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Segundo Celso Antonio Bandeira de Mello, princípio é "mandamento nuclear de


um sistema, verdadeiro alicerce dele, disposição fundamental que se irradia sobre
diferentes normas, compondo-lhes o espírito e servindo de critério para sua exata
compreensão e inteligência.´ Princípios são proposições genéricas, tidas como
fundamentais e requisito de validade para as demais normas sobre o tema. É,
certamente, o conceito formulado por Hans Kelsen, que na qual uma norma só
poderiaser considerada válida se o seu conteúdo, em termos materiais, e sua concepção,
em termos formais, estivesse em consonância com uma norma de hierarquia superior,
no caso, a Constituição. A Constituição brasileira também obedece a princípios,
princípios estes que nortearam a sua própria concepção, como o princípio federativo, o
princípio da legalidade, democrático, da dignidade da pessoa humana, etc.

Trazendo o assunto para os termos tributários, há de se ressaltar dois aspectos.


Primeiramente, os princípios em matéria tributária estabelecem verdadeiras limitações
ao poder de tributar do Estado, em função de seu poder de império. Assim sendo, as
limitações ao poder de tributar se incluem como garantias fundamentais, impedindo que
o Estado, a seu bel-prazer, institua, majore ou estabeleça requisitos discriminadores em
tributos. È uma garantia à pessoa vinculada ao ordenamento jurídico do Estado, fazendo
com que a mesma só se obrigue em virtude de mandamentos constitucionais, que foi
estabelecida (pelo menos a idéia) por todos, em Assembléia Geral.

Outro aspecto importante, e óbvio, pois já correlacionado no primeiro parágrafo,


é o de que os princípios tributários ± estabelecidos na Constituição ± estabelecem
diretrizes, mandamentos fundamentais para a elaboração e para a validade das leis que
venham a ser produzidas ou já existentes. Se uma lei contém matéria contrária aos
ditames constitucionais, a mesma poderá ser declarada inconstitucional, e assim, não
produzirá efeitos. Se produziu efeitos, estes serão declarados nulos, de forma retroativa,
para se chegar ao    . O próprio Código Tributário Nacional, uma lei
surgida antes da Constituição de 88, possui diversas disposições que são nulas, pois
estão contrárias (diz-se não recepcionada pela CF/88). Exemplos, art. 15, III, e o art. 35,
do CTN.

Na CF/88, a matéria tributária está disciplinada nos arts. 145 ao 162, no capítulo
I (Do Sistema Tributário Nacional) do título VI (Da Tributação e do Orçamento). Esse
capítulo está dividido em seis seções, as quais nos interessam a Seção I (Dos Princípios
Gerais) e a Seção II (Das Limitações do Poder de Tributar).
A Seção I ± Dos Princípios Gerais ± nos interessa por que nesta seção não se
falam de verdadeiros princípios. O certo seria denominá-la ³Das Disposições Gerais´.
Nesta seção, definem-se tributos, estabelecem-se competências e normas gerais, que
cabem à lei complementar.

A Seção II trata dos verdadeiros princípios constitucionais tributários, sob o


tema ³Das Limitações do Poder de Tributar´. As disposições desta seção são
verdadeiras garantias fundamentais. Tanto que se revestem de cláusulas pétreas,
conforme o art. 60, § 4º, IV. A proposta de Emenda à Constituição tendente a abolir
quaisquer destas disposições será prejudicada. A seguir, arrolamos os princípios e um
breve comentário, visto que já foram estudados no tópico 1 da aula 2:

š? Princípio da Legalidade (art. 150, I): trata-se de mero desdobramento do


princípio da legalidade tal como disposto no art. 5º, II (³Ninguém será obrigado
a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei´). Aqui, está
consignado o princípio da legalidade estrita, na qual os entes políticos só podem
instituir ou majorar tributos (criando obrigações para os indivíduos), em virtude
de lei (ordinária, delegada, ou ainda as MPs, que tem força de lei). Destacamos
que este principio é atenuado por exceções, previstas na própria CF. Por
exemplo, o Poder Executivo pode, por meio de decreto, alterar as alíquotas de
determinados impostos, como o II, IE, IPI e IOF. A justificativa é de que esses
impostos fazem parte da cadeia interventiva no domínio econômico, e portanto,
o Governo deve ter agilidade na tomada de decisão e na execução;

š? Princípio da Isonomia (art. 150 II): aqui também é o desdobramento do principio


da Isonomia como no art. 5º, ½ . (³Todos são iguais perante a lei...´). A
isonomia é igualdade, para os que se encontrem em situação equivalente
independente de ocupação, função e o estabelecimento de condições
diferenciadas para os que se encontrem em situações diferentes. Assim, é
perfeitamente constitucional o estabelecimento de condições favoráveis e
simplificadas para as microempresas e empresas de pequeno porte;

š? Princípio da Irretroatividade da lei tributária (art. 150, III µa¶): A Constituição


veda que uma lei que institua ou majore determinado tributo, ao entrar em vigor,
refira-se a fatos geradores, (e por conseguinte, cobre tributos) anteriores à
vigência desta mesma lei;

š? Princípio da Anterioridade de Exercício (art. 150, III, µb¶): a exigibilidade do


tributo ocorre, em regra, a partir do 1º dia do ano seguinte ao do em que foi
publicada a lei que instituiu ou majorou um tributo. Há diversas exceções a este
princípio, quando se trata de tributos circunstanciais (tributo de guerra,
calamidade pública) ou os que envolvem agilidade na intervenção no domínio
econômico;
š? Princípio da Anterioridade Nonagesimal (art 150, III, µc¶): trata-se de um raro
caso de proposta legislativa, em matéria tributária, destinada a proteger o
contribuinte da enxurrada de obrigações tributárias, e para protegê-lo da surpresa
em ter que arcar com mais um tributo, de um dia para outro. Neste princípio, a
exigibilidade do tributo ocorre após noventa dias da data da publicação da lei
que o instituiu ou o aumentou. Também está sujeito a inúmeras exceções.

š? Princípio do não-confisco (art. 150, IV): dispõe que não poderá ser utilizado
tributo com efeito de confisco. No entanto, não define o que é confisco, ficando
ao puro subjetivismo do magistrado no caso concreto;

š? Princípio da Ilimitabilidade ao tráfego de pessoas ou bens (art. 150, V): dispõe


que não será cobrado tributo quando se tratar de deslocamento de pessoas ou
bens no território nacional, como forma de garantir o direito fundamental de ir e
vir. No entanto, há a ressalva de cobrança de pedágio ± que é tributo, da espécie
taxa, nas vias conservadas pelo poder público, pela utilização das mesmas;

š? Princípio da Uniformidade Geográfica (art. 151, I): veda à União que os tributos
de competência da União devem ser uniformes (os mesmos, com as mesmas
alíquotas, as mesmas base de cálculo, etc) em todo o território nacional. Há
ressalva, no entanto, de promover incentivos fiscais (anulando a regra), com
vistas a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as
regiões do país.

š? Princípio da Não-discriminação em razão da procedência ou destino dos bens ou


serviços (art. 152): da mesma forma, ficam os Estados, DF e municípios
proibidos de estabelecer distinções tributárias entre bens e serviços, em razão de
sua procedência ou destino. Deve haver uniformidade (os mesmos tributos,
mesma alíquota, mesma base de cálculo, etc).

Por fim, existem outros princípios específicos a espécies de tributos espalhados


pelo texto constitucional, entre eles o importante princípio da capacidade contributiva
(aplicados aos impostos, consoante art. 145 § 1º), o da generalidade, progressividade,
universalidade, não-cumulatividade e seletividade. Cada um destes ³subprincípios´ são
aplicados não a todos os tributos, mas a alguns em particular. Por exemplo, o IPI é
seletivo e não-cumulativo.

Fontes:

Constituição da República Federativa do Brasil de 1988;

Ricardo Alexandre ± Direito Tributário Esquematizado, 3. Ed.

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