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Unidade: Introdução

Histórica
Unidade I: e Fontes do
Direito

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Unidade: Introdução Histórica e Fontes do Direito

As Origens de Roma

O embasamento histórico das origens de Roma são controversos e,


muitas vezes, inexistentes.
Existem várias lendas de povos antigos que teriam ocupado a região do
Lácio e teriam fundado a cidade.
Ocorre que a histórica mais divulgada, por certo por despertar um
espírito de fantasia, é aquela contada pela lenda de Rômulo e Remo. Essa
lenda teria sido passada pela tradição oral e fixada por Virgílio.
Eneias, filho de Anquises e Vênus (Afrodite da mitologia grega), teria se
estabelecido no Lácio e seu filho, Ascâncio, teria fundado a primeira cidade na
região conduzindo os sobreviventes da destruição de Troia, ao final da Guerra
da Troia, que possivelmente ocorreu entre 1.300 a.C. e 1.200 a.C.
O filho de Eneias era reconhecido como fundador de uma dinastia que
durou séculos. Ascânio era conhecido por Lulo entre os romanos e teria
iniciado a gens lulia, à qual pertenciam Júlios César e o Imperador Augusto.
Ele teria, ainda, fundado uma cidade às margens do lago Albano, cidade esta
que se chamou Alba Longa.
Um dos descendentes de Ascânio, chamado Amúlio, para assumir o
poder, depõe seu irmão Númitor e mata seu sobrinho. Ainda, prende sua

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sobrinha, Reia Silvia, em um colégio de Vestais, onde deveria cumprir voto de
castidade imposto a todas as sacerdotisas de Vesta.
Apesar de tal voto de castidade, ela tem com o deus Marte dois filhos
gêmeos: Rômulo e Remo. Amúlio, desesperado, ordena que a sobrinha seja
mantida encarcerada e que as crianças sejam lançadas no rio Tibre.
Devido à intervenção de Marte, as crianças são deixadas pelas águas
junto ao Monte Palatino, sendo ali amamentadas por uma loba, até serem
encontrados por um pastor chamado Fáustolo, que os cria juntamente com sua
esposa.
Já adultos, tomam conhecimento de sua origem real e, ajudados por
companheiros, seguem para Alba Longa e assassinam Amúlio, restituindo o

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trono ao velho Númitor.
Com o intuito de perpetuar a memória de seu salvamento, os irmãos
resolvem fundar uma cidade no mesmo local onde haviam sido amamentados
pela loba. Rômulo declara o local sagrado e marca os limites. Remo,
desdenhoso, transpõe o fosso com um salto, o que gera uma fúria em Rômulo
que acaba por assassiná-lo.
Rômulo termina a muralha da nova cidade e convida os habitantes dos
arredores a fixarem-se no local. A cidade cresce e, por ocasião de uma das
festas locais, os habitantes da cidade de Roma, aproveitando-se de uma
confusão criada por eles mesmos, raptam as filhas dos sabinos, seus vizinhos,
o que acaba em uma grande guerra.
Essa guerra só termina com a interferência das raptadas e depois de
longas negociações. Com a paz, romanos e sabinos passam a formar um só
povo: o povo romano.
O erudito Marcus Terentius Varro (Varrão) fixa tal acontecimento como
ocorrido no dia 21 de abril de 753 a.C., que acaba se tornando o ponto de
partida da fundação de Roma.
Muitos autores consideram, a despeito das lendas que existem acerca
de tal fundação, que a fundação de Roma seria obra dos Etruscos ocorrida em
dois momentos distintos: no primeiro, de ordem material, providenciaram a
secagem dos pântanos e alagados entre as colinas; no segundo, de ordem
política, houve uma organização social e política da cidade.
Ocorre que a opinião dominante é no sentido de que Roma teria sido

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fundada pelas próprias populações do Lácio sendo que Roma já existiria
quando os Etruscos a subjugaram.

O que é o Direito Romano

Desde sua fundação no ano 753 a.C. Roma experimentou diversos


avanços sociais, políticos, jurídicos e religiosos. São centenas de anos de
evolução, em especial do Direito Privado Romano.
Observando isso, os diversos autores têm se perguntado e criado teorias

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para definir o que é o Direito Romano.

O direito que vigorou por 12 séculos

Direito Romano O direito privado romano

O Direito do Corpus Iuris Civilis


Quadro elaborado de acordo com o entendimento do prof José Cretella Júnior (vide bibliografia)

As teorias mais aceitas são três, apesar de haver um complemento entre


elas.
A primeira leva em consideração todo o conjunto de regras jurídicas que
vigoraram desde sua fundação, em 753 a.C., até a morte do Imperador
Justiniano, em 753 d.C. Muitos estudiosos consideram que esse período deve
ser estendido até 1.453, ano da queda de Constantinopla. Não obstante, o
Direito Romano não viu quase nenhuma evolução desde a morte de Justiniano,
sendo essa uma teoria pouco aceita.
A segunda teoria observa a evolução do Direito em seu sentido privado,
pois o direito público não teria alcançado a mesma evolução que o direito
privado atingiu.
A terceira linha se orienta pela compilação do Corpus Iuris Civilis,
ordenada por Justiniano, e que consolidou em uma obra todo o conjunto de leis
e normas vigentes. É uma compilação que influenciou muitos povos europeus e

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considerada a gênese dos modernos códigos.

Porque estudar Direito Romano

Histórica

Utilidade de Estudo Prática

Técnico-jurídica
Quadro elaborado de acordo com o entendimento do prof José Cretella Júnior (vide bibliografia)

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Em nossas primeiras aulas de Direito, aprendemos que o direito e a
sociedade estão entrelaçados, sendo que um não pode existir sem a outra. Ou
seja, “onde há sociedade, há direito” (ubi societas ibi jus).
Fica, então, mais clara a compreensão de que mesmos em seus
primórdios existia direito em Roma, mesmo que costumeiro. Isso fica
explicitado quando lembramos da lenda da criação de Roma e da morte de
Remo por ter, em tese, infringido uma norma moral-religiosa.
Ora, o estudo do Direito Romano não poderia deixar de ser olvidado
nesse contexto, a despeito de outros sistemas jurídicos antigos, como o direito
grego, assírio, persa, egípcio, porque, diferentemente dos outros, ouve uma
influência muito grande que nos alcançou.
Por isso, os principais doutrinadores dividem a importância do estudo do
Direito Romano em três grupos: razões históricas, razões práticas e razões
técnico-jurídicas.

Razões Históricas
Observe que o direito empregado em Roma floresceu por diversos
séculos. Pode-se dizer que Roma foi um verdadeiro laboratório do direito em
que diversas fórmulas foram testadas.
A observação dessa evolução do direito pode dar ao estudioso um
parâmetro quase exato do momento histórico do surgimento de determinado
instituto e as razões que fazem com que ele deixe de ser usado,
desaparecendo.

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Muitos desses institutos jurídicos são influenciados por momentos
históricos políticos, religiosos, sociais e morais que são se justificariam em
outras épocas, como era o caso, por exemplo, da escravidão.
Razões Práticas
Sabendo dessas razões históricas, podemos observar que, apesar da
passagem dos séculos, numerosos institutos do Direito não morreram e, muitos
deles, permanecem exatamente como foram.
No campo dos contratos, por exemplo, temos a compra e venda, o
comodato, o mútuo, dentre outros, que ainda existem nos sistema jurídicos
atuais.

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Além disso, a compilação de Justiniano e o direito de sua época é
estudado na Europa desde o século XII, com grande influência na formação do
direito atual, com especiais reflexos nos códigos modernos, como o Código
Civil Francês (Código Napoleônico), de 1804, ainda em vigor.
O professor José Cretella Júnior nos informa que até os dias atuais o
Direito Romano encontra-se sendo aplicado em países com a Escócia e a
África do Sul.

Razões Técnico-jurídicas
Não se pode pensar, nos dias atuais, quando enfrentamos a formação
do jurista moderno, que passe em branco o estudo do Direito Romano.
Todos os mestres supremos do direito foram destacados em Roma
como exímios técnicos que empregaram e interpretaram o direito como em
nenhum outro lugar. Tanto é assim que essa arte é até hoje insuperável.
E os romanos foram os primeiros a organizar o direito. O Corpus Iuris
Civilis, por exemplo, tinha um livro especialmente feito para os estudiosos de
direito de Constantinopla (Institutas).
É importante seguir o caminho das instituições romanas até nossos dias,
entendendo até que ponto o Direito Romano é a fonte inicial de nosso direito,
sob pena de uma aplicação errada do direito moderno.

A Religião e Sua Relação Com o Direito Romano


O início da história de Roma é marcado pelo forte espírito religioso dos Unidade: Introdução Histórica e Fontes do Direito
habitantes. Isso, aliado aos costumes, iniciam as diversas normas de conduta
que acabavam por se transformar em Direito.
E durante a realeza, em especial, o Direito acabava por se misturar à
religião em busca de uma certa respeitabilidade, que era representada pelo
medo as coisas do além e das forças da natureza. O rei, assim como o
paterfamilias para a família, concentrava os poderes militares e civis e,
também, os religiosos.
Essa situação, como tudo em Roma, evoluiu e, durante o Período
Clássico, o sistema jurídico desenvolveu-se a ponto de ter por base a razão,
com profundas mudanças. As diferenças entre Direito e religião foram

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estabelecidas e tomam seus lugares distintos. O pretor passou a atender as
questões jurídicas e o pontífice às questões religiosas.
A liberdade de pensar levou à liberdade de culto.
Ao final da República, em 27 a.C., muitos intelectuais aderem à doutrina
clássica do estoicismo, que pregava a renúncia aos prazeres temporais e o
desprezo pelas coisas terrenas. Essa doutrina teria sido importante para
preparar o terreno para o cristianismo.
A religião cristã foi legalizada no Período Imperial. O Edito de Milão, de
313 d.C. reservou ao cristianismo um lugar de destaque no Estado.
Posteriormente a religião cristã foi imposta como religião oficial de Roma. O
episcopado passou a exercer funções importantes na vida do império
decadente.
O Direito Medieval acabou tendo influência do cristianismo, estendendo-
se até nossos dias através das fontes ocidentais.

A Moral e Sua Relação Com o Direito Romano


O conjunto de normas adotadas pela sociedade como e que é entendido
como bom para todos é chamado de costume sendo, normalmente, visto
acompanhado da religião.
Ocorre que quando tratamos de ditar normas no campo da moral, não se
volta para a religião, mas para os costumes.
Roma não foge à regra de tradição de pai para filho dos costumes e
consolidação dessas normas, como ocorria com todos os povos primitivos. Na Unidade: Introdução Histórica e Fontes do Direito

origem, o Direito Romano foi consuetudinário, tendo no costume ou no “Ius


non scriptum” (leis não escritas) a sua maior fonte.
No período republicano, o costume continuou sendo a principal fonte de
Direito, graças ao trabalho dos jurisconsultos, que disciplinaram as novas
relações sociais pela adaptação das normas de costume primitivas, que a
tradição passava de geração a geração, mas cuja origem se perdera no tempo.
Segundo o historiador italiano Ettore Paris e o jurista francês Lambert, a
“Lei das XII Tábuas”, obra legislativa desta época, é um resumo do conjunto de
costumes primitivos do povo romano. Apesar da grande importância e do

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caráter oficial dessa obra, ela não pode ser considerada como origem dos
códigos.

Direito Público e Direito Privado


Ulpiano trouxe uma classificação dicotômica, reproduzida por Justiniano,
e que divide o Direito Romano em dois principais ramos: o público, que teria
por finalidade a organização da república romana; e o privado, que diz respeito
ao interesse dos particulares.
Para que haja essa distinção, é necessário levar em conta o critério
finalístico e o critério teleológico. É o fim que serve de marco separador entre
os dois campos.
Dentro desse espírito do Direito Romano, José Cretella Júnior define:
“direito é um conjunto de regras de justiça ou de utilidade social relativas è
organização dos poderes públicos, à família, e às relações econômicas dos
homens”.

Divisão do Direito Privado Romano


Para o jurisconsulto Gaio, o Direito Privado Romano apresenta uma
tripartição que seria: direito civil, direito das gentes, direito natural.
O Direito Civil, ou Jus Civile, também era conhecido como Jus Quiritium
(ou Direito Quiritário), devido ao modo que o cidadão romano era chamado
(quiritates). Ele é próprio, peculiar do cidadão romano. Aquele que não era
cidadão romano, não podia se valer do Jus Civile. Ele é mais antigo, mais Unidade: Introdução Histórica e Fontes do Direito
rígido.
O Jus Gentiium surge mais tarde e tem um âmbito mais amplo. Ele
apareceu devido à expansão de Roma e o contato com outros povos. O
jurisconsulto Gaio o considera mais racional que o Jus Civile.
O Jus Naturale é uma ideia trazida da Grécia, com forte influência dos
filósofos daquela região e que considerava a existência de uma lei verdadeira,
segundo a natureza, constante e eterna. Seria aquele direito que a natureza
ensinou a todos os animais.
O Direito Natural seria oriundo da razão e de uma espécie de
providência divina.

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Divisão Histórica de Roma
O romano, propriamente dito, estava mais ligado a casos práticos e não
se preocupava em classificações. Ocorre que os estudiosos do Direito
Romano, durante os séculos, optaram por estabelecer divisões didáticas que
favorecem os estudos.
A história de Roma pode ser dividida de duas formas: História Interna e
História Externa.

História Interna: trata da evolução política de Roma, dos regimes e fases


que passou.

História Externa: trata da evolução jurídica de Roma, das instituições


jurídicas romanas.
História Interna
Não se pode esquecer a influência que a política tem sobre o direito. Por
isso existe a importância de estudar a história de Roma de acordo com a
divisão política, como observado no quadro abaixo.

Realeza.................................... : de 753 a.C. até 510 a.C.

República................................. : de 510 a.C. até 27 a.C.

Principado (Alto império).......... : de 27 a.C. até 284 d.C.

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Dominato (Baixo império)......... : de 284 d.C. até 565 d.C. (morte de
Justiniano)

Período da Realeza
Esse período teve início com a própria fundação de Roma. A
constituição política de Roma, durante a realeza, resume-se em 3 termos: o
REI, o SENADO e os COMÍCIOS.
O REI era o magistrado único e vitalício. Sua sucessão não acontecia
pelo princípio da hereditariedade; ele era eleito pelo povo (havia uma índole
democrática). Seu poder não era autoritário, nem absolutista. Como Chefe de

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Estado, o rei tinha o comando supremo do exército, o poder de polícia, as
funções de juiz e sacerdote. Cabia ao rei, declarar guerras e celebrar tratados
de paz; ele podia presidir as assembleias populares, mas tinha a obrigação de
fazer cumprir as decisões das assembleias.
O SENADO era o conselho do rei; seus membros eram escolhidos por
ele e eram denominados de SENATORES ou PATRES. Quando o assunto era
muito importante, o rei devia consultá-lo, embora não tivesse a obrigação de
seguir o conselho. Para que as decisões das assembleias populares (comícios)
tivessem validade, precisavam ser confirmadas pelo Senado.
OS COMÍCIOS eram assembleias populares, geralmente convocadas
pelo rei, para aprovar ou rejeitar as propostas de quem as presidia, contudo,
não tinham poder de deliberação.

Período da República
Com a queda da Realeza, sucederam ao Rei os Magistrados, chamados
Cônsules, que eram eleitos para exercerem funções executivas.
A República Romana estabelecia a eleição anual dos governantes pelo
povo. O modelo republicano romano notabilizou-se por ter a participação
popular, como ponto primordial. Os dois cônsules eleitos tinham poderes
iguais; eram como dois presidentes em regime de distribuição de trabalho,
obedecendo a um certo revezamento (um deles assumia em tempo de paz e o
outro em tempo de guerra) e tomando sempre as decisões em conjunto.

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Ocorre que, aos poucos, vão sendo criadas outras magistraturas para a
divisão dos trabalhos e do poder em um fenômeno que se chamou de
desdobramento da magistratura. Veja no quadro os novos magistrados.
O termo magistrado era usado para designar qualquer cidadão eleito
pelo povo para exercer uma função pública específica.

Pretores: Cuidavam da justiça;

Questores: Cuidavam dos impostos e tesouros públicos;

Censores: Cuidavam do recenseamento;

Edis: Encarregados das benfeitorias da cidade e do controle dos preços.

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As magistraturas tinham características específicas, de acordo com cada
função. O mandado, por exemplo, era de apenas um ano, com exceção do
Censor, que tinha mandado de 5 anos, uma vez que o censo se realizava
nesse período.

Características das Magistraturas:

• Todos os magistrados eram eleitos pelo povo, para um período de


apenas um ano;

• Só o censor permanecia no cargo por 5 anos;

• Não havia hierarquia entre cônsules e magistrados;

• Os magistrados eram autônomos em suas funções;

• Os magistrados só podiam se candidatar ao mesmo cargo, após o


intervalo de 1 ano;

• A prestação de contas dos magistrados para o povo era rigorosa;

• O povo exercia controle e fiscalização rigorosos sobre os atos dos


magistrados, que podiam ser depostos quando a população desejasse.

Período do Alto Império (Principado)


Políticos inescrupulosos tomaram conta do poder e visam apenas aos
seus interesses particulares. Dessa relação, surgiram os Triunviratos, que só

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terminaram com Otávio Augusto, homem sagaz e inteligente, que foi levando
os romanos a um regime pessoal e ditatorial, inicialmente chamado Principado.
Como príncipe, ele consegue ser adorado pelo povo, que o considera a
figura da “Paz Romana”. O regime vai crescendo até o totalitarismo implantado
por Diocleciano.
Primeiro Triunvirato: Foi um acordo secreto feito entre Júlio César,
Pompeu e Crasso, para chegarem ao poder. Depois das campanhas, César
conquista a Gália, o que lhe deu enorme prestígio militar. Crasso faleceu no
Oriente e Pompeu tentou ficar com o poder em Roma. César desce da Gális,
atravessa o Rubicão e invade Roma, provocando a fuga de Pompeu para o
Egito, onde morreu assassinado. César coloca Cleópatra no trono egípcio,

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vence Farnaces na Ásia (Veni, vidi, vici), derrota os seguidores de Pompeu na
África e regressa a Roma, onde recebe do Senado, o título de DITADOR
PERPÉTUO. Um dos destaques do governo de César foi a anulação do poder
do Senado.
Segundo Triunvirato: Com a morte de César, decorre uma série de
agitações, da qual decorre a formação do segundo triunvirato por Marco
Antônio, Lépido e Otávio. Lépido foi logo descartado ao aceitar o título de
pontífice máximo. Marco Antônio separando-se de sua esposa, casa-se com
Cleópatra; os dois cometem suicídio, logo depois de Otávio vencer a batalha
naval do Ácio, em 2 de setembro de 31 a.C.
Período do Baixo Império (Dominato)
Nasceu com Diocleciano. Depois vieram as diversas dinastias dos
Césares e dos Antônios. Com Diocleciano, teve início a longa série de
governos despóticos e autoritários, que podem ser comparados às monarquias
absolutistas.
O período propriamente dito, considerado pelos doutrinadores, seria da
morte de Diocleciano até a morte de Justiniano (284 d.C. até 565 d.C.). O traço
político dominante nesse período é a concentração de poderes nas mãos do
soberano, que governa sozinho.
Nos quadros abaixo é possível ter uma visão geral dos principais
imperadores do Império Romano.
História Externa
Consiste na evolução jurídica das instituições políticas romanas.

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Período Pré-Clássico: de 753 a.C. até 126 a.C.

Período Clássico: de 126 a.C. até 284 d.C.

Período Pós-Clássico: de 284 d.C. até 565 d.C.

Período Pré-Clássico: nesta fase, a mais arcaica, o Direito Romano era


rudimentar, não havia deslanchado; só no período clássico iria se expandir.
Nesta época, o Direito misturava-se muito com a religião, com o rei assumindo

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as funções militares, civis e religiosas. Os atos jurídicos eram cercados de
misticismo (até hoje, se revestem de um certo misticismo).
Período Clássico: nesta fase, o Direito Romano teve um
desenvolvimento muito especial, principalmente, com o advento da Lei Ebúcia,
em 285, que transformou por completo o esquema judiciário romano, com o
processo passando a ter denominação de PROCESSO FORMULÁRIO. Neste
período, à medida que a república vai se desenvolvendo, acontece a
separação do Direto Romano da religião. Assim, as causa religiosas passam a
ser de competência do Pontífice e os processos civis passam a ser atendidos
pelo pretor, juiz e jurisconsulto.
Período Pós-Clássico: nesta fase, ocorre reversão no sentido de
centralização da autoridade judiciária pelo imperador. Cria-se o Processo
Extraordinário, o que acaba gerando um excesso de burocracia e a
consequente decadência do Direito Romano. A centralização do poder na mão
do imperador trouxe a corrupção ao Baixo Império.

A decadência do Direito Romano no Baixo Império chegou ao ponto da lei


ser usada em nome do autoritarismo dos imperadores “Quod principi
placuit legis habet vigorem” (= Aquilo que agrada ao imperador tem força
de lei).

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As Fontes do Direito Romano nos Períodos

O Prof. José Cretella Júnior nos traz as fontes do Direito Romano por
períodos. Segue abaixo quais eram essas fontes, com uma breve descrição
sobre elas.
1. PERÍODO DA REALEZA
1.1. COSTUMES: “Uso repetido e prolongado de norma jurídica
tradicional, jamais proclamada solenemente pelo Poder Legislativo”.

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1.2. LEIS: “Resulta de uma declaração feita pelo poder
competente, advindo sua autoridade do acordo formal dos cidadãos”. Na
realeza “o rei propõe a lex ao povo, reunido em comícios curiatos (dos
patrícios) ou centuriatos (dos plebeus). O povo aceita ou rejeita a
iniciativa real.”
2. PERÍODO DA REPÚBLICA
2.1. COSTUME: Perdeu força, pois trazia traços de incerteza.
2.2. LEI: Lei Escrita (Lei das XII Tábuas).
2.2.1. Leges rogatae: “votadas pelo povo por iniciativa (rogatio) de
um magistrado”.
2.2.2. Leges datae: “aparecem no fim da era republicana. São
medidas tomadas em nome do povo por um magistrado a favor de
pessoas ou de cidades das províncias”.
2.3. PLEBISCITO: “É aquilo que a plebe deliberava por proposta
de um magistrado plebeu, como, por exemplo, um tribuno”. A princípio
aplicavam-se apenas aos plebeus. Após a Lei Hortênsia (286 a.C.)
adquirem valor de lei, passando a se designados pelo nome de lex.
2.4. INTERPRETAÇÃO DOS PRUDENTES: preenchimento de
lacunas da lei pelos jurisprudentes ou prudentes, adaptando
continuamente os textos legais às mudanças sucessivas do direito vivo.
Esse trabalho constitui a interpretatio.
2.5. EDITOS DOS MAGISTRADOS: espécie de plataforma que os
magistrados editavam, assim que eleitos, com as declarações (edicta)

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em que expõem aos administrados os projetos de pretendem fazer.
2.5.1. Edito Urbano: é proclamado pelo pretor urbano. O mais
importante.
2.5.2. Edito Perpétuo: é o que dura tanto quanto os poderes do
pretor, ou seja, um ano.
2.5.3. Edito Repentino: é um edito de emergência, feito para um
caso especial.
2.5.4. Pars Translatícia: preceitos que o novo pretor aproveita
daqueles deixados pelo antigo, ao tomar posse.

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3. PERÍODO DO ALTO IMPÉRIO
3.1. COSTUME: Ainda desempenha papel importante como fonte
do Direito Romano.
3.2. LEI: As leges rogatae perdem importância. As leges datae
assumem importância capital. Estas se compõem em quatro partes:
index, contém o nome de quem teve a iniciativa da lei; praescriptio, o
nome e lugar em que a lei foi votada e referências aos títulos dos
magistrados; rogatio, diz respeito ao objeto e finalidade da lei; sanctio,
continha as penas aos infratores.
3.3. SENATOSCONSULTOS: “são medidas de ordem legislativa
que emanam do senado, ou seja, aquilo que o senado ordena e
constitui.” Muito parecido com o decreto legislativo dos dias atuais.
3.4. EDITOS DOS MAGISTRADOS: “perdem muito a importância
que tinham adquirido nos períodos anteriores. Aos poucos, os pretores
vão apenas reproduzindo os editos de seus antecessores”.
3.5. CONSTITUIÇÕES IMPERIAIS: ”Emanam formalmente do
imperador, mas são, na verdade, elaboradas pelo consilium, principis,
colégio constituído pelos mais célebres jurisconsultos da época. O que
agrada ao imperador tem força de lei (quod principi placuit legis habet
vigorem). Vão adquirindo importância gradual até que, com Diocleciano,
passam, na monarquia, a constituir a fonte única do direito romano”.
3.6. RESPOSTAS DOS PRUDENTES: “São as sentenças e
opiniões daqueles a quem é permitido fixar o direito. Nesse período os

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jurisconsultos, jurisperitos ou prudentes estão investidos do jus publice
respondendi, ou seja, o direito de responder oficialmente às consultas
que lhes são formuladas”.

4. PERÍODO DO BAIXO IMPÉRIO


4.1. CONTITUIÇÕES IMPERIAIS: Única fonte do Direito Romano
nesse período. Só restou a modalidade edicta ou leges edictales, que
passam a serem expedidas pelo imperador ao senado ou a qualquer
funcionário.

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O Jurisconsulto e a Jurisprudência Romana
Jurisconsulto era a pessoa que resolvia dedicar a sua vida ao estudo do
Direito. Quando essa opção era feita, a pessoa se dedicava totalmente e em
tempo integral. Aos poucos, as pessoas iam tomando conhecimento que ele
era conhecedor do Direito e a ele recorriam para elucidar suas dúvidas. É a ele
que o juiz recorria, quando necessitava de algum esclarecimento sobre a
questão que estava analisando.
Era uma grande honra para o cidadão se aproximar do jurisconsulto para
consultá-lo. As pessoas satisfeitas com o atendimento recebido retribuíam com
dinheiro; quando acontecia de alguém não poder pagar, o atendimento era o
mesmo, pois o jurisconsulto sabia que logo viria alguém que poderia pagá-lo
muito bem.
Conforme o grau do seu conhecimento, o jurisconsulto era cada vez
mais valorizado por seus méritos. Sua maior recompensa era o
reconhecimento popular e sua consequente eleição como magistrado (pretor).

O PRETOR era um magistrado (não um juiz), eleito pelo povo para um período de
um ano. O número de pretores variava de acordo com as necessidades da
população. O pretor precisava necessariamente ter conhecimentos profundos do
Direito. Era o primeiro a atender as partes demandantes. Era o pretor que garantia
a execução da sentença quando dada pelo juiz.

O JUIZ não precisava ser conhecedor do direito, a ele bastava ser justo. Era um
cidadão comum do povo, cujo nome dentre uma lista de 1000 (mil), era escolhido
por um acordo dentre as partes; quando havia dificuldades na escolha, o nome do
juiz era sorteado dentre os nomes da lista de 1000 (mil) cidadãos honestos e
reconhecidamente justos.

O juiz não era remunerado, porque era escolhido apenas para aquele caso; após Unidade: Introdução Histórica e Fontes do Direito
proferir a sentença, seu trabalho estava terminado. Como não precisava conhecer
Direito, ele às vezes precisava recorrer ao jurisconsulto para, através dos
conhecimentos dele, esclarecer as suas dúvidas como juiz.

A noção atual de jurisprudência é bem diferente da concepção romana.


Atualmente, é o conjunto das decisões dos tribunais, que devido ao
pensamento legalista moderno, acaba sendo parâmetro de lei; quando a lei não
cabe, buscam-se na jurisprudência já existente, critérios para novas decisões
dos juízes - é a lei sendo substituída pela jurisprudência. Em Roma,

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jurisprudência era resultado do trabalho do jurisconsulto; servia como doutrina
e não como lei, já que a decisão de um caso não influa na de outros.

“Iurisprudentia est divinarum et humanarum rerum notitia, iusti atque


iniust scientia”
(Jurisprudência é o conhecimento das coisas divinas e humanas, a ciência do
justo e do injusto).

Ciência não no sentido atual, mas com relação à análise, à meditação e


ao conhecimento mais profundo do caso. O jurisconsulto, profundo conhecedor
do Direito, ao ter seu conhecimento e capacidade reconhecidos, passava a ser
consultado pelo juiz sobre questões não muito claras e que geravam dúvidas.
Quando consultado, o jurisconsulto dedicava-se à análise e ao estudo profundo
da questão que lhe fora confiada, para poder avaliar e determinar o que era
justo ou injusto naquele assunto.
A resposta do jurisconsulto, como resultado do conhecimento, da
ponderação e do bom senso, é que formava a jurisprudência romana. Em
Roma, a jurisprudência não seguia regras fixas de princípios preestabelecidos,
tendo, portanto, caráter de doutrina e não de lei.
O jurisconsulto deslanchava por seus méritos, que lhe davam
reconhecimento e lhe conferiam a autoridade do conhecimento e da doutrina.
No período pós-clássico, assim como o pretor, o jurisconsulto passou a ser mal
visto pelo imperador, pelo seu caráter popular. O imperador, sob o pretexto de
reconhecer o trabalho do jurisconsulto, resolveu conferir o “ius respondendi”

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(= direito de responder) a alguns jurisconsultos, por ele dito confiáveis, mas
que na realidade só falavam aquilo que agradasse ao poder imperial. Depois
acabou conferindo o “ius publice respondendi” (= direito de responder
publicamente), e posteriormente, o “ius publice respondendi ex auctoritate
principis” (= direito de responder pela autoridade do príncipe). Essa
interferência imperial acabou por comprometer o trabalho do jurisconsulto, que
a partir do momento em que foi oficializado, conheceu a sua decadência.
Os imperadores Teodósio I e Valentino II, em 1426, baixaram a “Lei das
Citações”, também chamada de “Tribunal dos Mortos”, que estabelecia
apenas cinco nomes de jurisconsultos para serem invocados em juízo:
Papiniano (considerado o papa dos jurisconsultos), Paulo, Ulpiano, Gaio e

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Modestino. Com exceção de Gaio, todos eles foram ligados ao poder imperial,
principalmente Papiniano que desenvolveu atividade como jurista ligado ao
poder.

O Corpus Iuris Civilis

No ano de 527, sobe ao trono em Constantinopla, Justiniano, que inicia


ampla obra militar e legislativa. Embora, segundo fontes fidedignas, Justiniano
mal soubesse escrever o seu nome, sua equipe de trabalho era muito boa e
ficava a frente de tudo.
O Império Romano, como regime, foi um fracasso; com a divisão em
Oriente e Ocidente, o Ocidente caiu em poder dos visigodos. Para manter esse
domínio, os bárbaros aliaram-se a Igreja e dessa união é que saíram os
esforços que deram origem aos 18 Concílios de Toledo; em consequência
desses concílios, Direito Romano e Direito Canônico andaram juntos por
muitos séculos.
No lado do Oriente, o Império se manteve e com Justiniano parecia
chegar ao auge da glória. Com a ajuda de Belizário e Marcés, Justiniano
realizou conquistas que levantaram o Império em decadência; venceu povos
bárbaros e seu prestígio político cresceu a olhos vistos.
Justiniano chocou a opinião pública ao casar-se com Teodora, uma
domadora de ursos e bailarina, que era vista como uma devassa pela sua
profissão. Por ela, Justiniano revogou a lei que proibia o casamento de nobres Unidade: Introdução Histórica e Fontes do Direito

com bailarinas.
Teodora desempenhou um papel importante tanto na vida de Justiniano
como na do próprio Império, numa época em que a figura da mulher era muito
desvalorizada. O período Imperial de Justiniano foi caracterizado pelo
despotismo; quando aconteceu um movimento contra o absolutismo exagerado
de Justiniano, ele pensava fugir, mas Teodora com a frase “É melhor entregar
o poder com a morte do que com a covardia”, incentivou-o a ficar. Ficando,
Justiniano superou a crise daquele momento difícil e manteve-se no poder.
Esse episódio fez com que ele engrandecesse a esposa, valorizasse e

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favorecesse a posição feminina. Na Idade Média, por essa valorização da
figura da mulher, Justiniano era chamado pelo povo de “Legislador Uxorius”
(= legislador mulherio).
O imperador, que possuía uma incrível capacidade para o trabalho
chegando a ser apelidado de “inimigo do sono”, empreende a tarefa de
sintetizar, mandando reunir em um só corpo, numerosos textos de lei das
épocas anteriores e de sua época.
Toda a coletânea mandada realizar por Justiniano recebeu o nome de
“Corpus Iuris Civilis”, denominação dada pelo romanista francês Dionísio
Godofredo.
De todas as codificações, a que ganhou maior importância foi a de
Justiniano, que se propagou e chegou até nós. Nosso direito tem sua base no
Direito Romano do Baixo Império, e não no Direito Romano Clássico. O Código
Civil Brasileiro pode ser considerado como um prolongamento da obra de
Justiniano.

O Código
Em 528 d.C, um ano depois de assumir o poder, Justiniano nomeou uma
comissão de dez membros, entre eles Triboniano, para compilar as “Leges” (=
textos legais) já existentes. O trabalho foi feito rápido, já que essa codificação
foi feita na mesma linha das anteriores e uma parte do trabalho já estava feito.
Em 529, estava pronto o Código, que recebeu o nome de “Codex”.
Em 534 d.C. o Código foi atualizado e posto em dia com as novas

Unidade: Introdução Histórica e Fontes do Direito


determinações legais surgidas entre 528 d.C. e 534 d.C. Esse código, chamado
Código Novo é o que chegou até nós.

O Digesto
Logo após a promulgação do “Código”, Justiniano autorizou a
elaboração do “Digesto” em 530 d.C., para compilar os “Iuras” (= Doutrina) já
existentes. Como Justiniano não tinha condições de realizar o trabalho,
encarregou Triboniano de organizar a comissão composta por dezesseis

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membros (professores de Direito e advogados de primeira linha), para realizar
o projeto.
Entre as normas dadas por Justiniano para compilação do Digesto,
estava a ordem de só recolher a matéria da obra dos jurisconsultos que tinham
a autoridade conferida pelo Imperador. Quanto àqueles que não eram
reconhecidos pela autoridade imperial, também não eram dignos, segundo
Justiniano, de serem reconhecidos em seu Digesto. Só as obras de Ulpiano,
concorreram para cerca de um terço do Digesto.
Depois de consultar e compulsar quase 2.000 livros, alguns dos quais
raríssimos e da propriedade particular de Triboniano, a comissão concluiu o
trabalho em apenas três anos. Assim, em 533 ficava pronto o “Digesto” ou
“Pandectas” (em grego).
O Digesto reflete bem a mentalidade de uma época em que o Imperador
é o juiz supremo: toda a justiça emana dele e só pode ser distribuída em seu
nome e de acordo com suas leis.
Quinquaginta Decisiones: Durante a elaboração dos textos do
Digesto, para dirimir pontos controversos e adaptar os textos originais às
necessidades do regime imperial, Justiniano baixou a “Quinquaginta
Decisiones” (série de cinquenta decisões). Foi dada a Triboniano, autoridade
para modificar tudo o que fosse necessário, para atender aos interesses do
poder imperial. As alterações feitas nos textos originais, pelos compiladores do
Digesto, são conhecidas sob o nome de “interpolações” ou “tribonianismos”. Ao
término da obra, Justiniano manifestou a sua alegria e satisfação pelo feliz

Unidade: Introdução Histórica e Fontes do Direito


término do trabalho, deixando bem claro que ele refletia a sua vontade; então
um gesto típico de autoritarismo, impôs sua obra legislativa aos seus súditos,
ordenando que suas determinações fossem observadas e adoradas, com a
aquiescência dos antigos.

As Institutas
Terminada a elaboração do Digesto, Justiniano escolheu três dos
compiladores: Triboniano, Doroteu e Teófilo, encarregando-os da organização
de um manual escolar, que servisse aos estudantes como introdução ao Direito
compilado no Digesto. Esse manual foi elaborado seguindo as Institutas de

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Gaio, o que facilitou a sua elaboração. Esse compêndio didático, que recebeu o
nome de “Institutas”, foi muito elogiado pela sua forma clara, facilmente
entendida por qualquer pessoa.
No século passado, houve uma descoberta surpreendente feita graças
aos estudos e pesquisas do jurista Niebuhr, profundo conhecedor da história
romana. Descobriu-se uma semelhança tão incrível entre as Institutas de
Justiniano e as de Gaio, que as de Justiniano podem ser consideradas um
plágio da obra de Gaio.

As Novelas
Foi a última parte da obra legislativa de Justiniano. Após a promulgação
do Código e do Digesto, Justiniano introduziu modificações na legislação
através de Constituições Imperiais. A compilação dessas leis do próprio
Justiniano recebeu o nome de “Novelas”.

As Interpolações

Para que os “iuras” e as “leges” constantes do “Corpus Juris Civilis”


pudessem ser aplicadas na prática, foi preciso muitas vezes, que os
compiladores fizessem alterações, supressões ou acréscimos nos textos
originais que foram compilados.
Triboniano recebeu de Justiniano, “carta branca” (autorização total) para
modificar tudo o que fosse necessário, para atender aos interesses imperiais

Unidade: Introdução Histórica e Fontes do Direito


ou a vontade do Imperador. Na linguagem jurídica, tais alterações recebem o
nome de “Interpolações”, podendo ser chamadas também de “Tribonianismos”.
O estudo das interpolações só começou realmente na Renascença,
quando os juristas da Escola Culta, procuraram restaurar o Direito Romano na
sua pureza. Muitas interpolações foram reconhecidas já no século XVI, graças
ao trabalho de romanistas do porte de Cujácio e Antônio Fabro.
Posteriormente, esses estudos deixados de lado, para serem retomados no
final do século passado. No início do século atual, os romanistas dedicaram-se
até com certo exagero, a caça das interpolações.

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Referências
ALVES, José Carlos Moreira. Direito romano. 14. ed., rev. cor. e aum.
Rio de Janeiro: Forense, 2007.
Apontamentos e contribuições do Professor Antônio Carlos Machado,
Universidadede Fortaleza.
CRETELLA JÚNIOR, José. Curso de direito romano. 30. ed. Rio de
Janeiro: Forense, 2007. 352 p.
DIGESTO de Justiniano: livro 1. 2. ed., rev. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2000. 150 p. ISBN 8520318622
MEIRA, Sílvio. A Lei das XII tábuas: fonte de direito público e privado.
3. ed.,
rev. e aum. Rio de Janeiro: Forense, 1972. 262 p.
MARKY, Thomas. Curso elementar de direito romano. 8. ed. São
Paulo: Saraiva, 1995. 209 p. ISBN 8502007130

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Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Josué Teixeira
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Revisão Textual:
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