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Cine Palop 2011

I Festival de cinema de países africanos


de língua oficial portuguesa e Diáspora

De 09 a 13 de Novembro de 2011

Local: Casa da Cultura de Angola, Consulado geral de Angola-Rio de


Janeiro/UERJ Universidade do Estado Do Rio de Janeiro

Projeto & objetivos

O projeto Cine Palop se caracterizará como uma mostra de cinema


de paises Africanos de língua oficial Portuguesa e da Diáspora que
pretende nesta sua primeira versão homenagear a Republica de
Angola e sua contribuição na formação das populações do novo
mundo (Diáspora). Tendo como objetivos:

· Intercâmbio cultural entre Angola e Brasil;


· Diversidade cultural;
· Unir angolanos e brasileiros em um clima de solidariedade;
· Estimular e motivar angolanos no processo de integração na
sociedade Brasileira
· Parabenizar a comunidade Afro brasileira neste mesmo ano
proclamado pelas Nações Unidas como o ano internacional dos
descendentes de Africanos
· Organizar eventos e debates no âmbito socio-cultural e educativo;
· Divulgar e Resgatar a cultura Bantu em Angola e Brasil; Através de
meios artísticos tais como: Cinematografia; Música e dança;
Culinária; Pintura; Fotografia; Literatura;

Com este projeto, acredita-se que através da divulgação da arte e


cultura se poderá fomentar um melhor entendimento e uma
comunicação mais eficaz, entre povos de diversas culturas, raças e
modos de vida e, ao mesmo tempo, construir pontes, dando início a
diálogos relacionados aos temas do nosso quotidiano.

O Cine Palop pretende apresentar os fundamentos da cultura de


nossos dois países através de nossa história comum, de forma
compartilhada, ressaltando as partes desta história que ainda são,
muitas vezes, negadas ou obscurecidas por imprecisões recorrentes,
em prol da união de nossa sociedade multicultural no seu máximo
esplendor, através de meios artísticos tais como:

· Cinematografia;
· Música e dança;
· Culinária
· Pintura;
· Fotografia;
· Literatura;

Desta forma, mais uma plataforma estará sendo criada para a


divulgação da cultura Angolana no Brasil, com o intuito de se fazer
soar a voz das comunidades - que por seus próprios meios jamais
seria ouvida - e para mostrar uma dinâmica progressiva da
cinematografia angolana e da diáspora.

Temos sucessivamente também como objetivo chamar a atenção


para a riqueza e a diversidade da cinematografia angolana
projetando-a em programa de quatro dias de exibições de filmes,
espetáculos de música e dança e uma série de seminários
apresentados por alguns dos mais respeitados artistas angolanos
residentes no Brasil.

O festival concretamente visa a criação de uma plataforma


totalmente nova para todos os indivíduos e organizações interessadas
em mostrar, definir e remoldar as diferentes faces que retratam a
cultura de Angola e suas comunidades na diáspora.

Após a edição do primeiro festival serão planejadas durante todo o


ano uma série de eventos como exposições de arte, concursos de
dança, exibições de filmes, palestras e oficinas.

A falta de ações de intercâmbio entre os países mais efetivas ao lado


da importância e da crescente popularidade da cultura angolana no
Brasil e internacionalmente, foram as principais motivações para a
criação do Cine Palop.

Como a popularidade da cinematografia africana cresce também a


necessidade urgente de estabelecer um palco e apresentá-la em
todas as suas formas como ferramenta educativa para educar, foramr
platéias e construir formas mais eficientes de comunicação.

Os artistas, o publico e a comunidade

Através do envolvimento de artistas selecionados, participação do


público em workshops e demonstrações abertas, pretendemos
apresentar este festival como uma ferramenta educacional, numa
tentativa de envolver a juventude não apenas por meio do ensino,
mas também do entretenimento e da troca de experiências, além do
oferecimento de alguns exemplos valiosos de autodeterminação,
permitindo que o público se torne mais informado sobre a cultura de
Angola em seu todo e ter uma nova compreensão das diferentes
culturas e minorias étnicas dentro e fora de suas comunidades.
Programação

Dia 9 de Novembro (Quarta-feira)


Abertura do evento & iniciação de workshops

Discurso de abertura com Cônsul Diplomático da República Popular de


Angola no Rio de Janeiro

Exibição de Filme: Sambizanga (1972) de Guadalupe Sarah


Maldoror.

A clássica história sobre a luta pela liberdade de Angola.


Uma mulher tenta libertar o marido preso pelo serviço
secreto Português por seus atos revolucionários. Ela
finalmente o encontra, mas é óbvio que ele foi torturado.
Um filme sobre o efeito do seu desaparecimento, em sua
esposa e filho. Um ponto interessante: os membros do
Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) atuar
no filme. O filme ganhou um D'Tanit ou no Festival de
Cinema de Cartago, em 1972.

A cineasta Guadalupe Sarah Maldoror produziu vários


filmes e documentários, mas é mais conhecida pelos
filmes que fez em África, entre os quais MONAGAMBE
(1970). Guadalupe é casada com o poeta angolano Mário
de Andrade, o líder do movimento de libertação de
Angola.

Local: Casa da cultura de Angola, consulado geral

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Dia 10 de Novembro (Quinta-feira)


Local: UERJ Universidade do Estado Do Rio de Janeiro

Exibição oficial de cinema

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Dia 11 de Novembro (Sexta-feira)


Local: Casa da cultura de Angola, Consulado Geral
Recepção anual - Dia da Independência da Republica de Angola
Exibição de pinturas de artistas angolanos no Brasil

Workshop: Cinematografia
Musica & Danca (show do Grupo Vissungo e um grupo de Jongo do
Vale do Rio Paraíba do Sul,interior do Estado do Rio de Janeiro

Dia 12 de Novembro (Sábado)


Encerramento do festival
Exibição de cinema
Local: Casa da cultura de Angola, consulado Geral
Culminancia do workshop (exibição eventual do filme do making off
das oficinas)

Cocktail

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Mostra paralela 1

Dia 12 de Novembro (Domingo)


Cinema Angolano na favela
Favelas Vila Cruzeiro e Complexo do Alemão

Mostra paralela 2 (----------------)

Cinema angolano na rede pública de educação


Colégio estadual Brigadeiro Schortt - Jacarepaguá

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Filmes e Documentários Angolanos

Monangambe

“Monangambé” era o chamamento usado pelas forças anticoloniais


para as reuniões nas aldeias e deu título ao seu primeiro filme,
dedicado à tortura e incompreensão da língua.

Filmada na Argélia com actores amadores, esta curta-metragem


baseou-se no conto “O fato completo de Lucas Matesso”

Sambizanga

A clássica história sobre a luta pela liberdade de Angola. Uma mulher


tenta libertar o marido preso pelo serviço secreto Português por seus
atos revolucionários. Ela finalmente o encontra, mas é óbvio que ele
foi torturado. Um filme sobre o efeito do seu desaparecimento, em
sua esposa e filho. Um ponto interessante: os membros do
Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) atuar no filme. O
filme ganhou um D'Tanit ou no Festival de Cinema de Cartago, em
1972.

Angola, historias da musica popular

Do lendário Liceu Vieira Dias e dos Ngola Ritmos, nos finais dos anos
40, até aos dias de hoje, este documentário é uma viagem ao
universo da música popular angolana, através da voz dos artistas
mais relevantes de cada geração, tendo como pano de fundo a
história política e social de Angola.

Tio Liceu e Ngola ritmos

De finais dos anos 40 aos dias de hoje, onde o passado e o presente


se cruzam, este documentário é uma viagem ao universo criativo de
Liceu Vieira Dias, “pai” da música popular angolana, e criador do
grupo “Ngola Ritmos”. A originalidade do seu contributo foi
permanente na história cultural e sócio-política de Angola.

Oxala que as pitangas cresçam

O filme pretende revelar a realidade por detrás da permanente


fantasia luandense. Dez personagens mostram formas diferentes de
viver e interpretar a cidade de Luanda, capital de Angola. Essas vozes
vão expondo, com ritmo, dignidade e coerência, um espaço ocupado
por várias gerações e dinâmicas sociais complexas.

Luanda, a fabrica da musica

Como os angolanos são capazes de criar, produzir, vender e consumir


o seu próprio produto, neste caso a música...
No musseque Coca-cola, um bairro de lata na perifieria de Luanda,
vivem os miúdos poetas. Podemos vê-los a lavar carros, a vender
chicletes, a engraxar sapatos. O que não veríamos sem este filme era
o seu sonho, o dia da gravação com o Dj Buda.

Kuduro, Fogo no Museke

Desde a sua independência, nunca Angola tinha assistido a um


movimento cultural tão dinâmico e tão polémico como o Kuduro.
Nenhum outro género musical ultrapassou tão rapidamente as
fronteiras e se tornou um fenómeno internacional.
Kuduro, fogo no museke é o retrato social e cultural de uma nova
geração, que quer acima de tudo ser a voz de uma nova Angola.

Dundo, Memória Colonial


Em 1947, Diana Andringa nasceu no Dundo, centro de uma das mais
importantes companhias coloniais de Angola, a Diamang. Ali foi feliz.
Ali aprendeu o racismo e o colonialismo.

“Agora volto, porque o Dundo é a minha única pátria, a mais antiga


das minhas memórias”.

Mionga Ki Ôbo Mionga Ki Ôbo

Os “angolares” são os mais antigos habitantes da ilha de São Tomé,


onde, segundo a lenda, chegaram depois de um naufrágio. Outrora
senhores da ilha, forma despojados pela força no fim do séc. XIX e
estão agora reduzidos a uma pequena comunidade piscatória. Entre
os mitos e os mistérios desta ilha de beleza luxuriante, este filme
revela-nos a história e os costumes destas gentes para quem a pesca
e o mar são um símbolo de afirmação.

Canta Angola

Um video documentário sobre a música popular angolana. Filmado e


gravado em Luanda, em Janeiro de 2000, este projecto exprime os
sentimentos e as aspirações populares. Para a produtora, Ariel de
Bigault, "os músicos expressam a energia de viver para além da
sobrevivência".

Alambamento

A curta intitulada “Alambamento”, do jovem realizador angolano


Mário Bastos, já está pronto. O dia de entrega do Alambamento por
Matias ao pai da sua namorada é interrompido por um acidente, na
complicada Ilha de Luanda que vai por à prova até aonde Matias está
disposto a ir pelo seu amor.

Esta Curta-Metragem relata a história de um homem que tem o


“simples” sonho de ficar com a pessoa que ama na complicada e
mundana cidade de Luanda. E neste burgo aonde na mesma esquina
se cruzam o caos e a paz, o singelo e o feio, a corrupção e a
hombridade, que Matias vai ter que, com unhas e dentes, lutar por
aquilo que quer.

Cinema Africano

A expressão cinema da África se refere geralmente à produção


cinematográfica dos países ao sul do deserto do Saara, que se
tornaram independentes a partir dos anos 60. Alguns países que
pertencem geograficamente ao continente africano (Egito, por
exemplo) desenvolveram uma indústria cinematográfica mais cedo.
Comumente, cinema da África inclui também filmes de diretores
africanos que emigraram de seus países, geralmente para a América.

Era colonial

Durante o período colonial, a África foi representada no cinema por


cineastas do Ocidente. O continente era apresentado sem história ou
culturas próprias. Os melhores exemplos são os épicos Tarzan, Uma
aventura na África e vários adaptações de Rider Haggard para uma
novela chamada As Minas do Rei Salomão.

Para muitos escritores africanos, como Chinua Achebe, assim como


para os cineastras africanos,o repúdio aos estereótipos e imagens
sobre os africanos foi uma importante motivação.

Nas colônias francesas, a atividade era formalmente proibida. O


primeiro filme francês sobre o tema, L’Afrique sur Seine (1955), foi,
na verdade, uma curta-metragem realizada em Paris por jovens
estudantes africanos sob a direção de Paulin Soumanou Vieyra.

Antes da independência, poucos filmes anti-coloniais eram


produzidos. As estátuas também morrem de Chris Marker e Alain
Resnais, sobre um assalto de arte africana, que foi censurado na
França por dez anos, ou Afrique 50 de René Vauthier, sobre revoltas
na Costa do Marfim e em Burkina Faso, são alguns exemplos. Alguns
filmes etnográficos dessa época produzidos por Jean Rouch e por
outros diretores foram rejeitados por cineastas africanos porque na
opinião destes a realidade africana era distorcida.

Decádas 1960 e 1970

O primeiro filme africano a ter reconhecimento internacional foi (A


Jovem Negra), de Ousmane Sembène, que mostrava o desespero de
uma mulher africana ao trabalhar como doméstica na França. O
escritor Sembène voltou para o cinema para atingir um público maior.
Ele é considerado o "pai do cinema africano". O país onde ele nasceu,
o Senegal, tem a produção cinematográfica mais significativa.
Em 1969, com o Festival do Cinema Africano - FESPACO, em Burkina
Faso, o Cinema da África estabeleceu seu próprio fórum. FESPACO
agora acontece de dois em dois anos, alternando com o Festival de
Cinema de Cartago, em Cartago, na Tunísia.

A Federação dos Cineastas Africanos - FEPACI foi fundada em 1969


para promover a produção, distribuição e exibição do Cinema
africano. Desde sua concepção, a FEPACI tem sido parceira de outras
organizações no desenvolvimento social, político e econômico do
continente africano.

O soleil O de Med Hondo, filmado em 1969, foi reconhecido


imediatamente. Não menos engajado que Sembène, ele utiliza uma
linguagem menos formal para mostr o que significa ser ter um tom
de pele "errado" na França.

A comédia Touki-Bouki de Djibril Diop Mambéty, rodado em 1973


sobre um casal de jovens em Dakar querendo viajar para Paris a
qualquer custo é considerado um dos melhores filmes africanos já
realizados.

Após 1980

Yeelen, feito em 1987 por de Souleymane Cissé e Guimba, feito em


1995 pelo Sheik Oumar Sissokoor, ambos de Mali, foram bem
recebidos no ocidente. Alguns jornalistas especializados criticaram os
diretores por adaptarem os filmes aos gostos do público ocidental.
Alguns filmes dos anos 1990, como Quartier Mozart, de Jean-Pierre
Bekolo (Camarões/1992), foram situados nas metrópoles africanas
globalizadas.
O primeiro ápice do cinema africano aconteceu na África do Sul, em
2006. Foi seguido pelo IX Congresso da Federação dos Cineastas
Africanos - FEPACI.

Produção e divulgação

Os cineastas africanos geralmente têm dificuldades de atingir seu


público. As salas comerciais geralmente têm que programar e exibir
primeiramente filmes de Hollywood (americanos) ou de Bollywood
(India).No entanto, ainda há sessões reservadas, nas quais o público
têm acesso a filmes africanos. A maioria dos cinestas africanos ainda
dependem de instituições européias para financiar suas produções.
Uma produção de Vídeo viável e consistente se estabeleceu na
Nigéria, informalmente conhecida como Nollywood.

Missão

A abordagem política dos cineastas africanos é evidente no "Charte


du Cinéaste Africain" (Manifesto dos cineastas africanos), que a União
dos Cineastas Africanos adotou na Argélia em 1975

Os cineastas começaram a denunciar o neocolonialismo nas


sociedades africanas. "As sociedades africanas vivem dominadas em
vários níveis: politicamente, economicamente e culturalmente". Os
cineastas africanos reafirmaram sua solidariedade a posições
progressistas dos cineastas de outros países. O Cinema da África
geralmente é visto como parte do chamado Third Cinema.

Nas palavras de Souleymane Cissé: "A primeira tarefa dos cineastas


africanos é mostrar que os africanos são seres humanos e ajudá-los a
descobrir seus valores que podem ser postos a serviço de outros. As
próximas gerações vão ampliar para outros aspectos do cinema.
Nossa obrigação é mostrar que os homens brancos mentiram com
suas imagens".

Alguns cineastas, como Ousmane Sembène, tentaram resgatar a


história relembrando a resistência à dominação européia e islâmica.
O papel do cineata africano é geralmente comparado ao poeta Griot,
isto é, refletir experiências coletivas. Modelos da tradição oral
reaparecem nos filmes africanos. Os filmes africanos também têm
sido influenciados pela tradição de outros continentes, como o
neorealismo italiano ou o Cinema Novo, do Brasil e pelo teatro de
Bertolt Brecht.

Cinema em Angola

O início da produção cinematográfica em Angola tem como base a


atracção pelo "exotismo" das paisagens, povos, costumes e culturas
locais, bem como o registo do crescimento e desenvolvimento do
império colonial português em África.

Primórdios

O filme O Caminho de Ferro de Benguela, realizado por Artur Pereira


em 1913, é o primeiro registo datado de cinema em Angola. Até ao
final dos anos 1940, a Agência Geral das Colónias e as "missões
cinegráficas a Angola", produzem uma série de documentários –
Exposição Provincial, Agrícola, Pecuária e Industrial (1923); Chipinica,
Soba do Dilolo, Preparação do Café, Riquezas do Amboim, Angola
Económica (1929) – e a primeira longa-metragem de ficção: O Feitiço
do Império (1940), de António Lopes Ribeiro.

Cinema na guerra

Durante as décadas de 1950 e 1960, merecem registo documentários


como Ensino em Angola (1950) de Ricardo Malheiro, Angola em
Marcha (1952) de Felipe de Solms, A Terra e os Povos (1954) de
António Sousa, a série Actualidades de Angola (1957-1961) de João
Silva, e O Romance do Luachimo (1968) de Baptista Rosa. Entre
outras entidades responsáveis pelo acervo fílmico sobre o território,
estão o Serviço Cartográfico do Exército, o Centro de Informação e
Turismo de Angola (CITA), a Telecine-Moro e a Cinangola Filmes.
O documentário Angola, na Guerra e no Progresso (1971), do tenente
Quirino Simões, foi o primeiro filme português em formato 70mm. É
no período da guerra colonial que se regista o maior número de
produções de ficção, com destaque para A Voz do Sangue (1965) de
Augusto Fraga, Capitão Singrid (1967) de Jean Leduc, Um Italiano
em Angola (1968) de Ettore Scola, Esplendor Selvagem (1972) de
António Sousa, Malteses, Burgueses e às Vezes… (1973) de Artur
Semedo ou Enquanto há Guerra há Esperança (1974) de Alberto
Sordi.

Em simultâneo, desde finais dos anos 1960, os registos sobre a


guerrilha anticolonial efectuados pelo Departamento de Informação e
Propaganda do MPLA e os filmes Monangambê (1971), e Sambizanga
(1972), de Sarah Maldoror, inspirados em obras de Luandino Vieira,
antecipam um cinema de intervenção que se vem a consolidar com a
independência do país.

Cinema socialista

Com a formação intensiva de quadros na cooperativa de cinema


Promocine e na Televisão Popular de Angola (TPA), o cinema começa
por registar um país novo, acompanhando a mobilização popular, a
condição laboral dos trabalhadores e as actividades político-militares
em filmes como Sou Angolano, Trabalho com Força (1975) e Uma
Festa para Viver (1976) de Ruy Duarte, Resistência Popular em
Benguela (1976) de António Ole, A Luta Continua (1976) de Asdrubal
Rebelo, as "Actualidades" de Sousa e Costa e os registos da equipa
"Angola - Ano Zero", formada pelos irmãos Victor, Francisco e Carlos
Henriques, de grande importância para o início de uma
cinematografia angolana.

Dentro das estruturas estatais são criados o Instituto Angolano de


Cinema (IAC) e o Laboratório Nacional de Cinema (LNC) que, em
conjunto com a TPA eram os organismos responsáveis pela produção
cinematográfica. Desta altura são os filmes Pamberi ne Zimbabwe
(1981) de Carlos Henriques, Conceição Tchiambula (1982) de António
Ole, Nelisita (1982) de Rui Duarte e Memória de um dia (1982) de
Orlando Fortunato. Por motivos socio-económicos, que se reflectem
na degradação das infra-estruturas e na desmotivação de
realizadores e técnicos assiste-se, nos anos seguintes, a uma
diminuição considerável da produção fílmica até à sua quase total
paralisação. Para além do filme Levanta, voa e vamos (1986) de
Asdrubal Rebelo há a registar a co-produção com Cuba, Caravana
(1990) de Rogélio Paris e a primeira co-produção luso-angolana, O
Miradouro da Lua (1992) de Jorge António.
Numa remodelação do aparelho estatal angolano em 1999, o LNC e o
IAC são extintos e as suas funções integradas no Instituto Nacional
das Indústrias Culturais.

Retomada angolana

Em 2002 o estado angolano disponibiliza uma verba para a


reabilitação do cinema. São incentivados os projectos de uma nova
geração de realizadores – Maria João Ganga, Mariano Bartolomeu e
Zézé Gamboa. Em 2003 é criado o Instituto Angolano de Cinema,
Audiovisuais e Multimédia (IACAM) e traçado um plano para a
recuperação, restauro e conservação do acervo fílmico de Angola.

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