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Todos os valores que os africanos traziam, fossem religiosos ou culturais eram banidos
ou rotulados como coisas do demônio, magia pagã ou feitiçaria.
Mas, por muitos meios e artifícios os africanos e seus descendentes se apropriaram dos
valores dos seus escravizadores ou usaram sua estrutura para se organizarem em
irmandades, onde o branco cristão europeu não participava, como é o exemplo da
Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos e da Boa Morte. Estas irmandades
funcionavam até como agremiação para angariar fundos para pagar a alforria de seus
³irmãos´, além de servir de um intercâmbio de africanos, e das suas tradições culturais,
lingüística e religiosas, sendo um dos primeiros berços para a resistência e para a
manutenção das crenças dos seus antepassados africanos na terra que tinha lhe recebido
com o chicote na mão.
A religião nativa dos africanos foi interpretada à luz da teologia católica que se
considerava superior, deferindo títulos de pagãs, idólatras, satânicas,animistas e
politeístas, gerando, senão no africano que aqui chegava, que tinha o conhecimento de
seus antepassados, mas a partir de seus descendente uma inferiorização da fé e crença
trazidas na alma de seus pais.
Na maioria dos casos, na África, o culto tinha um caráter familiar e era exclusivo de
uma linhagem, clã ou grupo de sacerdotes. As divindades iorubás eram cultuadas em
suas cidades: Xangô, em Oió; Oxossi, em Ketu; Oxum, em Ipondá, e assim por diante.
Bem como divindades de origen Bantu como Nzazi, Mutakalambô, Ndandalunda eram
cultuadas por grupos próprios, embora os bantu tivessem uma idéia de transcendência
de seus cultos e buscasse esta ou aquela divindade como intermediária entre ele e
Nzambi Mpungu (Deus Todo Poderoso), de acordo com a situação real e a área de
atuação de cada energia.
Com a vinda ao Brasil e a separação ardilosa das famílias, das nações, das etnias, essa
estrutura religiosa não pode se repetir e se fragmentou. Mas os negros criaram uma
unidade nesta diversidade e pluralidade e puderam partilhar e comungar os cultos e os
conhecimentos diferentes em relação aos segredos rituais de sua religião e cultura. E
desta nova maneira de ser e viver, aberta a todos, surgiu a forma acabada do que se
chama hoje candomblé.
O vernáculo Candomblé, não mantém sob sua sombra uma unicidade e sim uma
diversidade religiosa e cultural, que talvez até hoje não tenhamos a verdadeira dimensão
de sua abrangência, em termos de origem étnica, clã, reinos, povos e organizações
sociais e religiosas africanas que foram trazidas para o Brasil.
Reúne, sob o mesmo título a idéia genérica para os diversos troncos religiosos na
experiência dos muitos povos trazidos do continente africano para as terras brasileiras.
Na sua etimologia advém do étimo bantu ndombele para a variação kandombele, e,
portanto, vem a denotar um equivalente próximo ao verbo ³adorar´ ³falar´ (existem
outras interpretações para o termo, mas preferimos esta).
Então, como antes tinha se organizado sob o manto das irmandades cristãs, agora, no
momento próprio se irmanam sob o manto da nova identidade, que viria a ser conhecida
como Candomblé.
Os africanos de maioria bantu (durante os dois primeiros séculos do tráfico dos negros),
largamente assentados na região nordeste do Brasil (Alagoas, Pernambuco, Maranhão),
no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, utilizados na lavoura e pastoreio, pois já na África
eram grandes criadores e cultivadores do solo, além de serem mestres na fundição de
metais, influenciaram em todas as áreas a cultura do país nascente, que nascia sob o
fertilizado solo regado pelo suor da pele negra, e sob a riqueza gerada pelos músculos
africanos. Alguns historiadores defendem que os africanos que desembarcaram na Bahia
eram da África sudanesa (Yorubás, dahomeanos, malês...), e que em muitas lutas de
resistência se refugiavam em quilombos baianos. O que se tem certeza é que os
primeiros a chegarem por aqui, quando a escravidão era mais desumana, foram os
bantu.
aquele que, por excelência, fala (Mpungu é uma ave que voa muito alto, fornecendo,
deste modo, a derivação semântica de ³maior´, ³eminente´, ³excelente´) Os bantos
(bantu) são povos que habitam a África do Sul Equatorial. Falam dialetos diferentes (a
língua é igual) e pertencem a etnias diferentes. Cerca de 274 dialetos e línguas são
falados. A influência dos bantos invadiu a cultura brasileira, trazendo sua mitologia,
culinária, religião além de elementos folclóricos como a congada, recordando a rainha
Ginga de Angola; o maracatu de Cambinda Velha; a capoeira e o primitivo samba
(semba).
Claro que muitas coisa tidas hoje como folclóricas, são na verdade uma tentativa de
reformular nas novas terras uma dinastia desfeita pela escravização como é o caso da
formação da corte do Congo (congadas).
Hoje o candomblé abriga em suas lides várias tradições religiosas conhecidas como
Nações.
A nação Ketu, que tomou o nome de um dos povos yorubanos, onde a familia Arô
reinava, quando da escravização e do tráfico para o Brasil, e que cultua Orixás de várias
origens daquele povo, além de diversas divindade de povos que eram seus vizinhos na
África e se influenciaram mutuamente tanto na sua terra natal, quando na diáspora. De
forte expressão na Bahia e em Pernambuco, através do Xangô do Recife, uma variação
religiosa correspondente ao candomblé.
A Naçaõ Jêje, que tomou o nome de um ³apelido´ que lhe era dado pelos yorubanos.
São de origem Ewe Fon, de povos do antigo Daomé, que cultua Voduns, além de
divindades comuns com a nação ketu. Teve sua grande expressão na Bahia, através de
casas antigas e no Maranhão através do Tambor de Mina, uma organização religiosa
corresponde ao candomblé.
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Entre os grupos que se identificam nas ³Nações´ acima, temos as variantes que
trafegam entre uma e outra, como, por exemplo, os que se identificam como ³Nagô-
Vodum´.
Ainda temos o Omolocô, uma tradição afro-brasileira antiga e respeitada, que em muitas
casas está mais próximo das tradições yorubanas/daomeanas e em outras das tradições
de origem bantu
Pelos registros temos como o primeiro sacerdote iniciado no Brasil, de origem bantu,
que mais tarde seria conhecida como Nação Angola-Congo, o Sr. Roberto Barros Reis,
que foi o Iniciador da Sra. Maria Genoveva do Bonfim, conhecida como Maria Neném.
A Sra. Maria Neném tinha o nome iniciático de Twenda Nzambi e Fundou uma casa de
candomblé que chefiou até 1945.
De suas mãos saíram Manoel Ciriaco de Jesus, Tata Nludiamugongo, que teve casa de
candomblé no Engenho Velho e depois assumiu a terreno da Ladeira da Vila América
(ou Alto do Corrupio), que era do Sr. Manoel Kambambi, filho do Nkisi Nkosi. Foi Tata
Ciriaco que formou a grande família hoje conhecida como Tumba Junsara, deixando a
casa nas mãos de sua filha de santo e sobrinha de Tata Manoel Kambambi, Mam'etu
Deré Lubdi, grande sacerdotisa. Hoje a casa é chefiada pela Nengua ria Nkisi/Mukixi
Sra. Iraildes Maria de Jesus, filha do Nkisi Kindembo (Tempo), onde se celabra uma
grande festa todos os anos no final de semana mais próximo ao dia 10 de agosto. Da
raiz Tumba Junsara se espalharam várias casas em todo Brasil e no exterior.
Também das mãos de sacerdotisa Twenda Nzambi (Maria Neném) saiu o Sr. Manoel
Bernardino, fundador da casa de Angola-Congo Bate Folha, na Mata escura, que
também gerou um enormidade de filhos e casas que seguem esta tradição em todo o país
e em vários país estrangeiros.
Além, é claro, de várias outras casas e famílias, que de acordo com os estudos e com os
mais velhos são todos descendentes da sacerdotisa Maria Neném, pois foi ela que
fundou a primeira casa de Candomblé de Angola ± Muxicongo.
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Francisco Ngunz'tala
www.multiculturas.com/avi.htm
francgunzo@yahoo.com.br (61) 8124.0946
Fontes:
http://www.emtursa.ba.gov.br/
http://www.geocities.com/kimbundohp/
Àbíkú (nascer-morrer)
Só mesmo um grande mestre como Pierre Verger para nos tirar da ignorância sobre este
tema, através da sua pesquisa e coragem, cujo legado será eterno.
Se uma mulher, em país yorubá dá à luz uma série de crianças natimortas ou mortas em
baixa idade, a tradição reza que não se trata da vinda ao mundo de várias crianças
diferentes, mas de diversas aparições do mesmo ser (para eles, maléfico) chamado àbíkú
(nascer-morrer) que se julga vir ao mundo por um breve momento para voltar ao país
dos mortos, órun (o céu), várias vezes.
Ele passa assim seu tempo a ir e voltar do céu para o mundo sem jamais permanecer
aqui por muito tempo, para grande desespero de seus pais, desejos de ter os filhos vivos.
Essa crença se encontra entre os Akan, onde a mãe é chamada awomawu (ela bota os
filhos no mundo para a morte). Os ibo chamam os abikú de ogbanje, os hauças de
danwabi e os fanti, kossamah.
Encontramos informações a respeito dos abikú em oito itans (histórias) de ifá, sistema
de adivinhação doa yorubá, classificados nos 256 odu (sinais de ifá). Essas histórias
mostram que os abikú formam sociedades no egbá órun (céu), presididas por iyàjansà (a
mãe-se-bate-e-corre) para os meninos e olókó (chefe da reunião) para as meninas, mas é
Aláwaiyé (Rei de Awaiyé) que as levou ao mundo pela 1ª vez na sua cidade de Awayié.
Lá se encontra a floresta sagrada dos abikú, aonde os pais de abikú vão fazer oferendas
para que eles fiquem no mundo.
Quando eles vem do céu para a terra, os abikú passam os limites do céu diante do
guardião da porta, oníbodé órun, seus companheiros vão com ele até o local onde eles se
dizem até logo. Os que partem declaram o tempo que vão ficar no mundo e o que farão.
Se prometem a seus companheiros que não ficarão ausentes, essas, crianças apesar de
todo os esforços de seus pais, retornarão, para encontrar seus amigos no céu.
Os abikú podem ficar no mundo por períodos mais ou menos longos. Um abikú menina
chamada "A-morte-os-puniu" declara diante de oníbodé órun que nada do que os seus
pais façam será capaz de retê-la no mundo, nem presentes nem dinheiro, nem roupas
que lhes ofereçam, nem todas as cosias que eles gostariam de fazer por ela atrairiam os
seus olhares nem lhe agradariam.
Um abikú menino, chamado ilere, diz que recusará todo alimento e todas as coisas que
lhe queiram dar no mundo. Ele aceitará tudo isto no céu.
Quando Aláwaiyé levou duzentos e oitenta abikú ao mundo pela primeira vez, cada um
deles tinha declarado, ao passar a barreira do céu, o tempo que iria ficar no mundo. Um
deles se propunha a voltar ao céu assim que tivesse visto sua mãe; um outro, iria esperar
até o dia em que seus pais decidissem que ele casasse; um outro, que retornaria ao céu,
quando seus pais concebessem um novo filho, um ainda não esperaria mais do que o dia
em que começasse a andar.
Nossas histórias de ifá nos dizem que oferendas feitas com conhecimento de causa são
capazes de reter no mundo esses abikú e de lhes fazer esquecer suas promessas de volta,
rompendo assim o ciclo de suas idas e vindas constantes entre o céu e a terra, porque,
uma vez que o tempo marcado para a volta já tenha passado, seus companheiros se
arriscam a perder o poder sobre eles.
É assim que nessas quatro histórias encontramos oferendas que comportam um tronco
de bananeira acompanhado de diversas outras coisas. Um só dos casos narrados, o
terceiro, explica a razão dessas oferendas:
"Um caçador que estava à espreita, no cruzamento dos caminhos dos abikú, escutou
quais eram as promessas feitas por três abikú quanto à época do seu retorno ao céu."
"Um deles promete que deixará o mundo assim, que o fogo utilizado por sua mãe, para
preparar sua papa de legumes, se apague por falta de combustível. O segundo esperará
que o pano que sua mãe utilizar, para carregá-lo nas costas se rasgue. A terceira
esperará, para morrer, o dia em que seus pais lhe digam que é tempo de ele se casar e ir
morar com seu esposo."
"O caçador vai visitar as três mães no momento em que elas estão dando à luz a seus
filhos abikú e aconselha à primeira que não deixe se queimar inteiramente a lenha sob o
pote que cozinha os legumes que ela prepara para seu filho; à segunda que não deixe se
rasgar o pano que ela usar para carregar seu filho nas costas, que utilize um pano de
qualidade diferente; ele recomenda, enfim à terceira, de não especificar, quando chegar
a hora, qual será o dia em que sua filha deverá ir para a casa do seu marido."
As três mães vão, então consultar a sorte, ifá, que lhes recomenda que façam
respectivamente as oferendas de um tronco de bananeira, de uma cabra e de um galo,
impedindo, por meio deste subterfúgio, que os três abikú possam manter seu
compromisso. Porque, se a primeira instala um tronco de bananeira no fogo, destinado a
cozinhar a papa do seu filho, antes que ele se apague, o tronco de bananeira, cheio de
seiva e esponjoso, não pode queimar, e o abikú, vendo uma acha de lenha não
consumido pelo fogo, diz que o momento da sua partida ainda não é chegado. A pele de
cabra oferecida pela segunda mãe serve para reforçar o pano que ela usa para levar seu
filho nas costas; a criança abikú não vai achar nunca que esse pano se rasgou e não vai
poder manter sua promessa. Não se sabe bem o porque do oferecimento de um galo,
mas a história conta que quando chegou a hora de dizer à filha já uma moça, que ela
deveria ir para casa do seu marido, os pais não lhe disseram nada e a enviaram
bruscamente para a casa dele.
Nossos três abikú não podem mais manter a promessa que fizeram, porque as
circunstâncias que devem anunciar sua partida não se realizaram tais como eles tinham
previsto na sua declaração diante de oníbodé órun. Estes três abikú não vão mais
morrer. Eles seguiram um outro caminho.
Comentamos esta história com alguns detalhes porque ilustra bem o mecanismo das
oferendas e de sua função. Não é o seu lado anedolíco (de lenda) que nos interessa aqui,
mas a tentativa de demonstração de que em país yorubá, a sorte (destino) pode ser
modificada, numa certa medida, quando certos segredos são conhecidos.
Entre as oferendas que os retêm aqui, na terra, figuram, em primeiro plano, as plantas
litúrgicas. Cinco delas são citadas nestas histórias:
- Abíríkolo (crotalaria lachnophera, papilolionacaae)
- Agídímagbayin (não identificada)
- Ídí (terminalia ivorensis, combretacae)
- Ijá àgborin (não identificada)
- Lara pupa (ricinus communis - mamona vermelha)
Ainda mais duas plantas são frequentemente utilizadas para reter os abikú e que não
figuram nessas histórias:
- Olobutoje (jatropha curcas, euphorbiaceae)
- Òpá eméré (waltheria americana, sterculiaceae)
A oferta dessas folhas constitui uma espécie de mensagem e é acompanhada por ofó
(encantamentos).
Em país yorubá, os pais, para proteger seus filhos abikú e tentar retê-los no mundo,
podem se dedicar a certas práticas, tais como fazer pequenas incisões nas juntas da
criança e aí esfregar atin (um pó preto feito com ossum, favas e folhas litúrgicas para
esse fim) ou ainda ligar à cintura da criança um ondè, talismã feito desse mesmo pó
negro, contido num saquinho de couro.
Em uma outra história, são feitas alusões aos xaorôs, anéis providos de guizos, usados
nos tornozelos pelas crianças abikú , para afastar os companheiros que tentam vir buscá-
los no mundo e lembrar-lhes suas promessas. De fato seus companheiros não aceitam
assim tão facilmente a falta de palavra dos abikú, retidos no mundo pelas oferendas,
encantamentos e talismãs preparados pelos pais, de acordo com o conselho dos
babalaôs. Nem sempre essas precauções e oferendas são suficientes para reter as
crianças abikú sobre a terra. Iyájanjàsa é muitas vezes mais forte. Ela não deixa agir o
que as pessoas fazem para os reter e porá tudo a perder o que as pessoas tiverem
preparado. Contra os abikú não há remédios. Yiájanjàsá os atrairá à força para o céu. Os
corpos dos abikú que morrem assim, são frequentemente mutilados. A fim de que,
dizem, eles percam seus atrativos e seus companheiros no céu não queiram brincar com
eles sobretudo para que o espírito do abikú, maltratado deste modo, não deseje mais vir
ao mundo.
Essas criança abikú recebem no seu nascimento, nomes particulares. Alguns desses
nomes são acompanhados de saudações tradicionais. Eles podem ser classificados: quer
nomes que estabeleçam sua condição de abikú; quer nomes que lhes aconselham ou lhe
suplicam que permaneçam no mundo; quer em indicações de que as condições para que
o abikú volte não são favoráveis; quer em promessas de bom tratamento, caso eles
fiquem no mundo. A frequência com que se encontra, em país yorubá, esses nomes em
adultos ou velhinhos que gozam de boa saúde, mostra que muitos abikú ficam no
mundo graças, pensam as almas piedosas, a todas essas precauções, à ação de Òrúnmìlà,
e à intervenção dos babalaôs.
ITANS de IFÁ
Estes itens completos são descritos numa edição da revista Afro-Ásia, 14 - 1983, sob o
título (A Sociedade Egbé Òrun dos Àbíkú, as crianças nascem para morrer várias vezes)
As cerimônias para os abikú parecem ser pouco frequentes entre os yorubás, a única
assistida por Pierre Verger, a cerimônia foi feita pela tanyinnon encarregada do culto
aos deuses protetores de uma família tradicional do bairro Houéta. Num canto da peça
principal, oito estatuetas de madeira com 20 centímetros de altura e eram colocadas
sobre uma banqueta de barro.
Portanto ao contrário que muitos falam, nada tem a ver com a criança que já
nasce "feita" no santo.
O legado dos antigos pelas suas crenças, histórias e ritos da sua prática religiosa e
cultural, se adaptam e se aplicam em qualquer tempo, através da sua sabedoria, com
muita propriedade.
Nos dias de hoje, quando morre uma criança ainda nova, há muita possibilidade de ser
um abikú que está voltando ao "céu", bem como persiste a probabilidade de voltar em
um próximo filho, ainda na mesma geração ou na próxima; quando uma criança fica
muito doente e corre risco de vida, pode averiguar na família se já há caso de aborto ou
morte prematura, é bem possível.
As reações, mais da mãe que do pai, em caso de aborto, porque muitas vezes o pai não
fica sabendo e não participa da decisão, na sua vida, no seu dia a dia são sintomáticas:
desequilíbrio generalizado, na vida pessoal, no trabalho, em casa, nos estudos, nada dá
certo, nada vai bem, angustia, depressão, pessimismo, falta de ânimo, aparentemente
tudo deveria estar bem, mas as coisas não "vão"; É a influência daquele "ser", que
contrariando as leis da natureza foi "fisicamente" eliminado, o qual fica gravitando num
outro plano próximo aos pais, afetando suas vidas com estes sintomas.
Até mesmo por uma questão de justiça, não poderá um abikú que foi "gerado" por uma
família, aparecer em outra, que nada tem a ver com o ato irresponsável de outros, e
percebemos que uma criança que já nasce deformada de alguma forma, ou uma doença
grave com morte, quem sofre realmente na sua plenitude são os pais, porque a dor
interna é maior que a dor física, a criança já nasceu daquela forma, para ela que não
sentiu e não sabe ser saudável, não percebe e não imagina como se sente alguém
normal, portanto a sua dor ou problemas, para si é normal.
Esta situação pode e deve ser tratada no seu campo espiritual, os antigos nos legaram
instrumentos dentro da religião yorubá, para fazê-lo, através de ebós e oferendas
específicas, que se vale do mesmo princípio aplicado nos países yorubanos, quer seja:
"enganar" os abikús; Muito se pode melhorar e modificar, evidente que em alguns casos
é irreversível após o nascimento, mas se detectado ou informado o babalorixá ou
yialorixá competente, pelo que foi descrito, a mãe que poderia vir a ter um filho abikú,
por meio desses ebós e oferendas pode-se evitar a vinda de um ser deformado ou com
problemas sérios, que na realidade, nada mais é que um "retorno sob forma de castigo"
de atos nossos ou de gerações passadas, de um processo que nunca foi tratado ou
interrompido.
Desta forma vê-se que o aborto é uma situação que transcende a ingerência das pessoas,
pois é algo ligado diretamente à natureza, e consequentemente ao Seu Criador,
modifica-se ou escapa da lei dos homens, mas não à Divina. Este é um fato porque
nenhuma religião da terra permite o aborto.
Um banho, com o Axé das ervas dos Orixá do Candomblé, age sobre a aura eliminando
energias negativas, produzindo energias positivas.
Um banho de ervas reúne as ervas adequadas a cada caso, agindo diretamente sobre
esses distúrbios, eliminando os sintomas provocados pelo acúmulo de energias
negativas.
Esta relação, são as ervas mais utilizadas, e que são encontradas para uso, estão com a
nomeclatura popular, científica, yorubana e para que orixás se destinam, ou são usadas.
INGREDIENTES
0,5 Kg de mel de abelha; 2 folhas (se grandes) ou três de babosa (aloe vera); 3 a 4
colheres de araq, ou whisky, ou conhaque, ou cachaça, ou tequila.
PREPARO
Cortar espinhos bem de leve das folhas; Colocar tudo dentro do liquidificador; Bater
bem.
SO
Antes de tomar, agitar o frasco; 1 colher de sopa, sempre antes das refeições (uma de
manhã, uma meio dia, uma noite), uns 15 minutos antes é suficiente. Quanto mais em
jejum melhor. Fórmula para 10 dias; Repetir + 2 vezes com intervalo de 21 dias.
Saião, conhecida como "folha gorda", São gonçalinho, Tapete de Oxalá ((boldo), Bete
cheiroso, Goiabeira, Peregun (conhecido como pau dágua, é ideal que tenha em
qualquer tipo de banho), Carqueja, Umbauba/embaúba, Macassá (excelente p/banho),
Melissa, Kitoko, Beti branco, Alfavaca, erva doce, folha da fortuna, Erva prata,
Patchouli, Anis, Alecrim, Araça, Guiné, Louro, Macela, Língua de vaca, Alevante,
Amoreira, Pata de vaca, Colônia/lírio de brejo, Jibóia, Canfora, Alfazema.
Umbanda é deste século, e utiliza os orixás do Candomblé, sob outra forma e outro
aspecto, em especial, vou me ater a figura de Exú. Na sua qualidade de ser ambivalente,
positivo e negativo, bem e mal, de uma forma definitiva, esta situação de bem e mal,
também está associado à todos os seres humanos, e nem por isso, somos o diabo,
ninguém é totalmente bom, 24 horas por dia, 360 dias por ano, a sua vinda inteira; o
inverso também é verdadeiro, convivemos com o bem e o mal, porém Exú, na sua
condição, só fará alguma coisa, se e somente se, for mandado, portanto quem faz o mal
na realidade é quem pede, e que pela própria lei da natureza, pagará, pois segundo a lei
mais certa que existe, a lei do retorno - "Toda ação gera uma reação, com a mesma
intensidade, em sentido contrário", quer dizer, tudo que vai, volta, a experiência nos
comprova isto, e geralmente, da forma que mais dói, no bolso ou na saúde (tarda mas
não falha); isso posto, em quem está a maldade? Sem mandante, ela simplesmente não
existiria, e, mais uma vez EXÚ PAGA O PATO. Em mais de vinte anos de pesquisa, e
não foi pouca, as maiores e melhores obras, dos maiores e melhores autores, sobre
religiões africanas, sejam brasileiros, ingleses, franceses, africanos, babalorixás,
antropólogos, babalaôs, nunca li nada que se referisse à exú mulher, ao contrário, sua
forma é fálica (forma de pênis), sempre no sentido de elemento fecundador, fertilizador
e nunca elemento fecundado, nunca houve qualquer simbolismo ou ligação com uma
"vagina", em sua ambivalência, assume situações duplas, mas nunca, macho e fêmea.
Tudo se inicia, com a palavra bombogira, que é o nome dado à Exú macho por
excelência na nação de Angola, uma corruptela desta palavra, utilizada somente pela
Umbanda, gerou a expressão "pombogira", como forma de um exú mulher, em cuja
manifestação, a pessoa, seja homem (homem?) ou mulher, assume uma atitude sensual,
atrevida e em alguns lugares, sob esta manifestação, a prática do ato sexual em si; é
muito comum, se a mulher tem vontade, libido forte ou até mesmo por necessidade (a
prostituição), é porque uma pombagira está "encostada", o que seria uma situação
normal, natural; A POMBA GIRA PAGA O PATO. Qualquer incorporação, deste
gênero, que se fale com as pessoas, beba ou fume em público, não é Candomblé, é
umbanda; a única manifestação "semelhante" no Candomblé, é a figura do Erè, que,
assim como o orixá, é um elemental da natureza, com uma conduta infantilizada, e que
nunca passou pela vida, portanto não é um egun (espírito de morto), tem função
específica, uma delas, se comunicar pelo orixá, justamente pelo fato de que ele não fala,
que nos referimos como "estado de erê", tal pessoa está com, ou de, erê. A
incorporação, eu imagino, vem de necessidade do ser humano (que é incrédulo por
natureza), de crer e confiar, para crer, tem que "ver" algo, no caso o espírito
manifestado, falar com ele, ouvir coisas que confirmem ser real ( o que muitas vezes
acontece), e para confiar, o consultor não poderá se "lembrar" do que ouviu, como
confidência, ou segredo, pois em várias situações, estão envolvidos, conversas e pedidos
escusos, se utilizando assim da "inconsciência" relatada nas religiões africanas, a qual
também a coloco, em outro capítulo da forma como a vejo e sinto. Falo muita
propriedade e experiência, pela vivência de muitos anos no meio, o objetivo não é em
momento algum, desmascarar quem quer que seja, muito menos denegrir, desmerecer
ou tirar o valor da Umbanda, pelo contrário, bem praticada e bem conduzida, tem
enorme valor e função social na comunidade, quer seja: na solução de problemas de
saúde, família, trabalho, amor... Existe forte vibração de uma energia, no ato da
"incorporação", variando muito de pessoa para pessoa, em muitos casos, com real valor
e força, porém, a inconsciência total ... o único objetivo é a realidade, que é benéfica
para todos nós, a medida em que nada temos que esconder.
É uma Religião?
"Os deuses não nos revelaram desde o princípio todas as coisas, mas, com tempo,
se buscarmos, poderemos aprender, conhecê-las melhor. A verdade certa, contudo,
ninguém jamais a conheceu nem conhecerá: a dos deuses ou a de todas as outras
coisas, mesmo se por acaso alguém pronunciasse o nome da verdade última, não
poderia reconhecê-la; neste universo de opiniões." ]
Numa densa síntese, a história nos informa que nos primórdios existia nada além de ar,
Olorún era uma massa infinita de ar; quando começou a mover-se lentamente, a
respirar, uma parte do ar transformou-se em massa de água, originado ÒRÌSÀNLÁ, o
grande orixá-funfun, orixá do branco.
Os mitos revelam que, em épocas remotas, o aiyé e o orún não estavam separados. A
existência não se desdobrava em dois níveis e os seres dos dois espaços iam de um lado
à outro sem problemas. Os orixás habitavam o aiyé e os seres humanos podiam ir ao
orún e voltar. Foi depois de uma interdição é que a existência de desdobrou.
ÌTÀN (lenda) da separação AYIE-ORÚN
Havia uma mulher estéril que insistia em ORIXALÁ (divindade mestra da criação dos
seres humanos), para que pudesse gerar um filho, diante da insistência ele permitiu com
a condição de este filho, jamais pudesse sair do AIYÉ. O garoto ao atingir puberdade,
despertou a curiosidade de ir ao Orún, um dia fugiu de casa, ultrapassou os limites do
aiyé e entrou em orún gritando e desafiando Orixalá , atravessou os vários espaços que
compõe o Orún até chegar em Orixalá. Este irritado lançou seu òpàxòro (cajado) que
veio cravar-se em aiyé, separando-o para sempre de orún e entre os dois apareceu o
SANMÒ (céu-atmosfera).
Um dos nomes mais conhecidos de OYÁ IGBALÉ (igbalé= voltar à terra, aquela que
retorna à terra)) patrona dos mortos, é YÁSAN que deriva do seu ORÍKI: IYÁ-
MESAN-ÒRUN - Mãe-dos-nove-òrun
OLORÚN (o céu-Deus)
OBATALÁ (céu)
ODUDÚA (terra)
AGANJÚ (a terra firma)
YEMANJÁ (as águas)
ORUNGAN (o ar)
Orungan, apaixonado-se por Yemanjá, consegue violá-la, esta foge perseguida pelo
filho até que morre. Dos seios nascem dois rios que se reúnem e formam um lago, e do
ventre nascem os orixás Dadá (deusa dos vegetais), Xangô (deus do trovão), Ogún
(ferro e guerra), Olokun (deus do mar), Oloxá (deusa dos lagos), Oyá (deusa do rio
Niger), Oxum (deusa do rio Oxum), Oko (deus da agricultura), Oxóssi (deus da caça),
Òrun (o sol), Oxú (a lua). Lenda contada por A. B. Ellis.
"Quem não tem Religião ou alguma espiritualidade, tem que carregar sozinho seu
fardo, resolver seus problemas astral/espiritual, não tem acesso a nenhuma forma
de consulta e atendimento no plano astral, espiritual e religioso."
Fazendo Oferendas
Comidas de Santo (Orixás)
Importante: Quando for preparar uma "Comida de Santo", deverá fazê-lo vestida (o)
de branco ou roupa clara, e deixar sempre uma vela branca acesa ao lado do Fogão.
Escolha um local que possa ficar deitado ou até mesmo ajoelhado de frente para a
oferenda; comida de santo; que deverá já estar previamente preparada, colocar no chão
na sua frente, acender uma vela branca de 7 dias, ou do seu orixá, colocar sua cabeça de
frente, na mesma altura da oferenda de modo que o alto da sua cabeça, sua moleira
astral, fique próxima da oferenda, dizendo o seguinte Orô/reza.
Quando terminar esta reza, converse normalmente com seu orixá/anjo de guarda,
fazendo seus pedidos. Após 3 dias, esta oferenda poderá ser "despachada", colocar em
saco de lixo, que irá junto com o seu lixo comum.
Obs: Antes das Leis Ambientais, estas oferendas eram "despachadas" em água corrente,
normalmente rios ou cachoeiras, porém como passou a ser crime, esta é a nova forma de
fazê-lo, colaborando assim com a natureza, que é o próprio orixá.
Oferendas
Ingredientes:
- 01 pcte. de farinha de milho amarela
- 01 vidro de azeite de dendê
- 01 cebola grande
- 01 bife
- 03 charutos
- 01 caixas de fósforo
- 01 garrafa de aguardente
- 07 pimentas vermelhas
Ingredientes:
- 500g. de feijão cavalo
- 01 cebola
- 01 vidro de dendê
- 07 camarões grandes
Modo de preparo: Cozinhe o feijão e tempere-o com cebola refogada no dendê, coloque
em um alguidar e enfeite com os camarões fritos no dendê. Faça seus pedidos e ofereça
a Ogum.
Ingredientes:
- 500gr. de quiabo
- 01 rabada cortada em doze pedaços
- 01 cebola
- 01 vidro de azeite de dendê
- 250g. de fubá branco
Modo de preparo: Cozinhe a rabada com cebola e dendê. Em uma panela separada faça
um refogado de cebola dendê, separe 12 quiabos e corte o restante em rodelas bem
tirinhas,
junte a rabada cozida .Com o fubá, faça uma polenta e com ela forre uma gamela,
coloque o refogado e enfeite com os 12 quiabos enfiando-os no amalá de cabeça para
baixo.
Ingredientes:
- 500g. de feijão fradinho
- 500g. de milho
- 01 cebola
- 4 ovos
- azeite de oliva
Modo de Preparo: Coloque o feijão fradinho para cozinhar com cebola e azeite de oliva.
Em outra panela cozinhe o milho. Depois do feijão fradinho cozido amasse-o bem até
formar uma pasta. Em uma travessa coloque o omolokum (massa do feijão fradinho) de
maneira que ocupe a metade da travessa e na outra metade coloque o milho cozido,
regue com oliva e enfeite o omolokum com os quatro ovos cortados em quatro, e o
milho enfeite com côco cortado em tirinhas.
Ingredientes:
- 01 abacate
- 500g. de amendoim
- 250g. de açúcar
- fumo em corda
- 7 folhas de louro
Modo de preparo: Corte o abacate no meio e tire a semente, coloque as duas parte numa
travessa com a polpa virada para cima. Numa panela misture o amendoim e o açúcar e
mexa até derreter o açúcar, derrame essa mistura sobre o abacate. Enfeite com pedaços
de fumo em corda e as 7 folhas de louro.
Serpente de Oxumarê
Ingredientes:
- 500g. de batata doce
- dendê
- Feijão fradinho
Modo de preparo: Depois de cozinhar a batata doce descasque regue com dendê e
amasse-a até formar uma massa homogênea. Em um alguidar molde duas serpentes em
forma de círculo,
sendo que a cauda de uma encontre-se com a cabeça da outra. Com o feijão fradinho
forme os olhos e enfeite o restante do corpo com alguns grãos de feijão fradinho (a seu
critério), regue com dendê e ofereça ao orixá.
Modo de preparo: Cozinhe o feijão fradinho com cebola e azeite de oliva, depois de
cozido amasse-o bem até formar uma pasta. Coloque um recipiente de louça enfeite com
os 8 ovos cozidos cortados em quatro e regue com bastante oliva.
Ingredientes:
- 500g. de feijão fradinho
- 500g. de cebola
- 01 litro de azeite de dendê
Modo de preparo: Num processador (pode ser num pilão) triture o feijão fradinho, deixe
de molho por meia hora e após descasque os feijões coloque o feijão no processador e
vá adicionando a cebola cortada em pedaços. Bata até formar uma massa firme. Despeje
numa tigela e bata a massa com uma colher de pau até formar bolhas, coloque sal a
gosto.
Numa frigideira coloque o dendê e deixe esquentar bem, com a colher vá formando os
bolinhos e fritando até dourar. Coloque-os num alguidar.
Ingredientes:
- 01 moranga
- 500g. de camarão limpo
- um maço de língua de vaca
- 01 cebola
- dendê
Ingredientes:
- 500g. de farinha de mandioca torrada
- 01 vidro de mel
- 01 pepino
Ingredientes:
- 500g. de feijão preto
Modo de preparo: Prepare uma feijoada normal, porém tempere-a com cebola e dendê,
coloque a feijoada num alguidar e enfeite com côco cortado em tirinhas.
Ingredientes:
- 300g. de milho pipoca
- 01 bisteca de porco
- dendê
- côco
- areia de praia/na falta areia fina de construção peneirada.
Modo de preparo: Em uma panela ou pipoqueira, aqueça bem a areia da praia, coloque o
milho pipoca e estoure normalmente, Coloque num alguidar. Frite a bisteca no dendê e
coloque sobre a pipoca, enfeite com côco cortado em tirinhas.
Ingredientes:
- 250g. de creme de arroz
- 01 pescada inteira
- azeite de oliva
Modo de preparo: Faça um mingau com o creme de arroz e água e uma pitada de sal.
Limpe a pescada e asse-a na oliva. Coloque o mingau numa travessa de louça deixe
esfriar e coloque a pescada assada sobre o manjar, regue com oliva.
Ingredientes:
- 500g. de quirerinha branca
- 01 côco
- azeite de oliva
Modo de preparo: Cozinhe a quirerinha com bastante água para que ela fique meio
"papa", tempere com oliva, coloque em uma tigela de louça, descasque , rale o côco
com ele cubra a quirerinha.
Ingredientes:
- 500g. de canjica branca
- 01 cacho de uva itália (uva branca)
- Azeite de oliva.
Modo de preparo: Cozinhe a canjica, coloque numa tigela branca, tempere com oliva
mel e um pouco de açúcar, enfeite com o cacho de uva.
Não faça ou não deixe de fazer nada por temor, mas por amor ao seu Orixá.
Para que você possa identificar ou confirmar seu Orixá, é preciso que leia com muita
atenção este grupo dos conjuntos de características, são 18 ao todo e estão numeradas.
Preencha o questionário no qual deverá indicar qual o número da que mais se "encaixa"
com você, apesar de haverem algumas características semelhantes entre elas, uma com
certeza se destaca. Caso isto realmente não ocorra, relate o que acontece.
Com o conhecimento do seu Orixá, poderá saber algumas coisas básicas, para fortalecê-
lo e se relacionar com ele, bem como, seu dia, cores, oferendas...
Muito importante: Algumas pessoas leram apressadamente ou não leram todo grupo
dos conjuntos de características (cada Orixá "imprime" ao seu "filho" um estereótipo de
caráter e personalidade) o que comprometeu a resposta. Para evitar distorções e um
melhor aproveitamento deste trabalho pioneiro, imprima o grupo de características, para
que possa ler com calma e atenção, e após, preencher o questionário, que está disponível
no final desta página.
9 - Em ambos os sexos
Tem temperamento infantil, são jovialmente inconsequentes, brincalhão, irrequieto e
alegres. Como crianças, de modo geral, gostam de estar em festas e atividades
esportivas e sociais. Eternos jovens brincalhões, irreverente e enérgico. Mesmo adulto
possui característica infantil. Preencher o questionário >
10 - Ambos os sexos
São pessoas espertas e ágeis, são de boa fé, pois acreditam em tudo e em todos. São
místicos e muito intuitivos. Seu lado emocional aflora com muita facilidade, pois torna-
se carismático e carinhoso. Gostam de querer fazer tudo, mas são muito indecisos e
inseguros, com grande probabilidade de não terminar nada. Adora apresentar-se em
público, tornando-se o centro das atenções. Gosta de roupas práticas e gosta muito de
ajudar os outros, mas detesta quem invade sua intimidade. Adora dormir e é um pouco
preguiçoso. larga tudo por amor. Seus filhos são francos, amáveis e rancorosos.
Geralmente tem peito bem desenvolvido, estatura média/alta com pele sensível.
refinado, exigente, sensível, discreto, rancoroso. Aristocrático, fisicamente magro e
esbelto, nervoso, galante, agitado, sorriso irônico, olhos aguçados, elegante, bom gosto,
aprecia jóias e obras de arte, inteligente, espírito curioso e observador, conhece a vida
de todo mundo, esnobe. Quando rico é generoso e quando pobre avaro. Nunca ataca
pela força, mas sua arma é a língua. Solitário, no trabalho gosta de silêncio e
concentração, observador, ágil, esperto, sempre atento. Seu objetivo em primeiro lugar.
Líder e independente, ora pacientes. Rápido e espontâneo nas ações. Comunicativo,
amante e sonhador, romântico e vaidoso, passam por esnobe e exibicionista, gosta de
exercer sua qualidade de líder no meio social. são de boa fé, pois acreditam em tudo e
em todos. São místicos e muito intuitivos. Seu lado emocional aflora com muita
facilidade, pois torna-se carismático e carinhoso. Gostam de querer fazer tudo, mas são
muito indecisos e inseguros, com grande probabilidade de não terminar nada. Adora
apresentar-se em público, tornando-se o centro das atenções. Gosta de roupas práticas e
gosta muito de ajudar os outros, mas detesta quem invade sua intimidade. Adora dormir
e é um pouco preguiçoso. larga tudo por amor. Seus filhos são francos, amáveis e
rancorosos Geralmente tem Peito bem desenvolvido, estatura média/alta com pele
sensível Jovem, romântico, ágil, flexível, inteligente, delicado e volúvel, aprecia a
riqueza e corre atrás do poder, paciente, emotivo, nervoso, calado e paciente para fazer
as coisas, seco, respeitoso. Preencher o questionário >
11 - Ambos os sexos
Detesta quem invade sua privacidade. Severo, austero, combativo, viril, autoritário,
protetor, solitário, paternal, exigente, guardião da moral, generoso. Preencher o
questionário >
13 - Ambos os sexos
Temperamento forte, sensual, ciumenta, apaixonada, não tem sorte no amor, carente,
solitária, fiel, sofrida, guerreira, combativa, impetuosa, vingativa. Inconstante e
indeciso, reflete o caráter dualístico. Encontra dificuldade em situação onde é preciso se
definir. Carinhoso, amoroso e sensual. Alienadamente frio e calculista, orgulhoso e
vaidoso, ao mesmo tempo reservado e um pouco calado. Ciumento, um tanto solitário e
discreto, e ao mesmo tempo atraente e sedutor. Volúvel, sonhador, aprecia jóias e coisas
caras, amoroso, inteligente. Observador, guerreiro (mas logo se cansa), sensual,
geralmente bonito fisicamente, magro, alto e esbelto, irrequieto, intuitivo, generoso,
mentiroso. Preencher o questionário >
15 - Ambos os sexos
Seus filhos de são cordiais, pacíficos e orgulhosos, possui muita sorte e encoraja as
pessoas a buscarem seus ideais, seu tema é a ecologia. Detesta pedir ajuda, controla
muito bem seus sentimentos e possui jeito ingênuo. Geralmente tem rosto oval, nariz
proporcional, magro, cabelos compridos, por vezes tem o queixo encompridado, pés e
mãos grandes e afinados. Caráter equilibrado, controla suas emoções e sentimentos,
defensor da natureza, local onde se sente bem, não é de julgar e condenar. As simpatias
e antipatias não intervém em suas decisões ou influenciam suas opiniões cordiais,
pacíficos e orgulhosos, possui muita sorte e encoraja as pessoas a buscarem seus ideais,
seu tema é a ecologia. Detesta pedir ajuda, controla muito bem seus sentimentos e
possui jeito ingênuo. Geralmente tem rosto oval, nariz proporcional, magro, cabelos
compridos, por vezes tem o queixo encompridado, pés e mãos grandes e afinados.
Observador, calado, atormentado, incansável, debochado, saudosista, nervoso e
intransigente. Preencher o questionário >
16 - Ambos os sexos
Persistente e paciente, não mede esforços para atingir seus objetivos. Generosos ou
avaros, conforma situação econômica em que se encontra. Agitado e observador,
procuram equilíbrio e harmonia, eloquente e inteligente, se sai bem no ataque e na
defesa.. Aristocrático, nervoso, galante, agitado, sorriso irônico, olhos aguçados, altivo,
bom gosto, aprecia jóias e obras de arte, espírito curioso e observador, conhece a vida
de todo mundo, esnobe. Quando rico é generoso e quando pobre avaro. Nunca ataca
pela força, mas sua arma é a língua. Preencher o questionário >
17 - Mais para pessoas do sexo masculino, porém também tem no sexo feminino
Espírito brincalhão e exuberante. A aparência física é muito importante, sorriem com
facilidade. apaixonado, esperto, criativo, persistente, alterna impulsividade e
racionalidade. Caráter imprevisível, ora bravo, intrigante e se contrariam com
facilidade, ora compreensivos com os problemas dos outros, prima pela inteligência e
criatividade, não gostam de perder tempo com futilidade. Não aceitam derrotas sem ter
esgotado a últimas das possibilidades, sensível e de temperamento difícil. Guarda rancor
e dá o troco. Precisa de atividade constante, pois tem muita concentração de energia.
Ágil, dinâmico, incansável, extrema vitalidade, sensual, sorri impertinentemente,
malicioso, de paladar apurado e sensível, inteligente, gozador e sociável, ora desordeiro,
insolente, quando convém é um trabalhador incansável. Nasceu para ser líder, pouco
românticos nas palavras, mas com forte poder de atração pessoal, indecifráveis, seguro,
arrojado, empreendedor. Preencher o questionário >
Tenha 100% de certeza, que qualquer destas respostas, não irá influenciar ou
alterar a identificação do seu Orixá.
Jogo de Búzios
"O Jogo de Búzios é uma leitura divinatória e esotérica por excelência, utilizado
como consulta que tem por finalidade identificar nosso Orixá (ORÍ: cabeça física e
astral) + (IXÁ: guardião; ou seja anjo de guarda), problemas de plano
astra/espiritual - material e suas soluções."
Portanto de uma forma definitiva - ninguém "fala" ao nosso ouvido, nem Exú e
tampouco Oxum, os quais tem forte influência sobre o jogo, mas não desta forma, se
assim fosse, não seria necessário jogá-los.
Os búzios são jogados em número de dezesseis, que correspondem aos dezesseis odús
principais, quer sejam: okaran (exú), megioko (ogum), etaogunda (obaluayiê), iorosun
(yemanjá), oxê (oxum), obara (oxossi e logunedé, na África é um odú de xangô), odí
(omolu e oxalá), egionile (oxaguian), ossá (oyá e yemanjá), ofum (oxalufan), owarim
(oyá), egilexebora (xangô), egioligibam (nanã), iká (ossain e oxumare), obeogundá (ewá
e obá) e alafia (orixalá). Duas formas são as mais utilizadas, sobre a urupema (peneira),
ou sobre erindilogun (fio de contas), que em alguns casos, nele constam os dezesseis
orixás cultuados atualmente no Brasil; igualmente constam desta parafernália: uma otá,
uma vela branca, um adjá (espécie de sineta) usado para saudar os orixás, abrir o jogo e
convocar o eledá do consulente para que permita uma boa leitura; água; indispensável
os fios de Oxalá e Oxum; um côco de ifá; moedas; favas; obi; orobô; um imã; uma fava
(semente) especial que represente no jogo o eledá consultado, aforante a isso um
preparo do babalorixá, e os orôs (rezas) necessários.
O jogo de Ifá, que é anterior ao jogo de búzios, adota uma relação semelhante de odús
com algumas variações: èji-ogbé; oyèkú-meji; iwóri; òdi; ìrosun; owónrin; obàrá;
okànràn; ogundá, òsá; iká; otúrúpón; otúá ou elije oxebora; irètè; òxè; òfún e o décimo
sétimo odú, chamadado òxetùá, odu de àxetuwá (poder trouxe ele à nós)- filho de oxum
- também chamado akin oxó (poderoso mago) - filho de enìwàre (aquela que foi
colocada na senda do bem).
A forma de jogo mais usual, é a da leitura por odú, feita pela quantidade de búzios
"abertos" ou "fechados", em que o babalorixá, deverá efetuar várias jogadas para uma
leitura mais completa, em alguns jogos, cada queda corresponde a um único odú-orixá;
o que particularmente pratico é por odú múltiplo e por "sinca", sendo odú múltiplo,
porque em uma mesma queda respondem vários orixás, o que determina o início e
desenrolar do jogo é a "sinca", e neste tipo de jogo, tudo é lido em uma única jogada,
desde a "cuia" dos orixás, a todos problemas existentes. Este tipo de jogo, só vi, e foi
onde aprendi a base, com o já falecido Muzzillo do Ogum Omini que morava no Bairro
Alto em Curitiba, o qual me disse de quem aprendeu, mas já não mais me recordo.
O porque e para que se consultam os búzios; pelo mesmo princípio que se vai ao
médico, só vai quem está doente ou para uma avaliação de rotina, da mesma forma, que
só toma remédio quem está doente, só se deve fazer algo, se houver alguma
necessidade.
É uma forma de leitura divinatória, que não massifica, isto é, uma situação vale para
muitos, como no caso do horóscopo, mas usada de forma individual, como exemplo, o
caso de gêmeos, dois ou mais, nascem no mesmo dia, e no entanto, caráter e
personalidade em muitos casos, totalmente diversos.
Limpeza de Aura
Esta é uma forma de limpeza de aura que qualquer pessoa pode fazer, quando sentir que
alguma "coisa" está errada, e sentindo que precisa fazer algo. Este alguma "coisa" pode
ser: sensação de "corpo pesado" e "peso" sobre os ombros, insônia, angústia e depressão
sem justificativa, inquietação, nervosismo exagerado, doenças que não curam ou não
identificadas sem uma explicação, falta de atração pessoal, projetos que não se realizam,
"caminhos" fechados, relacionamento abalado ou destruído, perdas e prejuízos
frequentes...
Muito importante
É necessário que haja ao menos uma combinação de alguns desses problemas, se for um
só desses indícios, de forma isolada, pode não ser problema de aura carregada com
energias negativas, mas sim um problema isolado, BEM COMO devem ser situações
sem explicações ou justificativas. Por exemplo, se você trair seu(sua) companheiro(a), e
for descoberto(a), aí não é carga, é caca, e não há limpeza que de jeito.
O que fazer? Tomar uma Banho de Ervas e/ou fazer um Ebó de Odu.
Banho de ervas ou Amaci/Abô
Tem uma grande relação de ervas, na seção Ervas dos Orixás, com os nomes científico,
yorubano e popular, se ainda assim você não identificar, pois vai precisar de no mínimo
7 tipos, procure usar ervas que tenham um bom cheiro, pois via de regra são ervas
positivas.
Modo de fazer:
Colha uma pequena porção de cada erva (mais ou menos de 50 a 100 grs), lave bem as
folhas, pegue uma pequena bacia com água limpa (de 2 a 3 litros), uma vela branca
pequena, procure um lugar isolado que ninguém vá lhe incomodar, sente em cima de um
pano branco coloque a bacia a sua frente e acenda a vela ao lado da bacia, coloque as
folhas dentro da água, e inicie a maceração - esfregar de forma que esmaguem as folhas
umas nas outras, alternando gesto dentro e fora d¶água, de forma a tirar seu sumo, até
que fiquem reduzidas a pequenos pedaços de folhas dentro da bacia com água, que
ficará com uma cor esverdeada. Faça de uma forma concentrada com bons
pensamentos, a seguir tire os pedaços de folha já macerados, com a mão, de modo a
ficar quase só o banho de ervas, que deverá guardar (em geladeira conserva mais) numa
vasilha para usar por 7 dias seguidos (se possível).
Modo de usar:
Após o banho comum, de preferência à noite, coloque uns dois copos deste banho em
uma bacia ou jarra, misture com um pouco de água quente do chuveiro (se estiver frio),
se não, use só o banho, e jogue do alto da cabeça, de modo a escorrer pelo corpo, a
seguir pode se enxugar e ir deitar, não deve sair para alguma atividade, se for o caso,
então faça o banho de manhã.
Se após estes banhos ainda se sentir "carregado(a)", deverá fazer um ebó de odú. Para
fazer este ebó, primeiro identifique seu orixá, para saber qual o tipo de ebó.
Fazendo um "Ebó"
Ebó de Odu: A quantidade dos componentes será fornecida se você solicitar em:
identifique seu orixá, que, de acordo com seu orixá, irá indicar quantos componentes
deverá usar para este tipo de ebó.
Componentes:
- Bolinho de arroz; arroz branco bem cozido, fazer uma pequena bola
(aproximadamente do tamanho de uma bola de sinuca);
- Bolinho de farinha de mandioca crua, Oca, - misturar água até formar uma boa liga, e
fazer as bolinhas como as de arroz;
- Bolinhos de fubá branco e amarelo, acassá; cozinhar levemente o fubá com água, até
formar o ponto de polenta, ainda morno, fazer os bolinhos, de cada cor;
- Ovos;
- Canjica branca cozida, ebô; considerar "punhados";
- Pipoca, doboru; estourar a pipoca em areia peneirada (preferencialmente de praia ou
beira de rio ou lago, em último caso de construção bem fina), colocar a areia no fundo
da panela, aquecer bem, e colocar o milho da pipoca até estourar, considerar
"punhados".
Procedimento:
Pedir para alguém "passar" em você, o/a qual deverá obrigatoriamente estar usando 2
(dois) contra-egun, espécie de pulseira de Ikó (palha da costa devidamente
"preparada/consagrada", isto é, lavada no abô e passada na pemba, o orô (reza), um para
cada braço, ficar em cima de um tecido branco, um de frente para o outro, segurar um
objeto em cada mão, bolinho ou punhado, e passar, esfregando sem muita força, do alto
da cabeça, passando pela nuca, braços, peito, costas e pernas, até o pé, na seguinte
sequência: punhado de pipoca, bolinho de fubá amarelo, branco, arroz, farinha
mandioca, ovos e punhado de canjica, dizendo:
até terminar o procedimento, em seguida tomar um banho comum e após jogar o banho
de ervas (abô), que deverá estar já previamente preparado, do alto da cabeça, enxugar e
colocar roupa branca, se não tiver, uma roupa clara. Quem passar, também é bom tomar
o banho de abô (ervas). Após o banho é a melhor ocasião para fazer uma OFERENDA
ao seu Orixá (fazendo oferendas), se não, ir descansar e dormir. Se for fazer a oferenda,
escolha um local que possa ficar deitado ou até mesmo ajoelhado de frente para a
oferenda; comida de santo; que deverá já estar previamente preparada (ver em fazendo
oferendas), colocar no chão na sua frente, acender uma vela branca de 7 dias, ou do seu
orixá, colocar sua cabeça de frente, na mesma altura da oferenda de modo que o alto da
sua cabeça, sua moleira astral, fique próxima da oferenda, dizendo:
Quando terminar esta reza, converse normalmente com seu orixá/anjo de guarda,
fazendo seus pedidos.
O Axé
"Energia mágica, universal sagrada do orixá. Energia muito forte, mas que por si
só é neutra. Manipulada e dirigida pelo homem através dos orixás e seus elementos
símbolos."
1) "sangue" vermelho
2) "sangue" branco
3) "sangue" preto
O "sangue" branco:
a) do reino animal: sêmem, saliva, emí (hálito, sopro divino), plasma (em especial do
igbin - espécie de caracol -), inan (velas)
b) reino vegetal: favas (sementes), seiva, sumo, alcool, bebidas brancas extraídas das
palmeiras, yiérosùn (pó claro, extraído do iròsún) ori (espécie de manteiga vegetal),
vegetal, legumes, grãos, frutos, raízes...
c) reino mineral: sais, giz, prata, chumbo, otás (pedras), areia, barro, terra...
O "sangue" preto:
a) do reino animal: cinzas de animais
b) reino vegetal; sumo escuro de certas plantas, o ilú (extraído do índigo) waji (pó azul),
carvão vegetal, favas (sementes), vegetais, legumes, grãos, frutos, raízes...
c) Reino mineral: carvão, ferro, osun, otás (pedras), areia, barro, terra...
Existem lugares, sons, objetos e partes do corpo (dos animais em especial) impregnados
de axé; o coração, fígado, pulmões, moela, rim, pés, mãos, rabo, ossos, dente, marfim,
órgãos genitais; as raízes, folhas, água de rio, mar, chuva, lago, poço, cachoeira, orô
(reza), adjá (espécie de sineta), ilús (atabaques)...
Toda oferenda e ato ritualístico implica na transmissão e revitalização do asé. Para que
seja verdadeiramente ativo, deve provir da combinação daqueles elementos que
permitam uma realização determinada. Receber asé , significa, incorporar os elementos
simbólicos que representam os princípios vitais e essenciais de tudo o que existe. Trata-
se de incorporar o aiyé e o orún , o nosso mundo e o além, no sentido de outro plano. O
asé de um ilê é um poder de realização transmitido através de uma combinação que
contém representações materiais e simbólicas do "branco", "vermelho" e "preto", do
aiyé e orún. O asé é uma energia que se recebe, compartilha e distribui, através da
prática ritual. É durante a iniciação que o asé do ilê e dos orixás é "plantado" e
transmitido aos iniciados.
O Motivo
"Por mais que façamos pelas pessoas sempre haverá alguém que achará que foi
pouco e sempre haverá um dia em que acharemos que o que fizeram por nós foi
pouco"
Para se fazer uma obra deste gênero, é preciso uma boa motivação, neste caso uma
somatória de razões: uma certa discriminação dos praticantes; um ataque exacerbado de
outras religiões que para se promover, se aproveitam do desconhecimento de uma parte
do povo, e nossa própria falta de organização; o desconhecimento de muitos por falta de
uma linguagem simples e aplicativa; o Eró (segredo) exagerado por parte de
Babalorixás e Iyalorixás, no afã de manter seus filhos da santo "prisioneiros" do seu
conhecimento, como se fossem o supra sumo e único dono da verdade.
"O Direito e a liberdade para criticar nos leva ao dever de uma solução
apresentar"
Como motivo maior, a falta de alguma forma de espiritualidade, que é a grande causa
do aumento dos males do povo. Seguindo o mesmo princípio de que teremos um corpo
saudável, a medida em que nos protegemos e fortalecemos fisicamente, quanto mais
saudável e bem alimentado estivermos, mais imunes estaremos para com as doenças;
espiritualmente, seguimos da mesma forma; quanto mais estivermos fortalecidos
espiritualmente, maior será nossa imunidade contra os males que não enxergamos a
olho nu: as energias negativas nas suas mais diversas formas.
Esta é uma visão totalmente de: dentro para fora, não para sua defesa, porque a mesma
não precisa, tampouco para angariar adeptos, mas, para mostrá-la como ela é, e
aconselhar ao leitor(a), a esvaziar a sua cabeça de todo e qualquer conceito ou
preconceito negativo, quer seja por má informação, má iniciação, má experiência ou
pessoas que tenha conhecido, praticantes, que como muitas, pecam pela ignorância,
vaidade ou maldade, usando de forma errada, incompleta ou interesseira esta belíssima
religião, a nós legada, pelo povo mais antigo do planeta, que pelo fato de ter sido o
primeiro, portanto primeira criação Divina na terra, não poderia, jamais, pela própria
interferência de Deus, ser um mau exemplo para a humanidade futura, com práticas
religiosas absurdas, descabidas ou malignas como querem alguns; Faça você leitor(a),
sua "nova" avaliação dessa maravilhosa religião que é o CANDOMBLÉ.
Com apenas um comparativo, teremos uma grande conclusão: De uma maneira
generalizada as pessoas se alimentam, no mínimo três vezes ao dia, ou seja, café da
manhã, almoço e jantar, um mínimo suficiente e necessário para uma vida saudável sem
grandes interferências de doenças, ao menos as mais comuns; e espiritualmente, quantas
vezes nos alimentamos por dia? Em uma grande maioria: nenhuma! Agora pergunto? o
que é mais importante, nosso corpo físico ou a parte espiritual? Até hoje não encontrei
um só, que não respondesse o óbvio - a parte espiritual - conclusão óbvia; "Se não
alimentamos nosso espírito diariamente ao menos uma só vez, é evidente que o mesmo
está e estará debilitado, nos sujeitando e expostos a todo e qualquer tipo de "sujeira
astral", as cargas negativas" sobre as quais iremos relatar nesta obra.
A falta até mesmo de uma manutenção, da espiritualidade, pois é como uma planta, que
deve ser regada todo tempo para não morrer, gera uma procura de pessoas às mais
diversas formas de religiões ou afins, para solução dos males, os quais, muitos deles
poderiam ser evitados. Com uma boa dose de espiritualidade, ainda assim as
dificuldades e problemas existem, quanto mais para quem não a tem e cultiva.
Orí
Para qualquer Yoruba, a palavra ORI tem uso amplo. ORI num primeiro momento quer
dizer cabeça; e simboliza também - o ápice de todas as coisas; o mais alto desempenho,
portanto contém o superlativo ou seja o Zénite. Por exemplo, a cabeça é a parte mais
alta e mais importante do corpo humano, é a moradia do cérebro que controla o corpo
inteiro. O líder ou chefe de qualquer organização é referido como "Olóri" (a cabeça),
ORI é cabeça, cabeça é alta, alto é supremo e o ser supremo é ÔLÔDUMARÊ (Deus
maior).
1) a cabeça física - é o crânio humano, onde está o cérebro que usamos para o
pensamento e controle das outras partes do corpo; consciente ou inconsciente; os olhos
para tudo ver; o nariz para respirar e cheirar; orelhas para ouvir; a boca para alimentar e
falar; a língua para saborear; nossa essência masculina ou feminina está na cabeça, o
rosto que dela faz parte nos distinguem uns dos outros, imprimindo uma identidade
individual; sem a cabeça o homem e mulher seriam como qualquer "X".
2) a cabeça espiritual está subdividida em mais duas partes a saber:
Cabeça Espiritual
AKUNLEYAN é a parte do destino que cada um escolhe por vontade (livre arbítrio)
própria AKUNLEGBA é a parte do destino o qual está adicionada como complemento
de AKUNLEYAN AYANMO é aquela parte do destino que nunca pode ser mudado.
Por exemplo - pais, sexo, karma, etc. Mas Akunleyan e Akunlegbá podem ser
melhorado enquanto Ayanmó não pode ser modificado . O destino ORÍ-APÉRÉ está
escolhido no domínio de AJALÁ (divindade de Orí)
APARI INÚ é de caráter individual, uma pessoa poderia chegar a terra com bom
destino, mas, sem boa conduta; A maldade da cabeça espiritual interna danificará
definitivamente o bom destino, o inverso também acontece. Porém o "destino" pode ser
modificado, numa certa medida, quando certos segredos são conhecidos, dentro de um
contexto e conhecimento da Teologia Yorubana.
Os Orixás
Conheça cada um dos orixás: Exú, Lógunnède, Nanã, Obá, Obaluayiê, Ogun,
Òrúnmmìlà, Ossain, Oxalá, Oxóssi, Oxumaré, Oxun, Oyá, Tempo, Xangô e Yemanjá.
Há que se separar sempre, duas situações dos Orixás: o histórico (com todas suas
lendas) e o divinizado, para que não se caia, em profunda confusão. Ao todo são
401 orixás que compõe o panteão africano.
Sendo objeto desta obra, os mais cultuados atualmente no Brasil, e de acordo com o
título, uma religião a serviço do povo, os de maior interesse pela nossa própria
necessidade, maior conhecimento e interação. Levando sempre em consideração que são
nominados na linguagem yorubana.
Existe uma subdivisão, entre os orixás, que os diferencia e identifica, de uma forma
mais individual, mesmo dentro do seu grupo, que é denominado "qualidade" do orixá,
cabe uma explicação mais aprofundada; cada pessoa tem um orixá individual, único e
exclusivo, não existem dois orixás iguais em toda terra, e todos possuímos, o que
chamamos de "cuia' , formada por sete orixás, sendo um principal, chamado de "frente"
- o dono do Orí - , o segundo "ajuntó", os demais: "proteção", "carrego", "alicerce" e
"cumieira". A cada orixá, as qualidades variam de acordo com a nação que se pratica
(kêto, gêge, angola, ijexá, fon...), essas qualidades exprimem situações desses orixás,
que podem ser, títulos honoríficos (caso de Xangô), tipos de animais, lugares, situações,
formas ... os sete orixás que formam a "cuia" de cada pessoa, com as suas mais diversas
qualidades, formam entre si, uma combinação matemática, quase que infinita, o que
propicia a cada indivíduo, um orixá único, sem outro igual.
A título de exemplo, pegamos uma pessoa que tenha como 1º santo Xangô Aganjú, e
ajuntó Oyá Igbalè; para haver um outro com esses dois orixás nesta ordem e qualidades
não é difícil, mas que toda a "cuia" coincida, já é muito difícil, mas que todos seus
orixás do 1º ao 7º coincidam, a ainda com todas as qualidades exatamente iguais, é
totalmente impossível, em algum dos orixás que compõem sua "cuia" haverá no mínimo
uma diferença que seja da "qualidade". A determinação desta "qualidade" varia também
de casa para casa, particularmente a defino, muito em função do "ajuntó" e
sucessivamente; bem como sou adepto, que cada pessoa deva ter como 1º e 2º orixá um
"pai" e uma "mãe" ou vice-versa, não como regra, mas como equilíbrio, como tudo na
natureza, pelo que permeia as religiões, quer sejam a lógica e o bom senso, e ainda as
respostas e formações que o jogo de búzios, pela sua forma de leitura por odú e com
"sincas", mostra em sua grande maioria.
Incorporação e possessão
1º - A Lei de Deus não permite, em momento ou instante algum, que o ser humano, não
esteja sempre em condições de exercer seu livre arbítrio, ou seja, comandar a si mesmo.
Portanto, o que sentem os adoxúns quando "incorporados", é uma forte vibração dessa
energia, que no primeiro impacto, é muito forte e com o decorrer do tempo de
"incorporação", vai enfraquecendo, para explicar melhor ao leigo, é como uma forma de
"encanto", motivo pelo qual a atitude, de quando ainda a pessoa é iniciada, não abre os
olhos ou fala, pois se o fizer, some o "encanto", com o passar dos anos, este orixá
"incorporado" assume algumas atitudes independentes, pelo seu próprio
amadurecimento e compreensão desta forma de energia . O que varia bastante de pessoa
para pessoa, é a intensidade dessa energia, e, como se sente, quando está sob esse efeito.
A única possibilidade, fora disso, para uma perda de consciência, é de que, na África,
conforme consta em alguns livros, eram ministrados aos iniciados (mas somente nesta
fase) um tipo de beberagem. Composta de plantas que teriam este poder, da pessoa ficar
num estado de letargia ou sub-consciência.
"Terá Orixá forte quem deixar seu Orixá forte através da conduta e obrigação
ritualística."
Problemas e Soluções
"A solução dos problemas não é uma mágica - como uma varinha de condão a qual
batemos e o mal some ou as coisa se modificam instantaneamente mas cada
problema tem um tempo e forma de solução."
De uma forma geral os problemas são comuns aos seres humanos: amor, trabalho, lar,
saúde, estudo, magia, egun ("encosto" de pessoa já falecida), cargas negativas, inveja,
mau olhado, "olho gordo", karma, retorno (lei do retorno, aqui se faz aqui se paga). A
rotina diária, principalmente nas cidades, põe o indivíduo em contato com energias
negativas que atuam no nosso campo astral/espiritual, impregnando-se em nossa aura e
provocando distúrbios conhecidos popularmente como "corpo carregado". Estes
distúrbios surgem, aparentemente sem uma razão concreta ou justificativa. Porém essas
cargas negativas são reais, assim como os sentimentos - o amor e a inveja por exemplo -
você não vê, mas existem e podem ser de diversas espécies e várias origens.
Espécies:
Inveja, "mau olhado", magia, "eguns" (espíritos) ... Existem pessoas, ainda que
involuntariamente, por uma sensibilidade ou fraqueza astral/espiritual, absorvem cargas
negativas de outras pessoas ou ambientes.
Origens:
- Dirigida: resultado de ação de magia, de inveja sofrida, mau olhado ...
- Ambiental: locais como cemitério e hospital (onde existe uma concentração de
espíritos), casas, local de trabalho ...
- Egun: são de dois tipos distintos; 1) espíritos "sem luz" altamente destrutivos que
"encostam" nas pessoas, quer por ação de magia ou ainda por sensibilidade da pessoa.
2) espírito de parentes ou amigos quando em vida, que no seu desconhecimento inicial
do mundo espiritual, tentam nos "ajudar" mas acabam nos prejudicando sem perceber.
- Retorno: toda energia por nós emitida, seja positiva ou negativa, sempre volta com as
suas conseqüências da Lei do retorno.
Ãida afetiva
Relacionamentos abalados ou destruídos, falta de atração pessoal, solidão.
Saúde
Saúde frágil, doenças que não curam, males que a medicina não explica ou detecte sua
origem, dores de cabeça freqüentes, enxaquecas, dificuldade de cura...
As Soluções
"A solução dos problemas muitas vezes não é um fenômeno (como uma varinha de
condão que batemos e o mal some ou as coisas se modificam instantaneamente)
mas cada um tem uma forma de tempo de resolução."
As soluções passam por uma "limpeza" e fortalecimento da aura, e são as mais diversas,
através da diversidades de "sacodimentos" , oferendas, ebós, boris, obis, abôs, pembas
... sempre de acordo com o indicado pelo jogo de búzios, ou mesmo pela vasta
experiência prática do babalorixá, o qual já sabe o que fazer em situação conhecida, pois
muitas vezes não há a necessidade de se jogar os búzios, como nem sempre é preciso
"fazer" alguma coisa, em virtude desta experiência, o babalorixá se torna um psicólogo
prático, e um bom conselho e orientação resolvem situações. A forma varia de nação
para nação, que são as origens dos locais africanos das diversas casas de candomblé;
keto, angola, gêge, fon, ijexá...
Existem casos em que a "limpeza" por si só não é suficiente, oferendas aos orixás, para
obtenção de alguma ajuda específica ou generalizada, é preciso, bem como, só oferenda
e pedidos não é o suficiente - "para tratar uma ferida, é preciso, antes limpá-la" - há
necessidade de se deixar a aura limpa para receber o axé necessário.
Oferenda
"Quando fazemos alguma oferenda, comida aos orixás, o orixá se utiliza dos elementos
símbolos ali contidos e transforma em energia positiva, seu axé."
Ebó
"Trabalho de lipeza de aura das energias negativas (encosto de espíritos - magias -
doenças de plano astral)"
Abô
"Banho de ervas (selecionadas) maceradas para lipeza de aura."
Pemba
"Favas - sementes - raladas com pemba (giz especial) branca, utilizada para limpeza da
aura. Este pó deve ser passado na cabeça e corpo - utilizado para limpeza e
energização."
Na minha ótica, qualquer problema é tratável sem a necessidade de uma iniciação, por
mais grave que seja, a iniciação é um exercício de vontade, de amor ao orixá, o qual
requer dedicação; fazer o "santo" é uma missão, é mais um elemento para atender ou
auxiliar no atendimento à quem da religião necessitar, com todos os requisitos
necessários ao bom cumprimento, seriedade, humildade, fé, disponibilidade de tempo
quando solicitado em detrimento a um lazer pessoal.
Em muitos casos se restaura uma energia pessoal, que de certa forma foi "contaminada"
e se acrescente uma boa dose de energia positiva a qual está necessitando para
desempenho das suas funções. Este tipo de tratamento eu comparo como uma limpeza
de caixa d'agua, onde se tira toda água suja, esfrega-se as paredes com um bom produto
de limpeza e coloca-se água limpa, aliás operação que deveria ser feita periodicamente,
pois o contato com essas energias negativas é comum e constante. Sabiamente em
alguns lugares da China e da África um doente antes de se internar num hospital , passa
por uma limpeza de aura, que vai auxiliar a sua cura. Assim como a gordura de uma
cozinha se acumula sobre o azulejo, as energias negativas se acumulam sobre nossa
aura, formando um "campo de força negativo" , onde as energias boas "batem e
resvalam" , nos deixando expostos a toda gama de consequências já relatadas, que
estamos sujeitos; e assim como não basta um pano com água para "lavar" a gordura do
azulejo, mas um bom detergente; em nossa aura, é pura inocência achar que simples
banho de água e sal ou poucas ervas, serão suficientes para um bom resultado, é como
dar aspirina infantil para úlcera.
"Nosso orixá não tem obrigação de nos dar mas, o receber é consequência dos
nossos atos."
Sacrifício de Animais
Esta matéria deve ser lida com muita atenção, e, guardada, em especial dirigida àqueles,
que sofrem preconceitos diversos por sua prática, bem como conhecimento com
embasamento teológico.
Não há como se falar de sacrifício de animais, sem algumas situações correlatas, que
sejam:
- Comparativo à outras religiões.
- Sua teologia, aplicação esotérica e prática, no contexto africano.
- Comparativo quanto a outros animais ou seres vivos.
Aspecto de pacto/testamento
O pacto da Lei foi quando da transmissão da Tábuas, transmitida por meio de anjos,
pela mão de um mediador, Moisés, e que entrou em vigor com o sacrifício de animais
no monte Sinai (Gál 3:19; He 2:2; 9:16-20). Naquela oportunidade, Moisés aspergiu
sobre o altar a metade do sangue dos animais sacrificados, daí, leu o livro do pacto para
o povo, que concordou em ser obediente. Depois disso, ele aspergiu o sangue sobre o
livro e sobre o povo. ( Êx 24:1-8)
Aspecto de expiação do pecado - o sangue que expia (Lv 17,11), sem o qual não há
remissão (Hb 9,22)
Nm 6.10 e ao oitavo dia trará duas rolas, ou dois pombinhos, ao sacerdote, à porta da
tenda da reunião; Nm 6.11 e o sacerdote oferecerá, um para expiação do pecado, e o
outro para holocausto; e fará expiação por ele, do que pecou relativamente ao morto;
assim naquele mesmo dia santificará a sua cabeça. Nm 6.12 então separará os dias do
seu nazireado a Javé, e para expiação da transgressão trará um cordeiro de um ano; e os
dias antecedentes serão perdidos, porque o seu nazireado foi contaminado.
Portanto, vemos que o nazireu que tem que rapar a cabeça, tem que oferecer duas
pombas, uma como holocausto e outra como oferta pelo pecado, e um cordeiro, como
oferta pela transgressão.
Portanto, o apóstolo Paulo comprou oito pombas e quatro cordeiros, para os sacrifícios
daqueles quatro homens cristãos.
E, ao que tudo indica, o apóstolo Paulo ofereceu também, ele próprio, duas pombas e
um cordeiro, pois ele também tinha feito voto de nazireu, e tinha rapado a cabeça em
Cencréia, como está escrito em: At 18.18 e Paulo ainda permaneceu ali muitos dias, e
despediu-se dos irmãos, e navegou para a Síria, e com ele Priscila e Áquila, tendo
rapado a cabeça em cencréia, porque tinha voto.
Portanto, vemos que o sacrifício de animais para expiação de pecados, instituído por
Deus, só vale para os pecados cometidos por erro, isto é, sem querer, e que para os
pecados cometidos à mão levantada, ou seja, intencionalmente, não há nenhum
sacrifício de animal que possa servir de expiação, e que a alma que pecar
intencionalmente, deve morrer.
Em Hebreus 10:1-3, está escrito: Hb 10.1 porque a lei, tendo a sombra das coisas boas
que vão existir, não a própria imagem das coisas, a cada ano os mesmos sacrifícios que
oferecem continuamente, nunca pode aperfeiçoar os que se aproximam. Hb 10.2 porque
se não, parariam de ser oferecidos, por não terem mais consciência de pecados os que
servem, uma vez purificados. Hb 10.3 mas neles, há recordação dos pecados a cada ano.
Aspecto cerimonial
Dos Muçulmanos - Maomé disse no Alcorão sagrado: Surata, 22/28; Para auferirem
benefícios e celebrarem o nome de Deus nos dias mencionados (os do sacrifício),
sacrificando uma das agraciadas reses.
Se abandonaram sua prática e conduta religiosa, foram por razões próprias que não nos
cabe discutir, mas nem por isso devemos abandonar as nossas, como muitos assim o
querem.
Aceitar isto por parte de outras religiões e rechaçar o que é pratica dos africanos, é puro
ato discriminatório, um ato de racismo disfarçado, e vai além disso, está imbutido uma
escancarada disputa de mercado, cuja forma de aumentar e manter é nos atacando desta
forma disfarçada e inescrupulosa.
Sua teologia, aplicação esotérica e prática no contexto africano
Neste contexto o ejé (sangue) é elemento primordial, não ao acaso, produz uma energia
de fato, bem como elemento essencial para iniciação, na religião de toda e qualquer
pessoa, sem o qual não haveriam nem novos babalorixás e iyalorixás, não haveria mais,
sequer a religião.
É feito algum tipo de comentário, por quem quer que seja sobre o abate industrial ou
caseiro? Absolutamente não; porque? No fundo, no fundo, ninguém saberia dizer; Mas,
intrinsecamente, já está embutido na cabeça das pessoas, um preconceito de ordem
religiosa, moral, conservadora ... ou ³pseudos´ religiosos e moralistas...através de
argumentos, os mais variados e convenientes.
Porém, quando essas pessoas, lêem na Bíblia Sagrada, diversas situações de sacrifício,
já mencionadas; tão somente estavam repetindo um ato já praticado, provavelmente
advindo dos africanos, que dizem dessas passagens bíblicas, nossos algozes?
Onde está a maldade, o diabólico, se isto pode ajudar alguém? O abate é o mesmo, só
porque é um ato religioso? Os vermes, a barata, o pernilongo, a formiga, todos foram
criados por Deus, com alguma função, mas criaturas divinas, claro que são nojentos,
nocivos, e, devem se exterminados, as vezes esmagados, pisoteados, outras com
ímpetos e rituais de sadismo e com plena satisfação, quer seja com o sapato, chinelo,
vassoura, ou mesmo de forma maciça, o inseticida, o procedimento se faz de forma
algoz, por envenenamento, a morte vem lenta e dolorosa ...
Do ponto de vista, de que são igualmente, criaturas criadas por Deus (por outro não
seria), que diferença tem dos animais imolados no Candomblé? O mundo sacrifica
animais diariamente.
Não é, e nem pode ser coincidência, que a mitologia Egípcia, Grega e Romana, cujos
povos surgiram bem mais tarde que o povo Africano (e alguns até oriundo de lá), seus
deuses, tenham muita verossimilhança com os elementais (deuses) africanos, a
interligação é muito grande e muito forte, o deus da caça, da colheita, da chuva, do
vinho, da fecundidade, do amor, da saúde...acaso seriam eles, povos atrasados,
ignorantes, imaginativos? Povos que hoje são considerados a base da humanidade
moderna. Muita semelhança também está presente, na criação do mundo, segundo
textos bíblicos, com a dos africanos, do povo yorubano, o homem sendo feito do barro
(na história yorubana é moldado por Ajálá, o orixá funfun moldador de Orí -cabeça -),
moldado e recebido vida pelo sopro do Criador; a separação do paraíso com a terra pela
ira de Deus, com a história da separação do Aiyé e o Orún.
O mercado, na região yorubá, tem a mesma função do Agora dos gregos ou o Forum
dos romanos: um lugar de reunião, onde todo os acontecimentos da vida pública e
privada são mostrados e comentados. Não há nascimento, casamento, enterro, festa
organizada por grupos restritos ou numerosos,, iniciação ou cerimônia para os orixás,
que não passem pelo mercado. No Brasil essa noção da "passagem ao mercado"
continua presente e pode ser constatada quando os noviços no "dia do nome", são
convidados a anunciá-lo claramente "para que todos ouçam seja na cidade e no
mercado".
Que de uma forma muito tímida, e, infinitamente pequena, perante sua grandeza e
liberdade tolhida, hoje tentamos resgatar e lhes dar o seu devido valor. O que nada mais
é que nosso dever e obrigação, e ainda assim, seus seguidores, nos dias de hoje, são
discriminados, e, algumas pessoas, entre elas, "novos" pastores, despreparados ou de má
fé, por algum interesse ou comando, se aproveitando de uma situação atual, que parte de
uma mídia lhes permite; agem como aqueles primeiros missionários, usando de forma
negativa, os hábitos e usos, do qual alguns são ainda primitivos (até mesmo pela sua
inocência, manutenção dos costumes e tradições, e muito mais por um ato de fé), para se
beneficiarem, a atraírem mais fiéis, ou, contribuintes? Contudo a história ainda não está
terminada, e, o passado revela que as perseguições, com o tempo, nada valeram, ao
contrário, revelaram o engano cometido e o castigo devido.
A hierarquia
A quizila e as proibições
A quizila é uma forma de reação negativa que atinge as pessoas, quer seja fisicamente,
causando algum mal estar, ou, na vida pessoal gerando algum "atrapalho" ou perda; e,
acontece quando comemos ou fazemos algo que não devemos; todos os orixás tem suas
quizilas, e como filhos devemos respeitá-las, por exemplo: não devemos comer
determinadas comidas, que são oferecidas aos orixás, pelo fato que, quando oferecemos
à eles esta comida, eles "transformam" as energias daquela comida, em energia positiva
para nós, das quais estamos precisando constantemente, portanto é comida do orixá, não
nossa. A quizila, em alguns casos, é como se fosse uma "alergia" natural, que comemos
alguma coisa, e imediatamente temos uma reação alérgica, porém a mais perigosa é
aquela que não sentimos de imediato alguma reação, o que erradamente leva alguns
filhos de santo, usarem, um sistema, Ah! Eu comi, não fez mal, não terá problema, aí é
que se enganam, pois a reação virá quando menos esperam, atingindo de alguma outra
forma. Os iniciados sabem o que devem respeitar, se não o fazem é por serem
descomprendidos, evidente que há casos de desconhecimento, por uma má iniciação, e
muito mais valor terá, se gostarmos daquilo que não podemos, pois é muito fácil se
evitar, o que não gostamos. As proibições mais comuns, são com relação a
determinadas comidas, temperos, folhas, bebidas, cores...
Vida Eterna?
Por razão lógica, se viveremos fisicamente, neste plano terreno, apenas uma vez e nossa
"vida" é eterna, este período que aqui passamos é muito curto, em se comparando com a
eternidade, só isto já torna óbvio nos preocuparmos com a "outra" vida, mas o
raciocínio conclusivo aparecerá mais adiante, destacado sob forma grifada, após
algumas considerações necessárias. Evidentemente para quem crê nesta "outra" vida.
Porque creio na outra vida e não na reencarnação? Primeiro não li ou ouvi nada a
respeito na filosofia Yorubana, o que me faz raciocinar, e raciocinando me leva a
perceber que não temos nenhuma prova ou indicação de reencarnação, salvo exceções,
que toda regra se submete, no caso em tela, os àbiku, assunto ainda sob-júdice em
minha cabeça. Existe uma teoria, anterior a ciência da genética atual, que as pessoas,
locais ou situações que existem em nossa memória e que temos a certeza que nunca
vimos ou passamos, acessadas mais comumentes em nossos sonhos, seriam de
"encarnações" anteriores, mas que atualmente, estou mais propício a crer de se trata de
uma herança genética, que herdamos dos nossos antepassados, assim como traços
físicos, genes, etc. seriam traços de memória anexados em nossos genes de memória,
razão de "visualizarmos" rostos ou locais nunca vistos, pois a possibilidade de os
criarmos de forma instantânea é zero.
Nesse aspecto a filosofia yorubana fala de 9 planos astral, sendo os primeiros planos, os
que chamamos de planos terra-a-terra, aqueles que ficam espíritos involuídos, ou os que
não tiveram em vida um bom procedimento e comportamento e que comprovamos sua
existência quando da leitura do jogo de búzios (no caso dos candomblecistas) destes
espíritos desencarnados que se "encostam" nas pessoas, trazendo problemas,
dificuldades as mais diversas alterações de comportamento e energia, os demais são
estágios para os quais poderemos ir com menor situações de infelicidade e desconforto,
ou estando lá, galgando plano a plano através de procedimentos que lá serão
conhecidos, até o plano mais próximo da felicidade plena, ou seja, próximo da Energia
Suprema, da Luz ou qualquer outro nome que tenha cada segmento religioso.