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das estruturas mentais
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LIMA, A.F.S.O. Pré-escola e Alfabetização: uma proposta baseada em P. Freire e J. Piaget.14 ed. Petrópolis: Editora Vozes, 2001, p. 43-48
nível de
idade nível de representação nível de
estágio do nível de organização representação
média desenvolvimento linguagem gráfica
(anos) e socialização (desenho) (corpo)
monólogo
(ecolália, realismo imitação com
0 a 2/3 sensório-motor individual fortuito
palavra-frase) modelo
1. ESTÁGIO DO DESENVOLVIMENTO
2. OS NÍVEIS DA LINGUAGEM
A2 Monólogo
A criança emite sons e balbucia sílabas. Utiliza uma palavra para significar uma frase.
Exemplo: "água" para dizer "eu quero água".
B2 Monólogo coletivo
As crianças parecem falar umas com as outras. Entretanto, suas frases não se coordenam entre
si, não se importam com a resposta dos outros. Exemplo: uma criança diz "eu fui na praia", ao
que outra responde "minha mãe me deu uma boneca". Falam todos ao mesmo tempo.
C2 Informação adaptada
A criança adapta sua resposta à frase do companheiro, mas não é capaz de
manter uma conversação longa, podendo mudar de tema a partir de uma
palavra que desperte o seu interesse.
D2 Diálogo
A criança pode manter uma conversação sem contudo ser capaz de
discutir diferentes pontos de vista para chegar a uma conclusão comum.
E2 Discussão
O adolescente é capaz de discutir um tema com diferentes pontos de
vista e chegar a uma conclusão.
A3 Individual
A criança nesta etapa trabalha sozinha. Os outros para ela são objetos, passíveis de serem explo-
rados como qualquer outro (mordem, empurram, abraçam etc.). As relações, pois, freqüente-
mente apresentam conflitos que, entretanto, não se constituem em "briga", mas poderíamos di-
zer que são explorações mútuas, idênticas às explorações que fazem com os objetos. Não em-
prestam seus objetos por não serem capazes de compreender que o outro os devolverá. .4
B3 Pares móveis
As crianças começam a andar em pares (freqüentemente dão as mãos). Estes
pares são móveis, isto é, dissolvem-se e refazem-se conforme a atividade. A
criança não compreende regras sociais nem acordos, e, portanto, estes pares não
significam acordos ou compromissos mútuos. No entanto, ao contrário da fase
anterior, os conflitos agora já configuram disputas ("brigas") e são freqüentes.
C3 Pares fixos
Estes pares são a gênese, o começo da construção dos bandos e grupos, pois já se caracterizam
por maior permanência nas escolhas. Começam a existir os primeiros amigos. Eventualmente
podem integrar um terceiro elemento, no entanto, dissolvem-se com muita facilidade. Os
conflitos aqui diminuem consideravelmente, embora não deixe de haver disputas. A criança é
capaz de presentear, emprestar, trocar objetos. São capazes de brincar longas horas juntos
(brincadeiras mais estruturadas), dividindo os seus brinquedos, o que não significa que não
exista conflito. Sabe já o que é seu e o que é do outro.
D3 Bando
As crianças agora agrupam-se em quantidades maiores (mais de três crianças).
Os bandos são em geral liderados por uma criança que possua uma
característica significativa (ser a maior, a mais forte etc.). Adoram chefiar e
serem chefiados. Compreendem as regras e sabem, agora, que existem regras
sociais e, portanto, são capazes de estabelecer alguns compromissos e serem
fiéis às regras, sendo capazes de denunciar o colega que as infringiu. Por
acreditarem no poder supremo das regras e sua imutabilidade, não aceitam os
que as violam; é o que Piaget chamou de "moral do dever". São muito
freqüentes os fenômenos coletivos (terem um mesmo tipo de atitude com o
professor, por exemplo). Os conflitos agora deixam de ser fundamentalmente
físicos, pois a pressão do grupo é uma dura pena.
E3 Grupo
Finalmente, as crianças são capazes de formar GRUPOS propriamente ditos, os grupos de
adolescentes, onde descobrem que as leis são transformáveis e seu compromisso antes de tudo é
com o SEU grupo. São absolutamente fiéis a ele, sendo totalmente incapazes de denunciar um
colega. Esta moral que rege o GRUPO é o que Piaget chamou de "moral da cooperação".
A4 Realismo fortuito
A criança risca o papel sem coordenar seus movimentos, por puro EXERCÍCIO. É o
que se chama comumente de RABISCAÇÃO. Em geral, enche o papel de traçados
largos evoluindo, no fim desta etapa, para riscos circulares, e, finalmente, pequenos
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círculos por todo o papel. Aos riscos descoordenados, chamamos de rabiscação e às
demais etapas, de desenho celular. Se perguntamos à criança o que desenhou, ela é
capaz de dar diferentes significações ao mesmo rabisco (é um jacaré, minha mãe etc.),
mudando de significado a cada pergunta.
B4 Realismo gorado
Incapacidade sintética. A criança não consegue colocar todos os elementos que
desenha na totalidade ou conjunto. Por exemplo, pode desenhar as mãos de um
boneco distantes do corpo, ou um chapéu ao lado da cabeça. Começa a
representar a figura humana através de um círculo (cabeça), dotado de pernas e
braços, são os chamados BADAMECOSGIRINOS.
C4 Realismo intelectual
Superando a fase anterior, a criança agora pode organizar os
elementos na totalidade. Enriquece consideravelmente seu desenho
em detalhes colocados e na quantidade de objetos que desenha. A
característica fundamental desta etapa é o fato de a criança desenhar
o que SABE que existe e não o que pode ser visto de um objeto nesta
ou naquela posição. Assim é que um rosto de perfil aparece
desenhado com os dois olhos aparecendo, ou de um homem
montado num cavalo, podemos ver as duas pernas, ou de um
animal podemos ver as quatro patas enfileiradas etc. Esta etapa
chamamos também de TRANSPARÊNCIA, pois podemos ver as
partes escondidas dos objetos como se eles fossem transparentes.
D4 Realismo visual
Finalmente, a criança já não desenha as partes ocultas dos objetos quando estes
são vistos de um determinado ângulo (ponto de vista) . Assim é que agora, ao
desenhar uma árvore atrás de uma casa, desenha apenas a copa, e de um rosto
de perfil, aparece apenas um olho etc. Estão superadas as transparências. Um
outro avanço nesta etapa consiste no fato de agora desenhar os objetos, de um
segundo plano, em tamanho menor, o que marca o início da representação da
profundidade. Começa assim a guardar as proporções métricas e coordenar as
partes, segundo um plano de conjunto.
E4 Técnicas de desenho
A criança utiliza as coordenadas, desenhando um conjunto que envolve relações métricas,
proporções, profundidade etc. Pode aqui aprender todas as técnicas de desenho (sombras,
perspectivas etc.) .
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5. NÍVEIS DE REPRESENTAÇÃO (CORPO)
C5 Jogo simbólico
Semelhante à fase anterior quanto à posse da representação mental, esta etapa
acrescenta a capacidade de reproduzir SITUAÇÕES vividas. Assimilando o
mundo real ao EU, a criança transforma, através da fantasia e do "faz de conta", o
mundo para realizar os seus desejos. Assim é que se transforma em pai/mãe para
seus bonecos ou diz que uma cadeira é um trem. Esta é uma etapa extremamente
rica, onde a linguagem já tem peso importante para a apreensão da criança. Estes
jogos já podem ser realizados com outras crianças.
D5 Dramatização
A criança torna-se capaz de reproduzir textos ou representá-los a
partir de situações vividas, respeitando um contexto temporal,
repartindo personagens e obedecendo seqüências lógicas (início, meio
e fim). Inicia com pequenos textos ajudada pelos adultos (em situação
escolar) para, em seguida, dramatizar sozinha com base em estórias,
filmes etc. Espontaneamente, brinca de bandido, casinha durante
horas com os colegas. São capazes de criar histórias com enredo, em
geral a partir de situações vividas.
E5 Teatro
A criança pode dominar todo o conjunto de representação de um ato e desenvolver todos os
aspectos que envolvem as práticas teatrais (caracterização de personagens, vozes, marcações,
cenários, fantasias, iluminação etc.) .
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