Em seguida foram lançados o PEX
tubos, perde-se uma das principais
momento a solução mais difundida e o PPR, este último com juntas reali-
vantagens do sistema flexível que é a de
para esse tipo de aplicação, estão su- zadas por termofusão, após a qual a
reduzir o número de conexões.
jeitos à corrosão caso a água apresente junta passa a constituir um conjunto
Durabilidade: mínimo de 50 anos.
pH ácido, elevada concentração de único com espessura reforçada. "Por
Quem fornece:Astra, Epex, Pex do Brasil.
oxigênio, gás carbônico, amônia e isso, conforme a classe de pressão, a
cloro livre dissolvidos. "Mas na maior instalação PPR suporta temperatura e
parte das aplicações o cobre mostra- pressão sob utilização superior à reco-
se um material de alta durabilidade e mendada para tubulações de CPVC",
confiabilidade, apresentando, inclusi- comenta Sérgio Gnipper.
ve, propriedades germicidas, a despei- O consultor em hidráulica lembra
to de apresentar custo relativo mais que os tubos de PPR disponíveis no
elevado", afirma Gnipper. O pesqui- mercado com mais freqüência são re-
sador Adilson Rocha concorda. Em lativamente rígidos, permitindo cur-
sua avaliação, superado o problema vaturas permanentes com aplicação de
de corrosão, o cobre supera os demais ar quente, com raio não inferior a oito
materiais em relação à durabilidade. vezes o valor do diâmetro externo.

55
materia_instala ıes hidrÆulicas.qxd 4/5/2007 11:12 Page 56

INSTALAÇÕES

MATERIAIS PARA TUBULAÇÃO DE ÁGUA QUENTE – COMPARATIVO


Pontos fortes Pontos fracos
Metálicos
 Alta resistência à pressão interna  Alta condutibilidade térmica, geralmente exigindo
 Baixa dilatação térmica unitária isolação térmica complementar
 Estabilidade dimensional  Maior peso unitário
 Alta resistência mecânica e ao fogo  Menor facilidade de manuseio
 Alta resistência aos efeitos de fadiga mecânica e térmica  Maior dificuldade de execução das juntas rosqueadas
 Boa resistência à exposição prolongada à ou soldadas
radiação ultravioleta e à ação do tempo  Maior rugosidade ao escoamento
 Pouca eliminação de fumaça e gases  Baixa flexibilidade e elasticidade
tóxicos quando sob combustão (devido à rigidez)  Elevada transmissão acústica
 Incombustível às temperaturas usualmente  Maior custo relativo de aquisição
alcançadas em incêndios em edificações  Facilidade para acumulação de depósitos por corrosão,
 Maior confiabilidade em informação suspensões e precipitação
de desempenho sob uso prolongado  Possibilidade de contaminação da água por
 Maior resistência à flexão, requerendo espaçamentos detritos de corrosão e por chumbo presente nas soldas
maiores entre suportes consecutivos de golpes de aríete  Maior facilidade de transmissão dos efeitos
 Suscetibilidade à corrosão oxidativa e galvânica
Plásticos
 Alta resistência à corrosão ou oxidação  Baixa resistência ao calor
 Boa durabilidade, quando abrigados da  Baixa resistência mecânica (maior deformabilidade)
ação do tempo e da radiação ultravioleta  Baixa resistência aos efeitos de fadiga mecânica e térmica
 Baixa condutividade térmica e elétrica  Degradação devida à exposição prolongada à
 Baixo peso unitário radiação ultravioleta
 Facilidade de manuseio  Elevada dilatação térmica unitária
 Rapidez e facilidade de execução  Menor resistência à tração das juntas e flexão
 Baixa rugosidade ao escoamento  Eliminação de fumaça e gases tóxicos sob combustão
 Pouca acumulação de detritos  Pouca informação do desempenho sob uso
 Boa flexibilidade e elasticidade prolongado (poucos anos de uso em água quente
 Maior segurança na execução das juntas no mercado)
(dispensam emprego de maçarico)
 Baixa transmissão acústica (por causa da pouca rigidez)
 Menor custo relativo de aquisição
Fonte: Gnipper Engenheiros Associados

Mais flexíveis e maleáveis, os menos três vezes mais calor que um em elementos para absorver essas
tubos PEX são fabricados em polieti- tubo equivalente de CPVC operando movimentações, na forma de juntas
leno reticulado com ligação cruzada nas mesmas condições. de expansão ou através do próprio
por processo termoquímico. No PEX Em contrapartida, os tubos plásti- traçado", salienta Gnipper.
do tipo A, a reticulação é obtida por cos apresentam elevada dilatação tér- Recentemente, os tubos PEX e
reação química com peróxido de hi- mica em relação aos tubos metálicos. PPR incorporaram uma alma de alu-
drogênio, o que lhe confere alta resis- Os tubos plásticos próprios para a mínio, com juntas de alta pressão por
tência à pressão, à temperatura e à fa- condução de água quente apresentam deformação a frio, ou seja, um delga-
diga mecânica. Menos resistente, o um coeficiente de dilatação térmica do tubo de alumínio revestido inter-
PEX tipo C tem flexibilidade maior entre 3,5 a 8,5 vezes maior do que o na e externamente com esses mate-
do que o tipo A. coeficiente de uma tubulação equiva- riais plásticos. "Isso lhes conferiu
Quanto à condutibilidade térmi- lente de cobre. "Por isso, cuidados es- maior resistência mecânica à tração,
ca, os tubos metálicos apresentam peciais devem ser tomados nos proje- flexão e tensões radiais, e menor dila-
valores elevados, exigindo o uso de tos e durante a execução de redes de tação térmica, procurando conjugar
isolação térmica adequada, ao passo distribuição de sistemas prediais de no mesmo produto propriedades dos
que os tubos plásticos podem dis- água quente, como a previsão de fol- tubos metálicos com as dos tubos
pensar esse isolamento. Um tubo gas para a movimentação térmica das plásticos", explica Gnipper.
PEX dissipa por condução pelo tubulações em trechos embutidos e Juliana Nakamura

56 TÉCHNE 122 | MAIO DE 2007


materia_instala ıes hidrÆulicas.qxd 4/5/2007 11:12 Page 57
artigo122.qxd 4/5/2007 11:11 Page 58

Envie artigo para: techne@pini.com.br.


O texto não deve ultrapassar o limite
de 15 mil caracteres (com espaço).

ARTIGO Fotos devem ser encaminhadas


separadamente em JPG.

Procedimentos de
assistência técnica
para construtoras
o final da década de 80, as empre- tora, a assistência técnica represen-
N sas iniciaram a busca pela quali-
dade e produtividade baseadas na filo-
Ivan da Silva Ramos
Mestrando do Programa de Habitação na
tou uma freqüência de aproximada-
mente 50% das causas de insatisfa-
área de Tecnologia de construção de
sofia TQC (Total Quality Control), in- ção, sendo que a principal reclama-
Edifícios no IPT (Instituto de Pesquisas
corporando alterações significativas ção dos clientes foi referente à demo-
Tecnológicas do Estado de São Paulo).
nos conceitos voltados à gestão da ra no atendimento.
ivan@ryazbek.com.br
qualidade e produtividade. Uma das A possível causa do elevado índice
principais mudanças é a constante de insatisfação, com relação à assistên-
Cláudio Vicente Mitidieri Filho
busca por um melhor relacionamento cia técnica, está diretamente relacio-
Prof. Dr. e pesquisador do IPT (Instituto
com o cliente. Segundo Picchi (1993), nada à falta, por parte das empresas
de Pesquisas Tecnológicas do Estado de
o enfoque da gestão da qualidade no construtoras, de um setor específico
São Paulo). claumit@ipt.br
subsetor da construção de edifícios de assistência técnica ou procedimen-
tem evoluído passando de uma visão tos registrados para a prestação destes
corretiva, baseada na inspeção, che- sua satisfação, o desenvolvimento de serviços (Jobim, 1997).
gando até às visões mais modernas, empreendimentos voltados às neces- Para oferecer ao cliente um bom
baseadas em medidas preventivas e sidades e expectativas dos clientes, atendimento são necessárias algumas
num enfoque sistêmico. buscando sempre uma diferenciação atitudes, como:
Com a criação de uma legislação para conquistar o cliente. 1. Suprir as suas necessidades;
de defesa do consumidor no início da Para satisfazer os consumidores,
década de 1990, o Código de Defesa do as empresas criaram serviços de aten-
Consumidor reforçou a oportunidade dimento ao cliente e serviços de rela- 52,90%
e o direito de os consumidores expo- cionamento. A criação desses servi-
rem suas insatisfações contra as em- ços possibilita às empresas um conta-
presas prestadoras de serviços e/ou to direto com o cliente. Dentre as inú-
produtos, aumentando as suas exigên- meras funções dos serviços de aten- 17,60% 17,70%
cias quanto à fabricação de produtos e dimento ao cliente dentro de uma
serviços prestados, o que contribuiu empresa construtora, temos a assis- 5,90% 5,90%
para uma evolução dos programas de tência técnica.
gestão da qualidade nas empresas. As empresas têm se preocupado,
Receptividade no atendimento
A implantação dos sistemas da cada vez mais, com a repercussão que
Cumprimento de prazos
qualidade, a concorrência elevada no o mau atendimento a uma reclamação
Assistência técnica
mercado imobiliário e o aumento da pode causar (Picchi, 1993).
Imagem da empresa
exigência por parte dos consumidores
Documentação fornecida
fazem com que as empresas busquem Assistência técnica
constantemente desenvolver políticas Em trabalho realizado por Jobim Figura 1 – Fatores de insatisfação –
voltadas à qualidade do produto, um (1997), dos itens relacionados ao Atendimento prestado pela construtora
atendimento diferenciado ao cliente, a atendimento prestado pela constru- (Jobim, 1997)

58 TÉCHNE 122 | MAIO DE 2007


artigo122.qxd 4/5/2007 11:11 Page 59

2. Demonstrar interesse verdadeiro vel; atendimento à solicitação do lidade ao imóvel e buscar garantir o
em atendê-lo; cliente; análise da solicitação, progra- seu funcionamento satisfatório, ge-
3. Facilitar a criação de um bom rela- mação e realização do serviço; apro- rando assim um menor índice de soli-
cionamento; priação dos custos envolvidos no citações de assistência técnica e um
4. Fazer algo ao cliente, que vai além atendimento; ações preventivas e re- menor desconforto ao cliente.
do que ele espera; troalimentação do sistema e levanta- De acordo com Meseguer (1991)
5. Apartar disposição e sinceridade; mento da satisfação do cliente em re- Apud. Jobim, Formoso (1997), cerca
6. Atendimento rápido e preciso; lação aos serviços prestados. de 8 a 10% das falhas nas edificações
7. Ter uma equipe de assistência téc- têm origem na má utilização, justifi-
nica preparada; Entrega do edifício e/ou unidade cando a entrega ao proprietário de
8. Reforçar a imagem positiva da em- O momento da entrega de um um manual de uso, operação e manu-
presa; imóvel é especialmente importante tenção do imóvel e a explicação geral
9. Garantir o bom uso e a durabili- para o cliente, uma vez que investiu do imóvel no ato da vistoria.
dade do empreendimento e das uni- volumosos recursos e é grande a sua
dades; expectativa com relação ao produto. Solicitação de Assistência Técnica
10. Evitar a posição de "abandono" de Qualquer falha será extremamente As empresas precisam de um setor
suas solicitações. frustrante e poderá prejudicar a ima- de Assistência Técnica que realize com
gem da empresa junto ao mercado facilidade todas as solicitações que che-
De acordo com Jobim, Formoso (Resende, Melhado e Medeiros, 2002). guem. Essas solicitações devem ser re-
(1997), o serviço de Assistência Téc- A inspeção detalhada, realizada gistradas em um banco de dados espe-
nica tem grande importância, pois pelo responsável do setor de assistên- cífico das unidades e clientes, e poste-
além da função de atender a clientes cia técnica, e o reparo prévio das fa- riormente deve-se abrir uma ordem de
insatisfeitos e buscar reverter esse lhas apontadas garantirão a satisfação serviço. Para continuidade do atendi-
quadro, coleta dados que retroali- dos clientes externos posteriormente mento é necessária uma visita de um
mentam todos os setores da empresa, (Souza, 1997). técnico e/ou empresa prestadora de
como incorporação, projeto, obras, Na realização da inspeção deta- serviços ao local.
etc. e possibilita uma ação preventiva lhada antes da entrega ao proprietá- A vistoria técnica no local precisa
da reincidência em novas obras ou em rio, é importante utilizar-se de check- ser realizada por profissional capaci-
obras em execução. list dos itens a serem inspecionados, a tado, que analisará as solicitações fei-
Nessa mesma linha de raciocínio, fim de testar todos os sistemas presen- tas pelo proprietário. Inicialmente
Resende, Melhado e Medeiros (2002) tes no imóvel, verificar o funciona- utiliza-se de instrumentos e conheci-
ressaltam que na indústria da cons- mento dos equipamentos instalados, mentos profissionais, mas se mesmo
trução civil, dentre os principais ser- verificar e tratar vícios aparentes, assim não é possível a identificação,
viços agregados ao produto, a assis- como azulejos lascados, pintura risca- utiliza-se de exames complementares
tência técnica tem grande destaque. da, caixilho com falha no fechamento, no local ou em laboratórios.
Essa tem como principais funções o sifões vazando, etc., pois, além de ga- Por último, deve realizar pesquisas
atendimento às reclamações de clien- rantir a satisfação dos clientes no mo- bibliográficas, tecnológicas e científicas.
tes, a retroalimentação do sistema de mento da entrega, irá minimizar o Havendo a possibilidade de diag-
produção de edifícios e a apropriação número de solicitações nos primeiros nosticar o problema, verifica-se a sua
de custos dos problemas patológicos. meses após a ocupação das unidades, origem, causas e mecanismos de ocor-
Portanto, é importante que as onde os sistemas serão utilizados. rências. Avaliam-se as alternativas de
empresas tenham um setor específico Na vistoria junto ao cliente é im- intervenções, define-se a conduta,
de assistência técnica, bem como pro- portante informar ao proprietário a dando-se um parecer ao cliente, e ini-
cedimentos padronizados para as vá- correta utilização dos componentes cia-se a execução dos serviços. Dentro
rias atividades como: entrega do edi- presentes no imóvel, como equipa- do parecer técnico, é importante que o
fício e/ou unidade ao cliente externo; mentos, manutenções preventivas e proprietário esteja ciente dos serviços
auxílio ao usuário para melhor utili- informações quanto a limpeza em que serão executados, bem como os
zação e maior durabilidade do imó- geral, a fim de dar uma maior durabi- materiais utilizados, as intervenções

59
artigo122.qxd 4/5/2007 11:11 Page 60

ARTIGO

necessárias para sua execução, o prazo


para execução etc. Usuário
No caso de identificação de solici-
tações improcedentes, ou seja, que não
estão dentro do prazo de garantia ou Planejamento Análise
Solicitação
que foram ocasionadas por falta ou Projeto Edifício (Assistência
(patologia)
falha de manutenções ou utilização, a Execução técnica)
construtora, para garantir um bom
atendimento, deve prestar uma orien-
tação ao cliente. Porém o cliente preci- Correção
sa estar sempre informado do porquê Retroalimentação
da improcedência das solicitações,
para que não venham ocorrer proble-
Figura 2 – Esquema de retroalimentação das etapas do processo construtivo
mas futuros de mesma natureza.
Nos serviços de assistência técnica é
importante que os problemas sejam cam a maior parte de seus esforços caso o resultado tenha sido positivo, é
profundamente investigados para que prevenindo quaisquer causas que pro- importante analisar a patologia ocor-
as soluções sejam duradouras e não pa- vocaram as queixas (Tschohl, 1996). rida e verificar suas possíveis causas,
liativas. Problemas reincidentes geram Muitas solicitações não são reali- bem como a solução aplicada e a so-
insatisfação dos clientes. zadas porque as pessoas acham que lução proposta para as próximas
De acordo com Tschohl (1996), não vale a pena gastar tempo e esfor- obras e retroalimentar os outros seto-
fazer o trabalho corretamente pela pri- ço, não sabem como ou onde recla- res da empresa envolvidos na cons-
meira vez,impedindo conseqüentes re- mar ou então acham que a empresa trução. Se a patologia ocorrer na fase
clamações, produz nos clientes maior assumirá uma atitude de indiferença de utilização, devida a uma falha de
satisfação e maior lealdade à marca. perante elas (Hopson, 1989). utilização e/ou manutenção, deve-se
Após a execução dos serviços de as- informar ao proprietário a correta
sistência técnica é necessário realizar a Apropriação de custos utilização ou as devidas manutenções
entrega formal ao cliente, por meio de Após a conclusão dos serviços, preventivas necessárias.
formulário específico, no qual cons- deve-se realizar um levantamento dos Todas as solicitações recebidas
tem os serviços realizados. Esse docu- gastos com os serviços de assistência precisam estar registradas com as
mento é importante para a empresa, técnica necessários para o tratamento ações realizadas para o tratamento,
pois demonstra que o cliente fez uma da patologia, apropriando todos os formando um acervo técnico que pos-
solicitação e foi atendido. Juntamente custos no sistema construtivo respon- sibilite a consulta de toda equipe téc-
com esse formulário é importante que sável pelo problema. nica para evitar a reincidência dos
o cliente tenha a oportunidade de ava- Por exemplo, numa solicitação de erros em novas obras, ajudando a
liar os serviços realizados como quali- infiltração em forro de gesso devido à identificar e tratar de novas patologias
dade dos serviços executados, prazo falha de impermeabilização, os gastos de natureza semelhante.
para execução dos serviços, comporta- com remoção do piso, reimpermeabi- Na análise das solicitações recebi-
mento da equipe operacional, com- lização, recomposição do piso e do das deve ser verificada em que etapa a
portamento da equipe técnica, limpe- forro e pintura, devem ser lançados no anomalia ocorreu, quer seja na etapa
za após a execução, etc. item de impermeabilização. Se houver de planejamento da obra, no projeto,
Com esses dados recebidos do a possibilidade, é importante que a na execução ou na própria utilização,
cliente é possível realizar uma análise empresa considere, no custo de trata- e tomar medidas preventivas para evi-
do serviço e buscar melhorar os quesi- mento das patologias, as horas técni- tar a reincidência da ocorrência.
tos que os clientes julgarem insatisfa- cas de engenheiros ou técnicos e a Recomenda-se que periodica-
tórios. Clientes cujas reclamações são mão-de-obra de execução. mente sejam realizadas reuniões com
satisfatoriamente solucionadas ficam A partir do levantamento de custo toda a equipe das obras (engenheiros,
mais leais à empresa do que aqueles há a possibilidade de verificação dos mestres, estagiários, coordenadores)
que nunca reclamaram. Quanto mais sistemas construtivos que estão apre- para, juntamente, analisar as solicita-
rápida for a resposta às reclamações e sentando maiores gastos para o trata- ções e evitar que as mesmas patolo-
quanto melhor a atitude dos seus fun- mento de suas patologias e priorizar gias já ocorridas possam acontecer em
cionários, maior a satisfação do cliente atividades de intervenções nos itens obras que estão em execução ou em
com a empresa (Kotler, 1994 apud. que apresentam maiores custos. novos projetos.
Jobim, Formoso, 1997). A análise das solicitações possibili-
As companhias bem-sucedidas Análise de dados e retroalimentação ta uma avaliação da qualidade dos pro-
prestam atenção às queixas, mas dedi- Após a conclusão dos serviços, jetos, dos desempenhos dos sistemas

60 TÉCHNE 122 | MAIO DE 2007


artigo122.qxd 4/5/2007 11:11 Page 61

Recebimento da solicitação via


contato telefônico, e-mail, fax, carta LEIA MAIS
Ferramentas para o Atendimento
Entrada da solicitação no sistema de banco das Necessidades dos Clientes em
de dados específico da unidade e cliente Empresas de Construção. M.S.S.
Jobim, et al; C.T. Formoso. In: Gestão da
Agendamento da vistoria na unidade Qualidade na Construção Civil: métodos
Acionamento de empresas prestadoras de serviços e ferramentas para gestão da qualidade
e produtividade na construção civil, cap.
7. p. 151 - 179. Porto Alegre, 1997.
Vistoria Técnica
Como Promover Melhorias no
Procedente Improcedente Atendimento ao Cliente. H. Gunji,
São Paulo: CTE (Centro de Tecnologia
de Edificação), 2003.
Programação dos serviços 1- Executam-se os serviços a título
Aquisição de materiais de cortesia ou
Atendimento ao Cliente:
Execução dos serviços 2- Presta-se um suporte técnico
12 Degraus para o Sucesso.
B. Hopson. São Paulo: Nobel. 1989.
Entrega dos serviços
Avaliação dos serviços executados
Métodos de Avaliação da
Satisfação de Clientes de Imóveis
Análise dos dados e retroalimentação Residenciais. M.S.S. Jobim. 1997.
das etapas dos processos construtivos Dissertação (Mestrado em
Engenharia Civil), Universidade
Figura 3 – Fluxograma geral da assistência técnica Federal do Rio Grande do Sul, Porto
Alegre, 1997.

construtivos utilizados nas obras en- implantados recentemente e que pas- Sistemas da Qualidade: Uso em
tregues, a qualificação dos operários e sam por constantes modificações e Empresas de Construção de
das empresas prestadoras de serviços, a adequações para melhor atender a Edifícios. F.A. Picchi, 1993. 2v. 462 f.
qualidade dos materiais utilizados, etc. seus clientes. Tese (Doutorado) – Escola
A figura 2 apresenta o fluxograma São necessários procedimentos Politécnica, Universidade de São
das relações do setor de assistência padronizados e equipe técnica treina- Paulo, São Paulo, 1993.
técnica na retroalimentação das eta- da. Nas empresas que não possuem
pas dos processos construtivos, como esses requisitos básicos, na maioria Gestão da Qualidade e Assistência
planejamento, projeto, execução e das vezes, é alto o grau de insatisfação Técnica aos Clientes na Construção
utilização de uma edificação. dos clientes. de Edifícios. M.M. Resende; S.B.
A figura 3 apresenta um fluxogra- Atualmente, muitas empresas uti- Melhado; J.S. Medeiros. In: Congresso
ma geral das atividades realizadas lizam-se de programas específicos de de Engenharia Civil, 5, 2002, Juiz de
pelo setor de assistência técnica. Elas gestão de atendimento ao cliente e as- Fora (MG). Anais (CD-ROM).
têm início no recebimento da solicita- sistência técnica, buscando elevar a
ção e finalizam-se na análise de dados satisfação dos clientes e melhorar os Metodologia para
e retroalimentação. registros das solicitações recebidas. Desenvolvimento e Implantação de
O setor de assistência técnica tem Sistemas de Gestão da Qualidade
Considerações finais evoluído dentro das empresas, mas em Empresas Construtoras de
A assistência técnica tem impor- ainda há a necessidade de melhorar. Pequeno e Médio Porte. R. Souza,
tante função dentro de uma empre- Para isso propõe-se o estudo da assis- 1997. Tese (Doutorado) – Escola
sa para garantir a qualidade de seus tência técnica prestada por empresas Politécnica, Universidade de São
serviços e a satisfação de seus clien- subempreitadas, sob a coordenação Paulo, São Paulo, 1997.
tes pelos serviços prestados pós- das construtoras, pois se verifica que a
ocupação. maioria das solicitações com resulta- Satisfação do Cliente: Como
Os setores específicos para realizar dos insatisfatórios são provenientes Alcançar a Excelência através do
a assistência técnica, na maioria das de um atendimento ruim por parte Serviço ao Cliente. J.A. Tschohl,
empresas construtoras, são setores dessas empresas. São Paulo: Makron, 1996.

61
artigo122.qxd 4/5/2007 11:11 Page 62
P&T.qxd 4/5/2007 11:10 Page 63

PRODUTOS & TÉCNICAS


ACABAMENTOS

MOSAICOS
PORCELANATOS A Ibiza Acabamentos produz ELEMENTOS EM
A Mosarte promove o REVESTIMENTO ACRÍLICO painéis de mosaicos que podem
O Imperiall Premium, da Mactra, ALUMÍNIO
lançamento da linha Porcelanato ser utilizados no revestimento de Com experiência de mais de 20
é um revestimento composto de paredes, pisos, piscinas, além de
Mosarte, que traz opções de anos, a Projinox fabrica utensílios
minerais acrílicos e antifungos. É serem utilizados como tampo de
telados, faixas, tozetos, cantos e e peças de aço inox para
indicado para ambientes mesas. A empresa oferece grande
rodapés, com padrões e cozinhas industriais, hospitais,
externos e tem como função variedade de peças, que podem
desenhos diferenciados. Nos hotéis, shopping centers, entre
principal a proteção contra o ser feitas sob medida a pedido
tamanhos 60 x 60 cm e 80 x 80 outros. A empresa disponibiliza
choque da água da chuva. do cliente.
cm, as peças da linha um departamento técnico e de
Segundo a fabricante, sua Ibiza
Porcelanato chegam em três tons criação para atender com
tecnologia única faz dele um (11) 3061-2780
de alto brilho: Off-White, Lumis e exclusividade os clientes
produto quatro em um: www.ibizaacabamentos.com.br/
Arenas. interessados.
impermeabiliza, sela, pinta,
Mosarte Projinox
absorve microfissuras de
(48) 3263-0846 (11) 6480-3461
retração da superfície e elimina
www.mosarte.com.br/ projinox@terra.com.br
problemas no acabamento
www.projinox.com.br
interno.
Mactra
(11) 4538-7744
www.mactra.com.br

COBERTURA, IMPERMEABILIZAÇÃO E ISOLAMENTO

TELHA ZIPADA
Coberturas de grandes extensões MANTA ASFÁLTICA
e pequenas inclinações são A Denver Impermeabilizantes
resolvidas com a Telha Zipada lança a Manta Asfáltica Denver,
LR-ZIP 53, da Perfilor. Com ela, a cuja embalagem é a primeira
cobertura é feita de forma com peso médio de 30 kg, ou
contínua, com uma "costura" que seja, 15 kg a menos, em
não deixa frestas entre os perfis e comparação às mantas
dispensa o uso de parafusos ou convencionais. Segundo a
fitas de vedação. Esta fabricante, a manta oferece mais
característica, somada ao formato segurança para transporte,
de bandeja, é responsável, manuseio, aplicação e
segundo a fabricante, pela sua estocagem no canteiro de obras.
grande capacidade de Denver
escoamento da água. (11) 4741-6000 (SP)
Perfilor 0800-7701604 (outras regiões)
(11) 3065-3400 www.denverimper.com.br
www.perfilor.com.br

63
P&T.qxd 4/5/2007 11:10 Page 64

PRODUTOS & TÉCNICAS


CONCRETO E ESTRUTURAS E
COMPONENTES PARA PEÇAS METÁLICAS
A ESTRUTURA

PARAFUSOS
A Metalpar, fabricante de
fixadores, apresenta o modelo
POSTES DE CONCRETO zincado branco BW. Encontradas
A Postes Líder é fabricante de com cabeças sextavadas 5/16" e
artefatos de concreto desde 3/8", são produzidas em aço
1968. Sua gama de produtos carbono tratado e têm ponta
inclui postes duplo "T" de alta e perfurante. Segundo a
baixa tensão e circular, mourões fabricante, a quantidade
de concreto para cercas, bancos necessária para fixação é de
para jardim, Guia Padrão PMSP, quatro parafusos por metro
canaletas e grelhas, entre outros. quadrado.
Postes Líder Metalpar
(11) 6201-2011 (11) 6954-3044
www.posteslider.com.br vendas@metalparsp.com.br
www. metalparsp.com.br

64
P&T.qxd 4/5/2007 11:10 Page 65

INSTALAÇÕES INSTALAÇÕES MÁQUINAS, VEDAÇÕES, PAREDES


COMLPEMENTARES HIDRÁULICAS EQUIPAMENTOS E E DIVISÓRIAS
E EXTERIORES FERRAMENTAS

SPRINKLER
A Fire Brasil produz tubos
e conexões para sistemas PERFIS PARA DRYWALL
CONDICIONADOR DE AR de sprinklers em áreas de A Jorsil produz perfis para gesso
O condicionador de ar risco leve. Segundo a acartonado em aço galvanizado
XPRESSion, da Carrier, é fabricante, as peças e protegido com tratamento de
produzido em tons claros e tem a podem atingir uma vida PRENSA PARA BLOCOS zincagem. A empresa oferece
frente metalizada. O útil de mais de 50 anos e A Prensa PPB 60 AT 4C, da perfis em medidas especiais,
equipamento é capaz de remover são ideais para aplicações Vibramaq, é uma máquina que acompanham o pé-direito
partículas de poeira e bactérias em retrofits. automática para fabricação, em da obra, gerando desperdício
do ar e, por meio do sistema (11) 4208-6580 escala industrial, de blocos, mínimo.
Clean4life de purificação de ar, www.firebrasil.com.br meios-blocos, canaletas e lajotas Jorsil
remove ácaros e elimina odores. para lajes pré-moldadas. (11) 2179-5100
O controle remoto possui um Projetada para produção diária jorsil@jorsil.com.br
seletor de endereços que de 1.500 pranchas, a prancha www.jorsil.com.br
permite acionar mais de um pode, com a prática, alcançar
aparelho no mesmo ambiente. 20% a mais de produtividade,
Carrier segundo a fabricante.
0800-788668 Vibramaq
www.springer.com.br (11) 6943-3133
www.vibramaq.com.br/

65
P&T.qxd 4/5/2007 11:10 Page 66
P&T.qxd 4/5/2007 11:10 Page 67
obra aberta122.qxd 4/5/2007 11:05 Page 68

OBRA ABERTA
Livros

Caderno Analítico de Ensaios de campo e suas Cartografia Geotécnica* Planejamento Ambiental –


Normas aplicações à Engenharia Lázaro V. Zuquette e Nilson teoria e prática*
69 páginas de Fundações* Gandolfi Rozely Ferreira dos Santos
Comunidade da Construção Fernando Schnaid 192 páginas 184 páginas
Fone: (11) 3760-5306 190 páginas Oficina de textos Oficina de textos
www.comunidadedaconstrucao Oficina de textos Vendas pelo portal Vendas pelo portal
.com.br Vendas pelo portal www.piniweb.com www.piniweb.com
Para consolidar a importância www.piniweb.com Geólogos, professores e Aborda a organização, as
das normas e promover o Com a simplicidade como doutores em geotecnia pela escalas, as áreas, os temas, a
incremento do desempenho preceito, apresenta USP (Universidade de São avaliação de impactos, os
dos sistemas construtivos à didaticamente os conceitos Paulo) de São Carlos reúnem cenários e os indicadores. Na
base de cimento, o Caderno necessários à interpretação de nesta obra mais de 25 anos visão da autora, todos os
sintetiza e analisa as principais ensaios de campo. As técnicas de experiência acadêmica e assuntos pertinentes ao
normas da ABNT (Associação abordadas e discutidas são as profissional. Destinada a planejamento ambiental. Ao
Brasileira de Normas Técnicas) disponíveis no Brasil. Ou seja, professores e estudantes dos longo do livro, buscando a
pertinentes a fundações, SPT, CPT, pressiômetro, cursos de geologia, maneira mais didática de
estruturas de concreto, palheta e dilatômetro, com engenharias civil, ambiental apresentação, desenvolve os
alvenaria de vedação e ênfase em aspectos que ou cartográfica, arquitetura, temas em dois textos paralelos.
estrutural, revestimento de exigem normalização e geografia e agrimensura, Em um deles, teoria,
argamassa, concreto celular, recomendações. Em suma, o entre outros, a obra tem oito conceituação, explicações e
pisos intertravados e livro detalha os cuidados capítulos, que abrangem análises. No outro, relatos de
industriais. A publicação não imprescindíveis à programação desde considerações casos reais ilustrando o assunto
modifica o texto de nenhuma e à execução dos ensaios, bem conceituais até a abordado. Em papel reciclado,
norma, apenas tem a proposta como sua adequação ao tipo representação das unidades o livro traz indicadores e
de alertar para os riscos da de solo e à solução de em mapas e cartas, questionários para a avaliação
não observância. Com engenharia. Professor da passando pelos de impactos e, ao término de
linguagem simples e Universidade Federal do Rio pressupostos para o cada capítulo, recomendações
disponível para download no Grande do Sul e Ph.D. em mapeamento geotécnico. de leitura. Ao final, a indicação
site da Comunidade da engenharia civil por Oxford, na Para os autores, a bibliográfica completa. Com 30
Construção, tem a proposta de Inglaterra, o autor coordena o cartografia geotécnica é anos de experiência, a autora é
estabelecer critérios objetivos Laboratório de Ensaios fundamental à inserção formada em biologia pelo
para a obtenção da qualidade Geotécnicos e Geoambientais socioambiental das Instituto de Biociências da USP
desejada nos sistemas. da pós-graduação da intervenções da engenharia. (Universidade de São Paulo).
universidade gaúcha.

68 TÉCHNE 122 | MAIO DE 2007


obra aberta122.qxd 4/5/2007 11:05 Page 69

Revista Software

Escavações a céu aberto Fundações – volume 1* TS News Construbusiness


em solos tropicais* Dirceu A. Velloso e Francisco Tishman Speyer Applications
Faiçal Massad R. Lopes Fone: (11) 5504-7400 Star Soft
96 páginas 228 páginas www.tishmanspeyer.com.br Fone: (11) 4133-2200
Oficina de textos Editora Signer Após 11 anos no Brasil, a www.starsoft.com.br
Vendas pelo portal Vendas pelo portal Tishman Speyer lança uma Desenvolvido a partir da
www.piniweb.com www.piniweb.com newsletter bimestral para plataforma de soluções Star
Discute obras de engenharia Com o subtítulo "Critérios de informar ao mercado sobre o Soft Applications especialmente
pautadas pelas peculiaridades Projeto – Investigação do que há de novo dentre os para o setor da construção civil,
dos solos tropicais na região Subsolo – Fundações investimentos de US$ 1,5 bi visa a atender necessidades
Centro-Sul do Brasil. O ponto Superficiais", a nova edição que a empresa realiza em específicas do segmento, como
de partida é a construção de destina-se a estudantes e é projetos comerciais e gestão fiscal, financeira,
trens metropolitanos material de referência aos residenciais no País. O estratégica, de projetos, de
subterrâneos em áreas profissionais. Enfatiza primeiro número traz, além de contratos e serviços e materiais
densamente povoadas, repletas aspectos geotécnicos sem uma análise sobre os e fornecedores. Além disso,
de edifícios e construções que deixar de lado os esforços que empreendimentos Rochaverá permite otimizar processos de
impõem graves restrições de intervêm no dimensionamento e Landmark, uma entrevista gerenciamento, armazenagem
deformação e estabilidade. A estrutural, sempre priorizando com o diretor de negócios e de disponibilização de
obra dá atenção ao fator os métodos de cálculos Daniel Cherman, que explica a informações. Trata-se de um
sociopolítico de obras em utilizados cotidianamente. estratégia de atuação da sistema ERP (Enterprise
países em desenvolvimento, Com nove capítulos, aborda empresa no Brasil. O editorial Resource Planning) que
onde escavações profundas separadamente o projeto de revela a mudança de foco permite conexão simultânea de
destinadas apenas ao período fundações em si, a ocorrida a partir de 2004, filiais, obras, fornecedores e
executivo podem ficar anos investigação do subsolo, a quando a empresa clientes e organiza dados
sem escoramento em capacidade de carga de implementou um modelo de oriundos de diversos
decorrência de paralisações e fundações superficiais, o negócios voltado ao departamentos. Dentre as
falta de verbas. Há quase cálculo de recalques, a segmento comercial. empresas adeptas das suas
quatro décadas lecionando na análise da interação solo- soluções, a Star Soft destaca a
Escola Politécnica da USP fundação, além dos aspectos Construtora Andrade Gutierrez,
(Universidade de São Paulo), o teóricos e práticos da o Grupo Construcap e a Jones
autor já ganhou os prêmios execução de blocos e sapatas, Lang LaSalle.
Terzaghi e José Machado, vigas e grelhas e radiers.
além de ter sido presidente da Apêndices trazem tabelas e
ABMS (Associação Brasileira ábacos para cálculos e
* Vendas PINI
de Mecânica dos Solos) exercícios teóricos e práticos.
Fone: 4001-6400 (regiões metropolitanas)
entre 1986 e 1988.
ou 0800-5966400 (demais regiões)

69
agenda122.qxd 4/5/2007 11:16 Page 70

AGENDA
Seminários e pesquisa. Para tal, promoverá diversos sistemas que compõem o
conferências e painéis, discussões item serviços das edificações, dentre
conferências sobre temas específicos e dará eles os hidráulicos, sanitários, de
28 a 30/5/2007 oportunidade a pesquisadores, energia, de gases combustíveis, de
20o Congresso Brasileiro de estudantes e técnicos das indústrias segurança física e patrimonial, de
Siderurgia de divulgarem seus trabalhos. conforto e de automação.
São Paulo Fone: (11) 3768-7101 Direcionado a profissionais ligados à
O setor passa por um período de E-mail: abceram@abceram.org.br área de sistemas prediais e assuntos
intensas transformações. Esse www.abceram.org.br correlatos, visa reunir a comunidade
processo vem tendo impactos acadêmica, pesquisadores,
relevantes na siderurgia brasileira e 7 a 9/6/2007 professores e estudantes com
no posicionamento do País no Cinpar 2007 – Congresso empresários, consultores,
cenário global, o que será tratado no Internacional sobre Patologia e engenheiros, fabricantes e demais
evento. Em paralelo, acontece a Recuperação de Estruturas profissionais do setor.
SiderExpo, exposição de Fortaleza Fone: (16) 3351-8262 r. 212
representantes dos vários elos da Promovido pela Regional do Ibracon E-mail: simar@power.ufscar.br
cadeia produtiva do aço. (Instituto Brasileiro do Concreto) no www.deciv.ufscar.br/sispred10/
Fone: (11) 4153-7588 Ceará, com a parceria da UVA
E-mail: contato@ibs.org.br (Universidade Estadual Vale do Acaraju) 12 a 14/10/2007
www.ibs.org.br e o IEMAC (Instituto de Estudos dos II Congresso Brasileiro de Pontes
Materiais de Construção), o evento e Estruturas
1o/6/2007 tem o objetivo geral de promover a Rio de Janeiro
Solução para empresas de divulgação de novos conhecimentos Promovido pela ABPE (Associação
projeto – Uma nova visão sobre sobre as manifestações patológicas Brasileira de Pontes e Estruturas), o
gestão das estruturas, suas causas e efeitos, evento pretende divulgar trabalhos
São Paulo assim como mostrar os mais recentes e relevantes, tanto de
O evento é resultado de um trabalho modernos procedimentos e materiais pesquisa quanto de obras realizadas.
realizado pelo Programa de Mestrado utilizados na recuperação das Será aberto a engenheiros,
da Escola Politécnica da USP com estruturas. O congresso deve projetistas, arquitetos, pesquisadores
nove empresas de projetos, na representar uma importante etapa na e professores que queiram atualizar-
implementação de um programa de aquisição de conhecimentos, técnicas se, discutir, divulgar e inovar idéias
gestão desenvolvido pelo professor e tecnologias para a realização dos na área de engenharia estrutural.
Otávio de Oliveira. O objetivo do trabalhos de restauração e Fone: (21) 2232-8334
programa é mostrar iniciativas de recuperação das estruturas, e contará www.abpe.org.br
empresas que conseguiram melhorar com a participação de professores e
a organização interna e a divulgação pesquisadores de universidades
de projetos, ajudando outras a nacionais e estrangeiras.
Feiras e exposições
aumentar a produtividade e FoneFax: (88) 3677-4261 14 a 17/6/2007
dinamizar suas atividades gerais. E-mail:cinpar2007@yahoo. com.br Construfair/Fenamaco
E-mail: flavia.souza@poli.usp.br www.sobral.org/cinpar2007 Caxias do Sul (RS)
A feira promete suprir a necessidade
3 a 6/6/2007 30 e 31/8/2007 de um evento setorial do comércio e
51o Congresso Brasileiro de X Simpósio de Sistemas Prediais: indústria da construção e segmentos
Cerâmica Desenvolvimento e Inovação paralelos, como escritórios de
Salvador São Carlos (SP) arquitetura, planejamento, móveis e
A proposta do evento é permitir a O evento será realizado na UfsCar decoração. Durante as exposições,
interação entre o setor produtivo de (Universidade Federal de São Carlos) serão realizados pelas associações de
cerâmica e as instituições de ensino e e é voltado ao estudo e pesquisa dos classe e pelos expositores,

70 TÉCHNE 122 | MAIO DE 2007


agenda122.qxd 4/5/2007 11:16 Page 71

seminários, demonstrações técnicas, A Feira promete atingir empresas e Fone: (11) 3451-3000
treinamentos, debates e workshops profissionais que utilizam o concreto E-mail: feiras@messebrasil.com.br
sobre produtos, técnicas e serviços. com uma exposição, seminários e
Fone: (51) 3346-6646 conferências técnicas. Com apoio de 2 a 4/10/2007
www.construfair.com.br entidades importantes do setor, como Cobtech – II Feira Nacional de
a ABCP (Associação Brasileira de Cobertura de Edificações
12 a 15/7/2007 Cimento Portland), Abesc (Associação São Paulo
Feiccad – Feira do Imóvel, Brasileira das Empresas de Serviço de A Cobtech figura como a primeira Feira
Construção, Condomínios, Concretagem) e a Ficem (Federação da América Latina desenhada para ser
Arquitetura e Decoração Interamericana do Cimento), o evento um ponto de encontro do setor de
Jundiaí (SP) deve se tornar um ponto de encontro coberturas e uma importante
Organizada para ser um ambiente de internacional de negócios e ferramenta de promoção comercial
realização de negócios, a quarta edição tecnologia da cadeia de concreto e segmentada para fomentar o
da Feira deve atrair um público seus usuários. crescimento e a profissionalização do
interessado na compra, venda e troca Fone: (11) 4689-1935 setor. Direcionada a revendedores,
de imóveis, na construção, reforma, Site: www.concreteshow.com.br empresários, fabricantes e
decoração e acabamento em geral, construtores.
além de profissionais de engenharia, 18 a 21/9/2007 Fone: (11) 5585-4355
arquitetos de interiores, decoradores e Febrava 2007 www.cipanet.com.br
empresários de diversos setores da São Paulo
economia. Evento
Fone: (11) 4526-2637 A 15a edição da Feira Internacional de
Cursos e treinamentos
Fax: (11) 4607-8266 Refrigeração, Ar-condicionado, 29/5/2007
E-mail: Ventilação, Aquecimento e Tratamento Tecnologia de Produção de Blocos
adelson@adelsoneventos.com.br do Ar espera receber 25 mil visitantes e Pisos de Concreto
www.adelsoneventos.com.br e compradores de 35 países e 550 Rio de Janeiro
expositores de 20 países. O evento O curso pretende transmitir ao
1o a 4/8/2007 deve antecipar cerca de mil profissional que atua no setor de
10a Construsul – Feira da Indústria lançamentos e inovações de blocos de concreto conhecimento e
da Construção produtos. ferramentas que permitam, de volta à
Porto Alegre Fone: (11) 6283-5011 sua realidade de fábrica, aplicar
Visto atualmente como um dos www.febrava.com.br tecnologias na melhoria da qualidade,
principais eventos da região Sul desempenho, diminuição de perdas e
direcionado à construção civil, a feira 25 a 29/9/2007 ganho de produtividade, tendo como
acontece paralelamente à Expo Intercon horizonte a otimização dos custos de
Máquinas, que apresenta também Joinville (SC) produção. Direcionado a técnicos,
uma grande exposição de plataformas Reúne fabricantes, distribuidores, engenheiros, fabricantes e consultores
elevatórias, retroescavadeiras, gruas, revendedores, construtores, que possuam experiência e contato
perfuratrizes e diversos equipamentos engenheiros, arquitetos e entidades com fábricas de blocos.
e máquinas para construção pesada. de todo o Brasil e do exterior, Fone: (11) 3760-5402
Fone: (51) 3225-0011 promovendo a divulgação e, E-mail: cursos@abcp.org.br
E-mail: sobretudo, a realização de negócios. www.abcp.org.br
construsul@feiraconstrusul.com.br Em sua sétima edição, a Intercon terá
www.feiraconstrusul.com.br sua área ampliada e deverá contar 31/5, 28/6, 26/7, 27/9, 25/10
com a participação de mais de 200 e 29/11
15 a 17/8/2007 expositores, superando o número de Treinamento Teórico e Prático:
Concrete Show South América 30 mil visitantes registrados no Tecnologias de Impermeabilização
São Paulo evento anterior. Tamboré (SP)

71
agenda122.qxd 4/5/2007 11:16 Page 72
agenda122.qxd 4/5/2007 11:16 Page 73

AGENDA

Oferecido gratuitamente pela Lwart 14/6/07 A Holcim Brasil vai premiar a melhor
Proasfar Química, empresa Durabilidade das Estruturas de dissertação de mestrado e tese de
especializada em Concreto doutorado sobre construção
impermeabilizantes, o curso tem o São Paulo sustentável no País. Entre os
objetivo de agregar conhecimentos O curso apresenta as causas das objetivos da premiação está levar o
aos profissionais da construção civil patologias e os conceitos de "como conceito de construção sustentável
sobre patologias, produtos e suas projetar" o concreto para as para o dia-a-dia dos profissionais
diversas aplicações, discutindo modernas condições, além de desde a universidade.
temas relevantes, dentre eles, informações sobre diagnóstico, ações Fone: (51) 3316-4084
projetos e comparativo de custos, o corretivas e considerações www.antac.org.br
código civil e sanitário e casos de econômicas.
obras. Fone: (11) 5574-7766 17/10/2007
Fone: 0800-7274343 E-mail: cursos@ie.org.br V Prêmio Talento Engenharia
E-mail: www.ie.org.br Estrutural
atecnica@lwartproasfar.com.br São Paulo
14 a 19/6/2007 A premiação, que destaca
28 a 30/5/2007 Gestão da exploração e da profissionais de engenharia de
Estudo de Impacto Ambiental e manutenção de iluminação estruturas que desenvolveram
Relatório de Impacto Ambiental pública projetos diferenciados e de
Campo Grande (MS) São Paulo e Curitiba qualidade, traz uma inovação nesta
Ministrado pelo engenheiro Joésio Ministrado pelo engenheiro Eduardo quinta edição: uma categoria para
Siqueira e o biólogo Sérgio Morato, o Manzano, o programa do curso obras de pequeno porte e estruturas
curso pretende qualificar os envolverá temas como a gestão da especiais, que deve valorizar não só
participantes para atuar e gerenciar manutenção, depreciação das os grandes projetos, mas também os
equipes multidisciplinares na instalações, consumo de energia reativa, menores. Promovida pela Abece
elaboração de estudo de impacto qualidade do fornecimento de energia, (Associação Brasileira de Engenharia
ambiental, abordando assuntos entre outros assuntos relevantes. O e Consultoria Estrutural) e pelo
relevantes como a evolução histórica curso é dirigido aos engenheiros, Grupo Gerdau, a comissão julgadora
dos estudos ambientais no Brasil, a arquitetos, técnicos, servidores públicos, será composta pelas duas instituições
legislação, formas de analisar empresas de manutenção e de e por um representante da Editora
projetos e instrumentos de consultoria e demais profissionais PINI. O prazo para as inscrições vai
licenciamento, entre outros. relacionados com a gestão e até 31 de julho. CDs e materiais
Direcionado a profissionais da área de manutenção da iluminação das cidades. impressos devem ser enviados aos
engenharia, arquitetura, e outros Fone: (11) 3739-0901 cuidados de Eduardo Castro Silva
segmentos ligados ao meio ambiente E-mail: cursos@aeacursos.com.br para a rua Cenno Sbrighi, 170,
em geral. www.aeacursos.com.br Edifício II, 6o andar, 05036-010,
Fone: (41) 3015-1881 Água Branca, São Paulo-SP.
E-mail: cemae@onda.com.br 20/6/2007 Fone: 3097-8591
Tecnologia de Argamassas www.abece.com.br
8 e 9/6/2007 Recife www.gerdau.com.br
Orçamento de obras O curso pretende capacitar os
São Paulo participantes no processo de Prêmio Alcoa de Inovação em
Com o objetivo de propiciar a formulação e caracterização de Alumínio
reflexão a respeito da importância do argamassas de revestimento e Novembro/2007
orçamento como o principal plano de emboço. É direcionado a engenheiros, São Paulo
metas da empresa construtora, o técnicos e laboratórios de ensaios. Com o objetivo de estimular a
curso pretende mostrar ferramentas Fone: (11) 3760-5402 criatividade e a conscientização
do sistema de gerenciamento da E-mail: cursos@abcp.org.br ecológica, a sexta edição do prêmio
produção ao fornecer informações www.abcp.org.br conta agora com a modalidade
imprescindíveis para planejamento e profissional, que agregará estudantes
controle, para propiciar ao de qualquer curso superior, como
construtor/empreendedor agir num
Concursos alunos de pós-graduação latu sensu e
ambiente de riscos controlados. Prêmio Holcim Antac – Excelência profissionais que atuam com projetos
Fone: (11) 3816-0441 em Construção Sustentável e planejamento de gestão.
E-mail: cursos@ycon.com.br 15/7/2007 Inscrições até 16 de julho.
www.ycon.com.br Brasil www.alcoa.com.br

73
agenda122.qxd 4/5/2007 11:16 Page 74
agenda122.qxd 4/5/2007 11:16 Page 75
como construirx.qxd 4/5/2007 11:14 Page 76

Normando Virgílio Borges Alves


diretor da Termotécnica

COMO CONSTRUIR
engenheiro de Segurança do Trabalho,
relator da norma NBR 5419/2001
normando@tel.com.br

Pára-raios estrutural
s normas que regulamentam a novas técnicas passaram a compor  O nível de proteção deve ser classifi-
A instalação de SPDA (Sistemas de
Proteção contra Descargas Atmosféri-
os novos sistemas de proteção fazen-
do com que atingissem eficiências
cado de acordo com o risco
 A instalação de anéis de cintamento
cas) ficaram adormecidas por aproxi- muito boas. a cada 20 m de altura para prevenção
madamente 20 anos, quando em 1993 Das novidades podemos destacar contra descargas laterais
a ABNT (Associação Brasileira de as principais:  A equalização de potenciais entre
Normas Técnicas) atualizou essas  Os condutores de descida não pre- todas as malhas de aterramento e
normas, as quais passaram a compor a cisam mais ficar afastados 20 cm da todas as massas metálicas
NBR 5419, que teve como referência fachada  A possibilidade de usar a estrutura
as normas da IEC (International Ele-  O condutor de descida tem que de concreto armado das estruturas
trical Comission) 61024. obedecer a um distanciamento entre É sobre esse último item que pre-
Com a edição dessa norma mui- condutores, o qual depende do nível tendo direcionar este trabalho.
tos conceitos foram atualizados e de proteção A norma dá duas opções para esse
sistema. A primeira consiste em sim-
plesmente usar as ferragens do concre-
to armado como descidas naturais, ga-
rantindo a continuidade dos pilares
verticalmente e a segunda, seria o uso
de uma barra de aço galvanizada a
fogo adicional às ferragens existentes
(Anexo D), com a função específica de
garantir essa continuidade desde o
solo até o topo do prédio.
No caso do uso das próprias ferra-
gens estruturais existem diversos pro-
blemas a serem contornados. O pri-
meiro problema é como garantir a
continuidade vertical das ferragens já
que não existe essa preocupação du-
rante o processo da construção civil,
uma vez que ela não é necessária, es-
truturalmente falando. Seria necessá-
ria a presença de uma pessoa especiali-
zada durante a execução de toda a es-
trutura, trazendo um ônus alto.
Problemas de descontinuidade da
estrutura como redução de seção, des-
locamento de pilares e alvenaria estru-
tural são mais alguns dos muitos pro-
blemas que esta opção apresenta.
Outro problema a ser contornado
é convencer os calculistas estruturais a
Perspectiva genérica de um sistema estrutural usarem a própria estrutura sem ter

76 TÉCHNE 122 | MAIO DE 2007


como construirx.qxd 4/5/2007 11:14 Page 77

que assumir uma responsabilidade tuais dúvidas, principalmente se o


solidária com a estrutura. cliente ainda não estiver familiarizado
Numa obra civil existem tantos com o sistema.
problemas executivos que podem in-
terferir nessa continuidade, que qual- Materiais
quer engenheiro civil poderia enun- Essa barra adicional é chamada de RE-BAR

20 cm de transpasse
ciar facilmente. RE-BAR (Reforcing Bar) e tem como
Por esses motivos e muitos outros e missão garantir a continuidade verti- Clip galvanizado
para não depender de fatores que estão cal da estrutura.
fora do nosso controle e alcance, e ga- Durante a etapa que acompanha a
rantir a execução do projeto da forma construção da estrutura serão usados:
mais confiável, fácil de fiscalizar, fácil  Barra de aço galvanizada a fogo
de executar, por custos bem abaixo dos 3/8" x 3,40 m (RE-BAR) - TEL-760
demais sistemas normalizados, optei  Clipes de aço galvanizado 3/8" para
por desenvolver o meu trabalho na se- RE-BAR - TEL-5238
gunda opção da norma, ou seja, o uso Após a construção da estrutura
da barra adicional galvanizada a fogo haverá mais duas etapas (captação e
dentro do concreto armado, conforme equalizações), que demandam outros
o Anexo D da norma. materiais, porém a lista irá variar de
Figura 1 – Transpasse mínimo entre RE-BARs
acordo com as definições específicas
Concepção de cada projeto.
Esse sistema foi batizado de "es- Vergalhão ø3/8" descida do
trutural" pelo simples motivo de ser Processo executivo pára-raios galvanizado a fogo
instalado juntamente com a estrutu- Para evitar os problemas de conti-
ra de concreto armado do prédio, dis- nuidade, o modo mais seguro consis- Estribo
tinguindo-o assim dos demais siste- te na colocação de uma barra de aço
mas externos. liso Ø 10 mm galvanizada a fogo (ta- Pilar Vergalhão
Tem como concepção garantir a bela 4 da Norma) dentro de todos os posicionado
continuidade elétrica das ferragens pilares da torre do prédio, desde a horizontalmente
estruturais com a instalação de fundação até o ponto mais alto.
uma barra adicional para esse fim,
fazendo também com que as de- As etapas são as seguintes:
mais ferragens nos ajudem a dissi- Fundações Viga
par as correntes da descarga atmos- O primeiro ponto a ser observado baldrame
Até 5 m

férica, aumentando a eficiência e a é o tipo de fundação e a profundidade


proteção contra raios. média dessa. Bloco
Essa filosofia é contemplada na nor- Existem diversos tipos de fundação,
ma NBR 5419 desde 1993 e usada há de- entre as mais usuais estão: estaca Fran-
zenas de anos em países desenvolvidos, ki, estaca Strauss, estaca pré-moldada Estaca Frank
antes de ser incorporada à norma. redonda (centrifugada) e quadrada, es-
taca trilho, tubulão mecanizado ou Figura 2 – Detalhe genérico do
Projeto manual, hélice contínua, fundação di- aterramento nos tubulões ou estaca Frank
O projeto do SPDA deverá definir reta, radier plano e não-plano etc. com profundidade menor que 5 m
o nível de proteção, levando em consi- Independente do tipo de estaca, o
deração o tipo de construção e a utili- procedimento básico consiste em ins- No caso da fundação rasa, o pro-
zação da edificação, bem como even- talar a RE-BAR dentro das fundações, cedimento é o mesmo.
tuais riscos pessoais e coletivos. garantindo a continuidade com três Não é necessário colocar a barra
Deverá definir os critérios técni- clipes galvanizados (figura 1). em todas as fundações, bastando ape-
cos levando em consideração o proje- Para as estacas Franki e Strauss e nas um tubulão/estaca para cada
to estrutural, o projeto arquitetônico tubulão o procedimento é o mesmo e pilar, assim o número de fundações
e os projetos de instalações. Este deve- consiste na colocação da RE-BAR aterradas coincide com o número de
rá ser bem claro e detalhado de modo dentro das fundações, o mais profun- pilares do pavimento-tipo (figura 2).
a facilitar a execução durante a con- do possível, sem, no entanto, atingir o No nível do solo (viga baldrame)
cretagem e os arremates finais (capta- solo (aproximadamente 20 cm), pois deverá ser instalada uma RE-BAR hori-
ção e equalizações). a acidez desse poderá corroer a barra, zontalmente interligando todas as RE-
O projetista deverá sanar even- mesmo esta sendo galvanizada a fogo. BARs instaladas nos pilares (vertical-

77
como construirx.qxd 4/5/2007 11:14 Page 78

COMO CONSTRUIR

Foto 3 – RE-BAR dentro das ferragens


Foto 1 – RE-BAR dentro das vigas baldrame, das estacas de fundação solidária aos
aterramento em anel, arranjo B da norma Foto 2 – RE-BAR dentro das estacas estribos helicoidais

mente) da projeção do pavimento-tipo. forma de "L" com 20 cm x 20 cm, pois os ferros em "L" são aproveitados
Assim, fica evidenciado o aterramento amarrado com arame PG7 (arame das sobras de outros ferros e demanda-
em anel (arranjo B) prescrito nas nor- recozido, comum), e as demais ferra- se pouca mão-de-obra. Nas grandes
mas NBR 5410 e NBR 5419 (foto 1) gens verticais deverão ser amarradas construtoras esse método já virou cul-
No caso de fundação com trilho em posições alternadas, uma sim, tura e rotina de obra (figura 3).
metálico, é dispensado o uso da RE- uma não, (foto 5). Ao chegar na última laje-tipo, al-
BAR na fundação vertical, pois o pró- Essas amarrações deverão ser repe- guns pilares irão morrer, outros irão
prio trilho já funciona como aterra- tidas em todas as lajes,com todos os pi- continuar e outros irão nascer. Os
mento natural atingindo grandes pro- lares que pertencem ao corpo do pré- pilares que morrem deverão ser in-
fundidades. A RE-BAR deverá ser sol- dio. Saliento que a execução desse pro- terligados com os que continuam
dada no topo do trilho, atravessar o cedimento não gera custos adicionais, para os níveis superiores. Essa inter-
bloco e entrar nos pilares.
No caso de fundação direta deverá
ser adotado o mesmo critério das fun-
dações escavadas.
No caso de estaca pré-moldada de
concreto centrifugada, o procedimen-
to será o mesmo da estaca trilho, visto
as estacas terem seus ferros soldados
nos anéis metálicos presentes nas ex-
tremidades (fotos 2 e 3).
Foto 4 – RE-BAR dentro dos pilares Foto 5 – Equipotencialização entre
Descidas
amarrada aos estribos existentes ferragens verticais e horizontais
O sistema de descidas será consti-
tuído pela instalação das RE-BAR em
todos os pilares da torre do prédio (item
1 2 Amarração da
D.2.1 do anexo D). Essa barra deverá
RE-BAR com
ser fixada na parte interna dos estribos
a ferragem
do pilar, correndo paralelo às demais
Clip da laje
ferragens estruturais (foto 4). Nos pila-
> 20 cm

res externos (de fachada) recomenda-se galvanizado


colocar a RE-BAR na face mais externa
do pilar, de modo a receber as descargas
laterais que só atingem esses.Nos pilares 1 3 Amarração da ferragem do
internos sua localização poderá ser em pilar com a ferragem da laje
qualquer face, porém sempre dentro do (posições alternadas)
estribo, sem invadir o cobrimento e 3
nunca no centro (núcleo) do pilar. 2
No cruzamento das ferragens ver- Arame retorcido
ticais dos pilares com ferragens hori- da obra PG 7
zontais das vigas, lajes e blocos, a RE- ou outro
BAR deverá ser obrigatoriamente li- Figura 3 – Detalhes das amarrações entre RE-BAR e ferragens verticais,
gada por ferro comum (sobra) em com ferragens horizontais

78 TÉCHNE 122 | MAIO DE 2007


como construirx.qxd 4/5/2007 11:14 Page 79

ligação é feita com RE-BAR na hori- b) Captação por cima – Nos locais
zontal, dentro da laje e vigas e todas onde não existe fácil acesso ao público,
as emendas da RE-BAR serão feitas as barras deverão sair por cima dos pa-
com três clipes. rapeitos (telhado de cobertura, casas
de máquina, tampa de caixa d'água
Encaminhamento das RE-BARs nos etc.) e ser interligadas com cabo de
últimos níveis do topo do prédio cobre #35 mm2 na horizontal. Nesse
Captação caso não é necessário o uso da barra
A captação consiste basicamente chata de alumínio, pois como os cabos
na interligação horizontal das RE- vão ficar por cima dos parapeitos não
Foto 8 – Instalação de caixa de
BARs que estiverem aflorando no têm problemas estéticos, pois são áreas
equipotencialização (lep-bep-tap)
topo do prédio. onde somente o pessoal de manuten-
Essa captação se divide em dois ção tem acesso (foto 7).
tipos:
a) Captação por fora – Nos locais onde Equalizações de potenciais
existe acesso de público, a barra deverá A equalização de potenciais se di-
ser direcionada para o lado de fora do vide em dois itens:
parapeito/platibanda, reduzindo assim a) Equalização de potenciais no subsolo
os riscos de acidentes pessoais pelo con- No nível mais baixo da edificação
tato direto com o SPDA,depredações no (normalmente o subsolo), deverão ser
sistema e o medo que é provocado pela tomadas as seguintes providências:
sua presença (foto 6). Nesse caso as RE-  Instalar a caixa de equalização (por
BAR são interligadas na horizontal, pelo exemplo, a TEL-901 – 20 cm x 20 cm)
lado de fora do parapeito (pingadei- num pilar o mais eqüidistante possível
ra/soleira/algerosa) com cabo de cobre do DG (quadro da concessionária te-
nu #35 mm2 ou barra chata de alumínio lefônica) e do QDG (quadro da con-
ref. TEL-770 (por questões estéticas). cessionária de energia elétrica) e inter-
ligar a caixa a qualquer ferragem do
pilar, escarificando cuidadosamente
qualquer quina do pilar até remover o Foto 9 – Equipotencialização de
cobrimento desse (foto 8). tubulações de cobre
 Conectar os aterramentos telefôni-
co e elétrico na caixa de equalização de
potenciais com cabo de cobre isolado
(750 V) #16 mm2. Essa conexão deverá
ser feita na haste mais próxima de cada
um dos aterramentos, lembrando que
caso existam outros aterramentos
(elevadores, interfone etc.) o procedi-
Foto 6 – RE-BAR aflorando na captação
mento será o mesmo (foto 9).
por cima podendo ser usada como
 Interligar toda a massa metálica
terminal aéreo
(figura 4) (prumadas de incêndio, re- Foto 10 – Equipotencialização de
calque, tubos de gás, água quente, massas metálicas com a ferragem local
guias do elevador e contrapesos etc.) usando materiais bimetálicos
na caixa de equalização, por meio de
cabo de cobre nu #16 mm2 (também
poderá ser encapado) (foto 10). A co-
nexão com as respectivas tubulações
deverá ser feita com a fita perfurada
de latão niquelada ref. TEL-750 para
abraçar tubos com diferentes diâme-
tros (foto 11). Para a tubulação de in-
cêndio e recalque é recomendável que
essas sejam aterradas no subsolo com
Foto 7 – Captação por fora da platibanda uma haste e depois equalizadas na Foto 11 – Equipotencialização de
fora do fácil contato com pessoas caixa de equalização. tubulações

79
como construirx.qxd 4/5/2007 11:14 Page 80

COMO CONSTRUIR

para garantir que o que foi projetado


foi realmente executado e evitar futu-
ros questionamentos.
Esses testes deverão ser realizados
por empresa especializada que emita
um laudo desse trabalho para que seja
anexado ao projeto do SPDA. Esses
testes têm que seguir os critérios da
norma usando o método adequado e
equipamento específico.
Inspeções visuais anuais deverão
ser realizadas de acordo com os crité-
rios da norma, e inspeções completas,
em prazos maiores, também variando
Figura 4 – Equipotencialização de massas metálicas (esquadrias e tubulações)
de acordo com o nível de proteção de-
finido no projeto.
 A central de gás normalmente loca- (quadro de distribuição de circuitos) Durante a execução, cabe ao enge-
lizada nos pilotis deverá ser aterrada, do apartamento mais próximo. Se os nheiro civil responsável pela obra e ao
com chapas de inox perfuradas no circuitos elétricos possuem fio-terra encarregado certificarem-se de que
piso do cubículo, de modo que os bo- não é necessário interligar os outros todos os procedimentos acima sejam
tijões de gás sempre estejam em con- QDCs do andar visto já estarem equali- seguidos antes das concretagens.
tato direto com a chapa. zados por este, caso contrário todos os
 A tubulação metálica que sai da QDCs deverão ser levados à caixa de Observações técnicas
central de gás para distribuir para o equalização, por cabo de cobre encapa- O sistema estrutural não necessita
prédio também deverá ser aterrada do #16 mm2, passando por baixo do de anéis de cintamento horizontal
ainda dentro do cubículo com chapa contrapiso ou barroteamento ou por (Item 5.1.2.5, d), conforme norma
de inox, assim como o portão metáli- cima do forro de gesso do andar. técnica, visto que as ferragens de cada
co da central de gás (foto 12). Após  As demais massas (prumadas de in- laje, ao serem interligadas com as fer-
todas essas estruturas aterradas, esse cêndio, recalque, água quente, gás, ragens dos pilares, fazem a função do
conjunto deverá ser interligado com a guias dos elevadores e contrapesos anel horizontal.
ferragem da laje, no ponto mais pró- etc.) poderão ser ligadas diretamente Pelo mesmo motivo acima, ao li-
ximo da central. nas ferragens das lajes com fita perfu- garmos as massas metálicas às ferra-
A medida tem como objetivo rada niquelada ou na caixa de equali- gens da laje, estamos garantindo a
equalizar os potenciais das diferentes zação, dependendo da distância. equalização com o SPDA.
estruturas metálicas (botijões, por- Advertimos que esse sistema deverá
tões e tubulações), evitando assim a Controle da qualidade ser executado desde o início das funda-
possibilidade de centelhamento e A qualidade do sistema começa ções pela construtora, com orientação
possível explosão. A norma não abor- com a qualidade do projeto e atenção do projetista.A captação e equalizações
da este assunto especificamente pois, uma vez que esse processo tem que ser deverão ser executadas por empresa es-
em cidades como São Paulo, a maioria iniciado junto com as fundações. pecializada que emita uma ART junto
dos prédios possui gás canalizado e Para uma maior garantia de fideli- ao Crea dos serviços prestados.
nem sempre existe a central de gás. dade ao projeto é altamente recomen- Fotos do sistema acima detalhado,
b) Equalizações no nível dos anéis dável a execução dos testes de conti- bem como fotos de acidentes, instala-
horizontais deverão ser executadas do nuidade elétrica de acordo com o ções e textos técnicos poderão ser vis-
seguinte modo: anexo "E" da norma NBR 5419/2005 tos no site www.spda.com.br.
 A cada 20 m de altura a partir do
solo (onde seriam os anéis de cinta-
mento horizontal no sistema exter-
LEIA MAIS
no/embutido), deverão ser feitas as
equalizações de potenciais. NBR 5419 – Proteção de Estruturas
 A caixa de equalização TEL-901 de- Contra Descargas Atmosféricas. ABNT
verá ser locada de preferência no hall do (Associação Brasileira de Normas
andar (embutida na parede a Ø 20 cm Técnicas).
do piso), interligada por fita perfurada NBR 5410 – Instalações Elétricas
niquelada na ferragem da laje mais de Baixa Tensão. ABNT (Associação
próxima e na carcaça metálica do QDC Foto 12 – Vista externa da central de gás Brasileira de Normas Técnicas).

80 TÉCHNE 122 | MAIO DE 2007

Das könnte Ihnen auch gefallen