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4482 Diário da República, 1.ª série — N.

º 135 — 16 de Julho de 2007

MINISTÉRIO DAS OBRAS PÚBLICAS, e b) do n.º 1 do artigo 198.º da Constituição, o Governo


TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES decreta o seguinte:

CAPÍTULO I
Decreto-Lei n.º 257/2007
Disposições gerais
de 16 de Julho
O regime jurídico da actividade de transporte rodoviário Artigo 1.º
de mercadorias, adoptado no direito interno em conso- Âmbito
nância com as Directivas n.os 96/26/CE, do Conselho, de
29 de Abril, e 98/76/CE, do Conselho, de 1 de Outubro, 1 — O presente decreto-lei aplica-se ao transporte ro-
em vigor desde 1999, veio demonstrar, pela experiência doviário de mercadorias efectuado por meio de veículos
adquirida com a sua aplicação, a necessidade de introduzir automóveis ou conjuntos de veículos de mercadorias, com
alguns ajustamentos. peso bruto igual ou superior a 2500 kg.
Constatou-se ser aconselhável proceder a alterações ao 2 — Não estão abrangidos pelo regime de licenciamento
regime de acesso à actividade, bem como ao regime de na actividade a que se refere o presente decreto-lei:
organização do mercado do transporte rodoviário de mer- a) Os transportes de produtos ou mercadorias direc-
cadorias, as quais promovam a melhoria das condições de tamente ligados à gestão agrícola ou dela provenientes
prestação de serviços e melhorem a capacidade competitiva efectuados por meio de reboques atrelados aos respectivos
das empresas operando nesse mercado. tractores agrícolas;
Considerando que se tem verificado uma tendência b) Os transportes de envios postais realizados no âmbito
de crescimento de empresas que, com recurso exclusivo da actividade de prestador de serviços postais;
a veículos ligeiros de mercadorias, efectuam transportes c) A circulação de veículos aos quais estejam ligados, de
públicos ou por conta de outrem, sem que tenham de se forma permanente e exclusiva, equipamentos ou máquinas.
sujeitar a quaisquer condições de acesso à actividade ou
de mercado, o que subverte as condições de concorrên- Artigo 2.º
cia, mostra-se aconselhável que estes transportes sejam
submetidos a regras idênticas às aplicáveis aos restantes Definições
transportes já submetidos a licenciamento. Ficam, no en- Para efeitos do disposto no presente decreto-lei e legis-
tanto, excluídos deste regime os transportes efectuados em lação complementar, considera-se:
veículos de mercadorias de peso bruto inferior a 2500 kg,
pela irrelevância da sua capacidade de carga. a) «Transporte rodoviário de mercadorias» a actividade
No que se refere ao acesso à actividade, foram ade- de natureza logística e operacional que envolve a deslo-
quadas as regras relativas ao requisito de capacidade cação física de mercadorias em veículos automóveis ou
profissional, de forma a garantir que cada empresa seja conjuntos de veículos, podendo envolver ainda operações
efectivamente gerida pelo titular do certificado de capa- de manuseamento dessas mercadorias, designadamente
cidade profissional e, ao mesmo tempo, fomentar a ob- grupagem, triagem, recepção, armazenamento e distri-
tenção ou consolidação de melhores e mais actualizadas buição;
competências técnicas. Neste sentido, foi condicionada b) «Transporte por conta de outrem ou público» o trans-
a validade do certificado de capacidade profissional do porte de mercadorias realizado mediante contrato, que não
responsável da empresa a uma avaliação da sua gestão se enquadre nas condições definidas na alínea seguinte;
com boas práticas, que terá em conta o número de infrac- c) «Transporte por conta própria ou particular» o trans-
ções à regulamentação relevante para o sector, incluindo porte realizado por pessoas singulares ou colectivas em que
matérias relacionadas com a própria actividade do trans- se verifiquem cumulativamente as seguintes condições:
porte rodoviário de mercadorias, segurança rodoviária, i) As mercadorias transportadas sejam da sua proprie-
ou protecção do ambiente. dade, ou tenham sido vendidas, compradas, dadas ou to-
Procurando contribuir de uma forma mais activa para madas de aluguer, produzidas, extraídas, transformadas
a protecção do ambiente, são estabelecidas regras con- ou reparadas pela entidade que realiza o transporte e que
dicionantes do licenciamento de veículos que tenderão este constitua uma actividade acessória no conjunto das
a promover a renovação das frotas automóveis e, conse- suas actividades;
quentemente, o abatimento dos veículos mais antigos, ou ii) Os veículos utilizados sejam da sua propriedade,
seja, os mais poluentes. objecto de contrato de locação financeira ou alugados em
Formulou-se um regime sancionatório mais ajustado e regime de aluguer sem condutor;
dissuasor, designadamente no que respeita à aplicação de iii) Os veículos sejam, em qualquer caso, conduzidos
sanção acessória por excesso de carga, que passa a poder pelo proprietário ou locatário ou por pessoal ao seu ser-
ser aplicada quer a transportadores por conta de outrem viço;
quer por conta própria. Foi também introduzida a punição,
até aqui inexistente, pela falta de certificado de motorista, d) «Mercadorias» toda a espécie de produtos ou objectos,
exigido aos motoristas nacionais de países terceiros pelo com ou sem valor comercial, que possam ser transportados
Regulamento (CE) n.º 484/2002, do Parlamento Europeu e em veículos automóveis ou conjuntos de veículos;
do Conselho, que alterou o Regulamento (CEE) n.º 881/92, e) «Transporte nacional» o transporte que se efectua
também do Parlamento Europeu e do Conselho. totalmente em território nacional;
Assim: f) «Transporte internacional» o transporte que implica o
No uso da autorização legislativa concedida pela Lei atravessamento de fronteiras e se desenvolve parcialmente
n.º 1/2007, de 11 de Janeiro, e nos termos das alíneas a) em território nacional;
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g) «Transporte combinado» o transporte de mercadorias Artigo 4.º


em que, na parte inicial ou final do trajecto, se utiliza o Requisitos de acesso e exercício da actividade
modo rodoviário e, na outra parte, o modo ferroviário, o
modo aéreo, a via fluvial ou a via marítima; 1 — São requisitos de acesso e exercício da actividade
h) «Transportador residente» qualquer empresa estabele- a idoneidade, a capacidade técnica e profissional e a ca-
cida em território nacional habilitada a exercer a actividade pacidade financeira.
transportadora; 2 — É ainda requisito de exercício da actividade que
i) «Transportador não residente» qualquer empresa a empresa tenha a sua situação contributiva regularizada
estabelecida num país estrangeiro habilitada a exercer a perante a administração fiscal e a segurança social.
actividade nos termos da regulamentação desse país;
j) «Cabotagem» a realização de transporte nacional por Artigo 5.º
transportadores não residentes; Idoneidade
l) «Transportes especiais» os transportes que, desig-
nadamente pela natureza ou dimensão das mercadorias 1 — A idoneidade é aferida pela inexistência de impedi-
transportadas, devem obedecer a condições técnicas ou a mentos legais, nomeadamente a condenação por determi-
medidas de segurança especiais; nados ilícitos praticados pelos administradores, directores
m) «Transportes equiparados a transportes por conta ou gerentes.
própria» os que integrem um transporte combinado e se de- 2 — São consideradas idóneas as pessoas relativamente
senvolvam nos percursos rodoviários iniciais ou terminais, às quais não se verifique algum dos seguintes impedi-
desde que seja cumprida a condição prevista na subalínea i) mentos:
da alínea c) e o veículo tractor seja propriedade da empresa a) Proibição legal para o exercício do comércio;
expedidora, objecto de contrato de locação financeira ou b) Condenação com pena de prisão efectiva igual ou
de aluguer sem condutor e seja conduzido pelo proprie- superior a 2 anos, transitada em julgado, por crime contra
tário, locatário ou pessoal ao seu serviço, mesmo que o o património, por tráfico de estupefacientes, por branque-
reboque esteja matriculado ou tenha sido alugado pela amento de capitais, por fraude fiscal ou aduaneira;
empresa destinatária, ou vice-versa, no caso dos percursos c) Condenação, com trânsito em julgado, na medida
rodoviários terminais; de segurança de interdição do exercício da profissão de
n) «Transportes em regime de carga completa» os trans- transportador, independentemente da natureza do crime;
portes por conta de outrem em que o veículo é utilizado d) Condenação, com trânsito em julgado, por infracções
no conjunto da sua capacidade de carga por um único graves à regulamentação sobre os tempos de condução e
expedidor; de repouso ou à regulamentação sobre a segurança rodo-
o) «Transporte em regime de carga fraccionada» os viária, nos casos em que tenha sido decretada a interdição
transportes por conta de outrem em que o veículo é uti- do exercício da profissão de transportador;
lizado por fracção da sua capacidade de carga por vários e) Condenação, com trânsito em julgado, por infracções
expedidores; cometidas às normas relativas ao regime das prestações de
p) «Guia de transporte» o documento descritivo dos natureza retributiva ou às condições de higiene e segurança
elementos essenciais da operação de transporte e que no trabalho, à protecção do ambiente e à responsabilidade
estabelece as condições de realização do contrato entre o profissional, nos casos em que tenha sido decretada a in-
transportador e o expedidor; terdição do exercício da profissão de transportador.
q) «Expedidor» a pessoa que contrata com o transpor-
tador a deslocação das mercadorias. 3 — Para efeitos do presente decreto-lei, quando seja
decretada a sanção acessória de interdição do exercício da
CAPÍTULO II actividade, os administradores, directores ou gerentes em
funções à data da infracção que originou a sanção acessória
Acesso à actividade deixam de preencher o requisito de idoneidade durante
o período de interdição fixado na decisão condenatória.
Artigo 3.º
Licenciamento da actividade
Artigo 6.º
Capacidade profissional
1 — A actividade de transporte rodoviário de merca-
dorias por conta de outrem, nacional ou internacional, 1 — A capacidade profissional deve ser preenchida por
por meio de veículos de peso bruto igual ou superior a pessoa que, sendo titular do certificado de capacidade
2500 kg, só pode ser exercida por sociedades comerciais profissional a que se refere o artigo 7.º, detenha poderes
ou cooperativas, licenciadas pelo Instituto da Mobilidade para obrigar a empresa, isolada ou conjuntamente, e a dirija
e dos Transportes Terrestres, I. P. (IMTT). em permanência e efectividade.
2 — A licença a que se refere o número anterior consubs- 2 — Para efeitos do cumprimento do requisito de capa-
tancia-se num alvará ou licença comunitária, a qual é in- cidade profissional, a pessoa que assegura este requisito
transmissível, sendo emitida por um prazo não superior a deve fazer prova da sua inscrição na segurança social, na
cinco anos, renovável por igual período, mediante com- qualidade de quadro de direcção da empresa.
provação de que se mantêm os requisitos de acesso e de 3 — A mesma pessoa não pode assegurar o requisito de
exercício de actividade. capacidade profissional a mais de uma empresa, salvo se
3 — O IMTT procede ao registo, nos termos da lei em pelo menos 50 % do capital social de cada uma das em-
vigor, de todas as empresas que realizem transportes de presas por ela dirigidas pertencer ao mesmo sócio, pessoa
mercadorias por conta de outrem. singular ou colectiva.
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Artigo 7.º ou de € 50 000, no caso de exercício da actividade exclu-


Certificado de capacidade profissional
sivamente por meio de veículos ligeiros.
3 — Durante o exercício da actividade, o montante de
1 — O certificado de capacidade profissional para trans- capital e reservas não pode ser inferior a € 9000 pelo pri-
portes rodoviários de mercadorias, nacionais ou interna- meiro veículo automóvel licenciado e € 5000 ou € 1500
cionais, consoante o caso, é emitido pelo IMTT a pessoas por cada veículo automóvel adicional, consoante se trate
que: de veículo pesado ou ligeiro.
a) Tenham frequentado acção de formação sobre as 4 — A comprovação do disposto nos números anteriores
matérias referidas na lista constante do anexo I ao presente é feita por certidão do registo comercial da qual conste
decreto-lei e que dele faz parte integrante e obtenham o capital social e por duplicado ou cópia autenticada do
aprovação em exame, realizado de acordo com as regras último balanço apresentado para efeitos de imposto sobre
constantes do anexo II ao presente decreto-lei e que dele o rendimento das pessoas colectivas (IRC) ou por garantia
faz parte integrante; ou bancária.
b) Comprovem curricularmente ter, pelo menos, cinco 5 — A certidão do registo comercial pode ser fornecida
anos de experiência prática ao nível de direcção numa mediante a disponibilização do código de acesso à certi-
empresa licenciada para transportes rodoviários de merca- dão permanente de registo comercial, ou, em alternativa,
dorias, nacionais ou internacionais, e obtenham aprovação mediante a entrega da certidão em papel.
em exame específico de controlo.
Artigo 10.º
2 — As pessoas diplomadas com curso do ensino supe- Cumprimento das obrigações fiscais
rior ou com curso reconhecido oficialmente, que implique
bom conhecimento de alguma ou algumas matérias referi- A comprovação da situação contributiva da empresa pe-
das na lista do anexo I, podem ser dispensadas da formação rante a administração fiscal e a segurança social é exigível
e do exame relativamente a essa ou a essas matérias. no momento da renovação do alvará e no licenciamento
3 — Os titulares de certificado de capacidade profis- de veículos.
sional, a que se refere o artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 3/2001, Artigo 11.º
de 10 de Janeiro, ficam abrangidos pela dispensa a que se Dever de informação
refere o número anterior, relativamente às matérias de
avaliação comuns. 1 — Os requisitos de acesso e exercício da actividade
4 — O IMTT reconhece os certificados de capacidade são de verificação permanente, devendo as empresas com-
profissional para transportes rodoviários de mercadorias, provar o seu cumprimento sempre que lhes seja solici-
emitidos pelas entidades competentes de outros Estados tado.
membros da União Europeia, nos termos da Directiva 2 — As empresas têm o dever de comunicar ao IMTT
n.º 96/26/CE, do Conselho, de 29 de Abril, modificada as alterações ao pacto social, designadamente modifica-
pela Directiva n.º 98/76/CE, do Conselho, de 1 de Outubro. ções na administração, direcção ou gerência, bem como
5 — A validade do certificado profissional do respon- mudanças de sede, no prazo de 30 dias a contar da data
sável da empresa, por período superior a cinco anos, fica da sua ocorrência.
dependente do exercício da profissão com boas práticas, Artigo 12.º
tendo em conta as infracções às normas relativas à acti-
Falta superveniente de requisitos
vidade transportadora, à regulamentação social de trans-
portes, à segurança rodoviária e à protecção do ambiente, 1 — A falta superveniente de qualquer um dos requisi-
bem como a formação profissional. tos de idoneidade, capacidade profissional e capacidade
6 — A comprovação da frequência da formação e as financeira deve ser suprida no prazo de um ano a contar
condições de realização de exames, a que se referem as da data da sua ocorrência.
alíneas a) e b) do n.º 1, assim como as condições de vali- 2 — Para efeitos de suprimento do requisito de capaci-
dade do certificado de capacidade profissional, por período dade financeira de exercício da actividade pode ser con-
superior a cinco, são definidas por portaria do membro do cedido o prazo adicional de um ano, desde que a situação
Governo responsável pelos transportes. económica da empresa o justifique e mediante a apresen-
tação de um plano financeiro.
Artigo 8.º
Capacidade técnica Artigo 13.º
A capacidade técnica consiste na existência de meios Renovação e caducidade do alvará ou licença comunitária
técnicos e humanos adequados à dimensão das empresas 1 — Os pedidos de renovação de alvará ou da licença
transportadoras, de acordo com os critérios a definir por comunitária devem ser requeridos no IMTT com a ante-
portaria. cedência mínima de 60 dias relativamente ao termo do
respectivo prazo de validade.
Artigo 9.º 2 — A licença para o exercício da actividade, alvará ou
Capacidade financeira licença comunitária caduca:
1 — A capacidade financeira consiste na posse de re- a) Decorridos os prazos a que se refere o artigo anterior
cursos financeiros necessários para garantir o início da sem que a falta seja suprida;
actividade e a boa gestão da empresa. b) Se durante um ano a contar da data da emissão do
2 — Para efeitos de início de actividade, as empresas alvará ou licença comunitária a empresa não tiver licen-
devem dispor de um capital social mínimo de € 125 000 ciado nenhum veículo automóvel.
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3 — Com a caducidade da licença para o exercício da 2 — Os transportes internacionais a realizar por trans-
actividade caducam todas as licenças dos veículos auto- portadores residentes, entre o território português e o ter-
móveis ou cópias certificadas da licença comunitária que ritório de países não membros da União Europeia, com
tenham sido emitidas à empresa. quem o Estado Português haja celebrado um acordo bila-
teral ou multilateral sobre transportes rodoviários, estão
sujeitos a autorização a emitir pelo IMTT dentro dos limites
CAPÍTULO III quantitativos resultantes desses acordos ou convenções.
Acesso e organização do mercado 3 — Não estão abrangidos pelo regime de autorização
previsto neste artigo os transportes que, por convenção
Artigo 14.º multilateral ou por acordo bilateral, tenham sido libera-
lizados.
Licenciamento de veículos automóveis
4 — No caso de transportes realizados por meio de
1 — Os veículos automóveis afectos ao transporte rodo- conjuntos de veículos, a autorização só é exigida ao veí-
viário de mercadorias por conta de outrem estão sujeitos a culo automóvel.
licença a emitir pelo IMTT, quer sejam da propriedade do
transportador, objecto de contrato de locação financeira, Artigo 18.º
ou contrato de aluguer sem condutor. Transportes especiais
2 — Até que a soma dos pesos brutos dos veículos da
empresa ultrapasse 40 t, os veículos automóveis a licenciar Os transportes especiais são objecto de regulamentação
após a obtenção do alvará ou da licença comunitária, a específica.
que se refere o n.º 2 do artigo 3.º, devem necessariamente
ser novos, considerando-se que satisfazem esta condição Artigo 19.º
os veículos que não tenham mais de um ano de fabrico
Guia de transporte
contado a partir da data de primeira matrícula.
3 — São condições de emissão de licença que a idade 1 — Os transportes rodoviários de mercadorias por
média da frota de automóveis da empresa não exceda conta de outrem são descritos numa guia de transporte,
10 anos, sendo determinada a idade de cada veículo pela que deve acompanhar as mercadorias transportadas.
data da primeira matrícula. 2 — A guia de transporte deve conter os elementos
4 — As licenças dos veículos caducam no caso de trans- que vierem a ser definidos por despacho do presidente do
missão da propriedade ou da posse do veículo e sempre conselho directivo do IMTT.
que se verifique a caducidade do alvará ou da licença
comunitária. Artigo 20.º
Artigo 15.º
Documentos que devem estar a bordo do veículo
Identificação de veículos
Durante a realização dos transportes a que se refere o
Os veículos automóveis licenciados para o transporte presente decreto-lei, devem estar a bordo do veículo e ser
rodoviário de mercadorias por conta de outrem devem apresentados à entidade fiscalizadora sempre que solicitado
ostentar distintivos de identificação. a cópia certificada da licença comunitária bem como as
licenças e autorizações previstas nos artigos 14.º, 16.º e 17.º
Artigo 16.º e, no caso de transporte internacional em que o veículo é
Transportes de carácter excepcional conduzido por um motorista nacional de país terceiro, o
respectivo certificado.
Estão sujeitos a autorização, a emitir pelo IMTT, os
transportes de carácter excepcional realizados por veículos
afectos ao transporte por conta própria, cujo peso bruto CAPÍTULO IV
exceda 2500 kg, em que, cumulativamente:
Fiscalização e regime sancionatório
a) As mercadorias e os veículos não pertençam ao mes-
mo proprietário; Artigo 21.º
b) O transporte seja efectuado sem fins lucrativos por
colectividades de utilidade pública ou outras agremiações Fiscalização
filantrópicas, desportivas ou recreativas; 1 — A fiscalização do cumprimento do disposto no
c) As mercadorias transportadas estejam relacionadas presente decreto-lei compete às seguintes entidades:
com os fins das entidades que efectuam o transporte;
d) Os veículos utilizados sejam da propriedade da enti- a) Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres,
dade que realiza o transporte, de algum dos seus associados I. P.;
ou cedidos a título gratuito por outras entidades. b) Guarda Nacional Republicana;
c) Polícia de Segurança Pública.
Artigo 17.º
2 — As entidades referidas no número anterior podem
Transportes internacionais e de cabotagem
proceder, junto das pessoas singulares ou colectivas que
1 — Os transportes internacionais e os transportes de efectuem transportes rodoviário de mercadorias, a todas as
cabotagem a realizar por transportadores não residentes investigações e verificações necessárias para o exercício
sediados fora do território da União Europeia estão sujeitos da sua competência fiscalizadora.
a autorização a emitir pelo IMTT, a qual é condicionada 3 — Os funcionários do IMTT com competência na
pelo princípio da reciprocidade. área da fiscalização e no exercício de funções, desde que
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devidamente credenciados, têm livre acesso aos locais Artigo 26.º


destinados ao exercício da actividade das empresas. Falta de comunicação

Artigo 22.º A falta de comunicação prevista no n.º 2 do artigo 11.º


Contra-ordenações
é punível com coima de € 250 a € 750.

1 — As infracções ao disposto no presente decreto-lei Artigo 27.º


constituem contra-ordenações, nos termos dos artigos 23.º
Realização de transportes em veículos sem licença
a 34.º
2 — A tentativa e a negligência são puníveis, sendo A realização de transportes rodoviários de mercadorias
os limites máximo e mínimo da coima reduzidos para por conta de outrem, por meio de veículo automóvel sem a
metade. licença a que se refere o artigo 14.º, é punível com coima
Artigo 23.º de € 750 a € 2250.
Realização de transportes por entidade não licenciada
Artigo 28.º
1 — A realização de transportes rodoviários de merca-
dorias por conta de outrem, por meio de veículos auto- Falta de distintivos
móveis com peso bruto igual ou superior a 2500 kg, por 1 — A realização de transportes sem os distintivos a que
entidade que não seja titular do alvará a que se refere o se refere o artigo 15.º, ou quando estes estejam colocados
artigo 3.º, é punível com coima de € 1250 a € 3740 ou de em veículo automóvel não licenciado, é punível com coima
€ 5000 a € 15 000, consoante se trate de pessoa singular de € 100 a € 300.
ou colectiva. 2 — A ostentação dos distintivos do transporte por conta
2 — Os transportes por conta de outrem internacionais e de outrem em veículos não licenciados para o efeito é
de cabotagem referidos nos Regulamentos CEE n.os 881/92, punível com coima de € 1250 a € 3740.
do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de Março,
e 3118/93, do Conselho, de 25 de Outubro, quando efec- Artigo 29.º
tuados sem a cópia certificada da licença comunitária,
consideram-se realizados por entidade não licenciada, Transportes sem autorização
sendo aplicáveis as coimas previstas no número anterior. 1 — A realização de transportes de carácter excepcional
a que se refere o artigo 16.º, sem autorização, é punível
Artigo 24.º com coima de € 1250 a € 3740 ou de € 3500 a € 10 500,
Falta de certificado de motorista nacional de país terceiro consoante se trate de pessoa singular ou colectiva.
2 — A realização de transportes internacionais ou de
A realização de transportes internacionais a coberto cabotagem sem as autorizações a que se refere o artigo 17.º
de uma licença comunitária, em que o veículo seja con- é punível com coima de € 1000 a € 3000.
duzido por motorista nacional de um país terceiro, sem o
certificado exigido pelo artigo 3.º do Regulamento (CEE)
Artigo 30.º
n.º 881/92, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de
Março, com a redacção que lhe foi dada pelo Regulamento Falta ou vícios da guia de transporte
(CE) n.º 484/2002, do Parlamento Europeu e do Conselho,
1 — A falta da guia de transporte é punível com coima
de 19 de Março, é punível com coima de € 750 a € 2250.
de € 250 a € 750.
2 — O preenchimento incorrecto ou incompleto da guia
Artigo 25.º
de transporte, da responsabilidade do expedidor ou do
Transportes efectuados por entidade diversa transportador, consoante a respectiva obrigação de preen-
do titular do alvará ou da licença comunitária chimento, é punível com coima de € 100 a € 300.
1 — A realização de transportes por entidade diversa do
titular do alvará ou da licença comunitária a que se refere Artigo 31.º
o artigo 3.º é punível: Excesso de carga
a) Relativamente ao titular do alvará ou da licença co- 1 — A realização de transportes com excesso de carga
munitária, com a coima de € 1250 a € 3740 e de € 5000 é punível com coima de € 500 a € 1500, sem prejuízo do
a € 15 000, consoante se trate de pessoa singular ou co- disposto nos números seguintes.
lectiva; 2 — Sempre que o excesso de carga seja igual ou supe-
b) Relativamente à pessoa que efectua o transporte, com rior a 25 % do peso bruto do veículo, a infracção é punível
a coima de € 500 a € 1500 e de € 1500 a € 4500, consoante com coima de € 1250 a € 3740.
se trate de pessoa singular ou colectiva. 3 — No caso da infracção a que se refere o número
anterior, a entidade fiscalizadora pode ordenar a imobili-
2 — São considerados como efectuados por entidade zação do veículo até que a carga em excesso seja transfe-
diversa do titular do alvará os transportes em que se veri- rida, podendo ainda ordenar a deslocação e acompanhar
fique alguma das seguintes situações: o veículo até local apropriado para a descarga, recaindo
a) Prestação do serviço de transporte com facturação sobre o infractor o ónus com as operações de descarga ou
ou recibo em regime de actividade liberal; transbordo da mercadoria.
b) Existência de contrato para utilização do veículo entre 4 — Sempre que o excesso de carga se verifique no
a empresa titular do alvará e um terceiro. decurso de um transporte em regime de carga completa,
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a infracção é imputável ao expedidor e ao transportador, 2 — O pagamento voluntário ou o depósito referidos


em comparticipação. no número anterior devem ser efectuados no acto da veri-
5 — Nenhum condutor se pode escusar a levar o veí- ficação da contra-ordenação, destinando-se o depósito a
culo à pesagem nas balanças ao serviço das entidades garantir o pagamento da coima em que o infractor possa
fiscalizadoras, que se encontrem num raio de 5 km do vir a ser condenado, bem como das despesas legais a que
local onde se verifique a intervenção das mesmas, sendo houver lugar.
punível tal conduta com a coima referida no n.º 2 deste 3 — Se o infractor declarar que pretende pagar a coima
artigo, sem prejuízo da responsabilidade criminal a que ou efectuar o depósito e não puder fazê-lo no acto da
houver lugar. verificação da contra-ordenação, deve ser apreendida a
documentação do veículo até à efectivação do pagamento
Artigo 32.º ou do depósito.
4 — No caso previsto no número anterior devem ser
Falta de apresentação de documentos
emitidas guias de substituição dos documentos apreen-
A não apresentação dos documentos a que se refere o didos com validade até ao 1.º dia útil posterior ao dia da
artigo 20.º no acto de fiscalização é punível com as coimas infracção.
previstas, caso a caso, no presente decreto-lei, salvo se o 5 — A falta de pagamento ou do depósito nos termos
documento em falta for apresentado no prazo de oito dias dos números anteriores implica a apreensão do veículo,
à autoridade indicada pelo agente de fiscalização, caso em que se mantém até ao pagamento ou depósito ou à decisão
que a coima é de € 50 a € 150. absolutória.
6 — O veículo apreendido responde nos mesmos termos
Artigo 33.º que o depósito pelo pagamento das quantias devidas.
Imputabilidade das infracções Artigo 36.º
Sem prejuízo do disposto no artigo 25.º, no n.º 2 do ar- Imobilização do veículo
tigo 30.º e no n.º 4 do artigo 31.º, as infracções ao disposto
no presente decreto-lei são da responsabilidade da pessoa 1 — Sempre que da imobilização de um veículo resul-
singular ou colectiva que efectua o transporte. tem danos para as mercadorias transportadas ou para o
próprio veículo, cabe à pessoa singular ou colectiva que
Artigo 34.º realiza o transporte a responsabilidade por esses danos,
sem prejuízo do direito de regresso.
Sanções acessórias 2 — São igualmente da responsabilidade da pessoa que
1 — Com a aplicação da coima por infracção ao n.º 2 realiza o transporte os encargos que resultem da transfe-
do artigo 31.º pode ser decretada a sanção acessória de rência para outro veículo no caso de excesso de carga, sem
suspensão da licença ou de apreensão do certificado de prejuízo do direito de regresso.
matrícula do veículo automóvel, consoante se trate de
transporte por conta de outrem ou transporte por conta Artigo 37.º
própria, se o transportador tiver praticado três infracções Processamento das contra-ordenações
da mesma natureza, com decisão definitiva, e estas tiverem
ocorrido no decurso dos dois anos anteriores à data da 1 — O processamento das contra-ordenações previstas
prática da infracção que está a ser decidida. neste decreto-lei compete ao IMTT.
2 — Com a aplicação da coima pela infracção prevista 2 — A aplicação das coimas é da competência do pre-
na alínea a) do n.º 1 do artigo 25.º pode ser decretada a sidente do conselho directivo do IMTT.
3 — O IMTT organiza o registo das infracções come-
sanção acessória de interdição do exercício da actividade,
tidas nos termos da legislação em vigor.
desde que tenha havido anterior condenação pela prática
da mesma infracção.
Artigo 38.º
3 — A interdição do exercício da actividade, a suspen-
são da licença do veículo ou a apreensão do certificado de Produto das coimas
matrícula, previstas nos números anteriores, têm a duração O produto das coimas é distribuído da seguinte forma:
máxima de dois anos.
4 — A aplicação da sanção acessória de interdição do a) 20 % para o IMTT, constituindo receita própria;
exercício da actividade implica necessariamente a suspen- b) 20 % para a entidade fiscalizadora;
são e consequentemente o depósito no IMTT das licenças c) 60 % para o Estado.
de que a empresa infractora seja titular.
5 — Durante o período de duração da sanção acessória,
CAPÍTULO V
aplicada nos termos do n.º 1, a licença ou o certificado de
matrícula ficam depositados no IMTT. Disposições finais e transitórias

Artigo 35.º Artigo 39.º


Infractores não domiciliados em Portugal Modelos das autorizações e distintivos
1 — Se o infractor não for domiciliado em Portugal Os modelos dos alvarás, licenças, autorizações e dis-
e não pretender efectuar o pagamento voluntário, deve tintivos referidos no presente decreto-lei, que não estejam
proceder ao depósito de quantia igual ao valor máximo da previstos em regulamentação comunitária ou decorram de
coima prevista para a contra-ordenação praticada. acordos bilaterais ou convenções multilaterais, são defini-
4488 Diário da República, 1.ª série — N.º 135 — 16 de Julho de 2007

dos e aprovados por despacho do presidente do conselho Outubro de 1999, e 14 576/2000, de 30 de Junho de 2000,
directivo do IMTT. relativos à guia de transporte e aos dísticos.
Artigo 40.º Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 10
Afectação de receitas
de Maio de 2007. — José Sócrates Carvalho Pinto de
Sousa — Fernando Teixeira dos Santos — Ascenso Luís
Constituem receita própria do IMTT os montantes que Seixas Simões — Manuel António Gomes de Almeida de
venham a ser fixados por despacho conjunto dos Ministros Pinho — Paulo Jorge Oliveira Ribeiro de Campos.
de Estado e das Finanças e das Obras Públicas, Transportes
e Comunicações, para as inscrições no exame a que se Promulgado em 25 de Junho de 2007.
refere o artigo 7.º e para a emissão de certificados, dos Publique-se.
alvarás, licenças, certificados, autorizações e distintivos
referidos no presente decreto-lei. O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA.

Artigo 41.º Referendado em 26 de Junho de 2007.

Disposições finais e transitórias


O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto
de Sousa.
1 — As pessoas singulares ou colectivas que à data de
entrada em vigor do presente decreto-lei efectuem trans- ANEXO I
portes de mercadorias por conta de outrem exclusivamente
por meio de veículos ligeiros, com peso bruto igual ou Lista das matérias referidas no artigo 7.º
superior a 2500 kg, dispõem do prazo de 18 meses para se Os conhecimentos a tomar em consideração para a com-
conformarem com os requisitos exigidos para o licencia- provação da capacidade profissional devem incidir, pelo
mento da actividade, a contar da data de entrada em vigor menos, nas matérias mencionadas na lista. Os transpor-
do presente decreto-lei. tadores rodoviários candidatos devem possuir o nível de
2 — Durante o período a que se refere o número ante- conhecimentos e aptidões práticas necessários para dirigir
rior, os veículos ligeiros de mercadorias não carecem da uma empresa de transportes.
licença prevista no artigo 14.º para a realização de trans- O nível mínimo de conhecimentos, a seguir indicado,
portes de mercadorias por conta de outrem. não pode ser inferior ao nível 3 da estrutura dos níveis de
3 — As empresas que, à data de entrada em vigor do formação previsto no anexo à Decisão n.º 85/368/CEE, isto
presente decreto-lei, sejam titulares de alvará emitido pelo é, uma formação adquirida com a escolaridade obrigatória
IMTT para actividades de transporte ou para a actividade complementada por formação profissional ou formação
transitária podem licenciar veículos ligeiros para transporte técnica complementar, ou por formação técnica escolar
de mercadorias, não carecendo de alvará a que se refere ou de outro tipo de nível secundário.
o artigo 3.º As matérias sobre as quais incide essa formação e a
4 — O alvará para o transporte de mercadorias em graduação indicativa do nível de conhecimentos exigíveis
veículos ligeiros, a que se refere o artigo 4.º, pode ser constam da lista seguinte, com referência, nomeadamente,
concedido com dispensa do requisito de capacidade pro- aos temas que o candidato deve conhecer ou ser capaz de
fissional às sociedades ou cooperativas que, preenchendo interpretar, negociar ou avaliar.
as restantes condições de licenciamento, o requeiram nos A) Elementos de direito civil:
primeiros seis meses após a data de entrada em vigor do
presente decreto-lei. 1) Conhecer os principais contratos correntemente utili-
zados nas actividades de transporte rodoviário, bem como
Artigo 42.º os direitos e obrigações deles decorrentes;
Entrada em vigor 2) Ser capaz de negociar um contrato de transporte
juridicamente válido, nomeadamente no que respeita às
1 — O presente decreto-lei entra em vigor 30 dias após
condições de transporte;
a sua publicação, sem prejuízo do disposto no número
3) Ser capaz de analisar uma reclamação do cliente
seguinte.
relativa a danos resultantes quer de perdas ou avarias da
2 — As empresas titulares de alvará para transporte
mercadoria em curso de transporte quer do atraso na en-
rodoviário de mercadorias à data de entrada em vigor do trega, bem como os efeitos dessa reclamação, quanto à sua
presente decreto-lei só ficam sujeitas ao disposto no n.º 2 responsabilidade contratual;
do artigo 9.º, no que respeita à capacidade financeira de 4) Conhecer as regras e obrigações decorrentes da Con-
acesso à actividade, a partir de 1 de Janeiro de 2008. venção CMR relativa ao contrato de transporte internacio-
nal rodoviário de mercadorias.
Artigo 43.º
Norma revogatória B) Elementos de direito comercial:
1 — É revogado o Decreto-Lei n.º 38/99, de 6 de Fe- 1) Conhecer as condições e formalidades necessárias
vereiro. para exercer o comércio e as obrigações gerais dos co-
2 — Enquanto não for publicada a regulamentação a merciantes (registo, livros comerciais, etc.), bem como as
que se refere o presente decreto-lei, mantém-se em vigor consequências da falência;
a Portaria n.º 1099/99, de 21 de Dezembro, que regula 2) Possuir conhecimentos suficientes sobre sociedades
os exames para obtenção do certificado de capacidade comerciais, formas e regras de constituição e funciona-
profissional, bem como os despachos n.os 21 994, de 19 de mento.
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C) Elementos de direito social: F) Acesso à actividade e ao mercado:


1) Conhecer o papel e o funcionamento das diferentes 1) Conhecer a regulamentação sobre transportes rodo-
instituições sociais que intervêm no sector do transporte viários por conta de outrem, para a locação de veículos
rodoviário (sindicatos, comissões de trabalhadores, dele- industriais, para a subcontratação, nomeadamente as regras
gados do pessoal, inspecção do trabalho, etc.); relativas à organização oficial da profissão, ao acesso à
2) Conhecer as obrigações das entidades patronais em mesma, às autorizações para os transportes rodoviários
matéria de segurança social; intracomunitários e extracomunitários, ao controlo e às
3) Conhecer as regras aplicáveis aos contratos de traba- sanções;
lho relativos às diferentes categorias de trabalhadores das 2) Conhecer a regulamentação relativa ao estabeleci-
empresas de transporte rodoviário (forma dos contratos, mento de uma empresa de transporte rodoviário;
obrigações das partes, condições e tempo de trabalho, férias 3) Conhecer os diferentes documentos exigidos para a
pagas, remuneração, rescisão do contrato, etc.); execução dos serviços de transporte rodoviário e relativos
4) Conhecer as disposições do Regulamento (CE) ao veículo, ao motorista ou à mercadoria;
n.º 561/2006, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 4) Conhecer as regras relativas à organização do mer-
15 de Março, e do Regulamento (CEE) n.º 3821/85, bem cado dos transportes rodoviários de mercadorias, ao tra-
como as respectivas medidas práticas de aplicação. tamento administrativo da carga e à logística;
5) Conhecer as formalidades de passagem das fronteiras,
D) Elementos de direito fiscal: o papel e o âmbito dos documentos T e das cadernetas
TIR, bem como as obrigações e responsabilidades que a
1) Ao IVA aplicável aos serviços de transporte; sua utilização implica.
2) Ao imposto de circulação dos veículos;
3) Aos impostos sobre certos veículos utilizados para o
G) Normas técnicas e de exploração:
transporte rodoviário de mercadorias, bem como às por-
tagens e direitos de utilização cobrados pela utilização de 1) Conhecer as regras relativas aos pesos e às dimen-
certas infra-estruturas; sões dos veículos nos Estados membros, bem como os
4) Aos impostos sobre rendimento. procedimentos relativos aos transportes excepcionais que
constituem derrogações a essas regras;
E) Gestão comercial e financeira da empresa: 2) Ser capaz de escolher em função das necessidades da
empresa os veículos e os seus elementos (quadro, motor,
1) Conhecer as disposições legais e práticas relativas órgãos de transmissão, sistemas de travagem, etc.);
à utilização de cheques, letras, promissórias, cartões de 3) Conhecer as formalidades relativas à recepção, ma-
crédito e outros meios ou métodos de pagamento; trícula e controlo técnico dos veículos;
2) Conhecer as formas de crédito (bancário, documentá- 4) Ser capaz de estudar as medidas a tomar contra a
rio, fianças, hipotecas, locação financeira, aluguer, factura- poluição do ar pelas emissões dos veículos a motor e contra
ção, etc.), bem como os respectivos encargos e obrigações o ruído;
delas decorrentes; 5) Ser capaz de elaborar planos de manutenção periódica
3) Saber o que é o balanço, modo como se apresenta e dos veículos e do seu equipamento;
capacidade de o interpretar; 6) Conhecer os diferentes tipos de dispositivos de mo-
4) Ser capaz de ler e interpretar uma conta de ganhos vimentação e de carregamento (plataformas traseiras, con-
e perdas; tentores, paletas, etc.), procedimentos e instruções relativos
5) Ser capaz de analisar a situação financeira e rentabili- às operações de carga e descarga das mercadorias (distri-
dade da empresa, nomeadamente com base nos coeficientes buição da carga, empilhamento, estiva, fixação, etc.);
financeiros; 7) Conhecer técnicas do transporte combinado (rodo-
6) Ser capaz de preparar um orçamento; -ferroviário ou ro-ro);
7) Conhecer as diferentes componentes dos seus preços 8) Ser capaz de pôr em prática os procedimentos desti-
de custo (custos fixos, custos variáveis, fundos de explora- nados a dar cumprimento às regras relativas ao transporte
ção, amortizações, etc.) e ser capaz de calcular por veículo, de mercadorias perigosas e de resíduos, procedimentos
ao quilómetro, à viagem ou à tonelada; destinados a dar cumprimento às regras decorrentes das
8) Ser capaz de elaborar um organigrama e organizar Directivas n.os 94/55/CE, e 96/35/CE e do Regulamento
planos (relativos a todo o pessoal da empresa, planos de (CEE) n.º 259/93;
trabalho, etc.); 9) Ser capaz de aplicar os procedimentos destinados a
9) Conhecer os princípios de estudos de mercado (ma- dar cumprimento, nomeadamente, às regras decorrentes do
rketing), promoção de venda dos serviços de transporte, acordo relativo aos transportes internacionais de produtos
elaboração de ficheiros de clientes, publicidade, relações alimentares perecíveis e aos equipamentos especializados
públicas, etc.; a utilizar nestes transportes (ATP);
10) Conhecer os diferentes tipos de seguros próprios dos 10) Ser capaz de aplicar os procedimentos destinados a
transportadores rodoviários (seguros de responsabilidade), dar cumprimento à regulamentação relativa ao transporte
bem como garantias, e as obrigações daí decorrentes; de animais vivos.
11) Conhecer as aplicações telemáticas no domínio do
transporte rodoviário;
H) Segurança rodoviária:
12) Ser capaz de aplicar regras relativas à facturação
dos serviços de transporte rodoviário de mercadorias e 1) Conhecer as qualificações exigidas aos condutores
conhecer o significado e os efeitos dos incoterms; (carta de condução, certificados médicos, atestados de
13) Conhecer as diferentes categorias de auxiliares de capacidade, etc.);
transporte, o seu papel, as suas funções e o seu eventual 2) Ser capaz de realizar acções para se certificar de
estatuto. que os condutores respeitam as regras, as proibições e as
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restrições de circulação em vigor nos diferentes Estados Como é salientado na Directiva n.º 2005/50/CE, em
membros (limites de velocidade, prioridades, paragem e conformidade com os conhecimentos actuais, as próteses
estacionamento, utilização das luzes, sinalização rodoviá- totais da anca, do joelho e do ombro distinguem-se das
ria, etc.); demais próteses totais devido à particular complexidade
3) Ser capaz de elaborar instruções destinadas aos con- da articulação que se pretende restaurar, o que leva a que
dutores respeitantes à verificação das normas de segurança seja maior o risco de insucesso e maior a necessidade de
relativas ao estado do material de transporte, do equipa- assegurar uma mais eficiente avaliação da conformidade
mento e da carga e à condução preventiva; face aos dados clínicos disponíveis por parte do organismo
4) Ser capaz de instaurar procedimentos de conduta em notificado.
caso de acidente e de aplicar os procedimentos adequados O presente decreto-lei vem assim transpor para a ordem
para evitar a repetição de acidentes e infracções graves.
jurídica interna a Directiva n.º 2005/50/CE, prevendo um
ANEXO II regime transitório em relação às próteses que foram ava-
liadas enquanto dispositivos médicos da classe IIb.
Organização do exame para obtenção Assim:
de capacidade profissional Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da
1 — O exame para obtenção de capacidade profissional Constituição, o Governo decreta o seguinte:
é constituído por um exame escrito obrigatório, que po-
derá ser completado por um exame oral para verificar se Artigo 1.º
os candidatos a transportadores rodoviários possuem o Objecto
nível de conhecimentos exigidos nas matérias indicadas
no anexo I. O presente decreto-lei procede à reclassificação das
2 — O exame escrito obrigatório é constituído pelas próteses de anca, joelho e ombro enquanto dispositivos mé-
duas provas seguintes: dicos, transpondo para a ordem jurídica interna a Directiva
2.1 — Perguntas de escolha múltipla com quatro res- n.º 2005/50/CE, da Comissão, de 11 de Agosto.
postas possíveis, perguntas de resposta directa, ou uma
combinação dos dois sistemas; Artigo 2.º
2.2 — Exercícios escritos/análise de casos.
A duração mínima de cada uma das duas provas é de Noção
duas horas. 1 — Para efeitos do disposto no presente decreto-lei,
3 — No caso de ser organizado um exame oral, a par- entende-se por «prótese da anca, do joelho ou do ombro» o
ticipação nesse exame fica subordinada a aprovação nas
provas escritas. dispositivo médico composto por um conjunto implantável
4 — A atribuição de pontos a cada prova fica subordi- de componentes de um sistema de substituição total da
nada aos seguintes critérios: articulação destinado a desempenhar uma função seme-
4.1 — Se o exame incluir uma prova oral, a cada uma lhante à das articulações naturais da anca, do joelho ou do
das três provas não poderá ser atribuído menos de 25 % do ombro, respectivamente.
total dos pontos do exame, nem mais de 40 %; 2 — Os componentes auxiliares, tais como parafusos,
4.2 — Se for organizado apenas um exame escrito, a cunhas, placas ou instrumentos, não integram a noção
cada prova não poderá ser atribuído menos de 40 % do referida no número anterior.
total dos pontos de exame, nem mais de 60 %.
5 — No conjunto das provas, os candidatos devem obter, Artigo 3.º
pelo menos, uma média de 60 % do total dos pontos do
Reclassificação
exame. A pontuação obtida em cada prova não pode ser
inferior a 50 % dos pontos atribuídos à mesma, podendo, Sem prejuízo do disposto nos artigos seguintes, as próte-
contudo, ser reduzida a 40 % numa única prova. ses de anca, joelho e ombro são consideradas dispositivos
médicos integrados na classe III, nos termos previstos no
Decreto-Lei n.º 273/95, de 23 de Outubro, na redacção que
MINISTÉRIO DA SAÚDE lhe foi dada pelos Decretos-Leis n.os 30/2003, de 14 de
Fevereiro, e 76/2006, de 27 de Março, devendo ser objecto
dos procedimentos de reavaliação de conformidade.
Decreto-Lei n.º 258/2007
de 16 de Julho Artigo 4.º
O regime jurídico dos dispositivos médicos tem sido Avaliação
objecto de constante atenção do legislador com o intuito 1 — As próteses da anca, do joelho ou do ombro que
de reforçar o nível de protecção da saúde mas também de até à data da entrada em vigor do presente decreto-lei
acompanhar o progresso científico e técnico de modo a tenham sido sujeitas a um procedimento relativo à de-
assegurar a plena protecção dos consumidores. claração CE de conformidade previsto na subalínea i) da
No seguimento de importantes discussões ao nível euro- alínea b) do n.º 1 do artigo 8.º do Decreto-Lei n.º 273/95,
peu e na sequência de um procedimento iniciado ao abrigo de 23 de Outubro, na redacção conferida pelo Decreto-Lei
do artigo 13.º da Directiva n.º 93/42/CE, do Conselho, de n.º 76/2006, de 27 de Março, devem ser objecto de um
14 de Junho, foi aprovada a Directiva n.º 2005/50/CE, da exame do dossier de concepção do produto, nos termos
Comissão, de 11 de Agosto, que procede à reclassificação previstos no n.º 5 do anexo II do mesmo diploma legal e
das próteses de anca, joelho ou ombro, incluindo-as na obter o certificado de exame CE de concepção antes de 1
categoria de dispositivos médicos da classe III. de Setembro de 2009.

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