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Meus Caros colegas e Mui Ilustres convidados

Devo, antes de mais, dizer-vos que Gente deveras relevante nas lides e na liderança da
profissão ortodôntica, teve por conveniente encomendar-me alguns requintes de oratória
como sobremesa para tão fausto e comemorativo repasto.

Aceite a incumbência com a justificação que encontrei na honra que auferi com o
convite e na presunção que o orgulho também serve o fundamento, começo por
cumprimentar a homenageada e aniversariante Sociedade Portuguesa de Ortopedia Dento-
Facial (SPODF) na pessoa do seu Presidente, o colega e muito amigo Mestre Américo Ferraz.
Nele cumprimento, a plenitude dos sócios de tão prestigiada associação, sem todavia olvidar
os saudosos colegas que nos deixaram, mas cuja participação e contributo foram parte da
hormona de crescimento que auxiliou a edificar esta nobre instituição, dos quais destaco,
como referência, o nome do saudoso Senhor Professor João Bação Leal.

Ao Senhor Bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, agradecemos a elegância do


gesto de nos honrar com a sua distinta presença, não fora o facto de ela simbolizar a
consideração de toda a classe médico dentária. Bem-haja por tal, meu bom amigo e ilustre
colega Orlando Monteiro da Silva.

De forma similar e efusiva, quero também saudar todos os ortodontistas, dando


pública deferência ao insigne colega Senhor Professor Doutor Luís Jardim, que com o
consentimento da maioria dos membros do Colégio de Ortodontia da Ordem dos Médicos
Dentistas, oferece parte do seu precioso tempo na liderança do órgão oficial da especialidade
que abraçamos.

Cabe-me também dirigir francas felicitações ao Presidente da XXIII Reunião Científica


Anual, Mestre João Cerejeira que com esta soberba organização, onde se denota intenso

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cunho pessoal, entendeu aceitar registar o seu contributo à especialidade, não fora o facto de
garantir, desta forma, a sua perene presença na galeria de fotos dos notáveis, na sede da
muito nossa Sociedade.

Certo que a ortodontia teria uma existência menos valorizada e encontraria sérios
obstáculos no seu trajecto eruptivo em direcção a uma oclusão funcional, faço questão de
publicamente reconhecer o papel imprescindível que os patrocinadores assumem no passado
e no panorama actual da Ortodontia. Por isso quero saudá-los e, mais do que isso, fazer votos
para que nem os patrocinadores nem os ortodontistas se esqueçam que terão uma qualidade
de vida prosperada caso projectem constantemente uma saudável simbiose.

Saúdo ainda, mas com a mesma determinação, todos os convidados e todos aqueles
que quiseram associar-se a esta celebração do quarto de século da Sociedade Portuguesa de
Ortopedia Dento-Facial, evento que, desde logo, nos deve provocar o edema do orgulho.

É verdade,
a Sociedade Portuguesa de Ortopedia Dento-Facial, celebra este ano vinte e cinco anos
de prestigiada existência. Esta associação profissional, sonho de muitos que nos precederam, é
hoje uma realidade com história e protagonista indubitável do progresso da especialidade de
ortodontia e dos ortodontistas em Portugal.

É irrefutável que a SPODF patenteia hoje um dos emblemas do nosso ofício, e, neste
merecido elogio, incumbência que decidi acatar com bom agrado enquanto sócio fundador,
faço questão de o fundamentar.

Com tal propósito, evocarei então as razões que observo como contributivas por parte
da Sociedade, à especialidade e aos especialistas da área ortodôntica.

E, em primeiro lugar, destaco a enzima agregadora que dá pelo nome de


associativismo.

Com efeito, a SPODF, constituiu o nutriente enzimático que amparou a edificação da


futura classe dos ortodontistas, que, convenhamos, na altura da sua fundação, estava ainda no
período embrionário. Em boa verdade, no seu percurso evolutivo, promoveu o imprescindível
associativismo que interessava à nova categoria profissional, associativismo esse que agrupou

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esforços e criou objectivos comuns, já que constituiu a sinergia motivadora de acções
coordenadas ao mostrar-se como um somatório de esforços em prol da especialidade. Foi
assim que o efeito resultante da acção dos interessados na arte ortodôntica, teve um valor
superior ao valor do conjunto desses interessados, se actuassem de forma individual sem os
objectivos concertados estatutariamente.

Para muitos de nós, a SPODF, enquanto organização social e profissional, combateu o


isolacionismo que empobrece intelectualmente quem não convive na enriquecedora troca de
conhecimentos, que caracteriza as associações de índole científica e socioprofissional. Mais do
que isso, ela objectivou e mudou rumos de vida profissional, levando muitos ao divórcio com o
exercício generalista e ao matrimónio com a prática exclusiva. Criou protocolos de acção ao
interessado pela sedutora ortodontia, levando ao namoro periódico através da frequência de
cursos formativos ministrados por sumidades vindas de diversos países, através da
participação nas Reuniões Científicas Anuais, através da apresentação de conferências e da
publicação de artigos nas sucessivas revistas, onde com poesia e fotografia se foi despindo e se
deu a conhecer a nossa desejada ortodontia. Enfim, a SPODF, criou um estilo de mudança
edificante para quem abraçou a causa. A preparação de uma Reunião Científica Anual, a edição
de uma revista, a organização de um curso consumia tempo, mas deixava marcas nos
potenciais ortodontistas, os quais, desta forma e concomitantemente, foram elevando a
Ortodontia nacional e erigindo o seu curriculum pessoal.

Para que interiorizem bem a importância da SPODF, lembrem-se que o 1º Curso de


Pós-Graduação em Ortodontia do país se iniciou em 1990 na Faculdade de Medicina Dentária
da Universidade do Porto, há vinte e um anos, o que significa que desde que se iniciaram os
cursos de formação contínua da SPODF após a 57ª Reunião da Sociedade Francesa de
Ortopedia Dento-Facial em Maio de 1984 (que simboliza o ovo que gerou a SPODF), até esse
1º curso, decorram seis anos. Nas Faculdades do Porto e de Lisboa apenas se ensinavam os
conhecimentos básicos da ortodontia, o que significa que durante bastante tempo, a SPODF
substituiu o inexistente ensino universitário da especialidade. Nos seus encontros de feição
científica conviveram médicos estomatologistas, médicos dentistas e cirurgiões maxilofaciais,
clínicos hospitalares e clínicos universitários, todos na ânsia de assimilarem e partilharem
conhecimento especial.

Em segundo lugar, a SPODF deu um substancial contributo à afirmação da identidade


da ortodontia enquanto classe profissional

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Com efeito, a proximidade sentida por todos quantos foram frequentando os eventos
educativos patrocinados pela Sociedade e a abrangência de conhecimentos especializados
sucessivamente assimilados, bem cedo incutiu a necessidade de afirmação de cada um como
ortodontista. Essa necessidade de identidade, enquanto objecto de diferenciação individual foi
o despoletar de uma consciência colectiva que conduziu à constituição e concertação dos
estatutos que oficializaram em 11 de Janeiro de 1986 a Sociedade Portuguesa de Ortopedia
Dento-Facial, data que hoje lembramos.

Como todas as sociedades humanas, a SPODF criou a sua própria regulação, elaborou
um conceito institucional, alicerçando a sua própria personalidade, fruto de todos quanto
viviam intensamente. Com o inexorável consumir do tempo, deixou de ser apenas formativa e
passou a ser também reguladora, estabelecendo os preceitos para a diferenciação entre os
seus sócios e cooperando para a prática deontológica dentro da especialidade.

A criação de elites acontece invariavelmente em qualquer associação, justificando tão


só que, nada será tão desigual como um tratamento igual para desiguais. E na SPODF, também
existiram e existem, aqueles que contribuem para a evolução do conhecimento, que
colaboram na organização dos acontecimentos, que se sujeitam às regras avaliativas do seu
desempenho e aqueles que escolhem participar de forma menos activa e, consequentemente,
menos notória.

A obtenção do reconhecimento como sócio titular da SPODF e a integração dos sócios


especialistas, gerou ao longo de vários anos, conflitos cuja resolução nem sempre foi pacífica.
Germinaram diferentes entendimentos, associaram-se grupos de opinião, desenvolveram-se
argumentações de valia, questionaram-se opções, mas, contudo, prevaleceu o interesse
institucional perante o individual.

Hoje, concorrer a sócio titular da SPODF é já um procedimento normalizado e dignifica


sobremaneira quem o concretiza. Só no corrente ano obtiveram esse prestigiante título, seis
colegas, que saúdo efusivamente. Não se tratou apenas de passarem a integrar uma elite ou
de fortalecer a hierarquia da Sociedade. Tratou-se, isso sim, de demonstrar perante toda a
Associação que alberga os ortodontistas, que eles respeitam as regras que vingaram nos vinte
e cinco anos de existência, as quais, de uma forma ou de outra, a todos nós se devem. No seu
percurso para titulares, criaram o objectivo, trabalharam para o alcançar e obtiveram o prémio
de usar tão distinto título. Caros colegas, foi sempre com orgulho que assumi e assumo a

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titularidade na SPODF na minha identidade curricular, mesmo bem antes do título de
especialista.

Em terceiro lugar, a SPODF patrocinou ao prestígio do ortodontista e da ortodontia


nacional

Quem, como eu, coabitou e cooperou verdadeiramente com o progresso da


ortodontia nos últimos vinte e cinco anos, é tomado de um certo sentimento de inquietude.
Na verdade temos a convicção que se passou do quase nada para o quase tudo. No aspecto
educacional, assistimos à passagem do praticamente inexistente ensino ortodôntico para a
plenitude da formação especializada. Promoveram-se cursos de pós-graduação de índole
universitária moldados pela regulação europeia, importaram-se conhecimentos e tecnologia
através de convites oportunos e estrategicamente pedagógicos a personalidades carismáticas
da ortodontia mundial e organizou-se a oferta de múltiplas reuniões científicas de crescente
qualidade como a atesta a XXIII Reunião Científica Anual. No que respeita à desenvoltura no
campo científico e à melhoria do desempenho clínico, elaboraram-se dissertações de mestrado
e de doutoramento, publicaram-se revistas e livros da especialidade com mostras
demonstrativas de competência nos campos do diagnóstico e da terapêutica ortodôntica. E,
tudo parece estar organizado para que se insista nesse progressivo e louvável exercício de
aperfeiçoamento dos ortodontistas portugueses.

Também no domínio socioprofissional se verificaram diversos avanços com a remoção


de inúmeros obstáculos à afirmação da especialidade no seio da comunidade dos profissionais
de saúde, nomeadamente com o reconhecimento oficial da especialidade (em 1999), com a
definição do processo legal da obtenção do título de especialista e ainda com a garantia de
qualidade do ensino através da acreditação dos cursos formativos pela OMD. Temos assim
consciência da existência de prosperidade na ortodontia nacional, mas também que ela é fruto
do trabalho de muitos, já que uma só andorinha não faz a Primavera.

É obrigação dos ortodontistas portugueses participar em todos os programas de acção


da profissão ortodôntica cá dentro e lá fora, e, como tal, colaborarem na edificação dos
consensos necessários à dignificação e defesa do nosso ganha-pão, quer seja no plano
científico quer no socioprofissional. A SPODF consolidou-se como uma instituição associativa
credível para quem abraçou ou quer abraçar a profissão ortodôntica, e, pensamos ser uma via
actual e privilegiada para conseguirmos esses objectivos.

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A SPODF está a viver momentos de profunda afirmação socioprofissional a nível
nacional e internacional. É uma Sociedade com história e amplas responsabilidades na
formação continuada e na edificação curricular dos ortodontistas. Como Sócio Fundador e
como ex-dirigente tenho que reconhecer que sinto alguma vaidade no que se tem realizado.

Muitos colegas, curricularmente inquestionáveis, experientes e sabedores,


emprestaram e emprestam opiniões, concretizaram e concretizam acções e mostram
tolerância nos desacordos, o que contribuiu para enaltecer os exercícios prestados. Sem
querer cair na desconsideração ou na sobrevalorização de alguém, em nome da Sociedade
Portuguesa de Ortopedia Dento-Facial, a todos quero cumprimentar e publicamente
agradecer.

Termino, fazendo votos que a Sociedade Portuguesa de Ortopedia Dento-Facial seja


motivo de orgulho dos ortodontistas, que se torne num exemplo a continuar para que a
saibamos aproveitar numa demonstração inequívoca que o progresso não se compadece com
o isolacionismo do ortodontista.

Assim, se me permitem, para solenizar o acto, chamo o Senhor Bastonário, o Senhor


Presidente da SPODF e o Senhor Presidente da XXIII Reunião Científica Anual, para que, em
conjunto, façamos um brinde à SPODF, nomeando quem de forma indiscutível cooperou para
o seu desenvolvimento, com actividades de Direcção e de Presidência das Comissões de
Organização das Reuniões Científicas Anuais (peço que os que se encontram presentes se
levantem quando pronunciar o seu nome). Assim pelo em primeiro lugar uma salva de palmas
para o saudoso:

1- Prof. Doutor João Bação Leal


2- Prof. Doutor José Campos Neves
3- Prof. Doutor Afonso Pinhão Ferreira
4- Mestre Américo Ferraz
5- Prof. Doutor Carlos Silva
6- Prof. Doutor João Luís Maló de Abreu
7- Dr. Pedro Sá e Melo
8- Dra. Maria de Lourdes Abreu
9- Dr. Francisco Faria Pais
10- Dr. Marcolino Gomes

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11- Prof. Doutor Jorge Dias Lopes
12- Prof. Doutor Pedro Leitão
13- Prof. Doutor António Korrodi Ritto
14- Dr. Fernando Peres
15- Prof. Doutor Luís Jardim
16- Dr. Gerardo Freitas
17- Prof. Doutora Maria Cristina Pollmann
18- Mestre Ana Luísa Maló de Abreu
19- Dra. Ana Cristina Baptista
20- Mestre Ana Paula Amorim
21- Dr. Marcus Veiga
22- Mestre João Cerejeira
23- Mestre Francisco Vale (futuro Presidente)

Bem hajam todos e brindemos ao futuro da SPODF … SAÚDE!

Afonso Pinhão Ferreira


Ortodontista e sócio fundador da SPODF

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