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ABSTRACT
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
582
Vol. 5(4), 1988
~o AGOSTO 30 MAI O
1982 1983
20
40 OUTuBRO
1982
30 40
JUNHO
1983
20
°EZEMBRO JULHO
ihrllh
2 1982 1983
50
FEvEREIRO .---
1983
4(
30 30 SETEMBRO
- 1983
20 20
10
--
OUTUBRO
1983
30
ABRIL NOVEMBRO
1983 1983
20
la
1.6 12 (mm)
RESULTADOS
Ecologia
Estrutura Espacial
Densidade
584
TAB. 1 - Número de espécimes de L. unilomellota coletados cm área de 300,538m 2 no Campu s da Universidade Federal Rural de Pernambu-
<
o
co, Dois Irmãos, Recife - PE . c.n
jan
~
Oasses de ago set out nov dez fev mar abr maio jun jul ago set out nov Total
~
comprimento 1982 1982 1982 1982 1982 1983 1983 1983 1983 1983 1983 1983 1983 1983 1983 1983 82/83 <O
CX>
CX>
1,6 - 5,0 6 6 12 8 18 9 17 5 2 19 7 7 2 O 3 123
5,1 - 6 ,0 5 7 6 8 10 9 15 5 2 16 10 4 4 O O 102
6,1 - 7,0 12 7 10 8 10 9 42 11 3 11 18 11 4 7 O 4 167
7,1 - 8,0 29 7 37 8 12 9 47 17 7 17 29 21 4 14 6 13 277
8,1 - 9,0 21 7 31 8 19 9 28 8 11 19 13 26 4 27 13 12 256
9,0 - 10,0 5 7 24 8 12 9 13 4 5 26 12 4 4 16 18 8 175
10,1 - 11,0 2 1 9 2 3 4 5 O 4 8 4 3 4 4 5 6 64
11,1 - 12 ,0 O O 2 O O O O O O O O 1 1 1 O O 5
Total 80 43 131 50 84 58 167 50 34 116 93 77 23 75 42 46 1169
U1
(Xl
U1
TAB. 2 - Número de espécies coletadas em 9 quadrados de 1m 2 e sua estrutura espacial em agosto de 1982, no Campus da UFRPE, Recife,
PE.
Quadrado Estrutura
II III IV V VI VII VIII IX Total
Espécies Espacial
Leptinariil unilomellota 2 9 47 7 1 1 18 7 15 107 Ia> 1
Sarasinulo sp. O 1 2 2 1 O 1 3 1 11 Ia <1
Bulimulus tenuissimus 2 O 3 O 1 O 2 O O 8 Ia <1
Revta bras. Zool.
2
Para Sarasinu/a sp., 1,22 indivíduos por m e 439 indivíduos para toda a área
amostrada.
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VaI. 5(4), 1988
COMPRIMENTO
MÉOIO(mm) 10
1,6 1.60 OUT OEZ FEV MAR ABR 111.1 JUN JUL SET OUT NOV MESES
82 82 82 83 83 83 83 83 83 83 83 as
Amplitude de
Oasses de
Número de Com Sem variação do
comprimento
indivíduos embriões embriões número de
(mm)
embriões
1,6 - 5,0 46 O 46
5,1 - 6 ,0 60 O 60
6,1 - 7,0 76 18 58 1 4
7,1 - 8,0 89 51 38 1 6
8,1 - 9,0 92 77 15 1 - 6
9,1 - 10 ,0 84 60 24 1 - 8
10,1 - 11 ,0 48 30 18 2 - 6
11,1 - 12,0 3 2 6
Total 498 237 261
Parâmetros Amplitude de
X Sd
conqu iIiológicos variação
587
Revta bras. Zool.
E
E
Ip
cl--"'dIrr~
5 mm
bc
pr
E
E
cm
uI
1 mm
6
1 mm
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Vol. 5(4), 1988
Os embriões desenvolvem-se consumindo todo o vitelo. Quando estão com
a concha embrionária completamente formada, ocupam o espaço delimitado pe-
la membrana envolvente, muito tênue e transparente, que lhes adere. Alguns não
apresentavam esta membrana, parecendo ter sido a mesma reabsorvida. Nestes
embriões já desenvolvidos a vesícula pediosa ocorre em diferentes graus de desen-
volvimento (figs. 7 e 8).
Os jovens nascem em média com 1,6 a 2,3 mm de comprimento, 2,2 a
2,5 voltas. Apresentam lamela parietal e columela truncada. Muitas das vezes
ocorreu liberação de jovens no transporte dos exemplares ao laboratório, quando
já saem prontos, em livre locomoção.
DISCUSSÃO
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Revta bras. Zoo I.
A presença e o número de embriões no útero foi uma das informações bio-
lógicas utilizadas para verificar o grau de maturidade e a produção de L. unila-
me/lata ao longo do período de estudos. Sendo a classe de maior produção a de
8,1 a 9,Omm, seguida pelas de 9,1 - 10,0 mm e de 7,1 - 8,0 mm (tab. 3). Na
classe de comprimento em que se inicia a reprodução, (6,1 - 7,0 mm), nota-se
que o número de embriões oscila entre 1 e 4. Parecendo que estes exemplares
menores não conseguem fecundar e formar um maior número de embriões, pro-
vavelmente devido ao limite de espaço do próprio útero que pressionaria a cavi-
dade do manto, não muito grande.
Os embriões em fase próxima à liberação do organismo materno apresen-
tam algumas variações. Inicialmente acham-se envolvidos pela membrana viteli-
na. muito fma e transparente. Parecendo perdê-la numa fase muito próxim"a a se-
rem liberados. Fato indicado pelo encontro de embriões com ou sem membra-
nas, no útero de organismos distintos, com aproximadamente o mesmo tamanho
e igual número de voltas da concha embrionária. Marcus & Marcus (1968) , no es-
tudo sobre os subulinídeos de São Paulo, dizem que nestes, a casca calcárea do
ovo e a casca membranosa são reabsorvidas no útero e que pode ocorrer libera-
ção dos últimos embriões, no ambiente, ainda com casca. Podendo ocorrer o
mesmo com L. uni/ame//ata em relação à membrana do embrião. Um outro cará-
ter notado foi a presença de uma vesícula ligada ao pé, mais ou menos desenvol-
vida, como se observa nas figs. 7 e 8. Raven (1975) diz que esta vesícula tem po-
der de contração, podendo aumentar em embriões maduros. Assim, poderia fun-
cionar como auxiliar na retirada de nutrientes do fluido uterino . Provavelmente
com a mesma finalidade, um maior desenvolvimento do pé, notado em alguns
embriões.
Leme (1980) observa que a conceituação de viviparidade e ovoviviparidade
em moluscos é assunto controverso, e com pouquíssimos dados conclusivos.
Mackie (1978) discute estes conceitos, cujas definições diferem quanto a loca-
lização do desenvolvimento do embrião (se no aparelho reprodutor ou fora dele)
e na origem do nutriente e meio de obtê-lo pelo embrião. Cita que apenas Aber-
crombie et al. (1977) adicionou outro critério: a presença ou não de membrana
vitelina. Dentre as definições de viviparidade há uma concordância de que ocor-
ra uma ligação direta do embrião com o organismo materno para fms nutricio-
nais. Marcus & Marcus (1968) conceituam todos os subulinídeos estudados como
vivíparos, apesar de não analisar, em todos, a existência de uma possível ligação
direta dos embriões com o organismo materno para alimentação.
A espécie aqui estudada apresenta caracteres que levam a conceituá-la co-
mo vivípara ou ovovivípara, de acordo com as defmições existentes. Apresenta
uma membrana vitelina em quase todo seu desenvolvimento; os embriões se lo-
calizam no sistema reprodutor (dentro do útero) ; ocorre arranjo anatômico espe-
cial para absorver nutrientes (vesícula pediosa e desenvolvimento do pé). Contu-
do, a não observação de uma ligação anatômica direta com o organismo materno,
para alimentação, sem passar pelo estágio intermediário de absorver nutrientes
dissolvidos no fluido uterino, levam a conceituar L. uni/ame//ata como espécie
ovovivípara, incluida no estágio intermediário ã viviparidade.
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AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
Araújo, J.L.B. 1982. Alguns moluscos terrestres como hospedeiros intermediários de para-
sitas de animais domésticos, no Brasil: estudos sobre a anatomia, sistemática e participa·
ção em helmintoses. Itaguaí, 103pp. Tese de Doutorado, Universidade Federal Rural do
Rio de Janeiro.
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Mackie, G.L. 1978. Are Sphaeriid clams ovoviviparous or viviparous? The Nautilus 92(4):
145·147.
Marcus, E. & E. Marcus. 1968. Uber einige Subulinidae (Pulmonata von São Paulo).
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Pilsbry, H.A. 1906. Manual of Conchology, vol. XVIII:284-294, pls. 42 e 43. Philadel-
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Raven, C.P. 1975. Development. ln: Fretter, V. & Peake J. Pulmonates: 1:367400.
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