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Índice

1. HISTÓRICO...............................................................................................2

2. FUNCIONAMENTO ...................................................................................3

2.1. Reflexão e Refração............................................................................. 3

2.2. Tipos de Fibra ......................................................................................4


2.2.1. Multimodo ...........................................................................................5
2.2.2. Monomodo .........................................................................................6

2.3. Composição do cabo........................................................................... 6

2.4. Fontes de luz ........................................................................................8


2.4.1. LED - Light Emition Diode .................................................................. 9
2.4.2. ILD - Injection LASER Diode ............................................................10

2.5. Atenuação...........................................................................................10

2.6. Técnicas de Fabricação..................................................................... 11

2.7. Conectores .........................................................................................13

3. APLICAÇÕES .........................................................................................14

3.1. Aplicações da Fibra Óptica na Medicina.......................................... 14

3.2. Aplicações da Fibra Óptica na Automobilística ..............................15

4. VANTAGENS E DESVANTAGENS ........................................................16

4.1. Vantagens ...........................................................................................16

4.2. Desvantagens.....................................................................................17

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1. HISTÓRICO

A ideia de utilizar a luz nas comunicações vem desde a antiguidade, apesar


de esse fato ter se concretizado apenas recentemente. Primeiramente foram criados
sistemas de comunicação óptica pelo ar, utilizando espelhos, tochas e outros objetos
que se interpunham ao sol ou geravam luz. No entanto, essa ideia fracassou por
conta dos distúrbios atmosféricos (chuva, névoa) e pela necessidade de o emissor e
o receptor estarem bem visíveis entre si, o que acarretava grandes dificuldades.
Muitos pesquisadores tentavam solucionar tais problemas buscando a
transmissão da luz através de trajetórias curvilíneas. Em 1870, John Tyndall
comprovou a viabilidade dessa opção, ao utilizar um recipiente cheio de água com
um pequeno orifício, por onde esta escorria, para demonstrar que a luz se
propagava ao longo do recipiente e saía com a água pelo orifício.
Em 1910, os alemães Hondros e Debye realizaram a primeira análise teórica
completa sobre a propagação eletromagnética em cilindros dielétricos, estruturas
básicas das futuras fibras ópticas. Mais tarde, em 1930, o alemão Lamb
desenvolveu as primeiras experiências de transmissão de luz em fibras de vidro. No
entanto, somente em 1951 as fibras ópticas encontrariam uma aplicação prática com
a invenção do Fiberscope pelo holandês Heel e pelos ingleses Hopkins e Kapany.
Utilizado principalmente em aplicações médicas, o Fiberscope permitia a
transmissão de imagens através de um feixe flexível de fibras de vidro.
Em 1966, Kao e Hockmam, na Inglaterra, apresentaram um trabalho cujos
resultados sugeriam a possibilidade de uso de fibras de vidro em sistema de
transmissão à longa distância. As fibras analisadas tinham uma estrutura de núcleo
e casca conforme proposto por Kapany e outros em 1958. O trabalho mostrava que
a forte atenuação, até então, em fibras ópticas, não era intrínseca ao material vidro
utilizado, mas, principalmente, devida à presença de impurezas. Concluía-se,
portanto, que, através, da purificação do material básico da fibra, era possível
chegar-se a atenuações inferiores a 20 dB/km, limite de viabilização, na época, para
o uso de fibras ópticas em sistema de telecomunicações. Com esses resultados,
além da Inglaterra, outros países, como os EUA, o Japão e a Alemanha, começaram
um intenso programa de pesquisa, buscando a purificação do vidro e o estudo dos
problemas de transmissão em fibra ópticas.

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Em 1970, Kapron e Kech, da Corning Glass Works, nos EUA, anunciam a
fabricação de centenas de metros de fibra óptica de sílica do tipo monomodo com
atenuação inferior a 20 dB/km. Este resultado estabeleceu um macro fundamental
na história das comunicações ópticas e foi por um formidável esforço científico e
tecnológico nos EUA, no Japão e na Europa, buscando-se o desenvolvimento de
fibras ópticas utilizáveis em sistema prático.
Em 1972, a Corning Glass Works anunciou a fabricação de fibra multimodo
com perdas inferiores a 4 dB/km. Este trabalho provocou a obsolescência de uma
importante área de investigação na época, que era a de fibras ópticas com núcleo
líquido, onde se conseguia atenuações inferiores a 8 dB/km. No ano seguinte, outra
empresa norte-americana, o Bell Laboratories, alcança perdas inferiores a 2,5 dB/km
com um método próprio de fabricação de fibras ópticas, com núcleo de sílica.
A partir desse ponto, foram desenvolvidas inúmeras técnicas tanto para a
purificação dos materiais utilizados na fabricação das fibras óticas quanto para
emissão e recepção dos sinais luminosos, o que permitiu que a tecnologia
avançasse até o que vemos hoje em dia.

2. FUNCIONAMENTO

Uma fibra óptica é feita de vidro ou plástico e transmite sinais na forma de


pulsos de luz. Para compreender o principio de funcionamento da fibra óptica
precisamos explorar primeiramente alguns aspectos relacionados à natureza da luz.

2.1. Reflexão e Refração

Quando a luz está se propagando em um determinado meio e atinge uma


superfície, como um bloco de vidro transparente, por exemplo, parte dessa luz
retorna para o meio no qual estava se propagando. Este fato é chamado de reflexão
da luz. Já a outra parte da luz que passa para o outro meio, é a refração da luz.
Esses dois fenômenos ocorrem de forma simultânea, pode acontecer de um
prevalecer sobre o outro, mas isso depende da natureza dos meios que a luz esta
incidindo e das condições de incidência, como acontece dentro da fibra óptica.

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Raios luminosos viajam em linha reta quando se movem dentro de um mesmo
meio, se um raio de luz estiver viajando dentro de um meio e encontrar uma
interface dividindo o meio onde está com outro (mais denso ou menos denso) pode
mudar drasticamente a direção de propagação.

Essa imagem exemplifica como ocorre a refração e a reflexão. Se o ângulo de


incidência (ângulo formado entre o raio luminoso e a linha perpendicular traçada a
partir da interface entre as duas superfícies) for menor que o ângulo critico, o raio
sofre a refração e passa a se mover numa nova direção mais próxima a superfície.
Se o ângulo de incidência for exatamente igual ao ângulo critico, o raio de luz viaja
rente a superfície. Se o ângulo de incidência for maior que o ângulo critico, o raio
sofre reflexão total, muda novamente à direção, mas permanece dentro do meio que
estava viajando. O ângulo critico é uma propriedade do meio óptico, logo o valor do
ângulo depende do meio em questão.
Fibras óticas usam a reflexão total para guiar um sinal de luz através de um
canal. Um núcleo de vidro ou plástico é encerrado por uma casca menos densa de
vidro ou plástico. A diferença de densidade dos dois materiais deve ser tal que um
feixe de luz movendo-se através do núcleo seja refletido de volta pela casca, em vez
de sofrer a refração dentro dela.

2.2. Tipos de Fibra

Os tipos existentes de fibra óptica são caracterizados pelo modo de


propagação da luz no interior delas.
A tecnologia atual de fabricação de fibras ópticas suporta dois tipos de modos
de propagação: monomodo e multimodo. Cada um desses tipos requer fibras ópticas
de diferentes características físicas. Ainda, as fibras multimodo podem ser

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implementadas de duas maneiras: índice degrau (step – index) ou índice gradual
(graded-index).

2.2.1. Multimodo

O nome multimodo decorre do fato de que múltiplos feixes de luz oriundos de


uma fonte de luz movem-se através do núcleo por caminhos diferentes dentro do
núcleo da fibra.

Multimodo Índice Degrau


Como a densidade do núcleo permanece constante do centro até a borda da
interface núcleo / casca, um feixe de luz pode mover-se em linha reta através desse
meio com densidade constante até atingir a interface núcleo / casca. Na interface,
ocorre a mudança abrupta para uma densidade menor, que altera o ângulo de
movimento do feixe. O termo índice degrau refere-se a essa mudança abrupta na
densidade do meio.
Essa foi o primeiro tipo de fibra a surgir, e também o mais simples. Pode ser
de vários materiais como plástico, vidro, etc. e com dimensões de 50 a 400 mm,
conforme o tipo de aplicação. Essas fibras são limitadas quanto à transmissão
(Atenuação elevada - maior que 5 dB/Km e pequena largura de banda - menor que
30 MHz.Km), por isso são utilizadas em transmissão de dados em curtas distancias.
Sua característica física permite o uso de conectores de menor precisão e
fontes luminosas menos diretivas (LED’s) , implicando, portanto, facilidades
operacionais no acoplamento e nas emendas de fibras, além de menores custos.

Multimodo Índice Gradual


Esse tipo de fibra tem seu núcleo composto por vidros especiais com
diferentes valores de índice de refração, os quais tem o objetivo de diminuir as
diferenças de tempos de propagação da luz no núcleo, devido aos vários caminhos
possíveis que a luz pode tomar no interior da fibra, diminuindo a dispersão do
impulso e aumentando a largura de banda passante da fibra ótica.
Os materiais tipicamente empregados na fabricação dessas fibras são sílica
pura para a casca e sílica dopada para o núcleo com dimensões típicas de 125 e 50

5
mm, respectivamente. Apresentam baixas atenuações (3dB/Km em 850 nm) e
elevada capacidade de transmissão, por isso são largamente empregadas em
telecomunicações.

2.2.2. Monomodo

As fibras monomodo são construídas com índice em degrau e uma fonte de


luz altamente focada que limita o feixe a pequenos ângulos de abertura, chegando a
propagar o feixe na horizontal. Para isso é preciso que o diâmetro do núcleo seja
poucas vezes maior que o comprimento de onda da luz usada para a transmissão
(Na ordem de 2 a 10 mm - núcleo e 80 a 125 mm - casca). Também se utiliza sílica
pura e dopada e possui baixa atenuação (0,7 dB/Km em 1300 nm e 0,2 dB/Km em
1550 nm) e grande largura de banda (10 a 100 GHz.Km).
Tendo dimensões muito pequenas, dificulta, portanto, a conectividade;
caracteriza-se, entretanto, por uma capacidade de transmissão bastante superior às
fibras do tipo multimodo. As dimensões muito reduzidas das fibras monomodo
exigem o uso de dispositivos e técnicas de alta precisão para a realização de
conexões entre segmentos de fibras e do acoplamento da fibra com as fontes e
detectores luminosos.

2.3. Composição do cabo

A jaqueta externa é feita de PVC ou Teflon. Dentro da jaqueta são


adicionados fios de kevlar para fortalecer o cabo. O kevlar é um material resistente
utilizado na fabricação de roupas a prova de balas. No nível abaixo do kevlar,
encontramos outra cobertura plástica que serve para proteger a fibra contra
choques. A fibra propriamente dita aparece no centro do cabo e consiste da casca e
do núcleo.

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A estrutura de um cabo óptico deve facilitar o manuseio e as emendas com as
fibras, uma vez que uma significativa parcela dos custos atribuídos aos cabo, num
sistema de transmissão (a longa distância) por fibras ópticas, está associada a
dificuldades com os procedimentos de instalação. É importante, portanto, que os
cabos, assim como as fibras, tenham revestimentos facilmente removíveis no
campo, de modo a facilitar a instalação e eventuais reparos. Normalmente, as fibras
são codificadas com cores para rápida identificação e organizadas em subunidades
contendo tipicamente de 1 a 12 fibras. As estruturas e os procedimentos de
instalação dos cabos ópticos variam conforme a aplicação (cabos internos, cabos
aéreos, cabos subterrâneos, cabos submarinos etc.).
A fibra óptica, durante o processo de fabricação, é revestida por uma camada
de plástico de proteção e em alguns casos, esse revestimento de proteção básica é
suficiente para permitir que a fibra seja utilizada diretamente numa estrutura de
cabeamento. Entretanto, na maioria das aplicações, é necessário prover a fibra de
proteção adicional através de um procedimento comumente conhecido por buffering.
As estruturas atualmente em uso são:

Estrutura tipo Solta: LOOSE


Em uma estrutura do tipo LOOSE as fibras são alojadas dentro de um tubo
cujo diâmetro é muito maior que os das fibras, isto por si só isola as fibras das
tensões externas presentes no cabo tais como tração, flexão ou variações de
temperatura. Ainda dentro deste tubo é aplicada um gel derivado de petróleo para
isola-lo da umidade externa.

Estrutura tipo Compacto: TIGHT


Neste tipo de estrutura, as fibras recebem um revestimento secundário de
nylon ou poliéster que é extrusada diretamente sobre a fibra. As fibras após
receberem este revestimento, são agrupadas juntas com um elemento de tração que
irá dar-lhe resistência mecânica, sobre este conjunto é aplicado um revestimento
externo que irá proteger o cabo contra danos físicos.
Estrutura tipo "V": GROOVE
Em uma estrutura tipo GROOVE as fibras ópticas são acomodadas soltas em
uma estrutura interna do tipo ESTRELA. Este estrutura apresenta ainda um

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elemento de tração ou elemento tensor incorporada em seu interior, à função básica
deste elemento é de dar resistência mecânica ao conjunto. Uma estrutura deste tipo
permite um número muito maior de fibras por cabo.

Estrutura tipo Fita: RIBBON


Este tipo de estrutura é derivada da estrutura tipo GROOVE, aqui as fibras
são agrupadas horizontalmente e envolvidas por uma camada de plástico, tornando-
se um conjunto compacto. Este conjunto é então empilhado sobre si, formando uma
estrutura compacta que é inserida na estrutura GROOVE, tornando um cabo com
uma grande capacidade de grande capacidade de grande, podendo chegar a mais
de 3000 fibras por cabo.

2.4. Fontes de luz

Para sistemas de comunicação por fibra óptica existem no mercado vários


dispositivos de conversão eletro-óptico. Mas somente dois dispositivos, dentre os
mais comuns até o presente momento, são realmente aplicados para transmissão
por fibra óptica: o LED (Light Emition Diode) e o ILD (Injection Laser Diode), ambos
semicondutores modulados diretamente pela variação da corrente de entrada,
constituídos por arsenieto de gálio e alumínio (GaAIAs), fosfato de arsenieto de gálio
e alumínio (GaAIAsP) ou fosfato de arsenieto de gálio e índio (GaInAsP).
Para que possamos transmitir sinais elétricos em uma fibra óptica,
precisamos, primeiro converter os sinais elétricos em sinais ópticos e depois
reconvertermos os sinais ópticos em sinais elétricos.
Os circuitos elétricos que fazem este tipo de conversão são chamados de
Conversores Eletro Ópticos.

O circuito Emissor é composto por:


 Conversor ou Codificador: converte os sinais elétricos, analógicos ou
digitais, em sinais ópticos.
 Circuito Driver: controla a polarização elétrica e a emissão de potência.

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 Fonte Luminosa: dispositivo emissor de luz, podendo ser tipo LED ou
ILD.

O circuito Receptor é composto por:


 Receptor / Detector Óptico: dispositivo detector de luz, converte os
sinais ópticos em elétricos.
 Amplificador / Filtro: circuito eletrônico que regenera e amplifica o sinal
elétrico.
 Decodificador: decodifica os sinais digitais vindos do circuito
amplificador.

Os circuitos estão mostrados esquematicamente abaixo:

2.4.1. LED - Light Emition Diode

As fontes de luz mais comuns para os sistemas de comunicação por fibra


óptica são os LEDs, porque emitem luz invisível próxima do infravermelho. Sua
operação é como a operação básica de um diodo comum.
O comprimento de onda emitido pelo LED depende dos níveis internos de
energia do semicondutor. Os comprimentos de onda mais usados em aplicações de
fibra óptica são de 820 e 850 nm.
Existem dois tipos de LED mais utilizados em sistemas de comunicação por
fibras ópticas: emissores de borda e emissores de superfície, sendo que os
emissores de superfície são mais comumente utilizados, porque oferecem melhor
emissão de luz. Mas as perdas de acoplamento são maiores nestes emissores e
eles apresentam larguras de banda de modulação menores que os emissores de
borda.

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2.4.2. ILD - Injection LASER Diode

Enumeramos no mercado três tipos básicos de laser: a gás, sólido ou


semicondutor. Apenas o laser semicondutor encontra aplicação prática em sistemas
de comunicação por fibras ópticas devido a custo, dimensões e tensão de
alimentação.
É mais indicado para sistemas de longas distâncias por acoplar maiores
potências em fibras ópticas.
Com operação bastante similar ao LED, possuem os mesmos materiais em
sua constituição, embora arranjados de maneira diferente. Abaixo de um limite bem
definido (thresold) de corrente, o ILD se comporta como um LED: apresenta emissão
espontânea e uma irradiação de luz mais ampla (menos direcionada). Acima do
thresold, porém, o laser começa a oscilar.

2.5. Atenuação

À medida que a luz se propaga pela fibra óptica, perde parte da potência pela
absorção de luz na casca, bem como imperfeições do material empregado na
fabricação (sílica) dentro da fibra (guia de onda), por um processo que chamamos
de atenuação do sinal que é medido em dB/km. A absorção da luz por materiais
dentro da fibra, a difusão da luz dentro da fibra e o vazamento de luz do núcleo,
também estão envolvidos nesta perda. O grau de Atenuação depende do
comprimento de Onda da Luz transmitida. Isto faz com que a transmissão por fibra
óptica não seja um meio 100% eficiente.
A atenuação experimentada pelos sinais luminosos através da fibra óptica é
uma característica cujo papel é fundamental na determinação da distância máxima
entre um transmissor e um receptor óptico. A atenuação (ou as perdas de
transmissão) de uma fibra óptica costuma ser definida em termos da relação de
potência luminosa na entrada da fibra de comprimento L e a potência luminosa na
sua saída. Os mecanismos básicos responsáveis pela atenuação em fibras ópticas
são os seguintes:

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· Absorção: A atenuação por absorção pode ocorrer de três maneiras: a
absorção intrínseca, absorção extrínseca e a absorção por efeitos
estruturais. A absorção intrínseca depende do material usado na
composição da fibra, a absorção extrínseca resulta da contaminação de
impurezas que o material da fibra experimenta durante seu processo de
fabricação e a absorção por efeitos estruturais A absorção por defeitos
estruturais resulta do fato de a composição do material da fibra estar
sujeita a imperfeições, tais como, por exemplo, a falta de moléculas ou a
existência de defeitos do oxigênio na estrutura do vidro.
· Espalhamento: É o mecanismo de atenuação que exprime o desvio de
parte da energia luminosa guiada pelos vários modos de propagação e
várias direções.
· Curvaturas: Curvaturas na fibra devido às instalações físicas do ambiente
por onde a fibra passa.

É importante que no dimensionamento de um sistema de transmissão, além


das perdas introduzidas pela atenuação da fibra óptica, devem ser consideradas
também as perdas causadas nas emendas e conexões entre segmentos de fibras e
no acoplamento das fibras com as fontes e detectores luminosos.

2.6. Técnicas de Fabricação

Para aperfeiçoar a características, mecânicas, geométricas e ópticas de uma


fibra óptica sua fabricação se efetua, habitualmente, em processos de varias etapas.
Além do mais, esta forma de fabricação permite uma produção em grandes
quantidades, rápida e rentável, atualmente são premissas fundamentais para as
telecomunicações ópticas.
Os materiais básicos usados na fabricação de fibras ópticas são sílicas puras
ou dopada, vidro composto e plástico. As fibras ópticas fabricadas de sílica pura ou
dopadas são as que apresentam as melhores características de transmissão e são
as usadas em sistemas de telecomunicações. Todos os processos de fabricação
são complexos e caros. A fibra óptica fabricadas de vidro composto e plástico não
tem boas características de transmissão (possuem alta atenuação e baixa faixa de
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banda passante) e são empregadas em sistemas de telecomunicações de baixa
capacidade e pequenas distâncias e sistemas de iluminação. Os processos de
fabricação dessas fibras são simples e baratos se comparada com as fibras de sílica
pura ou dopada.

Processo MCVD: Modified Chemical Vapour Deposition


É muito utilizado em todo o mundo, foi desenvolvido pelos laboratórios "Bell"
nos Estados Unidos. Parte-se de um tubo de sílica de alta pureza. Faz-se o
preenchimento de seu interior com sílica dopada através da deposição de partículas
geradas por oxidação de vapores de cloretos, principalmente de silício e germânio.
Oxidação, deposição e vitrificação são conseguidas em um torno de deposição,
devido à alta temperatura gerada por um queimador que percorre por inúmeras
vezes o tubo por onde circulam internamente os cloretos.
Para obter um bastão totalmente sólido e com total transparência, faz-se o
colapsamento do material com o emprego de alta temperatura e uma bomba de
vácuo.
O bastão colapsado é conhecido como pré-forma. Através do estiramento da
pré-forma, que possui pouco mais de um metro de comprimento e alguns
centímetros de diâmetro, será obtida a fibra óptica, com alguns microns de diâmetro
e dezenas de quilômetros de comprimento, preservando a proporção geométrica de
casca (formada pelo tubo de sílica) e núcleo (material depositado) do bastão original.

Processo PCVD: Plasma Activated Chemical Vapour Deposition


Similar ao MCVD, usando um plasma isotérmico para a estimulação da
reação de oxidação dos vapores, ao invés de uma região de alta temperatura.

Processo OVD: Outside Vapour Deposition


A oxidação e deposição dos cloretos é feita externamente a um mandril de
cerâmica ou grafite que é depois retirado da pré-forma. Para estimular a deposição
também é usado um queimador que percorre longitudinalmente o mandril em
rotação constante.

Processo VAD: Vapour-phase Axial Deposition

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Semelhante ao OVD por ocorrer deposição externa, porém o crescimento da
pré-forma é feito de forma axial e não longitudinal, permitindo um processo contínuo
de fabricação.

2.7. Conectores

Existem vários tipos de conectores de fibra óptica. O conector tem uma


função importante, já que a fibra deve ficar perfeitamente alinhada para que o sinal
luminoso possa ser transmitido sem grandes perdas.
Os quatro tipos de conectores mais comuns são os LC, SC, ST e MT-RJ. Os
conectores ST e SC eram os mais populares a até pouco tempo, mas os LC vêm
crescendo bastante em popularidade e podem vir a se tornar o padrão dominante.
Os conectores MT-RJ também têm crescido em popularidade devido ao seu formato
compacto, mas ainda estão restritos a alguns nichos.
Como cada conector oferece algumas vantagens sobre os concorrentes e é
apoiado por um conjunto diferente de empresas, a escolha recai sobre o conector
usado pelos equipamentos que pretender usar. É possível inclusive utilizar
conectores diferentes dos dois lados do cabo, usando conectores LC de um lado e
conectores SC do outro, por exemplo.

Conector LC
O LC (Lucent Connector) é um conector miniaturizado que, como o nome
sugere, foi originalmente desenvolvido pela Lucent. Ele tem bastante popularidade,
sobretudo no uso de fibras monomodo. Ele é o mais comumente usado em
transceivers 10 Gigabit Ethernet.

Conector ST
O ST (Straight Tip) é um conector mais antigo, muito popular para uso com
fibras multimodo. Ele foi o conector predominante durante a década de 1990, mas
está a perder espaço para o LC e outros conectores mais recentes. Ele é um
conector do tipo baioneta, que lembra os conectores BNC usados em cabos
coaxiais.

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Conector SC
É um conector simples e eficiente, que usa um sistema simples de encaixe e
oferece pouca perda de sinal. Ele é bastante popular nas redes Gigabit, tanto com
cabos multimodo como monomodo, mas vem perdendo espaço para o LC. Uma das
Desvantagem do SC é seu tamanho avantajado; cada conector tem
aproximadamente o tamanho de dois conectores RJ-45 colocados em fila indiana,
quase duas vezes maior que o LC e ele utiliza um sistema de travamento tipo push /
pull.

Conector MR – RJ
MT-RJ (Mechanical Transfer Registered Jack) um padrão novo, que utiliza um
ferrolho quadrado, com dois orifícios (em vez de apenas um) para combinar as duas
fibras num único conector, pouco maior que um conector telefônico. Ele está a
crescer de popularidade, substituindo os conectores SC e ST em cabos de fibra
multimodo, mas ele não é muito adequado para fibra monomodo.

3. APLICAÇÕES

O cabo de fibra óptica é frequentemente utilizado nos backbones de redes


devido à relação entre a largura de banda muito alta e o custo efetivo.
Outras aplicações que também podemos citar são sistemas de TV de alta
resolução e de controle, sensoriamento de várias grandezas físicas e químicas,
como por exemplo, temperatura, pressão e concentrações químicas. Além disso,
possuem aplicações em medicina e na indústria de automóvel.

3.1. Aplicações da Fibra Óptica na Medicina

O uso de fibras ópticas em aplicações médicas tem evoluído bastante desde


as aplicações pioneiras do Fiberscope, onde um feixe de fibras de vidro servia
basicamente para iluminar e observar órgão no interior do corpo humano. Hoje em
dia, tem-se uma variedade de aplicações de sistemas sensores com fibras ópticas
em diagnóstico e cirurgia. Inseridos através de cateteres ou subcutaneamente,
sensores de fibras ópticas miniaturizados permitem monitorar funções biológicas
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internas dos pacientes. Estes sensores, que podem permanecer aplicados no
paciente durante um longo tempo, permitem testar e acompanhar processos
biológicos em tempo real, de vital importância, por exemplo, em cirurgias. Dentre os
sistemas sensores com fibras ópticas em aplicações médicas podem ser destacados
os seguintes:

Sensores de temperatura: têm sido utilizados, por exemplo, em terapia


hipertérmica radiológica de tumores cancerígenos, onde as qualidades de imunidade
eletromagnética das fibras ópticas são únicas, face à radiação de micro-ondas da
fonte de calor utilizada. A faixa de atuação típica dos sensores de temperatura para
aplicações médicas é de 0 a 100ºC e com precisão de 0,01ºC;
Sensores de pressão: utilizados para monitorar a pressão intracraniana,
cardiovascular, uretral ou retal. A faixa de atuação é de 0 a 300 mm de mercúrio
com precisão de 0,5%;
Sensores magnéticos: permitem obter o mapeamento dos campos
magnéticos gerados pelo cérebro, útil no tratamento de ataques de epilepsia.

3.2. Aplicações da Fibra Óptica na Automobilística

Sistemas com fibras ópticas vêm sendo bastante utilizados já há algum


tempo, por exemplo, para guiar a luz nos mostradores de painel dos automóveis.
Entretanto, com a introdução dos sistemas de controle do motor e da transmissão,
pilotados por micro-computador de bordo (microprocessadores), as fibras ópticas
ganharam um novo e mais importante papel na indústria automobilística. Com suas
qualidades de tamanho e peso reduzidos, isolação elétrica e completa imunidade
sobre interferências eletromagnéticas, as fibras ópticas podem substituir,
vantajosamente, os fios metálicos como meio de transmissão na supervisão e
controle principalmente:

 do funcionamento do motor e da transmissão de potência do motor,


consumo de combustível, regulagem automática de suspensão, etc.)

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 das facilidades associadas aos acessórios (aquecimento e refrigeração
de ar, controle das janelas e portas, controle dos bancos etc.)

A tecnologia de fibras ópticas para este tipo de aplicação é obviamente


distinta daquela usada nos sistemas de comunicações. Em geral, núcleo e casca de
plástico que têm dimensões e perdas maiores, mas implicam uma relação custo-
desempenho mas favorável a este tipo de aplicação em distâncias muito curtas. Um
outro requisito importante é que os conectores e dispositivos sejam robustos,
duráveis e resistentes à corrosão e vibração.

4. VANTAGENS E DESVANTAGENS

4.1. Vantagens

As fibras ópticas não causam interferência entre si, eliminando assim um


problema comum enfrentado nos sistemas com cabos convencionais, principalmente
nas transmissões em alta frequência, eliminando necessidade de blindagens que
representam parte importante do custo de cabos metálicos.
As fibras ópticas apresentam atualmente perdas de transmissão
extremamente baixas. Desse modo, com fibras ópticas e com a tecnologia de
amplificadores ópticos, é possível uma transmissão interurbana com até centenas de
quilômetros, aumentando a confiabilidade do sistema, diminuindo o numero de
repetidores, o que reduz a complexidade e custos do sistema.
por serem feitas de material dielétrico, as fibras ópticas são totalmente imunes
a ruídos em geral e interferências eletromagnéticas, como as causadas por
descargas elétricas, instalações de alta tensão, ignição de motores, chaveamento de
relés entre outras fontes de ruído elétrico. Por outro lado existe um excelente
confinamento, do sinal luminoso propagado pelas fibras ópticas. A imunidade a
pulsos eletromagnéticos (PEM) é outra característica importante das fibras ópticas.
Qualquer tentativa captação de mensagens ao longo de uma fibra óptica é
facilmente detectada, pois exige o desvio de uma porção considerável de potência

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luminosa transmitida, as fibras não são localizáveis através de equipamentos
medidores de fluxo eletromagnéticos ou detectores de metal.

4.2. Desvantagens

As pequenas dimensões das fibras ópticas exigem procedimentos e


dispositivos de alta precisão na realização das conexões e junções.
Os sistemas com fibras ópticas requerem alimentação elétrica independente
para cada repetidor, não sendo possível a alimentação remota através do próprio
meio de transmissão.
A relativa imaturidade e o contínuo avanço tecnológico não tem facilitado o
estabelecimento de padrões para os componentes de sistemas de transmissão por
fibras ópticas.
A propagação da luz é unidirecional. Como na maioria das aplicações a
comunicação é full - duplex, os cabos de fibra óptica necessitam de duas fibras, uma
para transmitir o sinal óptico, outra para receber a resposta.

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