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Psicopatologia
Dr. Geraldo Ballone
Tudo que pode ser percebido pelos nossos cinco sentidos (audição, visão, tato,
olfato e gustação) pode também ser alucinado. As alucinações sempre
aproveitam o material consciente conhecido do pacientes. Na alucinação, por
exemplo, um leão pode aparecer de asas, ou um caracol que cavalga um
ouriço. O indivíduo que alucina deve ter percebido isoladamente cada um dos
objetos e, mentalmente, combina uns com os outros.
Quando uma alucinação passa a ser interpretada, como por exemplo, uma
alucinação auditiva é interpretada como sendo a voz do demônio, de Deus, dos
espíritos mortos ou uma audição telepática, então temos o delírio. Portanto,
este, freqüentemente, acompanha a alucinação. Ouvir vozes faz parte da
percepção e atribuir a elas algum significado faz parte do pensamento, cujos
distúrbios veremos adiante.
AS ALUCINAÇÔES
Alucinações auditivas
Alucinações visuais
São percepções visuais, como vimos, de objetos que não existem, tão claras e
intensas que dificilmente são removíveis pela argumentação lógica. Mesmo o
paciente referindo ter visto apenas vultos, tais vultos são muito fielmente
percebidos, portanto são reais para a pessoa que os percebe. O objeto
alucinado pode não ter uma forma específica: clarões, chamas, raios, vultos,
sombras, etc, ou têm formas definidas, tais como pessoas, monstros,
demônios, animais, santos, anjos, bruxas.
Há determinadas ocasiões onde o transtorno visual alucinatório adquire a
consistência de uma cena, uma situação como, por exemplo, ver uma
carruagem passando pela paciente e dela descer um príncipe. Neste caso
falamos em alucinações oniróides, como se transcorresse num sonhar
acordado. No delirium tremens do alcoolista, por exemplo, as alucinações
visuais tem uma temática predominantemente de bichos e animais
peçonhentos (cobras, aranhas, percevejos, jacarés, lagartos) e, neste caso,
damos o sugestivo nome de zoopsias, promovedoras de grande ansiedade e
apreensão.
Alucinações táteis
OS DELÍRIOS
A prática clínica da psiquiatria deixa bem claro a constatação da primeira regra
de diagnóstico do delírio (deve apresentar-se como uma convicção
subjetivamente irremovível e uma crença absolutamente inabalável). Diante de
um paciente delirante, cuja ruptura com a realidade é evidente, não
conseguimos demover tal conteúdo do pensamento mediante qualquer tipo de
argumentação. Caso o paciente deixe-se convencer pela argumentação da
lógica, razoavelmente elaboradas pelo interlocutor, decididamente não
estaremos diante de um delírio, mas sim de um engano por parte do paciente
ou de uma formação deliróide. Para ser delírio a convicção dever ser sempre
inabalável. A argumentação racional não deve afetar a realidade distorcida ou
recriada de quem delira, independentemente da capacidade convincente e da
perseverança daquele que se empenhar nesta tarefa infrutífera.
• Esquizofrenia
• Paranóia
• Transtornos afetivos (depressão e mania)
• Alucinose orgânica
• Psicose reativa
Delírios
Alucinações
Um esquizofrênico pode estar ouvindo sua própria voz, dia e noite, sob a forma
de comentários e antecipações daquilo que ele faz ou pretende fazer , como
por exemplo: "ele vai comer" ou ainda, "o que ele está fazendo agora ? Está
trocando de roupas". Outro sintoma importante no diagnóstico da esquizofrenia
é a sensação de que o pensamento está sendo irradiado para o exterior ou
mesmo sendo subtraído ou "chupado" por algo do exterior: Subtração e
irradiação do pensamento, também considerados de primeira ordem.
Igualmente podemos encontrar a sensação de que os atos estão sendo
controlados por forças ou influências exteriores.
Delírio erotomaníaco
Delirio de grandeza
Neste subtipo a pessoa é convencida, pelo seu delírio, possuir algum grau de
parentesco ou ligação com personalidades importantes ou, quando não,
possuir algum grande e irreconhecível talento especial, alguma descoberta
importante ou algum dom magistral. Outras vezes acha-se possuidor de grande
fortuna.
Delírio de ciúme
Neste tipo a pessoa está convencida, sem motivo justo ou evidente, da
infidelidade de sua esposa ou amante. Pequenos pedaços de "evidência",
como roupas desarranjadas ou manchas nos lençóis podem ser coletados e
utilizados para justificar o delírio. O paciente pode tomar medidas extremas
para evitar que o companheiro(a) proporcione a infidelidade imaginada, como
por exemplo, exigindo uma permanência no lar de forma tirana ou obrigando
que nunca saia de casa desacompanhado(a).
Delirio persecutório
Delírio somático
Embora o juízo crítico possa estar conservado nos pacientes deprimidos, suas
vivências são suportadas com grande sofrimento e com perspectivas tão
pessimistas que a interpretação da realidade assume caráter alterado: vai
desde idéias falseadas, passando por idéias supervalorizadas, até o delírio
humor-congruente franco. Por não se tratar de um fenômeno de natureza
primária, mas sim secundário ao afeto depressivo, alguns autores chamam
esses delírios humor-congruentes de idéias deliróides .
Deve haver na psicose reativa breve, de uma maneira ou outra, um certo lucro
subjetivo na medida em que o paciente vive à margem da realidade traumática
e insuportável; transfere seu próprio fracasso para um delírio persecutório,
recolhe-se da realidade numa postura autística, nega a existência num estado
amnésico e assim por diante. Pode ser de grande alívio a transferência da
tonalidade afetiva de um objeto para outro, ou de um complexo de idéias para
um outro complexo secundário psiquicamente anárquico, onde as coisas se
encaixam numa lógica doentia e fantástica.
Causas
Sintomas
A característica essencial deste distúrbio é o início súbito dos sintomas
psicóticos que persistem por um tempo inferior a um mês, com eventual retorno
ao nível pré-mórbido de funcionamento. Os sinais e sintomas clínicos são
similares àqueles vistos em outros estados psicóticos, tais como na
Esquizofrenia e nos Transtornos Afetivos com Sintomas Psicóticos.
Curso e Prognóstico