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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS


Disciplina: MECANIZAÇÃO E EXPLORAÇÃO FLORESTAL
Professor: Eduardo Saraiva

SISTEMAS DE EXPLORAÇÃO FLORESTAL

Devido a atividade de exploração florestal ser considerada um dos itens de maior


custo nas atividades florestais, tornou-se importante a racionalização destas atividades onde
fora desenvolvidos sistemas de colheita de madeira. Machado (1985) lembra que em
meados de 1904, surgiu o primeiro trator a vapor e com gigantescas rodas de ferro, com
finalidades agrícolas. Logo, em 1905, o primeiro trator com motor a gasolina, mais versátil
entrou em cena. Todavia, somente em 1931 é que o primeiro trator diesel, projetado
especificamente para fins florestais, foi construído, ganhando crescente aceitação no
mercado internacional, pelo fato de produzir maior potência com menor custo de
combustível. Entretanto, somente em 1960 é que se construiu o primeiro trator florestal,
que foi o “Skidder”.
Machado (2002) definiu sistema como sendo a planificação, método e ordenamento
das atividades a serem desenvolvidas. Desta forma o sistema é formado por elementos
separados chamados de atividades parciais, onde as condições do ambiente poderá a vir a
alterar partes deste sistema, fazendo com que ocorra substituição dos elementos dentro do
sistema.
Conway (1978) cita: “Um sistema compreende um grupo de componentes que são
inter-relacionados e juntamente contribuem para um objetivo comum”. A palavra “sistema”
continua o autor, sugere plano, método e ordem. Logo, para que um sistema seja
considerado como tal, deve apresentar algumas condições fundamentais, a saber:
- Todos os componentes devem contribuir para a obtenção de um objetivo comum;
- Dentro de um sistema deve haver alguma hierarquia para assegurar a
coordenação das atividades;
- O “Input” em um sistema, tais como: energia, informação, matéria-prima, mão-
de-obra, devem ser introduzidas de acordo com um plano.

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Mecanização e Exploração Florestal Docente: Eduardo Saraiva

Se essas condições não são encontradas, tudo o que existe é uma coleção de partes
mutuamente independentes, com pouca ou nenhuma relação sistemática.
De acordo com as condições locais, existe uma combinação de atividades manuais e
mecânicas dentro de cada sistema de colheita de madeira.

Classificação, Descrição e Ilustração dos Sistemas de Exploração Florestal

O primeiro passo é descrever o(s) sistema(s) e procedimento(s) e determinar custos


e rendimentos nos quais serão baseadas as análises dos sistemas. A descrição dos sistemas e
procedimentos terá, por isso, que conter informações sobre:

a) As condições do lugar a explorar;


- espécie e dimensões;
- tipo de transporte para o escoamento da produção;
- topografia e acessibilidade da área a ser explorada;
- estação do ano e condições atmosféricas;
- número e nível de conhecimento dos operários, técnicos e engenheiros;
- recursos financeiros.

b) As condições que impõe o mercado sobre os produtos;

c) Rendimentos e custos em função das características dos objetos de trabalho


(diâmetro a altura do peito (DAP), espécies, volume etc), topografia e
acessibilidade, e o aproveitamento da capacidade de produção;
d) Capacidade de produção das máquinas e as condições para seu aproveitamento
ótimo;
e) A influência dos procedimentos sobre o solo, as árvores remanescentes e a madeira
explorada em função do povoamento, topografia, acessibilidade, meio de produção
e aptidão dos operários e técnicos. (LEINERT et al., 1980).

Existem diferentes métodos de classificação dos Sistemas de Exploração, que


podem ser de acordo com:
ü O estado da árvore ou comprimento da tora;
ü O método usado para movimentar a madeira até a margem da estrada.

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No 1º, a classificação é a seguinte: (a) Sistema de árvores completas; (b) Sistema de


toras longas ou fuste; (c) Sistema de toras curtas, (d) Sistema de árvores inteiras e (e)
sistema de cavaqueamento.
Abaixo são exemplificadas algumas classificações de sistemas de exploração
florestal:
a) Sistema de árvore completa – Sistema de árvore completa – tem por estratégia
retirar a árvore, inclusive com as raízes, de forma tal, que seja possível a utilização da
árvore completa. Sendo este sistema interessante somente quando as raízes sejam de valor
comercial, sendo o caso de árvores consideradas medicinais ou com alta concentração de
resinas nos potenciais tocos.
Hoje em dia são poucas as tecnologias apropriadas para o uso deste sistema, o qual
implica também em uma retirada de biomassa que provavelmente seria prejudicial para a
manutenção da produtividade dos sítios. (MALINOVSKI & MALINOVSKI, 1998).

b) Sistema de árvores inteiras – Sua utilização implica em remover a árvore do


talhão sem as raízes, como operação subseqüente ao corte, sendo o processamento
completo realizado em local pré-definido. Sendo que este sistema implica em um elevado
grau de mecanização, podendo ser utilizados tanto em terrenos plano como acidentados.
No caso de uma futura utilização de biomassa para energia ou processo, o sistema
poderá ser muito utilizado, pois, devido à concentração dos restos das árvores em um local,
elimina o retrabalho do amontoamento que seria necessário fazer em toda área no sistema
de toras curtas e parcialmente no sistema de toras longas ou fuste. Outra forma de uso
deste método ocorre na Alemanha, onde as árvores são transportadas com galhos e somente
destopadas e em um pátio, são realizadas as diversas atividades subseqüentes, hoje sendo
substituídos pelo Harvester e Forwarder.

c) Sistema de toras longas (fuste) - É aquele no qual, os galhos e a copa são retirados
no local da derruba, sendo as operações complementares de traçamento e descascamento
eventual, realizados a margem das estradas que circundam o talhão, isto é, somente a parte
comercial da árvore é extraída da floresta. O sistema foi comumente desenvolvido para
terrenos acidentados, tanto que o transporte físico das toras exige equipamentos sofisticados
em razão do peso e da dimensão da madeira. É um sistema bastante utilizado em terrenos
planos e suavemente ondulado (Feller-Bunchers e Skidders).

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A Figura 2 mostra um fluxograma das ramificações possíveis do sistema.

Área de Corte Margem da estrada

Machado ou
Machado, serra
Motosserra
manual ou
motosserra (desgalhamento)
(Derrubada)

Arrastar Carregador
Derrubar - Desgalhar de Fuste
Traçar

Caminhão ou
Reboque
Derrubar -
Desgalhar Picador

Trator
derrubador - Carregador
desgalhador de madeira
curta

Figura 2: Fluxograma do sistema de tora comprida (fuste).


Fonte: CONWAY, (1978).
Algumas vantagens do uso do sistema devem ser apontadas:

-Não há problema com galhos ou resíduos acumulados à margem da estrada;


-Não há perda de nutrientes na área florestal;
-Maior produtividade homem/dia e mais ampla escolha do produto final que o
sistema de toras curtas, a ser descrito adiante.
-Maior otimização do espaçamento das estradas de alimentação que do sistema de
árvores completas.

d) Sistema de Toras Curtas: É o principal sistema de colheita, utilizado em países


escandinavos e o mais antigo empregado no Brasil, que tem como justificativa principal, o
fato de poder ser utilizado com menor grau de mecanização, outra vantagem é o baixo
impacto negativo ao meio ambiente. (MACHADO, 2002).

Sendo um sistema não indicado para regiões com topografia acentuada. E seu
sucesso em países europeus se dá pela tradição centenária e operações
relativamente pequenas.

No Brasil a principal justificativa se dá ao fato que o sistema pode ser


utilizado com menor grau de mecanização: corte e desgalha com traçadeiras;

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desgalha com machado e carregamento manual, com toras de pequenas


dimensões; ou equipamentos sofisticados como harvester e forwarder.

Efetiva todas as atividades complementares a derruba da árvore no local de corte


(desgalhamento, destopo, toragem ou traçamento e descascamento quando necessário),
tendo estas toras variação de 1m a 6m.

As vantagens deste sistema, quando mecanizado:

Facilidade de deslocamento a pequenas distâncias

Baixa agressão ao meio ambiente, principalmente em relação aos solos.

e) Sistema de Cavaqueamento: Neste sistema a árvore é derrubada e seu


processamento é realizado no local de derruba, sendo realizada sua extração em forma de
cavacos, para a margem da estrada, pátio de estocagem ou diretamente para a indústria,
existindo três possibilidades de processamento:

e1) O cavaqueamento integral (verde): a árvore é processada inteira ou completa;

e2) O cavaqueamento parcial com casca (marrom): é processado o fuste, portanto sem a
galhada;

e3) O cavaqueamento parcial sem casca (branco): são processadas as toras curtas
previamente descascadas.

Vantagem:
• Aumento de aproveitamento do material lenhoso, podendo chegar a quase
100%.
Desvantagem:
• Seu emprego é limitado às condições topográficas, edáfica e climáticas,
principalmente;
• Requer muitas vezes, grandes investimentos em equipamentos sofisticados etc.

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Mecanização e Exploração Florestal Docente: Eduardo Saraiva

Segundo Kantola & Harstela (1988): Combinações diferentemente organizadas


entre homem-máquina/equipamentos ou ainda como uma seqüência de operações de
exploração que compreende o corte, a extração, o carregamento, o transporte e o
descarregamento. Estes autores assim classificam os sistemas de Exploração Florestal: (a)
Manual; (b) Pouco mecanizado; e (c) Altamente mecanizado.
O sistema manual é baseado segundo os autores acima mencionados no corte
manual e extração manual ou por tração animal.
A Figura 3 ilustra a seqüência operacional do referido sistema.
DERRUBA COM SERRA DE ARCO

DESGALHAMENTO COM MACHADO

TRAÇAMENTO COM SERRA DE ARCO

EXTRAÇÃO COM ANIMAIS

CARREGAMENTO MANUAL E TRANSPORTE COM


CAMINHÃO ATÉ AS SERRARIAS.

Figura 3: Sistema de exploração florestal manual.


Fonte: KANTOLA & HARSTELA, (1988).

O sistema “Pouco Mecanizado” é baseado no corte com motosserras e na extração


com trator agrícola conforme Figura 4.

DERRUBA COM MOTOSSERRA

DESGALHAMENTO COM MOTOSSERRA

TRAÇAMENTO COM MOTOSSERRA

EXTRAÇÃO COM TRATORES AGRÍCOLAS

CARREGAMENTO MANUAL E TRANSPORTE COM CAMINHÃO ATÉ


AS SERRARIAS.

Figura 4: Sistema de exploração florestal pouco mecanizado.


Fonte: KANTOLA & HARSTELA, (1988).

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O sistema “Altamente Mecanizado” é normalmente empregado nos países


industrializados. A seqüência das operações com o uso de máquinas e equipamentos mais
sofisticados está ilustrada na Figura 5.

CORTE, DESGALHAMENTO E TRAÇAMENTO DE ÁRVORES COM


PROCESSADOR (TRATOR FLORESTAL SKIDDER)

CARREGAMENTO DE SORTIMENTOS SOBRE TRATOR


AUTOCARREGAVEL COM SUA GARRA DE CARGA E TRANSPORTE
PARA O PATIO

CARREGAMENTO DE SORTIMENTOS NO CAMINHÃO E TRANSPORTE


COM CAMINHÃO PARA A SERRARIA.

Figura 5: Sistema de exploração florestal altamente mecanizado.


Fonte: KANTOLA & HARSTELA, (1988).

Análise de Sistemas de Exploração Florestal

Descrição das características de um sistema

Devem-se descrever todas as informações possíveis sobre os sistemas, como


exemplo: as condições topográficas, edáficas, climáticas, recursos financeiros, mecânicos
etc.

Representação Gráfica

Tem o objetivo de facilitar a análise do sistema, torna-se importante a representação


gráfica, visando informar o máximo possível em um espaço reduzido, no qual fiquem
caracterizados o sistema, o procedimento e o método de trabalho.

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Mecanização e Exploração Florestal Docente: Eduardo Saraiva

Figura 6: Forma Linear.

Figura 7: Forma de Matriz

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Maquinário utilizado na Colheita Florestal

Figura 8: (a) Feller Buncher; (b) Harvester.

Figura 9: Picador.

Figura 10: Forwarder.


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Bibliografia Consultada:
1. COSTA FILHO, P.P. FERREIRA, C.A.P. Sistema de exploração florestal na região
tropical úmida: O caso da Amazônia brasileira. Congresso Internacional de
Compensado e Madeira Tropical, 2 Belém 1994.

2. FAO. Logging and log transport in tropical high Forest. A manual on production and
costs (FAO Forest Series, 5; FAO. Forestry Development (Paper, 18). 90p. Roma,
1974.

3. JOHNS J.; BARRETO P. & UHL C. Logging the manage planned and unplanned
logging Operations in the eastern Amazon. Forest Ecology Management, v 89, p. 59-
77, 1996.

4. MACHADO, C. C.; Colheita Florestal. Universidade Federal de Viçosa, 2002.

5. MALINOVSKI, R.A.; MALINOVSKI, J.R. Evolução dos sistemas de Colheita de


Pinus na Região Sul do Brasil. Curitiba 1998.

6. KARTOLA, M. & HASTELA, P. Handbook on approriate technology for forestry


operations. Wood transport and road constructions. FTP. Helsink, 190p. 1988.

7. ROCHA, E.; S. da. Analise de sistemas de exploração florestal, utilizados em


empresas do Estado do Pará. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais) –
Universidade Federal Rural da Amazônia, Belém ,2003.

8. VERÍSSIMO, A.; BARRETO, P.; MATTOS, M. TARIFA, R. & UHL, C. Logging


impact and propects for sustainable Forest management in an old Amazonian frontier:
the case of Paragominas, Forest Ecology and Management, 55: 169-199, 1992.

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