Informe Comercial 1

Informe
Sexta-feira, Comercial
15 de abril de 2011
15 de Abril de 2011 • Edição 226
Foto Maiquel Rosauro

Página 3

Receita Crônica Entrevista Gastronomia

Aprenda a fazer Lendas de Jorge Zacarias fala Mostra foi
Nego Cansado Ivorá sobre o Prodesus um sucesso
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 2 Informe Comercial
Sexta-feira, 15 de abril de 2011
Da Redação

O tango e a gastronomia Os Binóculos do Mosenhor

e outras lendas
Dois importantes eventos ocorreram no final de semana passado na Quarta
Colônia. Em Silveira Martins, o Restaurante Val de Buia mais uma vez rece-
beu a “Noite de Tango”. O evento que está em sua quinta temporada teve casa
cheia na noite de sábado e contou com a presença de artistas vindos direta- Humberto Didonet, Jornalista
mente de Buenos Aires. Um espetáculo único que cada vez mais vem se conso-

E
lidando na região. m Ivorá, como em qualquer outro
Já em Agudo, ocorreu a 5ª Mostra Gastronômica da Quarta Colônia. O canto deste planeta dos homens,
evento contou com a participação de diversos empreendedores do ramo que acontecem pequenos fatos corri-
atuam na região. O bom público proveniente de diversos municípios ajudou a queiros que, processados pela fértil ati-
divulgar os produtos expostos e certamente irá auxiliar em futuros negócios. vidade da língua inquieta a serviço da
Boa leitura fantasia colorida, viram lenda, marcada
Maiquel Rosauro, jornalista pelo exagero e pela irrealidade.
Há uns 5 anos, a estátua do Padroeiro
São José, existente no frontispício da Igre-
ja Matriz, de repente veio abaixo e se
estatelou em mil pedaços, sem vítimas a
lamentar, felizmente. No bojo da estátua
andavam aninhadas abelhas africanas, com
alguns favinhos de mel para o gasto do-
havia puxado violentamente os cabelos,
arrancando um chumaço ou suspenden-
do-o pelos cabelos. Daqui a pouco vão di-
zer que o menino foi dependurado no ga-
lho de árvore, pelos cabelos. Quem conta
um conto, acrescenta um ponto.
Com o inventário de Joanin Zancan
aconteceu coisa parecidade. Joanin
Zancan realmente andava preocupado por
causa de uma herança de terras de seu
pai, que teriam sido tomadas por descen-
dentes do general Firmino de Paula em
Cruz Alta, e consultou um advogado.
Acabou-se dizendo que não havia divul-

Nego Cansado
Ingredientes
4 ovos inteiros
3 xícaras de açúcar
4 xícaras de leite
2 colheres (sopa) de margarina
1 xícaras de farinha de milho
2 colheres de sopa de farinha de
trigo
150g de coco ralado
1 colher (sopa) de fermento em pó
bem cheia
Margarina e trigo para untar a forma
Modo de Preparo
- Bata tudo no liquidificador;
- Unte com a margarina uma forma
redonda média e com um furo no
meio. Depois, polvilhe com trigo.
Coloque a massa na forma e leve para
Envie ou peça uma receita típica da Quarta Colônia você também.
Entre em contato através do e-mail “4colonia@gmail.com”.
Dona Francisca
A imagem desta edição
foi enviada pela leitora Júlia
Viana da Cunha, de Santa
Maria. A foto foi registra-
da no porto de Dona
Francisca.
Mande você também a
sua imagem dos belos lu-
gares da Quarta Colônia.
Envie sua foto!
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Envie a fotografia para o e-
mail “4colonia@gmail.com”
com seu nome completo, nú-
mero de identidade, cidade
em que reside, telefone para
contato e uma breve descri-
ção da foto.
Foto Divulgação
assar em forno médio, previamente
aquecido por 10 minutos;
- Para saber se está assado espete a
ponta de uma faça ou um palito. Se este
sair limpo está pronto.
A receita foi enviada pela leitora
Lidiane Moreira, de Santa Maria.
Foto Júlia Viana da Cunha / Arquivo Pessoal
méstico, mel que se esparramou pelo chão. gado em Júlio de Castilhos e Santa Ma-
O mel na estátua de São José começou a ria, e mesmo em Porto Alegre, que não
excitar a fantasia do povo. O mel, que no tivesse sido consultado a respeito.
início era só uma colherada, passou a uma Emílio Moreira, outra ivorense de sau-
tijelinha e, com a história contada e dosa memória, era conhecido como uma
recontada, chegou a um balde, uma lata pessoa que gostava muito de uva. Até ai
de 20 quilos, várias latas. Mel que foi ven- nada demais. Mas os boatos foram en-
dido, mel que toda a Ivorá passou no pão, grossando de tal forma que, pela última
durante meses. Muita gente guarda ainda versão, ele seria capaz de devorar de uma
escondido esse mel. Um milagre de São assentada com casca, grão e tudo, a uva
José, de parceria com Santa Rita. de um parreiral de um hectare plantado.
Nos tempos heróicos, década de 30, Era preferível que caísse uma chuva de
era moda subir o Monte Grapa e lá reali- granizo grosso do que passasse o Emílio
zar festas. Levavam-se bebidas, fazia-se por um parreiral. Como se vê, a veia hu-
churrasco no topo do monte “Everest” de morística do ivorense é das fortes.
Ivorá. Hoje se conta que levaram até ca- Lendas parecidas se formaram a res-
nhão de carbureto lá para cima. Um peito da falta de higiene da fulano, da
negrão forçudo carregou um saco de ci- preguiça de sicrano, ou do relaxamento
mento de 60 quilos nas costas, sem des- do beltrano. Ou das pernas compridas
cansar durante a longa e íngreme escala- do Chico Moro.
da. Daqui a pouco, vão dizer que até jipe Mas, qual a lenda dos binóculos do
subiu ao Monte Grapa. Na verdade o que Monsenhor? Os binóculos existiram e ain-
é certo a respeito do Monte Grapa é o da existem em Ivorá. Monsenhor os usava
que afirma o velho Tio Angelo Quatrin: com freqüência, mas não com exclusivida-
O Monte Grapa nunca saiu do lugar. de, pois os emprestava a quem quisesse
Monsenhor Busato tinha o costume apreciar panoramas longínquos, até do alto
saudável de visitar as escolas às segundas- do Monte Grapa. Mas hoje se conta que
feiras, a fim de testar os conhecimentos de alguns colonos tinham respeito enorme
Religião dos alunos. Indagava dos meni- pelo Monsenhor, por causa dos binócu-
nos qual havia sido o Evangelho lido na los. Consideravam-no um santo, um vi-
igreja no último domingo. Certa feita, dente, milagroso, porque mostrava saber
como um menino demorava na resposta, tudo o que acontecia em suas lavouras. É
Monsenhor pegou em seus cabelos eriça- que Monsenhor assestava seus binóculos
dos e lhe sacudiu levemente a cabeça,
como para lhe avivar a memória. Já no dia
de algum ponto alto, da torre até, e com
isso tinham uma visão mais próxima e cla-
seguinte, correu voz de que o Monsehor ra dos acontecimentos à distância. •
Envie uma crônica sobre a Quarta Colônia você também. Os textos devem ter entre 20 e
25 linhas. Junto ao texto, mande seu nome completo, número de identidade e telefone para
contato. As crônicas devem ser enviadas para o e-mail 4colonia@gmail.com.
Expediente
Este informe comercial circula encartado nos jornais Diário de Santa Maria e Zero Hora em 37
cidades do Centro de Distribuição de Santa Maria e Centro de Porto Alegre.
Escritório RBS Jornais Santa Maria
Avenida Maurício Sirotsky Sobrinho, 25, Bairro Patronato. Telefone (55) 3220-1844. Santa Maria-RS
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Jornalista responsável: Maiquel Rosauro (MTb/RS 13334). Contato pelo fone (55) 96811384 ou pelo
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Projeto gráfico/diagramação/arte final: André Machado Fortes
Foto da Capa: Maiquel Rosauro

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 Notícias
Uma noite portenha no Val de Buia
> Maiquel Rosauro
A
alma portenha deslumbrou os
olhares dos visitantes que
lotaram o Restaurante Val de
Buia, em Silveira Martins, no sábado
passado. A “Noite de Tango”, evento or-
ganizado pela bailarina Astrid Balsells
que já está em sua quinta temporada,
trouxe artistas de Buenos Aires para dar
um show e ensinar tango.
A noite iniciou com uma aula coman-
dada por Astrid e pelo bailarino Matias
Roldan. Cerca de 20 casais arriscaram
os primeiros passos enquanto se diverti-
am com a experiência. Com calma, os
dois professores davam dicas de como se
movimentar e a maneira de sentir a
música. Muitas vezes os participantes
eram convidados a fechar os olhos e focar
sua atenção apenas na canção de fundo
e no corpo de seu par.
Apesar do tango não fazer parte da
cultura verde e amarela, Roldan afirma
que é mais fácil ensinar os brasileiros a
dançar tango do que aos argentinos. Se-
gundo ele, o diferencial está na espon-
taneidade.
Matias Roldan e Astrid Balsells deram
um show após o jantar típico italiano
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Informe Comercial 3
Sábado, 16 de abril de 2011
Fotos Maiquel Rosauro
- O brasileiro é mais animado e tem
mais gosto pela música. Já o argentino é
mais reticente - compara.
Esta foi a primeira vez que Virgínia
Rodriques e Lucas Colusso, de Santa
Maria, dançaram tango. Para eles, a ex-
periência foi única.
- Foi fantástico, aprendemos muito -
argumentou Virgínia.
Já o casal Henrique Lucio Quincozes
e Zelina Munhoz, de Dom Pedrito, diz
que o tango é apaixonante. Eles não cos-
tumam perder um evento do gênero em
Silveira Martins e até já promoveram a
“Noite de Tango” no município em que
residem.
- Depois que você aprende a entrar no
ritmo e sentir a música, você sai dançan-
do. O tango mexe muito com a sensibili-
dade, pois você não conversa com o par-
ceiro de dança - argumenta Zelina.
Orquestra vinda de Buenos Aires animou a noite
Segundo Zelina, o tango pode inclu-
sive resolver problemas conjugais.
- Às vezes, quando estamos brabos um
com o outro, dançamos um tango e nos
acalmamos para resolver o problema. Ao
dançar o tango há um diálogo em silên-
cio, o casal se comunica sem falar - ex-
plica Zelina.
Após a aula, show com
artistas argentinos
Terminada a aula, o típico jantar ita-
liano do Restaurante Val de Buia foi ser- Henrique Lucio Quincozes e Zelina
vido. Após o público se deliciar com a Munhoz são apaixonados pela dança
tábua de frios, a sopa de agnolini, as mas-
sas e outras delícias, teve início o show
com os artistas portenhos. Uma orques-
tra de tango, com piano, bandoneón,
contrabaixo e violino iniciou o espetá-
culo.
Em seguida, os cantores Diego
Hernán e Cintina Torrano deram voz às
belas canções castelhanas. Entra uma e
outra canção, Astrid e Roldan dançavam
com maestria.
Casais aprenderam os primeiros
Após a apresentação, o público foi passos de tango em evento no
Lucas Colusso e Virginía Rodrigues
convidado a invadir o salão. Tango e can- nunca haviam praticado tango Restaurante Val de Buia
ções populares animaram o arrasta pé que
se estendeu pela madrugada. •
 4 Informe Comercial
Sexta-feira, 15 de abril de 2011
Em Foco

Ivorá
Fotos Maiquel Rosauro

A Linha Sete, em Ivorá, recebeu a Festa Regional da Abóbora no dia 27

de março. Mesmo com o dia chuvoso e o barro nas estradas de acesso, cen-
tenas de visitantes marcaram presença no evento.

> Priscila
Simonetto e
Loivo Alves

> Marilene Filipin

e Reni Zorzi

> Luis Marostega

e Maria Elena
Marostega

> José Felin e

Nilza Prestes Felin

> Luci Ferigolo Dalmolin

> Gean Carlos Felin e Fabiana Felin
> Diogo Zancan

> Albertina Carnelutti e Joliva Dall Ongaro

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 Na Balada Informe Comercial 5
Sexta-feira, 15 de abril de 2011

Agudo Agenda
Nova Palma Silveira Martins
Veja mais fotos em www.sitezoom.net Torneio de Futsal Filó Italiano
Fotos Vagner Martins / www
Quando: Sábado (16 de abril) Quando: Hoje (15 de abril)
.sitezoom.net
Onde: Vila Cruz Onde: Clube Agrícola Recreati-
Horário: 13h vo Silveira Martins
Informações: (55) 9925-0309 Horário: 20h
Promoção: Grupo de Jovens e Atração: Coral Nonno Modes-
Conselho Paroquial to e Fisaorchestra Veneta
Observação: levar um prato de
Chá da OASE doce ou salgado
Quando: Domingo (17 de abril)
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Onde: Caemborá Desfile e Exposição de

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Horário: 13h Carros Antigos

Francine Friedrich e Nataline Almeida Informações: (55) 9922-0038 Quando: Domingo (17 de abril)
Promoção: Grupo da OASE Horário: 9h - partida dos car-
Fernanda Bock e Catiesca Prochnow Paul ros em Santa Maria; 10h - che-
Agudo gada em Silveira Martins; 12h -
Encontro de Famílias almoço no Clube Agrícola e Re-
Quando: Sábado (16 de abril) creativo Silveira Martins (reser-
Onde: Cascata Raddatz vas para o almoço pelo fone
Horário: 09h (55) 3224-1055)
Promoção: Associação de Veí-
Jantar Dançante culos Antigos de Santa Maria
Quando: Sábado (16 de abril) (AVASM) e Associação Rota Tu-
Onde: Clube Centenário rística e Gastronômica Santa
Horário: 20h Maria-Silveira Martins
Atração: Banda Novo Rumo
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Páscoa Solidária
Olimpíada da Ajura Quando: Quarta-feira (20 de
Thaynara Luiza e Cristiane Pereira Quando: Domingo (17 de abril) abril)
Helen Schroer e Kelli Cristina Weise Horário: 14h
Onde: Ajura
Horário: 8h Onde: Salão Paroquial
Foto Naion Curcino / Prefeitura de Restinga Sêca Atração: Teatro VagaMundo
Encontro de Idosos
Quando: Domingo (17 de abril) Dona Francisca
Horário: 14h30min Feira do Peixe
A prendinha restinguense Alana Onde: Centro Comunitário Quando: Quinta-feira (21 de
Rockembach fez bonito em Santo Augusto. Luterano abril)
A guria, representante do C.T.G. Laços de Promoção: IECLB de Agudo Horário: 8h
Amizade, de Vila Rosa, ficou em segundo Promoção: Secretaria Municipal
lugar na prova Vaca Parada Prendinha, na Restinga Sêca da Agricultura e Meio Ambiente
23ª Festa Campeira do Rio Grande do Sul Interseleção de Futsal
(Fecars), realizado em 27 de março. O even- Masculino - Troféu Heitor Missa Padre Manoel e
to organizado pelo MTG reuniu mais de 30 da Silva Lemos Coroinha Adílio Daronch
regiões tradicionalistas do Estado. Quando: Domingo (17 de abril) Quando: Quinta-feira (21 de
Horário: 9h abril)
Onde: Ginásio de Esportes Ro- Horário: 18h
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Envie
Envie sua
sua foto!
foto! mano Cantarelli Local: Igreja Matriz São José
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Promoção: Igreja Católica
Envie a fotografia para o e-mail
“4colonia@gmail.com” com seu nome com- ••••••••••••••••••••••••••••••••••
pleto, número de identidade, cidade em que A programação é fornecida pelas prefeituras municipais e instituições promoto-
reside e telefone. ras. Qualquer alteração não é de responsabilidade do Caderno Quarta Colônia.

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 6 Informe Comercial
Sexta-feira, 15 de abril de 2011
“Hoje temos os prefeitos unidos
e o nome Quarta Colônia forte”
engenheiro agrônomo e
O supervisor regional da
Emater, Jorge André
Dornelles Zacarias, 57
anos, fez parte da comis-
são que montou o Projeto de Desenvol-
vimento Sustentável da Quarta Colônia
(Prodesus) há 15 anos. Na época, ele era
o chefe do escritório da Emater de
Faxinal do Soturno.
Caderno Quarta Colônia - Como o
senhor conheceu o Prodesus?
Jorge Zacarias - Foi através do José
Itaqui (ex-secretário de Cultura de
Silveira Martins, que originou o projeto,
e atual secretário executivo do Condesus).
O Prodesus teve origem em uma verba
de um programa de execução descentra-
lizada e veio através de uma reunião com
a prefeita Valcerina (de São João do
Polêsine). Na época, o programa tinha a
disposição R$ 5 milhões para a execução
de projetos. Foi lançado um desafio para
nós. No início, eu era o coordenador e
montamos uma equipe que tinha além
de mim, o Itaqui, o Claudio Fioreze e o
Valcenir Giovelli. Nós trabalhamos pra-
ticamente um ano e pouco em cima des-
se projeto. Tínhamos como base um pro-
jeto patrimonial na Quarta Colônia que
a Angélica Villagrán, então esposa do
Itaqui, vinha executando. Então, agre-
gamos o turismo, agricultura, pecuária
e desenvolvimento. Nós queríamos ins-
talar uma nova matriz produtiva na
Quarta Colônia e também resgatar a
cultura italiana da região. Daí se fez esse
projeto e dentro de um ano e pouco ele
foi aprovado. Muita coisa foi cortada,
mesmo assim se iniciou o trabalho.
QC - Qual era a sua função na co-
missão?
Zacarias - Eu e o Fioreze ficamos com
a parte de agricultura familiar, a matriz
produtiva relativa às culturas e
agroindústrias. O Giovelli ficou com a
parte florestal e ambiental porque ele
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tem um conhecimento muito grande
nessa área. O Itaqui entrou na parte de
turismo e nós incluímos alguma coisa
do trabalho da Angélica. A partir disso,
nós formamos todo o corpo do projeto.
QC - Teve alguma ideia sua em espe-
cial que o senhor inseriu no projeto?
Zacarias - Não. A nossa principal
ideia em termos da agricultura era agre-
gar valor. Nas pequenas propriedades,
a nossa ideia era buscar a melhoria atra-
vés do menor uso de agrotóxicos e fazer
uma transição agroecológica. Nós tam-
bém queríamos agregar valor às cultu-
ras de subsistência e valorizar a fruti-
cultura. Infelizmente, isso não foi pos-
sível. Podemos dizer que as agroindús-
trias praticamente tiveram início naque-
la época. Elas vinham se desenvolven-
do bem, mas esbarraram na burocracia
da legalização. Ainda hoje há uma bu-
rocracia enorme.
QC - Quais os benefícios que o
Condesus trouxe?
Zacarias - Nós começamos a traba-
lhar a psicultura, a fruticultura e de-
pois entrou a olericultura. Começa-
mos a ter um conhecimento bem
maior em agroecologia e esta foi pra-
ticamente a base para iniciarmos o tra-
balho agroecológico. Começamos vá-
rios cursos, investimos na qualifica-
ção de profissionais e iniciamos algu-
mas associações.
QC - Qual a principal avanço con-
quistado?
Zacarias - O Prodesus foi uma gran-
de ideia que deu origem às
agroindústrias que temos hoje. Fizemos
muitas melhorias em algumas comuni-
dades, principalmente na parte turísti-
ca, que envolve a gastronomia. Mas a
principal realização foi mesmo a união
das prefeituras na formação do
Consedus. Hoje, os prefeitos buscam as
reivindicações das comunidades em con-
junto. Nosso maior ganho foi po-
lítico porque hoje temos os pre-
feitos unidos e o nome Quarta
Colônia forte.
QC - Qual a cultura mais sig-
nificativa que o Prodesus im-
plantou na Quarta Colônia?
Zacarias - O gado leiteiro foi
o que mais se expandiu. Hoje,
todos os municípios estão reto-
mando e o gado leiteiro está en-
trando cada vez mais forte gra-
ças ao investimento no manejo.
A produção é econômica e é nes-
sa base que estamos trabalhan-
do. Também há bons trabalhos na fru-
ticultura. Porém, na fruticultura o nos-
so problema é mercado. Tem muitas
pessoas que iniciaram na época e não se
deram bem com a comercialização. Atu-
almente, há alguns produtores que es-
tão conseguindo vencer essa barreira.
Também destaco os sucos que nós nem
imaginávamos que poderíamos ter e al-
guns pomares ecológicos.
QC - Passados 15 anos, como o se-
nhor vê a atuação do Condesus hoje?
Zacarias - Depois que implantamos
o Prodesus, nós nos desconectamos. O
Itaqui seguiu o projeto sozinho e nós
da Emater e o Giovelli nos afastamos.
O Condesus foi o grande ganho que
tivemos, mas o que nós pretendíamos
mesmo ainda estamos remando para
conseguir, que são as melhorias nas co-
munidades rurais. O nosso afastamen-
to quebrou a ideia inicial de ficarmos
no Condesus e montarmos um
“conselhão” em que várias pessoas par-
ticipassem, trouxessem ideias e fizes-
sem a coisa funcionar.
QC - Por que a Emater se afastou do
Condesus?
Zacarias - Sinceramente, não sei. A
Emater simplesmente se afastou. Hoje,
a Emater, quer queira ou não, tem mais
ramificação dentro dos municípios e
atende todas as comunidades, mas está
fora do Condesus. Com o afastamento
não houve praticamente a continuida-
de do trabalho de base. Muitas coisas
boas foram feitas e temos que retomar.
Condesus
Foto Maiquel Rosauro
Hoje, o que vemos é o Condesus dis-
tante das outras entidades. Só sobrou
o Itaqui, que é uma pessoa super inte-
ligente, mas está só. Ele traz
consultorias de universidades, os estu-
diosos vêm e fazem um bom trabalho,
mas vão embora e deixam o povo a se
virar sozinho. Tem alguém que precisa
dar continuidade a este trabalho na
Quarta Colônia.
QC - Então, na sua opinião, falta al-
guém que de assessoria 24 horas aos
produtores?
Zacarias - Exatamente, falta esse meio
de campo. Não adianta nós termos o
Itaqui lá sozinho com as suas grandes
ideias, isso é fácil fazer, a ideia de de-
senvolvimento é fácil ter. O problema é
colocar ela em prática, envolver a comu-
nidade e fazer ela realizar, porque a co-
munidade precisa ter a confiança, ver
que é viável e se dispor a trabalhar, isso
é o difícil. Muitas ideias boas morrem
porque não envolvem realmente a co-
munidade.
QC - Como solucionar este pro-
blema?
Zacarias - É preciso reunir as enti-
dades e debater. Eu não sou o
Condesus, o Condesus somos todos nós
da Quarta Colônia. Mas hoje a entida-
de reúne os prefeitos, o Itaqui e nin-
guém mais. O Itaqui traz as
consultorias de universidades, os estu-
dantes participam e vão embora. É um
contraponto de não conseguir mais in-
tegrar com a comunidade.
 Notícias Informe Comercial 7
Sexta-feira, 15 de abril de 2011

Ajude a contar a
A gastronomia fez sucesso história das
Fotos Maiquel Rosauro personalidades
restinguenses
S
ucesso de público e de vendas, as-
sim foi a 5ª Mostra Gastronômica
da Quarta Colônia. O evento foi re-
alizado no final de semana passado, no A Prefeitura de Restinga Seca está fi-
Centro Desportivo Municipal de Agu- nalizando o “Livro das Personalidades”.
do. Entre as delícias apresentadas, havia Farão parte da obra os restinguenses ilus-
pratos como panquecas, nhoque, bife à tres que emprestam seus nomes para
milanesa, lingüiça, cucas e muito mais. logradouros do município. Para concluir
De acordo com o expositor Celito Roes o trabalho, a Secretaria de Cultura ne-
Dalmolin, do Restaurante La Sorella, de cessita de ajuda de familiares e conheci-
Silveira Martins, a participação no even- dos de alguns personagens do livro que
to é importante para apresentar seus pra- carecem de informações.
tos para um grande público. Segundo ele, Os interessados em ajudar podem
que já participou das outras edições, é entrar em contato com a Prefeitura
comum os clientes visitarem o evento e Municipal, na Rua Moisés Cantarelli,
depois irem conhecer o seu restaurante. 368, na Secretaria de Cultura, ou pelo
Opinião semelhante tem o expositor 5ª Mostra Gastronômica da Quarta Colônia reuniu um bom
fone (55) 3261-3200, ramal 223. Veja
público no Centro Desportivo Municipal de Agudo
Solon Luiz Moro, do Balneário Recanto no quadro os nomes de logradouros com
do Moinho, de Ivorá. É a quinta vez que biografia ainda incompleta.
ele participa do evento, o qual já lhe trou- mente para trabalhar no estande do Res-
xe muitos benefícios. taurante Romilda, de Vale Vêneto, dis-
- O objetivo principal da mostra é di- trito de São João do Polêsine. Necessitam de informações
vulgar os produtos e o nosso balneário. - A mãe me ligou e disse que precisa- Angélica Rorato
Muitas pessoas não sabem que nós tra- va da minha ajuda aqui na mostra - ex- apresentou o - Adelino Roso;
balhamos lá o ano todo e temos pratos plica Paula, que ainda contava com a aju- nhoque - Adolfo Finger;
recheado com
típicos - relata Moro. da de seu irmão Emerson Rorato. - Albano Stumpf;
queijo
Alguns expositores vieram de longe Mas não eram apenas delícias provolone e - Albino Medeiros;
para mostrar seus produtos. É o caso de gastronômicas que estavam expostas. O molho de - Alexandre Paiva;
Paula Angélica Rorato, que veio de público ainda pode conferir exposição salame - Armando Alberto Gerke;
Blumenau, Santa Catarina, exclusiva- de artesanato e de paisagismo. - Carlos Becker;
- Carlos Holszchuch;
- Cícero Meyer;
- Ervino Borchardt;
Passeio de carros antigos neste final de semana - Felipe Giuliani;
- Francisco Giuliani;
Foto Divulgação / Clube Agrícola
A Associação de Veículos Antigos de Santa Maria - Francisco Simon;
(AVASM) promove neste domingo um desfile e exposição - Henrique Herzer;
de carros antigos. O evento inicia em Santa Maria, com - José Milanesi;
partida dos carros às 9h; chegada em Silveira Martins pre- - Leonor Pires de Macedo;
vista para as 10h, com desfile pelas ruas da cidade; seguido - Manuel Albino Carvalho;
pela exposição dos carros em frente ao Clube Agrícola e - Marcelo Gama;
Recreativo Silveira Martins. - Mariante Rodrigues da Silveira;
Ao meio-dia, haverá almoço no clube. Os interessados - Martimiano Resende de Souza;
devem fazer reservas pelo fone (55) 3224-1055. Quem - Obaldo Rosa;
possui carro antigo também pode participar da exposição,
- Olmiro Cavalheiro;
mesmo sem ser sócio da AVASM. Informações com Joe
Beltrame, pelo fone (55) 9971-9201. O desfile uma é pro- Passeio entre Santa Maria e Silveira Martins - Reinaldo Prade;
moção conjunta da AVASM com a Associação Rota Turís- seguido por uma exposição farão parte do evento - Prof. Adalberto Egon Schimitz.
tica e Gastronômica Santa Maria-Silveira Martins.

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 8 Informe Comercial
Sexta-feira, 15 de abril de 2011
Agricultura
sustentável
é uma obrigação
Alto custo de produção do arroz obriga o produtor a se tornar mais competitivo
> Marcelo Figueiredo
A
redução de custos de processos
produtivos na época atual mais do
que uma necessidade, se tornou
uma obrigação. Um processo produtivo
de sucesso passou a ser resultado de uma
equação em que o lucro é apenas uma
das condições de manutenção da ativi-
dade empresarial saudável. No mercado
atual do arroz, o alto custo de produção
provocado por vícios capitalistas trouxe
para o pequeno agricultor algumas me-
tas organizacionais para garantir a
lucratividade, mesmo com os altos e
baixos da economia.
Conforme o agrônomo Carlos Zeriff,
o setor agroempresarial vem demons-
trando que aprendeu a lição e está mos-
trando um aumento gradativo de pro-
dução e garantia de superávit da balan-
ça comercial. Para Zeriff, o pequeno pro-
dutor de arroz pode ser competitivo,
independente de subsídios como ocor-
reu até o final dos anos 80, no século
passado.
A Quarta Colônia é uma região pro-
pícia, geográfica e economicamente, para
a produção do arroz. O pequeno pro-
dutor de arroz Geraldo Braga, de Dona
Francisca, relata que a partir do momen-
to que adotou o sistema plantio direto
em arroz irrigado, em 1983, e um ma-
nejo integrado de pragas, chegou a re-
sultados que se alinham com o conceito
de agricultura sustentável.
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Foto Marcelo Figueiredo
- Posso afirmar isto porque o índice
de produtividade se manteve nos pata-
mares médios da região, mas diminuí
de forma radical a utilização de insetici-
das e fungicidas ao ponto, de nas últi-
mas nove safras, desde o ano 1993, não
aplicar uma gota sequer destes produtos
- afirmou Braga.
Na propriedade de Braga, a quanti-
dade de ingrediente ativo por área de
herbicida foi reduzida a menos de 50%
do que era utilizado anteriormente. O
agricultor lembra que, todos estes argu-
mentos contribuem para que o sistema
de produção tenha tendência de ser eco-
logicamente equilibrado e competir com
o mercado.
O sistema de plantio direto diminui
instantaneamente a partir de sua ado-
ção o consumo de energia fóssil de uma
cultura. A manutenção de restos cultu-
rais sobre a superfície do solo contribui
para diminuir a quantidade de carbono
livre na atmosfera.
Para as safras atuais, técnicas de ma-
nejo que qualificam a produção e dimi-
nuem os custos viabilizam a continui-
dade de produção dos pequenos agricul-
tores da Quarta Colônia.
Segundo o técnico agrícola, André
Fortes, cada vez mais o agricultor pro-
cura assistência técnica para gastar me-
nos ao produzir. O técnico afirma que,
só é viável produzir arroz em pequenas
propriedades se os custos forem cuida-
dosamente controlados. •
Profissionais combateram o
uso irracional dos antibióticos
O Dia Mundial da Saúde foi comemo-
rado em 7 de abril. Para marcar a data, a
Secretaria Municipal da Saúde de Faxinal
do Soturno realizou diversas atividades na
Praça Vicente Pallotti com o tema “Com-
bate ao uso irracional dos antibióticos”.
Durante toda a manhã uma equipe
de profissionais do Posto de Saúde reali-
zou diversos tipos de exames, como o da
glicose e verificação da pressão arterial.
Quem também participou das ativida-
des foram os agentes comunitários da
saúde e a Brigada Militar, que realiza-
ram um pedágio no qual foram distri-
buídos folders com orientações sobre o
uso indiscriminado de medicamentos.
Segundo a Organização Mundial da
Saúde (OMS) as bactérias, vírus, fun-
gos ou parasitas se tornam resistentes aos
antibióticos devido ao mau uso dos re-
médios ou o abandono do tratamento
prescrito pelo médico.
Para a enfermeira responsável pelo
Processo de licitação da Casa
Quarta Colônia é reaberto
A Prefeitura de Restinga Sêca abriu
novo processo de licitação para a Casa
da Quarta Colônia. No primeiro pro-
cesso realizado entre fevereiro e março
não houve interessados em administrar
o empreendimento.
Foto Prefeitura de Restinga Sêca
Propostas
para
explorar a
Casa
devem ser
entregues
até 5 de
maio
Notícias
Foto Norton Avila / Prefeitura de Faxinal do Soturno
Foram realizados mais de 500
atendimentos na Praça Vicente Pallotti
Posto de Saúde do município, Liana
Moro, a automedicação é um dos prin-
cipais fatores para este problema.
- A automedicação pode fazer com que
as bactérias fiquem resistentes, podendo,
em certos casos, ficar sem efeito em di-
versos tipos de tratamentos como, por
exemplo, o da tuberculose, da malária ou
o controle do HIV - explica Liana. •
A estrutura de 267,86 metros qua-
drados foi erguida pelo Consórcio de De-
senvolvimento Sustentável da Quarta
Colônia (Condesus) com recursos do
Ministério do Desenvolvimento Agrário,
no intuito de explorar o potencial turís-
tico/gastronômico da região. A casa fica
junto ao trevo da comunidade de San-
tuário, na RSC 287.
O valor mínimo mensal pago para ex-
plorar o imóvel é de R$ 2 mil com carên-
cia de três meses. Do 4º ao 12º mês será
cobrado 50% do valor proposto, do 13º
ao 18º, a taxa sobe para 75%. Os interes-
sados podem apresentar uma proposta até
o dia 5 de maio, às 15h. O edital pode ser
acessado na sala 14 da Prefeitura ou pelo
site www.restingaseca.rs.gov.br. •