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LÍNGUA PORTUGUESA I

LÍNGUA PORTUGUESA I

Graduação

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LÍNGUA PORTUGUESA I

AS DIVERSIDADES DO USO DA LÍNGUA -


OS NÍVEIS DA LINGUAGEM
UNIDADE 5

Nesta unidade trataremos dos níveis da linguagem, ou seja, da


diversidade lingüística, fato que ocorre, muitas vezes com bastante evidência;
em outras, de forma pouco perceptível. Mas, de qualquer maneira, o estudo
dessas variedades de uma língua implica fatores de vital importância para o
bom uso dela. Bom estudo!

OBJETIVO DA UNIDADE:
• Compreender a diversidade lingüística e os níveis da linguagem,
diferenciando-os e reconhecendo as características da
modalidade culta da língua, assim como a condição de apropriar-
se dessas normas para a construção de textos.

PLANO DA UNIDADE:

• A modalidade escrita e falada.

• As variantes socioculturais – a norma culta e a norma coloquial; a


gíria; a linguagem da Internet.

• As variantes regionais.

• As variantes de época.

• As variantes de estilo.

Bons Estudos!

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UNIDADE 5 - AS DIVERSIDADES DO USO DA LÍNGUA - OS NÍVEIS DA LINGUAGEM

TEXTO 1:
“Uma das características mais evidentes das
línguas é sua variedade. Entende-se por isso,
fundamentalmente, que as línguas apresentam formas
variáveis em determinada época, o que significa que
não são faladas uniformemente por todos os falantes
de uma sociedade. (...) Esta característica não é
exclusiva das línguas modernas. O latim e o grego
antigo também tinham formas variáveis. O português,
por exemplo, descende do chamado latim vulgar
(popular), diferente em vários aspectos do latim dos
escritores que chegou até nós.(...)

Uma outra característica das línguas é que as diferenças que


apresentam decorrem do fato de que os falantes de uma comunidade
lingüística não são considerados iguais pela própria sociedade. As
diferenças de linguagem são uma espécie de distintivo ou emblema dos
grupos, e, nesse sentido, colaboram para construir sua identidade. (...)
As variedades (ou os dialetos) correspondem em grande parte a grupos
sociais relativamente definidos: os que residem numa região ou em
outra; os que pertencem a uma classe social ou a outra; os que são
mais jovens ou mais velhos; os que são homens ou são mulheres; os
que têm uma profissão ou outra etc.”
M.B.M. Abaurre e S. Possenti. Vestibular Unicamp: Língua Portuguesa.

Apenas prestando atenção, percebemos intuitivamente que uma


língua não é falada do mesmo modo por todos os seus falantes. Em
particular, veremos o caso da Língua Portuguesa falada em Portugal, no
Brasil, em Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e
Príncipe; em regiões asiáticas como Macau, Goa, Damão e Dio e em Timor
Leste, na Oceania.

Além do fator geográfico, temos também a variação de ordem social


do falante, a situação em que ele deve falar ou escrever, etc.

Sendo assim, podemos dizer que uma língua sofre variações de acordo
com cinco eixos, criados pelo lingüista romeno Eugenio Coseriu, que são:

1º EIXO: a modalidade escrita e falada.

2º EIXO: as variantes socioculturais – a norma


culta e a norma coloquial.

3º EIXO: as variantes regionais.

4º EIXO: as variantes de época.

5º EIXO: as variantes de estilo.

Não podemos esquecer de que, enquanto a


linguagem em si mesma é um fenômeno universalmente
igual para todos, a língua se manifesta de maneira
diferente entre os falantes de uma mesma comunidade lingüística, quer
por fatores de ordem interna ou externa.

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LÍNGUA PORTUGUESA I

As línguas, portanto, manifestam a mesma capacidade humana de


expressão, mas há, por exemplo, maneiras típicas de falar relacionadas
às regiões de um país – principalmente ao nosso, com essa dimensão
continental, às faixas etárias, aos grupos e classes sociais, às situações
em que nos encontramos, ao estilo individual e até mesmo ao sexo,
visto que, em algumas situações, há palavras que contemplam mais o
sexo masculino que o feminino.

Para tanto, existem as normas lingüísticas. Algumas são mais livres


e espontâneas; outras mais rígidas, com “sansões” formais àqueles que
infringem a norma culta ou formal.

O gramático Adriano da Gama Kury (In. Novas lições de análise


sintática. 2 ed. São Paulo: Ática, 1985.) tem uma frase que sintetiza todas
essas variações de uma língua dinâmica e potencialmente rica: “O bom
falante é um poliglota em sua própria língua.”

Vamos, então, analisar um a um os cinco eixos dessas variantes


lingüísticas:

1º EIXO: A MODALIDADE ESCRITA E FALADA.


As diferenças entre o código escrito e o falado não podem
ser ignoradas, visto que, ao contrário da modalidade escrita,
a falada tem uma característica marcante que se fundamenta
na profunda vinculação às situações em que é usada.
Normalmente, o contato entre os interlocutores é direto e,
ao conversarem sobre um determinado assunto, esses
interlocutores elaboram mensagens marcadas por fatos da
língua falada. O vocabulário utilizado é fortemente alusivo,
pois usamos pronomes como eu, você, isso e advérbios
como aqui, agora, cá, lá, etc.

O código oral também conta com elementos expressivos que o


código escrito não contempla. Nesse caso, aparece a entonação, capaz
de modificar totalmente o significado de certas frases.

Sabemos que nem todas as sociedades do mundo têm domínio sobre


a modalidade escrita, mas todas as sociedades humanas fazem uso da
modalidade oral. A essas sociedades – como muitas das comunidades
indígenas do Brasil – damos o nome de sociedades ágrafas.

Já nas sociedades ditas letradas, podemos classificar a linguagem


em três categorias, que veremos mais adiante: temos a linguagem
coloquial, a norma culta ou padrão e a linguagem literária.

Mas, antes da classificação citada, vamos analisar, no quadro que se


segue – tirado de MESQUITA, Roberto Melo. Gramática da Língua Portuguesa.
8 ed. ref. atual. São Paulo: Editora Saraiva, 1999 – as diferenças entre a
língua falada e a língua escrita:

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UNIDADE 5 - AS DIVERSIDADES DO USO DA LÍNGUA - OS NÍVEIS DA LINGUAGEM

LÍNGUA FALADA LÍNGUA ESCRITA


Blá... blá ...blá ... A língua Portuguesa é ...

Numa situação de comunicação, a mensagem Numa situação de comunicação, a mensagem


é transmitida de forma imediata. é transmitida de forma imediata.

Em geral, o emissor e o receptor devem O receptor não precisa conhecer de forma


conhecer bem a situação e as circunstâncias direta a situação do emissor nem o contexto
que os rodeiam. Se, por qualquer motivo, isso da mensagem.
não acontecer, pode haver problemas de
comunicação ou, simplesmente, não haver
mensagem.

A mensagem costuma ser transmitida de São empregadas construções mais


forma mais breve, notando-se nítida tentativa complexas, mais planejadas, pois subentende-
de economizar palavras. se que o emissor teve mais tempo para
elaborar a mensagem, repensando-a,
Com a presença de um interlocutor, que pode,
modificando-a. É, por isso, mais comum o
a qualquer momento, interromper a conversa,
uso de orações mais complexas,
é comum o emprego de construções mais
subordinadas, que exigem mais esforço de
simples, frases incompletas, com ênfase nas
memória ou de raciocínio.
orações coordenadas, “mais espontâneas e
mais livres, menos reflexivas”1

Há elementos prosódicos, como Como não é possível, na língua escrita, a


entonação, pausa, ritmo e gestos, que utilização dos elementos prosódicos da língua
enfatizam o significado dos vocábulos e das falada, o emprego dos sinais de pontuação
frases. tenta reconstruir alguns desses elementos.

1
BORBA, Francisco da Silva. Introdução aos estudos lingüísticos. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1975. p. 262.

2º EIXO: AS VARIANTES SOCIOCULTURAIS – A NORMA CULTA E A


NORMA COLOQUIAL.
Quanto à variação da linguagem (quer falada, quer escrita),
deparamo-nos com alguns registros que merecem a nossa atenção:

1. Linguagem coloquial ou norma popular:


É a linguagem que empregamos em nosso cotidiano, em
determinadas situações que não exigem formalidade, com
interlocutores que consideramos “iguais” a nós no que diz respeito
ao domínio da língua. Nesse tipo de linguagem, não temos
preocupação em falar “certo” ou “errado”, já que não somos
obrigados a usar regras e o nosso objetivo é a transmissão da
informação, dando prioridade à expressividade.

2. Norma culta ou norma padrão:


Leia o que nos fala Magda Soares, em Linguagem e escola: uma
perspectiva social. 3 ed. São Paulo: Ática, 1986.

“Dialeto padrão: também chamado norma padrão culta, ou


simplesmente norma culta, é o dialeto a que se atribui, em
determinado contexto social, maior prestígio; é considerado o modelo

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– daí a designação de padrão, de norma – segundo o qual se avaliam os


demais dialetos. É o dialeto falado pelas classes sociais privilegiadas,
particularmente em situações de maior formalidade, usado nos meios de
comunicação de massa (jornais, revistas, noticiários de televisão etc.),
ensinado na escola, e codificado nas gramáticas escolares (por isso, é
corrente a falsa idéia de que só o dialeto padrão pode ter uma gramática,
quando qualquer variedade lingüística pode ter a sua). É ainda,
fundamentalmente, o dialeto usado quando se escreve (há, naturalmente,
diferenças formais, que decorrem das condições específicas de produção da
língua escrita, por exemplo, de sua descontextualização). Efetuadas
diferenças de pronúncia e pequenas diferenças de vocabulário, o dialeto
padrão sobrepõe-se aos dialetos regionais, e é o mesmo, em toda a extensão
do país.”

3. A gíria:
Segundo William Cereja (In. Gramática Reflexiva: texto, semântica e
interação. São Paulo: Editora Atual, 1999. p. 11) “a gíria é um dos dialetos
de uma língua. Quase sempre criada por um grupo social, como
o dos fãs de ‘rap’, de ‘heavy metal’, ou dos que praticam certas
lutas, como capoeira, jiu-jítsu, etc. Quando ligada a profissões,
a gíria é chamada de jargão. É o caso do jargão dos jornalistas,
dos médicos, dos dentistas e de outras profissões.” Temos a
gíria como uma contribuição da definição da identidade de um
grupo que a utiliza, às vezes de caráter contestador, como a dos
jovens de uma determinada geração, funcionando como uma
espécie de meio de exclusão dos indivíduos externos ao grupo.
Algumas, funcionam como transgressoras dos padrões sociais
vigentes e, por conseqüência da própria língua. Para ilustrar, leia o texto
que se segue:

TRUS MOSTRAM VITALIDADE DA GÍRIA EM SP


Termo derivado de truta (amigo, companheiro), é usual nas rodinhas
de estudantes.

Ficar na porta de uma escola paulistana na hora da saída de aula


pode ser uma experiência única. Para quem não faz parte da turma,
compreender o que se diz é tarefa pra lá de difícil. Meninos e meninas, com
idade entre 13 e 17 anos, não economizam em gírias das mais variadas e
engraçadas, num código indecifrável:

- E aí, tru?! Belê?

- Sussu

- Vô na minha goma. Ta na fita?

- Se pá eu vou lá.

- Cola lá. Falou?

Trata-se do diálogo entre amigos. Um convida o outro para ir à sua casa. O


que foi convidado diz que talvez vá, mas não tem certeza. O outro reafirma
o convite e despede-se.

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UNIDADE 5 - AS DIVERSIDADES DO USO DA LÍNGUA - OS NÍVEIS DA LINGUAGEM

As gírias paulistanas, que nem sempre pegam ou viram mania nacional


como as do Rio, onde recentemente nasceram sangue bom, sarado e o ah!
Eu tô maluco!, originam-se, segundo os jovens da capital, nos bailes funk e
escolas e entre praticantes de skate e de surfe.
Depois de criadas, elas podem ser ouvidas nas conversas de jovens
de todas as regiões da cidade. Além das já imortalizadas mina e ô, meu, são
incontáveis as expressões inventadas pela moçada. “Não sei explicar, mas
minha goma é o mesmo que minha casa”, diz Jonas Spindell, de 16 anos,
estudante do Colégio Equipe, em Pinheiros, zona oeste.
Só para falar – Escrever o que se diz é uma dificuldade. “Acho que
sussu se escreve assim, com dois esses”, arrisca Pedro Fiorino Barros, de
15 anos. “A gíria é para ser dita e não escrita”, define Spindell.
Muitas vezes, elas têm dois ou mais significados ou são criadas a partir de
outras. Tru, por exemplo, vem de truta, que significa companheiro, amigo.
Nos últimos meses, os garotos têm pontuado suas frases com o tá ligado?
Usam a expressão no fim das frases para reafirmar uma idéia. “Tipo assim é
outra coisa que a gente fala muito”, diz Gabriela Gehrke, de 15 anos.
Colega de classe de Gabriela, Soraia Barbosa Cardoso, de 15 anos, é nova
na escola, mas já ganhou um novo repertório de palavras. “No outro colégio
não se falava tanta gíria”, diz. “É uma coisa que, quando a gente vê, já está
falando.”
Há divergências na hora de empregar as palavras. Os meninos não
saem mais para azarar, mas para catar umas minas.

“Acho muito feio dizer isso”, diz Luísa Werneck, de 17 anos. Sua colega
Renata Lins Alves, de 15 anos, não se intimida em adaptar a expressão: “As
meninas podem dizer que vão catar uns manos.”
“Procedê” – Na escola Estadual Padre Manuel da Nóbrega, na Casa Verde,
zona norte, são as meninas que mais usam termos esquisitos, “Quando um
cara está interessado, mas não quero nada, digo: Ih! Parei com as drogas”,
diz Gabriela Novaes do Amaral, de 15 anos.
“Surfar é o mesmo que transar, trocar um procedê é quando o cara quer ficar
com uma menina”, ensina Jaqueline de Oliveira Santos, de 14 anos. “Pá e
tal, derrepentemente também serve para dizer que a pessoa está a fim de
ficar”, completa Diana Chaves da Silva de 15.
FONTOURA, Cláudia. O Estado de S. Paulo, 5 out. 1997.

4. A LINGUAGEM DA INTERNET:
A natureza interativa da Internet, ao contrário da televisão, tenta
estimular o intercâmbio entre as pessoas, como interlocutores das famosas
“ salas de bate-papos”. É bom ressaltar, entretanto, que a língua escrita, na
rede, assume uma forma peculiar, em que foi criado um código misto, que
faz uso de sinais capazes de expressar alegria, tristeza, choro, dúvida,
decepção, etc.

Também lançam mão de abreviaturas, de início de palavras, de apenas


uma letra para significar muitas palavras e até frases. É bom lembrar, porém,

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LÍNGUA PORTUGUESA I

que essa linguagem serve apenas para incrementar a agilidade da


conversação, mas nunca para responder a questionário, enviar curriculum,
mandar mensagens de caráter formal , etc.

3º EIXO: VARIANTES REGIONAIS.


Também chamadas de variação geográfica ou dialetos, esse tipo de
variante, no Brasil, é bastante grande e facilmente notada. Caracteriza-se
pela diferenciação do acento lingüístico – conjunto das qualidades fisiológicas
do som no que tange à altura, ao timbre, à intensidade – e
por isso é um tipo de variante cujas marcas se notam
basicamente na pronúncia.

Também percebemos essa variação geográfica no


vocabulário, em certas frases estruturadas de modo diferente
e no sentido que algumas palavras assumem em diversas
regiões do país.

Também chamadas de dialetos, essas variantes regionais


podem ser bem distintas, quer no falar nordestino, pela
abertura das vogais pré-tônicas; quer na pronúncia dos
gaúchos, que se caracteriza por uma entonação particular; quer na maneira
peculiar de se pronunciar o fonema “s” final das palavras (normalmente, de
modo chiado).

Ainda chamamos atenção para as variações geográficas encontradas


no vocabulário. Basta percebermos o uso de expressões encontradas nas
diferentes regiões geográficas brasileiras, com toda a sua peculariedade e
distinção.

Da mesma maneira, as regiões urbanas e rurais possuem vocabulário


e pronúncias diferentes, além das expressões típicas que encontramos em
cada uma dessas localidades.

4º EIXO: AS VARIANTES DE ÉPOCA.


Sabemos que as línguas não são fixas, estáticas. Esse caráter
dinâmico, mutável é que nos apresenta palavras cujo uso está
defasado, perderam o seu sentido original, deram lugar a outras
palavras; enfim, houve uma mudança significativa que é
registrada pelos livros escritos no início do século XVIII, em
contrapartida com os de hoje, por exemplo.

Para ilustrar esse tipo de variante, leia os trechos de dois textos


de Carlos Drummond de Andrade, que mostram como a língua
vai mudando com o tempo:

TEXTO 1: ANTIGAMENTE
Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas
mimosas e prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral
dezoito. Os janotas, mesmo não sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes,
arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio. E se levavam
tábua, o remédio era tirar o cavalo da chuva e ir pregar em outra freguesia.
(..) Os mais idosos, depois da janta, faziam o quilo, saindo para tomar a fresca;
e também tomavam cautela de não apanhar sereno. Os mais jovens, esses

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UNIDADE 5 - AS DIVERSIDADES DO USO DA LÍNGUA - OS NÍVEIS DA LINGUAGEM

iam ao animatógrafo, e mais tarde ao cinematógrafo, chupando balas de altéia.


Ou sonhavam em andar de aeroplano; os quais, de pouco siso, se metiam em
camisas de onze varas, e até em calças pardas; não admira que dessem com
os burros n’água.

ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1988.

TEXTO 2: ENTRE-PALAVRAS
Entre coisas e palavras – principalmente entre palavras –
circulamos. A maioria delas não figura nos dicionários de há trinta
anos, ou figura com outras acepções. A todo momento impõe-se
tomar conhecimento de novas palavras e combinações.

O malote, o cassete, o spray, o fuscão, o copião, a Vemaguet,


a chacrete, o linóleo, o nylon, o nycron, o ditafone, a informática, a
dublagem, o sinteco, o telex ..... existiam em 1940?

Estão reclamando, porque não citei a conotação, o


conglomerado, a diagramação, o ideograma, o idioleto, o ICM, a IBM,
o falou, as operações triangulares, o zoom e a guitarra elétrica.

Não havia nada disso no jornal do tempo de Venceslau Brás, ou mesmo,


de Washington Luís. Algumas dessas coisas começam a aparecer sob Getúlio
Vargas. Hoje estão ali na esquina, para consumo geral. A enumeração caótica
não é uma invenção crítica de Leo Spitzer. Está aí, na vida de todos os dias.
Entre palavras circulamos, vivemos, morremos, e palavras somos,
finalmente, mas com que significado?

ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1988.

5º EIXO: AS VARIANTES DE ESTILO.


Entendemos, aqui, as variações nos enunciados lingüísticos que se
relacionam aos diferentes graus de formalidade do contexto de interlocução.
Podemos explicá-las, partindo do princípio de maior ou menor conhecimento e
proximidade entre os falantes. Em um dos pólos, tomando-o como eixo
contínuo de formalidade, temos as situações informais em que se manifesta
a linguagem. No outro extremo desse mesmo eixo temático, encontramos as
situações formais de uso da linguagem (por exemplo, as escolhas lingüísticas
caracterizando um discurso feito em um Congresso).

Também podemos lembrar que as variações de estilo podem ocorrer em relação


aos escritores e poetas da nossa literatura. Mesmo sendo representantes de
um mesmo momento literário, encontramos autores com estilos bastante
diferentes. Como exemplo, podemos citar Manuel Bandeira e Mário de Andrade.

LEITURA COMPLEMENTAR
Aprofunde seus conhecimentos lendo:

BAGNO, Marcos. Português ou Brasileiro? – um convite à pesquisa. São


Paulo: Parábola Editorial, 2001.

BECHARA, Evanildo. Ensino da gramática. Opressão? Liberdade? 8 ed. São


Paulo: Ática, 1995.
LUFT, Celso Pedro. Língua e liberdade: por uma nova concepção da língua
materna. 8 ed. São Paulo: Ática, 2002.

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É HORA DE SE AVALIAR!
Não esqueça de realizar as atividades desta unidade de
estudo, presentes no caderno de exercício! Elas irão ajudá-
lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia
no processo de ensino-aprendizagem. Caso prefira, redija
as respostas no caderno e depois acesse o nosso ambiente
virtual de aprendizagem (AVA) e enviei suas respostas.
Interaja conosco!

Podemos perceber, no decorrer dessa unidade, que, como todo bom


falante da língua, devemos saber adequá-la às situações. Na unidade que se
segue, falaremos dos mecanismos de combinação e seleção da língua. Vamos
lá?

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