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AFINADOR DE
GUITARRA/VIOLÃO COM PLL
Por,
X-i
UFPE - CTG - DES ES261: Eletrônica 3
8 – Afinador de Guitarra/Violão com PLL Carlos Rodrigues & Pedro Cabral
SUMÁRIO
X-ii
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8 – Afinador de Guitarra/Violão com PLL Carlos Rodrigues & Pedro Cabral
8-1) INTRODUÇÃO
A afinação de violões e guitarras pode ser feita de diversas formas. Entre estas uma
das formas mais difundidas atualmente é o uso de afinadores eletrônicos. Eles funcionam
indicando se determinada freqüência desejada para uma determinada corda foi atingida.
Este trabalho foi realizado por requisito da disciplina de eletrônica III, no primeiro
semestre letivo de 2009, do curso de engenharia eletrônica da Universidade Federal de
Pernambuco (UFPE). A realização do projeto solidifica a aprofunda o entendimento do
conteúdo da disciplina, além de estimular a criatividade dos alunos.
Escolhemos o afinador de guitarra com PLL (Phase Locked Loop ou Malha
Travada em fase) por entendermos que o PLL possui diversas aplicações práticas, sendo o
afinador uma das mais interessantes.
8-2) OBJETIVOS
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8-3) METODOLOGIA
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8-4) Conceitos
8-4.1) Conceitos Básicos - Acústica
Ondas sonoras são ondas longitudinais que viajam por um meio material com uma
velocidade que depende das propriedades do meio.
Quando a onda viaja, as partículas vibram produzindo mudanças na densidade e
pressão ao longo da direção de propagação. Isto forma uma série de regiões de alta e baixa
pressão.
As ondas sonoras podem ser divididas de acordo com a freqüência em infra-som,
ultrasom e freqüência audível para o ser humano. Normalmente considera-se que o ouvido
humano pode captar cerca de 20Hz a 20000Hz. Algumas pessoas podem ouvir numa faixa
menor ou maior. Alguns animais, como cachorros, têm uma sensibilidade maior ao ultra-
som, enquanto cobras podem sentir infra-som.
As ondas sonoras se propagam no ar com uma velocidade de cerca de 343m/s.
Dependendo do coeficiente de elasticidade volumétrico do meio a velocidade pode variar:
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Um sinal senoidal com certa freqüência é dito ter um tom. No sistema temperado,
que divide a oitava em 12 semitons iguais, a relação entra as freqüências de duas notas
separadas por um semitom é:
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D# / Eb = 77.782Hz
E = 82.407Hz (6ª corda - Mi)
F = 87.307Hz
G# / Ab = 103.826Hz
A = 110Hz (5ª corda - Lá)
A# / Bb = 116.541Hz
C# / Db = 138.591Hz
D = 146.832Hz (4ª corda - Ré)
D# / Eb = 155.563Hz
F# / Gb = 184.997Hz
G = 195.998Hz (3ª corda - Sol)
G# / Ab = 207.652Hz
A# / Bb = 233.082Hz
B = 246.942Hz (2ª corda - Si)
C = 261.626Hz
D# / Eb = 311.127Hz
E = 329.628Hz (1ª corda - Mi)
F = 349.228
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A guitarra elétrica tem um corpo sólido e produz pouco som sem amplificação. O
som é captado por bobinas eletromagnéticas que captam a vibração das cordas de aço e
transformam em sinais elétricos, que devem ser amplificados e transformados em som
audível. Muitas vezes são usados efeitos e distorções no sinal da guitarra, com válvulas
eletrônicas ou circuitos transistorizados.
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A bobina captadora “pickup coil” consiste de um ímã de barra envolto por cerca de
7 mil voltas de um fio fino metálico. O movimento da corda produz uma variação
correspondente no campo magnético da bobina causando uma corrente vibratória.
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Detector
de Filtro Amplificador
fase
VCO
(Oscilador controlado a tensão)
A figura acima descreve um PLL básico, formado por um detector de fase, um filtro,
normalmente passa-baixa, um amplificador, e um oscilador controlado a tensão (OCT). O
OCT é um oscilador cuja freqüência de oscilação varia proporcionalmente à tensão
aplicada. Quando o PLL está travado, a freqüência do OCT, foct, é igual à do sinal de
entrada fen. Quando não há sinal de entrada o OCT oscila numa freqüência “livre”. Se
houver uma variação em fen o comparador de fase gerará uma tensão constante ou de baixa
freqüência proporcional à diferença de fase dos dois sinais. O filtro serve para eliminar
sinais de alta freqüência proveniente de ruído ou de harmônicos gerados pelo detector de
fase. Esse sinal é amplificado e injetado no OCT, que por fim oscilará na mesma
freqüência do sinal de entrada.
Então o sistema pode travar na freqüência de entrada, com foct igual a fen e tensão de
saída variando linearmente com fen. Essa característica que torna o PLL ideal para
aplicações que envolvem manuseio de freqüência ou fase de sinais.
Alguns conceitos facilitam a análise do funcionamento do circuito, bem como o
projeto. Os principais são os que se seguem.
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Circuito de
OCT
Acoplamento
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instrumento. Este sinal DC é então realimentado para o OCT que tem sua freqüência de
saída diretamente ligada ao nível deste sinal DC.
A tensão do OCT tenderá a se igualar permanentemente à freqüência do sinal de
entrada, fazendo com que o sinal de saída varie com a variação de freqüência do sinal de
entrada na faixa de sincronismo. Os circuitos acopladores mostrados o diagrama foram
necessários, uma vez que o funcionamento dos blocos é extremamente comprometido no
caso do acoplamento direto entre eles.
O bloco de saída projetado, na verdade consiste em vários comparadores nas tensões
desejadas correspondentes a freqüência desejada e freqüências acima e abaixo desta.
Para o detector de fase, escolhemos um multiplicador que tem como base a célula de
Gilbert, visto no curso.
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Aplicando a lei dos nós nos nós dos coletores de Q1 e Q3, e Q2 e Q4, concluímos
que:
Polarização do circuito
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VR1 VR2
R1 R2
(3.6)
2 10
R2 5 R1
R1 R2
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transformará a função cosseno em uma função seno, pois cos( / 2) sen( ) . Para
pequenas diferenças de fase, o ângulo é pequeno, podendo aproximar o sen( por
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Projetamos nosso circuito para operar a 247 Hz, que corresponde a nota B (Si) de
1ª escala, quando a tensão de entrada (que corresponde à saída no PLL completo) fosse
4,35V que era a tensão de saída do multiplicador quando simulávamos com uma entrada de
247 Hz, ou seja:
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Escolhemos 247
Com esses valores, o nosso circuito irá operar a 247 Hz, quando a tensão de entrada
corresponder a 4,35 V.
Como ,
Para uma variação de 70Hz em torno da freqüência livre, deve haver uma variação
de tensão na entrada dada por:
Ou seja, o sinal após o amplificador deve variar entre 3.26 V e 5,44 V para o OCT
funcionar adequadamente. Com isso, obtemos o valor de Koct, dado por:
d 2 f
K oct 7,12 10 6 rad
dVen 4VBE R p C f 2VBE R p C Vs
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8-5.3) Filtro
O filtro implementado pela dupla consiste num passa-baixas de primeira ordem.
Basicamente ele consiste de um circuito RC. O diagrama do circuito pode ser visto na
figura abaixo.
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8-5.4) Defasador
Este circuito serve com um ajuste para obtermos uma maior variação de amplitude
na saída, dado que o próprio circuito do PLL já fornece uma diferença de fase.
Figura 13 – Defasador
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Ven
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8 -6) SIMULAÇÕES
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8.000 V
A: q4_1
7.000 V
6.000 V
5.000 V
4.000 V
3.000 V
2.000 V
0.000ms 0.500ms 1.000ms 1.500ms 2.000ms 2.500ms 3.000ms 3.500ms 4.000ms 4.500ms 5.000ms
Esse sinal de saída é o sinal diferencial do coletor dos dois transistores. A tensão
DC de polarização ficou em 4,35V. Vemos que o circuito está funcionando perfeitamente
como um multiplicador de sinais. Utilizamos aproximadamente o mesmo circuito da
prática 4.
8-6.2) OCT
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12.10 V
A: q2_2
11.90 V
11.70 V
11.50 V
11.30 V
11.10 V
0.000ms 10.00ms 20.00ms 30.00ms 40.00ms 50.00ms 60.00ms 70.00ms 80.00ms 90.00ms 100.0ms
12.10 V
A: r2_1
11.90 V
11.70 V
11.50 V
11.30 V
11.10 V
25.00ms 50.00ms 75.00ms 100.0ms 125.0ms 150.0ms
Após todas essas simulações, iremos simular o PLL por completo e verificar se o
seu funcionamento é o desejado. Como sinal de entrada colocamos um sinal com
freqüência 260 Hz, amplitude de 50.mV. Após a simulação verificamos que o sinal de
saída produzido foi:
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14.50 V
A: r3_2
12.00 V
9.500 V
7.000 V
4.500 V
2.000 V
-0.500 V
-3.000 V
-5.500 V
0.000 s 0.100 s 0.200 s 0.300 s 0.400 s 0.500 s 0.600 s 0.700 s 0.800 s 0.900 s 1.000 s
Vimos que o circuito PLL funcionou bem variando sua frequência e estabilizando
logo em seguida, o que mostra que o projeto e a polarização foram satisfatórios.
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Após o filtro passa-baixa e o deslocador de fase, temos a saída desejada. Devido ao FPB,
observamos no osciloscópio um sinal com nível DC proporcional a diferença de fase e uma
pequena oscilação.
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Verificamos que ocorre uma variação linear na faixa de freqüência de 200Hz a 270
Hz. Ajustamos uma reta no programa Origin, utilizando Linear Fit e verificamos uma
inclinação de 0,014V/Hz.
Também montamos nosso estágio de saída e verificamos que os LED’s acendem de
acordo com o projetado.
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8-8) ANÁLISE
Inicialmente analisamos a teoria do PLL e desenvolvemos o circuito. Projetamos os
blocos individualmente e simulamos. Depois fizemos a análise do circuito com todos os
blocos acoplados e simulamos.
Após termos uma simulação com resultados satisfatórios, montamos cada bloco
individualmente, e testamos isoladamente. Terminada esta fase, acoplamos os blocos e
testamos o funcionamento do afinador como um todo. Neste estágio do projeto, algumas
alterações foram feitas em relação ao circuito inicial, o que necessitou de novos cálculos
teóricos e novas simulações, para que pudéssemos comparar com os resultados obtidos em
laboratório.
Neste relatório, os dados utilizados para cálculos teóricos e simulações, são os
mesmos valores do circuito colocado na prática.
O projeto do multiplicador foi simples, pois o circuito já era conhecido, e foi
observada a modulação do multiplicador trabalhando de forma isolada e funcionou como
esperado. O Circuito Multiplicador é o bloco principal do detector de fase, juntamente com
o filtro. O valor do KM calculado teoricamente foi de , o que se aproximou
bastante do valor encontrado na prática.
O filtro passa-baixa foi projetado para 100Hz que é menor que o dobro da
freqüência livre de 247 Hz. Note que esta faixa de freqüência, corta a freqüência dobro e
mantêm a faixa de sincronismo.
Com o oscilador controlado a tensão obtemos uma freqüência de oscilação livre de
aproximadamente 250 Hz usando uma corrente de polarização de aproximadamente 2mA.
Respeitando a constante RC calculada anteriormente, escolhemos R=1.8KΩ e C=3.1µF.
Com estes valores há uma oscilação de 233Hz, e na prática obtivemos uma oscilação de
250 Hz.O oscilador foi projetado para uma faixa de sincronismo de 70 Hz, e em prática
tivemos uma faixa de sincronismo de 70 Hz (aproximadamente). Com esta faixa de
variação de freqüência, em teoria a variação na tensão de saída(entrada do OCT) é de
1,09V, e em prática obtivemos uma variação de aproximadamente 0,98V. A discrepância
com relação à simulação está relacionada ao fato de que o Vbe dos transistores no modelo
do Circuit Maker é de 0,5V, enquanto que na prática esse Vbe é em torno de 0,7 volts,
além das limitações de valores de componentes e as diferentes constantes dos transistores
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8-9) CONCLUSÃO
O projeto deste afinador faz parte de um projeto maior, Laboratório Didático de
Eletrônica. Foram revisados vários conceitos estudados em eletrônica 3 além de conceitos
de áudio, estudados na disciplina Física Geral 2 e o PLL, visto também na disciplina
Princípios da Comunicação.
O experimento foi realizado com sucesso. O fato de primeiramente fazer o projeto e a
análise de cada bloco individualmente para em seguida acoplar todos os blocos para
verificação do funcionamento do circuito foi muito importante. Isto porque observar algum
erro ou necessidade de ajuste no afinador com PLL.
Em nosso projeto escolhemos afinar a nota B (Si), mas vimos que na região linear do
PLL tivemos a variação de 0,1V para cada 5 Hz, o que nos dá precisão para afinar todas as
notas, visto que nota E( Mi Grave) dista de 5Hz dos seus meio-tons(superior e inferior).
Foi também imprescindível para o funcionamento do projeto utilizar circuito
acopladores. Sem estes a polarização do circuito como um todo seria muito complicada.
Com o acoplamento, a polarização de conjunto precisou apenas de alguns ajustes. O
circuito defasador inserido após o filtro passa-baixa, por exemplo, serviu para realizarmos
ajustes.
Concluímos portanto, que o embasamento teórico e a prática, são fatores essenciais
para o sucesso de projetos desta magnitude.
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8-10) BIBLIOGRAFIA
Pederson & Mayaram. Analog Integrated Circuits For Communications.
Kluwer
Academic Publisher, 1991.
Santos, E. J. P. Eletrônica Analógica Integrada e Aplicações. 2003.
Oliveira, Hélio M. de.Fundamentos de Engenharia de Telecomunicações -
2000.
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HOROWITZ, Paul; HILL, Winfield. The Art of Electronics. 2nd ed.
Cambridge: Cambridge University Press, 1989.
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8-11) ANEXOS
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8-11.2) Tabelas
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Figura 29 - Analog Integrated Circuits For Communication 2Nd Ed - D Pederson, K Mayaram (Springer,
2008)
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