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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA

CATARINA – UFSC

CCE – CENTRO DE COMUNICAÇÃ E EXPRESSÃO


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
LINGUÍSTICA

Jociane Araujo Peres da Luz

NELL: ANÁLISE FÍLMICA, LINGUAGEM E


ABORDAGEM HISTÓRICO-CULTURAL

FLORIANÓPOLIS, JUNHO 2010.


Jociane Araujo Peres da Luz

NELL: ANÁLISE FÍLMICA, LINGUAGEM E


ABORDAGEM HISTÓRICO-CULTURAL

Artigo acadêmico apresentado como


Trabalho de Conclusão da disciplina de
Leitura Crítica da Mídia, ministrada pelo
Prof. Dr. Josias Ricardo Hack, ao Centro de
Comunicação e Expressão, no Programa de
Pós-Graduação em Linguística – Mestrado,
da Universidade Federal de Santa Catarina.

FLORIANÓPOLIS, JUNHO 2010.


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.................................................................................................................5

NELL: ANÁLISE FÍLMICA, LINGUAGEM E ABORDAGEM HISTÓRICO-


CULTURAL......................................................................................................................6

EFICIÊNCIA X DEFICIÊNCIA HISTÓRICA-SOCIAL.............................................7

A AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM PELA PROTAGONISTA SOB ENFOQUE


HISTÓRICO-CULTURAL...........................................................................................9

REPRESENTAÇÃO DO SIGNO CULTURAL.........................................................10

CONSIDERAÇÃO FINAL.............................................................................................15

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIAS:..............................................................................17
NELL: ANÁLISE FÍLMICA, LINGUAGEM E ABORDAGEM
HISTÓRICO-CULTURAL
Jociane Araujo Peres da Luz1

Resumo:

Este artigo tem por objetivo a análise fílmica do filme “Nell” para a disciplina de
Leitura Crítica da Mídia, do Curso de Pós-Graduação em Linguística – Mestrado, pela
Universidade Federal de Santa Catarina. A análise terá foco na linguagem utilizada para
a produção deste filme em uma abordagem histórico-cultural.

Palavras- chaves: análise fílmica, linguagem, abordagem histórico-cultural.

Abstract:

This article aims to review film of the movie “Nell” to the discipline of Critical Media,
of the Post-Graduate in Linguistics – MSc, Universidade Federal de Santa Catarina. The
analysis will focus on the language used for the production of this film in a historical-
cultural.

Keywords: film analysis, language, historical-cultural approach.

Resumén:

Este artículo pretende realizar una revisión cinematográfica de la película “Nell” de la


disciplina de la Critica de los Medios de la Pos-Grado en Lingüística – MSc,
Universidad Federal de Santa Catarina. El análisis se centrará em la língua utilizada
para la producción de esta película em um enfoque histórico-cultural.

Palabras-claves: análises de película, el idioma, el enfoque histórico-cultural.

1
Aluna especial no programa de Pós-Graduação em Linguística/Mestrado – UFSC – na disciplina de
Leitura Crítica da Mídia.
Especialização em Ensino-Aprendizagem de Línguas Portuguesa, Inglesa e Espanhola – Associação
Catarinense de Ensino - Faculdade Guilherme Guimbala.
Graduação Licenciatura em Letras – Português e Literaturas de Língua Portuguesa – Universidade
Luterana do Brasil (ULBRA – Canoas/RS)
Professora de Língua Portuguesa da Rede Municipal de Ensino de Florianópolis/SC, desde 2009 (EJA e
Ensino Fundamental).
INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem por objetivo a análise fílmica do filme “Nell” para a

disciplina de Leitura Crítica da Mídia, do Curso de Pós-Graduação em Linguística –

Mestrado, pela Universidade Federal de Santa Catarina. A análise terá foco na

linguagem utilizada para a produção deste filme em uma abordagem histórico-cultural.

O filme escolhido justifica-se pelo seu tema e por trazer uma questão abrangente para a

nossa sociedade: a exclusão que algumas pessoas enfrentam na e pela sociedade por

terem uma forma diferente de se comunicarem e como essa as enxergam, bem como, a

forma que o cinema trata desta questão.

Nesse filme vários itens poderiam ser analisados, mas, em princípio,

escolheu-se por analisar alguns símbolos que são bem marcantes nele: a linguagem da

protagonista – Nell, o ambiente em que Nell vivia a relação da ciência e da linguagem, a

forma como a personagem principal cultivava os mortos, os banhos nus em um lago

pela personagem Nell e, por último, a cena do julgamento.


NELL: ANÁLISE FÍLMICA, LINGUAGEM E ABORDAGEM HISTÓRICO-
CULTURAL

Segundo Foucault (1999), mais importante que buscar explicar a cultura, a

ciência, às ideias de uma determinada época ou sociedade, é buscar o que em uma

sociedade é rejeitado e excluído, ou seja, quais ideias, comportamentos, condutas,

princípios jurídicos ou morais são aceitos ou não por nós. Nesse sentido, escolheu-se

por analisar o filme Nell, numa abordagem histórico-cultural e a linguagem nela

utilizada já que em nossa sociedade, o homem, é considerado como ser social e mesmo

assim, ainda há humanos que não estão integrados nela.

NELL é um filme da Fox Vídeo, datada em 1995, com duração de 115

minutos, sob a direção de Michael Apted, produção de Renee Missel e Jodie Foster.

Como protagonistas temos: Jodie Foster, Liam Neeson e Natasha Richardson. O filme

Nell é um filme que aborda os aspectos lingüísticos da fala, da linguagem e da

comunicação como fator social.

O cenário se passa num vilarejo de uma cidade do interior dos Estados

Unidos em que as pessoas possuem uma vida simples e são modestas. Neste vilarejo há

um local isolado como se fosse uma floresta e, nesta, há três moradoras. A matriarca é

uma senhora que durante a sua gestação teve derrame e gerou filhas gêmeas. Na pré-

adolescência, uma delas morre. Posteriormente, a mãe falece ficando apenas uma de

suas filhas: Nell.


Nell é uma moça com linguagem própria: nunca teve contato com o mundo

externo uma vez que nunca saíra do local de onde morava e só se comunicava com a

mãe e com a irmã, quando vivas, por meio de palavras “soltas”, grunhidos e

gesticulação (corporal e facial). Um entregador de mercadorias entra na casa e vê a

matriarca morta. Volta para o centro do vilarejo e avisa o policial. Ao lado deste está o

médico da cidade. O dois vão à floresta para investigar o acontecido. Lá, encontram

Nell. Nem o policial e nem o médico conseguem falar com ela. O médico, então, vai

até uma Universidade e fala com uma amiga que é psiquiatra. Esta diz que a moça deve

ser internada no hospital. O médico discorda dela. O caso vai para o Tribunal da Justiça

que dá um prazo de três meses para Nell “falar”, caso contrário, seria internada. Tanto o

médico quanto a psiquiatra observam-na neste período. Constatam que ela apresentava

uma linguagem diferente porque a parte da linguagem no seu cérebro teve alguns

problemas devido ao derrame que sua mãe teve durante a gestação.

EFICIÊNCIA X DEFICIÊNCIA HISTÓRICA-SOCIAL

O local de imagem pela qual se passa a maior parte do filme, um local

isolado, cheios de árvores, de difícil acesso, sem nenhum outro morador nesta “floresta”

além da matriarca e de suas filhas gêmeas e, posteriormente, só a Nell, tem relação

significante da exclusão histórico-cultural. A história demonstra duas polarizações

significativas que estiveram atreladas por muito tempo: eficiência X deficiência. Essa

polarização não é tema atual, sempre esteve presente no contexto histórico da

humanidade. Para Foucault (2002) desde o século XIV ao século XVII, a exclusão de

indivíduos é uma prática constante, isto é, a eliminação de pessoas indesejadas, pois

valores éticos, morais e o modelo médico estão fortemente enraizados. Naquela época,
crianças que nasciam com algum tipo de deficiência eram jogadas nos esgotos e nos rios

da Roma Antiga, com o simples intuito de se “eliminar” aquilo que era considerado

seres diabólicos que mereciam castigos para serem purificados. Os indivíduos excluídos

eram alienados, separados em grupos, entre os quais, indigentes, vagabundos e

mendigos; prisioneiros; "pessoas ordinárias"; "mulheres caducas"; "velhas senis ou

enfermas"; "velhas infantis"; pessoas epilépticas; "inocentes mal formados e disformes,

pobres bons; "moças incorrigíveis". (Foucault, 2002). Seguindo este pensamento, a

psiquiatra, embora pessoa estudada e pesquisadora em uma universidade estigmatizou

Nell, inicialmente, com oportunidade reduzidíssima de ampliação de suas capacidades.

Com o desenvolvimento da ciência, o conjunto de saberes simplificadores

como crendices, bruxarias e misticismo que caracterizavam esses excluídos na Idade

Média, foi aos poucos sendo desconstruído, dando lugar a estudos de ordem mais

objetiva (Focault, 2002). Atualmente, devido aos avanços nas pesquisas neurológicas

comprovam a plasticidade do cérebro que, mesmo lesado, tem condições de

reconstituir-se e garantir o seu funcionamento, bem como, outras ciências que estão

contribuindo no sentido de colaborar para que estes sejam considerados dotados de

sentimentos e que desde a vida intra-uterina influenciam o seu comportamento (Revista

Veja).
A AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM PELA PROTAGONISTA SOB ENFOQUE
HISTÓRICO-CULTURAL

Comprovado o motivo da linguagem de Nell ser diferente das demais

pessoas daquele vilarejo, ela foi, aos poucos, motivada pelos seus observadores (o

médico e a psiquiatra), ao convívio social conduzindo-a para que melhorasse suas

atividades cognitivas e lingüísticas e, portanto, a uma potencialização do processo de

aprender. Isto é, o conhecimento que ela possuía sobre o que sabia e o que desconhecera

acerca do seu conhecimento e dos seus processos, através de estratégias do médico e da

psiquiatra, auxiliaram-na a melhorar o seu desempenho lingüístico. Vygotsky, como

grande repercussor da interação do homem com o meio, destaca a importância do social

na construção do sujeito. Enfoca com primazia a relação entre o desenvolvimento e a

aprendizagem, defendendo que o desenvolvimento não se dá apenas numa dimensão

biológica, mas também, através das interações sociais. A diversidade de experiências,

trajetórias pessoais, contextos familiares, valores e níveis de conhecimento de cada

membro do grupo no cotidiano, a possibilidade de trocas, ajuda mútua e,

consequentemente, ampliação das capacidades individuais e coletivas (VYGOTSKY,

1997).

Desse modo, aos poucos e lentamente, Nell vai construindo uma linguagem

mais “aprimorada” e passa a se relacionar melhor e a ter contato com outras pessoas. A

linguagem, na verdade, seguindo Bakhtin, é um instrumento para a transmissão e um

produto de cultura; não há discurso individual uma vez que este se constrói em função

do outro num processo de tomada de consciência do sujeito e da relação do eu com a

palavra do outro, na internalização dessa sua palavra, num processo ininterrupto e

inacabado (BAKHTIN, 2006).


Ainda, sobre a aquisição da linguagem, Travaglia cita:

“[...] cada falante adquire e internaliza a língua em uma de


suas variedades: aquela que é predominante em seu meio; por isso
propugnamos que nosso objetivo (...) não é fazer com que
adquiram a língua, (...), mas sim ampliar a capacidade de uso
dessa língua, desenvolvendo sua competência comunicativa por
meio de atividades (...) nas mais diferentes situações de interação
comunicativa que, por isso mesmo, serão construídos e
constituídos com recursos próprios”. (TRAVAGLIA, 2002. p. 142).

Em relação aos sons apresentados neste filme são econômicos

provavelmente fazendo jus ao contexto apresentado: lugar simples (vilarejo no interior

dos Estados Unidos), a própria protagonista do filme “não fala” (linguagem gestual,

facial, sussurros, grunhidos), a filmagem se passa na maior parte na floresta (sons de

pássaros, vento, água, insetos) ou na cidade (som de carro em movimento, motor de

carro, abrir e fechar porta carro, folhear jornal ou outras folhas de papel) e os sons

emitidos nela são dados como sons universais. A música se apresenta no bar da cidade

(blues/ country). (VANOYE, GOLIOT-LÉTÉ, 2008).

REPRESENTAÇÃO DO SIGNO CULTURAL

Também é fator relevante no filme e de signo cultural a forma como a

protagonista cultivava os mortos: a maneira como sepultou a mãe e visita ao local onde

sua irmã foi enterrada. A forma de rito de morte, para Nell, se apresentava para ela

daquele modo porque era este que ela conhecia e não porque não possuía cultura.

Segundo alguns dicionários da língua portuguesa, de forma sucinta, cultura é o “ato ou

efeito de cultivar”, “desenvolvimento intelectual”, “ conjunto de experiências humanas


(conhecimentos, costumes, instituições) adquiridas pelo contato social e acumuladas

através dos tempos”. Nesse caso, Nell teve a experiência da sua mãe ao vê-la enterrar a

filha. Nell, de certa forma tinha presença de religiosidade: sua mãe, quando viva, lia-lhe

trechos bíblicos. Conforme Mircea, em Moreno, o homem é um ser essencialmente

religioso. O culto aos mortos é um ato religioso. Mesmo nas sociedades modernas e

urbanas ou industrializadas encontramos símbolos mágicos ou religiosos que revelam

outra realidade: a morte, neste caso. A passagem do estado de vida para a morte deve

ser ritualizada. Para Moreno, o rito fúnebre depende do costume da civilização que o

indivíduo faz parte e é um ato social. (MORENO, 13/06/10).

No filme, essa passagem tem a representação de flores, cruz e uma cabeça

de caveira. Seguindo a teoria de Vygostky, para Nell, estes objetos faziam parte de

instrumento simbólico fundamental de seu grupo: mãe e filha e, posteriormente, só para

ela, como também poderia ser para outros grupos humanos e elaborados no curso da

evolução da espécie e história social. (WIKIPEDIA, 12/06/10). As flores são utilizadas

desde o período do Egito Antigo. Na homenagem a pessoa falecida, ela se popularizou a

partir de 1800. Além de adorno, possui várias representações, mas, em geral, referem-se

à fragilidade e singeleza. Dependendo da cultura, a cruz terá um significado.

Inicialmente era um símbolo pagão que, posteriormente, foi utilizado no cristianismo

representando amor e fé. O crânio faz alusão de que a morte acompanha a todos. (ARTE

CEMITERIAL, 13/06/10).

Outro fator de simbolismo marcante neste filme são as imagens em que a

protagonista, por diversas vezes, toma banho nua em um lago. Essas cenas se passam na

noite, com o brilho do luar refletindo sobre a lagoa e a nudez total da personagem como
forma de representação da sua ingenuidade, pureza e o contato livre com a natureza.

Inicialmente, o médico fica constrangido quando a observa neste momento;

posteriormente, passa a admirar o seu corpo e, depois, a relação que Nell tem com

aquela imersão no lago quando se banha. Tempo depois, a psiquiatra fica sabendo que

Nell se banha nua no lago e que o médico observa-a. Essa critica o colega pela atitude

de estar observando-a nua. Mais tarde, entende que seu colega faz isto como modo de

tentar entender Nell. A psiquiatra passa a observar Nell também. Nell percebe que está

sendo observada e convida-os para mergulhar no lago da mesma forma que ela. Nesse

momento, considerando-se a convivência entre Nell (protagonista), Lovell (médico) e

Paula (psiquiatra), compreende-se melhor a questão concernente aos equívocos que

muitas sociedades cometem na tentativa de imposição de sua cultura frente à cultura do

outro, ou mesmo, de não consideração da cultura diferente. O inicial exotismo

verificado pelos personagens deu lugar a um encantamento associado a um desejo de

entender melhor aquele universo bastante peculiar que Nell apresentava. Também,

provocou no médico e na psicóloga uma imersão para si mesma, quando eles passaram

a vislumbrar as possibilidades diferentes que eles próprios poderiam ter em relação a

sua própria vida.

A água possui vários significados simbólica variando em sua época,

sociedade e cultura sendo a principal, a representação da vida, uma vez que toda vida

vem da água; ou, mergulhar na água, batismo; entrar e sair dela, possui analogia com o

ato de mergulhar no inconsciente. (Dicionário dos Símbolos, 13/06/10).

Por último, a cena do julgamento mostra o quanto a protagonista tem uma

linguagem – por meio de seus gestos, expressões corporais e faciais, seus medos,

angústias, ternura, vontades próprias – que, mesmo diferente da dos outros falantes da
língua inglesa, no caso do filme ela consegue se expressar e de certa forma entender e se

fazer entendida. A personagem prova que a linguagem humana é universal, que os

sentimentos e tudo o que está em torno deles são universalmente produzidos pelo

homem. A linguagem, então, apresentada por Nell, é reveladora uma vez que ela

adquiriu sua primeira língua a partir do contato com sua mãe, que teve uma espécie de

paralisia facial (afasia). Disso, decorrem aspectos fonéticos muito interessantes da

personagem, em que ela reproduz as mesmas dificuldades que sua mãe apresentava para

falar, porém Nell não tinha paralisia facial. Nesse sentido, podem ser confirmadas as

teorias lingüísticas de base social cuja fundamentação trata da aquisição da língua pelo

contato social. Nell adquiriu uma língua primeira a partir de um contato social com uma

única pessoa, sua mãe, que apresentava dificuldades na articulação. Ela reproduziu tais

dificuldades. Quando a personagem passou a manter interações com outras pessoas, o

médico e a psicóloga, por exemplo, inicialmente, apresentou sérios problemas de

comunicação verbal. Entretanto, à medida das interações, ela passa a acumular

conhecimentos lingüísticos outros, ampliando seu léxico, restrito até então em razão de

seu contato lingüístico ter sido apenas com sua mãe. (VYGOTSKY, 2005).

Nell apropriando-se de seus instrumentos, ou seja, de seus mediadores

facilita a sua interação com o meio físico e social. É a experiência histórico-social

construída ao longo do tempo que assume existência objetiva no mundo que vivemos.

Esta apropriação acontece à medida que o homem vive em coletividade e desenvolve as

Funções Psicológicas Superiores, fato esse que aconteceu com a personagem principal

do filme. (VYGOTSKY, 2005).


Desse modo, o filme é um dos poucos produzidos que trata sobre a exclusão

de certas pessoas que não estão no padrão geral da sociedade, da forma como os

indivíduos os vêem, como lhes tratam como os julgam, até que ponto uma pessoa é

respeitada ou não e, principalmente, sobre o próprio ato da linguagem.


CONSIDERAÇÃO FINAL

Atualmente, a mídia se utiliza de diversas formas para comunicar o que


deseja alcançar, seja o campo do entretenimento, publicitário ou comercial. Nesse
sentido, tem-se o cinema como veículo de entretenimento de grande alcance na
comunicação podendo seu caráter ser formativo e informativo.

Portanto, o cinema é fonte de cultura e como tal, dependendo do grupo


social, se interessará por determinado tipo de filme. O cinema como fonte de cultura,
portanto, evolui; se constata em vários tipos que podem ser drama, melodrama, terror,
comédia, romance, etc. se caracterizando como história de ficção ou não-ficção.
Também evolui e continua evoluindo são as suas formas de imagem e áudio dentro do
filme.

Diante de tanta diversidade cinematográfica e da própria expressão


comunicativa do cinema é que devemos analisar de forma atenta os filmes que
assistimos.

A análise fílmica envolve três instâncias: a primeira instância se refere ao


primeiro olhar ao signo, ou seja, contemplar significa tornar-se disponível para o que
está diante de nossos sentidos. É dar-lhes chances de se mostrarem, é deixar fruir. Por
exemplo: o que eu vejo ou ouço estimula-me a quê? Por quê?; a segunda se depara da
relação do signo com o objeto, isto é, com aquilo que o determina, extrai-se uma teoria
da objetivação que estuda os problemas relativos à denotação (significação estrita, sem
considerar as associações secundárias). É o momento de estar aberto para a existência
singular do fenômeno, saber discriminar os limites que o diferem do contexto ao qual
pertence. Por exemplo: perceber o som ou a imagem e ver ao que nos remete. Existe
uma universalização do que se ouve ou do que se vê?; a terceira se refere ao olhar que
brota do desenvolvimento da capacidade de generalização. É a busca de extrair de um
dado fenômeno aquilo que ele tem em comum com todos os outros que compõem uma
classe geral. Por exemplo: o que estamos achando se ancora academicamente com o
quê? (Vanoye e Goliot-Lété, 2008)
Portanto, é importante analisar o início e o fim de enredos que compões a
obra. No caso do filme “Nell”, poderiam outros signos ter sido analisado, porém, os
seriam com outro enfoque, diferentes do que se propôs este trabalho.

O importante é que o cinema pode ser levado para dentro das salas de aula,
principalmente, para quem quer diversificar pedagogicamente suas aulas. Escolhido um
bom filme e com objetivos claros, o filme pode ser analisado pelo grupo sob diversos
enfoques: visual, auditivo, linguagem, personagens, cultura, etc. No filme proposto
neste trabalho, por exemplo, pode ser analisado o áudio, as imagens, as personagens, a
linguagem, a exclusão social e as deficiências físicas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIAS:

BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e filosofia da linguagem. 12ª Edição. São Paulo:


Hucitec, 2006.

FOUCAULT, Michel. História da loucura. São Paulo: Perspectiva, 2002.

_______________ Vigiar e Punir: nascimento da prisão. 20ª ed. Tradução de Raquel


Ramalhete. Petrópolis: Vozes, 1999.

MORENO, Tânia Maria. In


www.pucsp.br/revistacordis/downloads/numero1/artigos/13_sagrado_profano.pdf, em
13/06/10.

Revista Veja. Os segredos da memória. Ed. Abril. Edição 2147 – ano 43 – nº 2.


13/01/10, pp. 78-87.

TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática e interação: uma proposta para o ensino de


gramática no 1º e 2º graus. São Paulo: Cortez. 2002.

VANOYE, Francis; GOLIOT-LÉTÉ, Anne. Ensaio sobre a análise fílmica. 5ª Ed. São
Paulo: Papirus, 2008.

VYGOTSKY, Lev Semenovitch. Fundamentos da defectologia. Madri: Visor, 1997.


Obras escogidas V.

______________________. Pensamento e Linguagem. 3ªed. São Paulo: Martins


Fontes, 2005.

http://www.cemiteriosp.com.br/arte.htm. Arte Cemiterial, em 13/06/10.

http://www.dicionariodesimbolos.com.br/searchController.do?

hidArtigo=6261DB66595A8E631B55264BB9A997E7, em 13/06/10.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Lev_Vygotsky, em 12/06/10.

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