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Investimento

Saiba como ganhar dinheiro com a crise


Alexandra Brito 
24/03/11 14:30

Seis soluções para tirar partido da crise que afecta o


Estado, os bancos, o sector imobiliário, os
combustíveis e a bolsa.

Há vidas que davam um filme. A vida do investidor


americano Jesse Livermore, nascido em 1877, é um
desses casos. O seu percurso familiar vaticinava-lhe
como destino uma vida dedicada a a agricultura.
Mas Livermore quis fintar essa "sina". Reza a lenda
que saiu de casa muito novo, com apenas cinco
dólares no bolso, mas aos 15 anos já trabalhava
como ‘trader'. Livermore fez crescer os cinco dólares
que tinha no bolso para uma fortuna de vários milhões de dólares. Como? Durante o ‘crash' de 1929, tomou
posições curtas (a apostar na queda das acções). Resultado: ganhou mais de 100 milhões de dólares após o
‘crash'. Embora o percurso de Livermore não tenha sido linear- ganhou e perdeu a sua fortuna por várias
vezes ao longo da sua vida- o episódio revela que mesmo nos momentos mais críticos da economia é possível
gerar ganhos. E a actual crise não é excepção.

Apesar disso, tal não significa que seja fácil fazer o dinheiro crescer no actual contexto- especialmente tendo
em conta que esta crise não segue os padrões comuns verificados em depressões anteriores. Mas apesar da
instabilidade é possível encontrar valor. O Diário Económico seleccionou seis efeitos negativos da actual crise
económica e financeira. A saber: os problemas da dívida soberana portuguesa, as dificuldades de acesso a
financiamento por parte dos bancos, a depressão no mercado imobiliário, a subida da inflação, a incerteza
sobre o rumo das bolsas e a subida dos preços dos combustíveis. Para todos estes problemas são
apresentadas soluções para os consumidores/investidores que permitem minimizar o impacto negativo destes
efeitos. Há soluções para diferentes perfis de investidores. Por exemplo, um investidor com perfil conservador
poderá aproveitar o facto de a banca estar a enfrentar dificuldades, para conseguir obter depósitos a prazo a
uma taxa muito mais atractiva do que há um ano atrás. Já os investidores mais sofisticados, com um perfil
mais agressivo, poderão aproveitar as oportunidades que possam surgir no mercado de acções. "Desde finais
de 2007, os mercados accionistas registaram quedas expressivas até Março de 2009, tendo depois recuperado
de forma significativa - embora ainda longe dos máximos de 2007. Com efeito, o S&P500 aprecia mais de 80%
e na Europa os principais índices ganham mais de 50%. Ou seja, mesmo em épocas de instabilidade e de
imprevisibilidade face ao ‘outlook', a gestão e alocação correcta dos activos pode originar ganhos para o
investidor de longo prazo", explica fonte da direcção de investimentos do banco Best. No entanto, a mesma
fonte alerta que "aproveitar os momentos de crise para evitar perdas ou inclusivamente gerar ganhos de
investimento implica uma capacidade de acertar nos momentos de mercado que, historicamente, não se revela
uma estratégia acertada de investimento".

Um sinal de que é possível crescer e fazer dinheiro mesmo em tempos de crise vem das agências de mediação
imobiliária ERA Portugal. Apesar do sector imobiliário estar deprimido, Miguel Poisson, director-geral da
empresa, refere que no ano passado a ERA conseguiu crescer em 30% o número de casas transaccionadas e
aumentar em 24% a facturação. Miguel Poisson refere que o facto de haver neste momento um excesso de
oferta de casas, está a pressionar os preços. Por isso, para quem queira comprar casa neste momento e tenha

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condições para conseguir financiamento, poderá encontrar casas a preços de "desconto" face aos níveis pré-
crise. Veja ao lado como poderá tirar partido das várias oportunidades que surgem durante a crise.

Seis efeitos negativos da crise, seis soluções para ganhar com eles

1 - Crise das finanças públicas


Efeito: O governo luta para pôr a casa em ordem. Mas a tarefa não é fácil. Em 2010, o défice orçamental terá
ficado nos 6,9%. Para controlar as finanças públicas o Executivo tem apresentado ao longo do último ano
diversos pacotes de medidas para tentar afastar o recurso ao FMI. Ainda na última semana, Teixeira dos
Santos apresentou o PEC 4, onde se salientou o corte das pensões da função pública acima dos 1.500 euros e
o aumento da carga fiscal. Mas a desconfiança permanece. Esta semana a agência de ‘rating' Moody's cortou a
notação da dívida pública portuguesa em dois níveis, passando de A1 para A3. Os receios sobre Portugal
espelham-se todos os dias no mercado de dívida, com os investidores a pedirem juros elevados para
comprarem Obrigações do Tesouro (OT's) portuguesas. Ontem, as ‘yields' das OT a 10 anos cotavam nos
7,46%, enquanto os juros das OT a cinco anos negociavam nos 7,85%.

Como ganhar: Se para o Estado a subida dos juros é um sinal de preocupação, para quem compra a dívida
portuguesa é um sinal de retornos elevados. No caso dos investidores particulares que investem nos
Certificados do Tesouro, ao juro elevado associa-se um bónus: a garantia de capital. Recorde-se que a
rendibilidade dos Certificados de Tesouro tem como referência as ‘yields' praticadas nas obrigações do
tesouro a cinco e a 10 anos. Desta forma, um investidor que tiver Certificados do Tesouro durante 10 anos
terá direito a uma remuneração anual semelhante à dos investidores institucionais que compram as
obrigações do tesouro a 10 anos. Assim, quem aplicar nos Certificados do Tesouro durante o mês de Março e
mantiver o investimento por um período de 10 anos terá direito a uma remuneração anual bruta de 7,1%.
Trocado por euros significa que um investimento de 10 mil euros ao fim de 10 anos deverá gerar uma mais-
valia líquida de 5.573 euros. Esta aplicação é aconselhável para investimentos de longo prazo.

2 - Dificuldades do sistema financeiro


Efeito: A crise orçamental teve um forte impacto também no sector financeiro. A desconfiança dos investidores
estrangeiros em relação ao estado da economia portuguesa e de outros países periféricos contagiou as
instituições financeiras que deixaram de conseguir obter financiamento no mercado interbancário. Com esta
grande fonte de liquidez fechada, os bancos tiveram de encontrar soluções. Neste último ano, foram dois os
grandes recursos das instituições financeiras: pedir empréstimos junto do BCE e apostar na captação de
recursos junto dos clientes. No último ano, os bancos portugueses aumentaram em 167% o recurso ao
financiamento junto do BCE, passando dos 15,3 mil milhões de euros em Fevereiro de 2010 para os 41 mil
milhões de euros registados em Fevereiro de 2011. A aposta dos bancos nos depósitos também se fez sentir.
Os quatro maiores bancos privados aumentaram em 7% a captação de depósitos no ano passado.

Como ganhar: O facto da banca estar a enfrentar dificuldades tem um factor positivo para os clientes: está a
obrigar as instituições a remunerarem melhor os depósitos para conseguirem cativar o dinheiro dos clientes.
Os números do Banco de Portugal mostram que desde Junho do ano passado os bancos têm subido quase
consecutivamente a remuneração dos depósitos. Enquanto que em Maio a taxa média praticada para os novos
depósitos se situava nos 1,20% - que correspondia a uma mais-valia bruta de 60 euros para um investimento
de cinco mil euros a 12 meses- em Fevereiro deste ano o juro tinha mais do que duplicado para os 2,78%.
Contas feitas, um investimento de cinco mil euros a um ano resultaria numa mais valia bruta de 139 euros.
Mas no mercado existem ofertas de depósitos com taxas ainda mais atractivas- iguais ou superiores a 4%. Por
exemplo, a 12 meses os melhores depósitos pertencem ao ActivoBank (o Poupança Extra com uma TANB de
4%), ao BiG (com o DP TOP a oferecer uma TANB de 3,6%) e o Banif ( que oferece uma TANB de 3,3% no Super
Depósito Banif@st). Já para quem prefira os depósitos de mais curto prazo- a seis meses- as melhores taxas
estão no Best (o Dep.Prazo + Valor dá uma TANB de 3,75%), no BPN (com uma TANB de 3,3% no DP
Oportunidade) e no BiG (com o DP Top a remunerar a uma TANB de 3,15%), segundo dados da Deco.

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3 - Depressão do mercado imobiliário


Efeito: À crise financeira e económica há ainda que juntar a crise do sector imobiliário. As facilidades de
acesso ao crédito verificadas antes da crise, com os bancos a chegarem a praticar ‘spreads' próximos de zero,
levaram a um excesso de euforia no mercado imobiliário. Com o eclodir da crise, a euforia deu lugar à
depressão. Consequência: o aumento da taxa de desemprego, as dificuldades da banca em conceder crédito,
associado ao facto de haver um grande excedente de oferta de casas, têm levado a uma queda dos preços dos
imóveis. Segundo Miguel Poisson, director da Era Portugal, existem neste momento 350 mil casas à venda.

Como ganhar: Quem quer comprar casa e dispõe de uma almofada financeira que lhe permita dar uma entrada
generosa para a compra do imóvel poderá fazê-lo a preços mais baixos, face aos praticados antes da crise.
"Há muita oferta de casas e esse cenário coloca pressão do lado da oferta para baixar os preços. Além disso,
hoje o poder negocial do comprador é muito maior já que existem muito mais alternativas", explica Miguel
Poisson. Perante este cenário, o responsável da ERA acredita que este é um bom momento para encontrar
"boas oportunidades de investimento". E onde as encontrar? O responsável da ERA refere que foi nas zonas
suburbanas da Grande Lisboa (como Linha de Sintra e Margem Sul) onde se notou uma maior queda dos
preços com a crise, e como tal, onde é possível comprar casa a preços de "desconto". Mas Miguel Poisson
acredita que "os bons negócios existem em todo o lado. É preciso é estar a atento e ter a garantia de acesso a
financiamento". Como reflexo destas oportunidades que estão a surgir no mercado imobiliário , Miguel
Poisson refere que está a aumentar o número de investidores "que deslocalizam as suas poupanças do sector
financeiro para o sector imobiliário". E acrescenta: "O aumento dos pagamentos dos imóveis a pronto-
pagamento é sintomático dessa realidade".

4 - Preços dos combustíveis em máximos


Efeito: A subida do preço do petróleo no início do ano, em virtude dos conflitos políticos na região do Médio
Oriente e Norte de África, tem levado a uma escalada dos preços dos combustíveis. Desde o início do ano, o
barril do ‘brent' já escalou 20%, situando-se agora nos 113 dólares. Já o preço da gasolina sem chumbo 95
subiu quase nove cêntimos por litro desde o início do ano e o gasóleo avançou 14 cêntimos por litro, no
mesmo período, de acordo com dados da Direcção-Geral de Energia e Geologia. Contas feitas, significa que
atestar um depósito de 50 litros com gasolina está hoje 4 euros mais caro do que no início do ano, enquanto
que atestar um automóvel com gasóleo custa agora mais 7 euros, face a Janeiro. A instabilidade política no
Médio Oriente e as perspectivas de um aumento da procura de petróleo são factores que deverão manter os
preços do "ouro negro" sobre pressão nos próximos tempos, e se assim for, é possível que os preços dos
combustíveis se mantenham elevados.

Como ganhar: "Se não podes vencê-los, junta-te a eles". A velha máxima popular pode funcionar neste caso.
Se os consumidores não podem fazer baixar o preço do petróleo, pelo menos os investidores conseguem
ganhar dinheiro com a escalada desta matéria-prima. A forma mais simples de o fazer será através da compra
de acções das companhias petrolíferas, ou então comprando fundos de investimento que apostam no
petróleo. Rogério Celeiro, administrador da Orey Financial, refere que há muitos investidores que tomaram - e
continuam a tomar- posições longas (ou seja, apostam na valorização de um activo) no petróleo. Isto apesar
do "ouro negro" já ter valorizado 40% no último ano. O facto de haver vários factores que continuam a manter
a pressão sobre os preços desta matéria-prima leva os investidores a acreditar que ainda pode haver espaço
para mais valorizações. Se pertence a este clube, existem alguns fundos que poderão fazer parte da sua
carteira. Entre eles está o Franklin Natural Resources, um fundo que investe em recursos naturais, mas que no
final do mês de Fevereiro tinha 75% do seu portefólio alocado em títulos do sector de energia. No ‘top ten' das
participações estavam várias petrolíferas, como a Chevron ou a Exxon Mobil. Nos últimos 12 meses, o fundo
apresenta uma rendibilidade de 25% e tem quatro estrelas segundo ‘rating' da Morningstar. Outra opção a ter
em conta poderá ser o Schroder ISF Global Energy. Este fundo tem 77% do seu portefólio alocado em títulos de
empresas ligadas ao petróleo, gás e ao mercado dos combustíveis. Nos últimos 12 meses avança 23,7%.

5 - Inflação em níveis elevados


Efeito: Os preços dos bens e serviços estão a subir e a preocupar as autoridades monetárias. Os números
divulgados esta semana pelo Eurostat mostram que a inflação na zona euro voltou a subir em Fevereiro,
situando-se nos 2,4% (em termos homólogos), quando no mês anterior este indicador tinha registado os 2,3%.

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Em Portugal a taxa de inflação anual está bem acima deste valor, situando-se em Fevereiro nos 3,5%. A puxar
pela subida dos preços de bens e serviços tem estado a evolução dos preços dos combustíveis para
transportes, da electricidade e do gás. Os números da inflação indicam que os preços estão a subir acima do
patamar ideal traçado pelo BCE, que passa por manter a taxa de inflação controlada num valor próximo de 2%.
A escalada de preços levou mesmo o presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, a alertar para
a possibilidade de subir a taxa de referência do euro já em Abril para controlar a inflação.

Como ganhar: A inflação é um dos piores inimigos dos consumidores (porque perdem poder de compra) e dos
investidores (porque o dinheiro perde valor). Por exemplo, se tiver cinco mil euros e colocá-los debaixo do
colchão durante 20 anos, chegará ao fim desse período e os cinco mil euros valerão na realidade apenas 2.719
euros, se a taxa de inflação anual se situar nos 3%. Por isso mesmo é fundamental encontrar soluções de
poupança que ofereçam uma remuneração igual ou superior à taxa de inflação. Entre os activos que mais
beneficiam da subida da inflação destacam-se: o ouro, as obrigações indexadas à inflação e o imobiliário. Mas
nem todas elas se mostram atractivas no actual cenário. Rogério Celeiro, da Orey Financial, mostra-se
cauteloso com o investimento no ouro e na prata. É que os metais preciosos apesar de serem percepcionados
como uma protecção face à inflação mostram alguns sinais de que podem estar sobrevalorizados, refere o
especialista. Recorde-se que o ouro está a cotar nos 1.401 dólares e já valorizou 25% no espaço de um ano. Já
as obrigações indexadas à inflação podem ser uma opção a ter em conta. São títulos de dívida que prevêem
uma taxa fixa, à qual acresce uma componente baseada num índice de preços de consumidor, que é revista
anualmente. A melhor forma de estar exposto a este tipo de obrigações será através de fundos de
investimento. E neste campo, o fundo PIMCO Global Real Return Inv EUR (Hdg) é uma referência: está a
valorizar 6% nos últimos 12 meses e merece a avaliação máxima da Morningstar: cinco estrelas.

6 - Bolsas europeias sem rumo claro à vista


Efeito: Há quase quatro anos que a expressão ‘bull market'- sinónimo de um ciclo prolongado de ganhos nas
bolsas- desapareceu dos jornais. O eclodir da crise do ‘subprime' em Julho de 2007, a falência do Lehman
Brothers em 2008 (que fez tremer o sector financeiro mundial), e a crise orçamental dos países periféricos da
zona euro (que já obrigou à intervenção do FMI na Grécia e Irlanda), levaram muitos investidores a saírem das
acções. A crise da dívida, sem uma solução à vista, faz antever que 2011 não será um ano fácil para gerar
ganhos nas acções europeias. Os índices europeus apresentam perdas que oscilam entre os 0,2% e os 7%
desde o início do ano. As excepções são o PSI 20 (valoriza 2,3% este ano) e o Ibex e o MIB, que sobem mais de
4%.

Como ganhar:
ganhar Perante a incerteza sobre qual será o rumo das acções europeias, como é que os investidores
podem gerar ganhos no mercado accionista? Rogério Celeiro explica que, como alternativa, há muitos
investidores a olhar para outras regiões do globo que estão a passar ao lado da crise financeira e económica
mundial. A atenção está sobretudo focada nos mercados emergentes. Como são mercados onde é difícil
investir directamente, para um investidor particular a melhor forma de ganhar exposição a estas bolsas mais
exóticas será através da aplicação em fundos de investimento. Já para os investidores mais sofisticados e que
estejam pessimistas poderão utilizar instrumentos financeiros que lhes permitam ganhar com a queda dos
activos. Rogério Celeiro refere que há investidores que face à incerteza actual estão a "'shortar' alguns índices
accionistas e algumas ‘commodities'". São vários os instrumentos que permitem beneficiar com a
desvalorização de um activo: é o caso dos CFD ou dos ‘reverse' ETF. Os números da CMVM confirmam o
crescente interesse por estes instrumentos. O número de CFD negociados em Janeiro deste ano subiu 32% face
ao mesmo mês do ano passado. Mas o banco Best alerta para o perigo de se apostar em produtos com
alavancagem: "Numa posição longa a máxima perda incorrida é a totalidade do capital investido, enquanto
numa posição curta não há limite para as perdas possíveis".

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