ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Liderança do Partido dos Trabalhadores – PT

Projeto de Lei Complementar n° 6, de 2005 ____ Reorganiza a Região Metropolitana da Grande São Paulo
Análise da Assessoria Temática

Projeto de Lei Complementar nº 6, de 2005 - RMSP

Autor: Governador

ANÁLISE

Ementa/Resumo

Reorganiza a Região Metropolitana da Grande São Paulo, cria o Conselho de

Desenvolvimento, autoriza o Poder Executivo a instituir o Fundo de
Desenvolvimento da Região e a criar entidade autárquica, nas condições que
especifica, e dá outras providências correlatas.

Parecer

O Projeto em questão tem como objetivo reorganizar a RMSP. Para isso propõe
alguns instrumentos essenciais para o sucesso da iniciativa: Cria o Conselho de
Desenvolvimento, autoriza o Poder Executivo a instituir o Fundo de
Desenvolvimento e uma entidade autárquica e cria um Conselho Consultivo.

As diferenças entre o projeto e as propostas de alteração expressas nos

substitutivos e nas 59 emendas apresentadas, serão apresentadas a seguir.

O PLC já tramitou em 3 comissões: CCJ (Relator Donisete Braga), Assuntos

Municipais (Relator João Caramez) e Assuntos Metropolitanos (Relator Mario
Reali). Falta a manifestação da Comissão de Finanças e Orçamento.

O Substitutivo nº1, apresentado pela Bancada do PT durante a fase de pauta, foi

fruto de intenso debate entre assessores da Liderança, de gabinetes e, sobretudo,
de técnicos e especialistas no tema. Foi aprimorado no parecer da Comissão de
Assuntos Metropolitanos, cujo relator foi o Deputado Mário Reali. É com base
nesse e no substitutivo da Comissão de Assuntos Municipais que faremos nossa
avaliação.

O substitutivo apresentado pelo Deputado João Caramez, na Comissão de

Assuntos Municipais, praticamente reproduz a proposta original. A principal
“novidade” foi a incorporação da Emplasa à dinâmica de reorganização da RMSP,
explicitando, no artigo 21, as atribuições da empresa, o que fazemos também em

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nosso substitutivo. Destaque-se que essa foi uma das emendas propostas pela
Bancada do PT. Sua proposta acrescenta, ainda, a participação de dois
deputados no Conselho Consultivo, indicados pelos seus pares da Comissão de
Assuntos Municipais e da Comissão de Assuntos Metropolitanos. Nosso
substitutivo incorpora essa proposta, sem restrição de número de participantes
deputados no conselho, e sem especificar comissões, porém, propõe que não
haja direito a voto. O Relator rejeita as 59 emendas e o substitutivo nº1, mas
incorpora algumas emendas, na forma de subemenda, em seu substitutivo.
(emendas: 4, 8, 16, 17, 22, 27 a 32, 37, 39, 48, 52 e 55), emendas que, da forma
como foram incorporadas ao PLC, pouco alteraram o conteúdo da propositura
original.

Com intuito de aprimorar a propositura original, a Bancada do PT defende:

• A criação do Fundo de Desenvolvimento da Região e da entidade

autárquica na própria Lei (Agência de Desenvolvimento);
• Estabelecimento de um Sistema de Gestão;
• Criação de 5 sub-regiões: Norte, Leste, Sudeste, Sudoeste, Oeste;Inclusão
de representantes da sociedade civil na composição do Conselho de
Desenvolvimento;
• Garantia da participação de representantes de entidades da sociedade civil
no Sistema de Gestão da RMSP;
• Garantia de participação da sociedade civil na gestão dos recursos do
fundo, através do Conselho de Orientação;
• Garantia de previsão de recursos financeiros nos planos plurianuais, nas
leis de diretrizes orçamentárias e orçamentos anuais do Estado.

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Resumo das principais diferenças entre os textos propostos nos pareceres e

o projeto original:

PLC/Substitutivo da Comissão de Substitutivo/Comissão de

Assuntos Municipais Assuntos Metropolitanos (Relator:
(Relator:Deputado João Caramez) Deputado Mário Reali)

Ementa:

Autoriza o Poder Executivo a instituir Cria o Fundo de Desenvolvimento da

o Fundo de Desenvolvimento da Região e a entidade autárquica.
Região e a criar entidade autárquica.

Sistema de Gestão:

O PLC não se preocupa em detalhar o Explicita que o sistema visará à

Sistema de Gestão. implementação da organização
territorial, através de gestão democrática
e participativa, exercida no Conselho de
Desenvolvimento, na entidade
autárquica e no Fundo de
Desenvolvimento. Determina, ainda,
que o Sistema de Gestão terá por
objetivo a promoção do
desenvolvimento socioeconômico, a
cooperação entre diferentes níveis de
governo e a redução da desigualdade
regional.

Sub-regiões:

Diz que os Municípios poderão se Cria 5 sub-regiões: Norte, Leste,

agrupar em sub-regiões, que o Conselho Sudeste, Sudoeste, Oeste,
de Desenvolvimento definirá as normas e observando a mesma delimitação
que, após estudo, a Secretaria de estipulada pelo Executivo, quando
Economia e Planejamento encaminhará da subdivisão administrativa das
ao Governador a referida proposta. Bacias Hidrográficas da RM no
Sistema Estadual de Recursos
Hídricos e estabelece a criação do
Conselho de Desenvolvimento da

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Sub-Região como órgão colegiado
de caráter normativo, consultivo e
deliberativo, com participação
paritária do Estado, dos Municípios e
da Sociedade Civil. A aplicação deste
instrumento deve ser uma
obrigatoriedade, com vistas a
possibilitar um maior aprofundamento
tanto dos problemas locais quanto das
questões comuns a toda a metrópole.

Conselho de Desenvolvimento:

Confere ao Conselho caráter deliberativo Inclui representantes da sociedade civil

e normativo, sendo composto pelos em sua composição, além de colocá-lo
prefeitos dos Municípios da região em posição superior à entidade
metropolitana e por representantes do autárquica, já que, nesta proposta, uma
Estado, integrando a entidade das atribuições da autarquia é fornecer
autárquica. Em seu artigo 10 assegura a suportes administrativo e técnico
participação popular, nos termos do § 2º necessários ao funcionamento do
do artigo 154 da CE e do artigo 14 da Lei Conselho. Além disso, entre as
760/94. O Presidente e o Vice-Presidente atribuições do Conselho, está: integrar
do Conselho serão eleitos pelos seus as funções públicas, aprovar e
pares, em votação secreta dentre todos os acompanhar a implementação do
prefeitos. planejamento metropolitano, promover a
articulação de planos, programas e
projetos de interesse regional e deliberar
sobre a aplicação dos recursos do
Fundo de Desenvolvimento. O
Presidente e o Vice-Presidente do
Conselho serão eleitos pelos seus pares
em votação secreta dentre todos os
membros.

Participação Popular:

Assegura a participação popular, nos Nesse aspecto, o substitutivo

termos do § 2º do artigo 154 da CE e do avança de forma significativa.
artigo 14 da Lei 760/94 e prevê a Propõe a participação de 39
participação popular no Conselho representantes de entidades da

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Consultivo, porém remete as regras de sociedade civil com reconhecida
participação à normatização posterior. atuação nas funções públicas de
interesse comum à região e define a
proporção:
14 (quatorze) representantes de
entidades dos movimentos sociais e
populares;

8 (oito) representantes de entidades de

trabalhadores;

8 (oito) representantes de entidades

empresariais;

4 (quatro) representantes de
entidades profissionais, de
classe,acadêmicas ou de pesquisa;

5 (cinco) representantes de
organizações não governamentais.

Avança ainda mais quando propõe a

realização da Conferência da Região
Metropolitana de São Paulo a cada 2
anos, precedida de Conferências
Metropolitanas Sub-regionais. Esse
processo ajuda a fomentar a
participação dos vários segmentos da
sociedade. O artigo 24 define os
objetivos da Conferência:

I. eleger os representantes da
sociedade civil que deverão compor o
Conselho de Desenvolvimento da
Região Metropolitana de São Paulo;

II. propor diretrizes e avaliar as

políticas relativas às funções
públicas de interesse comum de
desenvolvimento da Região
Metropolitana de São Paulo;

III. definir prioridades de ação para a

Região Metropolitana de São Paulo.

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O artigo 25 define a proporção dos
delegados por segmento, a serem
eleitos nas Conferências Metropolitanas
Sub-regionais.

Não propomos a criação do Conselho

Consultivo, como faz a proposta de
substitutivo da Comissão de Assuntos
Municipais, já que a participação no
Sistema está garantida em outros
instrumentos do substitutivo da
Comissão de Assuntos Metropolitanos.

Entidade Autárquica:

No que se refere à entidade autárquica, a O Substitutivo cria a autarquia também

proposta original não a cria de imediato, vinculada à Secretaria de Economia e
mas autoriza sua criação pelo Executivo, Planejamento, que figurará como órgão
vinculando-a à Secretaria de Economia e de apoio técnico e administrativo ao
Planejamento. funcionamento do sistema de gestão, e
define de forma mais completa suas
atribuições.
Fundo de Desenvolvimento:

A exemplo do tratamento dado à O Substitutivo cria o Fundo, e também o

autarquia, o substitutivo autoriza a vincula à Secretaria de Economia e
criação do Fundo de Desenvolvimento, Planejamento com o objetivo de apoiar a
vinculando-o à Secretaria de Economia e implementação dos planos relativos ao
Planejamento, dispondo que dará suporte planejamento metropolitano e dar
financeiro ao planejamento integrado e suporte ao sistema de gestão. Nessa
às ações dele decorrentes, no que se proposta, o Conselho de Orientação será
refere às funções públicas de interesse composto por 7 membros, sendo: 6 do
comum, prevendo que terá um Conselho de Desenvolvimento da
Conselho de Orientação, que Região Metropolitana de São Paulo,
supervisionará a aplicação dos recursos, sendo 2 do Poder Público Estadual, 2
sendo que será composto por quatro do Poder Público Municipal e 2 da
membros do Conselho de sociedade civil, indicados entre seus
Desenvolvimento e dois da entidade pares, além do Diretor
autárquica. Ainda segundo o projeto, a Superintendente da entidade
receita do Fundo será constituída por autárquica.
recursos do Estado e dos Municípios.
Em seu artigo 22, o substitutivo diz que
deverão ser enviados, semestralmente,
à Assembléia Legislativa e ao Conselho
de Desenvolvimento da Região

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Análise da Assessoria Temática
Metropolitana de São Paulo, relatórios
administrativos e financeiros das
operações do Fundo de
Desenvolvimento.

Outro aspecto importante é que,

enquanto o texto inicial propõe que o
fundo seja composto por recursos do
Município, nosso substitutivo propõe
que seja de recursos do Estado,
destinados por disposição legal, além, é
claro, de outras fontes definidas na lei.

“Financiamento da Gestão
Metropolitana”

Diz que o fundo será composto por O artigo 10, em seu §1°, diz: As
recursos do Estado, mas não faz diretrizes, bem como os recursos
menção aos planos plurianuais e leis de financeiros necessários à
diretrizes orçamentárias e orçamentos implementação do Plano Diretor
anuais. Estratégico da Região Metropolitana de
São Paulo, aprovado pelo Conselho
de Desenvolvimento, nos termos do
inciso I do artigo 10 desta lei
complementar, deverão ser previstos
nos planos plurianuais, nas leis de
diretrizes orçamentárias e
orçamentos anuais do Estado.

Em nossa opinião, essa é uma questão

das mais importantes para que se
consiga, de fato, avançar na integração
metropolitana, afinal, é impossível
enfrentar os grandes desafios
colocados para os Municípios da RMSP
sem aporte efetivo de recursos do
Estado.

Observação:

O anexo contém a íntegra do texto original e dos substitutivos propostos nos

pareceres da Comissão de Assuntos Municipais (Relator: Deputado João

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Caramez) e da Comissão de Assuntos Metropolitanos (Relator: Deputado Mário
Reali).

Para que haja avanço efetivo no desenvolvimento da RMSP, defendemos a

aprovação, na íntegra, da Subemenda Substitutiva proposta no parecer da
Comissão de Assuntos Metropolitanos, pois ela incorpora as Emendas n.° 3, 4, 9,
10, 11, 12. 13, 15, 16, 17, 18, 19, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 28, 31, 32, 35, 36, 37, 38,
39, 41, 45, 46, 47, 48, 49, 50, 54, 55, 56, 57, 59 e os substitutivos apresentados
durante a fase de pauta.

1 de abril 2011

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