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GRANDE DO SUL
INSTITUTO DE LETRAS - PÓS-GRADUAÇÃO EM
LINGÜÍSTICA
por
Outubro de 1998
Apresentação:
Este trabalho foi realizado por iniciativa dos alunos Gilberto Andrade,
María José Sánchez, Neiva Freitas e Rosany Rodrigues, todos matriculados no
programa de pós-graduação de Lingüística do Instituto de Letras da PUCRS.
O objetivo é disponibilizar para futuros alunos da disciplina de
Lingüística Geral deste curso, bem como permitir que estudantes e professores
interessados em Lingüística possam desfrutar dos conhecimentos do Professor
Jorge Campos.
Com a devida autorização do professor, passamos a gravar suas aulas
( a partir da quarta ) e as compilamos nestas notas. Tomamos a liberdade de
buscar em bibliografia recomendada pelo professor alguns conceitos que
consideramos relevantes.
Devido ao seu conhecimento de Lingüística, o professor tem uma
dinâmica que permite abordar os conteúdos da disciplina de forma não-linear,
isto é, uma abordagem típica para um hipertexto. Esta é a característica
essencial do ponto de vista de formatação.
Para finalizar, queremos expressar o nosso profundo agradecimento ao
professor Jorge que nos permitiu editar suas aulas e por ter-nos brindado com
o seu vastíssimo conhecimento.
OS AUTORES
2
Lingüística Geral – 1998
Sumário
Apresentação: ......................................................................................................................... 2
Introdução ............................................................................................................................... 4
I Contexto Histórico-Teórico da Disciplina ........................................................................... 5
1.1. As Origens Clássicas da Lingüística e da Gramática .................................................. 5
1.1.Gregos e Latinos ....................................................................................................... 5
1.2 Pré-Socráticos: Heracliteanos e Eleatos ....................................................................... 6
1.3 Platão ............................................................................................................................ 6
1.3.1 Diálogos de Platão ................................................................................................. 6
1.3.2 Teoria das Formas – O problema dos Universais .................................................. 7
1.4 Aristóteles ..................................................................................................................... 8
1.5 Estóicos......................................................................................................................... 9
1.6 As Idades Médias ..................................................................................................... 10
1.7 Séculos XVI e XVII ................................................................................................. 11
1.8 Séculos XVIII e XIX .................................................................................................. 13
1.9 Século XX – Saussure e a 1a Revolução Metodológica: O Estruturalismo Lingüístico
.......................................................................................................................................... 13
1.10 O Estruturalismo Europeu ....................................................................................... 16
1.10 O Estruturalismo Americano .................................................................................... 17
1.11 Contexto das relações interdisciplinares relevantes para a Lingüística.................... 18
1.12 A Revolução Metodológica do Programa Gerativista / Noam Chomsky................. 19
.13 A Evolução dos Modelos............................................................................................ 21
2 Tendências Contemporâneas ............................................................................................. 23
3 Teorias Lógicas: Lógica de Predicado de Primeira Ordem ............................................... 24
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Introdução
Chomsky Fodor
Fundamentos Teóricos
Classe de Aplicações 4
Fundamentos Filosóficos da Lingüística
Física é a Ciência mais básica das Ciências Naturais e a Lógica é a mais básica das
Ciências Formais. Ciências Sociais não têm uma ciência mais básica. As Ciências Naturais
e Formais têm mais credibilidade porque têm propriedades universais.
1.1.Gregos e Latinos
A tradição grega teve uma forte influência na Lingüística. A história anterior não foi
significativa. Lingüística e Gramática têm a mesma origem: as especulações filosóficas
acerca de questões sobre conhecimento, linguagem e verdade. Muitos dos problemas
tratados pela Ciência na atualidade foram questões levantadas na antiguidade
A Gramática, no sentido tradicional, é normativa e social, e a Lingüística é
descritiva, explanatória e científica. A gramática representava um mecanismo de
preservação da cultura helênica. Do ponto de vista político, desde a sua origem, foi um
instrumento para a dominação das classes. Tudo o que estava fora do modelo da linguagem
correta não era considerado, portanto, foi excluído o barbarismo (língua não grega), como
também os dialetos ( as línguas gregas que não constituíam o padrão recomendável).
Não se deve esquecer que os filósofos gregos ainda não faziam distinção entre os
níveis de sintaxe e semântica.
5
Sentença nível sintático (estrutura abstrata por detrás do
enunciado)
SN SV
1.3 Platão
Platão foi o primeiro filósofo que identificou, através de seus diálogos, a questão da
linguagem como um problema filosófico autônomo.
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está mal colocada, porque não teríamos como decidir esta questão. A busca da verdade se
faz através da forma semântica das palavras. Há uma base estável que é a forma semântica
profunda. A linguagem externa é anômala, produto do contato com a cultura.
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Articulado a essa questão dos universais está o compromisso ontológico das teorias ,
os primitivos que subjazem à teoria que são de alguma natureza. Em Chomsky, por ex. a
“Logical Form” é uma propriedade invariante da linguagem. As línguas têm a mesma
forma lógica, mas ao mesmo tempo essa forma lógica está ligada a um “programa” no
cérebro.
1.4 Aristóteles
Aristóteles foi o primeiro filósofo antigo que realmente tentou organizar a ciência.
8
‘A neve é branca’ é verdadeira sse ( se e somente se) a neve é branca
proposição fato
1.5 Estóicos
Conceito/Pensamento
Mundo/físico
$
$
9
Nas idéias dos estóicos vemos os primórdios das ciências cognitivas, pois
entenderam o mundo enquanto representação.
O que é verdadeiro? Se a verdade está na relação entre a palavra e a coisa, Þ
tradição lógica, se a verdade está na relação entre a realidade e pensamento Þ perspectiva
cognitivista.
Antiguidade tardia
Apolonio Discolo
Donato
Prisciano
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metafísicas e ontológicas do pensamento e a estrutura do mundo real, entre as categorias
mentais do pensamento e as categorias gramaticais da linguagem. O termo dado às
categorias foi o de modus.
q Essendi (mundo)
q Intelligendi (pensamento)
q Significandi (linguagem)
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a resposta adequada em qualquer novo contexto. Descartes afirmou que uma substância
pensante tem que ser postulada para explicar o aspecto criador do uso da linguagem.
A questão do dualismo cartesiano corpo/mente- é o paradoxo que se apresenta na
epistemologia moderna nos termos de cérebro/mente.
Descartes argumentou que todo nosso conhecimento do mundo externo é mediado
por representações, objetos mentais que, de alguma forma representam as coisas externas.
“Como posso garantir a objetividade do conhecimento se só eu tenho acesso a minha
mente?” A questão solipsista aborda o problema de que, no conhecimento, objeto e
instrumento são o mesmo. Como podemos conhecer alguma coisa se não conhecemos a
mente?
Descartes propôs a noção de inatismo. Não podemos aprender tudo, por isso temos
idéias inatas. Chomsky retoma a idéia do inatismo na década de 60 com o livro Lingüística
Cartesiana. Recupera do cartesianismo a idéia do inatismo e não a do dualismo.
Idealismo, Behaviorismo, Materialismo, Dualismo são variações para o problema
Mente X Corpo.
Chomsky é anti-reducionista e anti-dualista. Reducionismo pende para o cérebro.
O verdadeiro não – dualista é o que considera mente/cérebro como uma coisa só.
Kant é o filósofo mais importante para as ciências cognitivas.
“ Que significa conhecer objetivamente?” . “ Como se relaciona o cognitivismo com
a realidade?” As respostas a estas questões constituíram sua tese que serviu de fundamento
a todas as ciências cognitivas.
Kant fez os maiores insights entre conhecimento e experiência. Compatibilizou
racionalismo com empirismo. Tentou mostrar como é a relação entre indivíduo e mundo. A
nossa capacidade organiza a experiência como conhecimento. Nascemos com certas
propriedades cognitivas que se expressam pelo nosso cérebro. As coisas em si mesmas e o
nosso cérebro não são o objeto de conhecimento. Todo conhecimento tem como objeto o
fenômeno.
A capacidade cognitiva é afetada pela relação com o objeto e tem condições de
representá-lo. A interação entre o mundo e o indivíduo constitui um fenômeno. As coisas
têm propriedades que afetam o cérebro, e o cérebro tem propriedades para representar as
coisas. Por exemplo, a noção de espaço e tempo. Esta visão é crucial para a passagem para
o século XX e a atual concepção da Lingüística como área das ciências cognitivas.
Para Kant, nascemos com propriedades cognitivas. Todo o conhecimento tem uma
forma de representação.
Chomsky foi o segundo grande revolucionário das ciências cognitivistas.
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publicaram “Grammaire Generale et Raizonnee”, cujo propósito era demonstrar que a
estrutura da linguagem é um produto da razão e que as distintas línguas não são mais que
variantes de um sistema racional e lógico mais geral.
A idéia de Gramática Universal, Chomsky atribui à Port Royal
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conhecer?”. Saussure em vez de se perguntar o que é a linguagem, questionou como deve
ser a Lingüística, para então responder o que é a linguagem. A teoria modela o objeto, que
não é mais o objeto real, é um objeto científico, teórico, formal. Problemas científicos são
problemas criados , abordáveis e possíveis. Os problemas são construídos e não
observados. Ciência criada a partir do objeto é uma forma de observacionalismo grosseiro.
O problema científico é universal, nunca local ou regional.
método
Teoria Científica Objeto
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Saussure compreendeu também que se havia uma série de relações, estas não
estavam sujeitas ao tempo. Este afeta primeiro as substâncias, as coisas que estão no tempo
e no espaço, por exemplo, os sons (isto vai mexendo só indiretamente na estrutura). A
estrutura permanece estável e equilibrada, porque a estrutura é forma, é sincrônica por
natureza, está fora do tempo.
·Sincronia x diacronia
·Significante e significado estão numa relação de arbitrariedade, não há nenhuma
propriedade intrínseca que una o significante ao significado. A arbitrariedade é também do
signo, como um todo, em direção ao objeto. A relação entre o significante e o significado é
arbitrária, mas necessária. A relação entre o signo e o objeto também é necessária mas
complementar. O objeto é externo ao signo e irrelevante para a Lingüística. Saussure dá
uma resposta convencionalista para o problema do Crátilo (mais próximo a Aristóteles).
Significado
Objeto Teórico
‘telefone’ Significante
árvore x erovrá
Sociologia
Psicologia Social
Semiologia
Lingüística
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Lógica, Computação e Cognição são emergentes na época de Chomsky e não na
época de Saussure. Chomsky ignora o lado social da linguagem, como estratégia, porque
não existem propriedades homogêneas na linguagem social, mas não a considera
irrelevante. Sociologia para Chomsky não é uma ciência como as ciências formais, naturais,
porque não tem propriedades homogêneas. A linguagem é um fenômeno estável na história
da humanidade, pode ser estudada pelas ciências naturais. Atualmente, sabe-se que a
linguagem é universal e que as línguas são particulares, mas Saussure não percebeu esta
distinção. Linguagem Universal (Linguagem – I) e a Linguagem – E (são as línguas).
A langue é um código social, a GU é código genético-biológico.
As duas teorias são sistemas diferentes, portanto não se podem comparar. Só são
comparáveis no nível dos fundamentos. A fundamentação da lingüística de Chomsky já
está em outro contexto de evolução da Ciência: ciências cognitivas e computação. Na
época de Saussure a ciência emergente era a Sociologia, o método era o histórico.
Para Chomsky existe uma diferença entre Problema e Mistério: o problema é
tratável cientificamente e o mistério é tratado por especulação, por isso deve ser remetido
para o futuro. Se a linguagem é natural? É um mistério, não um problema. Distingue entre
problemas que podem ser tratáveis , abordáveis e mistérios que são problemas que podem
ser levantados mas que, por hipótese, são não selecionados. Não têm como ser abordados.
Não temos respostas a não ser por especulações. Desde o ponto de vista metodológico o
mistério não pode ser objeto de Ciência. A Ciência trabalha com problemas. Todo
problema que não está dentro de uma teoria é um mistério. Chomsky afirma que há
mistérios que nunca vamos a resolver , por hipótese, nossa cognição é limitada. Tudo o que
cai fora dessa limitação nunca compreenderemos. Gramática Universal é uma limitação. O
cérebro tem uma limitação que permite só uma classe de línguas. A Sociologia para
Chomsky é um mistério.
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A tradição na Inglaterra tem várias correntes. Cada uma das correntes tentou aplicar
as idéias de Saussure.
Escola de Londres : estudos de línguas exóticas.
Sweet – Jones: Foneticistas e fonólogos, contemporâneos de Saussure.
Firth- Precursor da análise do discurso “todo significado é situacional” ( Semântica
situacional).
Gardiner- Egiptólogo. Estudo sobre os nomes próprios.
Pós-Estruturalistas:
O estruturalismo de Saussure gerou varias tendências pós-estruturalistas. Suas idéias
ao respeito do Método alimentaram uma esperança para as áreas humanas: a existência de
um método estrutural para a abordagem de seus objetos de estudo.
Barthes- Semiologia.
Lacan- Psicanálise
Levi-Strauss –Antropologia
Foucault-Epistemologia
Todorov- Teoria Literária
Althusser- Marxologia
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Bloomfield foi contemporâneo de Sapir, mas suas tendências eram completamente
diversas. Foi o grande nome da Lingüística americana. Sua obra Language faz
considerações à História da Lingüística, à Fonética, à Fonologia e à Sintaxe.
Coloca a linguagem dentro de um contexto comportamental. A Lingüística filiada à
psicologia beheavorista, dedicada ao estudo do comportamento complexo, baseada em
idéias como estímulo-resposta. A Lingüística vinculada ao estudo do comportamento
lingüístico; a língua como fenômeno do comportamento. A adequação explanatória, para
Bloomfield, era via psicologia beheavorista. Adotou, entretanto, a metodologia descritiva
da tradição lingüística. Defendia que o significado estava fora da mente, e não podia ser
considerado objeto da Lingüística. A Lingüística de Bloomfield não tem semântica latu
sensu, pois o significado depende do conhecimento científico e do desenvolvimento do
conhecimento. Não conseguiu estabelecer a distinção entre um significado lingüístico de
um extra-lingüístico.
Para os beheavioristas, o interior não é tratável, apenas as ações são observáveis e
tratáveis. Com o surgimento do computador, o interior passou a ser estudado.
Skinner foi o grande behaviorista moderno.
O contexto da Lingüística nos EUA, na década de 50, que precedeu Chomsky foi o
do estruturalismo americano com tendência beheavorista e descritivista. Nos EUA a
lingüística era uma Lingüística antropológica.
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1.12 A Revolução Metodológica do Programa Gerativista / Noam Chomsky
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Podemos, a partir disso, descrever a linguagem formalmente. A sintaxe das línguas
representa uma estrutura formal que pode ser descrita. Se quisermos explicar o que é a
linguagem humana, temos que ir além da descrição, temos que dar uma explicação. No
caso, a hipótese inatista tem um caráter explanatório. Quando Chomky postula os
fundamentos cognitivos de sua lingüística faz um deslocamento do objeto formal para o
objeto natural. A linguagem como código programático do cérebro_ gramática universal.
Esta vai ser a conexão entre a estrutura descritiva da linguagem e sua base cognitiva.
Neste segundo momento do programa gerativista, Chomsky questiona sobre a base
mente-cérebro da sintaxe. Sintaxe deve ter uma base natural, um programa no cérebro.
Supondo que o cérebro seja modular. A conseqüência de não assumir a hipótese modular
do cérebro é o comprometimento com uma abordagem especulativa. Uma hipótese
holística pretende colocar o todo antes das partes. Como tentativa metodológica, não existe
pensar o todo antes das partes, pois a definição de todo é uma construção a partir das partes.
A proposta holística tem um paradoxo lógico: é impossível construir um todo a não ser
pelas partes.
Assumir a hipótese inatista é uma restrição metodológica. A hipótese inatista é a
hipótese de que existem propriedades específicas da linguagem, a priori. É decorrente da
modularidade. Desde que se estabeleça o módulo, este terá propriedades específicas, se não
não será o módulo. Supor a hipótese de que existe o módulo da linguagem é supor a
hipótese inatista. Inatismo decorre da modularidade. Então, por que escolher a
modularidade? Porque a hipótese modular é, metodologicamente, mais útil que a não
modular. A hipótese inatista é uma hipótese e não uma tese, porque tese é decorrente de
uma demonstração. Uma hipótese será abandonada quando aparecer uma melhor, isto é,
uma explicação melhor.
A linguagem construída como um objeto natural, por hipótese é caracterizada por
uma Gramática Universal em oposição às gramáticas particulares de cada língua. É um erro
pensar que deve-se estudar as línguas para concluir o que elas têm em comum - wrong
view. Chomsky não é indutivista. Toda visão observacional é indutiva, um caso apenas
pode desconfirmar a teoria. A Gramática Universal é uma hipótese de trabalho, é uma
construção. Se constrói uma teoria, certas leis que dizemos ser universais. Assume-se uma
hipótese inatista exatamente para que se suponha a base universal, o ônus de não assumir a
hipótese inatista é que a base universal deverá ser externa, toda aquisição da linguagem
deverá ser adquirida. Como explicar, então, o fato das crianças em diferentes partes do
mundo começarem a falar na mesma época e a utilizar gramáticas semelhantes
independentemente dos inúmeros contextos. Se a linguagem é uma propriedade humana,
supostamente universal, deve ser uma propriedade do cérebro.
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1.13 A Evolução dos Modelos
Regras Sintagmáticas
Estrutura Profunda
Regras Transformacionais
Estrutura de Superfície
Fonológico Semântico
Observação: R. Sintagmáticas: Sujeito – Predicado
Os estruturalistas não haviam se preocupado com a estrutura
Regras de Transformação
Estrutura de Superfície
Regras Fonéticas
Teoria X Léxico
Estrutura Profunda
Regras de Transformação
Interpretação Semântica
Estrutura de Superfície
Representação Fonética
Observação: Pessoas mostram que as transformações alteram o significado.
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Exemplo: ‘Todas as pessoas falam duas línguas ‘ e ‘Duas línguas são faladas por
todos’ Têm alteração no significado.
Teoria X Léxico
Estrutura Profunda
Mover a
Estrutura de Superfície
Observação: ‘João viu quem’ e ‘Quem João viu’. Houve uma transformação.
Descreve a Estrutura de Superfície indicando o que deve ser mudado. O significado
está na superfície na profunda. Toda significação deve ser estudada na Estrutura de
Superfície.
Trocou o nome de Estrutura Profunda para EP. São níveis teóricos e nada a ver com
profundidade no cérebro.
De Regras (modelos) passou para a Teoria X. Isto já havia acontecido no modelo
III.O próximo passo foi acabar com as regras de transformação, substituindo por Mover a.
Representa todas as formas de transformação, independente das línguas particulares.
Ele passa para a noção de princípios, quando percebeuque regras servem para
descrever e são particulares.
Teoria X Léxico
Teoria de Caso
Teoria da Regência
Estrutura Profunda
Teoria de Ligação
Mover a
TeoriaTeta
Estrutura de Superfície
Teoria da Fronteira
Forma Fonética Forma Lógica
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Teoria X Léxico
Estrutura Profunda
Mover a
Estrutura de Superfície
Léxico
Spell-out
Articulatória Conceptual
Perceptível Intencional
Observação: A idéia central deste modelo é criar um modelo mais simples possível,
a partir dos anteriores.
2 Tendências Contemporâneas
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3 Teorias Lógicas: Lógica de Predicado de Primeira Ordem
Semântica Lógica
Lógica Clássica – Aristóteles (fundador da Lógica)
Lógica Moderna - Frege, Russel e Wittgeinsten
Silogística Aristotélica// Sujeito e Predicado
ex.: 2=1+1, 2=2, 2=4-2,....todos referem-se ao mesmo número mas com sentido
(forma) diferente
ex.: ‘A Estrela da Manhã é a Estrela da Tarde’, referem-se ao mesmo planeta.
Sentido é o caminho que leva à referência.
‘Onássis é europeu’ e ‘Todos os gregos são europeus’ têm a mesma forma
gramatical, mas diferentes formas lógicas: Eo e ("´) (G´®E´)
Lógica Elementar:
‘Platão é filósofo’ P ou Fp
‘Chomsky é lingüista e Clinton não gosta dele’ P Ù ~ Q LckÙGctck
Se João ama Maria, então ele sente atração por ela P®Q
João não sente atração por Maria ~Q
João é oportunista
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Frege criou a noção de argumento e função. Segundo ele é melhor que usar a noção
de sujeito e predicado.
função/expressão funcional
Sócrates
Platão
Aristóteles
.......
Noção de Função:
Indivíduo CPF
João S 123456
Pedro M 543678
Maria C 789654
Domínio Contradomínio
(argumento) (valor)
Função
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Cálculo Proposicional
Léxico:
Variáveis proposicionais: A,B,C,...
Conetivos Lógicos: ~, Ù, Ú, ®, «
Sintaxe:
Regra de Formação: A Ù B, A Ú B, A ® B, ~A, A « B
Regra de Derivação: A ® B, A Þ B
A ® B, ~B Þ ~A
Semântica:
A Ù B A ® B
V V V V V V
V F F V F F
F F V F V V
F F F F V F
Simbolização:
Kant é filósofo Q
( P Ú Q) ® R
Cálculo de Predicados
Léxico:
Variáveis individuais: x, y, z....
Nomes próprios: m, n, ...
Sintaxe:
Quantificadores: Universal ("´) : ("´) ( Fx ® Gx)
Existencial ($´): ($´) ( Fx Ù Gx)
Semântica:
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Exemplo: Todos os políticos são oportunistas ("´) (R´®O´)
FHC é político Pfhc
Acl ® ~Sc
Não há verdade. O que existe são várias interpretações. Nada acontece fora da
teoria. Os fatos não são capturáveis. Fatos são fatos.
Uma análise mais sofisticada permite explicar os fatos. Teorias são especulativas.
Arbitrárias. Pode-se usar teorias já existentes para explicar novos fenômenos, não é
necessário construir uma teoria para cada fenômeno.
IntenCional está relacionado à intenção das pessoas, crenças,...
IntenSional relaciona-se à propriedade que permite identificar os elementos do
conjunto. A noção de conjunto é fundamental para compreender um estado de coisas. É
abstrata. Conjunto vazio: tem como propriedade ser vazia.
Visão extensional é mais observável. Mais primitivo.
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Existem argumentos válidos internamente e proposicionalmente
Regras de Correspondência
Toda a questão é mapear os sistema sintático, conceptual e fonológico.
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O pai: era lingüista – escreveu uma obra sobre Hebreu
Formação política: luta contra o anti-semitismo O contexto político era desfavorável
durante a sua juventude.
1947 – começa a graduação em Lingüística por influência de Z Harris/Harvard
Dissertação de mestrado em 1951
Crítica ao Modelo Transformacionalista de Harris
1951 – MIT – Departamento de Línguas Modernas/Lab. Eletrônica
Influência de Jakobson, Morris Halle, Bar-Hillel, Goodman,Quine,...
Conviveu com as idéias de Quine ainda na sua graduação
Bar-Hillel estudava tradução automática. Era matemático.
As Gramáticas Categoriais foram criadas por Bar-Hillel
1 AsUm dos alunos
línguas de Jakobson é Morris Halle que introduz Chomsky no MIT
são construídas.
19551 –Objetos
Tese dedadoutorado sobre
Lingüística nãoasão
Teoria Transformacional
construídos, mas são objetos naturais.
Recusa da publicação:
1 Linguagem obra sairá
é diferente com o título LSLT em 1975
de Língua.
Publicações de Syntatic
1 Linguagem é uma Structures
propriedade – 1957 (aulas ministradas no MIT)
da natureza.
Na década de 60 lançou
1 Ser naturalista os conceitos
significa de competência
compromisso e performance.
com a Física
Artigo contra Skinner em 1959
“Lingüística não é a ciência das línguas, mas a ciência do conhecimento que o
cérebro tem da linguagem” 2
2 O cérebro é a propriedade fundamental (Universal) da linguagem. Línguas são
29
Ferdinand de Saussure (1857-1913): lingüista suiço, cujas idéias acerca da estrutura da
linguagem cimentaram as bases para o progresso da lingüística e das ciências
relacionadas, durante o século XX. Escreveu “Memoire sur le systemè primitif des
voyelles dans les langues indo-européennes” (1879).
Após apresentar a sua dissertação de doutorado em Leipzig em 1880, sobre
o Genitivo Absoluto em Sânscrito, radicou-se em Paris e trabalhou como
professor da Ècole des Hautes Etudes desde 1881 a 1891. Anos mais tarde,
voltou para Genebra e assumiu a cátedra de Sânscrito e Filologia
Comparativa. Após a sua tese de doutorado, nunca mais voltou a publicar
outros livros; somente alguns poucos artigos sobre história da lingüística.
Convidado pela Universidade de Genebra, Saussure deu três cursos sobre
Lingüística Geral entre 1906 e 1911. Os textos das conferências, junto com
outros materiais, foram compilados por dois dos seus alunos (Charles Bally
e Albert Sechehaye). O texto definitivo foi publicado em 1916 como “Cours
de Linguistique Gènèrale” um dos trabalhos mais citados na literatura
lingüística deste século.
Uma língua não é só lingüística, pois envolve aspectos políticos, culturais,
psicológicos,...
A língua é social e a fala individual.
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Saussure estava construindo o objeto, sua metodologia baseou-se nas dicotomias
(conceitos):
Langue X Parole
Sincronia X Diacronia
Relações Sintagmáticas X Relações Paradigmáticas
Significante X Significado
Langue Parole
Sistema Realização
Psíquica Psicofísica
Social Individual
Língua X Fala:
Língua Fala
Conjunto de signos1 Tudo que é particular
Social Individual
Forma Substância
Sistema Manifestação
1
O signo lingüístico é uma entidade psíquica resultante da combinação de duas faces: conceito e imagem
acústica
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Nasceu Platão em Atenas no ano de 427 a. C. . Filho de família aristocrática e
abastada, entregou-se na juventude ao estudo das ciências, sob o magistério de
Crátilo, discípulo de Heráclito, passando mais tarde para a escola de Sócrates a
quem ouviu por quase dez anos. Por morte do mestre, retirou-se para Megara, de
onde empreendeu uma série de viagens ao Egito, à Itália e à Sicília. De volta à
Grécia, estabeleceu-se definitivamente em Atenas, abrindo sua escola, que
recebeu o nome de Academia. De então até a morte, ocorrida em 347, ocupou-se
exclusivamente em ensinar e escrever.
A forma dos escritos platônicos é o diálogo. O mais conhecido é a
República. que aborda questões referentes à linguagem há Crátilo, Teeteto,
Sofista e Fédon.
32
Aristóteles (384 – 322 a C), um dos maiores pensadores de
todos os tempos, nasceu em Stagira na Grécia e suas obras em
ciências natural e social, influenciaram, virtualmente, todas as
áreas do pensamento moderno.
Suas principais obras foram Organon (tratados de Lógica),
Rhetoric, Poetics, History of Animals, Metaphysics, De Anima
(sobre Psicologia) e Constitutio of Athens.
33
Gramática Universal (GU):
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Aquisição da Linguagem:
Quando as crianças aprendem uma língua, elas aprendem a gramática desta
língua, isto é, regras de fonologia, morfologia, sintaxe e semântica, bem como as
palavras ou vocabulário. Ninguém as ensina estas regras.
A aquisição da linguagem, para Chomsky, está determinada pela Gramática
Universal
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Duas tradições: analogismo e anomalismo
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O século XX caracteriza-se pelo desenvolvimento dos sistemas lógicos que conduz,
na Segunda metade do século, à construção de máquinas gerais para tratar a informação
(computadores). No meio dos anos 30, começa a se construir a teoria das linguagens
formais. Pouco a pouco os lingüistas interessam-se pela lógica, assim como pela teoria da
informação. Depois da Segunda Guerra Mundial, começa um movimento de matematização
da gramática das línguas naturais que tenta situá-la em um domínio vizinho daquele da
teoria das linguagens formais. Esse movimento, dominado sociologicamente pela gramática
gerativa, é contemporâneo de um crescimento sem precedente das universidades e de uma
especialização extrema das pesquisas. Geograficamente, ele é marcado pela hegemonia
americana.
37
lado, as regras lexicais e as subcategorizações e, de outro lado, as regras relativas às
estruturas de frase. Ele defende que as considerações semânticas não desempenham
nenhum papel na escolha da estrutura-sintática ou fonológica de uma língua. Esse modelo é
chamado modelo padrão.
Chomsky –1967- Depois da publicação de Aspects, alguns desenvolvimentos
do modelo gerativo se distanciam das proposições de Chomsky. Seus alunos Ross e Lakoff,
principalmente, desenvolvem a “semântica gerativa”: o nível da estrutura profunda,
extremamente abstrato, contém toda a informação semântica. A inserção dos elementos
lexicais é posterior, há uma só estrutura de base para todos os derivados morfológicos. Em
resposta à semântica gerativa, diferentes modificações da teoria-padrão conduzirão à teoria
padrão estendida. Em seu artigo Remarks on Nomonalization, adota a hipótese lexicalista
que fornece uma dimensão mais concreta à estrutura profunda: em uma expressão como “a
partida”, “partida”não é mais derivado de um verbo, mas entra diretamente como um nome
na estrutura profunda. Em Deep structure, surface structure and semantic interpretation
(1971) e Conditions on transformations (1973) formulam-se um certo número de novos
elementos: aplicação cega das regras de transformação sem consideração das relações
gramaticais ou semânticas; as regras semânticas (componente interpretativo da gramática)
aplicam-se sobre a estrutura profunda e a estrutura de superfície; algumas propriedades da
linguagem são tomadas por princípios muito gerais: as restrições que não têm a forma das
regras de reescrita (por exemplo: "nenhum sintagma nominal ramificado à esquerda sob
um outro sintagma nominal pode ser extraído deste último"); as regras de transformação
são substituídas por uma regra geral de deslocamento dos elementos da estrutura profunda
("move alpha", onde alpha pode ser qualquer categoria); os elementos deslocados deixam
"traços"; entre a estrutura de superfície e a representação semântica toma lugar um novo
componente: a forma lógica.
Montague -1968- em um artigo “Pragmatics” expõe uma teoria formal das
expressões indexais que ele desenvolverá em 1970 em um outro artigo “Pragmatics and
Intensional Logic”
Montague – 1970 - em um artigo intitulado “English as a Formal Language”,
defende que não há diferença teórica importante entre uma linguagem formal e uma
linguagem natural.
Labov- 1972- em seus Sociolinguistics patterns, apresenta um estudo empírico das
relações entre a estrutura social e a variação lingüística.
Fodor – 1975- em The Language of Thought, defende a existência de um
“mentalês”, linguagem inata do pensamento que estaria para as línguas naturais assim como
a linguagem-máquina está para as linguagens de programação.
Chomsky -1979- durante conferências em Pisa, introduz novos conceitos, cujo
conjunto constitui a teoria da regência e da ligação que se designa por vezes, mais
geralmente, pela expressão princípios e parâmetros. A gramática é composta de módulos
que interagem e provêm de diferentes teorias: teoria da ligação(estabelece os domínios de
validade das regras de movimento) ; teoria da regência ( estabelece a relação entre o núcleo
de um sintagma e as categorias que dependem dele); teoria dos papéis-teta ( estabelece as
funções da tematização); teoria dos casos (atribui casos abstratos e estuda sua realização
morfológica); teoria X-barra (define as restrições das categorias de base da gramática como
o substantivo ou a frase, admitindo a hipótese de que todas funcionam do mesmo modo: um
núcleo (X=cachorro), ao qual se pode juntar um especificador ( X”=SX=o cachorro) e um
complemento (X’’’=SXC= o cachorro preto)). Essas teorias permitem formular o
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princípio da gramática universal, que é aplicado nas diferentes línguas em função de
parâmetros específicos.
Sperber e Wilson –1986- Relevance
Chomsky -1993- em um artigo “A minimalist program for linguist theory”, defende
que o único papel da sintaxe é verificar a compatibilidade morfológica dos constituintes da
proposição.
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