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O processo Plasma talvez pudesse ter tido melhor receptividade no mercado se tivesse sido
apresentado como uma nova versão do processo TIG e não como um outro processo. Ao intro-
duzir um novo processo, é importante relacioná-lo com as necessidades finais dos usuários. Os
fabricantes de equipamentos deveriam ter divulgado o potencial de aplicação do novo processo
e as vantagens sobre os processos convencionais. Na história do processo Plasma houve uma
certa tendência por parte dos fornecedores de equipamentos de disponibilizar muita informação
acerca de como funcionava o processo e pouca informação em relação ao que o processo era
capaz de fazer.
e reatores para a indústria química e de bebi- Fig.4 Aplicação de “Tailored Blank” em painel lateral de
veículo automotor.
das. Também é relatada a aplicação na indústria
aeroespacial, na soldagem de ligas especiais de
alumínio. Apesar de menos comum, o processo Plasma pode ser aplicado em uniões de aços
ao carbono, como na soldagem da parte superior de amortecedores destinados à indústria
automobilística. Como outros exemplos de aplicação pode-se mencionar a fabricação de ra-
diadores, a soldagem de pontos críticos em motores de automóveis e a soldagem de compo-
nentes elétricos, como chapas para transformadores e alternadores.
Mas é importante apontar que este processo tem uma inerente complexidade operacional.
Há exigência de melhor preparação da junta (menor tolerância) e maior domínio da regula-
gem dos parâmetros. A exigência de menor tolerância na preparação e fixação das partes
da junta direciona este processo para linhas automatizadas, como se vê na Figura 5. Outra
desvantagem é a limitada oferta de sistemas de soldagem a plasma e o custo relativamen-
te alto destes equipamentos, principalmen-
te se comparado ao processo TIG. Porém,
considerando a maior acessibilidade a tec-
nologias modernas de fabricação (eletrôni-
ca de potência, novos materiais, usinagem
de precisão, etc.), a oferta de equipamentos
dedicados ao processo Plasma é atualmen-
te maior, com tendência de preços meno-
res. Os pontos críticos para a sua difusão
hoje se concentram, efetivamente, na falta
de informações consolidadas sobre a regu-
lagem dos parâmetros de soldagem e sobre
os materiais realmente soldáveis. Fig.5 Soldagem a plasma automatizada com o Gás Stargold Flash.
Conclusão
Como apresentado, o processo Plasma é de grande potencial. Há nichos para a apli-
cação da soldagem a plasma, mas é necessário superar as barreiras que colocam este
processo em status de curiosidade e utopia aos olhos de muitos. Acredita-se que a
maior barreira se refira ao pouco conhecimento sobre a prática desse processo e sobre
os fundamentos que governam seu desempenho. O grupo de desenvolvimento de pro-
cessos de soldagem da Universidade Federal de Uberlândia (Laprosolda) vem se dedi-
cando há algum tempo ao desenvolvimento deste processo, visando sempre à aplicação
industrial. Os trabalhos têm sido conduzidos principalmente em conjunto com a empre-
sa White Martins Gases Industriais, para a qual foi desenvolvida uma mistura gasosa
dedicada à soldagem de chapas finas de aço-carbono. Além disto, desenvolvimento de
parâmetros já foi feito para algumas empresas de autopeças no Brasil, que introduziram
este processo nas suas linhas de fabricação.
Crédito:
O artigo “As vantagens e os limites atuais da solda a plasma” foi escrito especialmente para Noticiário de
Equipamentos Industriais-NEI por Américo Scotti, engenheiro mecânico, PhD em Tecnologia da Soldagem
pela Universidade Federal de Uberlândia e co-autor do livro “Fundamentos e Prática da Soldagem a Plas-
ma” em colaboração com R. P. Reis. Para contatos com o autor: ascotti@ufu.br