Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
HISTÓRIA DO ESTADO
O espaço territorial do atual Estado de Rondônia, unidade federativa criada pela Lei
nº 41, de 22 de dezembro de 1981, teve como origem o antigo Território Federal do
Guaporé, criado pelo Decreto-Lei nº 5.812, de 13 de setembro de 1943, assinado pelo
Presidente Getúlio Vargas.
O Território Federal do Guaporé foi originalmente criado com uma área de 243.044
2
km com terras desmembradas dos Estados do Amazonas e Mato Grosso, consolidando-se
em definitivo com a sua atual área de 237.576 km2 em razão de posterior reincorporação de
terras do Estado do Amazonas abrangidas pelos municípios de Lábrea e Humaitá que
haviam sido incluídas na área do Território Federal do Guaporé pelo decreto original de
sua criação.
A área absorvida pelo Território Federal do Guaporé estava compreendida no
contexto geográfico perlustrado pelo sertanista militar Cândido Mariano da Silva Rondon
quando das explorações realizadas durante os trabalhos da Comissão Construtora de
Linhas Telegráficas de Cuiabá a Santo Antonio do Madeira, região denominada pelo
etnólogo Edgar Roquete-Pinto, em 1915, como Rondônia, no sentido de que seriam terras
desbravadas por Rondon. Em 17 de fevereiro de 1956, pela Lei nº 21.731, de autoria do
deputado federal Áureo de Melo, do Estado do Amazonas, o Território Federal do Guaporé
passou a ser denominado Território Federal de Rondônia em homenagem ao Marechal
Cândido Mariano da Silva Rondon, o notável desbravador de sertões que na época vivia os
seus últimos anos de vida.
Localizado na parte ocidental da Amazônia, o Estado de Rondônia limita-se com o
Estado do Amazonas ao Norte, com o Mato Grosso e a Bolívia ao Este e ao Sul e com a
Bolívia e o Acre ao Oeste. Os limites internacionais do Estado com a República da Bolívia
são compreendidos por uma extensa linha de fronteiras fluidas delimitadas pelos rios
Guaporé, Mamoré e Madeira, no trecho compreendido entre a foz do Cabixi (no Guaporé)
e a foz do Abunã (no Madeira), subindo tal linha de fronteira pelo Abunã até o limite com
o Estado do Acre, totalizando 1.350km de fronteiras internacionais.
O Estado de Rondônia é o 13º do Brasil em extensão territorial, com uma superfície
superior à de muitos países europeus de importância, sendo banhado pelo rio Madeira, que
é o 17º em extensão entre os maiores rios da Terra.
No aspecto econômico, está entre os dez Estados com maior rebanho bovino no
País, sendo também um dos maiores produtores de grãos. Ainda persistem em algumas
regiões do Estado remanescentes nichos do extrativismo vegetal voltados para a produção
da borracha natural, da castanha-do-pará e de algumas outras essências. Há também
explorações minerais de cassiterita, topázio, ametista, cristal e diamantes, muito embora
tais explorações nem sempre aconteçam de forma legal.
A instalação do Estado de Rondônia deu-se na data de 4 de janeiro de 1982, sendo
mantido como seu primeiro Governador o último governante do extinto Território Federal
de Rondônia, o coronel Jorge Teixeira de Oliveira, que seria substituído três anos mais
tarde pelo deputado Ângelo Angelim, governante que transmitiria o cargo ao primeiro
Governador eleito pela via direta, o ex-deputado federal Jerônimo Garcia de Santana, que
assumiu o cargo em 15 de março de 1987, tendo sido eleito em 15 de novembro de 1986.
A instalação da Assembléia Constituinte do Estado deu-se em 31 de janeiro de l983, com a
posse dos deputados eleitos em 15 de novembro de 1982. A primeira Constituição do
Estado foi promulgada no dia 6 de agosto de 1983, data em que foi instalada a Assembléia
Legislativa do Estado de Rondônia.
1
O Estado de Rondônia foi criado com apenas 13 Municípios instalados: Porto
Velho, Ariquemes, Jaru, Ouro Preto do Oeste, Ji-Paraná, Presidente Médici, Cacoal,
Pimenta Bueno, Espigão do Oeste, Colorado do Oeste, Vilhena, Costa Marques e Guajará-
Mirim. Porto Velho e Guajará-Mirim foram os municípios integrantes da criação do
Território Federal do Guaporé. Os demais municípios foram criados durante a década de
1970/80 em decorrência dos projetos de colonização implantados no Território Federal de
Rondônia pelo Instituto de Colonização e Reforma Agrária-INCRA.
ASPECTOS FISIOGRÁFICOS
2
interior nos tempos dos desbravamentos, somente abaixo da última grande cachoeira o
seu curso torna-se francamente navegável até o Madeira.
O rio Jamari, cujo curso é mais ou menos paralelo ao curso do Ji-Paraná, era
também navegável por embarcações de grande porte até a Cachoeira de Samuel, onde
atualmente está construída a Usina Hidrelétrica de Samuel, muito embora fosse navegado
por pequenas embarcações na época das explorações dos seringais.
O rio Roosevelt, cujas nascentes promanam das proximidades das nascentes do Ji-
Paraná, notabilizado pela Expedição Roosevelt-Rondon que explorou o seu curso entre
fevereiro e abril de 1914, tem o sentido de sua corrente de sudeste para o norte, derivando
seu curso para o território do Mato Grosso nos quilômetros iniciais da sua corrente até
internar-se no Estado do Amazonas, tornando-se um rio de planície que vai desaguar em
largo estuário nas proximidades da foz do rio Madeira.
O clima que predomina na região abrangida pelo Estado de Rondônia é o equatorial
quente e úmido, com médias de temperaturas anuais em torno de 26ºC. Os índices
pluviométricos são bastante elevados, com variações entre 1.800 a 2.400 mm e uma
estação seca que vai de maio a novembro, podendo variar em certos anos. Na estação do
inverno, com relativa regularidade entre os meses de junho e agosto, grande parte do
Estado de Rondônia costuma ser assolada pelo fenômeno das friagens, quedas bruscas de
temperatura que podem atingir 10ºC até em Porto Velho, havendo registros de
temperaturas entre 15ºC e 10ºC em algumas regiões das cordilheiras, fenômeno causado
pela entrada da massa de ar frio polar pela baixada do Paraguai.
FLORA E FAUNA
3
Existem também animais de espécies como o tamanduá-bandeira e outras
variedades de tamanduás, o tatu, o caititu, o queixada, a anta, o veado roxo, o veado
capoeiro e algumas espécies de veados pouco conhecidas ainda, supostamente em
decorrência de cruzamentos exógenos entre espécies diferentes, talvez em decorrência da
pressão da caça em alguma época que teria dizimado as espécies mais apreciadas como os
veados capoeiros e embaúbas em proveito de espécies pouco caçadas como os veados
roxos, cuja carne nunca foi muito apreciada e ainda por cima carregava o estigma de que
transmitia panema (má sorte para a caça) aos caçadores que o matavam.
Os répteis são também numerosos na fauna do Estado, entre os quais o jacaré, o
jabuti, a tartaruga, o tracajá, além de muitos ofídios como a surucucu pico-de-jaca, a coral,
a jararaca e muitas outras cobras peçonhentas. Há também muitas jibóias, sucuris,
caninanas e outras cobras do gênero Boa.
As aves são também muito numerosas, tanto as aves de florestas de terra firme
como as aves de regiões ribeiras e pantanais. Há uma grande variedade de psitacídios como
a arara vermelha, a arara canindé, a ararinha, o papagaio, o periquito, a maracanã e outros.
Há também aves como o tucano, o mutum, o jacu, o cujubim, a cigana, o jacamim, a
inambu-açu, a inambu-galinha, a inambu-macucal, a inambu preta e o macuco. As aves de
rapina são numerosas, entre as quais o urubu, o urubu-rei, o gavião vermelho, o gavião
pedrez, o carcará e o gavião-real (Harpia), considerado pelos ornitólogos como a maior
águia do mundo.
Na fauna aquática predominam os bagres como a piraíba, a pirarara, o surubim, o
caparari, o jaú, o mandubé, o dourado e outros de menor porte. Entre os peixes de escama
há o tambaqui, a pirapitinga, o pacu, o tucunaré, a piranha, o cará, o piau, a jatuarana e o
jaraqui. As únicas espécies de mamíferos aquáticos que podem ser encontradas nos rios de
Rondônia são os botos vermelhos e os botos cinzas.
PORTO VELHO
A cidade mais importante e populosa do Estado é Porto Velho, a Capital, núcleo de
povoamento que teve origem na construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, entre
1907 e 1908, não havendo consenso entre os historiadores quanto ao ano específico do
início do seu povoamento, mas com evidências de que teria sido em 1907, ano que marca o
início dos trabalhos da construção da ferrovia.
Em 1943, quando da criação do Território Federal do Guaporé, Porto Velho,
município que pertencia ao Amazonas, foi escolhido como Capital da nova unidade
federativa, fato histórico que contribuiu para o aumento acelerado da sua população.
A cidade é banhada pelo rio Madeira, onde está instalado o complexo portuário da
Hidrovia do Madeira, principal saída dos produtos exportados pelo Estado, bem como a
entrada dos produtos industrializados que são importados. A malha rodoviária federal tem
saídas de Porto Velho pelas BR-319 e 364, que dão acesso aos Estados do Amazonas,
Acre, Mato Grosso e ao Sul/Sudeste. O Aeroporto Internacional faz a ligação do Estado
com as principais cidades do País.
8
Porto Velho ocupa o terceiro lugar em população entre as cidades da região Norte.
Segundo os números do mais recente censo, a população da cidade é de 380.974
habitantes. O município dispõe atualmente de uma universidade federal e oito
estabelecimentos de ensino universitário particulares.
GUAJARÁ-MIRIM
A cidade de Guajará-Mirim tem importância de natureza histórica e pela sua
localização estratégica, situada à margem direita do rio Mamoré, acima das cachoeiras que
obstaculizam a navegação entre Porto Velho e aquele ponto fronteiriço. A cidade está
localizada em frente à cidade boliviana homônima (Guayaramerín), com a qual mantém
intenso intercâmbio comercial.
Do seu porto fluvial a navegação é franca, pela via Mamoré-Guaporé, até a cidade
de Vila Bela, no Mato Grosso, e até Puerto Villarruel, pelo Mamoré, no interior da Bolívia,
nas proximidades do Departamento de Cochabamba.
O povoado de Guajará-Mirim, antigo vilarejo de Esperidião Marques, ganhou
importância e impulso econômico quando se tornou o ponto terminal da Estrada de Ferro
Madeira-Mamoré, em 1912, e com a inauguração da ferrovia. Elevado a município do
Estado do Mato Grosso em 12 de julho de 1928, passou a município integrante do
Território Federal do Guaporé quando da sua criação em 1943.
A cidade abrigava basicamente as casas aviadoras dos seringais situados na região
do Vale Mamoré-Guaporé e seus tributários das duas margens, pois a produção de
borracha oriunda da Bolívia era também escoada pela ferrovia. Sua estreita vinculação com
a economia do extrativismo vegetal foi a principal razão de sua estagnação econômica
depois do colapso dos seringais da região. Os projetos agrícolas implantados pelo INCRA
na área do município deram origem ao novo município de Nova Mamoré, não
contribuindo para o desenvolvimento da cidade de Guajará-Mirim.
Os números censitários indicam que Guajará-Mirim tem hoje uma população de
pouco mais de trinta mil habitantes, havendo registrado nas duas últimas décadas um
êxodo da sua população urbana, principalmente em demanda da cidade de Porto Velho.
JI-PARANÁ
A cidade de Ji-Paraná, segundo maior centro urbano de Rondônia, está localizada
no eixo da BR-364, a 370 km da Capital, nas margens do rio Machado (ou Ji-Paraná), na
sua confluência com o rio Urupá.
O povoamento original da região foi iniciado por desbravadores de seringais por
volta do final do século XIX. No início do século XX, em 1912, a Comissão Rondon
implantou no local a estação telegráfica Presidente Pena, consolidando a fixação definitiva
do povoado. Na década de 1950, na busca de alternativas econômicas, garimpeiros
povoaram o vilarejo durante alguns anos. Os projetos de colonização implantados pelo
INCRA na década de 1970 atraíram grande número de migrantes para a região e
processaram a ocupação definitiva das terras do seu entorno, dando origem ao Município
criado em 11 de outubro de 1977, tendo como primeiro Prefeito o pioneiro Wálter Bártolo.
Ji-Paraná, segundo os números censitários mais recentes, tem uma população de
113.453 habitantes e uma área de 6.897 km2.
A cidade de Ji-Paraná apresenta apreciável desenvolvimento cultural, sendo
dotada de um teatro, um museu, uma fundação cultural e instituições universitárias
particulares e públicas.
ARIQUEMES
9
A cidade de Ariquemes, terceiro município em população de Rondônia, está
localizada no eixo da BR-364, a 200 km da Capital. O município é banhado pelo rio Jamari
e tem uma área de 4.427 km2, com população de 86.924 habitantes.
O povoamento da região foi iniciado por exploradores de seringais, na antiga Vila
Papagaios, à margem do rio Jamari. No início do século XX, em 1912, a Comissão Rondon
implantou no local a estação da linha telegráfica, dando-lhe a denominação de Ariquemes
em homenagem a uma antiga tribo indígena da região do Jamari. No final da década de
1950 foram descobertas na região do atual município grandes jazidas de cassiterita, fato
que atraiu milhares de garimpeiros para vário afluentes do Jamari, onde até hoje são
exploradas as minas de cassiterita.
Os projetos de colonização implantados pelo INCRA nas décadas de 1970/1980
atraíram muitos colonos das regiões Sul e Sudeste, consolidando o povoamento do
município criado em 1977. O município é grande produtor de cacau e cereais e tem grande
desenvolvimento em pecuária. A cidade tem instituições universitárias privadas e pública.
CACOAL
A cidade de Cacoal nasceu da ocupação espontânea de colonos à margem da
BR-364 no início da década de 1970. Não houve instalações da Linha Telegráfica no sítio
onde hoje se localiza a sede do município. O município tem uma área de 3.793 km2 e uma
população de 78.422 habitantes, segundo os números censitários mais recentes.
A cidade desenvolveu-se rapidamente com a produção de café e outras atividades
agrícolas, tornando-se um dos mais importantes centros urbanos do eixo da BR-364. O
município dispõe de centros universitários dos melhores de Rondônia. A economia do
município hoje está diversificada em agricultura, pecuária, mineração e pequenas
indústrias de transformação. O centro urbano da cidade é o mais verticalizado do interior
do Estado. O município foi emancipado em 1977 e é atravessado pelo rio Pimenta Bueno
ou Apidiá.
ROLIM DE MOURA
A cidade de Rolim de Moura é banhada pelo rio do mesmo nome, curso d'água
descoberto pela Comissão Rondon em 1909, durante as explorações para construção da
Linha Telegráfica. O povoamento teve origem no projeto de colonização implantado pelo
INCRA no final da década de 1970, projeto destinado a receber os agricultores excedentes
do assentamento de Cacoal. O núcleo urbano do projeto de colonização desenvolveu-se
rapidamente, consolidando o povoamento da região que ocasionou a criação do município
em 05 de agosto de 1983.
O município de Rolim de Moura tem uma área de 1.458 km2 e uma população de
49.907 habitantes. A economia é baseada na agricultura e na pecuária, depois da
decadência da indústria madeireira que floresceu na região nas décadas de 1980/1990.
PIMENTA BUENO
A cidade de Pimenta Bueno originou-se do núcleo de povoamento que cresceu em
torno da estação da Linha Telegráfica implantada pela Comissão Rondon na confluência
dos rios Comemoração de Floriano e Pimenta Bueno em 1910. O município, criado em
1977, tem atualmente uma área de 6.241 km2 e uma população de 31.415 habitantes,
segundo os números censitários mais recentes.
O núcleo urbano de Pimenta Bueno começou a adensar o seu povoamento no
início da década de 1950 quando numerosos garimpeiros de diamantes se estabeleceram no
povoado. Parte do município de Pimenta Bueno é banhada pelo rio Roosevelt, onde se
localizam as jazidas de diamantes da Reserva Indígena Roosevelt, dos índios Cinta-Larga,
remanescentes dos famosos Nhambiquaras. Os projetos de colonização implantados pelo
INCRA na década de 1970 atraíram muitos migrantes sulistas que consolidaram o
10
povoamento regional e deram nova configuração urbana ao antigo vilarejo da Linha
Telegráfica.
VILHENA
A cidade de Vilhena tem sua origem de povoamento no núcleo formado em torno
da estação da Linha Telegráfica implantada em 1910 pela Comissão Rondon no sertão
dominado até então pelos temíveis Nhambiquaras. O município, criado em 1977, tem uma
área de 11.519 km2 e uma população de 65.807 habitantes. A área do município é banhada
por rios da bacia do Madeira e da bacia do Tapajós. Os principais rios que banham a região
são o Apidiá, o Cabixi e o Roosevelt.
O município de Vilhena distingue-se no contexto do Estado de Rondônia pelo seu
clima bem mais ameno que a média geral de outras regiões estaduais. Tal característica
deriva da sua altitude em relação a outros pontos do Estado. A cidade está situada no alto
do Chapadão dos Parecis, a 700 metros de altitude, com áreas de cerrado, floresta de
transição e algumas faixas de floresta amazônica. Os projetos de colonização implantados
na região pelo INCRA deram desenvolvimento à pecuária e ao plantio de soja. A cidade é
dotada de um aeroporto que opera vôos domésticos e dispõe de uma extensão da
Universidade Federal de Rondônia.
SÍTIOS TURÍSTICOS
11
O Complexo da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré é o mais importante
referencial turístico da cidade de Porto Velho, situado à margem do rio Madeira, na área
central da Capital, envolve os galpões, a estação, as oficinas e o grande pátio de manobras
da antiga ferrovia, bem como alguns prédios remanescentes da administração ferroviária
hoje ocupados por diferentes órgãos públicos. As antigas instalações da ferrovia estão
situadas nas proximidades do Porto do Cai N ' Água e do Mercado Central. Funciona no
local o Museu da Estrada de Ferro e outras instalações voltadas para o turismo, inclusive
sete quilômetros da antiga via férrea para passeios até a Cachoeira de Santo Antonio.
12