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O Alinhamento Estratégico de Negócios e Tecnologia da

Informação nos Cursos de Computação, Administração e


Engenharia de Produção

-RVp$XJXVWR)DEUL$OH[DQGUH/¶(UDULR
Fundação Educacional do Município de Assis – Centro de Pesquisas em Informática
Assis, Brasil, 19800-000
fabri@femanet.com.br, alerario@femanet.com.br

e

$QGUp/XL]7ULQGDGH0DUFHOR6GH3DXOD3HVVRD)HUQDQGR-%DUELQ/DXULQGR 
Universidade de São Paulo – Escola Politécnica – Departamento de Engenharia de
Produção
São Paulo, Brasil 01252-012
altrindd@hotmail.com.br, mpessoa@usp.br, fjblau@usp.br,

5HVXPR
Com o passar dos anos, bilhões de dólares vem sendo investidos em Tecnologia da Informação (TI), porém nem
sempre as empresas obtêm os resultados esperados com este investimento. Isto ocorre pelo simples fato que os
projetos de Tecnologia da Informação nem sempre levam em consideração a estratégia de negócios da empresa.
Com base nessa informação questiona-se: por que muitas empresas não levam em consideração as questões de
alinhamento estratégico de TI e negócio? Será que existe uma deficiência na formação dos profissionais que
lidam com Tecnologia? O profissional de área de negócios possui conceitos de TI? O objetivo deste trabalho é
tentar responder as questões levantadas.

Palavras chaves: Alinhamento Estratégico de Tecnologia de Informação e Negócios.

Abstract
Billion of dollars come being invested in Information Technology (IT) even so not always the companies obtain
the results expect with this investment. This happens because the projects of IT not consider the business
strategy of the companies. With base in this information is questioned: Why many companies don't consider the
strategic alignment of IT and business? Do the students have deficiency in the professional formation that work
with this technology? Does the business professional have concepts of IT? The objective of this work is to try to
answer theses questions.

Keywords: Strategic Alignment of Information Technology and Business


2

1. Introdução
A constante inovação tecnológica tem afetado diretamente o contexto sócio econômico das empresas. Uma
empresa para obter eficiência e, principalmente, eficácia necessita de um aparato tecnológico alinhado ao
principal foco de seu negócio.

Os investimentos em TI têm aumentado consideravelmente com os passar dos anos, porém as empresas não
atingem a liderança de mercado e lucratividade esperada [7]. Por meio deste contexto proposto, deduz que existe
a falta de alinhamento entre TI e negócios nas empresas.

Com base na afirmação acima extraída de [7], pode-se concluir que os desafios atuais em torno das implicações
da TI ultrapassam o campo das abordagens puramente técnicas, é necessário apresentar o conceito de TI alinhado
ao foco estratégico das organizações. Conclui-se, então, que é obrigação das instituições de ensino, que tem por
objetivo formar profissionais que aturam na área de TI e negócios, apresentar os conceitos de alinhamento
estratégico em cursos focados nestas áreas.

Conforme citado anteriormente, o objetivo deste artigo é verificar se as instituições de ensino brasileiras atendem
ao conceito de alinhamento estratégico entre TI e negócios.

A metodologia para desenvolvimento deste trabalho constituí-se em 3 fases distintas:

1 – Realizar um levantamento bibliográfico que indique se o conceito alinhamento estratégico entre TI e negócio
é contemplado nas empresas.

2 – Verificar a real situação curricular dos cursos da área de Tecnologia: Sistemas de Informação (considerando
que o curso de Sistema de informação deve possuir conceitos de negócios embutidos), Ciência da Computação e
Engenharia da Computação; dos cursos da área de negócios: Administração e Engenharia de Produção. Esta
verificação será feita por meio da analise das ementas desses cursos.

3 – Consultar a proposta de currículo dos órgãos direcionadores (Conselho Federal de Administração (CFA) e
Sociedade Brasileira de Computação (SBC)) desses cursos, analisando se os mesmos possuem o conceito de
alinhamento estratégico de TI e negócios.

A apresentação textual deste trabalho está dividida em seções. Na seção 2, serão apresentadas definições de
alinhamento estratégico. A seção 3 irá apresentar a situação do alinhamento estratégico entre TI e negócios nas
empresas. A seção 4 verificará se o profissional dos cursos de tecnologia, administração e engenharia de
produção (no cenário brasileiro) recebe conceitos de alinhamento estratégico entre TI e negócios. As conclusões e
os trabalhos futuros serão mostrados na seção 5.

2. Conceitos básicos de Alinhamento Estratégico de TI e Negócios


O conceito de alinhamento estratégico apresentado na literatura pode diferir um pouco entre os autores. No
entanto, alguns desses conceitos são considerados como os mais significativos sobre o tema porque
complementam-se e permitem um melhor entendimento sobre alinhamento estratégico de negócios e TI.

• O alinhamento estratégico corresponde à adequação estratégica e integração funcional entre os


ambientes externos (mercado, política, fornecedores, etc.) e internos (estrutura administrativa e recurso
financeiros, tecnológicos e humanos) para desenvolver as competências e maximizar a performance
organizacionais [3].

• O alinhamento entre negócio e TI é alcançado quando um conjunto de estratégias de TI (sistemas,


objetivos, obrigações e estratégias) são derivadas do conjunto estratégico organizacional (missão,
objetivo e estratégias) [6].

Existem várias formas de obter o alinhamento estratégico em uma organização. Em [11] é apresentado um
modelo de quatro estágios de alinhamento entre negócios e TI: estágio da integração administrativa (estrutural),
da integração seqüencial (plano de TI vem depois do plano de negócio), da integração recíproca (formulação de
dois planos em conjunto) e da integração total (um único plano). Os estágios de integração têm relacionamento
com os estágios de contribuição dos Sistemas de Informação (SI) para performance organizacional, isto é, quanto
mais os sistemas provêm informações para os negócios, maior é a integração e maior a contribuição para a
3
performance organizacional. Segundo o autor, as organizações passam pelos vários estágios, não obrigatoriamente
por todos eles.
O modelo de alinhamento estratégico de [3], por sua vez, apresenta integração recíproca. É esperado o
desenvolvimento de dois planos em paralelo. O modelo encontra-se baseado em duas suposições:

• primeira, a performance econômica está diretamente relacionada com a habilidade do gerenciamento


para criar uma adequação estratégica (posição da organização na arena do mercado competitivo
suportada por uma estrutura administrativa adequada); e,

• segunda, a adequação estratégica é essencialmente dinâmica. Assim, o alinhamento estratégico não é um


evento isolado, mas um processo contínuo de adaptação e mudança.
Segundo [1] os modelos propostos por [3] e [11] nos levam aos processos de revisão contínua (durante a
implementação e avaliação dos planos) como um dos focos importantes para a promoção do alinhamento. O
modelo de alinhamento demonstra a preocupação dos autores em formalizar os componentes estratégicos e
assegurar a similaridade dos processos de planejamento (negócio e TI), mostrando que eles podem caminhar em
paralelo ou suportar um ao outro, em determinados momentos. Os caminhos de integração funcional entre os
planos estão representados em mão dupla, mostrando relevância na “multidimensionalidade” do modelo, bem
como no fluxo contínuo dos processos. O modelo apresenta dois grandes elementos de alinhamento: a adequação
estratégica (sentido ou direcionamento da realização do alinhamento) e a integração funcional (fluxo da operação
realizada de uma maneira integrada).

3. Empresas e Organizações versus Alinhamento Estratégico de TI e negócios: O


Paradoxo da Produtividade
Segundo [10] existem várias pesquisas que apontam pouca relação entre investimentos em TI e desempenho
financeiro. Isso se deve ao fato das empresas implementarem projetos de TI de maneira ineficaz e desalinhada
estrategicamente com o objetivo do negócio. Como qualquer outro ativo, TI deve ser eficaz para melhorar o
desempenho financeiro. Um estudo realizado por [7] classifica a maturidade do alinhamento estratégico das
empresas em níveis (1. Inicial, 2. Comprometimento com o Processo, 3. Processos Estabilizados, 4. Melhora no
Gerenciamento de Processos, 5. Processos Otimizados). Em uma pesquisa com 500 empresas 80% dessas estão
classificadas no nível 2 [7]. Pode-se concluir que existe um grande trabalho a ser feito para atingir um alto grau
de alinhamento estratégico no meio empresarial.

Em contra partida verifica-se que os investimentos em TI vem crescendo ano a ano. A Tabela 1 apresenta
estimativas de investimentos em TI no meio empresarial.
Tabela 1 - Índices de Investimentos de TI (tabela extraída de [10])

Fonte Valores de Investimento em TI


Haimowitz Investimentos fixos (computadores) aumentou de 2,12% entre 1982 – 1986 para
13,11 entre 1992 – 1996.
Bakos Estimativas recentes apontam os investimentos em TI como 30% do capital
investido.
Standish Group Os EUA gastam mais de U$ 250 bilhões em desenvolvimento de aplicações
ligadas a TI.
Strassman Os EUA gastam U$ 700 milhões em TI.
Killen & Associates Gasto mundial com TI, em 1998, foi de U$ 1,59 trilhões e projetaram para 2002
um gasto de U$ 2,62 trilhões.
Computer Economics Estimaram em 1999 que o gasto de sistema de informação e e-Business em 2001
seria de U$ 1,1 trilhões.

Com todo esse investimento, era de se esperar que ele fosse traduzido em melhoria de desempenho financeiro,
porém a maioria dos estudos tem mostrado que não existe essa relação. Conclui-se que a resposta para esse
enigma reside no fato de que a mera aquisição de ativos de TI não garante a organização uma vantagem
4
competitiva. O que acrescenta mais validade a esse argumento é o fato de que uma porcentagem significativa de
projetos de TI tem falhado em atingir seus objetivos. Alguns exemplos estão apresentados na Tabela 2.

Apesar dos fatores negativos apresentados no cenário acima, não se pode afirmar que qualquer projeto de TI seja
ineficiente. Um exemplo disto está nos investimentos TI em uma determinada rede de supermercados do Brasil
(442 lojas espalhadas no Brasil). A rede investiu cerca 4 milhões de dólares em um sistema Business to Business
(B2B) economizando cerca de 56 mil horas de trabalho por mês com a emissão de notas ficais, 20 mil reais por
mês com a postagem de avisos de pagamentos e 70% dos gastos com as redes Exchange Data Interchange (EDI)
[5].
7DEHOD3UREOHPDVHPSURMHWRVGH7,HQFRQWUDGRVQDOLWHUDWXUD

Fonte Problemas em projetos de TI

Genesys Consulting Gruop 80% dos projetos de TI não atingem os objetivos iniciais
CHAOS report 31% dos projetos de TI serão cancelados antes de serem concluídos e mais
da metade ira custar o dobro do previsto
KPMG UK 83% das empresas entrevistadas tiveram problemas com projetos de TI
Meta Group Se houvesse mais cuidado em gerenciar as relações com os fornecedores,
poderia-se obter um economia de U$ 90 bilhões num total de U$ 700
bilhões.

Finalizando esta seção questiona-se: Por que os investimentos em TI não traduzem ganho em eficiência e eficácia
para a maioria das empresas? Será que existe uma deficiência na formação do profissional (cenário brasileiro) de
TI e de Negócios? A próxima seção tentará responder esta última questão.

4. A formação do Profissional que Atua com TI e Negócios nas Empresas


O Brasil possui 23356 cursos de graduação, sendo que 2421 são cursos de Administração de Empresas (nas mais
variadas ênfases). Os cursos de Sistema de Informação, Ciência da Computação, Tecnologia em Processamento
de dados e Engenharia de Computação (nesse trabalho denominado cursos de tecnologia) totalizam 830. Já em
proporção menor os cursos de Engenharia de Produção estão totalizando 108. Os cursos de Engenharia de
Produção e de Administração são denominados (neste trabalho) cursos da área negócios. Todos estes cursos são
responsáveis pela formação de profissionais da área de negócios e de TI. A Figura 1 apresenta o percentual dos
cursos de tecnologia e negócios em relação ao valor total [4].
 
    
  

4% 11%
tecnologia
negócios
outros
85%

Figura 1 - Distribuição dos Cursos de Tecnologia e Negócios

O foco principal deste trabalho é analisar se esses cursos provêem conceitos de alinhamento estratégico de
negócios e TI. Para efetuar tal verificação serão analisadas as ementas curriculares de 90 cursos de negócios e 60
cursos de tecnologia. Para que os cursos atendam o conceito de alinhamento estratégico, ambos (tecnologia e
negócios) devem contemplar conceitos de: Estratégia; Paradoxo da Produtividade; Alinhamento Estratégico;
Sistemas de Informação; Enterprise Resource Systems (ERP); Sistema de Suporte a Decisão; E-commerce; E-
business e Tendências e novas Tecnologias. Verifica-se que os conceitos de Estratégia, Paradoxo da
Produtividade; Alinhamento Estratégico são temas da área de negócios, os demais conceitos são considerados
temas da área de tecnologia. Na formação do profissional de negócios devem ser apresentados os temas de
5
tecnologia (o profissional deve ter condições de verificar as tecnologias emergentes, avaliar sua viabilidade e
traçar um plano estratégico de negócio que utilize esta tecnologia da melhor forma possível). O profissional da
área de tecnologia deve ter conceitos sobre a área de negócios para que possa priorizar determinadas áreas da TI
afim de atender melhor a estratégia da organização. A Figura 2 ilustra alguns conhecimentos de alinhamento
estratégico para o profissional de TI e para o profissional de negócio. Nesta figura, verifica-se a presença do
quadro interdisciplinaridade onde os conceitos de TI ultrapassam a fronteira do profissional de negócios e os
conceitos de negócios ultrapassam a fronteira do profissional de TI.

Profissional Profissional
de Negócios de TI

Ferramenta de CRM - ERP


Sistema de Informação Maior ênfase
Apóio a I nos cursos de TI
estratégia de N
Negócio SistemaT de Informação
E
E-Business
R
D
I
E-Commerce
S
Sistema CSupurte a Decisão
I
P
Maior ênfase L Conhecimento
nos cursos de Paradoxo da Produtividade
I Sobre Estratégia
Negócios N de Negócio
Alinhamento Estratégico
A
R
Cursos de
Cursos de TI
Negócios
(Implementar)
(Aplicar)

Fronteira Multidisciplinar
)LJXUD$OLQKDPHQWRGRVFXUVRVGH7,H1HJyFLRV

4.1. A pesquisa

Para analisar se os profissionais possuem o conceito de alinhamento entre TI e negócios, foram pesquisadas
ementas e currículos de 90 cursos de negócios e 60 cursos de TI. A pesquisa envolveu instituições de caráter
público e privado de norte a sul do Brasil, contemplando as instituições que forneceram currículos e ementas para
os autores deste trabalho. Para um melhor entendimento os resultados das analises, serão apresentados de forma
separada em seções (negócios e TI).
4.1.1 – Cursos da Área de Negócios

Neste trabalho, os cursos da área de negócios foram classificados em cursos de Administração e Engenharia de
Produção. Dos cursos pesquisados, 26,67% são cursos de engenharia de produção (24 cursos) e 73,33 são cursos
de administração de empresas (66 cursos).

A pesquisa verificou que 72,22% dos 66 cursos da área de administração contemplam o conceito de sistema de
informação. Desses 66 cursos, 7,69% aplicam os conceitos de ERP, E-business e E-Commerce e 69,23%
contemplam o conceito de Sistemas de Suporte a Decisão.
6
Os conceitos de Estratégia e Sistema de Informação são apresentados em conjunto em 30,77% dos cursos da área
de administração. Os conceitos de Paradoxo da produtividade são apresentados em apenas 15,38%. O conceito de
alinhamento é apresentado em 23,08% dos cursos da área de administração.

Um número alarmante encontrado nos cursos da área de administração mostra que 27,78% destes cursos não
apresentam conceitos relacionados à área de TI.

Analisando os números acima, verifica-se que existe um grande trabalho a ser feito para embutir o conceito de
alinhamento estratégico nos profissionais da área de administração, pois apenas 1/3 dos cursos apresentam os
conceitos de Sistemas de Informação em conjunto com o conceito de estratégia (analise feita somente nas
disciplinas relacionadas TI). Um número expressivo de cursos contempla o conceito de Sistema de Informação de
forma isolada, isto é, não leva em conta o conceito de estratégia em disciplinas de Sistemas de Informação.
Conclui-se que, se os professores da área de administração trabalharem com o conceito de estratégia e, utilizar o
conceito de sistemas de informação como uma ferramenta que pode trabalhar de forma alinhada com a estratégia
da empresa, o número de cursos que trabalham com os conceitos de Sistemas de Informação e Estratégia
(30,77%) pode subir consideravelmente. Este trabalho não conseguiu verificar se esta última linha de pensamento
se realiza, pois não foi possível entrevistar os professores dos cursos pesquisados.

Em relação aos cursos de Engenharia de Produção, a pesquisa verificou que 100% dos cursos contemplam o
conceito de sistema de informação, destes, 40% aplicam os conceitos de ERP, E-business e E-Commerce e 100%
contemplam o conceito de Sistemas de Suporte a Decisão.

Nos cursos de Engenharia de Produção, os conceitos de Estratégia e Sistema de Informação, Paradoxo da


Produtividade e Alinhamento são apresentados em 20% do total pesquisado.

Comparando aos resultados encontrados nos cursos da área de administração, verifica-se uma certa melhora em
relação à apresentação do conceito de sistema de informação (100% para os cursos de Engenharia de Produção
contra 72,22% para os cursos de administração). Um ponto positivo dos cursos de Engenharia de produção
mostra que 100% dos cursos pesquisados trabalham com o conceito de Sistemas de Tomada de Decisão (69,23%
para administração).

Os conceitos de Estratégia e Sistema de Informação, Paradoxo da produtividade e Alinhamento são apresentados


em conjunto em 20% dos cursos da área de engenharia de produção. Comparando estes números aos cursos da
área de administração verifica-se que existe uma certa queda em relação a união dos conceitos de Estratégia e
Sistema de Informação e um aumento em relação aos conceitos do Paradoxo da produtividade.

A análise dos números apresentados para o curso de Engenharia de Produção possui a mesma linha traçada na
analise dos cursos da área de administração. Um ponto positivo a destacar, é que 100% dos cursos tratam os
conceitos de Sistemas e Informação e Sistemas de Suporte a Decisão. Conclui-se que, se os professores da área
de Engenharia de Produção trabalharem com o conceito de estratégia e, utilizar o conceito de Sistemas de
Informação e Sistema de Suporte a Decisão como uma ferramenta que pode trabalhar de forma alinhada com a
estratégia da empresa, um maior nível de alinhamento estratégico de TI e negócios podem ser alcançados nestes
cursos. Esta pesquisa não conseguiu verificar se esta última linha de pensamento se realiza, pois não foi possível
entrevistar os professores dos cursos pesquisados.
A Figura 3 apresenta graficamente os resultados colhidos com a pesquisa.

4.1.2 – Cursos da Área de Tecnologia

Neste trabalho, os cursos da área de tecnologia foram classificados em cursos de Ciência da Computação,
Sistemas de Informação e Engenharia da Computação.

A pesquisa verificou que 58,33% dos cursos da área de tecnologia possuem disciplinas da área de negócios e
contemplam somente o conceito de planejamento em suas ementas.

O conceito de Estratégia é apresentados em 8,33%, o conceito de Alinhamento em 4,17% e o conceito de


Paradoxo da Produtividade não é apresentado em nenhum curso da área de tecnologia.
7

100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Sistema de Informação

ERP, E-Commerce, E-

Sistema de Suporte a Engenharia de Produção

Estratégia e SI
Adminstração

Produtividade
Business

Paradoxo da

Alinhamento Estratégico
Decisão

Sem Conceitos de TI
Figura 3 - Gráfico dos Cursos de Negócios

Os cursos de Sistemas de Informação atingem um percentual de 66,67% na apresentação dos conceitos de


planejamento, e 33,33% destes cursos trabalham a questão de alinhamento.

Um número alarmante encontrado nos cursos da área de tecnologia mostra que 41,67% destes cursos não
apresentam conceitos relacionados à área de negócios.

Analisando os números acima, verifica-se que, na amostra pesquisada, os cursos da área de tecnologia estão
distantes dos conceitos de alinhamento estratégico entre TI e negócios. Os conceitos de Paradoxo da
Produtividade, Alinhamento e Estratégia devem ser contemplados nos cursos da área de Tecnologia.

A Figura 4 apresenta os resultados desta pesquisa.


4.2 – A proposta dos Orgãos Direcionadores (SBC e CFA)

Nesta seção, serão apresentadas as propostas dos órgãos direcionadores dos cursos de Tecnologia e Negócios:
Sociedade Brasileira de Computação (SBC) e Conselho Federal de Administração (CFA). É importante deixar
claro que essas instituições são classificadas como órgãos direcionadores neste trabalho, pois atuam diretamente
ao Ministério de Educação e Cultura (MEC). As informações desta seção foram extraídas dos sites da SBC [9] e
do CFA [2]. Várias instituições de ensino utilizam os trabalhos desenvolvidos pela SBC e pelo CFA para montar
os currículos de seus cursos.

A SBC divide os cursos de área tecnológica em duas linhas (página 2 do currículo de referência de 1999 (CR99)):
atividade meio (cursos de Sistemas de Informação e Informática); atividade fim (cursos de Ciência da
Computação e Engenharia de Computação).

A proposta da SBC para os cursos da área de tecnologia indica que a mesma está preocupada com o conceito de
alinhamento estratégico entre TI e Negócios. A seguir seguem alguns indícios comprovando está preocupação:
8

70

60
50

40
30
20
10
0
Sistema de Informação
Planejamento

Estratégia

Paradoxo da Produtividade
Tecnologia

Alinhamento Estratégico

Sem Conceitos de
Negócios

Figura 4 - Gráfico dos cursos de tecnologia

• Seção 4.1 do CR99 (página 2) Perfil Profissional – Aspecto Gerais possui o item: “Formação em
negócios, permitindo uma visão da dinâmica organizacional”.

• Seção 4.2 (página 2) Perfil Profissional – Aspecto Técnicos possui o item: “Critérios para seleção de
software e hardware adequados às necessidades empresariais, industriais, administrativas de ensino e de
pesquisa”.

• Seção 4.3 (página 3): “Os profissionais devem ser aptos a desenvolver e utilizar sistemas de informações
para solução de problemas organizacionais ou administrativos de diversos tipos de empresas: industriais,
de prestação de serviços, de consultoria, empresas públicas e estatais, empresas produtoras de softwares
etc.”.

Disciplinas propostas pelo currículo de referência para os cursos de tecnologia.

• Gestão da Informação que apresenta como ementa: Tecnologia da informação. Planejamento estratégico
da informação. Os papéis do profissional na gestão da informação: infomanagers, knowledge workers,
analistas de negócios. Ferramentas utilizadas na gestão da informação.

• Gerência de Projetos: Gerenciamento de expectadores: superiores, usuários, membros da equipe e outros


membros relacionados ao projeto. Determinação dos requisitos de habilidade e alocação de equipes ao
projeto. Análise de custo e eficiência. Técnicas de apresentação e comunicação. Gerenciamento efetivo
de aspectos técnicos e comportamentais do projeto. Gerenciamento das mudanças.

• Administração que apresenta como ementa: Visão de problemas e ferramentas usadas no processo
decisório do departamento de O&M das organizações. Visão sistêmica das organizações [9].

Nos cursos de atividade fim é sugerido pela SBC apenas a disciplina de Administração.

Analisando a proposta da SBC conclui-se que nos cursos de atividade meio recomenda-se que se apresente o
conceito de alinhamento estratégico por meio dos conceitos de planejamento estratégico da informação, gestão da
informação e analista de negócios. Já nos cursos de atividade fim, a SBC sugere que se apresente apenas a
9
disciplina de Administração. Seria interessante que os coordenadores de cursos e diretores das instituições de
ensino superiores incluíssem em seus cursos de atividade fim as disciplinas de gestão de informação e gerência
de projetos. Isto é perfeitamente possível, pois o CR99 não é caracterizado como um currículo mínimo e sim um
guia de referência para que as instituições de ensino personalizem seus cursos.

O CFA elenca um conjunto de disciplina de formação básica e instrumental em seu currículo, entre estas
disciplinas encontra-se a Informática. Porém informática é um termo genérico, pode tratar desde os conceitos
básicos de hardware e software até conceitos de redes de computadores, tecnologia da informação etc. Por meio
disto verifica-se que as instituições de ensino não possuem um norteamento para implementar seus currículos.

A análise acima mostra que tanto a SBC como CFA estão atentos as questões levantadas neste trabalho.

5 - Conclusão
Este trabalho procurou responder se é apresentado o conceito de alinhamento estratégico entre TI e negócios nos
cursos de Administração de Empresas, Engenharia de Produção, Sistemas de Informação, Ciência da
Computação e Engenharia da Computação.

Verificou-se que a maioria dos cursos pesquisados não apresenta o conceito de alinhamento estratégico entre TI e
Negócios. Os cursos da área de negócios (Administração e Engenharia da Produção) levam uma vantagem na
formação de profissionais com conceito de alinhamento estratégico se comparados aos cursos de Tecnologia
(demais cursos citados no parágrafo anterior). É importante citar que estas conclusões foram extraídas, segundo a
amostra de cursos pesquisada.

Os orgãos direcionadores dos cursos da área de tecnologia e administração norteiam as instituições de ensino para
que as mesmas apresentem o conceito de alinhamento estratégico. O currículo do Conselho Federal de
Administração (direcionador da área de negócios) possui deficiências, estas foram apresentadas na seção 4 deste
trabalho.

Seria interessante que os coordenadores de cursos de tecnologia e negócios analisassem se os conceitos de


alinhamento estratégicos estão sendo apresentados aos seus alunos.

Por questões éticas não serão revelados os nomes das instituições que forneceram as ementas para o mapeamento
da pesquisa apresentada na seção 4.

Um ponto fraco deste trabalho está na impossibilidade de entrevistar os professores das instituições pesquisadas.

Como trabalho futuro, os autores deste trabalho sugerem que se elabore uma entrevista com os professores que
trabalham com as disciplinas de negócios nos cursos de tecnologia, e com os professores responsáveis pelas
disciplinas de tecnologia nos cursos de negócios para confirmar os dados apresentados nesta pesquisa.

Referências
[1] Brodbeck, Ângela F. e Hoppen Norberto. Modelo de Alinhamento Estratégico para Implementação dos
Planos de Negócio e de Tecnologia de Informação. Publicado nos Anais da ANPAD de Setembro/2000.

[2] Site do Conselho Federal de Administração. www.cfa.org.br. consultado em 19 de novembro de 2002.

[3] Henderson, J. C. e Venkatraman, N. Strategic Alignment: Leveragind Information Techonology for


Trasnforming Organizations. IBM System Journal. vol. 32, 1993, pp. 4-16.

[4] Site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais. www.inep.gov.br. consultado em 19 de


novembro de 2002.

[5] Revista Information Week nº 61 de 04 de janeiro de 2002.

[6] Lederer, A. L. e Mendelow, A. L. Coordination of Information Systems Plans with Business Plans.
Journal of Management Information Systems. Fall, 6(2), 1989, pp 5-19.

[7] Luftman, Jerry N. Assessing Business-IT Alignment Maturity. Stratégic Information Tecnology:
Opportunities for Competitive Advantage, editado por Raymond Papp. Hershey, 2001.
10
Opportunities for Competitive Advantage, editado por Raymond Papp. Hershey, 2001.

[8] Mintzberg, H. Strategy Formation: Schools of Thought. In: Frederichom, J. W. Perspectives in


Strategies Management. Harper Business. Harper&Row, USA, 1990.

[9] Site da Sociedade Brasileira de Computação. www.sbc.org.br. consultado em 19 de novembro de 2002.

[10] Stratopoulos, T. e Dehninh B., Does Successful Investment in Information Technology Solve the
Productivity Paradox?. Information & management vol. 38 (2000) pp. 103-117

[11] Teo, T. S. H. Integration Between Business Planning and Information Systems Planning: An
Evolutionary-Contigency Perspective. Dissertation. 1994. Universidade of Pittsburg.

Agradecimentos

Agradecemos a todas instituições de ensino superior que contribuíram, fornecendo suas ementas, para o
desenvolvimento deste trabalho.

O Departamento de Engenharia de Produção da Universidade de São Paulo e a Fundação Educacional do


Município de Assis, que disponibilizaram ajuda para que este trabalho fosse consolidado.

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