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Itajaí
2009
RUBENS CORREA RAM OS
Itajaí
2009
RUBENS CORREA RAM OS
Esta M onografia foi julgada adequada para a obtenção do título de Bacharel em Comunicação
Social Publicidade e Propaganda e aprovada pelo Curso de Comunicação Social Publicidade e
Propaganda da Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação Itajaí.
M arshall M cLuhan
RESUM O
A Internet faz parte do cotidiano das pessoas e está presente como mídia integrante de
campanhas publicitárias. O discurso publicitário para a Internet tem características que se
diferem dos meios convencionais. No presente trabalho o problema e pergunta de pesquisa é
saber como a Internet foi utilizada no processo de criação da campanha Eliseu do ClassiSanta
(classificados) do Jornal de Santa Catarina do grupo RBS? Sendo que esta campanha fez uso
em seu mix de mídia dos meios convencionais e da Internet. Sabendo que o conteúdo do
discurso publicitário na Internet requer mais estudos e atenção, o objetivo geral é verificar
como a Internet foi utilizada no processo de criação da referida campanha. A teoria base do
estudo abrange assuntos ligados a Internet, linguagem, marketing e propaganda digital,
discurso publicitário tanto em meios convencionais como na Internet. Os resultados apontaram
que na campanha Eliseu a Internet foi utilizada com pertinência e que seus exclusivos recursos
foram adotados nas peças e ações que envolveram o meio. O discurso publicitário da
campanha passou por adaptações dos meios convencionais para a Internet, assumindo
características próprias. Sobre a metodologia utilizada, a pesquisa se enquadra como de
natureza exploratória, qualitativa na sua forma de abordagem, bibliográfica e estudo de caso
quanto ao seu delineamento e como método teve o descritivo analítico.
The Internet is part of the daily lives of people and is present as part of media campaigns. The
speech advertising to the Internet has characteristics that differ from conventional means. In
this work the problem and research question is how the Internet was used in the process of
creating the campaign of Eliseu ClassiSanta (classified) by the Jornal de Santa Catarina RBS
group? Since this campaign has made use of media in their mix of conventional media and the
Internet. Knowing that the content of speech on the Internet advertising requires more study
and attention, the general aim is to see how the Internet was used in the creation of this
campaign. The theory basis of the study covers issues related to Internet, language, marketing
and digital advertising, advertising discourse both in conventional means such as the Internet.
The results showed that the campaign Eliseu the Internet was used with its relevance and
unique resources that were used on the parts and actions involving the environment. The
speech of the advertising campaign went through adjustments of the conventional means for
the Internet, assuming its own characteristics. On the methodology, the research falls as
exploratory in nature, qualitative in its approach, literature and case study about their design
and analytical method was descriptive.
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 10
1.1 Justificativas ...................................................................................................................... 10
1.2 Problema e Pergunta de Pesquisa ...................................................................................... 11
1.3 Objetivo geral .................................................................................................................... 11
1.3.1 Objetivos específicos ...................................................................................................... 12
1.4 Hipóteses ............................................................................................................................ 12
2. EM BASAM ENTO TEÓRICO ............................................................................................ 13
2.1 A humanidade organizada em Rede .................................................................................. 13
2.2 Evolução da linguagem ...................................................................................................... 14
2.3 Internet como alicerce da comunicação todos para todos .................................................. 17
2.3.1 Sociedade da Informação ................................................................................................ 19
2.3.2 Interatividade e convergência ......................................................................................... 23
2.4 Usabilidade em portais web ............................................................................................... 25
2.5 M arketing e propaganda na Internet ................................................................................. 29
2.6 Discurso publicitário ..........................................................................................................30
2.6.1 Discurso publicitário na Internet .................................................................................... 37
3. M ETODOLOGIA ............................................................................................................... 40
4. ESTUDO DE CASO DA CAM PANHA ELISEU ............................................................. 42
4.1 Análise das peças - meios convencionais ......................................................................... 43
4.1.1 Teaser ............................................................................................................................. 43
4.1.2 Jornal .............................................................................................................................. 44
4.1.3 TV .................................................................................................................................. 50
4.1.4 Ação de guerrilha ........................................................................................................... 52
4.2 Análise das peças – Internet .............................................................................................. 56
4.2.1 Hotsite Buffet do Eliseu ................................................................................................. 56
4.2.2 Twitter do Eliseu ............................................................................................................ 62
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 65
REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 68
APÊNDICE ......................................................................................................................... 70
10
1. INTRODUÇÃO
Vivemos uma época em que a informação faz parte do nosso dia-a-dia e estamos
assistindo a vários fenômenos tanto na área social quanto na comunicação. A sociedade está
entrando com muita força na era digital, boa parte da população tem acesso à Internet, seja nas
escolas, no trabalho ou até mesmo em casas de jogos online e Internet. A Internet possibilita
com facilidade e agilidade o acesso à informação, em sites dos mais variados possíveis: de
busca, entretenimento, comércio eletrônico, etc.
Na comunicação e mais especificamente na publicidade o uso estratégico da Internet,
independente do formato do anúncio, já é considerado como parte do mix de mídias, ou seja,
as mídias que foram escolhidas para melhor atingir o público-alvo em uma determinada
campanha. Antes da publicidade vem o marketing das empresas, que ao perceber as mudanças
e a importância da Internet despertaram para a era digital. Entretanto, para uma comunicação
mercadológica que traga resultados, é necessário conhecer os recursos e as particularidades da
Internet e assim desenvolver um discurso publicitário eficiente.
O discurso publicitário para a Internet precisa de novas abordagens, pois a Internet
conta com recursos e tecnologias que os meios convencionais não disponibilizam. Nesse
sentido, é necessário levar em consideração questões que envolvem interatividade,
convergência, usabilidade e navegabilidade, entre outras. Da mesma forma que ocorreu com
os meios convencionais, o discurso publicitário na Internet se apropria de técnicas encontradas
em seus precursores. Algumas diretrizes também podem ser obtidas do conceito de
webwriting, que nasceu do jornalismo online e se expandiu para outras áreas da comunicação.
Ao criar para a Internet, além de conhecer a marca, produto ou serviço e saber dos anseios dos
internautas, é preciso aplicar seus recursos tecnológicos de maneira adequada.
1.1 Justificativas
que auxilie a elaborar anúncios persuasivos para o internauta ou que aborde especificamente o
discurso publicitário na Internet, levando em consideração seus mais variados recursos. A
Internet cria demandas de consumidores com gostos diferenciados e certamente precisa de
uma abordagem diferente que possa ter intimidade com essa demanda. Banners, hotpages,
hotsites, promosites, tunnels, e muitos outros tipos de anúncios online carregam discurso
publicitário, pois têm como objetivo anunciar marcas, produtos ou serviços. Entretanto, o
conteúdo desse discurso é pouco estudado e observado.
A pesquisa se torna viável, pois temos na região do Vale do Itajaí, em Santa Catarina,
agências de comunicação que usam a Internet nas campanhas realizadas para seus clientes.
Empresas dos mais variados segmentos reconhecem a importância da Internet para seus
negócios e investem nessa ferramenta. Nem sempre os meios convencionais são utilizados de
maneira integrada com a Internet, o que pode dificultar o estudo. Entretanto, não inviabiliza a
pesquisa, sendo que encontramos casos onde Internet e os meios convencionais tiveram êxito
complementando-se na mesma campanha.
O discurso publicitário evolui com o decorrer do tempo. “Esta linguagem usada pelas
agências de propaganda nos anúncios e textos comerciais sofreu grandes modificações desde
os primórdios da atividade propagandística até nossos dias.” (MARTINS, 1997, p.10). A
evolução do discurso publicitário engloba todos os meios e atualmente a Internet vem sendo
usada no mix de mídias das campanhas publicitárias, juntamente com mídias convencionais.
Levando em consideração que “cada mídia tem seus modos de comunicar o consumidor."
(FIGUEIREDO, 2005, p.5), cabe saber, como a Internet foi utilizada no processo de criação da
campanha Eliseu do ClassiSanta (classificados) do Jornal de Santa Catarina do grupo RBS?
Sendo que esta campanha fez uso em seu mix de mídia dos meios convencionais e da Internet.
Verificar como a Internet foi utilizada no processo de criação da campanha Eliseu para o
ClassiSanta (classificados) do Jornal de Santa Catarina, do grupo RBS.
12
1.4 Hipóteses
Não houve adaptação do discurso para a Internet. Simplesmente foram utilizados os mesmos
recursos tanto visual como verbal dos meios convencionais.
A Internet teve um papel de mídia de apoio, portanto não houve grandes cuidados quanto ao
formato e os atrativos do meio.
Foi preservada a ideia base da campanha e a Internet participou de maneira integrada com os
meios convencionais.
13
Os novos tempos anunciados pela Internet só são possíveis em razão do nível atual de
desenvolvimento da linguagem e da comunicação humana. Para Castells (2004, p.9) “a
comunicação consciente (a linguagem humana) é o que determina a especificidade biológica
da espécie humana”. A linguagem nos diferencia como seres humanos, por meio dela
podemos influenciar diretamente e indiretamente tanto no nosso contexto como no das demais
espécies. Castells parece concordar com M cLuhan (1969, p.98) quando este cita que: “a
linguagem sempre foi considerada a mais rica forma de arte humana, pois que a distingue da
criação animal.” Apesar de que o primeiro faz referência à linguagem como um processo
14
consciente e o segundo como uma arte, ambos falam da distinção entre homem e animal. Lévy
(1993, p.76), entende a linguagem como “[...] instrumento de memória e de propagação das
representações”. Uma grande característica humana é a capacidade que dispomos para
armazenar, transmitir e moldar o conhecimento. O aperfeiçoamento dessa capacidade permitiu
a humanidade passar por vários estágios até chegar a Era da Informação.
desenhista fosse excepcional, após algumas cópias, a imagem obtida poderia não se parecer
nem um pouco com a original. A impressão muda esse contexto, pois permite a reprodução
em grande escala de textos, imagens, mapas, gráficos, etc. Surge a cópia.
A noção de sequencialidade histórica está ligada diretamente ao advento da impressão.
Por meio dela a humanidade rompe em certa medida com a ideia de discussão verbal,
característico na Idade M édia e passa à demonstração visual. Além do aspecto visual, que
estampa o conhecimento diante dos olhos humanos, a impressão permite que o conhecimento
após ser produzido seja reproduzido em massa. Em consequência, o homem está cada vez
menos ligado ao tempo e ao lugar, o saber começa a alcançar proporção global, como cita
M cLuhan (1969, p.195) “[...] a explosão tipográfica estendeu as mentes e as vozes dos
homens para reconstruir o diálogo humano numa escala global que atravessou os séculos”.
A impressão tipográfica permitiu a fabricação de um dos maiores ícones do
conhecimento, o livro. O livro é uniforme e sequencial, podendo ser reproduzido infinitas
vezes e com ele vem a noção de quantidade, fragmentação e separação, além do que pode ser
facilmente transportado. Com o livro o saber ganha portabilidade. Quaisquer ideias ou teorias
podem ser consultadas, criticadas, comparadas em escala global. Esse salto impulsionado pelo
livro “separou Deus da Natureza, o Homem da Natureza, e o Homem do Homem”
(M CLUHAN, 1969, p.201).
Novas possibilidades de comunicação, de organização politicossocial e de transmissão
do saber só foram possíveis graças à impressão. Todavia, alguns dos valores fundados com
base nesta tecnologia foram nitidamente afetados após o surgimento de outros aparatos
tecnológicos de comunicação, como o telefone, rádio, televisão e o cinema.
A noção de sequencialidade e de desencadeamento proporcionada pelo livro ou pela
impressão perderam força com o surgimento dos meios eletrônicos e mecânicos de
comunicação. Com o cinema, por exemplo, a humanidade viu sua própria imagem projetada e
em movimento, o que ocasionou um transporte para além da sequência lógica e linear. Nesse
momento foi possível criar estruturas e configurações que ofereceram outras possibilidades
sensoriais para entender a história e as relações humanas. É um momento em que o homem
pode ver a si mesmo, não apenas como num espelho, mas num espelho mágico atemporal e
configurável. Entretanto, esses recursos tecnológicos não rompem com as estruturas
instauradas pela escrita. Ao falar do rádio e da televisão, Lévy (1999, p.117) cita que:
A verdadeira ruptura com a pragmática da comunicação instaurada pela
escrita não pode estar em cena com o rádio ou a televisão, já que estes
instrumentos de difusão em massa não permitem nem uma verdadeira
reciprocidade nem interações transversais entre participantes.
17
O surgimento das mídias de massa parece dar sequência à escrita, pois a mensagem
ainda é destinada a pessoas dispersas, buscando um ponto em comum entre elas. Os
destinatários podem filtrar, mas não têm o controle da mensagem, são quase que passivos,
podem escolher o que vão consumir, mesmos assim apenas consomem. Esse esquema de
comunicação, um para muitos, identificável da escrita até os meios eletrônicos, se vê
ameaçado com o surgimento da Internet.
1
A parte visível da Internet.
20
O grupo acrescenta que a partir dos anos 60 a sociedade passou a caminhar rumo a um
modelo de organização no qual o controle e a otimização dos processos industriais passaram a
ser substituídos pelo processamento e manejo da informação como “chave” econômica. Na
Sociedade Industrial se tinha acesso aos bens produzido por outras pessoas, na Sociedade Pós-
industrial o acesso era aos serviços prestados, já na Sociedade da Informação se tem acesso à
informação gerada por outros.
Na visão do Grupo Telefônica do Brasil, a Sociedade da Informação está mais ligada a
fatores econômicos. O Grupo também ressalva a importância do compartilhamento e da
disponibilidade da informação, envolvendo diversos membros da sociedade. A informação
passou a ser de suma importância e determinante para a economia contemporânea.
Um conceito mais amplo que aborda vários aspectos do fenômeno social causado pela
informação se observa em M artin (1995 apud GALARÇA, 2004, p.50):
Sociedade da Informação é uma sociedade na qual a qualidade de vida, bem
como as perspectivas de transformação social e de desenvolvimento
econômico dependem crescentemente da informação e da sua exploração.
Em tal sociedade, os padrões de vida, trabalhos e lazer, o sistema
educacional e o posicionamento no mercado são todos influenciados
marcantemente por avanços na informação e no conhecimento. Isso se
evidencia em um crescente acúmulo de produtos e serviços de elevado grau
de intensidade de informação, difundidos por um extenso leque de meios de
comunicação, muitos dos quais de natureza eletrônica.
é colocada novamente como “chave”, contudo, o leque se abre para outras instâncias como
educação, lazer, trabalho e produtos ligados à tecnologia da informação.
É possível encontrar várias definições para a abrangência do termo Sociedade da
Informação. É importante também destacar alguns parâmetros e modelos que definem sua
existência. Como o proposto por Webster, baseado em fatores de cunho tecnológico,
econômico, ocupacional, espacial e cultural. Segundo o autor, no que se refere ao fator
tecnológico, o acesso à informação foi intensificado pela redução de preços dos computadores
e outras tecnologias decorrentes da informática. Para ele, torna-se muito difícil dissociar o
fenômeno informativo da explosão tecnológica, em virtude da própria caminhada que resulta
no que se observa hoje em padrões de comunicabilidade. No fator econômico, Webster
destaca que as empresas, organizações públicas e privadas, através da inovação tecnológica,
aperfeiçoaram o sistema de transmissão e produção de informação, além do que existe uma
tendência à atividade que aumente o valor agregado dessas instituições, beneficiando a
economia. A principal ocupação das pessoas nos grandes centros populacionais do mundo
está sendo centralizada na economia da informação, o que traz novas exigências e adaptações
ocupacionais. Quando se refere ao fator espacial, Webster destaca que no mundo globalizado
a transmissão de informações encurta distâncias, elimina barreiras nacionais e idiomáticas e
coloca todos no mesmo cenário através das redes de informação. Na cultura, Webster salienta
que a vida diária e cotidiana das pessoas na atualidade é regida principalmente por
informações. Os lares e as demais relações sociais são mantidos e aprofundados com
referência, representação e significação da vida em sociedade (WEBSTER, 1995 apud
GALARÇA, 2004). Os parâmetros expostos mostram-se interligados, um decorre do outro,
para sugerir pilares estruturais da Sociedade da Informação. É importante observar que não se
esgotam as possibilidades de existir outros parâmetros, ou que, os apresentados não sejam
abordados de maneira diferente.
As tecnologias digitais permitiram um outro modelo de agrupamento da humanidade,
baseado principalmente nas redes sociais à distância, a partir da comunicação mediada por
computadores. As origens da formação da sociedade global estão vinculadas às primeiras
pessoas e instituições, envolvidas nos projetos iniciais tanto da informática como da Internet.
Nessas primeiras conexões os objetivos eram ligados ao lazer e a assuntos pessoais. Hoje, as
inter-relações possibilitadas pelos aparatos tecnológicos de informação abrangem questões
econômicas, sociais, mercadológicas, culturais e uma lista muito extensa de atividades
humanas. A Sociedade da Informação está pautada em parâmetros e modelos que geralmente
envolvem pessoas, infraestrutura e instituições.
23
Para não cair numa visão utópica, é pertinente destacar que as tecnologias não chegam
igualmente nem ao mesmo tempo a todas as pessoas. Existe uma expressiva exclusão de
grupos sociais quando o assunto é o acesso às tecnologias digitais e aos benefícios oferecidos
por elas. M esmo com o notado crescimento de projetos de incentivo e o acesso cada vez mais
democrático. De qualquer modo, na Sociedade da Informação a comunicação está ampliada
globalmente e um novo nível de linguagem facilita o entendimento entre as pessoas, tendo na
Internet e nos seus recursos de interatividade e capacidade de convergência, a base
fundamental.
Inicialmente o termo portal web era empregado para denominar mecanismos de busca
que facilitavam o acesso a informações espalhadas pela Internet: era praticamente a porta de
entrada quando se iniciava uma navegação. M ais tarde, a terminologia foi estendida para
outros tipos de sistemas, como os portais públicos e portais corporativos, ambos com contexto
de uso bem distintos. Segundo Dias (2003, p.6): “O portal público, também denominado
portal de consumidores, provê ao “internauta” uma única interface à imensa rede de
servidores que compõem a Internet”. De acordo com a autora, os portais públicos podem ser
divididos em horizontais e verticais. Os portais horizontais são os portais que atendem ao
grande público, oferecendo uma variedade de serviços e conteúdo de diversas áreas e temas.
Enquanto os portais horizontais atraem a comunidade Internet como um todo, os portais
verticais enfocam um público menor, especialmente em determinado ramo da indústria, tema
ou ideia. Os portais verticais são o que, no passado recente, chamávamos simplesmente de
sites web (DIAS, 2003). Já os portais corporativos têm como propósito auxiliar os usuários de
sistemas corporativos a encontrarem informações pertinentes para fazer frente aos
concorrentes. Também são chamados de portal de informações corporativas, portal de
negócios, portal de informações empresariais, entre outras nomenclaturas.
Devido à diversidade de portais e softwares, apareceu a necessidade de se fazer
estudos e formular princípios que pudessem facilitar a interação com o usuário. Então, na
década de 80 surgiu o conceito de Usabilidade. Este conceito tem variadas definições, entre as
mais significativas estão as que abordam o produto, o usuário, o desempenho do usuário e o
contexto de uso.
As definições orientadas ao produto estão associadas a características ergonômicas do
produto, com destaque para os itens:
Funcionalidade: Capacidade de fornecer funções que atendam a necessidades
expressas e implícitas.
Confiabilidade: Capacidade de manter seu nível de desempenho.
Usabilidade: Capacidade do produto de ser compreendido, aprendido, usado e
apreciado pelo usuário.
Eficiência: Capacidade de operar no nível de desempenho requerido, em relação à
quantidade de recursos empregados.
Possibilidade de manutenção: Capacidade de ser modificado, que pode abranger
correções, melhorias ou adaptações do software, mudanças do ambiente ou nas
especificações funcionais e de requisitos.
Portabilidade: Capacidade de ser transferido de um ambiente a outro. (DIAS, 2003).
27
contexto possa alcançar seus objetivos e que o produto ofereça condições para tal. Uma
definição que completa a ideia anterior é proposta por Nielsen e Loranger (2007):
A usabilidade é um atributo de qualidade relacionado à facilidade do uso de
algo. Mais especificamente, refere-se à rapidez com que os usuários podem
aprender a usar alguma coisa, a eficiência deles ao usá-la, o quanto lembra
daquilo, seu grau de propensão a erros e o quanto gostam de utilizá-la.
As empresas que estão por dentro das mudanças causadas pelas tecnologias digitais
adaptaram suas atividades às novas exigências. Tendo a possibilidade de maior interação com
os clientes, desenvolvem estratégias de marketing que utilizam os novos recursos. Para
Chleba, (2000 p.18): “Essa mudança na maneira de fazer negócios é radical em muitos
segmentos. A adesão ou não a ela pode eliminar empresas do mercado, assim como fazer
novas empresas surgirem, aproveitando as oportunidades existentes em todo processo de
mudança”.
De acordo com Chleba, os recursos mais interativos das tecnologias digitais
possibilitam ao usuário a troca de informações sobre o que se deseja consumir. O marketing
digital permite personalizar o atendimento de massa, oferecendo serviços de qualidade a
custos operacionais baixos. As empresas podem comunicar a vender seus produtos, por meio
da rede mundial de computadores, para qualquer parte do mundo, operando de maneira
integrada, trocando informações e dados sobre os clientes. A tecnologia digital permite a
aproximação do produto com o consumidor, porque faz uso de imagem, vídeo e áudio com
grande volume informativo e com isso dispensam a utilização de intermediários. A
comunicação empresa/cliente agora é bilateral, ou seja, tanto a empresa pode comunicar seus
30
produtos e serviços para o cliente como ele pode fazer reclamações, comprar e sugerir em
tempo real.
As tecnologias da informação se tornaram a base das relações entre empresas e
clientes. M ais do que oferecer produtos e serviços, as empresas precisam dominar as técnicas
de comunicação em veículos com grande interatividade como a Internet. Neste veículo a
propaganda tem características específicas, pois está constituída sobre sistemas de
informação, onde há maior possibilidade de controle, rastreamento, flexibilidade e
interatividade.
Hoje os anunciantes podem, por exemplo, saber exatamente quantas vezes um banner
foi clicado, o que oferece maior controle sobre o retorno de cada inserção. No caso da
Internet, é possível rastrear os conteúdos com maiores volumes de acesso, o que possibilita
que as empresas desenvolvam sua comunicação focada em cada perfil de público a ser
atingindo. A propaganda na Internet é mais flexível, uma vez que a produção e veiculação de
anúncios neste meio são mais rápidas que nos meios convencionais. Sua capacidade de
mudança constante permite que sejam feitos testes de resultados e redirecionamento no meio
de uma campanha. Por fim, a maior interatividade permite a participação imediata dos
consumidores e a criação de bancos de dados. (CHLEBA, 2000).
A comunicação mercadológica na Internet pode se valer de vários recursos e técnicas
para desenvolver um discurso que tenha poder de persuasão com o internauta. M as, antes de
tentar elucidar essas técnicas, convém expor um pouco mais sobre o próprio discurso
publicitário convencional.
2
Funciona como agência interna de determinada empresa.
32
várias agências como a Eclética, a Ayer, a d’Almeida e também a vinda das norte-americanas
Thompson, Foreign Advertising e a M cCann-Erickson.
Pouco antes da expansão da atividade publicitária na década de 30, surge o rádio. De
acordo com Ramos (1987, p.44): “Ao que tudo indica a nossa primeira estação regular foi a
Rádio Educadora, surgida no Rio em 1927 e que depois se transformaria na Rádio Tamoio.”
O autor comenta que a propaganda nos primórdios do rádio era pouca, geralmente locuções
simples originadas da mídia impressa, adequando-se mal ao veículo. Em 1933 houve uma
transformação, apareceram os spots, programas associados a marcas, e os jingles. Com o
despertar das empresas para o rádio e o aprimoramento das técnicas radiofônicas, o meio
ganhou espaço e identidade própria. Juntamente com o elevado nível técnico da propaganda,
os formatos oferecidos pelo rádio deram uma nova tônica ao discurso publicitário.
Apareceram os profissionais que se dedicavam exclusivamente à publicidade, dirigindo-se a
um público definido, falando uma linguagem específica, fazendo promoções, aproveitando o
Natal, o Carnaval, as festas de junho, o dia das mães. Este momento da propaganda é marcado
pelos slogans. M artins (1997, p.31) diz que nesta fase: “Os intelectuais contribuíram com seu
talento de escritores, de poetas, de jornalistas e de artistas na elaboração de anúncios. [...]
Alguns desses intelectuais tiveram suas próprias agências, como é o caso de Bastos Tigre, o
escritor do famoso slogan: Se é Bayer é bom.”
A Rádio Nacional do Rio de Janeiro lançou o Repórter Esso, que foi “primeiro a dar as
últimas”. Outros slogans eram repetidos frequentemente como: Seja fã de Fandorine;
M elhoral é melhor e não faz mal; com grada-chuva Ferretti, pode chover canivete. Em 1948 é
fundada por José Scatena a Rádio Gravações Especializada (RGE), que foi a primeira
organização de jingles e spots do Brasil. (RAM OS, 1987).
O que caracteriza o discurso publicitário no apogeu do rádio são os slogans muitas
vezes rimados, os programas associativos a marcas, testemunhais e recomendação de artistas
e pessoas de credibilidade na época. Entretanto, o rádio não imperava sozinho como único
meio de comunicação. Os anúncios impressos já vinham com fotografias, mesmo sendo no
geral importadas. No meio impresso também apareceram as revistas especializadas em
propaganda, como a Exitus e Publicidade e Negócio.
Em 1950 os primeiros programas da TV Tupi vão ao ar. O fato representa um marco
na propaganda brasileira. No início a TV, assim como aconteceu com o rádio, não tinha
muitos anunciantes nem empresas ou pessoas especializadas em comerciais para o novo meio.
Ramos (1987, p.71) cita que: “Os comerciais eram ao vivo ou com slides. [...] Naquele tempo
as garotas-propagandas eram os funcionários de maior prestígio em uma estação de TV.” Os
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literatura é uma análise do discurso publicitário a partir dele já pronto e veiculado, fazendo
um processo inverso à criação do próprio anúncio. Na visão prática de Domingos (2003
p.177) “existe o que funciona e o que não funciona. O que vende e o que não vende”. O autor
complementa dizendo que criação publicitária não é arte nem ciência, mas sim uma técnica
que pode ser aprendida, onde vários são os processos criativos não existindo um que seja
absoluto.
Deve ser levado em conta que anúncios publicitários são constituídos basicamente de
texto e imagem e que, num contexto de anúncios publicitários não é possível estabelecer
níveis de importância entre estes dois elementos. Entretanto, o texto em relação à imagem
pode exercer duas funções: ancoragem e ligação. A imagem traz em si incerteza de sentido,
onde a interpretação pode ser das mais variadas. O texto completa o sentido, orientando a
leitura em uma direção pré-estabelecida, fazendo a função de ancoragem. Na função de
ligação, o texto tem por finalidade dar sentido na sequência de mensagens que não se encontra
na imagem (BARTHES, 1964 apud M ARTINS, 1997).
A relação entre texto e imagem em anúncios publicitários também é discutida por
Figueiredo (2005, p.14), para quem: “tão importante quanto o título, a imagem estabelece um
relação com ele e propõem uma idéia ao observado. Essa interlocução entre os dois elementos
é essencial para o sucesso criativo de um anúncio”. Falando mais precisamente de título e
imagem, o autor propõe três relações entre estes elementos que causam efeitos distintos no
observado. A primeira relação é aquela em que a imagem traz a mesma informação que o
título. O público, após receber a mensagem, fica com um único conteúdo. Outra relação é
aquela que o título traz uma informação que é completada pela imagem. Nesse caso título e
imagem se completam criando um universo conceitual no anúncio. E por último, a relação em
que o título traz uma mensagem e a imagem outra, ao juntar os dois elementos se tem uma
terceira mensagem mais persuasiva do que as outras duas separadas.
Além das relações entre texto e imagem, é importante ter em mente que o discurso
publicitário está dentro de um contexto de comunicação mercadológica, tendo por finalidade
vender uma marca, produto ou serviço. Nesse contexto é possível encontrar basicamente três
elementos: Afirmação básica, conceito criativo, adaptação. A afirmação básica parte das
características tangíveis ou intangíveis do que se pretende anunciar, transformando-se numa
afirmação que deve ser fixada na mente do consumidor. O conceito criativo é a maneira de
chamar a atenção do consumidor em meio a todas as mensagens concorrentes que ele recebe.
Para ser mais preciso, a afirmação básica seria o conteúdo e o conceito criativo a forma. Já a
adaptação refere-se à sinergia entre as peças que serão utilizadas em uma campanha, que
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mesmo em diferentes mídias devem ser reconhecidas como parte de um todo (FIGUEIREDO,
2005).
Outra abordagem para esse contexto pode ser encontrada em M artins (1997), onde se
tem: Tema, foco motivador, estratégias e táticas, mídia. Para M artins o tema ou idéia básica é
aquilo que se quer fazer acreditar. O tema orientará os objetivos e o clima psicológico da
comunicação da mensagem. Foco motivador pode ser entendido como benefícios tangíveis ou
intangíveis do produto, como: utilidade, preço, economia, satisfação, etc. Também podem
partir do consumidor: interesse, desejo, necessidade, satisfação, etc. As estratégias e táticas
têm por finalidade despertar interesse no consumidor, motivando e persuadindo a decidir a
favor do produto. Por fim, a mídia diz respeito às escolhas de veiculação e adaptação do
anúncio. Sabendo “o que” transmitir e “como” transmitir uma mensagem publicitária, é
importante conhecer as características particulares de cada mídia, para assim poder adaptar e
garantir a eficiência do discurso publicitário.
A TV é responsável por grande parte dos investimentos publicitários do Brasil. Os
recursos de som e imagens, cores e movimentos, exercem fascínio sobre as pessoas,
permitindo vários formatos de anúncios. O rádio tem como características, a capacidade de
trabalhar com a imaginação dos ouvintes e a velocidade de informação. As mensagens
publicitárias do rádio podem ser nos formatos de spots, jingles ou textos falados pelos
próprios locutores das emissoras. A revista caracteriza-se pela segmentação, pela
possibilidade de ser lida várias vezes e por mais de um consumidor. Sua permanência entre os
consumidores se destaca entres os demais meios. O jornal se destaca como excelente mídia
local e regional. Tem boa aceitação nas classes mais elevadas, pois transmite credibilidade.
Além de informações, oferece serviços e entretenimento. M ídias exteriores, por estarem ao ar
livre, atingem com rapidez e massivamente as pessoas. Podem combinar várias cores, formas
e objetos tridimensionais. (GONZALES, 2003).
O sucesso do discurso publicitário em cada mídia depende de como seus recursos são
utilizados. Na TV o desafio é manter a atenção do consumidor, para isso, podem-se usar
celebridades apresentando o produto, como atores ou dando testemunho da qualidade do
produto anunciado. Outro caminho é contar uma história tensa, que progressivamente se
desenrola até que a solução acaba por mostrar a marca, produto ou serviço. A TV, por
oferecer recursos de som e imagem em movimento, é um excelente meio para demonstração
do produto. M ensagens bem humoradas também são grandes ferramentas para capturar a
atenção dos consumidores na TV. No rádio, geralmente os ouvintes estão desatentos, eles
podem fazer inúmeras tarefas enquanto ouvem sua estação preferida. Entretanto, o rádio se
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meio ainda está em fase de amadurecimento. Da mesma forma como aconteceu com meios
convencionais, o discurso publicitário na Internet se apropria de seus precursores: TV, rádio,
impresso, etc. É importante destacar que pela velocidade de mudança que ocorre na Internet,
fica difícil estabelecer princípios orientadores para a criação de anúncios online.
Deixando um pouco de lado a questão visual, que é de suma importância na Internet, e
focando somente na parte verbal, é possível encontrar algumas diretrizes orientadoras para o
texto na Internet. Entretanto, são diretrizes gerais podendo abranger desde o jornalismo online
até textos para páginas de websites. M as, valem como dicas para o discurso publicitário, na
falta abordagens mais específicas do assunto.
Escrever para a web é diferente de escrever para qualquer outra mídia. Falando sobre a
redação para websites, Nielsen e Lorange (2007, p.258) sugerem que: “A fim de atrair e
manter a atenção dos seus usuários, projete o conteúdo de modo que ele corresponda ao
comportamento humano e personalize-o de modo que possa ser visualmente varrido e
facilmente compreendido”. De acordo com os autores, os internautas adotam estratégias não
lineares de busca de informação e contam com indicações visuais para encontrar o que
buscam. Dessa forma, primeiro fazem um varredura visual, depois direcionam a atenção ao
que interessa, ignorando o restante. Além disso, em termos de leitura, a maioria dos
internautas prefere um tom informal e para assegurar máxima legibilidade, a redação deve se
adaptar ao seu nível de leitura. Dentro dessa lógica são estabelecidas três diretrizes. A
primeira é não usar jargões e terminologias técnicas, pois os termos simples geralmente são
mais compreensíveis. Deve-se também evitar acrônimos, supondo que o público sabe o que
eles significam. Sarcasmos, trocadilhos sutis e clichês podem distrair os leitores, pois eles
visitam websites para obter conteúdo direto e se não encontram o que estão buscando, logo
abandonam a página. É importante destacar também que os internautas preferem uma
linguagem factual, evitando o que seja exageradamente promocional. O tamanho do texto
pode frustrar o público, de acordo com Nielsen e Lorange (2007, p.269): “Em geral, o número
de palavras para conteúdos da Web deve ser aproximadamente metade do utilizado na redação
convencional”. M as, o número de palavras não significa omitir o conteúdo importante.
M esmo o texto curto deve transmitir informações úteis aos seus leitores.
Outras dicas para o discurso publicitário na Internet podem ser obtidas do conceito de
webwriting. Segundo Rodrigues (2001, p. 08): “O jornalismo online diário foi o primeiro a
utilizar o conceito de webwriting”. Para Rodrigues esse conceito mistura linguagem
jornalística e publicitária, onde o que vale é usar os atributos da Internet. Dicas de persuasão
das mídias convencionais também podem ser adotadas. Porém, pensando mais focado, é
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3. M ETODOLOGIA
Os autores comentam que para Yin o estudo de caso é a estratégia preferida quando é
preciso responder a questões do tipo “como” e “por que”, onde o pesquisador tem pouco
controle sobre os eventos e quando o foco se encontra em fenômenos contemporâneos
inseridos em algum contexto da vida real. “Visando à descoberta, o pesquisador trabalha com
o pressuposto de que o conhecimento não é algo acabado, mas que está sempre em construção
e por isso faz parte de sua função indagar e buscar respostas ao longo da investigação”
(DUARTE; BARROS, 2006 p.233). Também é possível dizer que o estudo de caso “é
caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que
permita o seu amplo e detalhado conhecimento, [...]” (GIL, 1995, p. 58).
Para o desenvolvimento do estudo de caso da campanha Eliseu foram adotadas três
etapas: delimitação do caso, coleta de dados, análise e interpretação. Na delimitação do caso,
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FICHA TÉCNICA:
Título: ClassiSanta Eliseu
Agência: Free Comunicação
Cliente: Jornal de Santa Catarina
Produto: Caderno de Classificados
Criação: M aikon Werner, Rafael Soares e Rodrigo Oliveira
Direção de Criação: Cyntia Wehmuth Hugo e Allyson Correia
Atendimento: Karina Reckelberg
Produção Gráfica: Camila M onteiro Bento e Tássia Tamara Scharf
Finalização: Juliana Plens, Samuel de Souza e Sérgio Filho
Internet: Denis Budag e Diego Eduardo Barbetta
Aprovação Cliente: Patrícia Rodrigues, Bruno Watte e Cristine Deboni
Produtora Vídeo: PUB M otion Graphics
Produtora Áudio: Audiowork
Fotografia: Noir Estúdio
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4.1.1 Teaser
Ilustração 1 – Teaser
4.1.2 Jornal
4.1.3 TV
tele-entrega. Adivinha aonde ele vai procurar? ClassiSanta. Faz parte do seu dia-a-dia. Para
tudo que você quiser o tempo todo com você”. A animação visual mostra o personagem como
um empresário que prosperou lendo o ClassiSanta, e que continua usando os classificados
como apoio para seu negócio.
A ação de guerrilha tinha como objetivo aumentar a divulgação na Internet. Então, foi
enviada para Ariel Gajardo uma marmita de Eisbein (comida típica alemã, com joelho de
porco, repolho e batata.), como se fosse do buffet do Eliseu. Gajardo, é blumenauense e
atualmente trabalha com marketing viral na Espalhe de São Paulo, é editor do blog Sim, Viral
e publica no Blog de Guerrilha. A ideia era atingi-lo e atrair a atenção na esperança de
divulgar um pouco mais a ação, conseguir publicações, viralizar a campanha e o site
www.buffetdoeliseu.com.br, além do Twitter do Eliseu. Gajardo recebeu a marmita e
começou a posta em seu Twitter sobre a encomenda, despertando a curiosidade de outros
internautas que queriam saber do que se tratava. Com essa ação, a campanha ganhou mais
visibilidade na Internet.
Para verificar como a Internet foi utilizada no processo de criação da campanha Eliseu
para o ClassiSanta (classificados) do Jornal de Santa Catarina, do grupo RBS, será adotado
cinco diretrizes, embasadas na fundamentação teórica. As diretrizes são: interatividade,
convergência, usabilidade, navegabilidade e utilização do discurso publicitário na Internet. É
importante destacar que as ações tanto na Internet como nas mídias convencionais são
interligadas na referida campanha.
Twitter é uma rede social e servidor para microblogging que permite aos usuários
enviar e ler atualizações "tweets” pessoais de outros usuários cadastrados como seus contatos.
As atualizações permitem textos de até 140 caracteres, que são exibido no perfil do usuário
em tempo real e também enviadas a outros usuários que tenham assinado para recebê-las.
Antes de analisar o Twitter do Eliseu, convém lembrar que o Twitter é uma ferramenta
gratuita, tem padrões tanto de design como de recursos definidos pelo provedor. Desta forma,
sua utilização como elemento da campanha está condicionado aos seus recursos.
A interatividade no Twitter é significativa, já que é possível postar e receber conteúdos
de diversos usuários cadastrados. No Twitter do Eliseu, houve aproveitamento dos recursos
do Twitter, permitindo uma comunicação de “todos para todos”, proporcionando
reciprocidade na comunicação, apropriação e personalização da mensagem, pois outros
usuários cadastrados no Twitter do Eliseu podem retransmitir as atualizações do Eliseu em
seus Twitters, bem como, comentá-las, acrescentando conteúdo. No geral, a convergência no
Twitter é baixa, permite somente atualizações com textos de até 140 caracteres.
A usabilidade e a navegabilidade do Twitter também são pré-definidas. Entretanto,
pode-se dizer que a página apresenta bom desempenho e funcionalidade dentro do que se
propõe, é eficiente e fácil de ser utilizada. Sobre a navegabilidade, o Twitter funciona com
uma barra de rolagem lateral, onde as atualizações aparecem em ordem de postagem, ou seja,
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da primeira para a última. Ao acessar o Twitter do Eliseu, aparece uma página de abertura
com fotografia e nome, juntamente com texto e link para o hotsite.
No Twitter do Eliseu foram feitas atualizações referentes ao dia-a-dia dos trabalhos
que antecederam a abertura do buffet. Foi pelo Twitter que se divulgou a prorrogação da
inauguração do Buffet do Eliseu, pois o cliente pediu à agência para prolongar o teaser por
mais uma semana, devido ao sucesso da ação. Para isso, foi postada uma mensagem que dizia
que houve problemas na cozinha e que a inauguração seria adiada. Também há no Twitter do
Eliseu atualizações referentes à campanha em andamento, falando das visitas no hotsite, das
chamadas de telefone e dos anúncios no jornal. No geral a ação complementa o sentido do
teaser da campanha, que era de parecer um serviço de verdade.
A utilização do discurso publicitário no Twitter do Eliseu ocorreu com sucesso. Foram
levados em consideração os atributos do meio Internet. Pois no Twitter, o personagem Eliseu
ganhou vida. A linguagem informal das atualizações fala diretamente ao público, expondo as
situações do dia-a-dia na preparação de buffet, além do que, não tem apelo promocional.
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Numa conclusão geral é possível afirmar que as peças e ações para a Internet na
campanha Eliseu se enquadram nas diretrizes estabelecidas para análise. No hotsite os
atributos da Internet aparecem de modo diferente em cada página, ou seja, os princípios de
interatividade, convergência, usabilidade, navegabilidade e utilização do discurso publicitário
na Internet se apresentam com maior ou menor uso de acordo com a adequação e a
pertinência para cada página. Na página inicial, destaca-se a utilização do discurso
publicitário, que fez um apanhado geral do que se desenvolveu por etapas nos meios
convencionais. Em Receitas há mais interatividade, pois é possível a apropriação do conteúdo.
Na página Segredos do Eliseu notam-se grandes índices de utilização dos atributos da
Internet. É nessa página que aparece mais recursos multimodais com texto, imagens, áudio e
vídeo, além dos conteúdos que o internauta pode se apropriar, caracterizando interatividade. O
discurso publicitário da página Segredos do Eliseu é bastante persuasivo, pois atribuir o
sucesso do personagem ao ClassiSanta. Em Contatos, o destaque é a possibilidade de
comunicação bilateral entre o Eliseu e seu público, estando de acordo com os princípios de
interatividade. Ainda sobre o hotsite é importante destacar que todas as páginas mantiveram
os padrões de usabilidade e navegabilidade, o menu sempre visível permite ir de uma página à
outra com simplicidade para a navegação.
No Twitter do Eliseu o grande diferencial é o discurso em primeira pessoa, que passa a
sensação da real existência do personagem. Outra característica que merece destaque é a
interatividade do Twitter, onde o conteúdo permite uma comunicação de todos para todos,
proporcionando interação recíproca entre os usuários.
O estudo permitiu alcançar os objetivos e responder à pergunta de pesquisa. Ao
verificar como a Internet foi utilizada no processo de criação da campanha Eliseu para o
ClassiSanta (classificados) do Jornal de Santa Catarina, do grupo RBS, é possível concluir que
a Internet teve como função estratégica servir de apoio aos meios convencionais, que tinham
com princípio transmitir que anunciar no ClassiSanta realmente dá resultados. A ideia base da
campanha foi divulgar o Buffet do Eliseu como um buffet que realmente existia, ocasionando
interação com o público que fez contato com o serviço através de diversos meios. Na
campanha foram utilizados juntamente com a Internet, jornal, TV, marketing de guerrilha,
rádio, mala direta e material de ponto de vendas.
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Diante das descobertas do presente estudo, surgiram sugestões para novos projetos.
Tão importante quanto verificar como a Internet vem sendo utilizada nas campanhas
publicitárias da região é formular estudos e novos projetos de pesquisa que descubram ou
enumerem as ferramentas disponíveis atualmente na Internet. Estudo como esse, podem trazer
novos horizontes para a comunicação mercadológica da região e novas perspectivas para
agências e clientes sobre o uso da Internet em suas campanhas.
O estudo de caso da campanha Eliseu contribuiu para minha formação acadêmica.
Através dele estive em contato com a agência Free de Blumenau, bem como, com
profissionais de criação que trabalharam na campanha. Pude expandir meus conhecimentos
sobre Internet, sua evolução e os efeitos que causa na sociedade contemporânea. Também foi
por meio do estudo que percebi novas possibilidades de trabalhos nas agências da região, que
são carentes de profissionais qualificados que se dediquem a pensar a Internet como elemento
estratégico no desenvolvimento de campanhas para seus clientes. Sendo a Internet um novo
meio de comunicação e assim como seus precursores passou por um período de adaptação, o
presente estudo é um incentivo para profissionalização do uso da Internet na publicidade do
Vale do Itajaí e também em todo o estado.
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REFERÊNCIAS
CHLEBA, M arcio. Marketing digital: novas tecnologias e novos modelos de negócios. 3. ed.
São Paulo: Futura, 2000.
CITELLI, Adilson: Linguagem e persuasão. 16. ed. São Paulo: Ática, 2005.
DIAS, Cláudia. Usabilidade na web: criando portais mais acessíveis. Rio de Janeiro: Altas
Books, 2003.
DOM INGOS, Carlos. Criação sem pistolão: segredos para você se tornar um grande criativo.
5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.
FIGUEIREDO, Celso. Redação publicitária: sedução pela palavra. São Paulo: Thomson,
2005.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projeto de pesquisa. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1995.
RODRIGUES, Bruno. Webwriting: pensando o texto para a mídia digital. 2 ed. São Paulo:
Berkeley, 2001.
MOURA, Leonardo. Como escrever na rede: manual de conteúdo e redação para Internet.
Rio de Janeiro: Record, 2002.
APÊNDICES
A campanha anterior também foi feita pela Free, estava focada na ideia de que a
melhor maneira de comunicar para vender era no ClassiSanta. Como o objetivo foi cumprido
na campanha anterior a nova proposta era comunicar que o ClassiSanta tinha um serviço
completo, tudo o que procurava tinha. A intenção era mostrar também que o ClassiSanta
servia para consulta de negócios como: concorrentes, preços, fornecedores, etc.
Os objetivos de marketing não foram muito abertos para a dupla. Portanto, os
parâmetros como verba era baseada na campanha anterior.
Não foi a mesma dupla a criou a campanha anterior. A Cintya fez a anterior que virou
case, com maiores resultados. Era mais uma questão de posicionamento do que uma resposta
de vendas.
O mote era dizer que era uma experiência completa e que realmente vende. Buscaram
várias referencias para criar o universo de classificados que o Elizeu pertencia.
M eios: sequencial no jornal, radio, web, sobre capa que envolvia o jornal, mala direta,
material de ponto de vendas.
A campanha nasceu como se fosse uma de um bufe mes mo. Capa do jornal tinha, por
exemplo: tinha o telefone e endereço eletrônico que podia ligar e uma gravação atendia
dizendo que não podia atender porque estava acabando o bufe, se quiser entra no site pra ver.
No site tinha uma contagem regressiva dizendo que iria abrir o bufe em tantos dia, uma
linguagem um pouco mais solta que a impressa. Anúncios nos classificados contratando
garçom, serviço de buffet, telefone que direcionava para o site. Queriam mostra que realmente
funcionava. Selo de capa, cantoneira no jornal. Na web foi feito o twitter do Eliseu. Foi criado
um personagem de verdade, ele trabalhava normalmente. Tinha um perfil mesmo como fotos.
Conta no youtube, gmail, site. As pessoas começaram a ver que se tratava de uma campanha e
passaram a ficar curiosas.
Foi mapeado umas pessoas selecionadas da região, por exemplo, um pessoa que
estudou na Furb e trabalha em SP com marketing de guerrilha. Fizeram uma marmita com
comida típica Alemã e fecharam com um restaurante de SP mandaram um impresso com o
cartão do Eliseu. A pessoa recebeu começo a posta no blog dele, onde despertou a curiosidade
de outros internautas querendo saber do que se tratava.
Resultados
O cliente gosto muito dos resultados e uma semana antes o site estava bombando o
cliente pediu pra ficar mais uma semana. Como divulgado que o bufe iria abri em
determinada semana tiveram que inventar que havia estourado um fogão e por isso precisava
ser adiado.
No site tem rigtones, wallpaper, msn. A campanha esta em andamento. A Free não
muita experiência com web, vira na campanha uma oportunidade de trabalhar, um laboratório,
a garantia estava nas mídias tradicionais. Buscaram uma pessoa caricata pra fazer as fotos do
Eliseu. A internet o tempo de resposta é rápido, precisa tem um bom monitoramento.