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visando à preservação dos interesses da coletividade. Os contratos possuem um regime jurídico de direito
público, subsidiariamente, aplicam-se normas do direito privado.
Características
Cláusulas Exorbitantes - Uma das características marcantes dos contratos administrativos é possuir
cláusulas que favorecem a Administração, proporcionando ao Poder Público algumas prerrogativas, que
se justificam por tutelarem o interesse da coletividade. São as chamadas Cláusulas Exorbitantes,
porque extrapolam o padrão das cláusulas do direito privado.
-> Artigo 58, II – não há possibilidade do particular de invocação do princípio exceptio non adimpleti
contractus, ou seja, da exceção do contrato não cumprido. O particular deve cumprir o contrato ainda que
o Poder Público descumpra seu encargo, deverá socorrer-se ao Poder Judiciário para rescisão do
contrato. Porém, o particular poderá paralisar sumariamente a execução do contrato no caso de atraso
prolongado (mais de 90 dias) dos pagamentos devidos pela administração.
• Publicação – o contrato público deve ser publicado na imprensa oficial, apresentando o objeto
do contrato, as partes contratantes, seu valor e prazo de vigência.
• Publicidade – qualquer pessoa pode obter cópia do contrato administrativo que desejar.
Cabendo, em caso de recusa por parte da Administração, Mandado de Segurança, garantindo
assim seu direito líquido e certo.
-> Artigo 55, IV – o artigo 57, “caput” da Lei 8.666/93, estabelece que, em regra, os contratos públicos
terão a duração de um ano. Porém, alguns contratos administrativos fugirão a essa regra, desde que fique
assegurada a manutenção do equilíbrio da equação econômico-financeira. São exceções:
• contratos cujo objeto esteja previsto no Plano Plurianual, desde que isso tenha sido previsto no
ato convocatório.
• prestações de serviços de forma contínua, que tem a possibilidade de prorrogação de 60 meses
e mais 12 meses em caso de necessidade e mediante autorização. Essa prorrogação não é
direito do contratante e sim uma prerrogativa da Administração.
• aluguel ou utilização de equipamentos de informática podem ser prorrogados por até 48 meses.
Execução
A regra geral é que o contratado não pode subcontratar, porém, o artigo 72 da Lei n. 8.666/93 permite tal
prática, desde que a Administração autorize e seja apenas parte da obra.
• Áleas – são possíveis riscos a serem enfrentados, pelo particular, no curso do contrato,
importando oneração ou impossibilidade de cumprimento das obrigações.
-> Áleas Ordinárias – riscos previsíveis, decorrentes da execução de um contrato administrativo. Esses
riscos formais não geram revisão do contrato é o contratado será responsável pelos encargos delas
decorrentes.
• -> Áleas Extraordinárias – riscos imprevisíveis. Esses riscos são anormais e, por isso, geram
revisão de contrato para a manutenção do seu equilíbrio econômico-financeiro. O contratado é
responsável pelos encargos, porém, não está obrigado a cumpri-los, em caso de não haver
revisão do contrato.
O contrato pode ser alterado para conservar seu equilíbrio inicial. No entanto, as alterações devem
contem justificativas, o ato administrativo deve ser motivado. As alterações também se concretizam
através do Termo de Aditamento, por meio de publicação, igualmente a realização do contrato.
• Alteração Unilateral
-> Artigo 65, I, “a” – não se pode trocar o objeto, apenas alterá-lo vinculando-o a manutenção do equilíbrio
do contrato.
-> quando necessária a modificação do regime de execução, bem como do modo de fornecimento;
Como em todo contrato, o administrativo também se forma pelo consenso de pessoas com capacidade
para externarem sua vontade vinculada ao fim colimado. Mas aqui, é necessária a vontade do órgão
Administrativo que tenha competência para manifestá-la.
Segundo o Prof. Diogo de Figueiredo Moreira Neto, o contrato administrativo possui os seguintes
elementos constitutivos:
2 –> Finalidade – essencial ao contrato, que se destinará sempre a satisfazer um interesse público
específico, caracterizado na lei ou no seu instrumento.
3 –> Forma – é sempre formal, por termo ou escritura pública; os termos são lavrados em livros especiais
das repartições públicas e têm a mesma fé que os assentamentos notariais. São também formalidades os
registros nos tribunais de contas ou órgãos análogos.
4 –> Motivo – respaldo jurídico da Administração.
5 –> Objeto – para a Administração, a obrigação será basicamente a de pagar uma quantia certa ou
ceder o uso e um bem público; para o administrado, poderá ser de dar coisa certa, de fazer ou, ainda, de
pagar quantia certa.
6 –> Capacidade – a capacidade civil não basta para contratar com pessoas jurídicas de direito público.
Duas condições subjetivas poderão ser exigidas:
Condição negativa – não estar impedido, o administrado, por inidoneidade, de contratar com a
Administração;
7 –> Consenso – coincidência das vontades das partes relativamente ao objeto. Após realizado o
contrato, há a supra-ordenação da vontade do contrato em relação às vontades individuais que o
constituíram - “o contrato faz lei entre as parte”.
• A interpretação do contrato busca da vontade das partes contratantes que, nos contratos
administrativos, é sempre a satisfação das vontades coletivas.
Hely Lopes Meirelles - “não se pode interpretar suas cláusulas contra essa mesma coletividade, para só
se atender aos direitos individuais do particular contratante”.
Contrato de obra pública – o objeto é a construção ou reforma, ou ampliação de um imóvel público, seja
ele destinado ao uso público, ou da utilização do serviço público.
• Na sua obra, “Curso de Direito Administrativo”, o Prof. Diogo de Figueiredo Moreira Neto
discrimina 10 tipos de contratos administrativos:
4) de Concessão de Uso de Bens Públicos – uso pelo particular para atender algum interesse da
coletividade (geralmente imóveis);
5) de Serviços Técnicos Especializados – prestadores de serviços que não compõem o quadro ordinário
de servidores públicos;
7) de Garantia Pública – contratos acessórios que garantem a execução de outro contrato. Assim são os
contratos de caução, fiança e seguro-garantia;
8) de Alienação – quase sempre realizada através de licitação, em caso de bens imóveis poderá ser
através de autorização legislativa;
9) de serviço temporário – para atender necessidade excepcional temporária. Tais trabalhadores não se
encaixam no regime único (Estatuto do Servidor Público);