Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
Jusfilosóficas atuais
O mundo é concebido por Aristóteles de forma finalista, onde cada coisa tem
uma atividade determinada por seu fim. O bem é a plenitude da essência,
aquilo a que todas as coisas tendem. O bem, portanto, é a finalidade de uma
coisa (ou de uma ciência, ou arte). Assim, a finalidade da medicina é a saúde,
e a da estratégia é a vitória. Dentre todos os bens, contudo, há um que é
supremo, que deve ser buscado como fim último da pólis. Esse bem é a
felicidade, entendida não como um estado, mas como um processo, uma
atividade através da qual o ser humano desenvolve da melhor maneira possível
suas aptidões.
Disso resulta a relação entre justiça e dialética, que Aristóteles legou aos
juristas atuais. A justiça é o fim último do Direito. Para alcança-la, os raciocínios
jurídicos não devem ser analíticos, decorrentes de um sistema jurídico
estabelecido em bases formais. Como os casos concretos não se repetem, não
podem ser tratados de modo universal. As normas de uma sociedade não
devem ser axiomas, mas "lugares comuns", princípios comumente aceitos.
Dentro dessa concepção, o Direito não deve ser entendido como um sistema
formal já pronto, pois comporta opiniões e raciocínios os mais diversos. O
Direito constrói-se através da argumentação que promove sua interpretação e
aplicação. Nesses termos, não deve o juiz decidir através de um silogismo,
com base em um sistema dedutivo, mas sim criar um sistema próprio para
cada problema, para cada caso concreto, que possibilite que todos nele
envolvidos tenham oportunidades iguais de emitirem suas opiniões e seus
valores. Só assim uma decisão poderá ser considerada justa. Apenas,
portanto, através dos raciocínios dialéticos, que recorrerão a argumentos de
todas as espécies, é que a justiça pode ser alcançada, enquanto cumprimento
da lei e realização da igualdade.
Bibliografia