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I – TEORIA GERAL DOS DIREITOS REAIS

• Durante muitos anos se discutiu sobre a existência de um direito real diferente do


direito obrigacional. No direito romano, as ações (processuais) eram divididas em dois
grupos: pessoais e reais. Mas não se conseguiu formular uma teoria a respeito dos
direitos reais. Foram os glosadores, na I. Média, que utilizaram pela 1ª vez a expressão
direitos reais (ius in re).

* A primeira teoria desenvolvida, chamada TEORIA CLASSICA, estabelecia q o direito


real era uma relação jurídica direta e imediata do ser humano com a coisa. Essa teoria
teve ampla receptividade no mundo jurídico. Com o passar do tempo, foi detectado um
erro gravíssimo: toda relação jurídica ocorre entre pessoas. Não há relação jurídica
entre o ser humano e a coisa. Toda relação jurídica pressupõe sujeito ativo e sujeito
passivo.
* TEORIAS UNITÁRIAS: procuraram unir em uma só idéia o d. real e o d. obrigacional.
Essas teorias seguiram rumos distintos, subdividindo-se na TEORIA PERSONALISTA,
defendida por Planiol e na TEORIA REALISTA, desenvolvida por Goudemet.
* TEORIA PERSONALISTA: sustenta q o d. real apresenta a mesma estrutura do d.
obrigacional (suj. ativo, suj. passivo e objeto). A # é q o sujeito passivo no d. real seria
formado pela coletividade. Nasce a obrig. passiva universal. A coletividade tem o dever
de respeitar o d. real alheio. Do ponto de vista filosófico, essa teoria é inatacável. Mas
no mundo jurídico, a palavra obrigação tem um sentido técnico próprio. Obrigação tem
reflexo no patrimônio e o d. real fala de uma regra de conduta.
*TEORIA REALISTA: segundo essa teoria houve uma despersonalização no direito
moderno. As pessoas q compõem o vínculo obrigacional não são importantes. No d.
obrigacional o q interessa p o credor é o patrimônio do devedor. Surge a corrente da
patrimonialização. O devedor é tão desimportante q a relação jurídica se daria entre o
credor e o patrimônio do devedor. Comete-se aquele erro original: a relação jurídica não
se estabelece entre o homem e a coisa. Um outro prisma dessa teoria é a tese do
descumprimento da obrigação pelo devedor. Tal teoria baseia-se num pressposto
equivocado. O q ocorre, na maioria das vezes, é q o devedor cumpre suas obrig.
* Segundo Henri de Page, existem duas espécies de riqueza colocadas a disposição do
homem: as coisas (poder jurídico direto – d. real) e os serviços (necessidade de relação
jurídica – direito pessoal).
* Pelo d. real, há um poder jurídico direto e imediato do proprietário sobre a coisa. Pelo
d. obrigacional, faz-se um acordo de vontades.
* O d. real pode ser visto de um ângulo externo e de um ângulo interno. A complexidade
se dá pelas duas visões. Do ângulo interno, d. real é o poder jurídico direto e imediato
do proprietário sobre a coisa, sem a interferência de quem quer q seja. Do ângulo
externo, todos os membros da coletividade têm o dever de respeitar o d. real exercido
por alguém (eficácia contra todos).
* CONCLUSÕES: Existe efetivamente um d. real diferente de um d. obrigacional e essa
diferença se baseia em fatos concretos e econômicos. P/ caracterizar o 1º, as visões
interna e externa tem q se integrar.
* CONCEITO: Direito real é aquele q atribui a uma pessoa o poder jurídico direto e
imediato sobre a coisa, poder q tem eficácia (vale) contra todos.
* A distinção entre d. real e d. obrigacional advém da realidade das coisas. O ponto q os
distingue, segundo uma doutrina, é q os d. reais podem ser objeto de posse, os obrig.
não. Para outra, apenas os d. reais são passíveis de usucapião.
* San Tiago Dantas, foi o q melhor diferenciou os d. reais dos obrigacionais. Segundo
ele, a # fundamental entre d. obrig. e d. real é q o 1º tem eficácia limitada (alcança
somente as pessoas q participaram da r. j), só valendo p a pessoa do contratante e, no
máximo p seus herdeiros. A eficácia do d. real é ilimitada, valendo contra todos.
Características * Oponibilidade erga omnes: o d. real é oponível contra todos, isto é,
vale para todos. Normalmente o d. real nasce c um registro. Daí deriva a sua eficácia. *
Direito de seqüela: é o direito q a pessoa tem de seguir a coisa onde ela estiver e com
quem ela estiver. Pela ação reivindicatória, o proprietário de uma coisa chama-a de
volta para si, quando indevidamente tomada. No caso de hipoteca, o imóvel hipotecado
pode ser vendido pq o credor hipotecário tem o direito de seqüela. Caso a dívida n seja
paga, o credor irá atrás da coisa, esteja ela c quem estiver. O comprador nada pode
fazer, pois deveria saber o q comprou. * Direito de preferência: só é aplicável aos
direitos reais de garantia (hipoteca, penhor, anticrese e alienação fiduciária em
garantia). É o direito de receber o seu crédito antes dos credores comuns ou
quirografários.
Quantos e quais são os direitos reais na legislação brasileira
* O art. 1225, CC, relaciona dez direitos reais (propriedade, superfície, servidão,
usufruto, uso, habilitação, promitente comprador, penhor, hipoteca e anticrese). Essa
lista, porém, não esgota os d. reais.
* A lei, porém pode criar novos d. reais além dos previstos no CC. A alienação fiduciária
de garantia, p. ex., é um d. real de garantia não arrolado no CC. Apenas a lei tem o
poder de criar direitos reais. Os particulares não o podem fazer, pq os d. reais são
fortes (oponíveis contra todos) – não seria razoável q a vontade de 2 pessoas
sobrepusesse sobre todos e pq existe um Lei de Registro – o oficial do cartório somente
faz o registro dos direitos reais previstos em lei).
* Só a lei pode estabelecer direitos reais, mas não é necessário q ela expressamente os
declare dessa maneira. Se o fizer, melhor. Se não, caberá a doutrina classificar,
observando-se as características gerais.
* O caráter real de uma situação jurídica prende-se à sua própria natureza e não a
vontade do legislador. P/ se caracterizar o d. real, faz-se necessário analisar a natureza
do direito criado. * Não há direito real sem previsão legal. Mas não se faz necessário q
o legislador, ao criar o direito, o identifique como real.
Classificação dos Direitos Reais * 1. Direito real sobre a própria coisa:
PROPRIEDADE * 2. Direito real sobre coisas alheias
a) Direitos reais limitados de uso e gozo: superfície, servidões, usufruto, uso e
habitação b) Direitos reais de garantia: hipoteca, anticrese, penhor e alienação
fiduciária em garantia c) Direito real de aquisição: promessa de compra e venda
• Os d. reais, à exceção da propriedade, são limitados pq não se compõem de
todos os poderes (faculdades) concernentes à prop. (usar, gozar, dispor e reivindicar).
P/ cada d. real existem apenas algumas dessas faculdades.
II- DIREITO DE PROPRIEDADE * Existem duas maneiras de se definir o conceito de
propriedade: definição genérica e definição ligada ao conteúdo. A definição genérica
esta expressa no Código Civil de Napoleão, em seu art. 544, segundo a qual “a prop. é
o direito de usar e gozar uma coisa da maneira mais absoluta, contando q não se faça
dela um uso proibido pelas leis e regulamentos”. * Essa definição apresenta dois
defeitos. O 1º é q o termo absoluto não admite superlativo (c o “mais”, estabelece-se a
relatividade). O 2º defeito é q a contradição entre a 1ª e a 2ª parte: como um direito
absoluto pode ser limitado? Se é absoluto, não comporta exceção. * Outra definição
genérica é dada pelo jurista francês Marquês Vareilles Sammieres: “a propriedade é o
direito em virtude do qual uma pessoa pode, em princípio retirar da coisa todas as
vantagens q ela possa produzir”. Esse conceito quis dizer q o d. de propriedade, apesar
de ser o mais amplo direito sobre as coisas, está sujeito a restrições e regulamentações
impostas por lei. Não existe mais direito absoluto.
* A definição ligada ao conteúdo está no art. 1.228 do CC. “O proprietário tem a
faculdade de usar, gozar e dispor da coisa e o direito de reavê-la do poder de quem
quer q injustamente a possua ou detenha”. “A prop. é o direito de usar, gozar e dispor
de uma coisa e de reivindica-la.”
Características: * A proprietário é um direito COMPLEXO pq formada por quatro
faculdades diferentes: uso, gozo, disposição e reivindicação.
* É um direito ABSOLUTO pq concede ao titular a maior soma de poderes possível
sobre uma coisa. Não significa q o proprietário possa fazer o q quiser.
* É um direito EXCLUSIVO (art. 1231, CC), pq a propriedade de uma pessoa sobre a
coisa exclui a propriedade de todos os demais. Essa característica comporta exceção:
condomínio. * É um direito PERPÉTUO, em 2 sentidos. O 1º é q a propriedade tende a
durar indefinidamente no tempo (1º sentido). O 2º sentido é q a propriedade
necessariamente não se perde pelo não uso. A exceção seria o usucapião. * É um
direito ELÁSTICO, pq o proprietário pode ceder temporariamente a um terceiro algumas
faculdades do d. de propriedade. A tendência é q essas faculdades voltem às mãos do
proprietário.
Elementos constitutivos do Direito de Propriedade * direito de USAR (“ius utendi”) -
significa o direito de servir ou não da coisa. * direito de GOZAR (“ius fruendi”) – é o
direito de fazer a coisa dar frutos. Ex: locação * direito de DISPOR (“ius abutendi”) -
Segundo esse dir., o proprietário pode vender, alugar, doar, dar em garantia a coisa. *
direito de REIVINDICAR (“rei vindicatio”) – Reivindicar significa chamar a coisa de volta
p/ si. É muito importante p/ o proprietário, dá segurança a ele.
Objeto do Direito de Propriedade* Podem ser objeto de do d. propriedade as coisas
corpóreas (aquelas q podem ser tocadas). Os dir. autorais, hj, não mais são
considerados dir. de prop. Dessa forma, os d. autorais não são mais protegidos pela
ação possessória. Se não há prop., não há posse, não há ação possessória). Ações
cabíveis, neste caso, são as de busca e apreensão.
Classificação a) Propriedade PLENA e LIMITADA: ocorre qdo todos os elementos
constitutivos da propriedade estão reunidos nas mãos do proprietário. A propriedade é
limitada qdo sobre ela incide qq direito real (como o usofruto, p. ex) b) Propriedade
PERPÉTUA e RESOLÚVEL: a propriedade é perpétua em 2 sentidos – “não se perde
pelo não uso” e “tende a durar no tempo”. A propriedade é resolúvel qdo tende a se
extinguir por um motivo existente no momento de constituição do direito de propriedade.
Um exemplo é a substituição fideicomissária, do d. das sucessões, em q o fiduciário
tem a propriedade resolúvel do bem. Assim q adimplir a condição, a coisa passará às
mãos do fideicomissário. O fiduciário é um proprietário resolúvel.
Fundamento do Direito de Propriedade* 1. Teoria da Ocupação – existe o direito de
propriedade pq alguém se apropriou de uma coisa q não tinha dono. Essa teoria,
contudo, apenas constata um fato. * 2. Teoria do Trabalho (John Locke) – as riquezas
são produzidas através do trabalho, q é o fundamento da propriedade. A propriedade
deve ser atribuída a quem trabalha e transforma a matéria prima. * 3. Teoria da Lei
(Montesquieu) – a propriedade existe pq a lei a criou. Porem, da mesma maneira q cria
o d. de propriedade, a lei pode extingui-lo, o q causaria insegurança jurídica. * 4. Teoria
da Natureza Humana – o direito de propriedade está ligado a própria natureza do ser
humano. A propriedade existe pq o homem, para o seu crescimento, deve ter em seu
domínio determinadas coisas.
Breve Notícia Histórica * A história da propriedade pode ser dividida em algumas
fases bem distintas. * A propriedade no DIREITO ROMANO era extremamente
individualista, pois cada coisa tinha um dono. Apenas o pai, chefe de família poderia ser
proprietário. Essa situação perdurou até a IDADE MÈDIA. Com a invasão dos povos
bárbaros, os pequenos procuraram os grandes, buscando proteção. Os grandes
começaram a fazer exigências, restringindo cada vez mais a liberdade dos pequenos
proprietários. Estes se tornaram escravos (servos da gleba). Esse sistema feudal durou
até a REVOLUÇÃO FRANCESA. Apenas o proprietário podia exercer direitos sobre a
propriedade. Esta era tida como absoluta, para evitar a volta do sistema feudal. O
sistema feudal voltou a ser individualista. Da Revolução Francesa para os DIAS
ATUAIS, o direito de propriedade evoluiu. A CF/88 e o CC estabelecem q a propriedade
tem uma função social, q deve ser respeitada. Art. 1.228, §1º, CC – o direito de
propriedade deve ser exercido em consonância com as finalidades econômicas e
sociais. 1) Direito Romano – caráter individualista da propriedade 2) Idade Média –
sistema feudal/propriedade dúplice (senhor/servo) 3)Revolução Francesa – volta da
feição individualista 4)Modernidade – função econômica e social da propriedade
Limitações ou Restrições ao Direito de Propriedade * Não existe, em nenhum lugar,
o direito de propriedade como absoluto, intangível. Pelo contrário, presenciamos cada
vez mais limitações ao exercício do d. propriedade.
* Limitações Legais: são as limitações decorrentes de lei, em seu sentido amplo. Na
CF/88 está previsto o direito de desapropriação por parte da União, dos Estados e
Municípios. Ao declara o interesse social sobre o bem, a desapropriação está feita. O
proprietário poderá apenas discutir o seu valor.
* Outra limitação prevista na Constituição é a ocupação temporária de um bem. Outra,
ainda, a imposição de tributos pelo Poder Público (ex. IPTU, ITR). Essa limitação é
constitucional. * Na lei do inquilinato existem várias restrições ao direito de propriedade,
como, p. ex., a ação renovatória. O poder público proíbe a construção de andares
acima de uma determinada altura. Em cidades históricas as fachadas das casas devem
ser preservadas. Em BH deve-se construir a uma distância do meio-fio. * Limitações
Voluntárias: são as limitações nascidas da própria vontade do proprietário. Um exemplo
é a servidão de passagem. Toda vez q o proprietário cria um direito real a favor de
terceiro, está limitando o seu direito de propriedade. A cláusula de inalienabilidade (q
impede o proprietário de alienar seu bem) só pode derivar de ato gratuito (doação,
testamento), nunca oneroso. A cláusula de inalienabilidade é uma limitação fortíssima
ao direito de propriedade, vez q impede a circulação de riquezas. Inalienabilidade
implica incomunicabilidade e impenhorabilidade. Isso para evitar q a inalienabilidade
seja burlada. Entretanto, a impenhorabilidade não prevalece contra dívidas tributárias e
dívida de condomínio. A incomunicabilidade só tem relevância no casamento em
comunhão de bens.
* A cláusula de inalienabilidade tem q ser justificada (art. 1848)
III – AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE * O contrato ou o acordo de vontades é
suficiente para operar a transferência da propriedade de uma pessoa para a outra? * 1.
Sistema Romano: o contrato não transfere a propriedade. O q a transfere é a tradição
ou o usucapião. “As propriedades das coisas se transferem não por simples contratos,
mas pela tradição ou pelo usucapião.”
* 2. Sistema Francês: art. 711. Influenciou os sistemas português, italiano e espanhol.
Pelo sistema francês, o contrato basta p/ a transferência da propriedade. “A
propriedade dos bens só se transfere pelo efeito das obrigações”. O efeito das
obrigações é o contrato. O registro geralmente é efeito, mas não é obrigatório. * 3.
Sistema Alemão: art. 891. É o sistema mais seguro e completo. Há um contrato entre
os interessados, q é levado a um juízo especializado p/ a verificação do aspecto formal.
Caso esteja perfeito (n sendo verificado nenhum vício), é celebrado um acordo de
transmissão, q originará o registro. O registro vale por si só; desvincula-se do negócio q
lhe deu origem. Quem é proprietário é quem tem o nome no registro. Com o registro se
presume de forma absoluta a propriedade a favor daquele em nome do qual esta
registrada. A Alemanha por ser um país pequeno, tem todos os imóveis cadastrados.
Condições p/ a Aquisição da Propriedade * As condições p/ a aquisição de
propriedade são: capacidade, a coisa deve ser suscetível de aquisição (deve estar no
comércio) e q haja um modo de aquisição (fato jurídico q transfere a propriedade de
uma pessoa p/ outra). No Brasil, o modo de aquisição de um bem imóvel é o registro e
de um bem móvel é a tradição. A presunção de propriedade no Brasil é relativa, pois
admite prova em contrário.
Classificação dos Modos de Aquisição * 1) Originária e Derivada: Leva em
consideração a existência ou não de eventual relação jurídica entre o atual e o antigo
proprietário. Se inexistiu relação jurídica, a aquisição é originária. Se existiu relação
jurídica, a aquisição é derivada. * Para Caio Mário, a aquisição é originária qdo se
ocupa um bem pela 1ª vez. Todas as outras formas de aquisição são derivadas, pq a
coisa já teve proprietário anterior. Caio Mário foi o único autor a entender dessa
maneira. Para todos outros autores, a classificação se dá pela existência ou não de
relação jurídica anterior. * Essa discussão não é inútil, pq não havendo transmissão de
propriedade não há imposto. O STF entendeu q o usucapião é um modo originário de
aquisição de propriedade, pq derivado de um ato próprio do usucapiente (a posse). O
imposto de transmissão, portanto, não era devido. * 2) A Título Universal e a Título
Singular: a aquisição é a titulo universal qdo o proprietário sucede a outro em todo o
patrimônio ou em uma cota-parte do patrimônio. Ex. sucessão hereditária. A aquisição é
a titulo singular qdo o novo proprietário substitui o outro em um bem determinado. Ex:
doação e compra e venda. * 3) “Causa mortis e inter vivos”: a aquisição causa mortis é
aquela q se opera pelo falecimento de uma pessoa. A aquisição inter vivos dá-se entre
pessoas vivas. A importância dessa classificação é de ordem tributária.
IV – AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMÓVEL * Modos de aquisição da propriedade
imóvel: registro, acessão, usucapião e sucessão hereditária.
Registro * No Brasil, o contrato não transfere a propriedade da coisa imóvel. O q
transfere a propriedade é o registro. Não adianta a escritura pública de compra e venda
e a posse do traslado. Até aí, há apenas contrato.
* O registro é o mais importante modo de aquisição da propriedade, por ser o mais
freqüente. Enquanto não se registra, não se é dono. O sistema brasileiro difere do
alemão pq o conteúdo do registro pode ser retificado ou anulado. No sistema alemão, o
registro leva a presunção absoluta. No Brasil, proprietário é aquele cujo nome consta no
registro, até prova em contrário.
* A Lei 6.015 trata dos registros públicos.
PRINCÍPIOS INFORMATIVOS DO REGISTRO * publicidade: qq pessoa tem o direito
de saber a situação de um imóvel, requerendo uma certidão no cartório de registro de
imóveis. Ninguém é obrigado a saber nada além daquilo q consta no registro. É através
da publicidade q se reconhece a verdadeira situação do imóvel. * legalidade: o registro
brasileiro vale ate qdo for contestado ou anulado judicialmente. Enquanto não se
pleiteia a contestação ou anulação do registro em juízo, ele tem validade. O registro cria
uma presunção relativa de validade. O imóvel é de quem registra, ate q se prove o
contrário. * força probante: prova-se a situação (propriedade) de um imóvel pela
certidão de registro atualizada.
* continuidade histórica: o registro cria uma cadeia histórica através dos tempos. Um
registro deve sempre mencionar o registro anterior. Não pode ser rompido o elo da
cadeia sucessória do registro. O formal de partilha deve ser levado ao cartório de
registro de imóveis, não p q o herdeiro adquira a propriedade, pois esta já foi adquirida
pela sucessão hereditária, mas p q o formal seja registrado e o nome do herdeiro
conste no registro do imóvel. Só assim o herdeiro poderá transferi-lo.
Acessão * Conceito: É um modo originário de aquisição da propriedade, através do
qual o proprietário da coisa principal se torna proprietário da coisa acessória que se
incorpora (adere) de maneira definitiva e permanente à coisa principal. É um modo
originário pq não há relação jurídica entre o novo proprietário e o anterior. É aplicação
do princípio de q o acessório segue a sorte do principal.
* 1) imóvel a móvel: formação de ilhas; aluvião; avulsão; álveo abandonado
* 2) móvel a imóvel: construções e plantações
Usucapião * Conceito: É a aquisição da propriedade pela posse prolongada. (Clovis
Bevilaqua). É um conceito incompleto e insuficiente, pq com usucapião adquirem-se
outros direitos reais alem da propriedade. Além disso, a posse prolongada não é único
requisito do usucapião. * Usucapião é o modo de aquisição da propriedade e de outros
direitos reais (direitos de superfície, servidões, usufruto, uso e habitação) pela posse
prolongada e pelo cumprimento das demais exigências legais. * Fundamento: não é
negligência do proprietário, mas a segurança e estabilidade nas rel. jur. * Breve
Histórico: o usucapião já existe há muito tempo, desde o d. romano. Nessa época,
porém, os prazos eram bem menores (2 anos p/ aquisição de bem imóvel). O instituto
foi sendo aperfeiçoado até chegar aos nossos dias.
Coisas e direitos que não podem ser usucapidos * Os bens q estão fora do
comércio, como os bens públicos, não podem ser adquiridos por usucapião. O texto
constitucional já dispõe q o bem público não pode ser objeto de usucapião
* Em princípio, o condomínio não pode adquirir o bem comum por usucapião. Contudo,
a jurisprudência vem entendendo q se o condômino desconhece o estado condominial
(agindo diante da coisa como se fosse proprietário exclusivo),pode adquirir o bem
comum por usucapião.
MODALIDADES * O NCC encurtou os prazos de usucapião. Se, porém, na data da
entrada em vigor do Código já houver transcorrido + da metade do tempo estabelecido
na lei anterior, esta prevalecerá. (art. 2028 – disposições finais e transitórias) *
Usucapião Extraordinário (art. 1238, CC). É aquele q ocorre c mais freqüência. A
terminologia se mostra inadequada. * O 1º requisito é comum a todas as espécies de
usucapião: a) possuir como seu o imóvel sem interrupção ou oposição. Essa expressão
“possuir como seu” deriva do conceito de posse dado por Savigny. “Posse é o poder de
dispor fisicamente de uma coisa c a vontade de te-la p/ si.” O possuidor deve ignorar
totalmente o proprietário verdadeiro da coisa, pois age como este fosse seu. O locatário
não possui como seu o imóvel pois reconhece no contrato, a prop. do locador, inclusive
pagando pelo uso. A vontade de ter a coisa é a jurídica, de não reconhecer a prop. do
outro. * A posse tem q ser contínua no tempo e não pode haver oposição do
proprietário. É a chamada, no meio forense, posse mansa e pacífica. Qualquer
manifestação formal do proprietário pode ser considerada oposição (carta c AR,
notificação judicial) * b) prazo: 15 anos/10 anos (art. 1238. Ver art. 2029.
* Usucapião Ordinário (art. 1.242): a) possuir como seu o imóvel contínua e
incontestadamente; b) prazo: 10 anos/5 anos (art. 1242, § único); c) justo título (é o ato
jurídico q dá início ao processo de transferência da prop., mas q não transfere por haver
um vício. O usucapião ordinário vem p/ sanar esse vício; ele pressupõe uma aquisição
defeituosa. Uma escritura de compra e venda é um justo título); d) boa-fé (é ignorância
do vício ou obstáculo q impedia a aquisição. Má fé é o conhecimento acerca desse
vício. Por ser um elemento interno, tanto a má fé qto a boa-fé são difícies d serem
provadas. Entretanto, presume-se a boa-fé do possuidor do justo título. (art 1.201, §
único). * Usucapião Especial Urbano (arts. 1240, CC; 183, CF) a) possuir como seu o
imóvel contínua e incontestadamente b) prazo: 5 anos c) imóvel de até 250 m 2 d)
morar no local c a família e não ter outra propriedade urbana ou rural (prova-se através
de certidão negativa) * Usucapião Especial Rural (arts. 1.239, CC; 191, CF)
a) possuir como seu o imóvel contínua e incontestavelmente b) prazo: 5 anos
c) imóvel de até 50 hectares d) morar no local e tornar a área produtiva
e) não ter outra propriedade rural. * Usucapião Coletivo (art. 10 da Lei 10.257/01
Estatuto das Cidades) a) possuir como seu o imóvel contínua e incontestavelmente b)
área superior a 250 m2 c) prazo: 5 anos d) grupo de pessoas de baixa renda (formar-
se-á um condomínio entre os usucapientes)
Disposições Processuais do Usucapião * A ação de usucapião é regulada nos arts.
941 a 945 do CPC. A petição inicial deve ser acompanhada de um planta ou de um
croqui do imóvel em questão. Deve-se pedir a citação da pessoa em cujo nome está
registrado o imóvel (certidão positiva ou negativa do cartório), dos confinantes
(vizinhos) ao imóvel; por edital, dos interessados incertos e não sabidos. Deve ser feita,
ainda, uma comunicação por carta ao município, ao Estado e à União, pois pode ser q
esses entes tenham algum interesse no imóvel. Alem disso, deve ser dada ciência ao
representante do MP, q tem participação obrigatória no feito. A petição deve seguir
rigorosamente esses critérios, sob pena de nulidade do processo.
Efeitos do Usucapião* O 1º efeito é transformar o simples possuidor em proprietário
do imóvel. O 2º efeito é que, transitada em julgado a sentença de usucapião, o
possuidor é tido como proprietário desde o início. Essa retroação de efeitos ocorre p/
proteger as pessoas q de boa-fé trataram c o usucapiente. Esse efeito é imputado pela
doutrina. 3º efeito – As causas q interrompem, suspendem ou obstam a prescrição tb se
aplicam ao usucapião (art. 1244). Os art. 197 a 199 arrolam as hipóteses em q a
prescrição n corre.
V – DIREITOS DE VIZINHANÇA * Os direitos de vizinhança são uma limitação ao
direito de prop. Visam à convivência harmônica entre vizinhos. Diz um ditado popular q
“a vizinhança é a mãe das discórdias”. Por isso o legislador se preocupou em
possibilitar uma convivência pacífica. * Na linguagem jurídica, a palavra “vizinhança”
tem um significado mais amplo q na linguagem comum. P/ Orlando Gomes, basta q um
ato praticado em uma prop. repercuta em outra, independentemente da distância
geográfica, q estará configurada a vizinhança.
Conflitos de Vizinhança: requisitos a) ato praticado dentro dos limites de uma
propriedade, b) ato q cause prejuízo ou incômodo aos vizinhos, c) nexo de causalidade
entre o ato praticado e o prejuízo/incômodo sofrido.
Uso anormal da Propriedade: surge toda vez q um ato praticado em uma prop.
interferir na segurança, saúde e sossego (bens jurídicos tutelados) dos vizinhos.
* Importante ressaltar é q o uso deve ser anormal. Quando há pré-ocupação de uma
atividade em um determinado local (como industrias), os vizinhos devem ter uma
tolerância maior. * Segundo San Tiago Dantas, em matéria de vizinhança, deve haver
um mínimo de tolerância. Em 2º lugar, o direito levar em consideração o homem médio
(razoabilidade). Se alguém está fazendo uso normal da prop. causando incômodos
normais, ninguém pode reclamar. Se, porém, o uso é anormal, deve-se perguntar se
traz alguma vantagem social. Se afirmativa a resposta, devem ser determinadas
medidas técnicas visando acabar ou diminuir os incômodos causados, indenizando os
eventuais prejuízos. Se a resposta for negativa (não houver vantagem social), a
atividade deve ser paralisada. * O juiz, atendendo ao art. 1.277 e ao critério de San
Tiago Dantas, e c uma perícia bem feita, está apto a solucionar os conflitos do uso
anormal da propriedade. * O proprietário prejudicado tem ainda o direito de exigir
demolição ou restauração do prédio do vizinho. Propõe-se a chamada ação de dano
infecto (dano iminente). O vizinho pode exigir tb q se dê uma caução.
Árvores Limítrofes * O NCC repete o anterior. A 1ª regra diz q, se o tronco da árvore
está na divisa, a árvore pertence aos dois confinantes. A árvore fica sendo de
propriedade comum (condomínio) * A 2ª regra diz q os frutos das árvores q caírem
naturalmente na prop. do vizinho pertencerão a este. Enquanto os frutos q estiverem na
árvore, apenas o proprietário da árvore pode colhê-los.
* A 3ª regra confere o direito ao proprietário de uma área invadida por ramos e raízes
de cortá-los até a divisa. Esse proprietário estará no exercício regular de seu direito.
Caso a árvore morra não caberá indenização.
Passagem Forçada * Esse direito decorre do fato de q toda prop. imobiliária deve
atender aos objetivos econômicos. Se o proprietário de um imóvel estiver encravado
(sem saída p/ a via pública, nascente ou porto), ele tem direito de pedir ao vizinho uma
passagem, indenizando. É um direito de prop. oneroso, vez q quem o exercita terá q
pagar. Se forem vários os vizinhos, deve-se procurar a passagem mais natural, menos
onerosa. O direito de passagem forçada será resolvido judicialmente apenas se não
houver consenso entre os vizinhos.
* A passagem forçada pressupõe uma propriedade encravada. Na servidão de trânsito,
o prédio já tem uma saída, mas o proprietário quer outra passagem. O 1º instituto
decorre da lei, o 2º, de um acordo de vontades.
Passagem de Cabos e Tubulações * Só é um direito utilizado em serviços de
utilidade pública. O proprietário tem o direito d exigir do vizinho q os cabos e tubulações
passe por sua propriedade. O vizinho prejudicado, porém, tem o direito à indenização
pelos prejuízos causados e pela desvalorização do imóvel.
Das águas * Código Civil e Código das Águas (Decreto 24.643/34) * A 1ª regra afirma
q o proprietário do prédio inferior é obrigado a receber as águas q correm naturalmente
do prédio superior. O legislador apenas sancionou uma regra da natureza. A 2ª regra
estabelece q o proprietário do prédio inferior pode exigir indenização das águas
provenientes do prédio superior, q corram artificialmente. A 3ª regra aduz q o
proprietário de uma fonte não captada (nascente) pode fazer o uso das águas, mas não
pode impedir q elas corram normalmente para as propriedades situadas em nível
inferior.* Direito de Aqueduto: aqueduto significa “conduzir água”. O direito de aqueduto
é o direito de canalizar a água proveniente de outra propriedade, passando por
propriedades vizinhas. Os prejuízos devem ser indenizados. É um direito de prop.
oneroso.
Limites entre Prédios e Direito de Tapagem * O 1º direito é o de estabelecer a
dimensão de sua propriedade. Esse problema não ocorre no meio urbano (seja pela
dimensão das propriedades, seja pelo desaparecimento natural da demarcação). Para
tanto, deve ser proposta uma ação demarcatória. Serão estabelecidos os limites da
propriedade. * Se já existem os marcos divisórios, nasce um outro direito: direito de
tapagem. As cercas e muros, geralmente, fazem essa divisão. Os proprietários
confinantes têm q construir e restaurar as divisórias, pois se forma um condomínio
forçado. O proprietário de animais de pequeno porte tem o dever de prover tapumes
especiais nas divisórias.
Direito de Construir * O proprietário tem o direito de construir dentro de sua prop. da
forma como bem entender, desde q respeitados os direitos de vizinhança e os
regulamentos administrativos. Esses regulamentos são as leis municipais, como a Lei
de Uso e Ocupação do Solo. * As restrições ao direito de construir ocorrem, em geral,
nos centros urbanos. A liberdade de construir fica extremamente limitada, pelos direitos
de vizinhança e pelas normas existentes. Ver art. 1301. * O prazo p/ reclamação é
decadencial de 1 ano, contado a partir do término da construção. O objetivo dessa
proibição é preservar a intimidade alheia. Essa proibição foi revigorada por lei
municipal.
VI – AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE MÓVEL * No texto do Código antigo, havia um
dispositivo q tratava da invenção (achar coisa alheia móvel perdida), no capítulo de
aquisição da prop. móvel. Entretanto, não se adquiria a prop. O NCC tratrou o instituto
como descoberta e o retirou, de maneira adequada, desse capítulo. A pessoa q
encontra um bem móvel perdido deve procurar o verdadeiro dono. Caso não o
encontre, deve levar o bem a autoridade competente. Esta lançará editais na imprensa.
Se o dono não aparecer, o bem será levado a leilão. Uma parte da quantia arrecadada
é dada em recompensa e a outra vai p/ os cofres públicos.
Ocupação É um modo originário da aquisição da prop. móvel, pelo qual o cidadão vai
se apoderar de coisas sem dono, sejam pq nunca foram apropriadas, seja pq foram
abandonadas.
* São as chamadas “res nullius” ou “res derelicta”. Hj, entretanto, dificilmente a
ocupação é aplicada, haja vista que quase todas as coisas têm dono.
Especificação * É a transformação da matéria-prima nem uma nova espécie. O
problema surge qdo se utiliza em parte ou totalmente a matéria-prima de outrem. Se o
especificador estiver de boa-fé, a espécie nova será dele, mas cabe indenização pelo
material utilizado. Se ele estiver de má-fé, a obra será do dono do material. Se,
contudo, a obra tiver valor extremamente superior à matéria utilizada, o especificador a
adquire, indenizando os prejuízos.
Confusão, Comistão e Adjunção * Confusão é a mistura de coisas líquidas
pertencentes a proprietários #. Comistão é a mistura de coisas sólidas pertencentes a
proprietárrios #. Adjunção é a justaposição de uma coisa a outra.
* A 1ª regra determina a separação das coisas, se possível. Caso não haja essa
possibilidade, será estabelecido um condomínio. Tratando-se de coisa principal, o
proprietário adquire o acessório, indenizando o outro. Se um estiver de má-fé, o outro
pode escolher entre ficar com a coisa ou pedir indenização.
Tradição * É o principal modo de aquisição da prop. móvel. O q gera a transferência
da prop. não é o contrato, mas a tradição. * A nua tradição é a entrega do bem móvel a
um 3º, sem q o proprietário queira transferir a prop. Tradição real é aquela em q
verdadeiramente a coisa móvel é transferida ao comprador. Tradição simbólica é
aquela q em o vendedor entrega não a própria coisa, mas algo q a represente (ex:
entregar a chave do carro). Tradição fictícia é aquela em q não se entrega a coisa, há
apenas uma cláusula constando no contrato. * Aplica-se a regra geral também aos
automóveis, qual seja, a transferência da propriedade de bem móvel se opera c/ a
tradição. O registro no DETRAN não opera essa transferência. * Há casos
excepcionais em q a prop. é adquirida sem a tradição. Um exemplo é a sucesssão
hereditária, em q os herdeiros se tornam desde logo proprietários. Outro exemplo é o
casamento c/ comunhão universal de bens. Outro, qdo o locatário compra a coisa
locada. Outro, o leasing.
VII – PERDA DA PROPRIEDADE * O NCC tratou a perda da prop. móvel e imóvel
conjuntamente. O CC/16 fazia a separação. * A q causas se refere o legislador no
“caput” do art. 1.275? Refere-se à acessão e ao usucapião, pq, nesses casos, enquanto
um adquire a prop, o outro a perde. * Lafayette propõe uma classificação dos modos
de perda da prop. 1) Perda da prop. por fato relacionado à PESSOA. 2) Perda da
prop. por fato relacionado ao OBJETO.
3) Perda da prop. por fato relacionado ao DIREITO. a) vontade do proprietário:
alienação, renúncia e abandono b) independente da sua vontade: desapropriação,
arrematação, adjudicação * A 1ª hipótese se relacionava à PESSOA do proprietário.
Era a morte civil, qdo a pessoa entrava p/ uma ordem religiosa. Essa modalidade não
mais existe. Nessa hipótese cabe apenas a morte natural. * A 2ª hipótese se relaciona
ao OBJETO, c/ o perecimento da coisa (móvel ou imóvel) * A 3ª hipótese se relaciona
ao DIREITO de prop., seja pela vontade do proprietário, seja por fato independente de
sua vontade.
Alienação * Juridicamente, alienar é transferir a prop. A alienação só produz os seus
efeitos jurídicos, transferindo a prop, após o registro (imóvel) ou a tradição (bem móvel)
Renúncia * É a manifestação por escrito da vontade de se deixar de ser proprietário.
Em caso de bem imóvel, o documento escrito deve ser levado a registro em cartório. A
renúncia ao direito hereditário pode ser feita por termo nos autos ou por escritura
pública, q será reduzida a termo.
Abandono * Ato pelo qual o proprietário abdica de seu direito de prop. Da mesma
forma q a renúncia, não é um instituto comum. O imóvel abandonado é declarado vago
e após 3 anos passará ao domínio da União. A declaração de vacância é feita
judicialmente. Os prazos foram reduzidos de 10 p/ 3 anos. O abandono tb é presumido
pelo não pagamento de impostos.
Desapropriação * O proprietário perde o seu direito de prop., contra a sua vontade. É
um ato do Poder Público pelo qual a prop. particular passa ao domínio público,
mediante indenização. O grande problema reside no valor da indenização, em geral,
inferior ao de mercado, pq não há como contestar a desapropriação em si.
Arrematação e adjudicação * Arrematação é ato do processo de execução através do
qual uma pessoa adquire um bem penhorado em hasta pública, através do auto de
arrematação. Na adjudicação, diante da ausência de interessados p/ adquirir o bem, o
credor pleiteia a prop. p/ si, através de termo de adjudicação.
Perda da Propriedade em Virtude de Plantação de Psicotrópico * Está prevista no
art. 243 da CF/88. As terras onde se plantam psicotrópicos serão expropiadas, sem
indenização, p/ o fim de reforma agrária, sem prejuízo de outras sanções.
VIII – CONDOMÍNIO GERAL – art. 1.314 a 1330, CC * Uma das características da
prop. é a exclusividade (cada coisa com um proprietário). Essa é a regra geral.
Contudo, aparecem situações em que há mais de um proprietário sobre uma mesma
coisa, seja por vontade das pessoas (ex: cond. de uma casa de praia), seja contra ou
independentemente da vontade das pessoas (ex: com a morte de um indivíduo, sua
esposa e filhos tornam-se condôminos do imóvel).
* O cond. é uma exceção à característica da exclusividade. Cada condômino tem um
quinhão ou uma fração ideal. É ideal pq só existe no plano da mente; não se sabe
exatamente quem é dono de qual parte. Os quinhões podem ou não serem iguais. * O
condomínio é uma das modalidades de comunhão. Esta pode se referir a direito ou
coisa. O condomínio é uma comunhão relativa ao direito de propriedade. * Segundo
Clóvis de Beviláqua, “o condomínio é um estado anormal da prop.”. É uma fonte
constante de litígios, devendo ser evitado de toda maneira. O legislador facilita a
extinção do condomínio (a vontade de um pode prevalecer sobre a vontade de outros
nove). Conceito: Condomínio é o fato de duas ou mais pessoas exercerem o direito de
propriedade sobre a mesma coisa. Pressupõe o mínimo de dois proprietários e a
característica é q cada um tem um quinhão ideal. * O condomínio pode recair sobre
coisas juridicamente divisíveis ou indivisíveis. Cada condômino tem uma fração ideal q,
de início só existe no plano mental.
Classificação: a) qto à origem: voluntário e incidente (eventual) b) qto à duração:
necessário (perman. ou forçado) e transitório * O cond. é voluntário qdo tem como
origem a manifestação da vontade das pessoas. Se nasce independentemente da
vontade, trata-se de cond. eventual. Existe uma classificação marginal, denominada
condomínio convencional (contratual). O cond. voluntário pode nascer da vontade de
uma só pessoa ou de várias. O cond. incidente ocorre, p. ex, com a morte de uma
pessoa. O imóvel q deixar será alvo de cond. entre os herdeiros necessários.
* Qdo à duração, o cond. pode ser transitório (aquele q pode ser extinto a qq momento)
ou permanente (aquele q não pode acabar). Exemplo do ultimo: cond. firmado entre
vizinhos por causa de muros e cercas. A regra é o cond. ser transitório. As áreas
comuns de um edifício de aptos são outro exemplo de cond. necessário.
Direitos e Deveres dos Condôminos 1) Cada condômino tem o direito de usar a
coisa de acordo com a sua destinação. * No CC anterior, eram cometidos dois erros.
Dizia-se “destino da coisa” e coisa não tem destino, mas destinação. Outro erro foi usar
o termo “livremente”, pois se sabe q o uso não é totalmente livre. 2) Cada condômino
tem o direito de reivindicar a coisa de terceiros.
* Esse direito redunda na ação reivindicatória (ação do proprietário contra terceiros). Qq
condômino tem legitimidade para propor a ação. Pode um condômino propor
reivindicatória contra outro? Não, pq a lei fala de terceiros. Alem disso, os direitos são
oriundos da mesma certidão, não havendo como o juiz dirimir a questão. O documento
q fundamenta o direito de um é o mesmo q dá base ao direito do outro. 3) O
condômino tem direito de propor ação possessória contra terceiros ou contra outro
condômino. 4) Cada condômino tem o direito de alienar o seu quinhão ideal e de
grava-lo (criando direito real sobre a coisa). * Se a coisa é divisível, o condômino pode
vender livremente a sua parte. Não há q se dar direito de preferência. Isso pq o
condômino insatisfeito pode requerer, a qq tempo, o término do condomínio. O
legislador concede esse direito. * Se a coisa é indivisível, o condômino tem q dar direito
de preferência aos demais, em igualdade de condições. No prazo de até 6 meses, o
condômino preterido, pode depositar a quantia em juízo e requerer o bem p si (art. 504,
CC) 5) Todo condômino tem q concorrer p as despesas de manutenção do
condomínio. * Essas despesas são rateadas de acordo c o quinhão ideal. 6) Se o
condômino contrair uma dívida, pessoalmente, em proveito do condomínio, ele
respondera pela dívida, mas terá ação de regresso contra os demais. 7) Se o
financiamento for contraído por todos os condôminos, e não ficar definida a
responsabilidade de cada um ou a solidariedade, cada condômino responderá com o
seu quinhão ideal. 8)Qdo a coisa for divisível, o condomínio pode requerer, a qq tempo,
a sua divisão. * A ação de divisão é imprescritível (“em qq tempo”), enquanto existir de
fato o cond. Se um condômino agir como se fosse o único dono, não haverá cond. de
fato. Nesse caso, a jurisprudência entende q o condômino desconhecedor do estado
condominial pode usucapir o bem. 9) Nenhum condômino pode ceder o uso, a posse ou
gozo da coisa a terceiro, sem o consentimento de seus consortes.
* O condômino não pode fazer isso pq não é o único dono (necessita de anuência de
todos). 10) O condômino responde pelos danos causados à coisa e pelos frutos q
percebeu, perante os demais condôminos.
Administração * O CC anterior previa expressamente q era necessária a unanimidade
p q se não vendesse a coisa sob cond. No CC atual, essa regra é implícita. Permite-se
q a minoria acabe c o condomínio pq ele é um estado anormal da propriedade. * A
maioria decide o q fazer c o condomínio, caso não se opte pela venda. A maioria não é
de pessoas, mas de quinhão.
Extinção * A divisão pode ser requerida a qq tempo pelas partes. Porem, se elas
estabelecerem um período de indivisibilidade, este deverá ser respeitado. O ideal é q
haja uma solução amigável entre os condôminos. A ação de divisão judicial deve ser
evitada ao máximo.
* Se, porém, a coisa for juridicamente indivisível,o cond. pode se extinguir das
seguintes formas: a) um compra a parte do outro ou b) vende-se a casa, dividindo-se o
valor. Caso não seja possível uma solução amigável, procede-se à venda judicial da
coisa, repartindo-se o preço entre os condôminos.
Condomínios em paredes, cercas e muros * Esse cond. é necessário, pois não há
como acabar c ele. Enquanto as propriedades pertencerem a pessoas diferentes, os
muros divisórios formarão condomínio.
IX – CONDOMÍNIO EDILÍCIO – arts. 1.331 a 1.358, CC * Os edifícios de aptos
apareceram como uma alternativa p o problema do déficit habitacional. O edifício
promove um melhor aproveitamento do solo, pois mais famílias ocupam o mesmo
espaço. Em contrapartida, os edifícios impedem a circulação do ar. Existem tb os
edifícios comerciais. * Essa matéria era tratada em lei especial e agora foi trazida ao
CC. A nomenclatura utilizada (“condomínio edilício”) é inadequada, pois não conduz c a
tradição do direito brasileiro. Antes, falava-se de prop. Horizontal ou cond. em edifício.
Diz-se q Edil seria um magistrado romano responsável pelas construções. * O
legislador cometeu um gde equívoco na introdução da matéria, ao dizer (art. 1331) q
“pode” haver partes comuns e exclusivas. Não só pode como deve haver.
Diferenças entre o Condomínio Geral e o Edilício * No cond. geral, 1. cada
condômino tem um quinhão ou fração ideal do todo. 2. Por ser um estado anormal da
propriedade e por ser fonte permanente de brigas, o cond. geral tende a ser transitório.
3. Nenhum condômino pode ceder a terceiros a posse, o uso e o gozo da coisa sem o
consentimento dos demais. 4. O cond. de coisa indivisível, se quiser vende-la, deve dar
direito de preferência aos demais. * No cond. edilício, 1. o condômino é proprietário
exclusivo da unidade autônoma (apto, sala, garagem). Alem disso, tem uma fração
ideal das áreas comuns do edifício. A unidade autônoma está ligada umbilicalmente à
fração ideal. Uma segue a outra. 2. Por sua própria natureza, é permanente.
Dificilmente irá se extinguir. 3. Cada condômino pode ceder o uso e gozo a quem
quiser, independentemente dos demais. 4. Pode-se, tb, alienar livremente a prop. (art.
1335,I).
Natureza Jurídica * Alguns diziam q era uma sociedade. Mas, esta possui
personalidade jurídica própria e o cond. edilício não a tem. Fala-se q o cond. tem
personalidade jurídica anômala. * Outros dizem q o cond. seria uma comunhão. Porem,
esta não o explica integralmente. * Para Caio Mário, com a concordância de Orlando
Gomes, transferindo a combinação química p a área jurídica, o cond. seria a
combinação de dois elementos: a propriedade (unidade autônoma) e co-propriedade
(áreas comuns). A natureza jurídica do cond. edilício, segundo Caio Mario, seria a fusão
entre propriedade e co-propriedade. Essa definição é inatacável e defendida por vários
juristas.
Breve notícia histórica do instituto no Brasil * Não foi abordado pelo CC/16, pq
ainda não ocorria na pratica. Um decreto de 1928 regulou a matéria ate a década de
60, de forma insuficiente. Em 1964, Caio Mario, principal colaborador do Ministro da
Justiça da época, elaborou um anteprojeto sobre cond. e incorporações. Para o prof., o
NCC revogou a parte geral desta Lei, ao dispor sobre cond. edilício.
Instituição do Condomínio Edilício * O CC dispõe que o cond. pode ser instituído por
ato inter vivos ou por testamento. A hipótese do testamento é remota, de difícil
ocorrência. A forma mais usual será por ato inter vivos. Dentre esses, há a
incorporação imobiliária (venda de unidades condominiais, por construtoras). Outra
forma é a construção de um imóvel por amigos ou familiares p usufruto comum. Essa
construção sai por um preço menor. Há pequenas construtoras q não lançam a
incorporação imobiliária, acarretando problemas na hora do registro.
Convenção de Condomínio e Regimento Interno * A convenção de cond. é um
documento essencial à vida condominial, que deve ser levado a registro. A aprovação
se dá por 2/3 das frações ideais. Surge a questão da natureza jur. da convenção de
cond. Desde q regularmente votada e levada a registro no Cartório de Registro de
Imóveis, a convenção vale contra todos, inclusive contra os futuros condôminos. Por
esse motivo, não é um contrato, pois mesmo quem não assina é obrigado. A convenção
tem natureza de ato normativo: é a lei interna do cond. * Surge uma questão: quando
termos da convenção contrariar a lei, qual deve prevalecer? Para o prof. tem q
prevalecer a lei, e não a cláusula da convenção. * A convenção tem q discriminar todas
as áreas comuns, enumerar as unidades condominiais, estabelecer os quoruns das
assembléias gerais, estabelecer remuneração ou não do síndico. * Ao lado da
convenção, pode existir o regimento interno, q trata das questões miúdas do cotidiano e
de outras regras de convivência. O regimento pode estar em documento apartado ou
contido na própria convenção. * Todos os condôminos têm q contribuir c as despesas,
relativamente à fração ideal de cada um. O condômino q não paga sofre com os juros
moratórios de 1% e multa de até 2% da taxa de cond. Se o condômino reiteradamente
não paga, os juros podem atingir ate 5x o valor da taxa. * O cond. pode estabelecer um
seguro individual, apenas da sua unidade. Já o seguro do cond. como um todo é
obrigat. * Com relação ao cargo de síndico, existem pequenos prédios q estabelecem
um sindico por ano, por meio de rodízio. A lei determina, porem, que haja eleição. O
sindico que sai deve prestar contas. Sua função é gerir despesas e arrecadações.
Dependerá da convenção se a atividade do síndico será remunerada ou não. A
convenção pode, inclusive, liberar p q terceiro seja síndico, como empregado do cond.
O sindico é o “poder executivo” do prédio.
Obras * Pelo CC, se as obras forem voluptuárias, pelo menos 2/3 dos condôminos tem
que aprova-las. Se for obra útil, a maioria deve aprova-las. Em caso de obra
necessária, em princípio, o sindico tem direito de libera-la. Se a obra necessária for por
demais onerosa, o sindico deve convocar assembléia p q a maioria aprove a obra.
Assembléia Geral * É o “poder legislativo” do condomínio. A Assembléia Geral
Ordinária, colhe as contas do síndico e as aprova; estabelece a taxa de cond.
(orçamento); elege novo síndico, se for o caso. Em prédios pequenos, porém, prevalece
a informalidade. A AGO deve ser anual. A AGE não tem número mínimo ou máximo. Irá
tratar de fatos excepcionais q dependam da deliberação dos condôminos. Pode ser
convocada pelo síndico ou por ¼ dos condôminos, em caso de omissão do síndico. Os
condôminos podem destituir o síndico, dependendo do q for deliberado.
Extinção do Condomínio * O cond. edilício tem a característica de permanência. É
rara a sua extinção. As hipóteses são: aquisição por uma mesma pessoa de todas as
unidades do prédio, tornando-se propriedade exclusiva; desapropriação (prédios
comerciais); destituição do prédio (terremotos, incêndios). Neste ultimo caso, o cond. só
existira sobre o lote.

X – POSSE * SAVIGNY: “Posse é o poder de dispor fisicamente de uma coisa com a


vontade de tê-la p si e de defende-la contra intervenção de terceiros”. O termo dispor é
utilizado como o poder de ter a coisa consigo, à sua disposição, sob seu poder. O
primeiro passo p a posse é ter a coisa consigo. Mas isso não basta: deve haver a
vontade de ter a coisa para si. * São dois os elementos do conceito de Savigny:
objetivo (ter a coisa consigo) e subjetivo (vontade de ter a coisa p si). Se presentes os
dois elementos, haverá posse. Para Savigny, o locatário não tem posse, pois não está
presente o elemento subjetivo. Não se pode ter a vontade de dono se já se reconheceu
(no contrato) q outro é o dono. A vontade não é a da linguagem comum. É a vontade
jurídica, como a do possuidor no usucapião. “Possuir como seu” é a expressão da
vontade de dono.
* Todos os autores afirmam q a posse não se confunde c a detenção. Isso pq ambas
são muito assemelhadas, mas apenas a posse é tutelada pelo direito. O direito nega
proteção à detenção. * Diz-se q a detenção tb é o poder de ter a coisa consigo, porem
falta-lhe a vontade de dono (elem. subj). Ex.: o empregado q cuida de uma fazenda
detém a coisa, mas não a possui. Apenas o fazendeiro pode propor a ação
possessória. Equações: * P = C + A, sendo P: Posse; C: Corpus – poder de dispor
fisicamente de uma coisa; A: animus domini – vontade de ter a coisa p si * D = C + A,
sendo D: Detenção; C: Corpus; A: animus ren silei labendi – vontade de ter a coisa em
nome de terceiro *IHERING: Afirma ser subjetivista a teoria de Savigny e, em
contrapartida, propõe uma teoria objetivista. A teoria de Savigny, de fato, está baseada
na vontade. Para Ihering, a teoria de Savigny possui apenas um valor histórico, que
reavivou o interesse p o estudo da posse. * Para Ihering, os institutos da posse e prop.
se distinguem pq a posse é o poder de fato sobre a coisa. Já a prop. é um poder de
direito sobre a coisa. O poder jurídico se apóia em um documento público, oficial, q é a
certidão do cartório de registro de imóveis. Afirma q o proprietário não é visto como tal
só pelo fato de ser proprietário. Vê-se o proprietário como tal qdo ele pratica atos de
prop. sobre a coisa. Estes atos revelam o possuidor da coisa. Quem pratica atos de
proprietário pode ser (na maioria das vezes) ou não proprietário. Tem a posse quem
pratica esses atos.
* Ihering: “Posse é a exteriorização da propriedade ou a visibilidade do domínio”
“Dizer q a posse é a exteriorização da prop. ou a visibilidade do domínio é resumir em
uma única frase toda a teoria possessória” (Ihering)
* Quem mostra aos olhos dos outros q é proprietário, tem a posse. Quem torna a prop.
visível é o possuidor, seja este o proprietário ou não. Quem dá a destinação econômica
à coisa, praticando os atos de proprietário, é o possuidor.
* Quem exerce efetivamente a prop. tem a posse, sendo ou não proprietário da coisa.
Na maioria das vezes o é. * A diferença entre posse e detenção, para Ihering, não é
dada aprioristicamente; é dada pela legislação que adotar o seu conceito. A lei dirá
quem é possuidor e quem é detentor.
O Novo Código Civil Brasileiro * ONCC melhorou o tratamento da posse. O conceito
de possuidor esta no art. 1.196 e o de detentor no art. 1.198. * O conceito do CCB é o
conceito de Ihering. A prova disso esta no afastamento de algumas pessoas, pelo
legislador, da ordem possessória, classificando-as como detentoras (art. 1.198). Mesmo
que a pessoa exerça de fato a prop., ela não terá a posse, se estiver numa relação de
dependência c referência ao outro. Será mero detentor, não tutelado pela ordem
jurídica. O detentor não pode propor ação possessória. * Bevilaqua pecou ao afirmar
que o legislador brasileiro abraçou por completo as idéias de Ihering. No que tange ao
conceito de posse é verdade. Mas no instituto do usucapião, p. ex., a idéia de Savigny
se faz presente, por afirmar q a pessoa “deve possuir como sua a coisa”.
Natureza Jurídica * É uma discussão antiga, q vem desde o D. Romano. P/ Paulo,
jurista romano, a posse seria um fato. Já p/ Papiano, a posse seria um direito. Savigny
tem uma posição intermediária. Afirma q a posse, isoladamente, seria um fato, mas por
produzir efeitos jurídicos, seria semelhante a um dir. Paulo – fato / Savigny –
fato/direito / Papiano – direito * No dir. moderno, encontramos as três posições.
Poucos são os q ainda defendem a posse como um mero fato, caso de Silvio
Rodrigues. São poucos pq essa tese não se coaduna c o direito, haja vista q a posse
produz efeitos jurídicos. * A tese de Savigny fica “em cima do muro”, não respondendo
satisfatoriamente à nat. jurid. da posse. * Por último, há os q defendem a posse como
um direito, caso de Ihering. Posse é dir. pq o interesse q dela decorre é protegido pela
lei. A grande maioria dos doutrinadores brasileiros defende a posse como um dir. No
NCC, o art. 1.206 sustenta essa tese, ao admitir a transferência da posse de uma
pessoa p outra (seja por ato inter vivos, seja mortis causa). Apenas um dir. pode ser
transmitido, nunca um fato.
Que direito é a posse? 1) direito pessoal (obrigacional) - Savigny 2) direito de
natureza especial - Bevilaqua 3) direito real * A posse seria um dir. pessoal pq o dir.
protege a pessoa do possuidor. É a tese defendida por Savigny. * Para Beviláqua,
seria um direito especial, ora se assemelhando a um dir. pessoal, ora se assemelhando
a um dir. real. * Ihering não declara categoricamente q a posse é um dir. real, mas q
faz parte dos dir. das coisas. P/ o prof. a posse é um dir. real pq dotada das
características dos dir. reais. * O CCB tratou da posse no dir. das coisas, mas não teve
a ousadia de incluí-la no rol dos dir. reais.
Breve Notícia Histórica * A ação possessória nasceu do imperialismo romano.
Possessiones eram terras entregues aos cidadãos romanos, pelo governo, a título
precário. Como não eram proprietários, não poderiam propor ação reivindicatória. O
governo cria, então, uma ação específica p proteger esses cidadãos: ação possessória.
Essa explicação foi dada por Savigny. * Segundo Ihering, no direito Romano, quando
se disputava a posse de algo, as pessoas compareciam perante o pretor, que
entregava o bem arbitrariamente a uma delas. Em posterior fase, antes de entrar com
ação reivindicatória, deveria haver procedimento preliminar. A possessória teria surgido
como uma ação preparatória à reivindicatória, ganhando vida própria posterior.
Fundamento da Proteção Possessória * Pq existe a proteção possessória? Carvalho
Santos afirma existir mais de 100 teorias sobre o assunto * SAVIGNY: a proteção
possessória existe em função da pessoa do possuidor. * IHERING: se o intuito é a
proteção de uma pessoa, essa proteção deveria, então, ser estendida ao detentor, q tb
é uma pessoa. E isso não ocorre na prática. Em virtude dessa contradição, Ihering
defendeu q a posse é o complemento da propriedade. * Do ponto de vista econômico,
não há como pensar a prop. sem a posse. Mas há posse sem prop. Prop. sem posse
seria como “ter um tesouro sem ter a chave p abri-lo”. Através da posse é que se dá o
conteúdo econômico da prop. * A regra geral é q o proprietário tenha a posse. Em
casos excepcionais isso pode não acontecer. A ação possessória existe, em última
instância, não por causa da posse propriamente dita, mas por causa da prop. Via de
regra, quem ajuíza a ação possessória é o proprietário. * Se a ação possessória for
ajuizada dentro de 1 ano e 1 dia após a violência contra a posse, pode-se obter uma
liminar, que ensejará a volta p a posse, até ulterior decisão judicial. * Se o proprietário
for tb possuidor, e a violência tiver ocorrido há menos de 1 ano e 1 dia, o advogado
deve ajuizar uma ação possessória, com pedido de liminar, em preferência à ação
reivindicatória. * Em casos excepcionais, o simples possuidor pode entrar c a ação
possessória. Esta é a guarda avançada da prop. O proprietário q perder a possessória
pode ajuizar a reivindicat. * Permitir, em casos especiais, o ajuizamento da possessória
pelo não proprietário vale a pena pelo “custo X benefício”. Corre-se o risco de ladrões
ajuizarem a possessória.
* P/ o prof. o entendimento de Ihering é o mais ajustado à nossa pratica judicial.
Classificação da Posse * O conceito de posse é unitário e a classificação é feita por
dois motivos: 1. motivo didático e 2. legislador estabelece diferentes denominações e
dá a elas conseqüências diversas. a) Posse DIRETA e INDIRETA – art. 1.197, CC *
OBS: – Não é uma criação originária do dir. brasileiro, pois já havia aparecido nos
Códigos alemão e suíço. – Essa denominação tem o mesmo sentido de posse
MEDIATA e IMEDIATA e de posse ORIGINÁRIA e DERIVADA * O CC dispõe que a
posse direta não anula a posse indireta. Uma pode coexistir harmonicamente c a outra.
A posse pode se originar em dir, pessoal e em dir. real. Na locação (dir. pessoal), o
locador tem a PD e o locatário, a PI. O mesmo ocorre no comodato (comodatário – PD/
comodante – PI) e no depósito (depositário – PD/ depositante – PI). Como ex. de dir.
real temos o usufruto, em q o usufrutuário tem a posse direta e o nu proprietário a
posse indireta. Importante salientar q o usufrutuário tem dir. de uso e gozo sobre a
coisa. Se o usufrutuário alugar a coisa, será, numa 2ª relação jurídica, possuidor
indireto. * A PD é sempre de quem usa a coisa. A PI decorre de um contrato (ou d.
real) em q se cede o uso da coisa a terceiros. * Essa classificação não está de acordo
com a teoria de Savigny (p ele o locatário não tem posse, vez q não quer a coisa p si.
Não há PD). Tb não está de acordo c a teoria de Ihering, pois, p ele, possuidor é o q
efetivamente exerce a posse. Não haveria, então, PI. * O legislador adotou essa
classificação por motivo de política legislativa. Ele não esta adstrito às teorias
doutrinárias. Essa política foi adotada p ampliar a possibilidade de defesa da posse.
Tanto o possuidor direto, qto o possuidor indireto podem defender a posse * direito
pessoal – locação / comodato / depósito Direito real – usufruto / penhor (credor e
devedor pignoratício) * A PD se caracteriza por ser derivada, geralmente do
proprietário, e por ser temporária, limitada no tempo. * Qdo o proprietário tem a posse
da coisa q lhe pertence, não há q se qualificar a posse. Diz-se apenas que o
proprietário é tb possuidor. b) Posse JUSTA e INJUSTA – art. 1.200, CC * É justa a
posse q não seja violenta, clandestina ou precária. Este é um conceito negativo. Como
conseqüência, injusta é a posse violenta, clandestina ou precária. * A violência não é
só a física, mas tb a moral. A clandestinidade ocorre qdo a posse se instala de forma
escondida, oculta. A posse clandestina se opõe à posse pública. Pelo vício da
precariedade, a pessoa se recusa a devolver alguma coisa, qdo tem a obrigação de
faze-lo. c) Posse de BOA-FÉ e de MÁ-FÉ – art. 1.201, CC * É de boa-fé qdo o
possuidor ignora o vício ou o obstáculo impeditivo da aquisição da posse. Na posse de
má-fé, o possuidor tem conhecimento acerca desse vício ou obstáculo. * Essa
classificação é importante p a análise de alguns efeitos da posse. O legislador apenas
se refere a possuidor qdo da legitimação ativa p a possessória. Dessa forma, o
possuidor de má-fé tb tem o direito de ajuizar a possessória. A classificação vai
importar, p.ex., em caso de benfeitoria e de percepção de frutos. * Reconhecendo a
dificuldade da prova da posse de boa-fé, o legislador estabeleceu essa presunção legal
em favor daquele q tem justo título. Se possui justo título, presume-se estar de boa-fé.
* Uma posse q se inicia de boa-fé pode se transformar em posse de má-fé. O contrário,
porém não pode ocorrer. Estabelecer o momento dessa transformação é importante
(como no caso das benfeitorias). * Para estabelecer o momento da transformação de
boa-fé em má-fé, a jurisprudência se dividiu em três correntes: 1. a má-fé se forma qdo
se ajuíza ação contra o possuidor; 2. qdo o possuidor é citado; 3. qdo o possuidor
contesta a ação. A jurisprudência se dividiu dessa forma pq a regra do art. 1.202 não é
boa. Como saber as circunstâncias? P/ o prof., a má fé pode se estabelecer mesmo
antes do ajuizamento ou pode nem se estabelecer após esse ajuizamento. Se for p
optar por uma corrente, a melhor seria a menos gravosa, qual seja, a da contestação. *
Justo título é o documento hábil a iniciar o processo de transferência da prop.,mas que
não o faz por haver um vício.
d) Posse NOVA e VELHA – art. 924, CPC * Essa classificação está prevista no CPC.
Posse nova é aquela de até 1ano e 1 dia. Posse velha é aquela de mais de 1 ano e 1
dia. Diz-se que esse prazo se liga à plantação e colheita. P/ o prof., esse prazo,
estabelecido no d. romano, é arbitrário. * Essa classificação é importante p saber do
cabimento ou não de medida liminar contra o possuidor. Se a invasão tiver ocorrido há
mais de 1 ano e 1 dia, não caberá medida liminar.
* A gde vantagem da possessória é a medida liminar. Se essa não mais caber, a ação
reivindicatória é a melhor via. e) Posse “AD INTERDICTA” e “AD USUCAPIONEM” *
Ad interdicta é a posse q dá ao cidadão o direito de ajuizar a possessória. Ad
usucapionem é a posse q tb dá o direito à ação de usucapião. O locatário, p. ex., tem
posse ad interdicta, pois pode ajuizar possessória (PD). Não tem, entretanto, posse ad
usucapionem. O locatário não pode requerer ação de usucapião enquanto estiver em
tal posição. f) Posse “IUS POSSIDENDI” e “IUS POSSESSIONIS” * Ius possidenti é o
dir. à posse nascido do dir. de prop. Ius possessionis é o dir. à posse nascido só e da
própria posse. Na ação possessória, não adianta o réu comparecer e dizer q é o
proprietário. Nela não se pode alegar prop. ou qq outro dir. sobre a coisa. Interessa,
prioritariamente, o ius possessionis. g) Posse EXCLUSIVA e COMPOSSE – art. 1.199,
CC * Normalmente, cada coisa tem um possuidor e a posse de um exclui a posse dos
outros. Há casos, contudo, em q duas ou mais pessoas exercem a posse sobre a
mesma coisa. É o instituto da composse, equivalente ao condomínio no dir. de
propriedade. Na composse, um possuidor não pode ignorar a posse do outro.
Objeto da Posse 1) Coisas Corpóreas: são aquelas q podem ser tocadas pelo
homem. São excluídas as coisas fora do comércio, como os bens públicos. Estes não
podem ser alvo de posse, nem, portanto, de usucapião. 2) Direitos Reais: servidão
(tem-se a posse da servidão, mas não o seu título), p.ex. 3) Direitos Pessoais: ?. Há
divergência. A discussão, no Brasil, vem desde o séc. XIX. Rui Barbosa popôs uma
possessória p reintegrar professores demitidos. A ação foi julgada improcedente. Mas o
q vem a ser dir. pessoal? Se for direito da personalidade, não caberá possessória.
Primeiro pq tais direitos não são alvo de posse. Segundo pq existem ações eficazes p
protege-los. Se for dir. obrigacional, a posse existirá, haja vista o disposto no art. 1.197.
Aquisição da Posse * O legislador de 1916 quis enumerar as formas de aquisição da
posse, mas o fez de forma incompleta. * O art. 1.204 do NCC, deu melhor solução ao
caso. “Adquire-se a posse (...)”. * Já o art. 1.205, I, constatou o obvio ululante. Esse
inciso não tem razão de ser; é totalmente desnecessário e ocioso. O inciso II trata do
instituto da gestão de negócios, q já é disposto em outra parte do Código. Tal inciso é tb
desnecessário. * Em caso de gestão de negócios, a posse não se inicia pela efetiva
participação do gerido. O art. 873 dispõe q a sua ratificação faz retroagir o prazo p início
da gestão.
Transmissão de Posse * A posse pode ser transmitida não só em virtude da morte,
mas tb por ato inter vivos. A posse é um dir., já q os dir. podem ser transmitidos. Ela
pode ser objeto de um contrato de compra e venda, p.ex. Os arts. 1.206 e 1.207 tratam
da transmissão da posse. * Com o art. 1.206, o legislador quer dizer, q o herdeiro terá
a posse c as mesmas características (justa/injusta, boa-fé/má-fé) q a tinha o falecido. *
art. 1.207 – o sucessor a título universal continua (ex: sucessão hereditária) – ao
sucessor a titulo singular é facultado (ex: compra e venda; doação) * O sucessor a
titulo singular pode contar a posse a partir do zero ou pode optar por continuar a posse
anterior. Esta última opção seria vantajosa em caso de usucapião extraordinário, em q
não importa ser de boa-fé ou má-fé a posse.
Obstáculos à Aquisição da Posse * As situações q impedem a aquisição da posse
estão no art. 1.208, CC. a) não induzem posse os atos de mera permissão ou
tolerância. Essa questão é importante p o caso de ação possessória. O réu tem q
provar a sua permissão. O juiz, então, irá julgar se havia ou não permis. * A permissão
seria o consentimento expresso e a tolerância seria o consentimento tácito. Se houve
permissão ou tolerância, não há posse. Havendo posse, não há permissão ou
tolerância. b) não autorizam a aquisição da posse os atos violentos ou clandestinos. *
Há uma ressalva: a posse é adquirida qdo da cessação da violência ou da
clandestinidade. Esses vícios são sanáveis pela sua cessação. Essa regra está em
vários códigos civis. P/ o d. romano, o q começou vicioso não se convalesce pelo
decurso do tempo.
* O art. 1.208 não dispôs do outro vício, qual seja, a precariedade. Isso pq este é um
vicio insanável, incorrigível. A maneira de corrigir a precariedade é devolver a coisa ao
proprietário. Mas se a coisa for devolvida, não haverá mais posse.
Extensão da Posse – art. 1.209, CC * Presume-se a posse dos bens móveis q estão
no imóvel de q realmente se tem a posse. Essa presunção admite prova em contrario e
é conseqüência do princípio de q “o acessório segue a sorte do principal.”
Perda da Posse * Perde-se a posse qdo cessa o poder q o possuidor tinha sobre a
coisa. Pela regra geral, o legislador resolveu o problema. Cabe a doutrina explicitar os
casos de perda da posse.
Efeitos da Posse – arts. 1.210 a 1.222, CC
* Qto aos efeitos da posse, as opiniões são as mais radicais possíveis. Um jurista
chamado Tápia arrolou 72 efeitos p a posse. Outro jurista afirmou não ter nenhum efeito
a posse. Para Savigny, a posse produz dois efeitos: 1. dir. de usucapião e 2. proteção
possessória. P Ihering, há apenas um efeito: a presunção de prop. * Ao se fazer uma
média de opinião da doutrina brasileira, seriam quatro os efeitos da posse: a) usucapião
b) proteção possessória c) percepção de frutos d) indenização por benfeitorias * O
legislador brasileiro, porém, não fala sobre o usucapião nos efeitos da posse. É uma
posição acertada, pq são exigidos outros requisitos p o usucapião além da posse. Agiu
corretamente o legislador brasileiro e, portanto, os efeitos seriam apenas três: a)
proteção possessória, b) percepção de frutos, c) indenização por benfeitorias. a)
Proteção Possessória * É o mais importante efeito produzido pela posse. O possuidor, p
defender seu dir., pode se valer não apenas de medidas judiciais, mas tb da legítima
defesa da posse. A proteção possessória é dada ao possuidor, sem que se lhe dê qq
qualificação. Basta a posse p q haja proteção possessória. * A proteção possessória é
tratada em dois níveis: judicial e pessoal. * As ações judiciais, chamadas possessórias,
têm origem nos interditos possessórios do d. romano. Interdito significa proibido. No d.
romano, havia, basicamente, três interditos: adipiscendae possessionis (dava o dir. de
entrar na posse); retinendae possessionis (qdo a posse é prejudicada, incomodada);
recuperandae possessionis (qdo o verdadeiro possuidor queria recuperar a posse
esbulhada). A atual ação de reintegração de posse coincide com esse terceiro interdito
romano. * “Ação possessória é aquela q se fundamenta na posse, com o objetivo de
protegê-la” (Savigny) * Segundo Serpa Lopes, todas as ações possessórias encontram
seu carácter em “quadrinho: caráter preventivo (ex: interdito proibitório), normalizador
(manutenção de posse), recuperativo (reintegração de posse). * Dentro desse quadro
estão todas as ações genuinamente possessórias. Nenhum outro dir., q não a posse, é
protegido por essas ações. * Ação possessória não se confunde c ação petitória. Esta
tem por objetivo a proteção do dir. de propr. A reivindicatória é uma ação petitória. Essa
separação é feita desde o d. romano. “Separata esse debet possessio a proprietate”. “A
posse deve ser separada da prop.” (Ulpiano) * O antigo e o NCC dispõem q não obsta a
manutenção ou reintegração de posse a alegação de prop. ou de qq outro dir. sobre a
coisa. Na ação possessória, disputa-se a posse, não importando a alegação de dir. de
prop. Na defesa de uma possessória, pode ser alegada a prop., mas esse dado não
importa. * O Código anterior estabelecia a exceção de domínio, pela qual era possível
discutir prop. nas ações possessórias, em casos excepcionais. Era um artigo muito
polêmico. O NCC o aboliu.
* O CPC, nos arts. 920 a 922, trata da ação possessória. São três os pontos
importantes: 1º) o ajuizamento de uma ação possessória por outra não impede q o juiz
conheça do pedido, desde q presentes os requisitos da ação (art. 920)
2º) na ação possessória, o autor pode requerer cumulativamente, além do pedido
possessório, indenização por perdas e danos, cominação de multa no caso de
descumprimento da decisão, desfazimento de construção ou plantação (art.921)
3º) na ação possessória, o réu pode se defender alegando q ele próprio está sendo
turbado, esbulhado ou prejudicado. Isso pode ser alegado na contestação, não sendo
necessária a reconvenção. A ação possessória tem caráter dúplice.

Quais são as ações possessórias?


* Existem três ações genuinamente possessórias, q só servem p proteger a posse. São
elas: 1) Ação de MANUTENÇÃO DE POSSE – art. 1.210, CC e arts 926 a 931, CPC *
O possuidor tem o dir. de ser mantido na posse, em caso de turbação, q significa
qualquer incômodo ou prejuízo ao exercício da posse. Um exemplo é a retirada de um
fruto do vizinho.
2) Ação de REINTEGRAÇÃO DE POSSE – art. 1.210, CC e arts. 926 a 931, CPC
* O possuidor tem o dir. de reintegrar-se na posse, em caso de esbulho, que é a
invasão ou tomada da posse. A vantagem desta ação e da manutenção de posse é a
possibilidade de medida liminar, qdo o tempo de posse for inferior a 1 ano e 1 dia. A
ação possessória é geralmente manejada qdo possível essa liminar. O autor tem q
provar: a) a posse; b) o esbulho ou turbação; c) data do esbulho ou turbação; d) se
continua na posse ou se perdeu a posse. Presentes essas provas, o juiz pode desde
logo deferir a liminar, antes mesmo de citar o réu. Se não estiverem presentes, o juiz
cita o réu p a audiência de justificação
3) Ação de INTERDITO PROIBITÓRIO – art. 1.210, CC e arts. 932 e 933, CPC
* Essa expressão é pleonástica, pq interdito já significa proibido. A ação é possível qdo
houver justo receio de ser molestado. O juiz cita o réu, determinando q ele não
concretize a violência à posse, sob pena de multa. Se ainda assim a ordem for
descumprida, o interdito proibido pode se transformar em manutenção ou reintegração
de posse. O juiz pode, inclusive, determinar liminarmente a reintegração da posse. *
Essas três ações só existem p a defesa da posse, sendo por isso ações exclusivamente
possessórias. Existem ações outras, porém, q não são somente possessórias. São
elas:
4) Ação de NUNCIAÇÃO DE OBRA NOVA – art. 934, CPC
* É uma ação de embargo (paralisação) de obra nova, seja pq esta esteja invadindo
propriedade alheia, seja pq a janela esteja a menos de 1,5 m da outra propriedade.
Essa ação pode ser manejada pelo proprietário ou pelo simples possuidor. Neste último
caso, a ação seria possessória.
5) EMBARGOS DE TERCEIRO – art. 1.046, CPC
* Ocorre embargo de terceiro qdo a coisa de alguém (estranho à relação) esta sendo
penhorada. Os embargos podem ser propostos pelo proprietário ou pelo possuidor da
coisa.
6) Ação de IMISSÃO NA POSSE
* Pelo CPC de 1939 esta ação era cabível p q o proprietário tivesse a posse. Foram
feitas críticas qto à natureza possessória da ação, haja vista q se fazia necessária a
prova da prop. O CPC de 1973 retiriou a ação de imissão na posse do rol das ações
possessórias. Alguns autores pregaram o desaparecimento da ação, sendo essa
posição equivocada. A ação de imissão na posse perdura, não como a ação
possessória, mas como ação petitória, q obedece ao rito ordinário.
* Arts. 1.210, § 1º, CC
* Pelo § 1º do art. 1.210 do CC, tem-se q o possuidor turbado ou esbulhado em sua posse pode,
ainda, promover sua defesa por sua própria força, desde q empregados moderadamente os meios
de defesa e desde que seja feita logo. São dois aspectos nesse artigo a serem comentados: 1) a
expressão “por sua própria força” dá a idéia da defesa solitária pelo possuidor. Mas o que o
legislador quer é que o possuidor esteja presente e comande a reação ao ataque que está sendo
feito. 2) ao usar o advérbio “logo”, surge uma questão: até qdo a defesa é legitima? A palavra
logo tem uma dimensão maior no tempo, haja vista que substituiu a expressão “modo continuo”.
Se passar muito tempo, é obvio, a auto-defesa não poderá ser utilizada, sob pena de se
caracterizar vingança privada. Isso pq o possuidor tem todas aquelas outras ações. O juiz criminal
é que ira decidir no caso concreto.
* O disposto neste artigo (auto-defesa) é alegado em ação criminal, pois pode ser que o
possuidor exceda em sua defesa (lesões corporais, tentativa de homicídio).
* O legislador brasileiro apresentou um sistema de defesa da posse dos mais
completos. Qualquer possuidor pode se utilizar desse sistema.
b) Percepção de Frutos
* Fruto é a coisa produzida por outra, sem alterar ou diminuir a coisa principal. Um
exemplo de fruto é o aluguel (fruto civil). O fruto tem algo em comum c o produto, mas
não se confundem. Ambos são acessórios, porem o produto implica alteração ou
diminuição da coisa principal. Um ex. é a pedra extraída da mina (“minério não dá duas
safras”).
* Os frutos são classificados em: pendentes (não foram ainda separados da coisa
principal), percebidos (já colhidos) ou percipiendos (já poderiam ter sido colhidos, mas
não o foram).
* Os frutos e produtos pertencem ao proprietário (art. 1.232). Essa é a regra geral, q só
não valerá qdo houver dispositivo expresso (e especifico) q confira o fruto ou produto a
outra pessoa.
* O possuidor de boa-fé tem o direito de ficar c os frutos percebidos, enquanto durar a
sua boa-fé. Essa é uma exceção à regra geral. O possuidor de má-fé responde pelos
frutos percebidos. Seu único direito é ser indenizado pelas despesas de produção e
custeio. O legislador apenas excepcionou os frutos, não os produtos. Então, tanto o
possuidor de boa-fé qto o de má-fé respondem pelos produtos.
* Pela perda ou deteriorização da coisa, o possuidor de boa-fé só responde se lhe der
causa. O possuidor de má-fé responde sempre, ainda que as causas sejam acidentais.
Ele só não responderá se conseguir provar q o mesmo ocorreria se a coisa estivesse c
o proprietário.
C) Indenização por Benfeitorias
* Benfeitorias são despesas feitas na coisa principal, c o objetivo de conservá-la,
melhora-la ou embelezá-la. Daí nascem as três categorias de benfeitorias: necessárias
(visam à conservação da coisa), úteis (otimizam a utilização da coisa) ou voluptuárias
(visam ao embelezamento da coisa).
* O possuidor de boa-fé tem três direitos: 1. de ser indenizado pelas benfeitorias
necessárias e úteis; 2. de retenção destas benfeitorias (permanece na posse até q seja
indenizado); 3. de retirar as benfeitorias voluptuárias, se for tecnicamente possível.
* O possuidor de má-fé só tem um direito: o de ser indenizado pelas benfeitorias
necessárias. Isso pq o proprietário da coisa tb teria essa despesa e não seria correto q
ele se locupletasse dessa despesa.
* As benfeitorias, importante frisar, para serem indenizadas têm q existir no momento
da evicção.
* As benfeitorias devem ser compensadas com os danos q o possuidor causou à coisa.
* O proprietário deve pagar, ao possuidor de boa-fé, o valor atual das benfeitorias,
avaliado por perícia. Em caso de possuidor de má-fé, o proprietário opta entre pagar o
valor de custo e pagar o valor atual das benfeitorias.
Efeitos da Posse – arts. 1.210 a 1.222, CC * Qto aos efeitos da posse, as opiniões
são as mais radicais possíveis. Um jurista chamado Tápia arrolou 72 efeitos p a posse.
Outro jurista afirmou não ter nenhum efeito a posse. Para Savigny, a posse produz dois
efeitos: 1. dir. de usucapião e 2. proteção possessória. P Ihering, há apenas um efeito:
a presunção de prop. * Ao se fazer uma média de opinião da doutrina brasileira, seriam
quatro os efeitos da posse:
a) usucapião b) proteção possessória c) percepção de frutos d) indenização por
benfeitorias * O legislador brasileiro, porém, não fala sobre o usucapião nos efeitos da
posse. É uma posição acertada, pq são exigidos outros requisitos p o usucapião além
da posse. Agiu corretamente o legislador brasileiro e, portanto, os efeitos seriam
apenas três: a) proteção possessória, b) percepção de frutos, c) indenização por
benfeitorias.
a) Proteção Possessória * É o mais importante efeito produzido pela posse. O
possuidor, p defender seu dir., pode se valer não apenas de medidas judiciais, mas tb
da legítima defesa da posse. A proteção possessória é dada ao possuidor, sem que se
lhe dê qq qualificação. Basta a posse p q haja proteção possessória. * A proteção
possessória é tratada em dois níveis: judicial e pessoal. * As ações judiciais, chamadas
possessórias, têm origem nos interditos possessórios do d. romano. Interdito significa
proibido. No d. romano, havia, basicamente, três interditos: adipiscendae possessionis
(dava o dir. de entrar na posse); retinendae possessionis (qdo a posse é prejudicada,
incomodada); recuperandae possessionis (qdo o verdadeiro possuidor queria recuperar
a posse esbulhada). A atual ação de reintegração de posse coincide com esse terceiro
interdito romano. * “Ação possessória é aquela q se fundamenta na posse, com o
objetivo de protegê-la” (Savigny) * Segundo Serpa Lopes, todas as ações possessórias
encontram seu carácter em “quadrinho: caráter preventivo (ex: interdito proibitório),
normalizador (manutenção de posse), recuperativo (reintegração de posse). * Dentro
desse quadro estão todas as ações genuinamente possessórias. Nenhum outro dir., q
não a posse, é protegido por essas ações. * Ação possessória não se confunde c ação
petitória. Esta tem por objetivo a proteção do dir. de propr. A reivindicatória é uma ação
petitória. Essa separação é feita desde o d. romano. “Separata esse debet possessio a
proprietate”. “A posse deve ser separada da prop.” (Ulpiano)
* O antigo e o NCC dispõem q não obsta a manutenção ou reintegração de posse a
alegação de prop. ou de qq outro dir. sobre a coisa. Na ação possessória, disputa-se a
posse, não importando a alegação de dir. de prop. Na defesa de uma possessória,
pode ser alegada a prop., mas esse dado não importa. * O Código anterior estabelecia
a exceção de domínio, pela qual era possível discutir prop. nas ações possessórias, em
casos excepcionais. Era um artigo muito polêmico. O NCC o aboliu. * O CPC, nos arts.
920 a 922, trata da ação possessória. São três os pontos importantes: 1º) o
ajuizamento de uma ação possessória por outra não impede q o juiz conheça do
pedido, desde q presentes os requisitos da ação (art. 920) 2º) na ação possessória, o
autor pode requerer cumulativamente, além do pedido possessório, indenização por
perdas e danos, cominação de multa no caso de descumprimento da decisão,
desfazimento de construção ou plantação (art.921) 3º) na ação possessória, o réu
pode se defender alegando q ele próprio está sendo turbado, esbulhado ou prejudicado.
Isso pode ser alegado na contestação, não sendo necessária a reconvenção. A ação
possessória tem caráter dúplice.
XI- Direitos reais sobre coisas alheias. O direito real pode recair sobre a própria
coisa, cabo da propriedade, ou sobre coisas alheias. Este se subdivide em três grupos.
1)direitos reais limitados de uso e gozo: “superfície”, servidões, usufruto e habitação.
2)direitos reais de garantia: penhor, anticrese, hipoteca e alienação fiduciária em
garantia 3)direito real de aquisição: promessa irrevogável de compra e venda ***Direito
de superfície Lei 10.257/01 O dir de superfície é uma novidade na legislação brasileira.
Surgiu um impasse, teria o CC revogado o estatuto da cidade na matéria de
superfície? P/ alguns sim, por ser o CC posterior. P/ outros não, por ser o estatuto lei
específica. Só q o estatuto da cidade trata de prazos determinado e indeterminados e o
CC só de prazos determinados. O instituto da superfície não foi tratado no CC/16.
Neste, haveria a enfiteuse (aforamento) q agora foi abolida. O dir de superfície surgiu
no dir moderno como forma de o Estado propiciar terrenos p/ o estabelecimento de
tavernas, continuando como proprietário o próprio estado. CONCEITO: Direito de
superf. É o dir real constituído sobre terreno alheio em favor do titular (superficiário)
para nele plantar ou construiir por tempo determinado. Este conceito é dado pela lei
civil. O dir de superf é um dir real pq a lei assim define. Tem os atributos da
oponibilidade erga omnes e do direito de seqüela, sendo mto mais forte q um dir
obrigacional. A tendência é q o arrendamento (dir obrigacional) seja substituído pelo dir
de superfície. Quem concede esse direito é o proprietário do terreno, onde haverá
construção ou plantação. A relação jurídica se dá entre o proprietário e o superficiário.
Constituída a superfície aparece o desdobramento da posse em direta (superficiário) e
indireta (propriet). Pode ser um dir gratuito ou oneroso. Se oneroso o contrato deve
estabelecer a forma de pgto. O contrato deve dizer a quem pertencerá os acrescidos no
terreno; se ao proprietário (pagando indenização), se ao superficiário. Exemplo de
superf é qdo um supermercado quer se estabelecer el um local mas o propriet não quer
vender o terreno. Uma saída é usar o dir de superf. MODOS: o dir de superf se constitui
através de escritura pub q deve ser levada a registro no cartório de registro de imóveis.
Com o registro nasce o ddir real. Esse é o principal modo de constituição do dir de
superf. A doutrina entende q é possível a constituição do dir de superf por usucapião. É
uma hipótese remota. CARACTERÍSTICAS: dir real imobiliário (só em terrenos);
temporário (háprazo determinado) ; transmissível (por ato inter vivos ou causa mortis)
**Direitos e obrigações do superficiário. O principal dir é o de planta ou construir.
Outro é o de usufruir da plantação ou constyrução. Outro, ainda, o de tranferir o dir por
ato inter vivos, sem q o proprietário lhe cobre qq quantia. Outro dir é a transmissão
causa mortis. O último dir é o de preferência nas mesmas condições, se o proprietário
quiser alienar o imóvel durante o prazo estabelecido. Essa alienação de q se trata é a
onerosa. A principal obrig é a de pagar na forma q o contrato determina, se for oneroso.
Outra obrig é a de conserva a coisa e paga impostos. È tb obrig dar preferência ao
propriet em caso de transferência da superf. EXTINÇÃO: a 1ª maneira é pelo termo de
sua duração. Outra maneira é a renuncia do dir de superf. Essa renuncia tem q ser
formalizada e averbada no cartório. A desapropriação tb extingue o dir de superf. A
indenização deve ser paga ao propriet e ao superficiário. O dir pode ser extinto pelo
descumprimento das obrig pelo superficiário. Para tanto deve ser proposta ação jud
cuja sentença será averbada no cartório. P/ q nasça o dir real sobre imóvel é a
necessidade de registrar no competente cartório. A exceção deve estar prevista de
forma expressa na lei. P/ bem móvel a regra é a necessidade de tradição. DIR DE
SERVIDÃO: No CC/16 as servidões eram chamadas servidões prediais. Essa
denominação se justificava pela existência, aquela época, de servidões pessoais( como
o uso) Estas últimas são, hoje, direitos reais autônomos. Servidão vem de servo, uma
vez que um imóvel passa a servir ao outro.CONCEITO: a servidão é um direito real
constituído em favor de um prédio, chamado dominante, sobre outro prédio, chamado
serviente, pertencentes a proprietários diversos e com o objetivo de trazer alguma
utilidade ao prédio dominante. Na servidão não há propriedade encravada, pois aí seria
o caso de passagem forçada. O imóvel tem saída, mas pode ser que o proprietário
deseje outra, mais curta, que passa pelo imóvel vizinho. Os proprietários negociarão a
servidão de passagem. ( = de trânsito) que será levada a registro em cartório.
CARACTERÍSTICAS: são várias, direito real: imobiliário (só recai sobre bens imóveis)
direito necessário ao direito de propriedade ( a conseqüência é q a servidão
acompanhe a propried). A servidão pressupõe dois imóveis (um que será beneficiado,
outro que será penalizado). Dir real sobre coisa alheia (ninguém pode ter servidão
sobre a própria coisa) servidão não se presume ( essa característica era prevista no
CC/16. Não e expressa no Novo CC, mas há um art. q dispõe: “ a propriedade se
presume plena”. O proprietário nada tem que provar, apenas quem alega o ônus real é
que deve faze-lo. Em caso de dúvida na existência da servidão, prevalece a plenitude
da propriedade. Servidão é indivisível (se quaisquer dos prédios forem divididos, o
direito de servidão não se altera. SERVIDÕES E DIREITOS DE VIZINHANÇA. Existem
muitas semelhanças, sendo alguns dir de vizinhança chamados servidões legais. São
diferenças: *a servidão é um dir real ao passo q o dir de vizinhança é uma limitação ao
dir de propried; *o dir de vizinhança nasce da lei e a servidão de contato; *as servidões
por nascerem de contrato são ilimitadas enquanto os direitos de vizinhança são
limitados (apenas os previstos em lei) SERVIDÕES E ATOS DE TOLERÂNCIA: se há
tolerância ou permissão do proprietário não há posse. Do mesmo modo não haverá
servidão. Na área rural existem mtos conflitos dessa natureza. É uma questão de prova
saber se houve posse da servidão ou mera permissão/tolerância do propriet.
CLASSIFICAÇÃO: 1) Servidão urbana e rural: leva em conta o pto geográfico da
localização da servidão se na cidade (urbana) ou no campo (rural). O tratamento é o
mesmo. 2) Servidão positiva e negativa: servidão positiva é qdo o propriet do prédio
dominate pratica atos no prédio serviente. A servidão é negativa qdo o propriet do
prédio serviente tem q se abster de atos. 3) Servidão contínua e descontínua: a
servidão contínua é a q independente de ato humano p/ o seu exercício (passagem de
água). A servidão descontínua depende de atividade humana (servidão de passagem)
4) Servidão aparente e não aparente: aparente é a servidão visível(servidão de
passagem com construção de estrada). Não aparente é a servidão não vista (servidão
na rede de esgoto) A importância dessa classificação é q apenas a servidão aparente
pode ser usucapida. Isso pq a posse é a exteriorização do domínio e apenas com
posse pode haver usucapião. A servidão não aparente só pode ser adquirida por
registro. Toda servidão negativa é não aparente, mas nem toda servidão não aparente
é negativa (servidão de passagem sem área demarcada)
CONSTITUIÇÃO: nasce normalmente de atos de vontade. E atos bilaterais (contratos)
q devem ser levados a registro. Mas tb pode nascer de atos unilaterais como no
testamento ou servidão por destinação do proprietário ou do pai de família. Este último
não é previsto em lei mas admitido na doutrina e na jurisprudência. São 3 os requisitos
p/ q essa servidão se constitua: *seja a servidão aparente; *q a propriedade antes
pertencente a uma pessoa só passe a pertencer a duas; *q não haja cláusula na
escritura contrária à servidão. Para se adquirir por usucapião é necessário q a servidão
seja aparente e q sejam obedecidos os prazos legais. Sentença de ação de divisão q
pressupõe condomínio pode constituir servidão. O juiz deve procurar ser o mais justo
possível na ação de divisão e para tanto, pode se utilizar da servidão. CONSTITUIÇÃO
1)atos voluntários a)unilateral→testamento / servidão por dest
b)bilateral: contrato ( escritura pub) ou registro 2)usucapião 3)sentença (ação de
divisão) EXERCÍCIO: é fonte de brigas. Por isso o legislador estabeleceu algumas
regras. São elas: ** o proprietário do prédio dominante tem o direito de construir
visando ao uso e à conservação da servidão; ** o proprietário do prédio serviente tem q
respeitar o uso regular; ** na servidão de trânsito a de maior ônus inclui a menos
onerosa (se pode passar de caminhão, pode passar de carro) e a de menor ônus exclui
a de maior; ** o propriet do prédio serviente tem o dir de mudar o local da servidão
desde q arque com os custos da mudança e desde q não atrapalhe o propriet do prédio
dominante. Ele tb pode mudar o local da servidão observadas as mesmas ressalvas.
AÇÕES JUDICIAIS: 1)ação ordinária confessória de servidão: vai surgi qdo um propriet
se recusa a admitir a existência de servidão em seu imóvel. O poder jud irá resolver se
há ou não servidão. O propriet do imóvel dominante ajuíza a ação contra o propriet do
imóvel serviente. 2)ação ordinária negatória de servidão: tenta se obter do jud a
declaração de q não há servidão. Quem tem o interesse nessa ação é propriet do
prédio serviente. Na ação negatória o autor prova apenas q é propriet pois há uma
presunção legal de plenitude da propried. O réu terá o ônus da prova. 3) ações
possessórias: engloba as 3 modalidades de ação possessória ( manutenção de posse,
reintegração e interdito proibitório) 4) ação de usucapião: a servidão é dir real q pode
ser usucapido. EXTINÇÃO: Pode ser pala renúncia do propriet do prédio dominante.
Todo dir real pode ser extinto pela renúncia. Esta tem q ser expressa, escrita, devendo
a escritura ser averbada no cartório de registro de imóveis. Outro modo pe a
desapropriação. Se o poder Pub desapropria quaisquer dos prédios desaparece a
servidão. O acordo de vontades entre os dos propriet envolvidos tb extingue a servido
da mesma maneira q a cria. É o chamado resgate da servidão q deve ser averbado em
cartório (por meio da escritura pub) O não uso da servidão pelo prazo de 10 anos é tb
modo de extinção. A doutrina denomina essa hipótese como usucapião de liberdade.
Isso pq o objetivo da servidão é trazer utilidade p/ o prédio dominante e se não há
utilidade não deve haver servidão. USUFRUTO: o usufruto tem finalidade assistencial
(uma pessoa quer ajudar a outra). Pór isso, ele é quase sempre gratuito. Esse instituto
aparece quase sempre em âmbito familiar. Com o usufruto há 2 dir reais existindo sobre
o mesmo imóvel, o do usufrutuário e o do propriet. Este passa a ser chamado de nu
propriet uma vez q despido de 2 faculdades do direito de propriedade: o uso e o gozo.
Para um autor usufruto é direito de gozar e desfrutar uma coisa alheia ressalvada a
substância da coisa. Ressalvar a substância é manter a propriedade da coisa.
CARACTERÍSTICAS: 1)Dir real; 2) dir temporário (tem um espaço de duração q pode
ser definido ou incerto como enquanto a pessoa estiver viva); 3) intranmissibilidade
(não pode ser transmitido nem por ato inter vivos nem causa mortis); 4) dir
impenhorável (a lei impede a transmissão e a penhora)
O dir não pode ser transmitido mas seu exercício pode. É o caso do usufrutuário q
aluga o imóvel. Nesse caso o rendimento do aluguel pode ser penhorado. CONCEITO:
usufruto é um dir real temporário e intransmissível de usar e gozar a coisa alheia
ressalvada a substância da coisa. Usufruto e locação: também na locação uma
pessoa utiliza-se temporariamente de coisa alheia. Mas há diferenças: **o usufruto é dir
real e a locação é obrigacional; ** a locação só pode decorrer de contrato e o usufruto
pode decorrer de acordo de vontade, de sentença, da lei ou de usucapião; ** a locação
sempre recai sobre coisa corpórea e o usucapião pode recair sobre coisas corpóreas e
incorpóreas (caso dos direito); **o usufruto quase sempre é gratuito e a locação é
sempre onerosa. Usufruto e comodato: o comodato tb é gratuito. Suas diferenças p/ o
usufruto são as mesmas da locação exceto a onerosidade. Usufruto e fideicomisso: o
fideicomisso surge geralmente de testamento. Por essa cláusula o testador dispõe de
um bem p/ uma pessoa (fiduciário) q depois irá transmiti-lo a outra pessoa
(fideicomissário). O usufruto tb pode nascer de testamento. Se for usufruto o
usufrutuário não ode dispor de seu direito. Mas no fideicomisso o fiduciário pode alienar
seu direito. Com o usufruto deve-se designar o usufrutuário e o nu propriet. A diferença
fundamental entre os dois institutos é no usufruto há simultaneidade de beneficiários e
no fideicomisso há sucessão de beneficiários. De acordo com o art 1952 o fideicomisso
só pode ser instituído em favor do nascituro. Do contrário, mesmo depois de morta, a
pessoa continuaria dando ordens tendo suas vontades obedecidas. CLASSIFICAÇÃO:
1) Qto aos modos de constituição: A) Usufruto judicial: é aquele q nasce de sentença. É
a hipótese em q o credor requer o usufruto em vez da venda do imóvel, por um prazo
necessário p/ a satisfação da dívida. É rara essa hipótese. B) Usufruto legal: nasce da
lei sendo as 3 hipóteses: art 1652,I (marido q administra bens particulares da mulher)
art 1689,I (pais q tem usufruto sobre bens de filhos menores) art 251,§2º da CF (os
índios têm dir de usufruto sobre terras q ocupam) C) Usufruto voluntário:
unilateral(testamento) e bilateral(contrato) D)Usucapião: é uma hipótese difícil. O CC
faz menção expressa à aquisição de usufruto por usucapião- art 1391 2) Qto ao objeto:
A) Usufruto próprio: ocorre qdo exatamente a mesma coisa dada em usufruto será
entregue ao nu propriet, findo o prazo do usufruto. O usufruto geralmente é
próprio.B)Usufruto impróprio(quase usufruto): ocorre qdo há bens consumíveis. O
usufrutuário se torna propriet,consome o bem devolvendo a mesma quantidade e
qualidade do q recebeu. É impróprio pq o usufruto é dir real sobre coisa alheia e aqui
não há coisa alheia (o usufrutuário se torna proprietário) 3) Qto à duração: o usufruto
quase sempre é por prazo incerto enquanto o usufrutuário for vivo (usufruto vitalício).
Mas nada impede q seja a prazo certo. Direitos e deveres do usufrutuário-
DIREITOS: o primeiro direito é o de exercer posse sobre o bem objeto do usufruto. A
posse do usufrutuário é direta. Outro direito é o de perceber todos os frutos produzidos
pela coisa. Outro é administrar a coisa dada em usufruto. O último é de ceder o
exercício do direito (o usufrutuário aluga o bem dado em usufruto) DEVERES: o 1º
dever é de inventariar o bem recebido em usufruto. Inventariar é fazer um relatório
sobre a situação do bem em q condições o bem está. A finalidade desse relatório é
evitar conflitos qdo da entrega do bem. Por não haver penalidade esse inventário quase
nunca é feito. Outro dever é de dar caução ao nu propriet garantindo a entrega do bem.
O usufruto tem caráter assistencialista e por isso quase não há oferecimento de
garantia. Mas o nu propriet pode cobrá-la. Outro ainda é o de conservar a coisa. Nesse
dever está incluído o pgto de impostos pelo usufrutuário. O último dever é de restituir a
coisa ao nu propriet qdo da extinção do usufruto. Se for por morte do usufrutuário quem
estiver com o bem deve devolvê-lo. EXTINÇÃO: 1) ligada à pessoa do usufrutuário
(morte, renúncia e culpa) No caso de morte basta à averbação da certidão de óbito no
cartório de registro de imóveis. A renúncia deve ser feita por meio de escritura pub
sendo levada a registro em cartório. Se for o caso a renúncia ao usufruto e a
transferência de propriedade do bem podem ser feitas no mesmo ato. O usufruto pode
se extinguir por culpa do usufrutuário qdo este aliena ou arruína o bem. O nu propriet
deve propor ação de extinção do usufruto. Se procedente o usufruto é cancelado. Se
improcedente permanecerá. 2) ligada ao objeto: destruição ou desapropriação. Se há
destruição do bem não há como exercitar o direito de usufruto. O mesmo ocorre com a
desapropriação do imóvel pelo poder pub. Aqui porém o usufrutuário pode pleitear
indenização. 3) relação jurídica: consolidação, termo de sua duração, cessação do
motivo e não uso. A consolidação ocorre qdo a mesma pessoa se torna usufrutuária e
nua propriet. É o caso de o usufrutuário comprar o bem. O usufruto se extingue qdo
termina o seu prazo de duração. Outro modo de extinção é a cessação do motivo q o
institui (até q se forme na faculdade). O último modo é o não uso pelo prazo de 10 anos
(prazo de prescrição). Para tanto deve ser proposta ação judicial. Usufruto simultâneo
e direito de acrescer: no usufruto simultâneo (conjunto) duas ou mais pessoas
exercem o direito sobre o mesmo bem. Se o usufruto for por prazo certo não há
problema. Se for vitalício à parte de cada um usufrutuário q falece se reintegra ao
direito de propriedade até q todos faleçam(art 1411). Essa propriedade só não
prevalece qdo houver cláusula expressa dando o direito de acrescer aos usufrutuários
sobreviventes. Isso p/ ato inter vivos. Qdo o usufruto for instituído por testamento o dir
de acrescer do usufrutuário será a regra. Uso e habitação: são modalidades de
usufruto. O dir real de uso está previsto nos art 1412 e 1413 do CC. O usuário tem o dir
de perceber apenas alguns frutos. Se tivesse direito a todos seria usufruto. O dir real de
habitação está previsto nos art 1414 a 1416. o titular só tem o dir de morar no imóvel. É
um instituto de rara ocorrência vez o comodato tem maior aplicação. O art 1831 traz a
hipótese de dir real de habitação do cônjuge sobrevivente qq q seja o regime de
casamento qdo o imóvel for o único dessa natureza a inventariar.DIREITOS REAIS EM
GARANTIA: a garantia de q se fala é a de uma obrigação. Esses dir reais não são
autônomos pois dependem da existência de uma obrigação. São 4 os dir reais de
garantia: penhor, hipoteca, anticrese e alienação fiduciária em garantia. Anticrese: a
palavra significa uso contrário ou recíproco. A anticrese pressupõe obrigação e só recai
sobre bens imóveis. O credor usa o imóvel do devedor como forma de ir abatendo a
dívida. O uso é recíproco pois enquanto o devedor utiliza o dinheiro do credor este
utiliza o imóvel do devedor. A anticrese é morta pq prefere-se a hipoteca pois nela o
devedor não perde o uso do imóvel. Penhor: tem aplicação ampla até no dir comercial.
O bem dado em penhor é chamado bem empenhado e não penhorado q é no processo
judicial. A pessoa empenha o bem p/ auferir algum empréstimo. Este normalmente tem
valor mto inferior ao do bem. Existem 2 modalidades de penhor: comum (sobre bens
móveis- o bem empenhado fica na posse do credor pignoratício e o contrato deve ser
registrado no cartório de títulos e documentos. Esses são os dois requisitos do penhor
comum) e especial (o devedor continua na posse do bem empenhado e o contrato
deve ser registrado no cartório de registro de imóveis. São modalidades de penhor
especial o agrícola, industrial e comercial). O CC/02 traz a modalidade de penhor de
veículos Hipoteca: é um instituto mto utilizado como no financiamentos habitacionais,
financiamentos de bancos e negócios entre os particulares. A hipoteca normalmente
recai sobre bens imóveis. Em tese é possível hipoteca sobre navios e aviões (móveis).
a hipoteca sobre avião deve ser registrada em um departamento da aeronáutica e está
regulada pela Lei 7565/86. o imóvel hipotecado pode ser vendido pois essa garantia
recai sobre o imóvel e não sobre a pessoa do devedor. A hipoteca tem validade erga
omnes. O comprador do imóvel é q deve se virar. A hipoteca nasce com o registro e
portanto o comprador sabe do risco q corre. O imóvel hipotecado por um credor pode
ser penhorado por outro credor. Mas credor hipotecário deve ser intimado da penhora
de acordo com o CPC e antes do leilão ou da hasta pub p/ q possa exercer dir de
preferência. Alienação Fiduciária em garantia: quem financia o bem se torna
proprietário. O comprador terá apenas a posse direta do bem. Quem comprou em
alienação fiduc não pode alienar o bem pq não é propriet. O devedor é equiparado ao
depositário p/ fins de responsabilidade civil e criminal. Ele não é depositário pq se utiliza
do bem. Admite-se a prisão do devedor fiduciário se o bem não for encontrado em sua
posse. Se o devedor não pagar o credor apreende e vende o bem p/ q o crédito seja
satisfeito. Se na busca e apreensão não for encontrado o bem o credor converte a ação
em depósito. O devedor pode pagar, devolver o bem, ou ser preso. P/ o professor essa
equiparação do devedor ao depositário é inconstitucional. A constituição só prevê
prisão civil por dívida de alimentos ou depositário infiel. E o Brasil assinou convenção
internacional p/ não estabelecer prisão civil por dívida. A partir de 97 a alienação
fiduciária em garantia foi estendida a bens imóveis. Para o credor esse dir real é
preferível à hipoteca pq nele o devedor não é o proprietário do bem e portanto não pode
alienar. Regras aplicáveis a todos os direitos reais em garantia: somente a pessoa
q pode alienar pode dar o bem em garantia real. O menor para alienar tem de ter
autorização judicial e tem de estar assistidos pelos pais ou representante. Somente as
coisa q podem ser alienadas podem ser dadas em garantia real. Caso contrário seria
fácil fraudar a venda de um bem inalienável. Poderá ocorrer vencimento antecipado do
débito qdo a garantia for desfalcada sem q o devedor a reponha. Há vencimento
antecipado tb com a falência. É nula a cláusula q estabelecer q o credor ficará com o
bem dado em garantia se o devedor não pagar a dívida. Isso pq o devedor na hora do
aperto aceita qq coisa. E essa cláusula seria injusta pq o bem dado em garantia,
geralmente vale mais q a dívida. Proíbe-se pois o pacto comissório. Se vencida a dívida
e o devedor propuser q o credor fique com o bem de forma espontânea será válida a
transação. O credor pode requerer a adjudicação do bem penhorado se não for
ofertado nenhum lance.(processo de execução). Qdo for executada a garantia, se o
valor arrecadado não for suficiente para quitar a dívida, o devedor continua
pessoalmente responsável. Assim outros bens do devedor podem ser penhorados.

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