Administração independente

De acordo com Vital Moreira é toda a administração infra-estadual prosseguida por instâncias
administrativas não integradas na administração directa do estado e livres de orientação e da
tutela do estado, sem todavia corresponderem à auto-administração de quaisquer interesses
organizados.

Critérios ou elementos para identificação de entidades públicas reguladoras:

1. O objecto – normalmente incide em duas áreas distintas: na garantia de alguns direitos

fundamentais como a regulação de meios audiovisuais; e na regulação de algumas
esferas da área económica, como do mercado de valores imobiliários. Mais
recentemente a intervenção da administração independente manifesta-se na
regulação de sectores de indústrias de rede, como da electricidade;
2. A natureza administrativa, das respectivas funções que desenvolve;
3. A independência: independência orgânica (os titulares dos órgãos não podem ser
destituídos pelo governo) e a independência a nível funcional pela ausência de
directivas vinculantes ( o único controlo de actuação da administração independente é
exercido pelos tribunais) e inexistência de controlo de mérito e obrigatoriedade de
apresentação de contas.
4. A neutralidade política da sua gestão. As decisões dos órgãos têm critérios
estritamente técnicos isentos de valoração politica.
5. Imparcialidade.

O desenvolvimento das autoridades administrativas independentes visa proteger sectores

sensíveis de influencias do poder politico e da pressão dos grupos de interesse: sectores da
informação e comunicação; regulação das economias de mercado.

Poderes de autoridade das autoridades administrativas independentes:

1. Possibilidade de obter informação e de informar – para poder controlar um

determinado sector de actividade;
2. Poderes de investigação e de inspecção;
3. Poderes consultivos;
4. Poder de emitir recomendações;
5. O diploma que constitui tais autoridades dá-lhes poder de emissão de normais gerais e
abstractas mas também para emitir normas nos casos individuais – que pode traduzir-
se na aprovação de actos;

Controlo sobre a AAI: é jurisdicional.Por vezes têm de prestar contas perante o tribunal de
contas ou perante uma comissão parlamentar competente.

Concepção restrita da AAI – instituições dotadas de verdadeiro poder normativo e de decisão,

excluindo-se as entidades com poderes meramente consultivos.
Concepção ampla da AAI – o critério fundamental será essencialmente a qualidade e a
competência das pessoas que compõem estas entidades, a sua credibilidade e a
independência em relação ao executivo.