Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
4
Pedrinho – Então, vou perguntar pro meu pai. Ele entende muito desses assuntos de
bruxaria e sabe tocar flauta!
Narrador – Mas quando Pedrinho ia saindo chegou a bruxinha Caolha e o enfeitiçou.
Caolha – Uni, duni, tê... Salamê, mingüê ... Um feitiço, feiticê... uni, duni, tê... Ah, ah,
ah... Vocês pensavam que iam me enganar, não é? Mas... Cadê a
Fredegunda?
Narrador – Fredegunda vinha chegando, ofegante!
Vai pilotando seu vassourão,
se não desvio, vou pro caldeirão!
Olha a bruxa, olha a bruxa, iê, iê, lê...
A velha quer pegar criança pra fazer sabão!
Caolha – Por onde você andou, hem?
Fredegunda – Ora, Caolha, não pense que só porque você ganhou a vassoura a jato
pode gritar comigo assim!
Caolha – Grito e grito mesmo! Porque eu sou a pior de todas as bruxas!
Fredegunda – Pior coisa nenhuma! Você nem conseguiu botar fogo na casa do
Pedrinho! Você gosta mesmo é de contar farol, isso sim!
Caolha – E você, que nem sabe tomar conta de uma bruxinha à toa? Fica por aí,
passeando...
Fredegunda – Sua mentirosa! Vou acabar com você!
Narrador – E, enquanto as bruxas brigavam, o feitiço passou. E Pedrinho, mais que
depressa, fugiu com a vassoura a jato da Caolha.
Caolha – Ai, o Bruxo me mata se souber que o menino levou a vassoura a jato!
Tengo, tengo, tengo, ô, manínha,
é de carrapixo.
Vou tirar a Ângela da Torre de Piche.
Narrador – Daí a pouco Pedrinho voltou voando, com a flauta de seu pai, e começou
a tocar a música mágica.
Vozes – Oh! Nâo, flauta não! Não posso ouvir flauta! Ai, estou ficando dura! Socorro!
Pedrinho – Ah, ah, ah! Estão todas duras que nem pedra. Bem que o meu pai disse!
Ângela – Depressa, Pedrinho! Tira a chave da mão da Caolha!
Pedrinho – Pronto, bruxinha, você está livre! Xiii, lá vêm o Bruxo e a Bruxa-chefe!
Acho melhor a gente se esconder ali atrás daquela árvore para pegá-los
distraídos!
Bruxo – Oh, mas que é que está acontecendo aqui?
Bruxa chefe – Estão todas feito estátuas!
Bruxo – Vamos tirar esse encanto...
Ela tinha a boca escancarada!
5
E na sua boca tinha um dente só!
Cinco metros de altura,
no pescoço tinha um nó!
Avise a polícia, avise Mané,
avise a garotada para dar no pé!
Olha a bruxa, olha a bruxa, iê, iê, iê...
A velha quer pegar criança pra fazer sabão...
Bruxos – Água mole, em pedra dura, tanto bate até que fura. Uni, duni, tê... Salamê,
mingüê... Um feitiço, feiticê... Uni, duni, tê...
Narrador – Mas os bruxos não puderam terminar sua fala em bruxês, que é a lingua
dos bruxos, pois logo ouviram o som da flauta com a música mágica.
Bruxo – Ai... ai... essa música não! Não toquem essa música na flauta, que horror! Ai,
estão quebrando as minhas forças, eu não vou agüentar...
Narrador – Os dois bruxos ficaram durinhos como pedra. Pedrinho e a bruxinha
Ângela carregaram todos para a Torre de Piche, trancaram a porta e
jogaram a chave fora.
Pedrinho – Pronto! Vocês vão ficar ai pro resto da vida! A floresta vai ser de novo das
fadas passarinhos e de todos os bichos!
Ângela – E a maldade vai ficar trancada na Torre de Piche, pra sempre!
Narrador – Pedrinho e Ângela contentes da vida subiram na moderníssima vassoura a
jato e foram fazer acrobacias no céu da floresta, agora livre de toda
bruxaria!
Se a floresta, se a floresta fosse minha.
Eu mandava eu mandava ladrilhar
com pedrinhas, com pedrinhas de brilhantes,
para o meu, para o meu amor passar!
FIM