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2ª Guerra Mundial
1- Causas e antecedentes:
– Com a ascensão ao poder de Adolf Hitler, na Alemanha [1933] acelerou-se o
processo de desintegração do equilíbrio Europeu. Naquele mesmo ano, a Alemanha
começou a armar-se. Em meio à indecisão dos políticos franceses e ingleses, o Führer
decretou o serviço militar obrigatório no país. Por seu turno a Itália, liderada por Benito
Mussolini estabelecera um protetorado na Albânia [1926], colocando-se em posição
privilegiada no Adriático. Em 1935 lançou-se o Duce à conquista da Etiópia, com o que
definitivamente se estabeleceu o eixo Roma-Berlim. A sociedade das nações não foi
capaz de proteger a Áustria da dominação Alemã, enquanto a França e Inglaterra cada
vez se distanciavam, titubeando em sua política exterior. A crise da Etiópia propiciou a
Hitler a remilitarização da zona do Reno, com o que mais acentuou o desequilíbrio
Europeu. A partir daí os pequenos estados europeus passaram a não mais acreditar na
proteção que as grandes potências democráticas poderiam prestar-lhes no caso de uma
guerra. Passaram a declarar-se neutros e a tomar posições conciliadoras para com a
Alemanha.
2- Guerra no Pacífico:
– Os EUA, que se haviam mantido neutros a princípio, 1940 começaram a cuidar
de sua defesa. Em 1941, o Congresso autorizou um sistema de empréstimo e
arrendamento (land-lease), com o fim de facilitar o envio de materiais de guerra à
Inglaterra. A Alemanha passou a torpedear os navios americanos para impedir ajuda à
Inglaterra. Nesse momento começaram os EUA a armar seus navios e a comboiá-los
com vasos de guerra. Em agosto foi assinada a Carta do Atlântico entre o presidente
Roosevelt e o primeiro ministro Churchill, em que mais se estreitava a colaboração
anglo-americana. Enquanto isso a potência oriental do Eixo, o Japão, prosseguia sua
campanha em cima da Ásia. Em 1941, o governo francês de Vichy permitiu o
estabelecimento de bases militares nipônicas na Indochina, pondo em perigo as colônias
inglesas e americanas do Pacífico. Rapidamente essas duas potências cortaram suas
relações comerciais com o Japão, tornando-se crítica a situação, há muito existente, da
rivalidade mercantil no Pacífico. Os japoneses solicitaram então que se celebrasse uma
conferência com os EUA, na qual fossem discutidas pacificamente as divergências.
Contudo, ainda não haviam deixado Washington seus dois delegados, quando se deu o
ataque aéreo e naval em 7 de setembro de 1941, á base americana se Parl Harbor no
Havaí, que representava grande perigo para o arquipélago nipônico, de vez que a
aviação e a esquadra ali sediadas, poderiam a qualquer momento, atacar o império. No
dia seguinte o congresso dos EUA declarou guerra ao Japão. A Alemanha e a Inglaterra
uniram-se imediatamente ao agressor. Em janeiro do ano seguinte 26 nações lutavam
contra os países do Eixo. Essas nações uniram suas forças através de uma aliança,
passando a denominar-se Nações Unidas.
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Nazismo:
Após o final da Primeira Guerra Mundial, a Alemanha encontrava-se arruinada.
Derrotada no conflito, uma grave crise social abalava o país e inúmeros conselhos
operários formavam-se em todas as suas grandes cidades, a exemplo do que ocorrera
na Rússia pouco antes da revolução de 1917. As camadas mais privilegiadas
vinculavam-se aos partidos de centro-direita. A dualidade que marcava o período
forçava o Estado a tomar providências para conter o desemprego, a fome, a inflação
e o descontentamento geral, ou uma revolução popular certamente o iria fazer. Aos
nove de novembro de 1918, o rei Guilherme II abdicou do trono e instituiu a
república, dando o poder aos sociais-democratas, liderados por Ebert. Imediatamente,
Ebert procurou calar os focos revolucionários na tentativa de formar um governo
social-liberal. Aliou-se ao exército (que, em princípio, era contra seu governo) e
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então chanceler, Von Papen, demitiu-se e o general Von Schleicher foi nomeado para
o cargo. Schleicher queria calar tanto os nazistas quanto os comunistas, fato que
desagradou a elite industrial. Forçado por ela, Hindenburg nomeou Hitler chanceler
em trinta de janeiro de 1933. O nazismo finalmente poderia começar a sua marcha
para a guerra. Com Hitler no poder, fundou-se um Estado totalitário apoiado sobre o
fanatismo nacional e a loucura racista. Os judeus e esquerdistas passaram a ser
perseguidos e assassinados; a liberdade de imprensa passou a inexistir; a existência
de partidos que não o nazista foi proibido; foi criada a SS, com mais de meio milhão
de membros, cujo objetivo era garantir a segurança nacional (mais tarde, a Gestapo
viria a auxiliar a tarefa); a propaganda maciça fez com que a população não tivesse
outra alternativa que não submeter-se a ela; a educação passou a ser feita visando-se
a nazificação dos jovens, incutindo neles a noção de superioridade da raça ariana e
do povo alemão; o serviço militar tornou-se obrigatório; obras literárias que fossem
consideradas contrárias ao regime foram proibidas; campos de concentração foram
instalados por todo o território e iniciou-se a política expansionista, que visava a
delimitação do espaço vital (Polônia e Ucrânia) para a sobrevivência da raça ariana.
Hitler conseguiu tirar a Alemanha do caos e isso lhe valeu ainda mais popularidade,
ainda que seu governo fosse marcado por uma tirania, violência e autoritarismo
ímpares na história da nação. Contudo, logo os outros países europeus passaram a
não mais tolerar seus impulsos expansionistas, que levariam à Segunda Guerra
Mundial e posterior fim do nazismo.
Holocausto:
Uma semana depois, uma força irresistível de 840 navios, três mil aviões e 200
mil homens invadiram Leyte, no centro das Filipinas. A América trabalhava no Projeto
Manhattan para fabricar a bomba atômica e Hitler lançava os mísseis V1 e V2 sobre
Londres. O exército também descobriu uma novidade: uma arma absoluta, imaterial,
que a ciência desconhecia. Era um segredo espiritual guardado no passado profundo e
cultivado pela tradição: para vencer, impunha-se querer verdadeiramente, querer até a
morte e organizar o uso do sacrifício consentido. Os kamikazes converteram em
programa de governo uma tradição rigorosa da cultura japonesa - a arte da morte
voluntária.
Ao contrário do que o Ocidente perplexo imputa como quintessência do
fanatismo, a consciência dos pilotos kamikazes - de unir-se à tradição do suicídio na
derrota - nada tem de irracional. Tratava-se de defender o Japão ameaçado, a pátria, as
famílias em casa, deter o inimigo e infligir-lhe as mais pesadas baixas. Tarefas
infinitamente mais importantes do que a sobrevivência física individual. A possibilidade
de transformar-se em um herói incandescente era um privilégio. Os 2.198 pilotos que
jogaram seu avião contra o inimigo eram todos voluntários; a lista de candidatos a
kamikaze foi sempre maior do que o número de aviões disponíveis.
O suicídio voluntário não é um ato de desespero, mas de lucidez e abnegação
rigorosas. Ele confere significação à toda vida. A força de vontade que o suicida dá de si
próprio expressa soberania e orgulho, revida o ultraje e expia o fracasso. A morte é
triste e lamentável, mas o suicida não morre, mata-se; desaparece, não sem o último
resplendor que, como ele bem sabe, fascinará os mortais e atestará seu devotamento à
causa da sua morte voluntária, seja por amor, honra ou patriotismo.
O suicídio como enobrecimento surgiu na antigüidade japonesa. Os chefes
poderosos dos primeiros clãs guerreiros, em seu enterro, eram acompanhados pelo
enterro compulsório dos parentes; um costume também registrado na Babilônia, na
Índia e na China. A prática durou até o século V, quando o rei Suinin aboliu-o,
substituindo familiares vivos por estátuas de terracota.
Entretanto, o junshi - acompanhamento voluntário na morte - continuou. Os
sentimentos que uniam o senhor e seus servidores, suseranos e vassalos, o imperador e
seus oficiais, o apego de homem para homem forjado em combates, era intenso.
Às 10h50 do dia 25 de outubro de 1.944, quando a notícia do primeiro ataque
kamikaze - três horas antes - ainda não tinha sido totalmente entendida, cinco Zero
atacaram a 3ª Frota no Golfo de Leyte. Surgiram rasantes, sobre a espuma das ondas,
para escapar dos radares, subiram 2 mil metros e mergulharam. Dois arremeteram
contra o navio-capitânea, o porta-aviões Fanshaw Bay, mas foram derrubados. Um
errou por centímetros o porta-aviões Kitkun Bay e explodiu na água. Dois mergulharam
no White Plains, mas as balas de 40 milímetros do fogo antiaéreo atingiram um, que
caiu e explodiu, matando 11 marinheiros, e desviaram o outro. O piloto manobrou com
sucesso, mudou de alvo e foi estatelar-se, em cheio, na ponte de comando do Saint Lo.
A explosão e incêndio acionaram torpedos e bombas estocadas no hangar. Sete
explosões sucessivas sacudiram o porta-aviões. Trinta minutos depois, às 11h25, o Saint
Lo afundou. Foi o primeiro afundado pelos kamikazes. Na base de Macabalat, na ilha
de Luzón, nas Filipinas, de onde a esquadra decolara, o vice-almirante Onishi Takijiro
exultou. Naquele momento, a força aérea japonesa nas Filipinas estava reduzida a 60
aviões em condição de vôo. Os dois ataques, com o sacrifício de nove pilotos, mataram
113 americanos, feriram 200, afundaram um porta-aviões e danificaram três. Takijiro, o
idealizador dos Taiatari Tokubetsu Kogekitai - as Unidades Especiais de Ataque por
Choque, mais conhecidas como kamikaze, tinha um saldo positivo para informar ao
imperador. A expressão kamikaze, que significa "vento divino", havia sido usada para
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as áreas industriais da Polônia, e para isso deslocou a maior parte de suas forças ao
longo da fronteira de 1.700 milhas. Isso significava que ele não estava particularmente
forte num determinado setor. Não foi o moral polonês que fracassou. Os poloneses
simplesmente não eram suficientemente fortes. O General Ironside havia ficado
impressionado quando, pouco antes do início da guerra, testemunhou "um exercício de
ataque de uma divisão sob condições de barragem viva, não sem baixas" - o que
certamente não era o tipo de manobra praticada pelo exército britânico em 1.939. Mas o
patriotismo e o élan simplesmente não eram suficientes: os alemães, preparados para
atacar a partir da Prússia Oriental, da Pomerânia, da Silésia e da Eslováquia, eram
numericamente superiores aos poloneses em todos os setores, excetuando-se apenas a
cavalaria montada. A frota alemã dominava o Báltico com a mesma eficiência com que
a Luftwaffe iria dominar os céus. A Prússia Oriental, apesar do Corredor Polonês, não
estava realmente separada do Reich. Contra nove divisões blindadas, os poloneses
podiam colocar apenas uma dúzia de brigadas de cavalaria e um punhado de tanques
leves.
Mesmo se o moral polonês tivesse sido mais elevado do que o alemão, o que não
aconteceu, a simples força numérica teria invertido o equilíbrio. Mas não foram apenas
as considerações físicas que tornaram a vitória alemã uma conclusão inevitável. Eles
tinham um enfoque bélico totalmente novo. Os poloneses lutavam de acordo com as
regras de 1.918, mas os alemães haviam introduzido um conjunto novo de regras. Este
novo conceito era a Blitzkrieg, que poderia ser resumida em surpresa, velocidade e
Schrecklichkeit (pavor). A surpresa foi conseguida parcialmente através da Quinta-
Coluna - havia 2 milhões de alemães vivendo na Polônia - e em parte pelo simples
estratagema de atacar sem uma declaração de guerra. A nova combinação tática de
veículos blindados com o apoio de bombardeiros de mergulho, ao invés da artilharia
convencional, foi outra surpresa. Schrecklichkeit era uma questão de política
deliberada. O bombardeio de cidades de colocou toda a população em movimento. Nas
estradas, ela ultrapassava os movimentos de todas as reservas de que os poloneses
pudessem dispor. Na madrugada do dia 1º de setembro, os alemães deram início à
invasão. Dois dias depois, a força aérea polonesa havia deixado de existir, na sua maior
parte destruída antes de levantar vôo. Uma semana mais tarde, os alemães se
encontravam nos arredores de Varsóvia, e o exército defensor já havia sido dividido em
diversos grupos. Os poloneses lutaram acirradamente e não deixaram de obter alguns
sucessos táticos. Já no dia 5 de setembro, a corporação de Guderian recebeu uma visita
surpresa de Hitler, que viera junto com o avanço anterior. Vendo um regimento polonês
de artilharia destroçado, Hitler indagou:
"Foram nossos bombardeiros de mergulho que fizeram isso?". "Não, foram
nossos tanques", respondeu Guderian. Hitler ficou espantado ao ser informado de que a
Batalha do Corredor Polonês custara às quatro divisões de Guderian apenas 150 baixas
e setecentos soldados feridos. O ditador ficou atônito. Durante a Primeira Guerra
Mundial, seu regimento sofrera 2.000 baixas no primeiro dia de ação. Guderian
explicou que, mesmo contra um inimigo corajoso e resistente, os tanques representavam
uma arma capaz de poupar muitas vidas. E a resistência não era grande em todos os
lugares. O Tenente Barão Von Boegenhardt descreve da seguinte maneira o avanço do
6º Regimento Motorizado da Eslováquia: "Praticamente não houve resistência... Houve
uma certa quantidade de lutas esporádicas quando chegamos às barreiras fluviais, mas a
Luftwaffe já tinha aberto caminho para nós. Os seus bombardeiros de mergulho Stuka
eram mortalmente precisos e, como não havia oposição, faziam o que queriam. As
estradas e os campos estavam repletos de camponeses infelizes que haviam abandonado
em pânico suas aldeias quando começaram os bombardeios, e nós passamos por
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Force despejavam toneladas de bombas sobre Berlim, num porão da Chancelaria alemã,
Von Braun apresentava filmes da V-2 e dava explicações sobre novos foguetes e planos
para sua produção em série. Dornberg ainda lembrou vagamente ao Führer possíveis
usos mais nobres da nova tecnologia. "Quando começamos a aperfeiçoar os foguetes,
não pensávamos em atribuir-lhe um papel militar tão terrível. Nós sonhávamos..." Hitler
interrompeu-o bruscamente: "Eu sei que vocês não pensavam nisso. Mas eu pensei". Em
seguida, autorizou a produção da bomba.
No começo de novembro de 1.943, os ingleses, longamente habituados às
ameaças fantásticas de Joseph Goebbels, Ministro da Propaganda Nazista, riram
tolerantemente quando num discurso ele anunciou "terríveis armas de retaliação", que
estariam "prontas para cair sobre a Inglaterra, como um pesadelo vindo do céu".
Problemas técnicos atrasaram o sonho ruim por mais de meio ano. Mas, no dia 13 de
junho de 1.944, uma violenta explosão abalou Swanscombe, no Condado de Kent, a 35
km do centro de Londres. Um cidadão que viu o ataque descreveu "a coisa" como "um
pequeno avião roncando como Ford de bigode, que voava rapidamente, deixando atrás
de si um rasto de chamas". Era a V-1, a primeira das armas secretas anunciadas por
Goebbels. A Vergeltung 1 era uma espécie de avião a jato sem piloto, telecomandado,
capaz de voar a 800 Km por hora (pouco mais rápida que os jatos da época). A arma
desenvolvida em Peenemünde era fantasticamente mais rápida e perigosa que as V-1.
Faziam 5.000 Km/h, ninguém ouvia sua aproximação e eram inúteis as baterias
antiaéreas e os aviões de defesa (que derrubaram 1.847 V-1). Durante sete meses, as
"armas da vingança" 1 e 2 mataram 8.500 pessoas, feriram 46.200, destruíram 60.000
casas. Mas era tarde para que elas pudessem mudar sensivelmente o resultado final da
grande tragédia alemã. A maioria dos especialistas entendeu a V-2 como uma dura
antevisão da III Guerra Mundial. Outros viam no foguete perspectivas mais terríveis. O
"London Tribune" comentava assim a notícia de que um superfoguete lançado da
Alemanha duas semanas antes havia sumido no ar: "Se o mundo atingido pelo foguete
for habitado por gente que chegou ao nosso nível de 'civilização', talvez eles o encarem
como um ato de hostilidade. Estaremos então na iminência de uma guerra entre mundos,
antes de termos acertado as contas aqui na Terra?". Com idéias um pouco diferentes das
do irônico jornalista londrino, americanos e russos pensavam nos homens que haviam
construído as armas fantásticas e tinham planos ainda mais fantásticos para eles. Numa
fria manhã de fevereiro de 1.945 desceu no aeroporto militar de Londres o Major Robert
Staver, com ordens expressas de se apresentar urgentemente ao Comando de Armas e
Munições Aliado. Falava com um de seus superiores no QG (Quartel General) quando
foi jogado no chão por uma gigantesca explosão no prédio vizinho, Staver, enviado à
Inglaterra para aprender tudo sobre as bombas alemãs e, recebido pouco amistosamente
por uma delas. Na semana seguinte, unidades do Terceiro Exército Blindado americano
entravam em Bonn e capturavam vários documentos, entre os quais acidentalmente,
uma relação dos cientistas de Peenemünde. Os papéis foram enviados a Staver e com
ele chegaram a Washington. A 2 de abril, na Europa, Eisenhower recebia as instruções
da "Operação Paperclip" - para a captura dos planos, dos foguetes e dos cientistas da V-
2. Começou então uma etapa pouco divulgada da corrida espacial. De um lado, os
americanos; do outro, os russos; e, no meio, Von Braun e seus amigos, com os planos
que poderiam levar um dos dois lados à Lua. Nesta corrida, os russos chegaram sempre
atrasados. Quando bombardeavam Stettin, 80 km a sudeste de Peenemünde, Von Braun,
aquela altura diretor de pesquisa do programa de foguetes alemão, tinha em sua mesa de
trabalho "cinco ordens do Alto Comando Alemão mandando que eu ficasse em
Peenemünde e cinco ordens, também do Alto Comando, mandando que saísse de lá. As
duas séries pediam que eu destruísse todo o material da base e as instalações, para que
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os aliados não pudessem usá-las". Dornberg e Von Braun reuniram sua equipe e
decidiram em conjunto ir para Nordhausen (onde as V-2 eram fabricadas), esconder os
planos e depois entregar-se aos americanos. "Os documentos sobre os foguetes pesavam
toneladas, representavam um tesouro único de conhecimento técnicos e nos haviam
custado muito dinheiro e anos de trabalho. Decidimos não destruí-los" - contou depois
Von Braun. Com a artilharia russa trovejando atrás deles, os homens dos foguetes
empacotaram tudo que podiam carregar e se enfiaram no caos da Alemanha em colapso.
Dez mil homens e 2.000 toneladas de material saíram milagrosamente da ilha de
Usedom, num momento em que quase todo o sistema de transportes do país estava
esfacelado. Peenemünde foi tomada na semana seguinte (05/05/1.945) pelo Segundo
Exército Russo, comandado por Konstantin Rokossowsky. Cruzando rodovias sob
bombardeio, o comboio de Von Braun chegou a Nordhausen. Um telefonema avisou-o
de que os americanos estavam a 20 km. Von Braun mandou esconder parte do material
e fugiu com os principais técnicos para Obeyoch, perto da fronteira com a Áustria.
Quase os mesmo tempo, as forças americanas invadiam as fábricas das V-2 em
Nordhausen e Wiedersachswerfen, que, por acordo entre os aliados, ficavam em zonas
sob proteção dos russos. Trezentos caminhões-vagão cheios de equipamento (inclusive
cem V-2 intactas) partiram para o Ocidente. Quando os russos chegaram, era tarde,
novamente. "Este descuido não tem explicação", diria posteriormente Stálin. Enquanto
isso, mais ao sul, a terceira presa lhe escapava. Von Braun e seus companheiros eram
encontrados pelo Sétimo Exército Americano. Discutiam planos para o futuro nos
ensolarados terraços dos hotéis de Obeyoch, completamente perdidos da realidade,
enquanto o mundo alemão caía em pedaços à sua volta.
Conclusão: