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“Cruzar caminhos” II Seminário dos Apoios Educativos / Educação Especial

Núcleo de Docentes dos Apoios Educativos do Agrupamento de Escolas de S. Roque e


Nogueira do Cravo
Workshops – Dinâmicas de Grupo – Cristina Regalado
D
INÂ
M IC
ADEGRUPO

O termo "dinâmica de grupo" surgiu pela


primeira vez, em 1944, por Kurt Lewin, e designa
basicamente o resultado das interacções das
individualidades que compõem o grupo e da sua
actividade geral, nomeadamente a inter-relação
com o meio envolvente.

Esta forma de pensar o grupo, tem por base a Teoria do Campo Psicológico ou
Espaço Vital, que Lewin desenvolveu tendo por princípio que o indivíduo é
mais do que a sua personalidade, mas é também resultado da interacção
constante dessa personalidade com o ambiente que envolve o indivíduo
(nomeadamente os grupos de pertença). Ora, com os grupos o ponto de
encontro é o mesmo pressuposto: no grupo, como no indivíduo, "o todo é
maior do que a mera soma das partes", ou seja, o grupo é uma totalidade de
partes ou campos psicológicos individuais em interacção permanente, em
equilíbrio dinâmico, num determinado Espaço de Vida ou Campo.

O grupo forma, então, ele próprio um campo psicológico em si mesmo. O


campo individual explora-se e desenvolve-se, cria-se uma consciência
colectiva, as interacções na prossecução dos objectivos potenciam influência
recíproca, e a homogeneidade do grupo, enquanto um campo psicológico
colectivo, se quisermos, não se sobrepõe à heterogeneidade de campos
psicológicos individuais dos seus membros.

Dinâmica de Grupo designa, segundo Resweber, "o método


em que o grupo define uma projecto e os objectivos,
descobre os meios para os pôr em prática e avalia a sua
própria produção", ou seja, um instrumento de análise e
decisão colectiva.

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Sem dúvida este é um fenómeno que ocorre também em ambiente
pedagógico, que ao ser perspectivado deve ter por base uma apreciação
dinâmica e uma análise integrada do grupo e seus fenómenos de influência
mútua entre indivíduos, grupo e ambiente.

Só uma perspectiva integradora permite conhecer a realidade do grupo e


dessa forma agir para potenciar o melhor desenvolvimento de um grupo.

Consideramos como área importante a abordar, procurando uma integração


do fenómeno da dinâmica de grupo no contexto em que surge: o grupo e as
interacções que se estabelecem no seu seio e com a envolvente, geradoras de
forças, funções papeis e determinantes para o desenvolvimento do próprio
grupo.

O GRUPO

O grupo não é um mero aglomerado de indivíduos, mas


"uma identidade constituída por um determinado
número de membros que se propõe atingir um ou
mais objectivos comuns, inserida durante um período
variável de tempo, num processo de comunicação e
interacção" (Schafers -1984). Um grupo implica, portanto, o
estabelecimento de relações mais ou menos permanentes
entre os seus membros, obedecendo a normas mais ou
menos explícitas.

Segundo Lewin, um grupo, para ser considerado como tal, deve ter por
elementos característicos fundamentais:

 Existência
Dois ou mais indivíduos que em conjunto procuram realizar interesses
comuns.

 Interdependência
Os elementos que compõem o grupo assumem papéis e funções
complementares, rentabilizando as suas diferenças.

 Contemporaneidade
A vida do grupo é determinada pelo momento "aqui e agora".

Os membros dos grupos são diferentes no que toca a expectativas, interesses,


motivações, capacidades e potencialidades, influenciam o grupo, procurando

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nele uma forma de realização de objectivos pessoais. O grupo como
prolongamento do indivíduo e, simultaneamente, indivíduo funde-se no grupo
sem anular a sua individualidade, até porque a eficácia do grupo reside
também na consciência dessas diferenças individuais como forma de
enriquecimento do próprio grupo.

ESTRUTURAÇÃO DO GRUPO

«Num dia glacial de Inverno, os porcos-espinhos de uma vara comprimiam-se


uns contra os outros para se protegerem do frio por meio do calor recíproco.
No entanto, dolorosamente incomodados pelos picos, não tardaram a afastar-
se. Obrigados a aproximar-se de novo, em virtude do frio persistente,
tornaram a experimentar a acção desagradável dos picos e essas alternativas
de aproximação e afastamento prolongaram-se até que encontraram" uma
distância conveniente em que se sentiram ao abrigo dos males».
(Shopenhauer, in Freud Essais de Psychanalyse, p. 112)

Com esta parábola, Shopenhauer pretende chamar a atenção para um


sentimento de ambivalência que muitas vezes domina os indivíduos quando,
tendo necessidade ou mesmo o desejo de entrar em relação com outros,
receiam intimamente estabelecer essa relação, manifestando, por isso,
tentativas várias de protecção e «resistência» contra a aproximação.

Quando não conhecem o «outro», os seus valores, motivações, interesses,


etc., os indivíduos podem, num primeiro contacto, experimentar um
sentimento de insegurança e inquietação, por não saberem como deverão
actuar para serem «aceites», para conseguirem corresponder, não só às
expectativas do outro mas igualmente à própria imagem e expectativas que
alimentam acerca de si próprios.

Nos grupos em formação as fases de desenvolvimento podem, relativamente


às referidas, apresentar-se por vezes com sobreposições, avanços, recuos,
mas as referências de progressão são efectivamente as que se observam e
reconhecem também nesses grupos.

O professor/formador deverá ter em consideração, de entre os factores que


facilitam/dificultam a estruturação dos grupos no sentido de favorecer um
mais rápido avanço para a maturidade os seguintes:

• Clareza e precisão dos objectivos/objectivos mal definidos.


• Entendimento comum dos objectivos/diferentes entendimentos

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• Acordo/desacordo quanto às tarefas a realizar
• Existência de tempo definido para a concretização das tarefas/ausência
de limites de tempo de realização
• Tarefa concreta/tarefa abstracta, indefinida
• Emergência de liderança facilitadora
• Comunicação autêntica/monopólio da comunicação, predomínio de
estereótipos, preconceitos...

O formador/professor tem de estar atento à


dinâmica das interacções para poder intervir e apoiar
oportunamente, de forma facilitadora,
designadamente desdramatizando situações, incitando
ao diálogo e instalando um clima de confiança,
favorável à participação de todos.
Poderá estimular as interacções (que serão
qualitativamente diferentes conforme o nível de
maturidade que o grupo já tenha atingido),
provocando o aumento de participação/intervenção
dos membros entre si e evitando desencadear uma
série de diálogos entre ele próprio e cada um dos
membros do grupo.

" Aprender é procurar com e em desacordo com o grupo"


J.P.Resweber

Percebemos que um grupo eficiente, produtivo e maduro está envolvido de


um clima psicológico de liberdade, com um elevado nível de intercomunicação
e um equilíbrio dinâmico entre produtividade e satisfação, e entre cooperação
e competição. Os projectos e objectivos estão claramente definidos e o
direccionar das actividades é partilhado, numa perspectiva da iniciativa
individual e utilização inteligente das diferenças individuais, e num ambiente
de resolução de problemas sócio-afectivos e cultivo da coesão.

Julgamos interessante terminar, integrando os aspectos mais relevantes do


tema, numa abordagem dos cinco eixos principais do trabalho de grupo,
referidos por Roger Mucchielli.

Estes aspectos que deverão ser compreendidos e integrados pelo animador na


sua missão de tomar a actividade formativa numa "formação para a
participação", para o trabalho de grupo e de equipa, desenvolvendo uma

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atitude de auto-responsabilização por um trabalho comum com benefícios
partilhados, e que tantas vezes ultrapassam os limites do próprio grupo.

Os cinco eixos principais do trabalho de grupo são, então:

Formação para a Comunicação – o aperfeiçoamento da expressão pessoal,


da espontaneidade, da capacidade de escuta activa e empatia, que provocará
o aumento do grau de abertura das relações interpessoais no grupo (e fora
dele).

Formação para a Cooperação – controlo de factores dificultadores das


relações interpessoais no grupo, como egocentrismo, sede de poder, falta de
confiança, competição excessiva, falta de empatia, ansiedade.

Formação para a Organização do Trabalho – promoção do envolvimento


total dos indivíduos na programação, organização e realização das actividades;
isto obriga a uma compreensão dos objectivos, a clarificação e
complementaridade de papéis, a adequação e optimização dos meios para a
prossecução dos objectivos.

Formação em Dinâmica de Grupo – que passa pela integração de


conhecimentos, atitudes, comportamentos e valores individuais, para a criação
de uma sentimento de pertença e coesão a uma individualidade colectiva que
é o grupo.

Formação em Gestão de Grupo – uma visão integradora, total, do trabalho


em grupo, devidamente adaptada ao conteúdo e contexto específicos.

BIBLIOGRAFIA

ACHADA, Maria Odete, Psicologia das Relações Interpessoais, Edições Rumo,


Lisboa, 1991.
FERREIRA, Paulo Trindade, Guia do Animador – Animar uma Actividade de
Formação, Editora
Multinova, Lisboa, 1999.
MÃO-DE-FERRO, António, Na Rota da Pedagogia, Edições Colibri, Lisboa, 1999.
MUCCHIELLI, Roger, O Trabalho em Equipa, Martins Fontes Editora, S.Paulo,
1980.

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PINTO, Avelino, A Dinâmica do relacionamento Interpessoal, IEFP, Lisboa,
1992.
RESWEBER, Jean-Paul, Pedagogias Novas, Editora Teorema, Lisboa, 1988.
SEGURADO, Margarida, Animação de Grupos e Liderança, IEFP, Lisboa, 1992.

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