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INTRODUÇÃO.

Os leitores da Bíblia geralmente identificam nela os grandes feitos do Senhor, ou se


enchem de força e vigor lendo sobre atos de coragem e ousadia de homens e mulheres
impulsionados pela sua inabalável fé. Na palavra de Deus eles encontram o consolo, a
direção, a orientação e até mesmo são confrontados a viver uma vida segundo os padrões
de Deus que estão escritos nela. É evidente que a Bíblia é um livro espiritual, que não
apenas contem, mas que é a palavra de Deus, só que não podemos ignorar seu contexto
histórico, pois, nela está registrada a cultura e história de alguns povos e tribos,
civilizações e impérios.

Olhando a parte histórica da Bíblia e observando seus personagens, a imaginação


vai longe, facilmente tentamos voltar no tempo, nos colocando na situação, no momento
em que eles estavam vivendo a fim de experimentar um pouquinho desse mundo e cultura
fascinante.

Fazendo essa viagem nas paginas da Bíblia me deparei com as instituições


familiares, mas precisamente com os casamentos, portanto o objetivo central deste trabalho
é trazer algumas informações de como funcionava o casamento nos tempos bíblicos, como
se tratava dos casos de divórcios e até mesmo com pecados que manchavam e destruíam o
matrimônio.

1. A origem do Casamento.

O Casamento pode ser considerado uma ordenança bíblica. “Não é bom que o
homem esteja só”. (Gn 4.19); no Talmud faz menção: “o homem que não tem mulher não é
ser humano” (Jeb 63a). 1

“E disse o homem: Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne;
chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada. Por isso, deixa o homem pai e mãe e se
une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne.” (Gn 2.23,24)

1
Bauer, Dicionário Bíblico Teológico, Matrimônio p. 251
2

Esse é o primeiro relato bíblico que fala a respeito do casamento, este texto
apresenta o casamento monogâmico como sendo de acordo com a vontade de Deus, a
linhagem de Sete é monogâmica, já a linhagem reprovada de Caim é poligâmica2. Aqui já
temos um ponto critico. Infelizmente alguns que não sabem como usar e interpretar a
Bíblia vão dizer que a poligamia é algo correto a aceitável até mesmo em nossos dias.

É verdade que no Antigo Testamento vemos casos de poligamia, mas eles estão
geralmente ligados a necessidade de estabelecer descendentes, ou seja, quando uma mulher
era estéril seu marido tinha a oportunidade de possuir uma concubina a fim de lhe gerar um
herdeiro.

“Se um homem tiver duas mulheres, uma a quem ama e outra a quem aborrece, e
uma e outra lhe derem filhos, e o primogênito for da aborrecida, no dia em que fizer herdar
a seus filhos aquilo que possuir, não poderá dar a primogenitura ao filho da amada,
preferindo-o ao filho da aborrecida, que é o primogênito. Mas ao filho da aborrecida
reconhecerá por primogênito, dando-lhe dobrada porção de tudo quanto possuir, porquanto
aquele é o primogênito do seu vigor; o direito da primogenitura é dele.”(Dt 21.15-17).

Este texto mostra que de certa forma a bigamia era aceita na lei, não se pode
esquecer que no período dos juízes e reis ainda havia esse costume, só não podemos
afirmar que era algo comum em Israel. Quando se reflete sobre esse assunto tem que ser
levado em conta à cultura oriental da época e também que diversas famílias com esse
costume passaram por problemas, tem o caso de “Abraão e Hagar” (Gn 21.9,10), “Penina e
Ana” (1 Sm 1.6-8). O Novo Testamento nos adverte com uma palavra de Jesus contra a
poligamia “Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se
os dois uma só carne. (Mt 19.5).

1.2 O Casamento em Israel.

Eram praticas comuns os casamentos serem arranjados pelos pais, geralmente com pessoas
do mesmo clã, nota-se que era proibido o casamento com alguém de outra nação que
adorasse outros deuses “Nem te aparentarás com elas; não darás tuas filhas a seus filhos, e

2
R. de Vaux, Instituições de Israel no Antigo Testamento, O casamento p. 46
3

não tomarás suas filhas para teus filhos;” (Dt 7.3). A lei proibia casamentos entre parentes
próximos. Em alguns casos os jovens opinavam com quem queriam se casar Siquém e
Sansão são exemplos disso. 3

Outro fato importante na cultura de Israel era o “mohar”, esse vocábulo aparece
somente em três passagens bíblicas, (Gn 34.12; Ex 22.16; 1Sm 18.25.) era uma espécie de
pagamento dado ao pai da moça com que se pretendia casar, o mohar era uma quantia
estabelecida pelo pai, mas também poderia ser substituído por trabalho prestado, um
exemplo disso encontramos na história de Jacó.

“Jacó amava a Raquel e disse: Sete anos te servirei por tua filha mais moça, Raquel.
Respondeu Labão: Melhor é que eu ta dê, em vez de dá-la a outro homem; fica, pois,
comigo. Assim, por amor a Raquel, serviu Jacó sete anos; e estes lhe pareceram como
poucos dias, pelo muito que a amava.” (Gn 29.18-20).

1.3 Os Esponsais

No antigo testamento vemos o costume dos esponsais, ou seja, promessa feita um


pouco antes do casamento. No hebraico é usado o verbo “arás” que é empregado onze
vezes na Bíblia, vejamos alguns casos:

“Disse Saul a Davi: Eis aqui Merabe, minha filha mais velha, que te darei por
mulher; sê-me somente filho valente e guerreia as guerras do SENHOR; porque Saul dizia
consigo: Não seja contra ele a minha mão, e sim a dos filisteus. Respondeu Davi a Saul:
Quem sou eu, e qual é a minha vida e a família de meu pai em Israel, para vir a ser eu
genro do rei? Sucedeu, porém, que, ao tempo em que Merabe, filha de Saul, devia ser dada
a Davi, foi dada por mulher a Adriel, meolatita.” (1 Sm 18.17-19)

“Tendo os servos de Saul referido estas palavras a Davi, agradou-se este de que
viesse a ser genro do rei. Antes de vencido o prazo, dispôs-se Davi e partiu com os seus
homens, e feriram dentre os filisteus duzentos homens; trouxe os seus prepúcios e os
entregou todos ao rei, para que lhe fosse genro. Então, Saul lhe deu por mulher a sua filha
Mical.” (1 SM 18.26,27)

3
Drane John, Enciclopédia da Bíblia, Casamentos e Bodas p. 96
4

Essas promessas ou acordos tinham um efeito jurídico, em Deuteronômio vemos


leis a respeito dos esponsais, o homem que tinha desposado uma mulher e ainda não havia
casado estava liberado da guerra, (Dt 20.7). A mulher que estava desposada se fosse
violentada sexualmente na cidade deveria ser morta junto com o homem que cometeu o
ato, pois havia a possibilidade de pedir socorro, se fosse no campo somente o agressor
seria morto (Dt 22.24,25).

2. Cerimônias e trajes núpcias.

Tanto no Antigo Testamento como o Novo Testamento, vemos alguns costumes


nas cerimônias matrimoniais que de certa forma ainda são observados nos dias atuais. As
pessoas apareciam nas festas do casamento com ricos vestidos, o anfitrião vestia os
convidados com belas vestimentas antes de irem para salão do banquete. Ainda prevalece
no Oriente este costume: quando um homem rico faz uma festa, ordena uma espécie de
peliça, para vestir sobre a sua roupa.4

2.1 Trajes do noivo.

O noivo tinha uma vestimenta especial, a Bíblia fala sobre um enfeite sobre sua
cabeça. “Mulheres de Sião, venham ver o rei! O rei Salomão está usando a coroa que
recebeu da sua mãe no dia do seu casamento, naquele dia de tanta felicidade.” (Ct 3.11).

2.2 Trajes da noiva.

A noiva também tinha todo um preparo para o momento da Cerimônia, vemos o


relato que a noiva se adornava com jóias, “... como noivo que se adorna de turbante, como
noiva que se enfeita com as suas jóias.” (Is 61.10). O véu fazia parte de sua vestimenta, a
passagem do casamento de Jacó mostra que Lia usava um véu que cobria seu rosto.

2.3 A celebração do casamento.

4
Site Vivos!, seção Casamento nos Tempos Bíblicos (http://www.vivos.com.br/189.htm)
5

O casamento sem duvida alguma era um dia de grande festa, diferente da nossa
cultura o noivo é que ia ao encontro da noiva, ela porem não sabia o momento exato, por
isso ficava com sua comitiva esperando a chegada do noivo, a vinda do noivo era
acompanhada por seus amigos que festejavam com tamborins e música.

Geralmente o casamento acontecia na casa do noivo (Sl 45.15; Mt 22.2), depois do


casamento acontecia um grande banquete uma festa que poderia durar dias ( Gn29.22;
Jz14.10).

3. O Divórcio.

A palavra divórcio, do grego apostasion, ocorre poucas vezes na Septuaginta que


faz referencia a: “titulo de divórcio.” Outro vocábulo também utilizado é apolyo, cujo
significado é: soltar, inocentar, exonerar, mandar embora. 5

3.1 O Divórcio e a Lei Mosaica.

O divórcio não é algo novo, não passou a existir em nossa época, na verdade esse
já era um problema enfrentado nos dias de Moisés, não que ele ou até mesmo Deus fosse a
favor, mas como essa pratica estava se tornando comum era necessário regulamentar essa
situação. No livro de Deuteronômio tem a expressão: “se ela não for agradável aos seus
6
olhos e se achar algo indecente.” Ou como diz outra tradução bíblica “inconveniente.”
Parece que esta passagem dava direito ao marido repudiar a mulher o fato de ele não se
contentar com algo nela ou em sua conduta, talvez em caso de adultério o procedimento
fosse outro, pois em Levítico 20.10, vemos que o ato do adultério tinha como pena a morte.

3.2 As Duas Escolas.

No 1º século antes de Cristo existiam em Israel duas escolas rabínicas, a saber,


Hillel e Shammai, eles debatiam questões veterotestamentárias.

5
Bastos Walter, Santidade do Casamento Cristão a União Feliz e Como Alcançá-La, p.71
6
Bíblia Sagrada, Deuteronômio 24.1
6

No conceito de Hillel o homem poderia repudiar sua mulher se essa não fosse boa
nas responsabilidades do lar, se fosse fofoqueira ou até mesmo se outra mulher chamasse
mais a atenção do dele.

Já no ponto de vista mais rigoroso Shammai o divórcio só poderia acontecer em


caso da mulher agir de maneira indecorosa ou com má conduta. Mas se observamos a lei
de Moises de uma maneira mais complexa veremos que não existe um motivo claro que
garantia o direito de divórcio, segundo Jesus: Moisés permitiu o divórcio por causa da
dureza de coração do povo daquela época.7

3.3 Regras Sobre o Divórcio.

Era exigida uma carta de repúdio onde o marido declarava já não ser mais esposo
daquela mulher e nem ela ser sua esposa. Já na colônia Elefantina era dito diante de
testemunhas “eu me divórcio de minha mulher.” Era, pois necessário tanto em Israel
quanto na Mesopotâmia redigir um documento que permitia a mulher voltar a se casar.

Mas é verdade que o marido também estava sujeito a restrições, no caso de ter
acusado falsamente a mulher de não ser virgem depois de ter casado com ela, ele não
poderia repudiá-la (Dt 22.19), outro caso seria se um homem violasse uma moça ele teria
que se casar com ela sem o direto de se divorciar. (Dt 22.29). Outra lei seria se a mulher
repudiada se casasse com outro homem e esse viesse a morrer ela não poderia voltar a seu
primeiro marido, (Dt 24.4), vale apena lembrar que a carta de repudio era algo exclusivo
dos homens a mulher não podia pedir divórcio do seu marido.

4 O Adultério.

Deus em todas as coisas se preocupou com o povo que Ele tirará do Egito, Deus
criou leis e normas, desde a questão da higiene e saúde, até mesmo em relação à vida
moral e espiritual de seu povo. É claro que o adultério não iria passar em branco, o Senhor
condenou essa prática, é o sétimo na lista dos dez mandamentos e esta colocado entre o
roubo e o homicídio.

7
Bíblia Sagrada 19.8
7

Segundo o Levítico 20.10 se um homem adulterasse com a mulher de seu próximo, ambos
adúlteros sofreriam a pena de morte, poderia ser por apedrejamento: “E na lei nos mandou
Moisés que tais mulheres sejam apedrejadas; tu, pois, que dizes?” (Jo 8.5); ou até ser
lançados no fogo.

O Livro de Provérbios traz alguns alertas sobre a pureza sexual, diz para não se entregar
aos encantos da mulher adulterá: “para te livrar da mulher adúltera, da estrangeira, que
lisonjeia com palavras.”(Pv 2.16), pois tal envolvimento gera consequências
desagradaveis.

“porque a sua casa se inclina para a morte, e as suas veredas, para o reino das sombras da
morte; todos os que se dirigem a essa mulher não voltarão e não atinarão com as veredas
da vida”(Pv 2.18,19).

Quando a mulher era infiel ao seu marido sofria duras penas e era muito humilhada e
difamada. “Agora vou deixá-la completamente nua na frente dos seus amantes, e ninguém
a livrará do meu poder.” (Os 2.10). Já não vemos o mesmo acontecendo com o homem,
mesmo sabendo que ele é insentivado a ser fiel no seu casamento, “Afasta o teu caminho
da mulher adúltera e não te aproximes da porta da sua casa; Seja bendito o teu manancial, e
alegra-te com a mulher da tua mocidade.”(Pv 5.8,18). Não vemos na Bíblia uma passagem
que mostra o homem sendo humlihado porque foi infiel a sua esposa.

5 O Levirato.

A palavra levirato vem do latim “levir” que traduz o hebraico yabam, “cunhado”8. Levirato
é uma lei hebraica que obrigava um homem a esposar a viúva de um irmão quando do
morto não houvesse herdeiro.9

“Se irmãos morarem juntos, e um deles morrer sem filhos, então, a mulher do que morreu
não se casará com outro estranho, fora da família; seu cunhado a tomará, e a receberá por
mulher, e exercerá para com ela a obrigação de cunhado.O primogênito que ela lhe der será
sucessor do nome do seu irmão falecido, para que o nome deste não se apague em
Israel.Porém, se o homem não quiser tomar sua cunhada, subirá esta à porta, aos anciãos, e
dirá: Meu cunhado recusa suscitar a seu irmão nome em Israel; não quer exercer para
comigo a obrigação de cunhado.Então, os anciãos da sua cidade devem chamá-lo e falar-
lhe; e, se ele persistir e disser: Não quero tomá-la,então, sua cunhada se chegará a ele na
presença dos anciãos, e lhe descalçará a sandália do pé, e lhe cuspirá no rosto, e protestará,
e dirá: Assim se fará ao homem que não quer edificar a casa de seu irmão;e o nome de sua
casa se chamará em Israel: A casa do descalçado.” (Dt 25.5-10)

8
R. de Vaux, Instituições de Israel no Antigo Testamento, O Levirato p. 60
9
Site, Verbetes.com.br. O que é Levirato? (http://www.verbetes.com.br/def:110327:Levirato)
8

Este texto mostra claramente como funcionava o Levirato, algo interessante é ver que o
homem poderia se recusar a cumprir a lei, mas ele seria esposto e humilhado na presença
dos ançiãos por sua cunhada.

Quando se fala em Levirato um texto muito usado é o de Judá e Tamar, (Gn 38), outro
texto que podemos usar é o de Rute e Boaz. É verdade que eles não eram cunhados, mas a
intenção de perpetuar o nome do falecido é levada em conta. “Disse, porém, Boaz: No dia
em que tomares a terra da mão de Noemi, também a tomarás da mão de Rute, a moabita, já
viúva, para suscitar o nome do esposo falecido, sobre a herança dele.”(Rt 4.5).
9

Conclusão.
Muito temos escutado em nossos dias que família é um projeto divino. No livro de
Genesis percebemos isso, pois, vemos Deus formando o primeiro casal de seres humanos e
dizendo que por causa disso o homem e a mulher, deixariam a casa dos pais e se tornariam
uma só carne.

Sendo o casamento instituído por Deus

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