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DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV – PROCESSO CAUTELAR – MARCUS FELIPE BOTELHO


PEREIRA

30/07/2009 - quinta-feira

Plano de disciplina está no blog.

TUTELA JURISDICIONAL
Caráter Instrumental do Processo – O processo é apenas um instrumento para se chegar
a um fim, ou seja, está a serviço do direito material. O direito material e o processual
possuem uma relação de instrumentalidade (de modo que o direito material sem o direito
processual implica na aplicação da autotutela – “justiça com as próprias mãos” – e da mesma
maneira o direito processual sem o material é vazio).
• Direito material/substancial – é o conjunto de regras abstratas de conduta,
destinadas à solução de conflitos de interesse. E essas normas conferem uma situação
de vantagem ao seu titular. São regras de conduta.
• Direito processual – é o conjunto de regras abstratas de conduta destinadas a
estabelecer meios de aplicação coercitiva das soluções previstas no plano substancial.
Jurisdição – compete ao Estado prestar a jurisdição e garantir o direito, pois o Estado que
veda a autotutela. A regra é que as partes voluntariamente atuem de acordo com as regras, a
exceção é a intervenção do Estado (a regra é de não provocação da jurisdição).
• Funções – São 2 funções da jurisdição:
o Efetiva verificação da situação jurídica da parte – dizer qual é a situação jurídica das
partes.
o Realizar concretamente a situação jurídica apurada.
Processo – a finalidade é de tornar possível a obtenção de resultado idêntico, formal e
substancial, àquele resultante da atuação espontânea das regras substanciais.
O processo é um método de trabalho desenvolvido pelo Estado para permitir a solução dos
litígios (método de fazer exercer a jurisdição, que é inerte).
Direito Processual – é um conjunto de princípios e regras destinados ao estudo e a
regulamentação do processo.
Tipos de Ação:
1) Ação de conhecimento – provoca a instauração de um processo cognitivo (de
conhecimento), em que se verifica a efetiva situação jurídica material das partes,
definindo qual das partes o direito protege. Tem como função primordial a de gerar um
pronunciamento judicial em que o Juiz aplique à situação de fato, descrita e
comprovada pelo autor o direito correspondente. O provimento é definitivo (o Juiz não
pode alterar a sentença transitada em julgado se quiser), e satisfatório. Dependendo
do provimento judicial, podem ser alcançadas 3 pretensões (pedidos):
o Declaratória – vai dirimir uma dúvida, se existe ou não uma relação jurídica. Não
precisa de execução. Ex.: Declaração/Investigação de Paternidade; Ação de
Usucapião;
o Condenatória – visa impor uma sanção à parte contrária;
o Constitutiva – é para criar, modificar ou extinguir relações jurídicas:
 Positiva
 Negativa – Ex.: Divórcio;
Alguns entendem que existem essas 2 também:
o Executiva “latu sensu” – a própria sentença já tem força executiva, não precisa
propor uma execução. Aceita a possibilidade de o Estado-Juiz substituir a
vontade, que deveria ser voluntária, do devedor.
o Mandamentais – não há possibilidade de o Estado substituir a vontade do
devedor. Ex. Mandado de Segurança. Se o destinatário da ordem não cumprir a
ordem o Estado coage o destinatário para cumpri-la.
2) Ação de Execução – somente para título executivo extrajudicial (para título judicial é
o processo sincrético). Vai além de pacificar o litígio. Serve para a adoção de
providências que proporcionem a efetiva realização dos fatos que correspondem à

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concretização do direito declarado. Os atos executivos são definitivos e é obtida a
satisfação do direito.
3) Ação Cautelar – serve como remédio preventivo e provisório que garante o eficaz
desenvolvimento e o profícuo/saudável resultado das outras 2 funções já mencionadas
(conhecimento e execução). Sua finalidade é assegurar o resultado útil de um processo
(chamado de principal), afastando uma situação de perigo, sem, contudo, definir a
respeito do alegado direito ameaçado pela situação de risco (urgência – acarretada por
conta de um perigo de dano, que pode decorrer do próprio tempo natural de duração
do processo, como por ato da própria parte). Tem atividades típicas da ação de
conhecimento (investigação de algum fato) e de execução (quando determina alguma
medida prática para assegurar o direito da parte). “Tertium Genus” que significa um
terceiro gênero de prestação de tutela jurisdicional inconfundível com as outras formas
de processo (o primeiro é o de conhecimento, e o segundo é de execução). É
procedimentalmente autônoma, porém materialmente vinculada, pois depende de um
processo de conhecimento. É uma forma de tutela de urgência, que foi criada para
atuar/tutelar em uma situação de urgência, e essa urgência surge por conta do risco de
dano a efetividade de um processo ou do direito da parte (é gênero, e tem espécies).
Todas as tutelas de urgência (antecipada, cautelar...) têm a mesma função
constitucional.

04/08/2009 - terça-feira

O professor precisará se ausentar algumas aulas, que serão dadas pelo professor Fabio
Bonomo e Daniel Hertel, e outras serão trocadas com o professor Wander (as datas estão no
blog).

FUNÇÃO CONSTITUCIONAL DAS TUTELAS DE URGÊNCIA


Interpretação e aplicação (compreensão) das leis processuais – deve ser interpretada
sempre de acordo com os princípios constitucionais.
Art. 5º, CF – assegura aos indivíduos um significativo conjunto de direitos e
garantias fundamentais
Dificuldade de assegurar a convivência plena e simultânea dessas garantias – o
ideal é que todos os princípios sejam harmônicos entre si, um não se sobreponha sobre o
outro, mas isso é difícil acontecer sempre. Ex.: privacidade x informação (estão sempre em
conflito).
Regras de conformação para a concordância prática entre direitos fundamentais
em conflito:
• 1º - pela via Legislativa – quando há uma previsibilidade pelo legislador de que haverá
um conflito entre princípios constitucionais, então o próprio legislador regula sobre o
caso concreto, e qual princípio deve prevalecer neste caso.
• 2º - pela via Judicial – se houver um conflito pode recorrer ao poder judiciário, quando
há:
o Ausência de regra legislada;
o Quando a regra legislada é insuficiente ou insatisfatória para a solução do
conflito
Isso é feito através da ponderação, para saber qual deve prevalecer (nunca poderá
ocorrer de um princípio ou garantia desaparecer para que outro exista, tem que
haver harmonia, pode ser que um sobreponha o outro, mas não pode ocorrer de um
acabar para que o outro exista).
Direitos fundamentais daqueles que litigam em Juízo – todos os processos têm que ser
obedientes ao devido processo legal (art. 5º, LIV, CF). Deste princípio decorrem outros 2:
• Segurança jurídica – é o processo que assegura aos litigantes o contraditório e a ampla
defesa, com os meios de recursos a ele (processo) inerentes.
• Efetividade da jurisdição – é o direito de provocar o Estado, detentor do monopólio da
jurisdição, no sentido de obter, em prazo adequado, não apenas uma decisão justa,
mas uma decisão com potencial de atuar eficazmente no plano dos fatos. (tem que ter

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uma decisão segura/justa e eficaz, pois não adianta de nada ter uma sentença
condenatória, se não há o cumprimento do devedor, ou seja, se a execução não é
eficaz).
Estes dois princípios estão ligados ao tempo (pois precisa ter o contraditório, a ampla
defesa e etc.). O tempo que é necessário para a segurança jurídica é nocivo à efetividade,
havendo assim, um conflito entre eles. E por isso existem as Tutelas de urgência. Ex.:
alguém precisa de uma operação urgente (efetividade), e o plano de saúde não quer
pagar (precisa de provas e etc., para garantir a segurança jurídica), um trata da vida de
alguém, e outro da iniciativa privada, o que prevalece? Neste caso é a vida, então o Juiz
concede a tutela para garantir a efetividade e depois continua o processo para dar a
decisão justa e garantir a segurança jurídica.

11/08/2009 - terça-feira (Fábio Bonomo)

Técnicas da cognição (conhecimento)


• Horizontal (extensão)
o Parcial – A matéria que vai ser debatida é limitada pela Lei, pelo legislador. Ex.
desapropriação – só se pode discutir o valor da indenização. Ex.²: Inventário.
o Plena – quando não houver restrição imposta pela Lei.
• Vertical (profundidade) – é o que interessa para a tutela de urgência.
o Sumária – situações em que não pode esperar até a sentença sob pena de
causar um dano irreparável. O juiz não esgotou o conhecimento para proferir a
decisão (quando dá tempo o Juiz intima o Réu para se manifestar, para que ele
ouça o Réu, mas se não der tempo ele ouve apenas o Autor). São decisões in
limine litis (liminarmente). O juiz pode revogar/caçar uma liminar se ele ver que
não foi a melhor decisão (art. 273, §4º, CPC). A sentença revoga
automaticamente a liminar, pois ela é exauriente, ou seja, está com todo o
conhecimento do juiz.
o Exauriente – quando o juiz esgota o conhecimento, forma a sua decisão e
profere a sentença. O juiz teve tempo para forma a sua convicção.
Irreversibilidade do provimento antecipado – o termo utilizado está errado, pois é
irreversibilidade dos efeitos do provimento, pois o provimento sempre será irreversível. Tem
que ser analisado o princípio da proporcionalidade (depende dos princípios de cada um, pois o
que um Juiz entende que é indispensável o outro entende que não é).
Art. 273, § 2º - Não se concederá a antecipação da tutela quando houver perigo de
irreversibilidade do provimento antecipado.
Tutela de Urgência
• Tempo x Processo – a garantia de um processo efetivo e da razoável duração do
processo está na CF, art. 5º, inc. LXXVIII. Razoável duração do processo é um conceito
vago, mas fazendo um parâmetro de que sendo cumpridos todos os prazos do processo
seriam necessários 131 dias, e aí cada um entende o que é razoável para si. Pode
impetrar com Mandado de Segurança como forma de efetivar um direito fundamental.
• Tutela Cautelar x Tutela Antecipada
o Tutela Cautelar – é aquela que visa garantir a eficácia do processo principal. Não
é pra obter a satisfação do objeto do processo. É uma tutela assecuratória. É um
processo protegendo outro processo. É uma instrumentalidade². Visa garantir a
eficácia do processo principal;
o Tutela Antecipada (o nome correto é antecipação dos efeitos da tutela) – é o
recebimento dos efeitos da tutela pretendida ao final, no início da lide. É uma
tutela satisfativa.

18/08/2009 - terça-feira

Não teve aula. Fabio Bonomo não veio.

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25/08/09 - terça-feira

Técnicas da Cognição
Cognição – Conceito – é conhecimento. É um ato de inteligência do Magistrado consistente
em considerar, analisar e valorar as alegações e provas produzidas pelas partes do processo.
É a atividade que coloca aquele que deve conhecer (juiz) em contato com o objeto a ser
conhecido.
Finalidade – a técnica da cognição tem por finalidade permitir a construção de
procedimentos ajustados às reais necessidades de tutela. Permite a construção de
procedimentos que melhor se adaptem a cada caso.
Sistematização da cognição – (2 textos no blog do Kazvo Watawabe e 1 do Fábio Bonomo)
– Se dá em 2 direções:
• Horizontal – (extensão/amplitude do objeto a ser conhecido). Quais as questões
trazidas pelas partes que o Juiz deve conhecer. Se subdivide em 2:
o Plena – não há qualquer restrição ao magistrado para conhecer das questões
alegadas pelas partes, ou seja, o magistrado deve apreciar todas as questões
trazidas pelas partes. Ex.: processo de conhecimento.
o Parcial – (há uma restrição). O Juiz fica limitado a conhecer de questões
reservadas. Não pode o magistrado conhecer de todas as questões trazidas
pelas partes. Quem traz essa restrição é a Lei fixando o objeto litigioso (ex.: art.
475-L, CPC) ou estabelecendo os lindes (limites) da defesa (ex.: Lei 6.515, art.
36, §ú). Tem como finalidade prestigiar os valores de certeza e celeridade. A
cognição parcial permite alcançar uma sentença com força de coisa julgada
material em tempo inferior aquele necessário ao exame de toda extensão da
situação litigiosa.
• Vertical – (tem haver com a profundidade). Se subdivide em 2:
o Exauriente – o juiz esgota, na investigação do fato e na analise das provas, a
cognição. Para que o juiz decida com base em um juízo de certeza. O juiz quer
definir quem é o titular do direito, e ele não pode ter dúvida. Ex.: processo de
conhecimento.
o Sumária ou superficial – é aquela que conduz aos chamados juízos de
probabilidade e verossimilhança. Com a restrição à cognição vertical as decisões
ficam limitadas a afirmar o provável (e não o que é certo). Ou seja, o juízo é de
probabilidade (é sempre um juízo provisório). É a cognição que autoriza a
utilização das tutelas de urgência (toda tutela de urgência é baseada nessa
cognição). Não retira a obrigação de o magistrado decidir de maneira definitiva
no mesmo processo. A sentença proferida em um processo cautelar nunca será
exauriente, será sempre sumária ou superficial. O processo cautelar é todo
construído em uma cognição vertical sumária.
TUTELA ANTECIPADA
• Está no art. 273, do CPC e foi criada pela Lei 8.952/94. É a possibilidade de o juiz definir
de forma provisória os efeitos práticos da sentença que seria ao final proferida em um
processo de conhecimento (liminar = no início). Que é um juízo de probabilidade
(dizem que é um juízo de verossimilhança), é provisório e satisfativa (essa é a
diferença entre cautelar, que não é satisfativa é assecuratória, e a tutela antecipada).
Não detém autonomia procedimental, ou seja, é pedida/requerida dentro de um
processo de conhecimento, não é autônoma (o processo cautelar possui essa
autonomia). Também é cabível em 2º grau.
Legitimidade: Quem pode pedir a antecipação de tutela? O autor e o Réu reconvinte
(somente quando ele reconvém, ou quando faz pedido contraposto), o opoente,
embargante... e todo aquele que deduz uma pretensão. Cabe no rito ordinário ou
sumário. Normalmente se pede a antecipação de tutela na inicial, mas pode ser pedido
depois, até mesmo no momento da sentença.
Art. 273 - O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos
da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequívoca, se convença da
verossimilhança da alegação e:

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I - haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação; ou
II - fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório do
réu.
• Requisitos
o Requerimento da parte – a parte tem que requerer o pedido de antecipação
de tutela (a medida cautelar pode ser concedida de ofício). A resposta em prova
deve ser “sim”.
 Ex offício – o juiz até pode, mas depende muito da situação. Se a parte
esquece de pedir, mas na fundamentação alega tudo quanto a tutela
antecipada, por exemplo, alguns entendem que o juiz poderia deferir de
ofício.

27/08/2009 - quinta-feira

TUTELA ANTECIPADA (continuação)


• Requisitos (continuação)
o Prova inequívoca (não é prova incontestável, é prova robusta a ponto de
convencer o magistrado de que tem uma probabilidade muito grande daquilo ter
acontecido) que convença da verossimilhança da alegação (alegação sobre
os fatos) – é diferente de “fumus boni iuris”, que tem uma intensidade muito
menor do que a prova inequívoca, por ser requisito da tutela cautelar, que visa
assegurar a efetividade do processo e não satisfazer um direito.
o Fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação (deve ser um
dano iminente e não um dano hipotético, eventual) – ex.: dano à imagem, à
vida... É comumente conhecido como “periculum in mora” (mas é diferente para
a tutela antecipada e para a cautelar), a do processo cautelar é um fundado
receio de dano à efetividade do outro processo principal, já na tutela antecipada
é um fundado receio de dano ao próprio direito da parte.
o Abuso do direito de defesa ou manifesto propósito protelatório do réu –
para a concessão da antecipação de tutela é necessário ter sempre os requisitos
1 e 2, e deve ter ou o 3 ou o 4 (conforme os incisos do art. 273). Abuso do direito
de defesa – ex.: recorrer de várias formas e os recursos serem todos negados...
Manifesto propósito protelatório – ex.: não deixa o processo em Cartório, faz
carga, faz petição e manda pro Juiz...
Art. 273 - O juiz poderá, a requerimento da parte (requisito 1), antecipar, total ou
parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova
inequívoca (requisito 2), se convença da verossimilhança da alegação e:
I - haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação (requisito 3); ou
II - fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório do
réu (requisito 4).
§ 1º - Na decisão que antecipar a tutela, o juiz indicará, de modo claro e preciso, as razões do
seu convencimento. (explicar onde está cada requisito no processo. E se o juiz não esclarecer
pode ingressar com embargos de declaração)
§ 2º - Não se concederá a antecipação da tutela quando houver perigo de irreversibilidade do
provimento antecipado. (a irreversibilidade tratada aqui é primeiramente a jurídica, por
exemplo, se o juiz concede a antecipação de tutela em uma ação de divórcio e as partes se
casam novamente, e no final o juiz julga improcedente a ação. A irreversibilidade é também
fática. Outro caso é quando ocorre o periculum in mora inverso é quando os efeitos da
antecipação da tutela são muito mais danosos ao réu do que o dano que ele visa evitar para o
autor. O juiz pode exigir que a parte preste uma caução).
§ 3º - A efetivação da tutela antecipada observará, no que couber e conforme sua natureza,
as normas previstas nos arts. 588, 461, §§ 4º e 5º, e 461-A. (execução provisória da tutela
antecipada – que agora é o 475-O, 461, §§4º e 5º e 461-A. Execução definitiva é a que não
cabe mais recurso, na provisória a decisão pode ainda ser reformada e o recurso é recebido
apenas no efeito devolutivo).

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§ 4º - A tutela antecipada poderá ser revogada ou modificada a qualquer tempo, em decisão
fundamentada. (vem da provisoriedade. O juiz pode “voltar atrás” desde que provocado ou
que apareçam fatos/elementos novos).
§ 5º - Concedida ou não a antecipação da tutela, prosseguirá o processo até final julgamento.
(tem que obedecer o princípio do devido processo legal).
§ 6º - A tutela antecipada também poderá ser concedida quando um ou mais dos pedidos
cumulados, ou parcela deles, mostrar-se incontroverso. (incontroverso é aquele que não foi
impugnado pela parte, ou seja, que as partes concordaram, pois não precisa de prova. É uma
forma de dividir a sentença, ele antecipa o pedido incontroverso).
§ 7º - Se o autor, a título de antecipação de tutela, requerer providência de natureza cautelar,
poderá o juiz, quando presentes os respectivos pressupostos, deferir a medida cautelar em
caráter incidental do processo ajuizado. (fungibilidade. Deve haver dúvida de qual é a medida
correta, se houver certeza na doutrina e na jurisprudência é considerado erro grosseiro, mas
na prática está sendo aceito de qualquer maneira).

01/09/2009 - terça-feira

Características do processo cautelar


1) Instrumentalidade – não é característica exclusiva do processo cautelar, pois todo
processo é um instrumento. Enquanto o processo de conhecimento e o de execução
servem ao direito material, o processo cautelar serve a outro processo. O processo
cautelar é o instrumento do instrumento. É incorreto afirmar que o processo cautelar
assegura um direito, pois ele assegura o processo (e INDIRETAMENTE assegura um
direito, e diretamente outro processo). A ação cautelar é uma ação eminentemente
processual. Existe uma dependência genética entre o processo cautelar e o processo
principal (não existe processo cautelar sem o processo principal – o processo cautelar é
assessório). A instrumentalidade estabelece um vínculo de dependência entre o
cautelar e o principal. Existe esse nexo de instrumentalidade na antecipação de tutela
(art. 273)? Não. Pois a antecipação de tutela não é instrumental ao processo principal.
Art. 796, CPC - O procedimento cautelar pode ser instaurado antes ou no curso do processo
principal e deste é sempre dependente.
2) Autonomia – o processo cautelar não está legitimado sem a existência de uma ação
principal, todavia possui uma autonomia procedimental, ou seja, se desenvolve através
de uma relação jurídica processual inconfundível com aquela que se desenvolve a lide
do processo principal. Por exemplo, para que se instaure uma ação cautelar, precisa de
uma petição inicial diferente da do processo principal, a sentença também não será a
mesma para os dois processos. O processo cautelar é materialmente vinculado, e
procedimentalmente autônomo com relação ao processo principal. E ainda, a finalidade
do processo cautelar é assegurar, e do processo principal é satisfazer, ou seja,
possuem finalidades diferentes, apesar de serem apensados. Ao final de um processo
cautelar, visa que o Estado dê uma medida cautelar (é dessa medida cautelar que se
trata o “procedimento cautelar” do art. 796). Se ganhar a ação cautelar não significa
que a decisão do processo principal será procedente, nem vice e versa (autonomia).
Essa autonomia possui evidências:
a. Possui um livro próprio no CPC (Livro III);
b. Requisitos próprios, que são: “fumus boni iuris” e “periculum in mora”;
c. Características próprias, que são: provisoriedade e revogabilidade;
(estruturalmente é igual ao processo de conhecimento, mas o processo cautelar
é muito mais rápido, pois basta a aparência);
3) Provisoriedade – característica própria do processo cautelar. É necessário fazer a
distinção entre:
a. Temporário – nem tudo que é temporário é provisório. Não dura para sempre,
sem que se pressuponha a ocorrência de outro evento subseqüente que o
substitua.
b. Provisório – tudo que é provisório é temporário. É o que está destinado a durar
até que sobrevenha um evento sucessivo que o torne desnecessário. A medida
cautelar é um ato provisório que será substituído por uma definitiva a ser
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alcançada no processo principal. O provisório só será substituído pelo definitivo
se houver uma relação entre os seus efeitos que torne possível a substituição. O
processo cautelar é provisório por que será substituído por um provimento
definitivo.
As medidas cautelares têm duração temporal limitada, nasce com a previsão do
término de sua eficácia, àquele período que deverá transcorrer entre a sua decretação
e a superveniência do provimento principal ou definitivo, ocasião em que será
substituída, absorvida ou modificada.

03/09/09 – quinta-feira (matéria da Mônica)

4) Revogabilidade – o que é revogável é a medida cautelar. Está prevista no art. 807, do


CPC. Pode ser revogada porque é exercida com base em um juízo de probabilidade,
através de uma cognição sumária. Decorre também da própria provisoriedade da
medida. A permanência da eficácia da medida cautelar está subordinada a continuação
do estado de coisas que ensejou o seu deferimento. A intensidade da medida cautelar
deve ser proporcional ao periculum in mora que ela procura afastar. A revogação se da
por ato do juiz no processo cautelar, sempre em decisão fundamentada (art. 93, IX,
CF). A expressão a qualquer tempo do art. 807, deve ser interpretado com ressalvas.
Pode o juiz, de ofício, revogar a medida cautelar, desde que haja situação relevante
para tanto.
Art. 807 - As medidas cautelares conservam a sua eficácia no prazo do artigo antecedente e
na pendência do processo principal; mas podem, a qualquer tempo, ser revogadas ou
modificadas.
Parágrafo único - Salvo decisão judicial em contrário, a medida cautelar conservará a
eficácia durante o período de suspensão do processo.
PODER GERAL DE CAUTELA – ART. 798, do CPC
Quando o juiz não puder utilizar os procedimentos cautelares específicos, o juiz deve utilizar o
poder geral de cautela do art. 798, do CPC. Porém, para isso, o juiz deve ser provocado (art.
2º, do CPC), devendo a parte ajuizar uma ação cautelar inominada. Tem como finalidade,
possibilitar ao magistrado a concessão de medidas cautelares inominadas.
Capítulo 1 – das disposições gerais
Capítulo 2 – dos procedimentos cautelares específicos Ex: art. 813 – arresto; art. 822 –
seqüestro; art. 839 – busca e apreensão.
Art. 798 - Além dos procedimentos cautelares específicos, que este Código regula no
Capítulo II deste Livro, poderá o juiz determinar as medidas provisórias que julgar adequadas,
quando houver fundado receio de que uma parte, antes do julgamento da lide, cause ao
direito da outra lesão grave e de difícil reparação.
Ex: no RJ tinha um campeonato carioca e dois times iam jogar no maracanã (flamengo e
botafogo) e o Vasco da gama conclui que na forma que o campeonato foi realizado, qualquer
pontuação de um dos times, provocaria uma desigualdade entre os times, o flamengo em
virtude disso entra com uma ordem judicial cautelar mandando suspender a partida. O diretor
falou que essa medida ia demorar, pois teria que suspender a partida e trancou a porta. Neste
caso, o juiz deveria ter suspendido os efeitos da partida, não computando o ponto ao
vencedor, em vez de cancelar a partida como foi pedido na Peça inicial da ação cautelar.
Ocorre uma flexibilidade, permitindo que o magistrado não esteja adstrito aos termos do
pedido da medida cautelar proposta. Exceção ao princípio da adstrição.
Princípio da adstrição – o juiz está vinculado ao pedido contido na exordial, conforme arts.
128, 459 e 460, do CPC.
MEDIDAS CAUTELARES “EX OFFICIO” – o juiz pode deferir uma medida cautelar de ofício.
Enquanto no poder geral de cautela o juiz pode deferir medidas cautelares inominadas, desde
que provocado pela parte, pelo art. 797, do CPC, o juiz pode determinar medidas cautelares
de ofício, sem provocação da parte. Só pode ser concedida medidas cautelares de ofício, em
casos excepcionais e quando autorizado em lei. Essas medidas cautelares ex officio não
detêm autonomia procedimental, ou seja, são deferidas dentro de um processo já em curso,
qualquer que seja a natureza deste processo, ou seja, pode ser deferida dentro de uma ação
de conhecimento, de execução ou dentro da própria ação cautelar. Ex: o advogado leva o
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processo cautelar para casa e não devolve os autos ao cartório. Assim, o juiz, de ofício, vai
mandar realizar a busca e apreensão do processo.
Art. 797 - Só em casos excepcionais, expressamente autorizados por lei, determinará o juiz
medidas cautelares sem a audiência das partes.

10/09/09 - quinta-feira

Requisitos de Concessão da Tutela Cautelar


1. “Fumus boni iuris” (*PROVA*) – fumaça do bom direito (é menos intenso do que a
prova inequívoca da antecipação de tutela – art. 273). Na doutrina existem 2 conceitos
iguais (além de outros):
a. O primeiro diz que está sempre ligada a cognição sumária, decorre de um juízo
de probabilidade. É a probabilidade do direito da parte. É a probabilidade da
existência do direito invocado pelo autor da ação cautelar.
b. E o outro conceito é que: o fumus boni iuris deve ser sempre algo menos do que
a existência do próprio objeto do processo principal. Como verificar se no caso
concreto está presente o fumus boni. O fumus boni iuris estará presente, no caso
concreto, toda vez que se considerar provável que as alegações de fato feitas
pelo demandante venham a ter sua veracidade demonstrada no processo
principal (característica da instrumentalidade).
2. “Periculum in mora” – perigo da demora. É a situação de perigo iminente que coloca
em risco a efetividade do processo principal. O periculum in mora não é capaz, no
processo cautelar, de afetar o direito substancial da parte, mas gera perigo, tão-
somente, para a efetividade do processo principal. É o risco iminente e não
eventual/hipotético (tanto na cautelar quanto na antecipação de tutela). Deve ser
provado objetivamente nos autos (não basta alegar). Existem 2 riscos de dano:
a. A efetividade de um processo – o direito italiano diz que é o risco do processo
não dar os frutos que dele se espera. É afastado pela tutela cautelar. (*PROVA*)
b. A efetividade do direito da parte – é afastado pela antecipação de tutela (art.
273, CPC). (*PROVA*).
O que difere um periculum in mora do outro?
Enquadramento do fumus boni iuris e periculum in mora no processo cautelar. Na ação tem:
• Pressupostos de existência (citação, jurisdição, petição inicial...), validade (juiz, citação
válida, petição apta...) e negativos (litispendência, coisa julgada, perempção...);
• Condições (legitimidade – diretamente ligada ao direito material, interesse de agir –
adequação e necessidade, e possibilidade jurídica – se a Lei não veda ou é
inexeqüível);
• Mérito – a maioria da doutrina entende que o fumus boni iuris e o periculum in mora se
enquadram aqui. E para que o juiz julgue procedente tem que provar que estão
presentes esses requisitos;

11/09/09 - sexta-feira

Medida Cautelar “Inaudita Altera Pars”


• Art. 804, 1ª parte, CPC – É lícito ao juiz conceder liminarmente ou após justificação
prévia a medida cautelar, sem ouvir o réu, quando verificar que este, sendo citado,
poderá torná-la ineficaz; caso em que poderá determinar que o requerente preste
caução real ou fidejussória de ressarcir os danos que o requerido possa vir a sofrer.
No processo cautelar pode conceder antecipadamente/liminarmente o que seria obtido
ao final do processo. Autoriza ainda, que o juiz faça isso sem ouvir o Réu (inaudita
altera pars).
1ª fase – postulatória: petição inicial, citação e defesa;
2ª fase – instrutória:
3ª fase – decisória: sentença cautelar  medida cautelar;
• Fatores para o deferimento
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O juiz pode determinar a medida cautelar inaudita altera pars principalmente quando:
o Quando o réu, se for citado, frustrar a medida cautelar (ou seja, essa medida
quer surpreender o Réu – por exemplo, se ele souber que tem uma ação contra
ele, vai vender as coisas, vai tirar dinheiro da conta...) – às vezes não é a citação
que vai frustrar a medida, é o próprio prazo de resposta da citação que
atrapalha;
• Cognição prévia – justificação prévia
Tornar plausível algo em juízo, ou seja, o juiz pede que a parte justifique o que está
pedindo, aí ele marca uma audiência de justificação (pode ser também uma inspeção
judicial – art. 440, CPC), onde ele ouve testemunhas do autor, para trazer ao juiz
maiores elementos de convicção, e ver se estão presentes fumus boni iuris e periculum
in mora. Mesmo assim, é antes da citação. Ocorre quando o juiz concede a medida
cautelar olhando apenas a inicial (ou seja, ocorre na fase postulatória).
Para que o juiz defira uma medida cautelar ele precisa de uma cognição sumária (seja
na fase decisória, ou na postulatória).
A decisão do juiz que nega ou que concede uma medida cautelar é uma decisão
interlocutória, e cabe agravo de instrumento.
• Não retira o caráter contraditório da ação
O juiz deferindo ou não a medida cautelar vai citar o réu, o réu vai se defender e vai ser
feita a instrução normalmente, e depois o juiz julga o processo. Contra essa sentença
cabe apelação no efeito devolutivo (exclusivamente). O juiz não se vincula à decisão
que tomou na inicial, ou seja, pode julgar diferente no final. O juiz pode conceder a
medida cautelar depois da defesa, a diferença é que não será inaudita altera pars.
• Requerimento da parte
Ela não é concedida de ofício (art. 797, CPC)
• Momento
Se a medida cautelar depende de requerimento da parte, onde ela deve ser requerida?
Na inicial (mas pode ser concedida a qualquer momento).
• Natureza jurídica
Antecipar os efeitos da futura providência cautelar.
Contra Cautela (contracautela)
• Art. 804, 2ª parte, CPC – É lícito ao juiz conceder liminarmente ou após justificação
prévia a medida cautelar, sem ouvir o réu, quando verificar que este, sendo citado,
poderá torná-la ineficaz; caso em que poderá determinar que o requerente preste
caução real ou fidejussória de ressarcir os danos que o requerido possa vir a sofrer.
A caução (garantia) do artigo é a chamada contra cautela.
• Enquadra-se no poder geral de cautela
• Finalidade
É uma garantia que tem a finalidade de ressarcir os prejuízos que o réu possa vir a
sofrer com a efetivação da medida cautelar.
A outra finalidade é estabelecer um equilíbrio entre as partes litigantes. Uma cautela
imposta contra aquele que pediu uma cautela, por isso o nome “contra cautela”.
Quando o juiz vai determinar que o autor preste caução? Quando o juiz verificar que a
efetivação da medida cautelar pode trazer algum prejuízo para o Réu (normalmente ele
determina isso na mesma decisão, mas pode não ser também, ou seja, pode ser em
outro momento, ou a requerimento do Réu).
A caução não facilita o deferimento das medidas cautelares, ou seja, o juiz não pode
conceder a medida cautelar só por que o outro vai dar caução. A prestação de caução
não isenta o juiz da obrigação de observar se estão presentes os requisitos da medida
cautelar (fumus boni iuris e periculum in mora).
A contra cautela pode ser imposta também quando deferir a medida cautelar no final
do processo, tendo em vista que a cognição é sumária do mesmo jeito (mesmo se
fosse na inicial).
• Idoneidade
Nos aspectos:
o Quantitativo – no que toca a sua expressão econômica; e

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o Qualitativo – a qualidade do bem de poder fazer frente à composição daqueles
prejuízos (ou seja, um bem que possa ser conversível em dinheiro, e que tenha o
valor capaz de suprir os prejuízos).
O valor da caução deve ser proporcional ao valor do prejuízo.
• Direito de preferência
O réu adquire direito de preferência sobre o bem, para evitar falcatruas/fraudes. Mas
para que tenha o direito de exercer esse direito de preferência, tem que dar
publicidade a essa garantia, ou seja, registrar no registro geral de imóveis, registrar no
detran e etc.

15/09/09 - terça-feira

CAUÇÃO SUBSTITUTIVA
Art. 805, CPC – A medida cautelar poderá ser substituída, de ofício ou a requerimento de
qualquer das partes, pela prestação de caução ou outra garantia menos gravosa para o
requerido, sempre que adequada e suficiente para evitar a lesão ou repará-la integralmente.
Não existe só a contracautela como forma de caução, existe outra forma/modalidade que é a
caução substitutiva que integra o poder geral de cautela.
A contracautela quem presta é o Requerente/Autor, a caução substitutiva quem presta é o
Requerido.
A contracautela tem a finalidade de ressarcir os prejuízos que podem ser causados, a caução
substitutiva tem a finalidade de fazer com que o Requerido sofra menos efeitos na medida
cautelar.
Ex.: Existe uma ação principal no valor de R$100.000,00 (cem mil reais). E uma existe
também uma ação cautelar com uma medida cautelar liminar que é deferida e o caminhão do
Requerido é apreendido no valor de R$150.000,00 (cento e cinqüenta mil) que dá um lucro de
R$10.000,00 (dez mil) ao mês. O Requerido possui ainda uma casa no valor de R$200.000,00
(duzentos mil), então para o Réu é menos gravoso deixar a casa ser apreendida, por causa
dos frutos do caminhão, e é disso que trata o artigo 805, na substituição a medida cautelar
originariamente deferida por uma caução. É como se a medida cautelar fosse feita em cima
da casa, e não do caminhão. Mas a medida deve ser adequada no aspecto qualitativo, e
suficiente no aspecto quantitativo (R$).
Se o juiz confirmar na sentença a medida cautelar poderia ser substituído o bem da mesma
maneira. Não fica restrita aos casos em que a medida cautelar se encontrar na forma de
liminar.
(**PROVA**) O ônus de provar que a caução é adequada o suficiente é quem requer a
situação.
Procedimento
Onde é feita essa substituição? É no mesmo procedimento, ou em apartado? A maioria da
doutrina diz que deve ser dentro do mesmo processo cautelar. Mas, poderia ser feita em
apartado. É feito com uma simples petição.
EFICÁCIA DA MEDIDA CAUTELAR
Art. 806 - Cabe à parte propor a ação, no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data da
efetivação da medida cautelar, quando esta for concedida em procedimento preparatório.
O processo cautelar será sempre dependente da ação principal.
Esse prazo só se aplica às:
• Ações cautelares antecedentes/preparatórias;
Finalidade do prazo
Prazo peremptório – as partes nem o juiz podem modificar (dilatório – as partes ou o juiz
podem aumentar ou diminuir). Conta-se da efetivação da medida.
Para tornar efetiva a dependência virtual da ação principal; e evitar que o réu sofra
eternamente/por prazo indeterminado com os prejuízos decorrentes dessa medida.
Incidência
Em quais medidas cautelares incide esse prazo?
• Medidas cautelares ex offício (art. 797, CPC)? Não, pois ninguém pede, é o juiz que
decide, ou seja, não pode obrigar o Juiz a impetrar com a ação principal.

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• Asseguração de prova? Não. Pois a prova já foi produzida, e não há como perdê-la, por
que já esta nos autos.
• INCIDE:
o Nas medidas constritivas de bens e
o Nas restritivas de direitos (Ex.: determina que a pessoa faça ou não faça alguma
coisa).
Cômputo do Prazo
Quando se considera efetiva? No termo inicial.
• Termo Inicial – quando se dá a efetivação da medida cautelar. A efetivação é da
ciência do autor de quando foi efetivada a medida cautelar. Salvo se o autor tiver
ciência inequívoca da efetivação da medida. Se o juiz indeferir a medida cautelar, não
corre o prazo para impetrar com a ação principal, só corre se o juiz deferir.
• Termo final – a ação se considera proposta: art. 263 - Considera-se proposta a ação,
tanto que a petição inicial seja despachada pelo juiz, ou simplesmente distribuída, onde
houver mais de uma vara. A propositura da ação, todavia, só produz, quanto ao réu, os
efeitos mencionados no art. 219 depois que for validamente citado.
Todavia, o entendimento jurisprudencial é de que a ação é proposta desde a
prática do primeiro ato exigido para sua propositura (protocolo, por
exemplo).

17/09/09 - quinta-feira

EFICÁCIA TEMPORAL DAS MEDIDAS CAUTELARES


Art. 807, CPC – As medidas cautelares conservam a sua eficácia no prazo do artigo
antecedente e na pendência do processo principal; mas podem, a qualquer tempo, ser
revogadas ou modificadas.
Parágrafo único - Salvo decisão judicial em contrário, a medida cautelar conservará a
eficácia durante o período de suspensão do processo.
“pendência da ação principal” o que isso quer dizer? Até quando pende a ação principal? É
até o ato definitivo que satisfaz o direito do credor. Nem sempre é a sentença. As medidas
cautelares conservam sua eficácia enquanto necessárias para assegurar a providência
definitiva que será alcançada no processo principal.
CESSAÇÃO DA EFICÁCIA DAS MEDIDAS CAUTELARES
Art. 808 - Cessa a eficácia da medida cautelar:
I - se a parte não intentar a ação no prazo estabelecido no art. 806; (se não propor a ação
principal);
II - se não for executada dentro de 30 (trinta) dias; (diz com respeito à execução/efetivação
da medida cautelar. Por se tratar de um caso de urgência. Às vezes não cabe à parte a
efetivação da medida, como por exemplo, quando depende do oficial fazer a penhora, o
credor não pode ser responsabilizado. Mas, se couber ao Requerente a prática de algum ato
para a eficácia este ato deve praticado no prazo de 30 dias);
III - se o juiz declarar extinto o processo principal, com ou sem julgamento do mérito. (art. 269
– procedência ou improcedência; e 267 – improcedência, CPC. Nem sempre a extinção do
processo com resolução do mérito vai cessar a eficácia)
- Outras formas são as do art. 807, ou seja, quando ela for revogada ou modificada.
Parágrafo único - Se por qualquer motivo cessar a medida, é defeso à parte repetir o
pedido, salvo por novo fundamento. (pode até fazer o mesmo pedido, mas o fundamento
deve se diferente, ou seja, nova causa de pedir. Muda a ação principal, muda a causa de
pedir da ação cautelar). Se o Juiz indefere a medida cautelar, também não pode entrar com
outra ação igual, pois é litispendência.
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
Art. 810, CPC – O indeferimento da medida não obsta a que a parte intente a ação
(principal), nem influi no julgamento desta, salvo se o juiz, no procedimento cautelar, acolher
a alegação de decadência ou de prescrição do direito do autor. (não possui prazo para propor
a ação).

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Prescrição e decadência – é direito material. Matéria da ação principal, por é mérito. Todavia,
neste caso (somente neste caso), o juiz está autorizado a julgar o mérito da ação principal,
por causa da economia processual. O juiz quando indefere a medida cautelar por prescrição e
decadência está julgando o mérito do processo principal. Todavia o juiz só pode fazer se não
houver processo principal. Só cabe nas ações cautelares antecedentes. Esta sentença faz
coisa julgada material. O nome desse fenômeno é deslocamento da cognição.
Ex.: a parte ajuíza ação cautelar, o Réu alega que prescreveu ou decaiu. O juiz rejeita a
alegação. Quando for proposta a ação principal o réu pode retomar essa matéria? O professor
entende que não. Pois se quando ele acolhe é cognição exauriente, quando ele rejeita
também.
Art. 471 - Nenhum juiz decidirá novamente as questões já decididas, relativas à mesma lide,
salvo:
I - se, tratando-se de relação jurídica continuativa, sobreveio modificação no estado de fato
ou de direito; caso em que poderá a parte pedir a revisão do que foi estatuído na sentença;
II - nos demais casos prescritos em lei.
RESPONSABILIDADE CIVIL
Trata da responsabilidade pela efetivação da medida cautelar.
Existem 2 responsabilidade: objetiva (não precisa de comprovação de culpa) e subjetiva
(precisa de comprovação de culpa).
Existe a responsabilidade pela litigância de má-fé (subjetiva), responsabilidade decorrente do
ônus da sucumbência (objetiva – perdeu pagou) e pela efetivação da medida cautelar
(objetiva – por que não há que se discutir. Não é atividade ilícita entrar com a ação. O art. 811
trata de responsabilidade objetiva em todos os incisos).
Art. 811 - Sem prejuízo do disposto no art. 16, o requerente do procedimento cautelar
responde ao requerido pelo prejuízo que Ihe causar a execução da medida:
I - se a sentença no processo principal Ihe for desfavorável; (o Autor responde objetivamente
pelos prejuízos neste caso; se a sentença for parcial, pode ser que o Autor responda
parcialmente);
II - se, obtida liminarmente a medida no caso do art. 804 deste Código, não promover a
citação do requerido dentro em 5 (cinco) dias; (vai depender se competia a própria parte, pois
se competia ao oficial, não há culpa do autor. Se couber ao autor a prática de algum ato para
a citação);
III - se ocorrer a cessação da eficácia da medida, em qualquer dos casos previstos no art. 808,
deste Código; (inc. II – se não efetivar não trará prejuízo. Inc. III – Há responsabilidade se o
juiz julgar improcedente);
IV - se o juiz acolher, no procedimento cautelar, a alegação de decadência ou de prescrição
do direito do autor (art. 810).
Parágrafo único - A indenização será liquidada nos autos do procedimento cautelar.
Nesta ação cautelar, essa liquidação é só para apurar o quantum? Não. Essa liquidação vai
discutir se houve dano, se o dano decorreu da relação de causalidade e qual o valor do dano.
Ou seja, é diferente da outra liquidação que só pode discutir o quanto é devido, por que a
sentença já transitou em julgado.
É uma liquidação (do contador, da parte, arbitramento ou por artigos) por artigos (tem que
provar o fato, provar tudo).
Quando liquidar, só resta executar.

DIA 06 E DIA 20 O PROFESSOR WANDER VAI SUBSTITUIR O PROFESSOR DE PROCESSO CIVIL.


E O PROFESSOR DE PROCESSO CIVIL VAI SUBSTITUIR O WANDER DIA 11 E 18.

18/09/09 - sexta-feira

A PARTIR DESSA MATÉRIA NÃO CAI NA PRIMEIRA PROVA.

PROCEDIMENTO CAUTELAR
Disposições gerais – Toda ação cautelar (nominada ou inominada) terá esse procedimento,
salvo se a lei determinar de forma contrária.
Estrutura do procedimento
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Tem a mesma estrutura do de conhecimento:
• 1ª fase – postulatória;
• 2ª fase – saneatória;
• 3ª fase – instrutória;
• 4ª fase – decisória;
A diferença está no grau de cognição/conhecimento nos 2 processos.
1) Fase postulatória:
a) Petição inicial (art. 801, CPC e deve observar também o art. 282)
i. A petição não pode ser oral, deve ser escrita;
ii. Requisitos da petição inicial (incisos do art. 801):
1. Competência (existem regras):
a. Jurisdicional (trabalhista, eleitoral, penal...);
b. Vertical (qual órgão daquele poder judiciário é o competente?
É competência do TJ, STJ, STF?);
c. Foro (estado, cidade...);
d. Juízo (se existir mais de um juízo no foro);
2. Partes (qualificação e identificação);
3. “Lide e seu fundamento” – lide e fundamento da ação principal. Nas
preparatórias não é exigido esse requisito (§ú);
4. Periculum in mora e fumus boni iuris;
5. As provas (não há objeção para produção de qualquer prova. A
prova é para provar fumus e periculum, qualquer uma que falar do
mérito da ação principal é onerosa e desnecessária);
6. Art. 282, CPC:
a. Pedidos (certo e determinado de uma providencia cautelar. O
juiz que pelo art. 798 não precisa deferir apenas aquele
pedido, e sim o que ele entenda mais adequado desde que
não se desvirtue da intenção da medida cautelar);
b. Valor da causa (é inestimável/não tem preço. Na prática
coloca um valor mínimo, e o STJ não discute muito sobre isso.
Todavia já discutiu antigamente e entendeu que é o valor do
depósito. Mas não há um consenso);
c. Requerimento para citação (aplica-se analogicamente. Art.
802);
Art. 801 - O requerente pleiteará a medida cautelar em petição escrita, que indicará:
I - a autoridade judiciária, a que for dirigida;
II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência do requerente e do requerido;
III - a lide e seu fundamento;
IV - a exposição sumária do direito ameaçado e o receio da lesão;
V - as provas que serão produzidas.
Parágrafo único - Não se exigirá o requisito do nº III senão quando a medida cautelar for
requerida em procedimento preparatório.
Art. 800 - As medidas cautelares serão requeridas ao juiz da causa; e, quando preparatórias,
ao juiz competente para conhecer da ação principal.
Parágrafo único - Interposto o recurso (somente apelação), a medida cautelar será
requerida diretamente ao tribunal.
b) Citação
i. Art. 802, CPC;
ii. Prazo para contestar é de 5 dias;
iii. Revelia (ausência de defesa. É uma revelia rarefeita, pois a presunção de
veracidade no caso da revelia deve ser observada de acordo com o fumus
e periculum e não de acordo com o mérito da ação principal);
Art. 802 - O requerido será citado, qualquer que seja o procedimento cautelar, para, no
prazo de 5 (cinco) dias, contestar o pedido, indicando as provas que pretende produzir.
Parágrafo único - Conta-se o prazo, da juntada aos autos do mandado:
I - de citação devidamente cumprido; (o requerido deve ter ciência da efetivação da medida
cautelar para que o prazo comece a correr, após a juntada);

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II - da execução da medida cautelar, quando concedida liminarmente ou após justificação
prévia.

29/09/09 - terça-feira

c) Defesa do Réu – também está baseado no princípio do contraditório. O réu é


citado para apresentar defesa (802, CPC).
Art. 802 - O requerido será citado, qualquer que seja o procedimento cautelar,
para, no prazo de 5 (cinco) dias, contestar o pedido, indicando as provas que
pretende produzir.
Formas de defesa:
o Exceções processuais (suspeição, impedimento, competência relativa
deve ser suscitada quando da contestação da ação cautelar, impugnação
do valor da causa...);
o Contestação – pode argüir todas as preliminares (art. 301), fumus boni
iuris e periculum in mora, art. 804 e decadência e prescrição (art. 810);
o Não cabe reconvenção;
Cabe intervenção de terceiros no processo cautelar? São elas:
o Denunciação da lide – é uma ação regressiva. Não cabe no processo
cautelar, pois está diretamente ligado ao direito material.
o Nomeação à autoria – serve para correção do pólo passivo. Não cabe no
processo cautelar, não tem espaço no processo cautelar, se resolve com a
ilegitimidade. Existe alguma divergência, mas bem pequena, prevalece
que não cabe.
o Oposição – não cabe, pois também está ligado diretamente ao direito
material.
o Chamamento ao processo – é pra chamar o devedor solidário. Não cabe,
pois essa matéria afeta o mérito do processo principal.
o Assistência simples – só caberia essa modalidade. Pois qualquer pessoa
que demonstre interesse jurídico pode ser assistente.
Um terceiro pode fazer uso da ação cautelar, mas não poderia entrar como
intervenção de terceiros, salvo a assistência.
O prazo para a defesa é de 5 dias.
Art. 191 - Quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, ser-lhes-ão
contados em dobro os prazos para contestar, para recorrer e, de modo geral,
para falar nos autos.
Todavia, no caso de diferentes procuradores, no caso de litisconsórcio, os prazos
serão em dobro.
Art. 188 - Computar-se-á em quádruplo o prazo para contestar e em dobro para
recorrer quando a parte for a Fazenda Pública ou o Ministério Público. (Este
artigo também se aplica).
2) Fase saneatória: a princípio não tem fase saneatória. Mas o juiz pode sanear se
quiser, se for o caso de ter alguma pendência que deva ser resolvida para se adentrar
na fase de instrução, mas não há uma fase específica para o saneamento do processo.
Art. 803 - Não sendo contestado o pedido, presumir-se-ão aceitos pelo requerido, como
verdadeiros, os fatos alegados pelo requerente (arts. 285 e 319); caso em que o juiz decidirá
dentro em 5 (cinco) dias.
Parágrafo único - Se o requerido contestar no prazo legal, o juiz designará audiência de
instrução e julgamento, havendo prova a ser nela produzida.
3) Fase Instrutória: existe após a contestação. É para prova documental, testemunhal, e
tem espaço para prova pericial, mas é difícil ocorrer na prática (está limitado à prova
de existência de fumus e periculum).
4) Fase decisória: o juiz decide o processo cautelar. Prolata uma sentença cautelar, em
que ele concede ou não a medida cautelar. Deve haver relatório, fundamentação e a
parte dispositiva (requisitos do art. 458). Existe também a possibilidade de uma

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sentença UNA, o juiz decide em uma sentença só o processo cautelar e o processo
principal, todavia teria que ter 2 dispositivos, 2 relatórios e 2 fundamentações.
Tem sucumbência nas ações onde há litígio (existe cautelar que não há litígio)? Sim, há ônus
da sucumbência, ou seja, deve responder pelas custas, despesas do processo e pelos
honorários.
RECURSOS
Quais os recursos cabíveis?
o Apelação – Cabe. O único recurso que cabe contra sentença é apelação e o ato do juiz
que põe fim à cautelar é sentença. No processo cautelar é recebida somente no efeito
devolutivo, ou seja, não vai haver suspensão do processo. E se quiser que tenha efeito
suspensivo? Agravo de Instrumento. Mas o juiz “a quo” pode deferir, pois a apelação
será interposta no órgão “a quo”, para que não seja executado de imediato.
Art. 558 - O relator poderá, a requerimento do agravante, nos casos de prisão civil,
adjudicação, remição de bens, levantamento de dinheiro sem caução idônea e em
outros casos dos quais possa resultar lesão grave e de difícil reparação, sendo
relevante a fundamentação, suspender o cumprimento da decisão até o
pronunciamento definitivo da turma ou câmara.
Parágrafo único - Aplicar-se-á o disposto neste artigo as hipóteses do art. 520.
o Agravo de Instrumento e Retido – Cabem. Agravo de instrumento contra decisão
que concede ou não a cautelar, que não recebe a apelação com o efeito pedido... que
toda decisão interlocutória.
o Embargos de Declaração – Cabe. Quando há obscuridade, contradição ou omissão.
Cabe em caso de dúvida? Não, cabia antes, mas não cabe mais. Só cabe no Juizado
especial cível.
o Embargos Infringentes – Não cabe, pois não reforma sentença de mérito. Mas como
há um mérito cautelar, o professor entende que é cabível.
Art. 530 - Cabem embargos infringentes quando o acórdão não unânime houver
reformado, em grau de apelação, a sentença de mérito, ou houver julgado procedente
ação rescisória. Se o desacordo for parcial, os embargos serão restritos à matéria
objeto da divergência.
o Resp (especial) e Rext (extraordinário) – são cabíveis.
Art. 541 - O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos na
Constituição Federal, serão interpostos perante o presidente ou o vice-presidente do
tribunal recorrido, em petições distintas, que conterão:
I - a exposição do fato e do direito;
Il - a demonstração do cabimento do recurso interposto;
III - as razões do pedido de reforma da decisão recorrida.

01/09/09 - quinta-feira

PROCEDIMENTOS CAUTELARES ESPECÍFICOS


Art. 812 - Aos procedimentos cautelares específicos, regulados no Capítulo seguinte,
aplicam-se as disposições gerais deste Capítulo.
Tudo já visto se aplica aos procedimentos cautelares específicos, salvo se for contrário ao
capítulo dos procedimentos específicos.
Existem procedimentos cautelares que não tem nada de cautelar, pois não são capazes de
outorgar à parte uma medida que assegure o processo principal.
Os procedimentos são:
1) Arresto – como faz para obter o arresto? Quando precisa ajuizar uma ação cautelar de
arresto. Para ter esse procedimento precisa provocar a tutela jurisdicional. Ela serve
para que? É uma ação tipicamente cautelar é para assegurar a efetividade do processo
principal. A ação cautelar de arresto é uma ação acessória a uma ação de pagar onde
se vise o recebimento de quantia certa (cobrança de crédito monetário). A obrigação
pode nascer não sendo de pagara quantia certa, mas depois pode ser transformada. O
arresto assegura através da apreensão de bens do devedor, se manifesta na prática
através da apreensão de bens do devedor, bens que vão assegurar o pagamento em

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dinheiro. O ato restritivo é a penhora. Viabiliza a efetivação de futura penhora. Penhora
é ato constritivo exclusivo do processo de execução de pagar quantia certa contra
devedor solvente. É instrumental o sentido de que é um instrumento para outro
processo, é autônomo, provisório e tem a característica a revogabilidade. Visa
pagamento de crédito em dinheiro, ação de pagar quantia certa.
Se a medida cautelar de arresto é assecuratória está subordinada a presença dos
requisitos necessários para qualquer medida cautelar (FBI e PIM), ou seja, esses
requisitos devem ser comprovados.
Art. 653 - O oficial de justiça, não encontrando o devedor, arrestar-lhe-á tantos bens quantos
bastem para garantir a execução. (NÃO É MEDIDA CAUTELAR, pois não precisa do periculum e
do fumus).
O art. 813, CPC trata da “causae arresti” (causas que autorizam o arresto. O legislador
tentou descrever as hipóteses de periculum in mora – tentou colocar em um rol quais os
comportamentos do devedor que coloquem em risco as garantias do credor de receber o que
lhe é devido. Essa postura é criticada por toda a doutrina, pois essas hipóteses não trazem
risco de dano ao processo). A doutrina entende que pode caber arresto em situações diversas
da do art. 813, CPC, e se for um caso previsto no art. 813, ainda tem que existir um periculum
in mora genérico (essas hipóteses isoladamente não são capazes de gerar o periculum in
mora). No art. 813, só trata de atos comissivos, e nos omissivos pode autorizar a utilização do
arresto? Sim, nos atos de incúria/desleixo material, o devedor se omite na conservação de
seu patrimônio.
Art. 813 - O arresto tem lugar:
I - quando o devedor sem domicílio certo intenta ausentar-se ou alienar os bens que possui,
ou deixa de pagar a obrigação no prazo estipulado;
II - quando o devedor, que tem domicílio:
a) se ausenta ou tenta ausentar-se furtivamente;
b) caindo em insolvência, aliena ou tenta alienar bens que possui; contrai ou tenta contrair
dívidas extraordinárias; põe ou tenta pôr os seus bens em nome de terceiros; ou comete
outro qualquer artifício fraudulento, a fim de frustrar a execução ou lesar credores;
III - quando o devedor, que possui bens de raiz, intenta aliená-los, hipotecá-los ou dá-los em
anticrese, sem ficar com algum ou alguns, livres e desembargados, equivalentes às dívidas;
IV - nos demais casos expressos em lei.
Art. 814 - Para a concessão do arresto é essencial:
I - prova literal da dívida (é a prova documental/escrita da dívida, por isso grande parte da
doutrina e jurisprudência como sendo uma ação preparatória para uma ação de execução,
mas a verdade é que não é bem assim. É requisito essencial, não adiante ter prova
testemunhal, se não tem prova escrita entra com uma medida cautelar inominada) líquida (é
aquela em que não há dúvida quanto ao seu montante/valor) e certa (não há dúvida se ela
existe);
II - prova documental ou justificação (testemunhas) de algum dos casos mencionados no
artigo antecedente. (o periculum in mora pode ser comprovado através de documento ou
testemunhas).
Parágrafo único - Equipara-se à prova literal da dívida líquida e certa, para efeito de
concessão de arresto, a sentença, líquida ou ilíquida, pendente de recurso, condenando o
devedor ao pagamento de dinheiro ou de prestação que em dinheiro possa converter-se. (o
título não precisa ser exigível. Prova literal da dívida líquida e certa é ≠ de título executivo.
Todo título executivo é prova literal, liquido e certo, mas nem toda prova literal líquida e certa
é título executivo).
Precisa ajuizar uma ação cautelar de arresto (uma petição independente), e o juiz pode
conceder liminarmente.
Art. 815 - A justificação prévia, quando ao juiz parecer indispensável, far-se-á em segredo e
de plano, reduzindo-se a termo o depoimento das testemunhas. (pode ser feita sem a
participação da parte contrária).
Art. 816 - O juiz concederá o arresto independentemente de justificação prévia:
I - quando for requerido pela União, Estado ou Município, nos casos previstos em lei; (arresto
fiscal)
II - se o credor prestar caução (art. 804). (é a contracautela).

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Art. 817 - Ressalvado o disposto no art. 810, a sentença proferida no arresto não faz coisa
julgada na ação principal.
Art. 818 - Julgada procedente a ação principal, o arresto se resolve em penhora.

06/10/2009 - terça-feira

Hipóteses de suspensão do arresto (art. 819):


Art. 819 - Ficará suspensa a execução do arresto se o devedor:
I - tanto que intimado, pagar ou depositar em juízo a importância da dívida, mais os
honorários de advogado que o juiz arbitrar, e custas; (se só depositar vai importar na extinção
do arresto, deve depositar e informar que está depositando com a finalidade de somente
suspender a execução)
II - der fiador idôneo, ou prestar caução para garantir a dívida, honorários do advogado do
requerente e custas. (não é contracautela, é uma garantia de efetivação da medida cautelar).
Art. 820 - Cessa o arresto:
I - pelo pagamento (implica na cessação do arresto, e na satisfação da obrigação);
II - pela novação (quando o devedor assume uma nova obrigação para substituir a antiga,
assim, muda a obrigação principal);
III - pela transação (quando as partes fazem uma composição).
Art. 821 - Aplicam-se ao arresto as disposições referentes à penhora, não alteradas na
presente Seção. (pois o arresto se converte em penhora – aplica-se subsidiariamente).
2) Seqüestro – é uma ação cautelar também, tem natureza cautelar. Esse procedimento
é instaurado com uma ação cautelar de seqüestro. É instrumental o sentido de que é
um instrumento para outro processo, é autônomo, provisório e tem a característica a
revogabilidade. É importante diferenciá-la do arresto (***VAI CAIR NA PROVA***):
• Visa assegurar uma ação principal, que é a de recebimento de coisa certa (o
arresto é de pagar quantia certa);
• Pode arrestar quantos bens bastem para assegurar o valor da dívida, já no
seqüestro recai sobre bem certo e determinado, o mesmo bem que vai ser
objeto de disputa na ação principal;
• Não há dúvida que os bens arrestados pertencem ao devedor, já no seqüestro há
dúvida de quem é do proprietário do bem seqüestrado;
Quando é admitida a medida cautelar de seqüestro – o legislador deixou outras situações
cabíveis de fora de artigo (art. 822):
Art. 822 - O juiz, a requerimento da parte, pode decretar o seqüestro (o juiz não pode
decretar o seqüestro de ofício, a parte deve ajuizar uma ação cautelar de seqüestro):
I - de bens móveis, semoventes ou imóveis, quando Ihes for disputada a propriedade (ação
reivindicatória) ou a posse (ação possessória) (fumus boni iuris), havendo fundado receio de
rixas ou danificações (periculum in mora); (não só quando haja litígio direto sobre a posse ou
propriedade do bem, mas também nas ações que se busque a retomada da posse. Ex.: quer
desconstituir a relação jurídica locatícia); não cabe seqüestro de pessoas (só pode fazer busca
e apreensão de incapaz).
II - dos frutos e rendimentos do imóvel reivindicando (ação reivindicatória. Condenação:
devolver o imóvel), se o réu, depois de condenado (FBI) por sentença ainda sujeita a recurso,
os dissipar; (o seqüestro pode ser antecedente, ou seja, não precisa ter condenação
nenhuma. E não precisa ser sempre ação reivindicatória, pode ser ações obrigacionais,
possessórias... Se o litígio recair apenas sobre quem pertence os frutos e rendimentos pode
pedir o seqüestro também. “Dissipar” é de forma ampla: ocultação, danificação, destruição,
alienação...).
III - dos bens do casal, nas ações de separação judicial e de anulação de casamento, se o
cônjuge os estiver dilapidando; (é cabível em qualquer ação de casal, como: ação de divórcio,
dissolução de união estável, separação de corpos. Pode ser de bens que sejam de um dos
cônjuges, mas que o outro administra, recai o seqüestro também. “Dilapidar” é de forma
ampla: ocultação, danificação, destruição, alienação...).
IV - nos demais casos expressos em lei.

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Art. 823 - Aplica-se ao seqüestro, no que couber, o que este Código estatui acerca do
arresto.
Art. 824 - Incumbe ao juiz nomear o depositário dos bens seqüestrados. A escolha poderá,
todavia, recair:
I - em pessoa indicada, de comum acordo, pelas partes; (as partes podem escolher quem vai
ser o depositário, deve ter havido pelo menos o contraditório);
II - em uma das partes, desde que ofereça maiores garantias e preste caução idônea. (o autor
ou réu podem ser depositários).
Art. 825 - A entrega dos bens ao depositário far-se-á logo depois que este assinar o
compromisso.
Parágrafo único - Se houver resistência, o depositário solicitará ao juiz a requisição de força
policial.

08/10/2009 - quinta-feira

Entrega de provas

20/10/2009 - terça-feira

3) Busca e Apreensão (art. 839 a 843, CPC) – o que é busca? É procurar. O que é
apreensão? Tomar posse, pegar. Esses 2 atos se unem para formar um só tipo de
providência (são atos indissociáveis). Estão presentes e várias outras medidas e não
somente medida cautelar.
A busca e apreensão pode ser de coisas e de pessoas, mas não é de qualquer pessoa, é
só dos incapazes. O bem objeto da busca e apreensão cautelar deve ser importante
para o deslinde da ação principal, mas não se confunde com o objeto litigioso.
Hipóteses:
a) Os elementos de busca e apreensão que integram o tipo/perfil de outra providência
(ou seja, outra medida cautelar ou executiva);
b) Busca e apreensão como pretensão satisfativa (ação de conhecimento, não é
cautelar);
c) Busca e apreensão cautelar autônoma, subordinada a presença de:
a. Fumus boni iuris;
b. Periculum in mora;
Procedimento da ação cautelar de busca e apreensão:
Precisa de uma petição inicial (art. 801, 282 e 840) – tem que justificar a necessidade
da medida (fumus e periculum) e deve indicar o local onde deve ser realiza a busca, e
como você sabe que a pessoa ou a coisa estão naquele local (se não forem obedecidos
esses requisitos pode acarretar a inépcia da petição).
Requisitos de validade do mandado (art. 841).
Art. 839 - O juiz pode decretar a busca e apreensão de pessoas ou de coisas.
Art. 840 - Na petição inicial exporá o requerente as razões justificativas da medida e da
ciência de estar a pessoa ou a coisa no lugar designado.
Art. 841 - A justificação prévia far-se-á em segredo de justiça, se for indispensável. Provado
quanto baste o alegado, expedir-se-á o mandado que conterá:
I - a indicação da casa ou do lugar em que deve efetuar-se a diligência; (o requerente que
deve indicar)
II - a descrição da pessoa ou da coisa procurada e o destino a Ihe dar;
III - a assinatura do juiz, de quem emanar a ordem (deve ser assinado pelo juiz).
Art. 842 - O mandado será cumprido por dois oficiais de justiça, um dos quais o lerá ao
morador, intimando-o a abrir as portas.
§ 1º - Não atendidos, os oficiais de justiça arrombarão as portas externas, bem como as
internas e quaisquer móveis onde presumam que esteja oculta a pessoa ou a coisa
procurada.
§ 2º - Os oficiais de justiça far-se-ão acompanhar de duas testemunhas.
§ 3º - Tratando-se de direito autoral ou direito conexo do artista, intérprete ou executante,
produtores de fonogramas e organismos de radiodifusão, o juiz designará, para
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acompanharem os oficiais de justiça, dois peritos aos quais incumbirá confirmar a ocorrência
da violação antes de ser efetivada a apreensão. (pela lógica os peritos suprem as
testemunhas, ou seja, se tem os peritos, não precisa das testemunhas);
Art. 843 - Finda a diligência, lavrarão os oficiais de justiça auto circunstanciado (que
descreve pormenorizadamente todas as intercorrências /acidentes que ocorrerem na
execução do mandado, mesmo que não tenha êxito no cumprimento do mandado),
assinando-o com as testemunhas.

27/10/2009 - terça-feira

4) Arrolamento de bens (arts. 855 a 860, CPP) – indica os bens, e impede que os
bens sejam alienados. Não se limita somente à descrição de bens, mas também na
constrição dos bens. Serve para fazer um rol, inventariar, descrever bens litigiosos que
se encontrem em risco de extravio ou dissipação. A efetivação dessa medida cautelar
se dá mediante a descrição dos bens, e mediante a entrega dos bens a um depositário.
O arrolamento se presta tão somente à preservação de uma universalidade de bens,
fáticas ou jurídicas, de conteúdo desconhecido do demandante (essa é a diferença do
arrolamento pro seqüestro), ou seja, se o conteúdo dessa universalidade de bens for
conhecido do demandante é seqüestro.
Art. 90, CC. Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que,
pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária.
Tem natureza cautelar, ou seja, é preciso estar presente FBI e PIM.
Art. 855 - Procede-se ao arrolamento sempre que há fundado receio de extravio ou de
dissipação de bens (é no sentido lato, é qualquer ato que possa retirar do bem o valor
econômico – PIM).
Art. 856 - Pode requerer o arrolamento todo aquele que tem interesse na conservação dos
bens.
§ 1º - O interesse do requerente pode resultar de direito já constituído ou que deva ser
declarado em ação própria.
§ 2º - Aos credores só é permitido requerer arrolamento nos casos em que tenha lugar a
arrecadação de herança.
O Interesse do §1º é:
• Direito já constituído – ex.: herdeiro já constituído;
• Declarado em ação própria – através de ação onde se obtenha sentença com
conteúdo declaratório suficiente para alcançar a coisa julgada material envolvendo a
posse ou propriedade dos bens arrolados.
Art. 857 - Na petição inicial exporá o requerente:
I - o seu direito aos bens;
II - os fatos em que funda o receio de extravio ou de dissipação dos bens.
Credor:
• I - “Direitos dos bens” – basta demonstrar a possibilidade de direito sobre os
bens (FBI);
• II – “Periculum in mora”;
Os bens objeto do arrolamento: todos os bens móveis ou imóveis (ou semoventes) que
tenham valor econômico.
Procedimento da ação cautelar de arrolamento:
Inicia-se com uma petição inicial (art. 801, 282 e 857, CPC). O réu é citado para
contestar a ação. No arrolamento há uma figura indispensável que é a existência de um
depositário, que será nomeado pelo Juiz. Essa nomeação, segundo a doutrina, é
obrigatória. A primeira incumbência do depositário é lavrar o auto de arrolamento
descrevendo minuciosamente todos os bens sobre arrolamento e descrevendo ainda
quaisquer ocorrências que tenham interesse para a conservação destes bens. Ex.: se
são bens perecíveis, máquinas que necessitam de cuidados especiais... O juiz quando
for nomear o depositário deve observar vários requisitos, pois o depositário deve
descrever, valorar e cuidar da forma correta dos bens. As partes podem pedir a
mudança do depositário, ou o juiz pode escolher uma das partes. Devem assinar o auto

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de arrolamento o depositário e se estiverem presentes o oficial de justiça e
testemunhas.
Art. 858 - Produzidas as provas em justificação prévia, o juiz, convencendo-se de que o
interesse do requerente corre sério risco, deferirá a medida, nomeando depositário dos bens.
Parágrafo único - O possuidor ou detentor dos bens será ouvido se a audiência não
comprometer a finalidade da medida.
Art. 859 - O depositário lavrará auto, descrevendo minuciosamente todos os bens e
registrando quaisquer ocorrências que tenham interesse para sua conservação.
Art. 860 - Não sendo possível efetuar desde logo o arrolamento ou concluí-lo no dia em que
foi iniciado, apor-se-ão selos nas portas da casa ou nos móveis em que estejam os bens,
continuando-se a diligência no dia que for designado.
Diferenças:
• Arresto – a propriedade do bem é do arrestado, do Réu da ação, do devedor;
• Seqüestro – não se sabe de quem é a propriedade dos bens;
• Busca e apreensão – o bem é importante, mas ele não se confunde com bem
objeto do litígio, se não seria seqüestro;
• Arrolamento – não se sabe quais são os bens.

03/11/2009 - terça-feira

PROCEDIMENTOS CAUTELARES DESTINADOS À ASSEGURAÇÃO DE PROVA


Da exibição (art. 844 e 845, CPC) – existem 3 espécies de exibição:
1) Exibição como produção de prova no curso do processo (art. 355 e SS, CPC) – o
interesse do Requerente visa unicamente a prova no processo. Pressupõe lide
pendente. Não há o que se falar em cautelaridade ou satisfatividade (é mero incidente
probatório);
2) Exibição como pretensão satisfativa (todos os casos do art. 844, CPC, são de pretensão
satisfativa) – quando essa exibição atende à uma relação jurídica (pretensão) de direito
material ou de direito processual. Não tem relação de assessoriedade com nenhuma
outra demanda. Atende a uma pretensão autônoma (o que não é a mesma coisa do
que procedimento autônomo);
3) Exibição como pretensão cautelar – tem que haver os mesmos requisitos e qualquer
ação cautelar, é subordinada a esses requisitos (FBI e PIM). É asseguração de prova.
Pode ser incidental ou preparatória. É instaurado com petição inicial (art. 282, 801 e
356, CPC);
Art. 358 - O juiz não admitirá a recusa:
I - se o requerido tiver obrigação legal de exibir;
II - se o requerido aludiu ao documento ou à coisa, no processo, com o intuito de constituir
prova;
III - se o documento, por seu conteúdo, for comum às partes.
Art. 844 - Tem lugar, como procedimento preparatório, a exibição judicial:
I - de coisa móvel em poder de outrem e que o requerente repute sua ou tenha interesse em
conhecer;
II - de documento próprio ou comum, em poder de co-interessado, sócio, condômino, credor
ou devedor; ou em poder de terceiro que o tenha em sua guarda, como inventariante,
testamenteiro, depositário ou administrador de bens alheios;
III - da escrituração comercial por inteiro, balanços e documentos de arquivo, nos casos
expressos em lei.
Art. 845 - Observar-se-á, quanto ao procedimento, no que couber, o disposto nos arts. 355 a
363, e 381 e 382.

05/11/2009 - quinta-feira

PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVAS


- Procedimento onde há o exercício pela parte da “pretensão à segurança da prova”.

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- Estamos diante de um procedimento que tem natureza cautelar (estão presentes o FBI e
PIM).
- O destino está em assegurar atos de natureza instrutória, ou seja, refere-se a atos
instrutórios. É destinada à produção de prova testemunhal e pericial (a produção antecipada
de provas não se presta para produção de prova documental), que são produzidas na fase
instrutória da ação principal.
- Medida cautelar de eficácia completa, ela não perde a eficácia se não for proposta ação no
prazo de 30 dias, pois não causa nenhum dano ou prejuízo à outra parte, como nos outros
casos.
- Valoração da prova – quem dá valor à prova? O juiz da ação principal, não é o juiz da ação
cautelar.
A prova tem 3 fases: 1) propõe; 2) admitir; e 3) produção (na produção antecipada de provas
vai direto para a produção, as outras fases são feitas na ação principal, pois o juiz tem que
saber quais os pontos controvertidos, se a prova é oportuna ou não).
- Natureza da prova – não há mudança na natureza da prova produzida, se foi produzida
como testemunhal, vai ser valorada como testemunhal, se foi produzida como pericial, vai ser
valorada como pericial.
- Tem cabimento em qualquer que seja a natureza da futura ação principal, pode ser de
conhecimento, cautelar (incomum), procedimentos especiais...
- Quem pode ajuizar? O futuro autor ou réu de uma ação.
Art. 846 - A produção antecipada da prova pode consistir em interrogatório da parte,
inquirição de testemunhas e exame pericial. (esse é o objeto da produção antecipada da
prova: interrogatório da parte, inquirição de testemunhas e exame pericial).
Art. 847 - Far-se-á o interrogatório da parte ou a inquirição das testemunhas antes da
propositura da ação, ou na pendência desta, mas antes da audiência de instrução:
I - se tiver de ausentar-se;
II - se, por motivo de idade ou de moléstia grave, houver justo receio de que ao tempo da
prova já não exista, ou esteja impossibilitada de depor.
Art. 848 - O requerente justificará sumariamente a necessidade da antecipação e
mencionará com precisão os fatos sobre que há de recair a prova.
Parágrafo único - Tratando-se de inquirição de testemunhas, serão intimados os interessados
a comparecer à audiência em que prestará o depoimento.
Art. 849 - Havendo fundado receio de que venha a tornar-se impossível ou muito difícil a
verificação de certos fatos na pendência da ação, é admissível o exame pericial.
Art. 850 - A prova pericial realizar-se-á conforme o disposto nos arts. 420 a 439.
Art. 851 - Tomado o depoimento ou feito exame pericial, os autos permanecerão em
cartório, sendo lícito aos interessados solicitar as certidões que quiserem.
Procedimento
É um procedimento autônomo, por isso necessita de petição inicial (art. 282, 801 e 848) – tem
que informar o que quer provar com aquilo, não pode ser genérico. Quando for prova
testemunhal tem que apresentar o rol de testemunhas junto com a petição inicial (então o
juiz marca audiência e ouve a testemunha). Se for prova pericial deve apresentar os quesitos
e indicar assistente técnico (o juiz nomeia perito, fica prazo para apresentação do laudo).
A prova fica arquivada em cartório.

10/11/09 - terça-feira

JUSTIFICAÇÃO – Arts. 861 a 866, CPC


- Procedimento avulso de coleta de prova testemunhal – O intuito é de ouvir testemunhas
para melhor averiguação para ver se a medida cautelar vai ser ou não com concedida.
Significa tornar plausível um fato em juízo.
- É um procedimento não contencioso, ou seja, não há litígio. A natureza jurídica é de
jurisdição voluntária não contenciosa.
- É um procedimento que não é cautelar. A justificação não tem natureza cautelar. Está
previsto entre as medidas cautelares, por que tem natureza assecuratória. É um
procedimento assecuratório, mas não tem natureza cautelar.

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A justificação não serve para afastar do processo principal o periculum in mora. Não precisa
demonstrar fumus boni iuris e nem o periculum in mora.
- A sentença produzida neste procedimento não faz coisa julgada material, visando tão
somente (finalidade) é justificar (é diferente de declarar existente, e se a pessoa quer que
seja declarada alguma relação jurídica deverá ajuizar uma ação declaratória) a existência de
um fato ou relação jurídica. . Justificar é diferente de declarar. Esta é promovida por meio de
uma ação declaratória, que possui cunho contencioso (ação de conhecimento).
- Objeto:
• Simples documento – próprio do Requerente;
• Prova em processo regular – judicial/administrativo;
Art. 861, do CPC – Quem pretender justificar a existência de algum fato ou relação jurídica,
seja para simples documento e sem caráter contencioso, seja para servir de prova em
processo regular, exporá, em petição circunstanciada, a sua intenção.
(o objeto da justificação é um simples documento ou a prova em processo regular [judicial ou
administrativo]).
O juiz da justificação não irá valorar a prova, somente declarando a existência ou não de uma
relação jurídica, sendo que este documento for utilizado posteriormente em outro processo o
juiz deste que irá valorar a referida prova.
- Procedimento:
• É autônomo, ou seja, precisa de uma petição inicial (art. 282 e 861);
Art. 862 - Salvo nos casos expressos em lei, é essencial a citação dos interessados.
Parágrafo único - Se o interessado não puder ser citado pessoalmente, intervirá no
processo o Ministério Público.
(Os interessados são todos que puderem ser atingidos com a prova. O MP só irá intervir
quando o interessado não for citado pessoalmente que é nos casos de citação ficta – por
edital ou hora certa – se por acaso o interessado for citado, mas não comparecer o MP não
deve intervir. Todavia, o MP sempre irá atuar como fiscal da Lei, sendo o interessado citado
ou não).
Art. 863 - A justificação consistirá na inquirição de testemunhas sobre os fatos alegados,
sendo facultado ao requerente juntar documentos.
Não se presta a justificação para produção de prova pericial ou documental (só cabe em
prova testemunhal, e se for utilizada em outro processo, só será valorada como prova
testemunhal).
Art. 864 - Ao interessado é lícito contraditar as testemunhas, reinquiri-las e manifestar-se
sobre os documentos, dos quais terá vista em cartório por 24 (vinte e quatro) horas.
Parágrafo único - O juiz não se pronunciará sobre o mérito da prova, limitando-se a verificar
se foram observadas as formalidades legais.
Essa prova é colhida da mesma forma que em um processo de conhecimento. Depois de
colhida a prova testemunhal o juiz prolata uma sentença. Todavia, o juiz não observa o mérito
da prova, sendo a sentença meramente homologatória da prova produzida.
Art. 865 - No processo de justificação não se admite defesa nem recurso.
***VAI CAIR NA PROVA*** – art. 865 – o interessado é citado para comparecer e participar,
não para contestar. No caso do recurso, se o juiz indefere a petição inicial cabe apelação. Se o
juiz desentranha um documento cabe agravo. O que o artigo quer dizer é que não cabe
recurso contra a sentença homologatória (contra a sentença que homologa a prova – se for
outra decisão pode ser impetrar com agravo ou apelação).
Art. 866 - A justificação será afinal julgada por sentença e os autos serão entregues ao
requerente independentemente de traslado, decorridas 48 (quarenta e oito) horas da decisão.
O destino dos autos é ser entregue ao Requerente, não fica em Cartório, no prazo de 48 horas
para que o interessado possa retirar e tirar cópia.

12/11/2009 - quinta-feira

DOS PROTESTOS, NOTIFICAÇÕES E NTERPELAÇÕES (Arts. 867 a 873, CPC)


- Não tem natureza cautelar (não assegura, nem necessita de FBI nem PIM).
- É um processo não contencioso.

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- Servem para conduzir efeitos no plano do direito material, atuam no campo das relações
jurídicas substanciais (materiais).
- Formas de exteriorização da vontade, ou seja, formalizar as manifestações da vontade.
PROTESTO (é diferente do protesto cambial do direito comercial)
Art. 867 - Todo aquele que desejar prevenir responsabilidade, prover a conservação e
ressalva de seus direitos ou manifestar qualquer intenção de modo formal, poderá fazer por
escrito o seu protesto, em petição dirigida ao juiz, e requerer que do mesmo se intime a quem
de direito.
- Serve para (Hipóteses de protesto):
• Prevenir responsabilidade;
• Prover a conservação de direitos. Ex.: protesto interruptivo da prescrição (art. 202, II,
CC);
• Prover a ressalva de direitos. Ex.: protesto contra alienação de bens;
Conceito – tem por fim conservar ou preservar direitos porventura pré-existentes.
NOTIFICAÇÃO
Conceito – consiste na cientificação que se faz a outrem conclamando-o a fazer ou deixar de
fazer alguma coisa sobre cominação de pena.
INTERPELAÇÃO
Conceito – Tem por fim específico servir ao credor para fazer conhecer ao devedor a
exigência de uma obrigação sob pena de ficar constituído em mora (397, §ú, CC).
PROCEDIMENTO – é igual para os 3. Depende a elaboração de uma petição inicial (fatos e
fundamentos do protesto – arts. 282 e 868, CPC). O restante é igual na justificação, o
processo será entregue a quem impetrou com a ação. Podem ser feitos extrajudicialmente.
HOMOLOGAÇÃO DO PENHOR LEGAL (Arts. 874 a 876, CPC)
- O penhor pode decorrer de convenção das partes ou da Lei (o legal está previsto no art.
1.467, CC).
- O penhor é um ato de autotutela, mas não é abusivo.
- Não é cautelar, pois não assegura nada. Está apenas regularizando um ato que a Lei
autoriza fazer.
- É contencioso.
- É um procedimento autônomo. Necessita de uma petição inicial (art.s 282 e 874, CPC).
- A sentença constitui garantia real (sentença constitutiva positiva – se o juiz não conceder o
requerido, é uma sentença declaratória negativa).
- O destino do processo é igual ao da justificação. O processo é entregue ao requerente.

17/11/09 - terça-feira

POSSE EM NOME DO NASCITURO (Arts. 877 e 878)


- É medida destinada a permitir que se dê proteção aos interesses do feto, através da
constituição de prova da existência da gravidez para o fim de permitir que o representante
legal do nascituro seja investido na posse de seus direitos.
Após o nascimento com vida o feto passa a exercer eventual direito seu.
- A posse do nascituro é cabível somente quando se está diante de um caso de sucessão por
morte em que o nascituro venha a ser um dos sucessores do falecido. Não vai declarar a
paternidade, vai comprovar estado de gravidez.
Procedimento
- Não é procedimento cautelar, visa apenas produzir prova do estado de gravidez.
- A legitimidade ativa é da gestante. E a passiva é dos demais herdeiros do de cujus.
- Inicia-se com uma petição inicial, juntando um documento que comprove a gravidez. O juiz
nomeia um perito para garantir se esta grávida, se for comprovado investe a mãe da posse
dos direitos do nascituro.
Art. 877 - A mulher que, para garantia dos direitos do filho nascituro, quiser provar seu
estado de gravidez, requererá ao juiz que, ouvido o órgão do Ministério Público, mande
examiná-la por um médico de sua nomeação.
§ 1º - O requerimento será instruído com a certidão de óbito da pessoa, de quem o nascituro
é sucessor.

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§ 2º - Será dispensado o exame se os herdeiros do falecido aceitarem a declaração da
requerente.
§ 3º - Em caso algum a falta do exame prejudicará os direitos do nascituro.
Art. 878 - Apresentado o laudo que reconheça a gravidez, o juiz, por sentença, declarará a
requerente investida na posse dos direitos que assistam ao nascituro.
Parágrafo único - Se à requerente não couber o exercício do pátrio poder, o juiz nomeará
curador ao nascituro.
ATENTADO (Arts. 879 a 881)
- É a criação de uma situação nova, ou a mudança do estatus quo pendente à lide lesiva à
parte e sem razão de direito.
- Precisa estar presente:
• A pendência de uma causa (toda ação de atentado é sempre incidental);
• Que aja inovação no estado de fato inicial da lide;
• Ilegalidade da inovação;
• Não há atentado se não houver prejuízo à parte contrária;
• Precisa existir a violação e não a mera ameaça à violação;
- Pode ser proposta independente da natureza da ação principal (pode ser conhecimento,
cautelar, de execução...).
- Não há necessidade de investigação específica da intenção da parte, bastando a
constatação objetiva a inovação do estado de fato inicial da lide (não há que se questionar se
a parte agiu com dolo ou culpa).
Procedimento
- O réu é citado para contestar em 5 dias, pode ser produzida prova, e depois o juiz prolata
uma sentença.
***PROVA***
Efeitos:
A) O reconhecimento da inovação ilícita no estado de fato cometida pelo
Requerido (da ação de atentado) em detrimento do Requerente;
B) Ordem de restabelecimento do estado de fato anterior;
C) A suspensão da causa principal enquanto se aguarda o restabelecimento;
D) A proibição do Requerido de falar nos autos até a purgação do atentado;
E) Eventualmente condenação do Requerido em perdas e danos (Ônus da
sucumbência);
F) Comporta execução imediada, já que a apelação é recebida apenas no efeito
evolutivo (art. 520);
G) Se o Requerido não restabeleceu o estado anterior, o Requrente pode fazê-lo
às custas do Requerido;
Art. 879 - Comete atentado a parte que no curso do processo:
I - viola penhora, arresto, seqüestro ou imissão na posse;
II - prossegue em obra embargada;
III - pratica outra qualquer inovação ilegal no estado de fato.
Art. 880 - A petição inicial será autuada em separado, observando-se, quanto ao
procedimento, o disposto nos arts. 802 e 803.
Parágrafo único - A ação de atentado será processada e julgada pelo juiz que conheceu
originariamente da causa principal, ainda que esta se encontre no tribunal.
Art. 881 - A sentença, que julgar procedente a ação, ordenará o restabelecimento do estado
anterior, a suspensão da causa principal e a proibição de o réu falar nos autos até a purgação
do atentado.
Parágrafo único - A sentença poderá condenar o réu a ressarcir à parte lesada as perdas e
danos que sofreu em conseqüência do atentado.

Próxima aula somente para tirar dúvidas.

2ª PROVA SOMENTE MATÉRIA DO 2º BIMESTRE.

TRABALHO
DA CAUÇÃO (art. 826 a 838, CPC)

ELABORADA POR SUELEN CRISTINA MEDEIROS MENDES – suelencmm@hotmail.com


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Manuscrito (5 páginas) – abordar: quais são as cauções cautelares e quais são as cauções não
cautelares. Nas 2 tem que analisar procedimento, interesse e legitimidade. Entregar até a 1ª
aula depois da prova (ou antes).

ELABORADA POR SUELEN CRISTINA MEDEIROS MENDES – suelencmm@hotmail.com

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