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MARÇO DE 2003
Índice
Panorama Nacional....................................................................................... 3
Panorama Comunitário.............................................................................. 10
Anexo Estatístico......................................................................................... 12
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Panorama Nacional
O sector das rochas ornamentais, constituído essencialmente pelo mármore e granito,
agrega três tipos de produtos: bloco, extraído dos recursos geológicos; a chapa serrada,
correspondente ao bloco cortado; produto em obra, produto transformado que resulta da
chapa ser cortada, polida, seleccionada e embalada.
Portugal ocupa o 9º lugar no ranking mundial dos países produtores de pedra natural.
No nosso país, o sector das rochas ornamentais tem observado crescentes níveis de
mecanização e industrialização, permitindo manter uma actividade alargada, que se
estende à tradição mais ornamental da utilização das rochas, em que se valoriza a não
repetitividade das cores, formas ou dimensões, numa linha de actividade artesanal.
A extracção de pedra (CAE 141) englobava, em 2000, 768 empresas (número que tem
vindo a decrescer desde 1996) e empregava 8424 trabalhadores. O volume de negócios
totalizava 430,9 milhões de euros (indicador que tem assumido valores decrescentes
desde 1997, ano em que ascendeu a 525,1 milhões de euros) e o VAB situava-se em
194,6 milhões de euros (tendo registado quebras em 1999 e em 2000).
A produtividade foi de 23,1 mil euros e os custos médios com o pessoal estabeleceram-se
em 12 mil euros.
O sector da serragem, corte e acabamento de pedra (CAE 267), reunia, em 2000, 1902
empresas e empregava 14635 trabalhadores, o equivalente a 2,5 e 1,6 por cento,
respectivamente, do total da indústria transformadora nacional.
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As empresas são, assim, predominantemente de reduzida dimensão, empregando, em
média, cada uma apenas 8 trabalhadores.
3,0%
2,5%
2,5%
2,0%
1,6%
1,5% 1,3%
0,9% Empresas
1,0%
Pessoal
0,5% V. Negócios
VABpm
0,0%
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A produtividade e os custos médios com o pessoal perfaziam 16 mil euros e 10 mil euros,
respectivamente, ambos os valores inferiores aos da média da indústria transformadora.
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CAE 267 - Taxas de crescimento
20,0%
15,0% Empresas
Pessoal
10,0%
V. Negócios
5,0% VABpm
Produtividade
0,0%
1997 1998 1999 2000 Custos Médios
Pessoal
-5,0%
Ano
Relativamente ao número de empresas, depois de ter observado uma quebra de 2,2 por
cento em 1997, passou a registar crescimentos positivos nos anos seguintes, aumentando
em 6,8 por cento em 2000. O pessoal ao serviço passou de um aumento de 7,6 por cento
em 1997 e 1998 para uma quebra de 1,6 por cento em 1999, voltando, em 2000, a
apresentar um crescimento positivo, situado em 5 por cento.
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Aliás, a indústria nacional de rochas é tradicionalmente exportadora, sendo a nossa
produção bastante apreciada internacionalmente. No entanto, observou-se, a partir de
1997, uma perda de capacidade competitiva das empresas nacionais nos mercados
externos, em resultado da falta de capacidade de promoção da nossa produção e do
aparecimento de novos produtores internacionais (especialmente da China e da Índia),
que conseguem praticar preços mais atractivos.
A par da deficiente promoção externa, muitas das empresas portuguesas possuem ainda
um deficiente domínio dos canais de distribuição e algum distanciamento face ao
consumidor final, dificultando a fidelização dos clientes.
Assim, o futuro do sector deverá passar pela cooperação empresarial entre produtores,
construtores, prescritores e entidades públicas, bem como por uma maior promoção da
produção quer no mercado nacional como no externo acompanhada por um
conhecimento mais aprofundado das suas características. A prestação de serviços pré e
pós venda manifesta-se também cada vez mais importante.
Para além destes desafios, torna-se necessário não descurar os factores determinantes das
competitividade do sector, que, para além das matérias-primas, abrangem os recursos
humanos, a inovação e tecnologia e a questão ambiental.
No que respeita aos recursos humanos, e não obstante os esforços envidados pelas
Associações Empresariais do sector, do Centro Tecnológico e de Instituições
Governamentais, verifica-se a existência de uma grande número de pessoas a trabalhar no
sector sem que o “saber fazer” seja transmitido às gerações mais novas. Assim, seria
desejável a criação de cursos para formadores para fazer face à escassez da formação que
existe, especialmente nas áreas da prospecção e da transformação, e a implementação de
uma formação profissional que respondesse às necessidades reais das empresas.
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ornamentais. A título de exemplo, refira-se que, em 1996, Portugal foi o país europeu
que mais investiu na aquisição de equipamento, facto que demonstra bem o empenho dos
empresários em modernizarem as suas fábricas e em obterem ganhos de produtividade.
As taxas de cobertura são para todos os produtos superiores a 100 por cento, destacando-
se o caso da Ardósia (NC 2514), em que o indicador atingiu, em 2001, cerca de 3000 por
cento (um resultado que, de qualquer modo, é bastante inferior ao dos anos anteriores). A
este valor correspondeu um excedente comercial de 3,5 milhões de euros. Nos onze
primeiros meses de 2002, o saldo comercial fixou-se em 2,3 milhões de euros, a que
correspondeu uma taxa de cobertura de 860 por cento.
Espanha assume a supremacia no fornecimento de Portugal na ardósia, sendo responsável
por 72,6 por cento das importações (92,5 por cento em 2000), seguindo-se-lhe o Brasil
(25,4 por cento), a Suíça e a Alemanha.
Como principais clientes, destacam-se a Alemanha e o Japão, destino de 39 e 14 por
cento, respectivamente, das nossas exportações, sendo também relevante a importância
da Bélgica, Espanha e França.
Relativamente aos saldos comerciais, foi nos mármores e granitos belgas (NC 2515) que
se verificou, em 2001, o excedente mais elevado, que atingiu 13 milhões de euros. O
saldo tem vindo, no entanto, a diminuir desde 1998, ano em que as exportações
ultrapassaram as importações em 20,2 milhões de euros. O forte crescimento das
importações, a par da quebra de exportações que se tem observado em alguns anos, tem
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determinado uma redução da taxa de cobertura, que de 2243 por cento, em 1997, passou
para 384,7 por cento, em 2001.
De Janeiro a Novembro de 2001, o saldo comercial foi de 15,3 milhões de euros e a taxa
de cobertura estabeleceu-se em 652,4 por cento.
A Itália e a Espanha lideram o ranking de clientes de Portugal, absorvendo, no seu
conjunto, 58 por cento das nossas exportações. Os lugares seguintes são ocupados pela
França, China e Japão.
No que respeita aos principais fornecedores, realça-se a importância de Espanha, origem
de metade das nossas importações, sendo ainda de salientar o papel desempenhado pela
Itália, e, fora da UE, pela Macedónia, Brasil e Irão.
O granito, pórfiro e basalto (NC 2516) registou, em 2001, um saldo comercial de 6,6
milhões de euros, tendo-se a taxa de cobertura situado em 132 por cento. De Janeiro a
Novembro de 2002, o excedente comercial ascendeu a 16 milhões de euros, montante a
que correspondeu uma taxa de cobertura de 205,3 por cento.
Os cinco primeiros lugares no ranking de países clientes de Portugal são ocupados por
países da UE, destacando-se claramente o caso de Espanha, para onde de dirige cerca de
metade (51 por cento) das exportações nacionais, seguindo-se a Alemanha, Reino Unido,
Itália e França.
Espanha é também o principal fornecedor de Portugal, sendo a origem de 64 por cento
das nossas importações. A seguir surgem o Brasil, África do Sul, China e Noruega.
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Análise Swot
Pontos fortes Pontos fracos
• Existência de matérias-primas de boa • Falta de visão estratégica
qualidade e em quantidade • Reduzida dimensão das empresas
• Existência de algumas rochas exclusivas do • Fraco domínio dos canais de distribuição
território nacional • Baixa transmissão de conhecimentos para a
• Utilização de tecnologia avançada geração mais nova de trabalhadores
• Detenção de um know-how português no • Envelhecimento e falta de mão-de-obra
trabalho da pedra • Reduzida cooperação empresarial
• Saldos comerciais positivos • Deficiente promoção dos produtos
• Dificuldade de incorporação de design
• Excessiva concentração geográfica das trocas
comerciais
• Persistência de alguns problemas em matéria
ambiental
Oportunidades Ameaças
• Aprofundamento da penetração da produção • Aparecimento de novos produtores
nacional nos mercados já clientes (Espanha, internacionais (China e Índia) que praticam
Reino Unido, Alemanha, Itália e Arábia preços mais atractivos
Saudita)
• Conquista de novos mercados (EUA, África)
• Normalização e certificação dos produtos,
facilitando a penetração nos diferentes
mercados
• Incremento da cooperação empresarial
• Aumento da prestação de serviços pré e pós
venda
• Aumento da formação dos recursos humanos
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Panorama Comunitário
A serragem, corte e acabamento de pedra atinge na UE cerca de 5,7 mil milhões de euros
e reúne 79 mil trabalhadores. O seu valor acrescentado é de 2,2 mil milhões de euros.
Os maiores produtores são Espanha (1,8 mil milhões de euros), Itália (1,7 mil milhões de
euros) e Alemanha (677 milhões de euros), em oposição ao Luxemburgo, Dinamarca e
Irlanda, países em que se registam os valores mais baixos de produção.
Relativamente ao volume de emprego, constata-se que os dois países mais empregadores
são os maiores produtores, cabendo o 3º lugar a Portugal.
O saldo comercial tem sido positivo, atingindo, em 1998, 1198 milhões de euros, tendo a
taxa de cobertura alcançado 634,6 por cento (de referir que de 1988 a 1992, este
indicador assumiu sempre valores superiores a 1000 por cento).
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Itália, Espanha e Portugal são os países que apresentam excedentes comerciais maiores
(realçando-se os 1632 milhões de euros apresentados pelo 1º país), registando-se défices
comerciais em 9 dos Estados-Membros.
A produtividade assume montantes mais elevados na Dinamarca (49,3 mil euros), Reino
Unido (48,5 mil euros) e Itália (48,3 mil euros) e montantes mais reduzidos na Grécia,
Espanha e Suécia.
No que respeita os custos médios com pessoal, é na Áustria (34,8 mil euros), Alemanha
(32,3 mil euros) e Dinamarca (30,7 mil euros) que se verificam os valores mais elevados,
em contraste com a Grécia, Espanha e Irlanda, onde se observam os valores mais baixos.
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Anexo Estatístico
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CAE 141 - Extracção de pedra
Taxas de crescimento
Volume Custos Médios
Ano Empresas Pessoal Negócios VABpm Produtividade Pessoal
1997 -11,2% -5,7% 17,2% 12,5% 19,2% 13,2%
1998 -4,1% 2,9% -6,7% 6,3% 3,3% 5,8%
1999 -2,3% -4,3% -6,3% -2,8% 1,6% 3,5%
2000 -8,8% -9,8% -6,2% -1,1% 9,6% 10,2%
Fonte: Cálculos com base no INE
Evolução do comércio externo de NC 2506 – Quartzo (excepto areias naturais), quartzites, mesmo
desbastadas ou simplesmente cortadas à serra ou por outro meio, em blocos ou placas de forma quadrada
ou rectangular
Ano Exportações Importações Saldo Tx. Cob.
Euros T.V.H. % nas Euros T.V.H. % nas Euros
export. import.
nacionais nacionais
1997 847688 - 0,0% 156408 - 0,0% 691280 542,0%
1998 1388784 63,8% 0,0% 161075 3,0% 0,0% 1227709 862,2%
1999 1035903 -25,4% 0,0% 60078 -62,7% 0,0% 975825 1724,3%
2000 1301888 25,7% 0,0% 290849 384,1% 0,0% 1011039 447,6%
2001 1016090 -22,0% 0,0% 118544 -59,2% 0,0% 897546 857,1%
Jan-Nov 596757 - 0,0% 144463 - 0,0% 452294 413,1%
2002
Unidade: Euros; T.V.H. – Taxa de variação homóloga
Fonte: Cálculos com base no INE
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Evolução do comércio externo de NC 2515 – Mármores, travertinos, granitos belgas e outras pedras
calcárias de cantaria ou de construção, de densidade aparente maior ou igual a 2,5, e alabastro, mesmo
desbastados ou simplesmente cortados à serra ou por outro meio, em blocos ou placas de forma quadrada
ou rectangular
Ano Exportações Importações Saldo Tx. Cob.
Euros T.V.H. % nas Euros T.V.H. % nas Euros
export. import.
nacionais nacionais
1997 17921372 - 0,1% 799029 - 0,0% 17122343 2242,9%
1998 21355467 19,2% 0,1% 1056380 32,2% 0,0% 20299087 2021,6%
1999 17555574 -17,8% 0,1% 1235658 17,0% 0,0% 16319916 1420,7%
2000 18197867 3,7% 0,1% 2191518 77,4% 0,0% 16006349 830,4%
2001 17694234 -2,8% 0,1% 4599624 109,9% 0,0% 13094610 384,7%
Jan-Nov 18073610 - 0,1% 2770153 - 0,0% 15303457 652,4%
2002
Unidade: Euros; T.V.H. – Taxa de variação homóloga
Fonte: Cálculos com base no INE
Evolução do comércio externo de NC 2516 - Granito, pórfiro, basalto, orenito e outras pedras de cantaria
ou de construção, mesmo desbastadas ou simplesmente cortadas à serra ou por outro meio, em blocos ou
placas de forma quadrada ou rectangular
Ano Exportações Importações Saldo Tx. Cob.
Euros T.V.H. % nas Euros T.V.H. % nas Euros
export. import.
nacionais nacionais
1997 30002764 - 0,1% 9508144 - 0,0% 20494620 315,5%
1998 16131357 -46,2% 0,1% 10288498 8,2% 0,0% 5842859 156,8%
1999 19093413 18,4% 0,1% 10393221 1,0% 0,0% 8700192 183,7%
2000 21737781 13,8% 0,1% 15000813 44,3% 0,0% 6736968 144,9%
2001 27660509 27,2% 0,1% 20965382 39,8% 0,0% 6695127 131,9%
Jan-Nov 31358158 - 0,1% 15271696 - 0,0% 16086462 205,3%
2002
Unidade: Euros; T.V.H. – Taxa de variação homóloga
Fonte: Cálculos com base no INE
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Principais países fornecedoresde NC 2506
Importações
2001 2000
% no
Países Euros % no total Ranking Euros total Ranking
Itália 56221 47,43 1º 56685 19,49 2º
Brasil 47147 39,77 2º 13186 4,53 4º
Holanda 12691 10,71 3º 186064 63,97 1º
Espanha 1233 1,04 4º 822 0,28 8º
Alemanha 853 0,72 5º 8892 3,06 5º
Fonte: INE
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Principais países fornecedores de NC 2515
Importações
2001 2000
% no
Países Euros % no total Ranking Euros total Ranking
Espanha 2298975 49,98 1º 365059 16,66 2º
Itália 742786 16,15 2º 606499 27,67 1º
Macedónia 645905 14,04 3º 271597 12,39 3º
Brasil 312311 6,79 4º 256906 11,72 4º
Irão 113723 2,47 5º 47526 2,17 11º
Fonte: INE
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Serragem, corte e acabamento de pedra na UE (1998)
Bl Din Ale Gre Esp Fr Irl Itl Lux P.Bx. Aus Por Fin Sue RU
Produção 393 14 677 90 1824 318 41 1728 5 61 128 494 95 43 208
6
(10
euros)
V. Acres. 114 7 292 31 717 131 19 544 2 26 73 - 42 18 119
6
(10
euros)
Pessoal 3644 134 6896 1963 33350 4528 581 11246 62 452 1920 11214 1219 770 2462
ao
serviço
Fonte: Eurostat - Panorama da Indústria Comunitária
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