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28/07/2008 - segunda-feira

Direito Processual Penal I – José Renato Martins

• Introdução ao Processo Penal (art. 2º e 3º; o 1º será no


momento oportuno)
• Princípios do Processo Penal (muito cobrado)
• Inquérito policial
• Ação penal (denúncia ou queixa-crime) pública ou privada
Rogério Greco (ler para concursos na área penal)
Ler exposição de motivos.

Livros (muito bons):


Fernando Capez
Edilson Mongenor Bonfim
Carnelut
Nut
Tourinho

Greco Filho
Mirabete
Patiele
Frederico Marcos

30/07/08 – quarta-feira

Art. 5º, CPP


O inquérito policial também se inicia através de auto de prisão em
flagrante.

Art. 129, I, CF
O processo penal de 1942 está distanciado da CF/88.
Ministério Público é o dominus litis, ou seja, é o dono da ação.

Processo Civil X Processo Penal


Várias semelhanças entre um e Público
outro  Instrumental
Autônomo
Abstrato
Livros: Livros:
- Processo de - Processo de
Conhecimento/Cognitivo (se Conhecimento/Cognitivo (se
divide em: declaratório, divide em: condenatório,
condenatório e constitutivo) declaratório e constitutivo) –
- Recursos Nunca haverá coisa
- Processo de Execução soberanamente julgada.
- Processo Cautelar - Processo Cautelar (ex.: busca e
- Procedimentos especiais apreensão)
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- Processo de Execução (Lei de
execução penal, 7.210 – LEP)

Direito Processual Penal


Art. 2º, CPP - tempus regit actum, ou seja, o tempo rege o ato. A lei
entra em vigor na data da publicação. Tivemos 3 exceções este ano:
11.689, 11.690 e 11.779 de junho de 2008, pois elas entrarão em
vigor após 60 dias da publicação; mas isto é exceção, em regra
prevalece o art. 2º. E os atos que já foram praticados anteriormente?
Tudo que foi praticado anteriormente será válido. Mas tudo que for
para beneficiar o réu retroagirá, e o que não for para beneficiar não
retroagirá.
Art. 3º, CPP – aplicação analógica: nada mais é do que a analogia. É
de grande importância, pois quando houver lacunas será
complementada com o CPC, como por exemplo, no caso do art. 390,
CPC.

04/08/08 - segunda-feira

Sistemas de Processo
 Inquisitivo/Inquisitório
o Uma só pessoa, que era o Juiz, que tinha 3 atribuições,
quais sejam: acusar, defender e julgar. É necessário que
exista a triangularização processual, e no inquisitivo não
existe esta triangularização, só existe o juiz (era para
existir o juiz, promotor e advogado). Por isso este sistema
foi abolido. Os atos eram sigilosos, tudo era feito no sigilo.
Ausência do contraditório, da ampla defesa, da
publicidade... sendo o réu não um sujeito de direitos e sim
apenas um objeto.
 Acusatório
o Este é o adotado pelo nosso código. Existe 2 fases: do
inquérito e do processo acusatório em que existe o juiz, o
promotor e o réu.
 MP (acusa) – querelante, vítima, ofendido.
 Advogado (defende)
 Juiz (julga)
Princípio da publicidade, contraditório, ampla defesa
 Misto
o Existe uma fase bem parecida com o sistema acusatório.
Mas nesta fase tinha um 1 juiz em uma fase, e outro juiz
em outra fase. Possui uma particularidade de 2 fases:
 1 fase de um juiz preparatório;
 e outra fase do juiz que julga a acusação e a defesa.
 Não existe o inquérito policial, mas antes do juiz
preparatório existe o sistema investigatório, que
não é judicial é extrajudicial, feito pela polícia e
uma vez feito o sistema investigatório, entra o juiz

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preparatório (produz as provas para que o réu seja
julgado por um juiz, promotor e advogado).

Processo judicialiforme, o próprio juiz baixava uma portaria e através


daquela portaria iniciava-se um processo penal. O juiz iniciava o
processo penal. Art. 533, CPP, foi abolido do Código.
Ação penal publica incondicionada – independe da vontade da
pessoa, o MP pode impetrar com a ação. Ex.: furto, lesão corporal
grave...
Ação privada – depende da vontade do ofendido para que haja a
ação. Ex.: calúnia (honra objetiva), injúria (honra subjetiva) e
difamação (honra objetiva).

Princípios Informadores do Processo Penal


1) Indisponibilidade do processo penal – o processo penal, em
regra, tratará de direitos indisponíveis. Art. 42, O Ministério
Público não poderá desistir da ação penal pública
incondicionada ou condicionada (depende de representação da
vítima ou Ministro da Justiça. Art. 576, O Ministério Público não
poderá desistir de recurso que haja interposto.
2) Disponibilidade – Exceção. Ação privada. Existem
mecanismos para a desistência da ação, mesmo que não esteja
explícito.
Art. 60, CPP - Nos casos em que somente se procede mediante
queixa, considerar-se-á perempta a ação penal: I - quando,
iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do
processo durante 30 (trinta) dias seguidos; III - quando o
querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a
qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar
de formular o pedido de condenação nas alegações finais.
Art. 107, CP - Extingue-se a punibilidade: IV - pela prescrição,
decadência ou perempção.
3) Verdade Real – não existe a verdade real. Ex.: alguém pratica
um fato tipificado como crime, e confessa o fato. Essa pessoa
não pode ser condenada só pelo fato de ter confessado tem que
haver provas.
Art. 197, CPP - O valor da confissão se aferirá pelos critérios
adotados para os outros elementos de prova, e para a sua
apreciação o juiz deverá confrontá-la com as demais provas do
processo, verificando se entre ela e estas existe
compatibilidade ou concordância.
Mas existe a Verdade Material, Processual e Atingível, no
processo penal não é verdade formal nem presumida, como no
civil, é a verdade que está no processo, que foi provada.

06/08/08 - quarta-feira

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4) Contraditório (art. 5º, LV, CF) – Juiz recebe a denúncia,
determina a citação e notificar o MP e a defesa (defensoria
pública ou advogado). Art. 306, CPP – A prisão de qualquer
pessoa e o local onde se encontre serão comunicados
imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou a
pessoa por ele indicada. § 1º Dentro em 24h (vinte e quatro
horas) depois da prisão, será encaminhado ao juiz competente
o auto de prisão em flagrante acompanhado de todas as oitivas
colhidas e, caso o autuado não informe o nome de seu
advogado, cópia integral para a Defensoria Pública (exemplo de
contraditório). Após, o Juiz irá designar interrogatório, em que
será o momento da defesa prévia (1º momento do contraditório
no procedimento comum).
Quando o MP recebe a denúncia o réu é citado para apresentar
defesa escrita (resposta à acusação) no prazo de 10 dias. Após
esta resposta é que vai decidir se recebe ou não a denúncia.
Art. 41 da Lei 11.719.
No inquérito policial não tem o contraditório, pois é imposto.
No caso da busca e apreensão não existe, a princípio, o
contraditório, pois o réu só toma ciência após a prova
produzida, mas ele possui um contraditório diferido (posterior).
Vai existir em todo momento do processo, é a maior garantia
que tem.
Na fase policial tem-se o indiciado
Na fase de denunciação pelo MP tem-se o denunciado
Recebida a denúncia: Réu ou Acusado
Após transitada em julgado: Condenado ou apenado
5) Ampla defesa – todo tipo de defesa o Réu pode argüir, desde
que seja uma defesa lícita (prova lícita). O STF tem decidido que
mesmo que a prova seja ilícita (não a proibida, pois causa
nulidade do processo), e se beneficiar o réu o Juiz deve aceitá-la
(ela só não será admitida para a acusação) ex.: interceptação
telefônica.
Art.186 e 187, CPP – o querelado pode falar, mas pode
permanecer calado e isso não causará prejuízos a ele.
Prova ilícita afeta o direito material: civil, constitucional, penal...
Prova proibida afeta o direito processual: ex.: uma testemunha
que não pode depor, pois fere o direito processual. Art. 406, §2º
- Nenhum documento se juntará aos autos nesta fase do
processo (se algo for juntado, será uma prova proibida).
6) Favor rei (favorece ao réu) – ex.: se a pena for maior do que
20 anos, só quem pode recorrer é o réu. Art. 386, CPP. Revisão
criminal.
7) Intranscedência – a pena não pode passar da pessoa do réu.

11/08/08 – segunda-feira

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8) Oficialidade (órgãos oficiais) – a persecução penal (persecutio
criminis) extrajudicial é exercida pela autoridade policial, polícia
civil (art. 144, §4º, CF). A percepção penal judicial é privativa do
MP (art. 129, I, CF). Se a ação for privada quem possui a
legitimidade é o ofendido, mas a persecução penal continua
sendo do Estado.
9) Oficiosidade (deve agir de ofício) – art. 27, CPP (qualquer do
povo), art. 301, CPP, art. 5º, §5º (EXCEÇÃO) – Nos crimes de
ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a
inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para
intentá-la (o ofendido, o querelante).
Um juiz presenciando um crime (flagrante) e quiser provocar o
Estado, pode fazê-lo como um cidadão comum, mas não poderá
julgar o caso.
A jurisprudência tem entendido que no caso de falso
testemunho, se for no tribunal do júri e não no juízo singular, o
juiz vai deixar que a testemunha continue seu depoimento mas
quando ele for fazer a votação deve indagar todos os jurados se
a testemunha realmente mentiu.
10) Iniciativa das partes – na ação penal privada que dá
inicio é o ofendido, e na ação penal pública é o promotor. O
promotor pode dar inicio (oferecer denúncia) a ação penal
pública condicionada? Não, pois é condicionada a
representação (art. 43, CPP – no Processo civil quando vai
ajuizar uma ação são necessárias as condições da ação, e no
processo penal da mesma forma, mas elas não estão muito
visíveis no código; I – o fato narrado evidentemente não
constituir crime – impossibilidade do pedido; II – já estiver
extinta a punibilidade, pela prescrição ou outra causa – falta de
interesse; III - for manifesta a ilegitimidade da parte ou faltar
condição exigida pela lei para o exercício da ação penal –
Ilegitimidade)
“Condição exigida pela lei” – Na ação penal pública
condicionada como o próprio nome diz, está condicionada a
alguma coisa, vale dizer, algumas condições, que na hipótese é
a representação ou requisição do Ministro da Justiça. Tanto a
representação como a requisição do Ministro da justiça, são
condições de procedibilidade (o promotor só pode proceder
mediante representação ou requisição), ou condição específica,
ou também chamada condição especial ou perseguibilidade.
O juiz não pode dar início a ação penal, havia uma época em
que o juiz podia, que era no procedimento judicialiforme.
Art. 2º - A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo
da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior – A lei
processual penal não possui vacatio legis, o princípio que rege a lei
processual penal no tempo é a tempus regit actum (o tempo rege o
ato).

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13/08/08 - quarta-feira

11) Impulso oficial – art. 2º, CPC – o juiz não pode propor
ação; “ne procedat judex ex officio”. Isso não quer dizer que ele
vai ficar inerte no processo. Este princípio quer dizer que o juiz
não pode ficar inerte no processo, como por exemplo, a
determinação do juiz em citar o réu para o interrogatório. A
rigor são atos praticados pelo juiz. Ex.: se o juiz marca um
sumário de defesa; defere um pedido de uma das partes;
qualquer decisão do juiz. O escrivão pode praticar atos capazes
de impulsionar o feito, mas o IMPULSO OFICIAL são atos do Juiz.
12) Identidade física do juiz – no processo civil o juiz que
inicia uma instrução processual deverá prosseguir com o
processo até a sentença, salvo se for promovido, estiver de
férias ou licença. Não existe no processo penal este princípio
pois, nem sempre o juiz que faz o interrogatório é mesmo juiz
que vai fazer o sumário de acusação, de defesa e nem sempre
é o mesmo que irá proferir a sentença. Faz falta no processo
penal, e deveria vigorar no processo penal, mas ele não existe.
Alguns doutrinadores (posição minoritária) sustentam que no
juizado especial criminal, pelo fato da audiência ser UNA, e que
ali existe este principio assim como no tribunal do júri na
segunda fase em que há o julgamento, também estaria este
princípio. Art. 502, §único. Lei 11.719/08, Art. 399, §2º -
após dia 22 de agosto em que a Lei entra em vigor
poderemos dizer que existe este princípio no código de
processo penal.
13) Presunção de Inocência ou Princípio da Não
Culpabilidade – art. 5º, inc. LVII, CRFB (CF). Mesmo que você
tenha sido condenado, este fato não quer dizer que você é
culpado. Quando o juiz profere uma sentença ele não pode
mandar lançar o nome do réu no livro do rol dos culpados,
somente após o trânsito em julgado da sentença. Na pratica
isso não acontece, quando, por exemplo, a imprensa fica
sabendo do processo já publica e presume que a pessoa é
culpada, sendo que era para partir do princípio que ele é
inocente.
No processo penal também existe a inversão do ônus da prova
(a principio quem tem que provar é o autor), quando, por
exemplo, o réu alega que foi em legítima defesa, quem deve
provar é ele (súmula 9, do STJ).
Prisão pena (prisão em que já ocorreu o trânsito em julgado) e a
prisão sem pena (a) prisão temporária; (b) prisão preventiva; (c)
prisão auto de prisão em flagrante; (d) prisão sentença penal
condenatória não transitada em julgado; (e) prisão pronúncia
(quando o juiz manda que o réu seja julgado pelo tribunal do
júri). Impronunciar – Quando ele não tem a autoria nem a
materialidade (ex.: no crime de estupro o laudo de conjunção
carnal) o processo fica parado, se algum dia aparecer o autor

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do fato, ou a materialidade do caso o processo continua.
Desclassificação – quando o processo está no tribunal do júri e o
juiz entende que o réu não quis matar e sim lesionar, por isso
ele desclassifica e manda para o juízo competente. Absolvição
sumária – art. 411, CPP. Quando houver exclusão e de ilicitude
ou culpabilidade o juiz vai absolver o réu. No tribunal de júri na
dúvida do juiz prevalece a sociedade - “in dúbio pro societá”.
14) Duplo Grau de Jurisdição – art. 102, I, “i”, art. 108, CF –
é a garantia que você tem de interpor recurso para outro órgão
para que outros ministros vejam o seu caso. Os recursos são
voluntários, quem pode recorrer são as partes. Mas existem
situações em que o juiz é obrigado a recorrer de ofício, o
chamado recurso oficial – o juiz deve enviar o processo para o
segundo grau para que seja analisada sua sentença como no
caso de absolvição sumária (art. 411, CPP).

18/08/08 - segunda-feira

15) Motivação da decisão o Juiz ou Fundamentação –


art. 93, IX da CF – toda decisão deve ser motivada,
fundamentada, mesmo que seja sucinta. Por qual motivo ele
tomou esta decisão.
16) Livre convencimento motivado ou Persuasão – art.
157, CPP – o juiz deve decidir livremente, desde que esteja nos
autos, mas deve fundamentar.
17) Inadmissibilidade da prova ilícita – art. 157, CPP
(novo) – prova ilícita é espécie do gênero da prova proibida.
Prova ilícita direito material e prova ilegítima direito processual,
o que utilizaremos é a prova ilícita (ex.: uma interceptação
telefônica não autorizada).

20/08/08 - quarta-feira

Olhar/Manusear/Conhecer Inquérito

25/08/08 - segunda-feira

INQUÉRITO POLICIAL

Com a portaria já instaura o IP, com ele já começa o IP. O MP vai


entrar no processo para ver as questões do prazo. Art. 17, CPP:
princípio da indisponibilidade da ação. Inquérito tem indiciado e não
réu.

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Divide-se em judicial e extrajudicial. Para que haja uma ação penal é
necessário um inquérito policial, mas não quer dizer que o inquérito
policial seja indispensável.

Finalidade
Uma vez ocorrido o crime, buscar os indícios da autoria e a autoria do
fato, quem realmente praticou aquele fato. Obs. Se não tiver a autoria
do fato vai dificultar o inquérito policial e poderá não obter a
denúncia.
Órgãos que tem competência para fazer o inquérito policial
A policia judiciária (civil e federal).
Art. 4º caput e §único do CPP – A polícia civil não tem competência e
sim atribuições, competência só para o poder judiciário. O MP
também tem atribuições.
Art. 127 CF – fala das atribuições do MP.

PIC – procedimento investigatório criminal (ES); em outros estados a


expressão é PAC (procedimento administrativo criminal). Na verdade
os dois são a mesma coisa. Pois eles deságuam em um relatório, e
com base nesse relatório o MP vai oferecer a denúncia. A cada dia o
MP ganha mais espaço dentro da esfera jurídica, enquanto o mo
ganha mais espaço o poder judiciário perde espaço.

Conceito
É um procedimento escrito administrativo que tem por finalidade
apurar fato em tese criminoso buscando a autoria ou indícios
suficientes da autoria e a materialidade com o objetivo de
embasamento de uma futura ação penal.
Natureza jurídica
É um procedimento administrativo. Natureza administrativa (alguns
autores dizem ser também informativa).
Características
• Oficialidade – os órgãos que apuram a autoria e materialidade
são órgãos estatais, oficiais.
• Oficiosidade – as autoridades policiais devem agir de ofício (não
quer dizer que se ela for provocada ela não vai agir. Art. 14,
CPP).
• Discricionariedade – não há uma regra. Os arts. 6º e 7º do CPP
tratam do princípio da discricionariedade.
• Inquisitoriedade – o inquérito é inquisitório, se ele é inquisitório
ele não tem o contraditório. O juiz não deve levar em
consideração o que acontece na delegacia a não ser que tenha
o contraditório.
• Escrito – não existe inquérito policial verbal. O delegado deve
tomar tudo por termo (sempre será escrito).
• Dispensabilidade e indispensabilidade (do inquérito) - Ex.: Lei
11.340, Maria da Penha, o termo de declaração da suposta
vítima, já serve de base para o inquérito. No caso desta Lei não
deve aceitar a denúncia. Existem inquéritos que são
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indispensáveis para a ação penal. E existem outros que são
dispensáveis (lei antiga de falência, existia um dispositivo em
que o juiz quando decretava a falência ele verificando a
existência de indícios de crime ele presidia o inquérito que
possuía o contraditório, esta lei foi ab-rogada. E hoje o inquérito
é dispensável para a propositura da ação. Ex.: lei 9.099/95
(juizado especial) não necessita de inquérito para propositura
da ação.

27/08/08 – quarta-feira

• Obrigatoriedade – art. 5º, CPP “Nos crimes de ação pública o


inquérito policial SERÁ iniciado”.

Destinatários do Inquérito Policial


1) Mediato – é o Juiz. Somente será remetido a ele se carecer de
decisão que seja de natureza processual. (medida excepcional –
prisão que é a exceção. Caso a autoridade policial, verificar que
estão presentes os requisitos para a prisão de exceção, ele vai
requerer ao juiz, neste caso o inquérito será dirigido à pessoa
do juiz, e não do Promotor) – art. 310, CPP.
2) Imediato – o inquérito é dirigido imediatamente ao Ministério
Público, para que ele ofereça a denúncia, se achar devido.
“baixar a DP” o MP está requisitando mais urgência.

Valor probatório do Inquérito Policial


Art. 155, lei 11.690/08 (novo código de processo penal). O juiz não
pode condenar somente com base no inquérito policial por isso ele
possui um valor relativo, jamais valor absoluto. Art. 155. O juiz
formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em
contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão
exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação,
ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.

Vícios do inquérito policial


Alguns inquéritos possuem irregularidades. Quando o juiz constata
este vício o juiz deve relaxar a prisão. Colocá-lo em liberdade. (ex.: o
réu é torturado e acaba confessando). Mas, as vezes ocorre do juiz
relaxar a prisão, e no mesmo despacho perceber que há os requisitos
do Art. 312 (prisão preventiva) ele já pode decretar a prisão
novamente. O vício não acarreta nulidade no processo.

Inquérito extra policiais


Lei 7.347/85, inquérito civil (regula os direitos difusos e coletivos) – art. 129,
III, CF – vai originar a ação civil pública.
Art. 129 – São funções institucionais do Ministério Público: III -
promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do

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patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses
difusos e coletivos;
Dá embasamento também à uma ação penal.

• CPI (comissão parlamentar de inquérito) – comissão formada


dentro do próprio congresso que tem poderes, não só para
instaurar investigações, mas também para decretar algumas
medidas (art. 58, §3º CF). Tem por finalidade apurar fatos que
diz respeito aos congressistas ou pessoas a ele ligado (ex.
quebra de sigilo bancário), a CPI não pode decretar prisão (art.
301, CPP – só em flagrante que todos podem). Toda vez que o
juiz conceder um habeas corpus preventivo ele não dará um
alvará de soltura, e sim salvo conduto. E se for habeas corpus
repressivo ou liberatório, será um alvará de soltura.

• Crime praticado por membro da magistratura – se for preso em


flagrante, será encaminhado ao Presidente do TJ. Crime
praticado por magistrado é presidido o inquérito administrativo
por um desembargador com base na Loman (Lei orgânica da
magistratura nacional).

• Se um promotor (MP) é preso em flagrante delito ele é


apresentado ao Procurador Geral de Justiça. Se durante as
investigações para a investações para e envia as peças para o
Procurador geral da justiça, Lonmp (lei orgânica nacional do MP
– lei 8.625/95).

• Tudo que acontecer dentro do STF será instaurado o inquérito


administrativo, previsto no regimento interno do STF – art. 43.

• Se um senador pratica um ato criminoso o inquérito será


presidido pelo Ministro do STF.

• Na verdade não é inquérito, mas pode ser transformado.


Investigações feitas por detetives particulares. Se ele
encaminhar para o MP, e o MP entender que possui todos os
elementos, assim o MP irá apresentar a denúncia (muito raro
acontecer).

Início do Inquérito Policial (art. 5º, CPP)


Crimes de ação penal pública incondicionada
Notitia criminis (notícia do crime), várias modalidades:
• Notitia criminis espontânea (cognição imediata ou direta) – art.
5º, inc. I, CPP – o inquérito será iniciado de ofício. Através de
atividades rotineiras da polícia (dentro da característica da
oficiosidade). Pode ser inclusive através da imprensa.
• Notitia criminis provocada (cognição mediata ou indireta) – art.
5º, inc. II, CPP:

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Requisição (autoridade judiciária – juiz, não foi recepcionado
pela CF art. 129, inc. I; ou MP – é uma imposição, uma ordem,
entendimento da doutrina mais renomada possui o Juízo de
tipicidade -> a autoridade vai fazer o juízo e verificar se o fato é
típico ou não, se não for, logo, a autoridade policial irá recusar)
o Delação – art. 5º, §3º, CPP. É a comunicação de qualquer
do povo para a instauração do inquérito policial.
o Delação postulatória ou delatio criminis postulatória –
requerimento que a vitima ou seu representante legal, faz
ao delegado para instauração do inquérito policial.
• Notitia criminis de cognição coercitiva (revestida de força
coercitiva) – temos o auto de prisão em flagrante (APF). Ocorre
quando a pessoa comete um crime e no momento do crime a
autoridade ou qualquer do povo, prende o indivíduo.
• Notitia criminis inqualificada (delação apócrifa ou denúncia
anônima); Fernando Capez diz que é a espontânea está aqui,
mas é minoria – toda cautela é importante (vedação do
anonimato – art. 5º, inc. IV, CF). Se o fato aconteceu, a polícia
deverá investigar para, talvez, instaurar o inquérito. É
interessante que o VIP (verificação preliminar de investigação)
seja feito antes do inquérito.
O inquérito policial tem se inicio através de uma noticia do crime e o
artigo 5º, inc. I e II, trata-se de ação penal pública incondicionada e
também condicionada.

01/09/08 - segunda-feira

Instauração do Inquérito Policial (continuação)


Crimes de Ação Penal Pública Condicionada (exige condições
que venha a autorizar a instauração do inquérito policial – condições
de procedibilidade, específicas, especiais, persequibilidade,
perseguibilidade)
• Requisição do Ministro da Justiça – não é ordem, nem
imposição, é uma mera, simples autorização para instaurar-se o
inquérito. Art. 7º, §3º, b, CP. Art. 141, c/c art. 145, §único, CP.
• Representação – art. 75, Lei 9.099/95; Lei Maria da Penha
(ameaça é ação condicionada, se for lesão corporal é
incondicionada).

Crimes de Ação Penal Privada – art. 5º, §5º, CPP e 19.

03/09/08 - quarta-feira

Art. 6º, CPP - Logo que tiver conhecimento da prática da infração


penal, a autoridade policial deverá:
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o
estado e conservação
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das coisas, até a chegada dos peritos criminais; (delicta facta
permanentes – crime que causam vestígios. Tratando-se de tentativa
de homicídio, a vítima deverá ser socorrida. Lei 5.870/03 – crimes de
acidente de trânsito, as autoridades policiais poderão liberar de
imediato as vítimas independente da chegada da perícia -> Exceção.
Em regra a autoridade deve fazer o isolamento e aguardar a perícia
em caso de homicídio.

II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após


liberados pelos peritos
criminais; (somente após a perícia esses objetos do crime podem ser
liberados).

III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do


fato e suas
circunstâncias; (a autoridade policial não pode ficar tão somente
adstrito à autoria e materialidade, devendo também colher outras
provas, como orais, documentais...)

IV - ouvir o ofendido; (o ofendido presta declarações sem prestar o


compromisso de dizer a verdade. Porém, se der causa à instauração
de um inquérito e futura ação penal poderá ser condenado por
denunciação caluniosa. Art. 196, CPP – o ofendido está obrigado a
prestar declarações quando intimado sob pena de ser conduzido
coercitivamente (art. 201, §único, CPP).

V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do


disposto no Capítulo III
do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado
por 2 (duas)
testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura; (Testemunhas de visu
ou testemunha ocular – testemunhas que presenciam o fato. Estas
são obrigadas a comparecer à autoridade policial para prestar
depoimento, sendo obrigado a dizer a verdade, sob pena de falso
testemunho – art. 218, CPP).

Vl - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;


(o reconhecimento em juízo terá que ser feito frente a frente, diz que
o acusado deve estar na frente da vítima e vice-versa. Este
procedimento é acompanhado pelo MP e pela defesa. Mas a vítima
normalmente não quer ficar de frente com o acusado, assim, é
permitido a vítima fazer o reconhecimento em sala diferente do
acusado, ou ainda, por videoconferência – art. 217, CPP).

Vll - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de


delito e a quaisquer
outras perícias; (corpo delito – perícia daquilo que foi objeto do
crime).

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Vlll - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico,
se possível, e
fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;

IX - averiguar a vida pregressa do indiciado (onde indaga se tem


hábito de beber, de fumar, se tem família...), sob o ponto de vista
individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e
estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer
outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu
temperamento e caráter.

O indiciado se for preso em flagrante delito, não está obrigado a


prestar declarações, devendo fazer isto somente em juízo. Porém, o
indiciado não é obrigado a comparecer às intimações (art. 268, CPP)
pois não é obrigado a produzir provas contra si mesmo.

Art. 260, CPP – não foi recepcionado pela CF, pois ele não é obrigado
a produzir provas contra si mesmo. Prevalece o CPP em uma prova
objetiva.

Art. 21, CPP – o juiz poderá decretar a incomunicabilidade do


indiciado por 3 dias, este artigo também não foi recepcionado pela
CF, pois o art. 136, §3, IV, diz que é vedada a incomunicabilidade do
preso.

Quando ocorre um crime que a autoria não foi reconhecida, e se tem


apenas um suspeito (juízo de probabilidade). Depois, se ficar
comprovado no deocrrer das investigações que a autoria é verdadeira
ele passa a ser indiciado (juízo de possibilidade).

Prazos de conclusão do Inquérito Policial – Réu preso (prazo


798, CPP – REGRA)
• Art. 10, CPP – 10 dias para a autoridade concluir o inquérito. Se
o inquérito não for concluído, normalmente pede-se o
relaxamento da prisão (o prazo conta-se do dia que ocorreu a
prisão). Se for réu solto é 30 dias.
• Lei. 11.343/06 (Lei de tóxico), art. 52, o prazo para a conclusão
do inquérito é de 30 dias, prorrogável (duplicável) por mais 30
dias, desde que haja requerimento da autoridade policial e a
oitiva favorável ao MP. Podendo chegar o prazo a 60 dias. Se for
réu solto 90 dias, podendo ser duplicado (180 dias).
• Lei 5.010/66 (justiça federal) – 15 dias preso. E 30 dias se ele
estiver solto.
• Lei. 1.521/51 (lei de economia popular), art. 10, §1º – prazo de
10 dias o réu estando preso. E solto, também 10 dias. Utiliza-se
a regra do art. 10, CP, computando-se o 1º dia e excluindo o
último (saindo da regra do art. 798, §1º, CPP – exclui o 1º e
computa-se o último).

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10/09/08 - quarta-feira

Arquivamento do Inquérito Policial


• Direto (explícito) – O MP ao receber os autos e ao examiná-lo
verifica que não é hipótese de se ofertar denúncia, nem de
requerer diligências. Mas, entende que é um caso de
arquivamento, e este arquivamento para ser feito o promotor
deverá de forma fundamentada expor suas razões, e mais,
dizer por que razão de forma que venha a convencer o
Magistrado a determinar o arquivamento. Ele poderá trabalhar
com a atipicidade, crime de bagatela... O MP expõe as suas
razões, ele está fundamentando seu parecer. O juiz pode:
o Concordar com o MP  Arquivamento
o Não concorda com o MP  art. 28 do CPP. Poderá
denunciar, ou designar outro promotor para oferecer a
denúncia (é uma extensão da procuradoria geral).
• Implícito – o MP não faz sua exposição de motivos, não
fundamenta. Também trabalha com o art. 28, CPP, quando não
há concordância do Juiz. Pode ser (somente quem trata desta
divisão são Pachelle e Eugênio):
o Subjetivo (sujeito) – é aquele em que o MP narra toda a
conduta, todo o inter criminis de todos acusados (A, B, C
e D), mas na hora de dizer “isto posto requer a vossa
Excelência que receba a denúncia contra A, B, C e D”,
esquecendo de “B”, por exemplo, sendo arquivado
subjetivamente com relação à “B”.
o Objetivo – diz respeito ao tipo penal. O MP deixou de
denunciar um ou dois acusados, de um tipo penal que ele
deveria denunciar (ex.: denuncia A, B e C, por furto,
roubo, e se esquece de denunciar quadrilha).
O STF não aceita, não reconhece e não admite o
arquivamento implícito. E somente parte da doutrina aceita.
O que vale para as provas é a decisão do STF. A orientação
do STF é mandar o MP aditar a denúncia, caso não adite
deve-se aplicar o art. 28.
• Originário – ocorre nas ações de competência originária (fere o
princípio do duplo grau de jurisdição. Ações propostas em
determinado local, quando a ação é contra o Juiz é proposta no
TJ). O Procurador geral de justiça pede o arquivamento ao invés
de denunciar, ou em determinados casos em que a
competência é do tribunal. Se ele pede o arquivamento o TJ
terá de se curvar diante da decisão o Juiz. A Lei 75/95 é a Lei
que regula o Ministério Público Federal, mas ela não pode fugir
à LONMP (Lei do Ministério Público Estadual, 8.625, Lei Orgânica
Nacional do Ministério Público, nos crimes de competência
originária, TJ) se o procurador pedir o arquivamento o TJ terá
que atender mais o legítimo interessado poderá recorrer, para a

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Câmara de revisão do MP Federal, não podendo ser aplicado o
art. 28, CPP. A ação é proposta diretamente no Tribunal.
• Indireto – quando o Promotor verifica que a competência não é
do juízo, e o Juiz não acolhe, entendendo que ele possui a
competência. O Juiz não pode obrigar o MP a denunciar.
Aplicando-se, assim, o art. 28, CPP, se concordar com o Juiz
chama novo promotor, se não, há o arquivamento.
O que se discute é se quando o juiz manda arquivar o inquérito
policial, ele prolata uma decisão ou um despacho? A doutrina
atualizada e o STJ caminham para o entendimento de que é uma
Decisão (parte da doutrina entende que é despacho, mas é
minoritária).
OBS.: Retratação  MP pede o arquivamento (o inquérito PE
efetivamente arquivado com a decisão do Juiz), e quando MP se
retrata antes do Juiz decidir, e diz que vai denunciar, o Juiz deve
aguardar a denúncia, mas Rangel, Pachelle, entre outros, dizem que
sendo o MP dono da ação penal, esta retratação deveria ser aceitável,
mas o STJ entende que não cabe retratação do pedido de
arquivamento.
Arquivamento do Termo Circunstanciado (Lei 9.099/95, art.
72) – se o MP requerer o arquivamento e deixar de oferecer a
proposta da transação, e o juiz entendendo ser caso de proposta de
transação, o Juiz aplica o art. 28 do CPP.

Não há recurso para o arquivamento de inquérito policial. Salvo Lei


1.521/51, Economia Popular, quando juiz arquiva o juiz recorre de
ofício, manda para o TJ para ver se a decisão está ou não correta –
Recurso Ex Oficio. Salvo, também Lei 1.508/51, cabe recurso em
hipótese de jogo de bicho, neste caso é em sentido estrito, voluntário,
normalmente é interposto pelo MP. O recurso ex oficio não foi aceito,
recepcionado pela CF/88, pois quem deveria recorrer é o MP.

Desarquivamento do Inquérito Policial


A autoridade policial não arquiva inquérito policial. O juiz pode
desarquivar se tiverem novos fatos, mas, o posicionamento moderno
é que o desarquivamento pertence ao MP. Mas se o MP pediu o
arquivamento por atipicidade, teremos a coisa julgada material, é a
única hipótese, salvo se que quem determinou o arquivamento for um
juiz incompetente, sendo assim, vai prevalecer a decisão pro-societá.

Arquivamento de crimes de ação privada


Se descuidadamente for feito um pedido de arquivamento em ação
de natureza privada, não será analisado, pois não existe
arquivamento em ação de natureza privada, o que vai ocorrer é a
renúncia ao direito de ação.

Arquivamento de crimes de ação pública incondicionada


Se concluído o IP e recebido este pelo MP, pedindo o arquivamento a
parte não pode entrar com recurso contra a decisão ministerial.
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Nos crimes de ação condicionada se a vítima faz a representação e
após se retrata o MP não pode ajuizar a ação (mas, pode haver a
retratação da retratação).

PROVA 01/10

15/09/2008 - segunda-feira

Conflito de atribuição – é quando não sabem qual o MP que é o


competente para o caso. Se for entre MP’s Estaduais o competente
para julgar qual MP é o competente é o Procurador Geral. Se for de
um Estado e outro de outro Estado o competente é o STJ. Se for um
promotor de justiça com procurador da república é o STJ.

Promotor de justiça estadual diz que o juízo é incompetente e o juiz


concorda, assim, encaminha para a distribuição, e vai para outra
vara, em que o Juiz também diz que é incompetente. Assim, terá que
suscitar um conflito de competências e quem irá decidir é o TJ.
Conflito negativo – pois é de incompetência. Se for de competência é
conflito positivo.

AÇÃO PENAL
Todos possuem o direito de ação, que é subjetivo, ele será exercido
quando houver um crime, e também para aplicar o direito penal, o
direito material a um caso concreto.

Características dentro do direito de ação: Ele é autônomo, pois não


depende do direito material, e é instrumental.

No processo Civil as modalidades da ação são:


• Conhecimento
→ Declaratória
→ Constitutiva
→ Condenatória
• Executiva
• Cautelar

E no processo penal as modalidades são:


• Conhecimento
→ Condenatória (quando se julga procedente)
→ Constitutiva (ex.: habeas corpus preventivo)
→ Declaratória (revisão criminal que vai rescindir o julgado)
• Executiva (a partir do momento que o juiz condena, outro juízo
é o competente para fazer a execução. VEPEMA – Vara de
execuções penais. Lei 7.210/84).
• Cautelar (ex.: prisão preventiva/temporária, busca e apreensão)
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Estas não são encontradas em todas as doutrinas:
• Popular (Lei 1.09/50. Crimes do Presidente da República e
outras autoridades)
• Adesiva (havendo conexão uma ação adere à outra. Terá a ação
penal pública incondicionada, representada pela denúncia + a
ação privada, representada pela queixa-crime)
• Secundária (a ação sai de um rito, deixa de ser privada e passa
a ser publica, e ainda podendo ser condicionada ou
incondicionada. Ex.: os crimes contra os costumes (anteriores
ao art. 225, CP), em regra geral são privados. Se a parte não
puder custear o processo ela deixa de ser ação privada e passa
a ser pública, podendo ser condicionada ou não).
• Originária (que vem de algum órgão superior)
• Prevenção penal (aplicar medida de segurança para os
inimputáveis. A sentença que aplica medida de segurança é
absolutória.

Condições da ação penal


Art. 395 (novo código), código antigo art. 43, CPP.
Genéricas ou Gerais:
• Legitimidade – MP (na ação penal pública incondicionada ou
condicionada); vítima ou seu representante legal, querelante
(na ação privada). Ad causa.
• Possibilidade jurídica do pedido – o pedido deve ser possível. Se
o pedido é impossível é porque existe atipicidade, o fato não é
crime (por isso não há necessidade de constar a possibilidade
jurídica do pedido), é o argumento mais forte da doutrina mais
moderna.
• Interesse:
o Interesse necessidade – no processo penal sempre vai
existir, pois não se pode fazer uso das próprias razões,
sempre terá que buscar o judiciário para aplicação do
direito material ao caso concreto (345, CP).
o Interesse adequação – não se pode usar o direito
inadequado. Teoria da dupla aceitação – quando a pessoa
jurídica estiver no pólo passivo estamos diante desta
teoria. Ex.: tratando-se de pessoa jurídica o remédio não
é habeas corpus e sim mandado de segurança.
o Interesse utilidade – não adianta ingressar em juízo se já
operou a prescrição, pois de nada valerá a denúncia.
Quando houver a prescrição virtual ou em perspectiva ou
da pena ideal, que é quando o fato imputado a alguém
não estiver prescrito ou quando dada a sentença não
aplicar a prescrição retroativa.

17/09/08 - quarta-feira

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Princípios da Ação Penal Pública Incondicionada (os mesmos
princípios são utilizados na ação penal pública condicionada)

• Da obrigatoriedade ou legalidade da ação – se o crime é


de ação penal pública incondicionada o MP tem que denunciar a
todos. Obrigação que o MP tem em oferecer uma denúncia
contra todas as pessoas que tiverem praticado uma infração
penal (art. 24, CPP).
• Do livre convencimento motivado – Art. 155, CPP – o juiz
formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida
em contraditório judicial.
• Da indisponibilidade da ação penal – (art. 42 – “O Ministério
Público não poderá desistir da ação penal”; e art. 576, CPP – “O
Ministério Público não poderá desistir de recurso que haja
interposto”). O processo tem que ser levado até o final, no final
ele pode pedir absolvição.
• Oficialidade – o órgão oficial para propor a ação penal pública
incondicionada e condicionada sempre será o MP. Art. 129, I,
CF.
• Oficiosidade – o MP agirá de ofício desde que chegue a ele
notícias ou papéis que ele possa oferecer a denúncia. Art. 40,
CPP.
• Intranscedência – a pena (a ação) não passará da pessoa do
acusado.
• Autoritariedade – o MP é uma autoridade.
• Indivisibilidade da ação penal:
o 1ª Corrente – se o MP recebe o IP e neste inquérito
existem 4 indiciados ele não pode por conveniência
escolher 2 ou 3 deixar alguma de fora, terá que
denunciar os 4. Não se pode fragmentar, dividir a ação
penal. Tourinho Filho, Rangel, entre outros.
o 2ª Corrente – Sustenta que a ação penal pública é
divisível, pois o MP ao receber o IP ele pode denunciar 3
pessoas e deixar para denunciar a 4ª posteriormente
fazendo o aditamento. Trabalha com a hipótese do
aditamento da denúncia. Bonfim, Pachelli, Mirabete, entre
outros.
Na ação penal publica condicionada ou
incondicionada, prevalece para o STF o princípio da
divisibilidade (2ª corrente).

AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA (está condicionada à


Representação e à Requisição)
• Representação da vítima ou representante legal (a vítima
ou representante legal autorizam o MP a ingressar com a ação
penal. Mas antes de ingressar com a ação a vítima se
arrepende, e então ela se retrata da representação, isto é sem
formalidade, e quando isto ocorre o MP não pode oferecer
denúncia. Se depois a pessoa muda novamente de idéia de
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decide se retratar da retratação da representação, isto é, diz
que quer oferecer a denúncia e a representação do MP – o STF e
o STJ não se manifestaram até então acerca da retratação da
requisição, e a doutrina é vacilante, mas há uma corrente que
diz que é incabível a retratação da requisição e outra corrente
que diz que é possível. Art. 25, CPP – a lei só trata da retratação
da representação, por isso, se entende que a requisição é
irretratável; todavia em uma questão objetiva a resposta é que
não cabe retratação da requisição, e na subjetiva pode alegar
os dois casos).
• Requisição do Ministro da Justiça (a requisição NÃO
equivale à “requisição” do Promotor de justiça ao delegado de
Polícia. A requisição não é a mesma que um promotor faz à
autoridade policial, pois ele está impondo, ao passo que quando
o Ministro da Justiça requisita uma ação penal ele esta apenas
dando uma mera autorização, não é ordem. Ela não vincula o
MP, e é endereçada ao PGJ (procurador geral de justiça) quando
o crime for praticado na esfera da justiça estadual, se for na
esfera federal é da procurador geral da república).
Quanto aos princípios da incondicionada, são aplicáveis na
condicionada, todavia o MP só pode ajuizar a ação depois de recebida
a autorização (da vítima ou seu representante legal, ou Ministro da
justiça) para tal, depois disso vigora os princípios da ação penal
pública incondicionada. Parte final do art. 24, CPP – “... quando a lei o
exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do
ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo”.

22/09/08 - segunda-feira

AÇÃO PRIVADA

Formas de Extinção (de que maneira se extingue):
Dentro dos princípios da Oportunidade/Conveniência você pode
ingressar com a queixa criminis no prazo de 6 meses:
• Caso não queira entrar com a queixa é só deixar o prazo correr
e decair.
• Ou Renunciando o direito, e isto vai causar a morte da ação
privada.
Disponibilidade:
• Perdão – não é o perdão judicial é diferente, está relacionado à
uma forma de extinção da queixa criminis, pode ser escrito (em
uma petição, por exemplo) ou tácito (um comportamento, por
exemplo, chamar o querelado para ser padrinho de casamento);
mas um dos querelados pode não aceitar o perdão, assim, ele
paralisa a ação por 30 dias, que ocorre a perempção, em
apenas 1 abandono – art. 60, inc. I, CPP – “Nos casos em que
somente se procede mediante queixa, considerar-se-á
perempta a ação penal:
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I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o
andamento do processo durante 30 (trinta) dias seguidos”;
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua
incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no
processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das
pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art.
36; (CADI – Cônjuge/companheira, Ascendentes, Descendentes
e Irmãos, respectivamente);
III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo
justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar
presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas
alegações finais;
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se
extinguir sem deixar sucessor.”

DENÚNCIA
Ação penal pública incondicionada ou condicionada a representação
ou requisição.

QUEIXA-CRIME
Ação penal privada:
• Privada propriamente dita ou exclusivamente privada – na
morte do ofendido qualquer pessoa do CADI ou havendo
colidência do representante legal, poderá ingressar com a ação
• Personalíssima – para propor a queixa só pode ser o ofendido.
Um único exemplo: induzimento a erro essencial ou ocultação
de impedimento – art. 236, CP. Se a cônjuge falecer está extinta
a punibilidade; se for deficiente mental, quando ele recuperar a
normalidade ele terá um prazo de 6 meses para propor a ação,
em hipótese alguma poderá ser representado, só ele pode
entrar com a ação.
• Subsidiária da pública – é uma garantia Constitucional, prevista
no art. 5º, inc. LIX. O MP possui um prazo de 15 dias para
propor a ação penal pública incondicionada (réu solto), se o MP
não ingressar com a denúncia, a vítima poderá entrar com a
queixa criminis substitutiva (que é um instrumento, uma
petição) no 16º dia. Isso não é comum. Este prazo de 15 dias
não é respeitado pelo MP, mas isso não tira o direito da ação
subsidiária da pública, através da queixa criminis substitutiva,
se decorrido 6 meses e a vítima ao ingressar com a ação
substitutiva ocorre a decadência para ela, mas o MP pode
ingressar quando quiser com a ação, salvo se ocorrer a
prescrição da pena. A queixa criminis substitutiva terá que
passar pelo juízo de admissibilidade (o juiz vai analisar se e ela
possui os requisitos de uma ação – art. 41) se o juiz entender
que não preenche os requisitos ele irá rejeitá-la. Se ele
entender que preenche os requisitos, ele dará vista ao MP (o MP
está junto com o querelante como interveniente adesivo
necessário, como se fosse um assistente) e o MP se entender
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que a queixa não preenche os requisitos para recebimento ele
vai repudiá-la, se o MP não repudia, mas a vítima procede com
a queixa criminis, mas age com desídia o MP assume no pólo
ativo da relação processual, já que ele é o titular da ação.
Quando o juiz não aceita a queixa crime substitutiva pode
ingressar com o Recurso Sentido Estrito.

24/09/2008 - quarta-feira

PRAZOS da Queixa-Crime

O prazo é de 6 meses, em regra. O prazo especial está na lei de


Imprensa, que é de 3 meses. Outro prazo que também é especial é a
modalidade de crime existente na ação personalíssima (induzimento
de erro essencial ou ocultação de impedimento) para esta hipótese o
prazo é de 30 dias a contar da data que anulou o casamento no cível.

Contagem dos prazos:

PRAZO PENAL (ART.10) PRAZO PROCESSUAL (ART. 798,


§1º, CPP)
Inclui o 1º dia e exclui o último. Exclui o 1º dia e inclui o último.

A jurisprudência não pacificou qual prazo deve ser computado. Mas a


doutrina majoritária entende que é o do art. 10 do Código penal,
tendo em vista ser o mais benéfico para o réu. Pois no prazo
processual ele possui 1 dia a menos, em comparação com o prazo
penal.

DENÚNCIA (TUDO ISSO É VÁLIDO PARA A QUEIXA-CRIME, com


pequenas modificações)

Nos casos de ação penal pública incondicionada e condicionada.


Art. 41 - A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato
criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do
acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a
classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.
↓ Trata das condições genéricas, ou seja, das condições do
processo civil (art. 282).
↓ “exposição do fato criminoso, com todas as suas
circunstâncias”. Obs.: o acusado não responde pelo tipo
penal e sim pela narrativa dos fatos. Se nos fatos falar
que ele cometeu roubo, mas no tipo penal estiver furto.
Ele responderá pelo roubo.
↓ “a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos
quais se possa identificá-lo”. Nome, nacionalidade, como
é conhecido, profissão. Mesmo que não tenha a
qualificação completa o MP vai denunciá-lo da mesma
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forma, e vai conter as características que souber do
acusado, o que a qualificação indireta.
↓ “a classificação do crime”. Qual tipo penal que o MP está
qualificando o acusado. Mas se o MP não classifica crime,
a denúncia será recebida, pois se presume que o juiz sabe
do direito, e sabe a qual tipo penal que se encaixa.
Quando classifica o crime tem conseqüências favoráveis e
desfavoráveis (pode ter direito a liberdade com fiança ou
não).
↓ “Rol das testemunhas”. Se as testemunhas forem
necessárias, existem crimes que é só de matéria de
direito. Se não ocorre a preclusão consumativa para o MP,
não tendo alternativa para o MP, em princípio. Isto é, a
prova da alegação incube a quem a fizer, se o MP alega
um fato contra A, cabe a ele provar, se ele não apresenta
o rol que era a prova, a saída é dizer para o juiz que a
testemunha presenciou o fato e solicitar ao juiz que ele
tome a declarações da testemunhas conforme o art. 209,
CPP – “O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir
outras testemunhas, além das indicadas pelas partes”.
Mas isso é uma faculdade do juiz, se ele quiser, não é
obrigado. Alguns entendem que é um dever do juiz, para
que seja mais fácil e justo o julgamento dele.
No procedimento ordinário pode arrolar até 8
testemunhas. No sumário 5 testemunhas. E no
sumaríssimo apenas 3.

Art. 395 – A denúncia ou queixa será rejeitada quando:


I - for manifestamente inepta;
II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação
penal; ou
III - faltar justa causa para o exercício da ação penal.

Art. 648 - A coação considerar-se-á ilegal:


I - quando não houver justa causa;

Tem-se entendido que a justa causa é uma condição da ação.

Se o juiz examina (juízo de admissibilidade / juízo de prelibação) uma


denúncia e não percebe que faltou uma das condições da ação e
manda citar. O réu possui 10 dias para responder a ação e verifica
que o fato não constitui crime (faltou uma condição da ação), assim o
juiz absolve sumariamente o réu, por isso é preferível que o réu
responda normalmente alegando a falta de condição da ação.

29/09/08 - segunda-feira

Denúncia Alternativa
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O MP pode ofertar uma denúncia de forma alternativa, ele narra o
fato e na hora de tipificar diz “se Vossa Excelência não entender ser
tal crime, que entenda ser tal crime”. É aceita somente na doutrina,
não é aceita pelo STJ e STF.

Rejeição parcial
O juiz ao fazer o juízo de admissibilidade verifica que está ausente
algum tipo penal, assim, ele aceita parte da denúncia e rejeita parte
da denúncia. Mas, a doutrina é divergente e todos os arestos do STJ e
STF dizem que é incabível a rejeição parcial da denúncia. Pode
acontecer em caráter excepcional de isso acontecer no caso de
denunciados (ou o MP denunciou alguém a mais ou alguém a menos),
assim, o juiz pode excluir um denunciado, o comum é o juiz incluir o
réu na ação penal, e não rejeitar.

Dupla Imputação Objetiva


Quando se tem uma empresa jurídica em que se denuncia não só a
empresa, como também o diretor ou um dos diretores (somente
nesta hipótese: Lei 9.605/98 – Meio ambiente).

Recurso
Recebimento da Denúncia
• Regra geral: HC – Quando o juiz recebe denúncia o recurso
cabível é ação impugnativa, que na verdade é o habeas corpus,
para o fim de trancar a ação penal.
• Exceções:
o Ação originária: A – é aquela que é interposta no
Tribunal, por exemplo, uma ação penal contra Ministério
Público, Prefeito... se a denúncia é recebida, caberá
Agravo, e se a denúncia é rejeitada caberá Agravo.
o Lei 5.250/67, Lei de imprensa – RSE – ao invés de habeas
corpus cabe recurso em sentido estrito.
Rejeição da Denúncia
• Regra geral: RSE - Quando o juiz rejeita a denúncia é o
recurso em sentido estrito (é semelhante com o agravo no
processo civil), podendo o juiz se retratar, revendo sua posição.
Cabendo ainda, a retratação da retratação.
• Exceções:
o Ação originária: A – é aquele que é interposta no
Tribunal, por exemplo, uma ação penal contra Ministério
Público, Prefeito... se a denúncia é recebida, caberá
Agravo, e se a denúncia é rejeitada caberá Agravo.
o Lei 5.250/67: AP – ao invés de recurso em sentido estrito
cabe Apelação.
o Lei 9.099/95: AD – quando o Juiz rejeitar a denúncia
caberá Apelação.
Fundamentação
O recebimento da denúncia é feito com uma decisão interlocutória, e
apesar de ser uma decisão interlocutória simples, e todas as decisões
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terem que ser fundamentadas, a doutrina e jurisprudência já
decidiram que para receber a denúncia não precisa fundamentar,
mesmo sendo uma interlocutória simples.

DENÚNCIA (TUDO ISSO É VÁLIDO PARA A QUEIXA-CRIME, com


pequenas modificações – art. 41, CPP, sendo que denúncia é
para ação penal pública condicionada ou incondicionada, e a
queixa-crime é para ação penal privada. Ação penal pública -
Queixa crime substitutiva)

Procuração
Pode ingressar com a queixa crime sem procuração, mas tem que ter
a assinatura do ofendido junto com a do advogado. Mas a procuração
terá que ter poderes específicos.

Art. 395, CPP – A denúncia ou queixa será rejeitada quando:


I - for manifestamente inepta;
II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação
penal; ou
III - faltar justa causa para o exercício da ação penal.

06/10/08 - segunda-feira

Não teve aula. Professor não veio.

_______________________________2º
BIMESTRE_____________________________

20/10/08 - segunda-feira

AÇÃO CIVIL EX DELICTO (ação civil em função de um delito)

Sempre que houver um crime, caberá, em tese, uma ação civil.


Sistema da independência da jurisdição (a jurisdição penal é
independente da cível e vice-versa). Este sistema está sendo afastado
(de acordo com a doutrina. A jurisprudência ainda não se manifestou)
pelo sistema da confusão. O sistema da confusão passa a imperar
(por exemplo, um juiz criminal fixando uma pena cível – art. 387, IV,
CPP).

Art. 932, CC - São também responsáveis pela reparação civil:


I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e
em sua companhia;
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem
nas mesmas condições;

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III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e
prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão
dele;
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde
se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus
hóspedes, moradores e educandos;
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do
crime, até a concorrente quantia.

Art. 935, CC - A responsabilidade civil é independente da criminal,


não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre
quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas
no juízo criminal

Art. 188, CC - Não constituem atos ilícitos:


I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um
direito reconhecido;

Art. 927, CC - Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar
dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.

Art. 63, CPP - Transitada em julgado a sentença condenatória,


poderão promover-lhe a execução, no juízo cível, para o efeito da
reparação do dano, o ofendido, seu representante legal ou seus
herdeiros. (Se o juiz penal julgar procedente a denúncia e condenar o
réu. Esta sentença transitada em julgado, já é um título executivo.
Não haverá citação para contestar. Só vai entrar executando a
sentença – será discutido somente o quanto é devido no processo de
execução).
Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença condenatória, a
execução poderá ser efetuada pelo valor fixado nos termos do inciso
IV do caput do art. 387 deste Código sem prejuízo da liquidação para
a apuração do dano efetivamente sofrido.
Art. 387, CPP - O juiz, ao proferir sentença condenatória:
IV - fixará valor mínimo para reparação dos danos causados pela
infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido; (o juiz
pode, na sentença, fixar um valor mínimo a título de reparação do
dano. Se o ofendido não concordar com o valor, ele pode entrar com
um processo de conhecimento no cível, e não com o de execução; já
se o réu não concordar com valor estipulado pode recorrer no próprio
juízo criminal, ou buscar em um processo de conhecimento no cível.
Um juiz penal, fixando uma pena cível).

Art. 64, CPP - Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, a ação


para ressarcimento do dano poderá ser proposta no juízo cível, contra
o autor do crime e, se for caso, contra o responsável civil. (Tem que ir
buscar a execução no processo de conhecimento).

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Se o juiz condena, a vítima pode ingressar com ação civil. E se o juiz
absolve também, mas só poderá trabalhar com o art. 64, do CPP, pois
será necessário o processo de conhecimento, não poderá entrar
somente com a execução.

Art. 386, CPP - O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na


parte dispositiva, desde que reconheça:
I - estar provada a inexistência do fato; (tem que estar provado que o
fato não existiu – NÃO PODE BUSCAR REPARAÇÃO NO CÍVEL)
II - não haver prova da existência do fato; (não pode haver prova, isso
não quer dizer que o fato não existiu – nesta hipótese PODE BUSCAR
REPARAÇÃO NO CÍVEL)
III - não constituir o fato infração penal; (Só por que não constitui
infração penal, não quer dizer que não pode ser infração civil - PODE
BUSCAR REPARAÇÃO NO CÍVEL. Ex.: furto de uso – a pessoa só pega
para usar e devolve nas mesmas condições).
IV – estar provado que o réu não concorreu para a infração penal;
(NÃO PODE BUSCAR REPARAÇÃO NO CÍVEL)
V – não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal;
(PODE BUSCAR REPARAÇÃO NO CÍVEL)
VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu
de pena (arts. 20,
21, 22, 23, 26 e § 1o do art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se
houver fundada
dúvida sobre sua existência; (estado de necessidade, legítima defesa,
exercício regular do direito, estrito cumprimento do dever legal,
inexigibilidade de conduta adversa, ordem manifestamente ilegal..
entre outros – em princípio NÃO PODE BUSCAR REPARAÇÃO NO
CÍVEL, mas a pessoa deu causa ao ato, pode buscar reparação no
cível)
VII – não existir prova suficiente para a condenação. (PODE BUSCAR
REPARAÇÃO NO CÍVEL)

Art. 67, CPP - Não impedirão igualmente a propositura da ação civil:


I - o despacho de arquivamento do inquérito ou das peças de
informação;
II - a decisão que julgar extinta a punibilidade;
III - a sentença absolutória que decidir que o fato imputado não
constitui crime.

Casos de extinção da punibilidade:


Prescrição Executória (após a prolação da sentença) e prescrição da
pretensão punitiva (ocorre antes da sentença). Quase todos os casos
levaram à reparação do dano.

Art. 107, CP - Extingue-se a punibilidade:


I - pela morte do agente;
II - pela anistia, graça ou indulto;

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III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como
criminoso;
IV - pela prescrição, decadência ou perempção;
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos
crimes de ação privada;
VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;
VII -(Revogado pela Lei nº 11.106, de 29.03.05);
VIII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 29.03.05);
IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.

Em regra, não existe coisa soberanamente julgada no penal, pois


existe a revisão criminal (que é originária, pois é interposta no
mesmo juízo da sentença) que pode ser a qualquer tempo. Quando o
juiz absolve é o único caso em que existe a coisa soberanamente
julgada.
Mas e se já houve a condenação no cível (o réu da ação criminal foi
condenado a reparar o dano no cível), e a revisão criminal é
procedente (ou seja, absolve o réu)? O réu poderá entrar com uma
ação regressiva (direito de regresso contra o autor).
Se a ação cível não foi impetrada ainda, o réu não poderá ingressar.

A sentença do perdão judicial é de natureza jurídica condenatória,


declaratória ou absolutória? O STJ firmou o entendimento, de que é
Declaratória, e mesmo sendo uma sentença de cunho declaratório,
dará ensejo a uma reparação civil.

22/10/08 - quarta-feira

FORO COMPETENTE (ação civil ex delicto)

Art. 94, CPC - A ação fundada em direito pessoal e a ação fundada


em direito real sobre bens móveis serão propostas, em regra, no foro
do domicílio do réu.

Art. 100, Parágrafo único, CPC - Nas ações de reparação do dano


sofrido em razão de delito ou acidente de veículos, será competente o
foro do domicílio do autor ou do local do fato.

Na ação civil ex delicto o autor poderá dispor de 3 foros competentes.


Local do fato, residência do autor, ou do réu.

Quanto ao prazo prescricional, teremos que recorrer ao art. 200, CC e


206, §3, V:
Art. 200, CC. Quando a ação se originar de fato que deva ser
apurado no juízo criminal, não correrá a prescrição antes da
respectiva sentença definitiva.
Art. 206, CC. Prescreve: § 3º Em três anos: V - a pretensão de
reparação civil.

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No caso do juiz penal fixar o valor da pena que será aplicada no cível,
a doutrina entende que proposta a ação penal a vítima ou
representante serão intimados para vir aos autos e comprovar os
gastos que teve para fim de fixação na sentença. Nos processos em
andamento não tem como estipular este valor, sem provas dos gastos
da vítima.

SUJEITOS PROCESSUAIS

Processo Civil: Autor, Réu e Juiz.


Processo Penal: Parte Principal e Parte Secundária. No juízo de 1º
piso, ou seja, 1º grau. Também juízo singular ou monocrático.
Parte Principal (Parte obrigatória, não pode faltar nenhum deles):
Juiz, MP ou querelante (ação privada), e Réu (querelado - advogado).
Parte Secundária: funcionários da justiça (escrivão, escrevente,
oficial de justiça...), perito, chefe de secretaria, intérprete e assistente
(advogado constituído para funcionar ao lado do MP, também
conhecido como advogado do assistente, pois o assistente não possui
capacidade postulatória).

JUIZ
É parte imparcial. Os juiz deixará de ser parte imparcial quando ele
tomar partido a favor de uma das partes, ou quando ele profere a
decisão, pois ele está decidindo a favor de uma parte.

(Trata dos impedimentos) Art. 252, CPP - O juiz não poderá exercer
jurisdição no processo em que:
I - tiver funcionado seu cônjuge (companheiro) ou parente,
consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral até o terceiro grau,
inclusive, como defensor ou advogado, órgão do Ministério Público,
autoridade policial, auxiliar da justiça ou perito; (este impedimento é
de natureza objetiva, pois está relacionado à função que exerce);
II - ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou
servido como testemunha; (está relacionado à função que exerce, por
isso é de natureza objetiva);
III - tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se,
de fato ou de direito, sobre a questão; (natureza subjetiva, pois ele
atuou, decidiu algo no processo);
IV - ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim em
linha reta ou
colateral até o terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente
interessado no feito; (natureza subjetiva).

(Trata das incompatibilidades) Art. 253, CPP - Nos juízos coletivos,


não poderão servir no mesmo processo os juízes que forem entre si
parentes, consangüíneos ou afins, em linha reta ou colateral até o

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terceiro grau, inclusive. (Por exemplo, no Tribunal do júri não pode ter
irmãos).

(Trata da suspeição) Art. 254, CPP - O juiz dar-se-á por suspeito, e,


se não o fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes:
I - se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles; (ocorre a
Contradita, que é quando o juiz preside uma instrução processual, e a
testemunha entra para prestar depoimento, e o juiz pergunta: “nome,
qualificação... E pergunta se tem interesse no litígio”, se falar que
tem interesse, o advogado vai alegar a contradita. Assim, o juiz pode
dispensar ou não a testemunha, se não dispensar poderá ouvi-la na
qualidade de informante) – se não argüir a contradita naquele
momento (da qualificação da testemunha), a matéria preclui, e o juiz
colherá o testemunho normalmente (Natureza subjetiva);
II - se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver
respondendo a processo
por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia; (por
exemplo, um filho do juiz está respondendo a processo parecido com
o que ele está julgando);
III - se ele, seu cônjuge, ou parente, consangüíneo, ou afim, até o
terceiro grau,
inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de
ser julgado por
qualquer das partes; (por exemplo, o filho é parte no processo em
que ele está julgando);
IV - se tiver aconselhado qualquer das partes; (na prática acaba
ocorrendo);
V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das
partes; (pois, o juiz acabaria sendo imparcial);
Vl - se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada
no processo. (Existe uma resolução quem amplia este inciso, dizendo
que o juiz não pode ser presidente de Rotary Clube, nem da
maçonaria, síndico de prédio. E existe também a suspeição por
motivo de foro íntimo, que é aquele que não precisa dizer o motivo da
suspeição, 135, §ú do CPC, por analogia).

27/10/08 - segunda-feira

PRERROGATIVAS DO JUIZ (OU DO MAGISTRADO)

Predicamento do Juiz é a mesma coisa que prerrogativa, que são (se


aplicam também ao MP):
• Vitaliciedade – vinculação do magistrado ao seu cargo;
• Inamovibilidade – Garante ao magistrado não ser removido de
forma compulsória e injustificada (magistrado não pode se
removido sem motivos, de forma arbitrária; remoção =
deslocamento físico); e

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• Irredutibilidade de vencimentos – a remuneração não pode
diminuir.

O juiz, após aposentado, só pode advogar depois de passados 3 anos,


dentro do mesmo Estado. Em outro estado ele pode advogar
imediatamente, por causa da influência que ele ainda possui.

Critério de promoção (são alternados, uma parte das vagas vai


para o critério e a outra para o outro):
• Merecimento – celeridade, presteza, curso feitos, entre outros;
e
• Antiguidade

A cada 5 vagas no 5º Constitucional, 1 é destinada ou a OAB ou ao


MP. Isso é obrigatório pela CF.

Poder instrutório do Juiz

Art. 156, CPP. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo,


porém, facultado ao juiz de ofício:
I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção
antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes,
observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da
medida;
II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença,
a realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante.

O juiz pode determinar a produção de provas, mas com cuidado para


não perder a parcialidade (o que é diferente de neutralidade, que
está muito longe de imparcialidade, o juiz neutro é aquele omisso, e o
juiz não pode se omitir).

MP (MINISTÉRIO PÚBLICO)

Art. 127, CF - O Ministério Público é instituição permanente,


essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da
ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e
individuais indisponíveis.

Ele é função essencial na justiça, ele não está no judiciário, nem no


legislativo, e tem uma função especial (para o professor, dentro o
executivo), contudo ele é independente. Apesar de ser parte, é uma
parte imparcial, pois mesmo ajuizando a ação penal, ele não pode
desistir, mas pode pedir a absolvição. Podendo ainda interpor
recursos em favor do réu, como medida de segurança, e etc.

Princípios

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Autonomia administrativa e financeira – ele não depende de
ninguém para dar férias, fazer pagamento e etc. quanto ao salário há
o repasse do executivo, mas não é a estrutura do executivo que
paga.
Independência funcional – não tem que prestar contas a ninguém,
porém se for matéria de ordem administrativa ele não possui essa
independência. Ele possui independência plena.
Uno e indivisível – O MP é uno e indivisível, ou seja, um promotor
substitui o outro, lógico que mediante designação. A forma ideal de
falar não é representante do MP e sim presentante.

ADVOGADO

É o defensor, mas o Código usa a expressão: procurador, entre


outras:
Advogado constituído (tem que possuir procuração nos atos), dativo
(é o profissional, em que a parte, em tese, não tem como pagar, e o
juiz nomeia para funcionar durante todo o processo, e no final o juiz
fixa os honorários; isso não quer dizer que só será para pessoas
pobres, podem ser pessoas de boa condição financeira, que não
queiram se defender), ad hoc (é o advogado que pratica um ato no
processo, se por exemplo, o advogado constituído faltar a audiência,
para não ter que adiar, ele chama qualquer um que esteja no
corredor, e ele faz a audiência), defensor público (aquele que faz
concurso de provas e títulos da defensoria), curador (quando houver
colidência de interesses entre defensor público e a parte, ele nomeia
um promotor de justiça para ser o curador).

29/10/08 - quarta-feira

ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO/PROCURADOR ASSISTENTE

Art. 268, CPP - Em todos os termos da ação pública, poderá intervir,


como assistente do Ministério Público, o ofendido ou seu
representante legal, ou, na falta, qualquer das pessoas mencionadas
no art. 31.
(trata do assistente comum, e não do assistente de acusação – só
será assistente de acusação se algum deles possuir capacidade
postulatória).

Para que tenhamos o assistente de acusação ou procurador


assistente é necessário que o mesmo possua capacidade postulatória,
e deverá ser constituído pela vítima ou representante legal (ou ainda
as pessoas do art. 31, cônjuge, ascendente, descendente ou irmão).
Ele é parte secundária. É uma parte desnecessária na ação penal,
todavia, isso não quer dizer que ele não vá ingressar nos autos, desde
que aja vontade da parte/família.

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Interesses de participação do assistente nos autos:
1º – buscar a reparação do dano causado à vítima.
2º - buscar a majoração/aumento da pena.

Em que momento o assistente pode ser habilitado nos autos?


Marco inicial – Só pode se habilitar após o oferecimento e
recebimento da denúncia.
Obs.: ele não pode ser contrato/constituído (se habilitar) na fase da
execução da pena. Só pode habilitar-se até a sentença penal
condenatória, ou seja, até o trânsito em julgado.

Requisitos para que seja constituído como assistente:


1º - Bacharel em direito.
2º - Capacidade postulatória (ou seja, inscrito na OAB, e que a
inscrição esteja ativa).

O assistente pode arrolar testemunhas?


Quando ele oferta a denúncia (não pode depois, preclui o direito).
Sumaríssimo: 3 testemunhas; sumário: 5 testemunhas, ordinário: 8
testemunhas; júri: 5 testemunhas.
O assistente não poderá arrolar testemunhas, pois ele só será
arrolado após o oferecimento da denúncia.

Ingresso do assistente de acusação na ação penal:


Recebida a denúncia ele pode se habilitar. O assistente vai requerer
ao juiz. O juiz obrigatoriamente irá ouvir o MP, antes de despachar, se
o MP, quando for ouvido, concordar o juiz poderá concordar e deferir
a habilitação, mas o juiz poderá também discordar (o juiz não está
vinculado ao MP, ele é obrigado a ouvir o MP, mas não é obrigado a
concordar com ele). Mas, se o MP não concordar, e o juiz entender
que possui o interesse e quiser deferir, ele pode. Não importa se o MP
concorda ou não, quem toma a decisão é o Juiz.

Art. 273, CPP - Do despacho que admitir, ou não, o assistente, não


caberá recurso, devendo, entretanto, constar dos autos o pedido e a
decisão. (Mas a doutrina e jurisprudência dominantes aceitam o
recurso. Ex.: mandado de segurança, correição parcial – no caso do
juiz excluir o assistente da ação penal que ele já foi habilitado, ou
seja, possui “erro in procedendo”;

Obs.: em regra, quando se trata de interesse coletivo não pode ter


assistente. Exceção: Lei do consumidor.

Poderes do assistente de acusação:


Art. 271, CPP - Ao assistente será permitido propor meios de prova
(as provas que irão advir após o recebimento da denúncia, ou seja,
não pode arrolar testemunhas), requerer perguntas às testemunhas
(SEMPRE vai perguntar após o promotor de justiça), aditar o libelo

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(não existe mais libelo, pela Lei 11.689, que era uma peça idêntica à
denúncia no tribunal do júri, porém, com uma peça como a da
pronúncia, art. 416, CPP) e os articulados, participar do debate oral
(das alegações) e arrazoar os recursos interpostos pelo Ministério
Público (também vai interpor recurso, a doutrina atual entende que o
assistente pode interpor qualquer modalidade e espécie de recurso),
ou por ele próprio, nos casos dos arts. 584, § 1º, e 598.

Art. 49, §ú da Lei. 8.906 (estatuto do advogado) prevê a


intervenção da OAB no pólo ativo e passivo.

Tudo que se aplica ao juiz (suspeição, impedimento e


incompatibilidade) se aplica aos peritos e ao MP.

Os outros sujeitos processuais não serão estudados agora.

DAS PROVAS (Teoria da prova)

Um dos institutos mais importantes (se não, o mais importante). Pois,


para decretar uma prisão, por exemplo, é necessário que tenha
provas.

03/11/2008 - segunda-feira

Princípios:

a) Auto-responsabilidade das partes – as partes assumem a


responsabilidade do que propõem, dos atos que deveriam/devem
praticar, e etc. Se vierem a sucumbir, a responsabilidade é de quem
deu causa aquele ato. Tem incidência no principio da preclusão.
b) Da Audiência contradita – o princípio do contraditório sempre se
faz presente. Hoje não existe mais o sistema presidencialista, em que
o juiz era o centro das atenções na audiência, hoje o juiz dá a palavra
ao autor que faz pergunta à testemunha, da mesma forma com o MP,
que é o sistema direct examination, esse sistema é para quem faz as
perguntas primeiro. Quando o réu faz a pergunta diretamente à
testemunha cross examination, ou seja, quem faz as perguntas
depois.
c) Oralidade/Concentração – Lei 11.719. A Audiência é UMA (ou
superaudiência), ocorre toda ela no mesmo dia. Assim, a oralidade se
faz mais presente ainda. Em conseqüência disto, teremos também o
princípio da Identidade física do Juiz.
d) Preclusão – aquilo (a prova) que tem que produzir em
determinada fase processual, se não produz ocorre a preclusão.
Preclusão temporal: ocorre em virtude da perda dos prazos. Preclusão
consumativa: ocorre em virtude de a pessoa ter praticado um ato

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processual que impede outro. Preclusão lógica: é aquela que ocorre
em virtude da incompatibilidade dos atos praticados.
Existe a preclusão para o pro judicato, ou seja, para o juiz? Não. Ele
pode rever seus atos, revogar, modificar e etc.
e) Livre convencimento motivado – “Art. 155, CPP. O juiz
formará sua convicção pela livre apreciação da prova em
contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão
exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação,
ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas”.
Reafirmou que o juiz não pode fundamentar somente nas “provas” do
inquérito policial. Deve ser motivada, pois ele deve confrontar todas
as provas presentes. O juiz pode aceitar ou não um laudo pericial, por
exemplo, mas deve fundamentar sua decisão sempre.
f) Aquisição ou Comunhão das provas – quando o MP oferece
uma denúncia, ele apresenta o rol de testemunhas, da mesma forma
a defesa, não são testemunhas de acusação ou de defesa (é o termo
errado), a partir do momento em que são introduzidas no processo
elas passam a ser testemunhas do Juízo.
Art. 401, CPP. Na instrução poderão ser inquiridas até 8 (oito)
testemunhas arroladas pela acusação e 8 (oito) pela defesa.
§ 2º A parte poderá desistir da inquirição de qualquer das
testemunhas arroladas, ressalvado o disposto no art. 209 deste
Código.
O juiz deverá ouvir a parte contrária, sempre que uma das partes
desistir da inquirição de alguma testemunhas, em respeito a este
princípio.
g) Verdade Real – verdade atingível, ou verdade processual. Mas do
que nunca deve ser buscada essa verdade, pois é com a prova que o
juiz profere sua decisão.
h) Publicidade – as provas devem ser produzidas de maneira
pública. As audiências são feitas de portas abertas. Se não for dado
vista no mesmo momento, tem que ser dado depois de produzida a
provas, no caso de interceptação telefônica, por exemplo, que a priori
deve ser em sigilo, para não haver prejuízo.

Objeto de Prova e Objeto da Prova

Objeto da prova – é o acontecimento. Ex.: no homicídio é o evento


morte.
Objeto de prova – é o que vai fazer uso para provar. Mesmo o fato
que não há controvérsia o juiz vai ter que produzir a prova.
Art. 197, CPP - O valor da confissão se aferirá pelos critérios
adotados para os outros elementos de prova, e para a sua apreciação
o juiz deverá confrontá-la com as demais provas do processo,
verificando se entre ela e estas existe compatibilidade ou
concordância.
O juiz deve ter outras provas além da confissão, deverá confrontá-las.
Não necessitam de outras provas:
 Alguns fatos em que não há controvérsia.
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 Os fatos evidentes (axiomáticos ou intuitivos) – ex.: uma pessoa é
esmagada por uma carreta, não há necessidade de provar que ela foi
esmagada pela carreta. Já no caso coma alcoólico, por exemplo, tem
que provar, pois já ocorreram casos de acharem que a pessoa está
morta e não está.
 Fatos notórios, nacionalmente conhecidos - Ex.: provar que 25 de
dezembro é natal.
 Fatos inúteis – Ex.: se alguém é assassinado na hora do almoço, o
que se tem que provar é se foi em legítima defesa, e não se foi na
hora do almoço, meio dia, meio dia e meio; o que a vítima comeu e
etc.
 Fato impossível – Ex.: uma pessoa falar que comprou uma
passagem de férias para a Lua.
 Fato de Direito – Ex.: o que está na lei federal não necessita ser
provado (se for municipal, estrangeira... tem que provar; Art. 337,
CPC - A parte, que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou
consuetudinário, provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim o
determinar o juiz.)

Fatos que dependem de provas


Requisitos:
1º - Que a prova seja admissível (é aquela em que existe a
permissibilidade para que ela seja produzida);
2º - Que a prova seja pertinente ou fundada (é o oposto da prova
inútil);
3º - Que a prova seja, ao menos, um pouco concludente ou fundada
(que o julgador possa tirar alguma conclusão dela, que ela ajude o
juiz a decidir);
4º - Que seja possível de realizar/produzir.

PROVA DIA 17/11 – segunda-feira

EM PROVAS DE CONCURSO CAEM QUESTÕES DE “RELAÇÃO DE


CAUSALIDADE”.

05/11/2008 - quarta-feira

CLASSIFICAÇÃO DA PROVA
(Classificação ilustrativa, alguns autores nem mencionam, não há em
sua essência grande importância)
1) Quanto ao sujeito
• Real – encontramos tão somente vestígios. Ex.: alguém, no
local do crime, com a camisa ensangüentada.
• Pessoal – a pessoa visualiza/presencia o fato criminoso.
2) Quanto ao objeto
• Direto – é o objeto do crime. Ex.: no homicídio o corpo da
vítima.
• Indireto – raciocínio lógico de presunção ou indícios. Ex.: uma
camisa ensangüentada no local do crime.
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3) Quanto à forma
• Testemunhal – prova testemunhal em sentido lato (não em
sentido estrito, que é a testemunha), que é a testemunha, a
vítima com suas declarações, e o acusado por meio do
interrogatório.
• Documental – qualquer documento que é levado para os
autos. Ex.: Laudo, exame de DNA...
• Material – é a prova pericial.
4) Quanto ao seu efeito ou valor
• Plena – não tem um juízo simplesmente de probabilidade, e
sim de possibilidade. Ela, por si só, dá condições ao juiz de
proferir uma sentença meritória. Assim, o juiz já pode dar uma
sentença condenatória ou absolutória.
• Não plena – não dá certeza ao juiz. Só poderá ser
aplicada/utilizada quando da expedição de mandado de busca e
apreensão, decretar a prisão cautelar, ou seja, em casos em
que não julga o mérito.

SISTEMA DE APRECIAÇÃO DE PROVAS (Cai em concurso)

1º) Sistema da íntima convicção ou da certeza moral do


julgador
Foge à regra da obrigatoriedade fundamentação e do livre
convencimento motivado, o julgador não necessita motivar sua
decisão. É da convicção do íntimo do juiz. Já foi praticamente abolido
do nosso sistema, salvo no Tribunal do Júri, em que os jurados julgam
de acordo com sua consciência.
Todavia, é muito relativo, pois o que é correto para o Juiz, pode não
ser o correto para o acusado, e com isso ele ser condenado por uma
opinião divergente da do Juiz.

2º) Sistema da prova tarifada ou certeza moral do legislador


Ainda persiste no ordenamento. Prova tarifada é aquela que é mais
valorizada do que as outras. Ex.: prova pericial possui mais valor do
que a testemunhal.
Art. 158, CPP - Quando a infração deixar vestígios, será
indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não
podendo supri-lo a confissão do acusado. (o exame de corpo de delito
vale mais do que a confissão).

3º) Sistema do livre convencimento motivado


Continua no nosso sistema. O juiz pode valorar a prova seja qual ela
for, desde que esteja nos autos, mas terá que motivar e dizer a razão
sob pena da sentença ser anulada.
Art. 155, CPP. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da
prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar
sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na
investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e
antecipadas.
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PROCEDIMENTO PROBATÓRIO
Para produzir a prova nos autos deve haver um procedimento, que
terá que ter requisitos. Que são:
1º) Proposição – só posso produzir uma prova se eu propor esta
prova. Qual o momento para propor a prova? Na ação penal pública
condicionada e incondicionada no oferecimento da denúncia; se for
ação penal privada, na queixa-crime; se for subsidiária da pública, na
propositura da queixa-crime substitutiva. E o réu, em sua resposta à
acusação (que é uma contestação da acusação que lhe foi feita, só
que pode argüir 3 ou 4 modalidades de defesa). Exceção: Lei 9.99/95,
em que o réu e o autor podem apresentar prova a qualquer tempo,
desde que antes de proferida a sentença.
2º) Admissibilidade – verificação se a prova é admissível ou não. É
o exame do juiz, pode afastar a prova ou admitir. Se ele admite uma
prova inadmissível a sentença será nula, tendo em vista, “erro in
judicando”.
3º) Produção – depois de admitida a prova será produzida e irá
ocorrer na instrução probatória/processual.
Obs.: não existe agravo no penal, somente uma hipótese que é a do
art. 197, Lei de Execução Penal.
4º) Valoração – o magistrado irá valorar a prova, examinar, e então
fazer seu juízo de valor, ou condena ou absolve.

MEIOS DE PROVA
As provas estão inseridas/insertas no artigo 158 ao 250 do CPP. São
as provas taxativas, que estão nominadas no CPP. Mas existem outras
que não estão taxadas (não taxativas ou inominadas) no Código, por
exemplo: uma prova do processo civil que é inserida no processo
penal.

ÔNUS DA PROVA
Ele é um corolário do princípio da auto-responsabilidade das partes.
Quem acusa tem o ônus de provar, se não provar ele assume o ônus.
Tanto é para o autor como para o réu, é para as partes. É uma
faculdade. O juiz atua de forma supletiva, ou seja, o promotor arrola
testemunhas, e as testemunhas fazem referência à outra testemunha
o juiz pode ouvi-la de forma supletiva para formar sua convicção.

12/11/08 - quarta-feira

PODERES INSTRUTÓRIOS DO JUIZ


O juiz não pode ultrapassar o limite de seu poder, para não se tornar
parcial, por exemplo, não cabe o juiz produzir uma prova para o MP,
somente no caso de prova supletiva, pois desta forma ele estaria
ultrapassando seu poder instrutório. A posição do STF e STJ é de que
o juiz DEVE produzir as provas necessárias que achar necessárias,
pois o juiz não sabe a quem essa prova vai beneficiar. O que não é a

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posição dos doutrinadores, estes entendem que é necessária uma
provocação das partes para que ele determine a produção das
mesmas, ele só poderá determinar após o curso do processo.
Quais são esses poderes? Os que o código nos dá como um
mecanismo para chegarmos à verdade atingível.
Como por exemplo:
Art. 149, CPP - Quando houver dúvida sobre a integridade mental
do acusado, o juiz ordenará, de ofício ou a requerimento do
Ministério Público, do defensor, do curador, do ascendente,
descendente, irmão ou cônjuge do acusado, seja este submetido a
exame médico-legal. (não há necessidade de provocação por
nenhuma das partes para o Juiz determinar o exame médico-legal).
Art. 156, CPP. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo,
porém, facultado ao juiz de ofício:
I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção
antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes
(provas supletivas), observando a necessidade, adequação e
proporcionalidade da medida;
II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença,
a realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante.
Art. 181, CPP - No caso de inobservância de formalidades, ou no
caso de omissões, obscuridades ou contradições, a autoridade
judiciária mandará suprir a formalidade, complementar ou esclarecer
o laudo. Parágrafo único - A autoridade poderá também ordenar
que se proceda a novo exame, por outros peritos (expert = perito
judicial), se julgar conveniente.
Art. 196, CPP - A todo o tempo o juiz poderá proceder a novo
interrogatório de ofício ou a pedido fundamentado de qualquer das
partes.
Art. 209, CPP - O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir outras
testemunhas, além das indicadas pelas partes. § 1º - Se ao juiz
parecer conveniente, serão ouvidas as pessoas a que as testemunhas
se referirem.
A acareação (colocar as testemunhas frente a frente para tentar
descobrir quem está mentindo) poderá ser determinada de ofício pelo
juiz.
Art. 242, CPP - A busca poderá ser determinada de ofício ou a
requerimento de qualquer das partes.

PROVA EMPRESTADA
Não é uma parte emprestar uma prova para outra. É a prova de um
processo para o outro.
Requisitos:
a) Partes Iguais – no caso de ação penal pública o autor deve ser o
MP, e o réu o mesmo.
b) Formalidades Legais – as formalidades devem ser observadas. É
aquilo que deve ser observado no procedimento do processo.
c) Que o fato seja o mesmo – o fato tem que ser o mesmo e não o
tipo penal, pois o réu responde pelo fato narrado e não pelo tipo

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penal. Tem se aceitado crimes/tipos penais que não sejam idênticos,
mas deve haver alguma proximidade.
d) Contraditório – no inquérito policial não possui contraditório,
logo, não possui prova emprestada.
No caso de juiz absolutamente incompetente (todos os atos decisórios
serão nulos), se foi o caso de prova emprestada, e se a outra
sentença se embasou em uma prova produzida no juízo
incompetente, esta também será nula. Mas, se o juiz não embasou
sua sentença nesta prova, ela vai valer no processo.
Essa prova emprestada pode ser utilizada em outro tipo de processo
(cível e administrativo, por exemplo)? Há uma grande divergência.
Mas, para a doutrina majoritária, se todas as formalidades forem
observadas, pode sim.

PROVA ATÉ AQUI.

19/11/08 - quarta-feira

PROVA ILÍCITA
É gênero de prova ilegal/vedada/proibida. São inadmissíveis.
A prova proibida/vedada/ilegal pode ser:
• Ilícita – fere o direito material e constitucional.
• Ilegítima – fere o direito processual e constitucional.
A prova ilícita pró réu, ou seja, a favor do réu, é admissível, já a
prova ilícita pró societá, é inadmissível. Por causa do princípio da
proporcionalidade/razoabilidade, que dependendo da circunstância a
prova ilícita deve ser considerada.
Teoria da exclusão de ilicitude – nada mais é do que mesmo
quando a prova for ilícita o réu pode utilizar para provar sua inocência
(é relativa, pois, depende se era a única forma de provar a inocência
ou não).

Prova ilícita por derivação


Art. 157, CPP. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do
processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação
a normas constitucionais ou legais.
§ 1º São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas,
salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e
outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte
independente das primeiras. (Teoria da árvore envenenada). Não
pode haver nexo de causalidade entre a prova ilícita e a outra.

§ 3º Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada


inadmissível, esta será inutilizada por decisão judicial, facultado às
partes acompanhar o incidente.
O correto seria o juiz se dar por impedido (estava no §4º que foi
vetado), além de determinar o desentranhamento da prova ilícita,
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para não analisar mais o mesmo processo, pois ele já está
contaminado com a prova ilícita, sendo assim ele perde sua
imparcialidade.

PROVA NOMINADA
Interrogatório – Existem 4 correntes a respeito:
1) Entende que o interrogatório é um meio de defesa;
2) Entende que o interrogatório é um meio de prova;
3) Entende que o interrogatório é um meio de prova e de
defesa;
4) Entende que o interrogatório é um meio de defesa e de prova;
O entendimento dominante do STJ e STF é que o interrogatório é a
corrente 3, ou seja, é um meio de prova e de defesa.
Características:
• O interrogatório é um ato público (assim como as audiências)
qualquer um pode assistir, salvo segredo de justiça;
• Falava-se que era um ato personalíssimo, pois somente o juiz
que poderia realizar o interrogatório, mas hoje o juiz indaga as
partes se tem algum esclarecimento para fazer, e não
necessariamente é o juiz que faz as perguntas. Mas entende-se
que é personalíssimo para a pessoa do réu, pois somente o réu
que pode responder ao interrogatório;
• Oralidade; se for surdo é só escrever; e se ele for mudo é só
falar que ele escreve; se for surdo-mudo ou analfabeto é
necessário um intérprete;
• Individualidade – o réu tem que ser interrogado sozinho e não
na presença de outros réus;
• Judicialidade – o interrogatório é diferente do da policial, é
judicial;
• Espontaneidade – o réu não pode ser coagido ou pressionado a
responder, tem o direito de silêncio;

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