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(RESUMO)
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
1. Conceito
Vimos, anteriormente, que obrigação é o poder jurídico pelo qual uma pessoa
(sujeito ativo), com base na lei ou no contrato (causa), pode exigir de outra, ou de
um grupo de pessoas (sujeito passivo), o cumprimento de uma prestação possível,
lícita, determinável e possuindo expressão econômica (objeto). Partindo desse
conceito genérico de obrigação, podemos dizer que a obrigação tributária é o vínculo
jurídico pelo qual o Estado, com base exclusivamente na legislação tributária, pode
exigir do particular uma prestação tributária positiva ou negativa. Tal obrigação pode
ser definida também como o liame entre o devedor (contribuinte ou responsável) e
credor (Fisco) que tem que tem por prestação o tributo ou conduta de natureza
tributária consistente em fazer ou não-fazer.
2. Elementos
Não se trata de contribuinte de fato, como à primeira vista pode parecer, pois,
analisando-se o conceito posto acima, nota-se que o responsável tributário é figura
prevista expressamente em lei, enquanto o contribuinte de fato não o é. Apenas
aproxima-se do contribuinte de direito, por estar previsto em lei, porém não realiza o
fato gerador e, por isso, recebe denominação própria de responsável tributário.
A lei opta por eleger o responsável tributário por diversos motivos, dentre eles para
viabilizar a incidência do tributo, para simplificar a arrecadação ou para garantir-lhe
eficácia, como se dá, ilustrativamente e com freqüência, com os empregadores e as
instituições financeiras (bancos).
3. Espécies
Primeiro, quando diz que a obrigação tributária surge com a ocorrência do fato
gerador, não está negando a natureza legal da obrigação tributária porque somente a
lei, em sentido estrito, pode definir uma dada situação como hipótese de incidência do
tributo (CTN, art. 97, III). Assim, deve-se interpretar a afirmação constante da parte
inicial do mencionado dispositivo legal no sentido de que a obrigação tributária,
prevista de forma abstrata e genérica na lei, concretiza-se com a ocorrência do fato
gerador.
Quarto, o dispositivo em tela reza ainda que a obrigação tributária principal tem
por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. O legislador incluiu o
pagamento de penalidade pecuniária como objeto da obrigação tributária principal pela
simples razão de consistir, tal qual o pagamento de tributo, em uma obrigação de dar,
tendo igualmente natureza patrimonial. Paulo de Barros Carvalho critica o legislador
por colocar o pagamento da pecuniária como objeto da obrigação tributária principal
porque estaria negando a cláusula do art. 3º do CTN, quando afirma que o tributo não
constitui a sanção do ato ilícito, embora o tributo e a penalidade correspondam a uma
prestação de natureza patrimonial.
Para que se possa melhor entender essa cláusula do referido dispositivo legal,
torna-se necessário que se explique as diversas fases da obrigação tributária: a lei, o
fato gerador e o lançamento. A lei contempla a obrigação tributária de forma abstrata,
definindo de uma hipótese de incidência, ao prescrever, por exemplo, que o imposto
de transmissão incide na alienação de um bem imóvel. Tal obrigação só se
concretizará quando efetivamente ocorrer o fato gerador, ou seja materializar-se a
situação prevista na lei, alienação do bem imóvel, transformando a obrigação tributária
de abstrata e concreta. Nessas duas fases a obrigação tributária ainda tem natureza
ilíquida porque o fisco não sabe que ocorreu o fato gerador, quem é o sujeito passivo,
etc. Há a necessidade, portanto de o lançamento, que é o conjunto de medidas
adotadas pela autoridade administrativa para verificar a ocorrência do fato gerador,
determinar a matéria tributável, calcular o montante de tributo devido e identificar o
sujeito passivo. O lançamento formaliza e individualiza a obrigação tributária,
transformando-a em uma obrigação líquida, constituindo o crédito tributário. Todavia, o
crédito tributário só se tornará exigível depois que o sujeito passivo for regularmente
notificado para a ciência do lançamento e deixar transcorrer o prazo legal sem
impugná-lo. Em resumo, a obrigação tributária surge de forma abstrata com a lei,
concretiza-,se com o fato gerador e individualiza-se com o lançamento.
1. Conceito
Segundo a Lei n. 8.880, de 1994 (art. 2o), e a Lei n. 9.069, de 1995 (art. 1o), o
real é a unidade do Sistema Monetário Nacional, tendo curso legal e poder liberatório
em todo território nacional. Assim, a lei pode fixar, em caráter excepcional, que
determinados bens possuem poder liberatório para o pagamento de tributos, a
exemplo da Lei n. 10.179, de 2001 (art. 6o), quanto aos títulos da dívida pública
federal vencidos e expressamente enumerados.
No julgamento da ADInMC n. 2.405, o Supremo Tribunal Federal, modificando
posição anterior, entendeu que os entes da Federação podem estabelecer, em leis
específicas, regras de quitação de seus próprios créditos tributários. No caso em
análise, admitiu-se como válida lei estadual que instituía dação em pagamento de
créditos tributários. Em momento posterior, por ocasião do julgamento da ADIN n.
1.917, o STF reconheceu a inconstitucionalidade de lei distrital que previa a quitação
de débitos tributários mediante dação em pagamento de materiais destinados a
atender a programas governamentais. Houve ofensa, segundo o STF, a exigência: a)
de processo licitatório (art. 37, inciso XXI, da Constituição) e b) de definição de nova
hipótese de extinção de crédito tributário por lei complementar (art. 146, inciso III, da
Constituição).
c) em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir: pode ser expresso em moeda
(exemplo: reais) ou por intermédio de indexadores (exemplos: ORTN, OTN, BTN,
UFIR);
d) que não constitua sanção de ato ilícito: as penalidades pecuniárias ou multas não
se incluem no conceito de tributo. Significa dizer que o pagamento do tributo não
decorre da infração de determinada lei. Pelo contrário, se algo é pago por
descumprimento da lei não se trata de tributo. Exemplo simples dessa afirmação é
o pagamento de multa pela não utilização de cinto de segurança nos veículos
automotores;
e) instituída em lei: só existe a obrigação de pagar o tributo se uma norma jurídica com
força de lei estabelecer a exigência. São exemplos de normas jurídicas com força de
lei: lei complementar, lei ordinária e medida provisória. Assim, um decreto (expedido
pelo Presidente da República) ou uma portaria (expedida pelo Ministro da Fazenda,
pelo Secretário da Receita Federal do Brasil ou pelo Procurador-Geral da Fazenda
Nacional) não podem criar ou instituir tributo;
2. Natureza jurídica
3. Espécies de tributo
O Código Tributário Nacional, assim como fez com a idéia de tributo, consagra
definições legais para as primeiras três espécies do gênero tributo. Nesses termos,
encontram-se nos artigos 16, 77 e 81 da lei de normas gerais do Sistema Tributário
Nacional as seguintes definições, respectivamente:
"Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação
independente de qualquer atividade estatal específica".
"As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos
Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o
exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço
público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição".
"A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito
Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída
para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária,
tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de
valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado".
Vale registrar não ter o legislador constituinte, ou mesmo o da lei de normas
gerais do Sistema Tributário Nacional, fixado de forma expressa definições ou
conceitos para as duas últimas espécies de tributos (empréstimos compulsórios e
contribuições sociais).
3.1. Impostos
Além dos sete impostos atribuídos à União, dos três impostos dos Estados e do
Distrito Federal e dos três impostos afetos aos Municípios, detalhados adiante, a
Constituição, no art. 154, estabeleceu competência exclusiva para a União instituir
impostos residuais (não previstos na Constituição), mediante lei complementar, e
impostos extraordinários, no caso de guerra externa ou sua iminência.
3.2. Taxas
Tanto o art. 145, §2o, da Constituição, quanto o art. 77, parágrafo único, do
Código Tributário Nacional, estabelecem a impossibilidade de a taxa ter base de
cálculo própria de impostos (Súmula STF n. 595). A vedação encerra, em verdade,
uma impossibilidade lógica. Afinal, a base de cálculo da taxa mede uma ação ou
atividade estatal. Já a base de cálculo do imposto mede uma grandeza onde não há
participação do Poder Público. O STF já admitiu que um dos elementos utilizados na
fixação da base de cálculo do IPTU (a metragem da área construída do imóvel) possa
integrar a determinação da taxa de coleta de lixo (RE n. 346.695/AgR).
Por fim, deve ser dispensado especial cuidado para a essencial presença da
obra pública. Em algumas situações pretende-se cobrar a contribuição de melhoria a
partir de serviços, como é o caso do recapeamento de via pública já asfaltada.
O preço público (ou tarifa) não possui natureza tributária. Entretanto, não raras
vezes é extremamente difícil precisar, no caso concreto, qual das figuras está
presente. Entre outros fatores de complicação, encontra-se uma significativa variedade
de critérios distintivos construídos pela doutrina jurídica. O núcleo dos problemas está,
obviamente, nos serviços públicos específicos e divisíveis. Afinal, para os serviços
públicos gerais não cabe a instituição de taxas, muito menos preços públicos (ou
tarifas). Conforme já mencionado, o financiamento dessas atividades será feito, em
regra, pelos impostos. Por sua vez, o exercício regular do poder de polícia não permite
a remuneração por meio de preços públicos (ou tarifas), conforme estabelece o
Supremo Tribunal Federal (ADInMC n. 2.247).
Assim, se for instituída uma exação denominada como "taxa", mas não se
encontre em seu fato gerador a ação estatal correspondente (exercício do poder de
polícia ou prestação de serviço específico e divisível), tem-se, em verdade, a criação
de um outro tributo. Por outro lado, a criação de um "imposto" a partir de um fato
gerador onde esteja presente uma ação estatal, na realidade, faz surgir uma taxa ou
contribuição de melhoria (dependendo da ação estatal prevista).
Num bom número de casos, somente a análise da base de cálculo permitirá a
identificação segura. Portanto, quando a base de cálculo mede ação estatal, ainda que
por estimativa ou presunção, está-se diante de um tributo vinculado (taxa ou
contribuição de melhoria). Ao revés, quando a base de cálculo mede fato, aspecto ou
circunstância alheia ao Estado, existente independente do Estado, está-se diante de
um tributo não-vinculado (imposto).
1.Receita Pública
Segundo Aliomar Baleeiro , entende-se por receita pública é "a entrada que,
integrando-se ao patrimônio público sem quaisquer reservas, condições ou
correspondência no passivo, vem acrescer o seu vulto, como elemento novo e
positivo". As receitas públicas podem ser originárias e derivadas. Receitas originárias
– são obtidas com a exploração do próprio patrimônio da administração pública, por
meio da alienação de bens ou serviços. Tem natureza dominial, pois são arrecadadas
com a exploração de uma atividade econômica pelo próprio Estado. Decorrem,
principalmente, das rendas do patrimônio imobiliário, das tarifas de ingressos
comerciais, de serviços e até mesmo venda de produtos industrializados. Receita
derivadas – são decorrentes da exploração compulsória do patrimônio do particular
pelo Estado no exercício de sua soberania.
2. Despesa pública
Dentre as definições de despesa pública propostas por Baleeiro, a mais adequada
aos fins do presente estudo é aquela que a conceitua como "o conjunto dos dispêndios do
Estado, ou de outra pessoa de direito público, para o funcionamento dos serviços públicos"
(1996, p. 65). A despesa seria entendida como uma parte do orçamento secionada ao
custeio de determinado setor administrativo que cumprirá uma função ou atribuição
governamental.
Interessante notar que a escolha pelo critério da "máxima vantagem social", isto é,
daquilo que trará maio benefício à coletividade, não cumpre dizer que não implicará em
uma desvantagem atual almejando a uma sólida vantagem futura.
A definição de qual será o critério a ser utilizado depende dos ideais e das
motivações do governante ou de seu grupo que, em nome do povo, agirá no comando do
serviço público.
Como regra, toda e qualquer despesa deverá ser previamente autorizada pelo
Poder Legislativo ao Poder Executivo, isto é, nenhuma autoridade pode efetuar ou ordenar
despesa sem autorização legislativa, ou acima dos limites estabelecidos, nem empregar a
outra finalidade, ainda que mais relevante, quando despesa especificada (BALEEIRO,
1996, p. 73); obedecendo ao mandamento constitucional sobre o processo legislativo (arts.
60-74).
Baleeiro (1996, p. 82-9) ainda aponta três causas de crescimento real da despesa
pública, constatando que é crescente a extensão da rede de serviços públicos, motivando
maior destinação das rendas à satisfação destas necessidades:
a)o incremento da capacidade econômica do homem contemporâneo, sobretudo devido ao
aperfeiçoamento da técnica de produção e, portanto, da produtividade;
b)a elevação do nível político, moral e cultural das massas sob o influxo de idéias-forças,
que levam os indivíduos a exigir e a conceder mais ampla e eficaz expansão dos serviços
públicos;
c)as guerras, que de lutas entre grupos armados, restritos, assumiram o caráter de
aplicação total das forças econômicas e morais, humanas, enfim, do país na sorte do
conflito.
O autor nota ainda como causa para o aumento da despesa pública os erros e
vícios políticos e administrativos, entendendo estes sem significação percentual de relevo.
Exemplifica com as ações demagógicas, onde as decisões dos órgãos de poder público
quanto às dotações orçamentárias sofrem, por vezes, a influência de interesses eleitorais,
distorcendo o ideal de interesse público.
Com razão, pois, veio o Plano Plurianual a coibir esta prática, ao estender um
horizonte de metas e programas além dos três últimos anos de mandato do governante
que o propôs, atingindo o primeiro quarto do governo sucessor, permitindo razionalização
e estabilidade nas ações administrativas.
A situação descrita constitui tão somente uma exceção ao princípio, posto que,
a própria Constituição Federal nos incisos I, II, IV e V do artigo 153 legitima o Poder
Executivo a exercer esta função. Esta suposta crise deve ser encarada apenas como
um caso de delegação legislativa.
LANÇAMENTO TRIBUTARIO
PRESCRIÇÃO E DECADENCIA
O vocábulo “decadência” é formado pelo prefixo latino “de” ( de cima de), pela
forma verbal “cado”, do verbo latino “cadere”(cair) e pelo sufixo “ência”, do latim
“entia”, denotador de ação ou de estado. Assim, literalmente, “decadência” significa a
ação de cair ou o estado daquilo que caiu.
No direito tributário, temos duas espécies de decadência: uma que pode ser
conceituada como “a extinção do poder que a Fazenda Pública tem de CONSTITUIR
o crédito tributário pelo lançamento, tornando-o, assim, LÍQUIDO, CERTO E
EXIGÍVEL” e outra, como “a extinção do direito do sujeito passivo de pleitear a
restituição de tributo indevidamente pago, ou pago a maior.” Ou seja, uma se refere ao
poder-dever do lançamento; outra, ao direito de repetição do indébito tributário.
a) o prazo de decadência, uma vez iniciado, não pode ser suspenso ou interrompido;
b) a decadência deve ser decretada, de ofício, pelo juiz, quando este dela conhecer.
V - a prescrição e a decadência;”
O fato é que, seja qual for a tese adotada, decorrido o prazo decadencial, o
sujeito ativo não mais pode exigir o crédito tributário do sujeito passivo.
O art. 173 do Código prevê prazo decadencial de cinco anos, com três
hipóteses de termo inicial:
A - Na primeira (art. 173, I), que se constitui na regra geral, o termo inicial do prazo é
primeiro dia do EXERCÍCIO (financeiro; atualmente, coincide com o ano civil; Lei
4.320/64, art. 34) seguinte àquele em que o lançamento PODERIA ter sido efetuado.
Esta regra se aplica a todas as hipóteses de lançamento “de ofício” e “por declaração”.
b) o sujeito não antecipou o pagamento (ou o fêz a menor que o devido); neste caso, o
termo inicial do prazo de decadência é a data da ocorrência do respectivo fato
gerador (CTN, art. 150, par. 4o.) Atente-se, contudo, para que, aqui, o prazo
decadencial se aplica ao lançamento DE OFÍCIO que deve ser efetuado pela
autoridade, à vista da omissão (ou do pagamento a menor) do sujeito passivo.
Na verdade, aqui, somente por ficção jurídica pode-se dizer que se está diante
de prazo DECADENCIAL, uma vez que a lei está, de fato, prevendo, a um só tempo, a
SUSPENSÃO ( durante o processo, administrativo ou judicial, em que se discute a
validade do lançamento) e a INTERRUPÇÃO ( a partir da decisão definitiva ), do
prazo, o que, de acordo com a doutrina tradicional só é possível em caso de
PRESCRIÇÃO.
C - Finalmente, a hipótese prevista no par. único do art. 173 apenas se aplica aos
casos em que houve, ou há, um processo de investigação por parte da autoridade
administrativa, o qual poderá, ou não, resultar em lançamento (de ofício.) Neste caso,
o termo inicial do prazo decadencial é o dia em que o sujeito passivo foi cientificado do
início deste processo, usualmente chamado de “processo fiscal” (“v. g.”, pedido de
informações ou de entrega ou exibição de livros ou documentos, termo de início de
fiscalização, termo de apreensão de mercadorias, livros ou documentos, etc.)
a) não pode ser decretada, de ofício, pelo juiz, necessitando ser alegada, por uma das
partes;
c) pode operar tanto antes do ajuizamento da ação, como durante o seu curso
(prescrição intercorrente).
Vê-se que o legislador, ao redigir o par. único do art. 174 do CTN, se limitou a
adaptar a redação do art. 172 do Código Civil, sem sequer substituir a expressão
“devedor”pela “sujeito passivo”, adotada pelo CTN.
b) a demora no curso da ação se deve ao fato de a Fazenda Pública não ter logrado
encontrar bens penhoráveis do Executado, em que pese ter envidado seus esforços
neste sentido. Aqui, há divergência, inclusive dentro da mesma Turma (a 1 a.) do
STJ: existem, julgados que entendem que o art. 40 da LEF contempla verdadeira
hipótese de INTERRUPÇÃO da PRESCRIÇÃO ( RE 34.850—3-SP; mv, 9.11.94;
IOB 1-8255), enquanto outros asseveram (acertadamente, a meu ver), que o citado
dispositivo prevê, apenas causa de SUSPENSÃO da contagem da interrupção, até
que se localize o devedor, ou bens penhoráveis seus ( RE 35.663-6-SP, mv,
21.9.94; RSTJ 76/182.)
Quanto a causas SUSPENSIVAS do prazo prescricional, a doutrina alerta para
o fato de que, a única prevista no CTN é a insculpida no par. único do art. 155
(revogação do despacho concessivo da moratória), que se aplica, também, às
hipóteses de revogação dos despachos concessivos de isenção (art. 179, par. 2o.) e
de anistia ( art. 182, par. único.)
Finalmente, o CTN prevê, em seu art. 169, que a ação anulatória da decisão
administrativa que denegar a restituição, ao sujeito passivo que pagou valor indevido,
prescreve em dois anos. O termo inicial deste prazo é a data em que o sujeito passivo
foi INTIMADO da decisão denegatória.
Ainda segundo o art. 169 do CTN, este prazo de prescrição é interrompido pelo
início (ajuizamento) da ação judicial, recomeçando seu curso, pela metade do prazo
(para fins de prescrição intercorrente), a partir da citação da Fazenda Pública.
ORÇAMENTO
CONCEITOS BÁSICOS
As receitas são estimadas pelo governo. Por isso mesmo, elas podem
ser maiores ou menores do que foi inicialmente previsto.
Princípios Orçamentários
Princípio da Unidade
Princípio da Universalidade
A Lei orçamentária deve incorporar todas as receitas e despesas, ou
seja, nenhuma instituição pública deve ficar fora do orçamento.
Princípio da Anualidade
1a Etapa
2a Etapa
3a Etapa
4a Etapa
Classificações Orçamentárias
De grande importância para a compreensão do orçamento são os
critérios de classificação das contas públicas. As classificações são utilizadas
para facilitar e padronizar as informações que se deseja obter. Pela
classificação é possível visualizar o orçamento por Poder, por Instituição, por
Função de Governo, por Programa, por Subprograma, por Projeto e/ou
Atividade, ou, ainda por categoria econômica.
FATO GERADOR
1.Denominação
2. Conceito
O CTN, como define em separado a obrigação tributária principal (art. 113, § 1º)
e a obrigação tributária acessória (art. 113, § 2º), adota a mesma técnica, definindo o
fato gerador da obrigação principal no art. 114 e o fato gerador da obrigação acessória
no art. 115.
3. Classificação
O fato gerador pode ser instantâneo ou complexivo conforme a clássica lição
de Amilcar de Araújo Falcão:
4. Importância
5. Elementos
Como se sabe, condição, nos termos do art. 114 do Código Civil, é a cláusula
que subordina o efeito do ato jurídico a um evento futuro e incerto. A condição é
suspensiva quando a eficácia do ato fica pendente do seu implemento (Código Civil,
art. 118), e resolutiva quando ocorrendo o evento futuro e incerto, o ato jurídico cessa
de ter eficácia (Código Civil, art. 119). Assim, o fato subordinado a uma condição
suspensiva só produzirá efeitos jurídicos no momento em que ocorrer a condição. Só
neste momento é que se terá adquirido o direito pretendido, enquanto o ato
subordinado a uma condição resolutória produz efeitos desde o momento de sua
prática, cessando sua eficácia. no entanto, com o implemento da condição.
Exemplificando, podemos dizer que a condição é suspensiva quando A promete
vender seu apartamento a B, se este casar com C, ficando a eficácia do ato (compra e
venda) suspensa até que se efetive o casamento de B com C (evento futuro e incerto).
A resolutória a condição quando A dá em comodato seu imóvel a favor de B, enquanto
este estiver residindo no Rio de Janeiro, caso em que o ato (comodato) produz efeitos
desde o momento de sua celebração, mas cessará a sua eficácia quando B deixar de
residir no Rio de Janeiro (implemento da condição).
O CTN trata dos atos ou negócios jurídicos condicionais em seu art. 117, que
está vinculado, por expressa referenda, ao inciso II do art. 116, pois somente a
situação jurídica pode estar sujeita à condição. Desta forma, e salvo disposição de lei
em contrário, sendo a condição suspensiva, os atos ou negócios Jurídicos reputam-se
perfeitos e acabados com o implemento da condição, sendo a condição resolutória
desde o momento da prática do ato ou da celebração do negócio. Em consequência,
no caso de ato subordinado à condição suspensiva, o fato gerador considera-se
ocorrido no instante em que houver o implemento do evento futuro e incerto, e na
hipótese do ato subordinado à condição resolutória, o fato gerador considera-se
existente no momento da prática do ato.
Por último, cabe uma observação quanto ao fato do art. 117 do CTN referir-se a
atos ou negócios jurídicos. Caio Mário da Silva Pereira, com a autoridade e precisão
de sempre, leciona que a expressão ato jurídico, em sentido lato, compreende as
ações humanas,
Não podemos encerrar a parte referente ao fato gerador sem tratar do problema
da tributação ou não de atos nulos, anuláveis, ilícitos, criminosos e imorais.
O Código Civil, em seu art. 82, reza que a validade do ato jurídico requer agente
capaz, objeto licito e forma prescrita ou não defesa na lei. Por outro lado, o art. 145 do
Código Civil considera nulo o ato jurídico quando: a) praticado por pessoa
absolutamente incapaz; b) não revestir a forma prescrita em lei; c) for preterida alguma
solenidade que a lei considera essencial para a sua validade; d) a lei taxativamente o
declarar nulo ou lhe negar efeito. Declarada a nulidade do ato, os efeitos de tal
declaração retroagirão de modo a alcançar o ato, que será considerado como se
nunca tivesse sido praticado, passando-se uma borracha nos efeitos que tenha
produzido.
Anulável é o ato que se reveste dos elementos essenciais exigidos para a sua
forma, mas apresenta um vício que diz respeito à proteção de interesses individuais,
correspondentes à prática por agente relativamente incapaz ou por conter vício
resultante de erro, dolo, coação, simulação ou fraude (Código Civil, art. 147). A
decisão que anula o ato produzirá efeitos somente a partir de sua prolação, não
afetando os efeitos jurídicos por ele ocasionados anteriormente.
Não se deve, no entanto, esquecer, como muito bem observe Hugo de Brito
Machado, que a lei não pode definir como hipótese de incidência de tributo uma
atividade ilícita, porque não é isso que o legislador quer expressar no art. 118, I. O que
ele autoriza é que se a situação prevista abstratamente na lei (v.g., a percepção de
rendimentos) materializar-se em decorrência de uma atividade ilícita, ou seja, na
ocorrência do fato gerador, o tributo deve ser cobrado.