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Nilva Chaves
Fevereiro de 2007
DOSSIÊ TÉCNICO
Sumário
1 Introdução.............................................................................................................................2
2 Objetivo.................................................................................................................................2
3 Conceitos..............................................................................................................................3
4 Código Florestal....................................................................................................................4
5 Tipos de regeneração...........................................................................................................5
6 Principais funções das matas ciliares...................................................................................7
7 Grupo ecológico....................................................................................................................7
8 Modelos de revegetação ......................................................................................................8
9 Enriquecimento de florestas secundárias...........................................................................11
10 Processo de implantação de Matas Ciliares.....................................................................12
10.1 Produção de mudas.......................................................................................................12
10.1.1 Sementes....................................................................................................................12
10.1.2 Embalagem e substrato..............................................................................................12
10.2 Sistema de plantio .........................................................................................................13
10.2.1 Isolamento da área .....................................................................................................13
10.2.2 Controle de plantas invasoras e pragas .....................................................................13
10.2.3 Técnicas de plantio.....................................................................................................13
10.2.3.1 Preparo das mudas .................................................................................................13
10.2.3.2 Espaçamento...........................................................................................................14
10.2.3.3 Distribuição de Plantio .............................................................................................15
10.3 Tratos culturais ..............................................................................................................15
11 Espécies nativas potenciais de uso..................................................................................15
12 Manutenção ......................................................................................................................20
Conclusões e Recomendações ..............................................................................................20
Referências.............................................................................................................................21
Anexos....................................................................................................................................22
1 Legislação ...........................................................................................................................22
2 Instituições/sites relacionadas ao tema ...............................................................................23
3 Referências de trabalhos técnico-científicos .......................................................................23
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DOSSIÊ TÉCNICO
Título
Assunto
Resumo
Palavras chave
Conteúdo
1 Introdução
Na literatura sobre manejo dos recursos naturais degradados costuma-se observar o uso de
vários termos como recuperação, reabilitação, restauração, regeneração, revegetação,
recomposição, entre outros, cujos métodos estendem-se ao manejo e conservação de solos
degradados, áreas afetadas por mineração, florestas, pastagens, áreas abandonadas,
recursos hídricos e outros (LIMA, 1994).
2 Objetivo
2
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3 Conceitos
Mata Ciliar - é a formação vegetal do tipo arbustiva ou florestal, localizada nas margens dos
corpos d’água, também conhecida como vegetação ripária, mata de galeria ou mata de
várzea. Protegem estas margens da erosão e do ressecamento dos barrancos, evitando o
estreitamento de seus leitos e facilitando a infiltração da água da chuva, que chega com
maior facilidade ao lençol freático. Além disso, as matas ciliares ajudam a estabilizar a
temperatura das águas e são ricas em variedade de plantas e animais silvestres, por isso
são consideradas áreas de preservação permanente pelo Código Florestal (Lei Federal
4.771 de 15/09/1965). Essas matas têm um papel estratégico na conservação da
biodiversidade, na preservação da qualidade da água e para a formação de corredores entre
as poucas reservas de matas primárias.
As florestas são formadas por meio desse processo de sucessão, onde grupos de espécies
adaptadas a condições de maior luminosidade colonizam as áreas abertas e crescem
rapidamente, fornecendo o sombreamento necessário para o estabelecimento de espécies
mais tardias na sucessão. Portanto, a combinação de espécies de diferentes grupos
ecológicos ou categorias sucessionais é extremamente importante nos projetos de
recuperação.
Florestais naturais primárias - são aquelas que pouco sofreram com a ação do homem,
conservando suas características de alta diversidade e auto-regeneração.
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Florestas perturbadas – são aquelas que sofreram intervenção do homem, mas ainda tem
possibilidades de voltar à sua condição original, antes da perturbação.
Molion (1985) afirma que com a remoção da cobertura vegetal, o impacto mecânico das
gotas de chuva desagrega a estrutura superficial do solo. As pequenas partículas
resultantes selam os poros, diminuindo a infiltração. Ao mesmo tempo, a precipitação que
era interceptada pela folhagem, passa a atingir diretamente o solo, provocando o aumento
do escorrimento superficial e, consequentemente, da erosão.
4 Código Florestal
De acordo com Código Florestal (Lei Federal 4.771 de 15/09/1965) toda vegetação natural
(arbórea ou não) presente ao longo das margens dos rios e ao redor de nascentes e de
reservatórios, deve ser preservada. Estabelece que a largura da faixa de mata ciliar a ser
preservada está relacionada com a largura do curso d'água, como segue:
a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d'água desde o seu nível mais alto em faixa
marginal, cuja largura mínima seja:
c) c) nas nascentes, ainda que intermitentes, e nos chamados “olhos-d’água”, seja qual for
a sua situação topográfica, num raio mínimo de 50m de largura.
5 Tipos de regeneração
Para YOUNG (1991); EDWARDS (1987); e Duryea & Dougherty, citados por SEITZ &
JANKOVSKI (1998), o êxito na regeneração natural de uma espécie varia grandemente
pelas seguintes razões:
a) Adequada produção anual de sementes. Nos anos que ocorre baixa produção de
sementes não temos uma boa regeneração natural;
c) O microclima da floresta tem que ser favorável para que ocorra uma boa regeneração
natural. Algumas espécies requerem condições abertas e ensolaradas para sua
germinação, enquanto que as plântulas de outras espécies requerem sombra parcial e
podem ser extintas pelas altas temperaturas;
Na avaliação de uma regeneração natural, deve-se atentar para várias características, tais
como a densidade e a distribuição das plantas, suas dimensões e condições de
desenvolvimento. Essas características podem ser ótimas, porém a concentração das
plantas jovens em determinadas áreas de uma floresta em regeneração faz necessária a
aplicação de tratos silviculturais em tal floresta, no sentido de garantir a regeneração em
toda a área (SEITZ, 1980).
Para Seitz, 1996 e Davide et al., 2000 a eficiência da regeneração natural nos programas de
revegetação depende da disponibilidade de sementes das espécies de interesse, dos
agentes de dispersão e das condições do ambiente. O conhecimento dos fatores bióticos e
abióticos que afetam a dinâmica do banco de sementes do solo, assim como o
desenvolvimento das plantas em regeneração é fundamental em tais estudos. Em geral, as
espécies que formam banco de sementes do solo como estratégia de estabelecimento,
apresentam produção abundante, dormência e longevidade elevada das sementes, bem
como mecanismos de dispersão eficientes (Budowski, 1965 e Piña-Rodrigues et al., 1992).
De acordo com os autores, estas síndromes são comumente observadas nas espécies
pioneiras, enquanto as espécies clímax tendem a formar bancos de plântulas, além de
apresentarem maior velocidade de germinação das sementes e de crescimento e tamanho
de suas plântulas.
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No banco de sementes do solo é possível encontrar espécies que apresentam diferentes
períodos de longevidade e porcentagens de viabilidade. Neste sentido, Simpson et al.
(1989) classificaram os bancos de sementes em transitório, quando as sementes germinam
num período de até um ano após a dispersão e, persistente quando as sementes
permanecem viáveis por um período superior a um ano.
A regeneração natural tende a ser a forma de restauração de mata ciliar de mais baixo
custo, entretanto é normalmente um processo lento. Se o objetivo é formar uma floresta em
área ciliar, num tempo relativamente curto, visando a proteção do solo e do curso d'água,
deve-se adotar técnicas que acelerem a sucessão.
A escolha de espécies nativas regionais é importante, pois tais espécies já estão adaptadas
às condições ecológicas locais. No planejamento da recuperação deve-se considerar
também a relação da vegetação com a fauna, que atuará como dispersora de sementes,
contribuindo com a própria regeneração natural. Espécies regionais, com frutos comestíveis
pela fauna, ajudarão a recuperar as funções ecológicas da floresta, inclusive na alimentação
de peixes.
Em áreas ciliares próximas a outras florestas nativas, e quando não se tem disponibilidade
de mudas de muitas espécies, plantios mais homogêneos podem ser realizados. Nestas
situações, deve ocorrer um enriquecimento natural da área recuperada, pela entrada de
sementes vindas das florestas próximas. Entretanto, salienta-se que o aumento da
diversidade nestes plantios homogêneos tende a ser muito lento, podendo ser necessários
posteriores plantios de enriquecimento ou até a introdução de sementes.
• Controlar a erosão nas margens dos cursos d´água, evitando o assoreamento dos
mananciais;
7 Grupo Ecológico
Grupo das pioneiras – são espécies arbóreas têm rápido crescimento, germinam e se
desenvolvem a pleno sol, portanto, dependentes de luz, apresentam porte médio-baixo, ciclo
de vida curto e produzem precocemente muitas sementes pequenas, cuja dispersão se faz
por pássaros e ventos. São também denominadas de especialistas de grandes clareiras (>
200m²). Na floresta tropical, ocorrem em pequeno número de espécies, com um grande
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número de indivíduos.
Grupo das secundárias – representam a maioria das espécies e sua principal característica
é a capacidade de suas sementes germinarem à sombra, mas requerendo a presença da
luz para seu desenvolvimento e apresentam ciclo de vida maior que as pioneiras. São
espécies características do dossel ou do estado emergente. São também responsáveis pela
alta diversidade das florestas tropicais.
8 Modelos de revegetação
A revegetação objetiva criar condições para que uma área degradada recupere algumas
características da floresta original, criando uma nova floresta com características estruturais
e funcionais próximas às das florestas naturais.
De acordo com Durigan e Nogueira (1990), as espécies a serem plantadas em cada local
devem ser aquelas que ocorrem naturalmente em condições de clima, solo e umidade
semelhantes às da área a reflorestar. Assim, a escolha de espécies com base em
levantamentos florísticos e fitossociológicos de remanescentes da região e a posterior
combinação com grupos de sucessão constituem o procedimento mais indicado para a
recomposição de matas ciliares.
Modelo I
Este modelo consiste na implantação de uma linha de pioneiras alternada com uma linha de
não-pioneiras. O plantio pode ser simultâneo ou em épocas diferentes. A distribuição das
plantas nas linhas pode ser ao acaso, misturando-as antes do plantio, ou numa forma
sistemática, colocando as espécies disponíveis numa seqüência estabelecida.
A principal vantagem deste método está na facilidade de implantação, pois incorpora a
rotina do produtor no cultivo de qualquer cultura, só exigindo o cuidado de separar os dois
grupos nas linhas alternadas. Como desvantagem, se for utilizado o plantio simultâneo, as
plantas das não-pioneiras levarão mais tempo para receber sombreamento.
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FIG. 3 Modelo de revegetação com uma linha de pioneiras alternada com uma
linha de não-pioneiras.
Fonte: Macedo, 1993. Disponível em:
<www.editora.ufla.br/Boletim/pdf/bol_30.pdf>
Modelo II
A grande vantagem desse modelo é a distribuição mais uniforme dos dois grupos na área,
promovendo um sombreamento mais regular. No entanto, exige um cuidado maior na
implantação dentro e entre as linhas.
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Modelo III
Este modelo consiste na separação das pioneiras em dois subgrupos, as pioneiras de copa
densa e de copa rala. O plantio sistemático dos dois subgrupos vai criar um gradiente de luz
para diferentes tipos de não-pioneiras.
Vale enfatizar que o modelo buscado é aquele em que as matas ciliares e de proteção
sejam corredores de ligação das reservas médias e grandes existentes na bacia hidrográfica
do local em questão. Assim, nos programas de revegetação, a unidade de trabalho deve ser
a bacia hidrográfica.
De acordo com IEF (1994), a maneira mais prática de dispor as mudas no campo é
alternando uma linha de espécies pioneiras com outra de espécies secundárias e clímax,
conforme o desenho a seguir:
_____P____________P____________P______________
___________SI___________SI____________C________
_____P___________P_________P__________P_______
__________ST_________SI________C_________SI____
_____P___________P_________P________P_________
Em que:
De acordo com Durigan e Nogueira (1990), as espécies a serem plantadas em cada local
devem ser aquelas que ocorrem naturalmente em condições de clima, solo e umidade
semelhantes às da área a reflorestar.
É importante ressaltar que a escolha do método a ser adotado implica na maior ou menor
necessidade de recursos humanos e financeiros e poderá influenciar diretamente o ritmo de
crescimento das espécies já existentes e das plantadas. Na maioria dos casos, para fazer o
enriquecimento é necessário realizar manejo, através do corte seletivo de determinadas
espécies arbóreas que ocorrem com grande freqüência. Também é necessário manejar os
cipós, taquaras e capins que geralmente ocorrem em grande quantidade nas formações
secundárias.
Com o corte seletivo de árvores pioneiras podem ser obtidos subprodutos como lenha e
madeira. Em capoeirões com idade entre 15 e 35 anos obtém-se em média 60m de lenha
por hectare. Essa quantidade varia de região para região e também depende das espécies
existentes na área sob manejo. Os subprodutos florestais, tais como a madeira proveniente
de árvores mortas e caídas e a lenha proveniente do corte seletivo de espécies pioneiras,
podem ser utilizados para consumo na propriedade. Isto proporciona renda indireta aos
proprietários, que não precisam comprar estes produtos.
DAVIDE (1999), afirma que a escolha de espécies vegetais para utilização em recuperação
de áreas degradadas deve ter como ponto de partida estudos da composição florística das
matas remanescentes da região. A partir destes levantamentos, experimentos silviculturais
devem ser montados procurando explorar a variação ambiental e níveis de tecnologia,
sendo que as espécies pioneiras e secundárias iniciais deverão ter prioridade na primeira
fase da seleção de espécies.
A recuperação de áreas de proteção, no caso matas ciliares, pode ser efetuada por meio do
plantio de mudas ou de semeadura direta de sementes. Este método consiste no
lançamento das sementes das espécies, previamente selecionadas, diretamente no campo.
Embora pouco estudado, é uma técnica promissora, dado o alto custo do plantio por mudas.
10.1.1 Sementes
A revegetação por meio do plantio de mudas é o método mais utilizado no Brasil, embora
seja de alto custo.
Deve-se tomar o cuidado na coleta das sementes para a produção de mudas, sendo uma
boa prática a marcação de árvores matrizes, que permitirá o monitoramento da produção e
da qualidade das sementes.
As experiências de campo indicam que, para obter o menor custo e melhor incremento do
reflorestamento, deve-se utilizar o plantio simultâneo das espécies florestais pioneiras e
secundárias tolerantes ao sol e de crescimento rápido. Quando necessário, são realizadas
roçadas dos capins e arbustos nas linhas de plantio.
Nas entrelinhas fica a regeneração espontânea sem intervenção. Desta forma garante-se a
sucessão vegetal a partir das espécies e sementes já localizadas na área, e uma introdução
de espécies ausentes a partir de mudas. A vegetação das entrelinhas ajuda a garantir uma
dispersão de sementes de espécies pioneiras, sombra para as espécies secundárias,
redução da evapotranspiração pela diminuição do vento e alimentação às abelhas.
Impedir o acesso pelo gado, porcos e outros animais à área a ser reflorestada para evitar
danos como pisoteio das mudas, compactação do solo e a formação de trilhas que
favoreçam a erosão.
As ervas daninhas e outras invasoras competem por umidade e nutrientes com as mudas,
causando diminuição no seu ritmo de crescimento.
Os seguintes cuidados devem ser tomados na preparação das mudas no ato do plantio:
• Introduzir a planta na cova preparada sobre pequena porção de terra fertilizada. Com o
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restante da mistura recobrir o torrão e compactar a terra ao redor do mesmo, deixando o
colo da planta rente à superfície do solo, porém com o torrão original recoberto com
pequena camada de terra preparada;
10.2.3.2 Espaçamento
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FIG. 6 Espaçamento 3m x 2m (2m entre plantas e 3m entre linhas).
Fonte: Nappo, Gomes e Chaves, Adaptado de IEF, 1994 b. Disponível em:
<http://www.editora.ufla.br/Boletim/pdf/bol_30.pdf>.
• Coveamento;
• Coroamento (capina ao redor) das mudas pelo menos duas vezes no primeiro ano e
sempre que necessário, a partir do segundo ano.
A seguir são apresentadas duas tabelas, sendo que a tabela 1 apresenta as características
de algumas espécies arbóreas nativas agrupadas, conforme suas exigências quanto aos
níveis de luz, em dois grupos: pioneiras, representadas pelas espécies pioneiras e
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secundárias iniciais e não-pioneiras, que são as secundárias tardias e as climáticas.
GRUPO ECOLÓGICO
Secundárias Secundárias
Características Pioneiras Climáticas
Iniciais Tardias
lento ou muito
Crescimento muito rápido rápido médio
lento
Madeira muito leve leve mediamente dura dura e pesada
Tolerância à tolerante no
muito intolerante intolerante tolerante
sombra estágio juvenil
Altura das 20 a 30 (alguns 30 a 45 (alguns
4 a 10 20
árvores (m) até 50) até 60)
banco de banco de banco de
Regeneração banco de plântulas
sementes plântulas plântulas
ampla (zoocoria: restrita (gravidade);
ampla (zoocoria:
alta diversidade ampla (zoocoria:
Dispersão de principalmente grandes animais);
de animais); pelo poucas espécies de
sementes pelo vento restrita
vento, a grande animais); pelo vento,
(gravidade)
distância a grande distância
Tamanhos de pequeno à médio
pequeno médio grande e pesado
frutos e sementes mas sempre leve
inata
Dormência das induzida (foto ou
sem sem (imaturidade do
sementes termorregulada)
embrião)
Idade da 1.°
relativamente tardia (mais de
reprodução prematura (1 a 5) prematura (5 a 10)
tardia (10 a 20) 20)
(anos)
Tempo de vida muito curto Muito longo (mais
curto (10 a 25) longo (25 a 100)
(anos) (menos de 10) de 20)
florestas
florestas
secundárias e
secundárias em
capoeiras, bordas florestas primárias, bordas
estágio avançado
de matas, secundárias, bordas de clareiras e
Ocorrência de sucessão,
clareiras médias e de clareiras, clareiras
florestas
grandes clareiras pequenas pequenas,
primárias, dossel
dossel floresta e
e sub-bosque
sub-bosque
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TAB 2 Espécies arbustivo-arbóreas recomendadas para recuperação de matas ciliares
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barbosa, grão-de-
Cordia superba Cham. P C
galo
louro-pardo, canela-
Cordia trichotoma Vell. ex Steud. P (Si) C
batata
Croton florinbundus Spreng. capixingui P C
Croton priscus Müel. Arg. pau-sangue P C
sangra d'água,
Croton urucurana Baill. P A, B
aldrago
Cupania vernalis Camb. camboatã P (Si) C
Cytharexyllum myrianthum Cham. pau-viola P A, B
maria-mole,
Dendropanas cuneatum Decne. & Planch. P (Si) A, B
mandioca
Duguetia lanceolata St. HIl. pindaíba, biribá NP C
Endlicheria paniculata (Spreng.) J. F. Macb. canela do brejo NP A, B
tamboril, orelha-de-
Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morang P (Si) B, C
negro
Erythrina crista-gali L. suinã P A, B
Erythrina falcata Benth. sainã P B
Erythrina speciosa Andrews candelabro, faquinha P A, B
Esenbeckia leiocarpa Engl. guarantã NP C
Eugenia florida DC. guamirim NP A, B
Eugenia uniflora L. pitanga NP C
Euterpe edulis Mart. palmiteiro, jussara NP B
Ficus citrifolia Willd. figueira P (Si) B
figueira, figueira
Ficus guaranitica Schodat P (Si) B
branca
Ficus insipida Willd. figueira branca P (Si) A, B
Gallesia intergrifolia (Spreng.) Harms pau d'alho P (Si) B, C
Genipa americana L. genipapo NP A, B
Geonoma brevispatha Barb. Rodr. NP A, B
Gomidesia affinis (Camb.) D. Legr. guamirim NP C
Guapira opposita (Vell.) Reitz. maria-mole P (Si) B, C
marinheiro, cura-
Guarea guidonea (L.) Sjeum. NP A, B
madre
Guarea kunthiana A. Juss marinheiro NP A, B
pindaíba-preta,
Guatteria nigrescens Mart. NP C
araticum-seco
Guazuma ulmifolia Lam. mutambo P C
Heliocarpus americanus L. jangada P (Si) C
Hyeronima alchorneoides Fr. All. urucurana, licurana P (Si) A, B
Hymenaea coubaril L. jatobá NP B, C
Ilex brasiliensis Loes cana da praia NP A, B
Ilex paraguariensis St. Hil. erva-mate NP A, B
Inga affinis DC ingá, ingá-doce P (Si) A, B
Inga fagifolia Willd. ingá, ingá-feijão P (Si) A, B
Inga luschnatiana Benth. ingá P (Si) A, B, C
Inga marginata Willd. ingá P (Si) A, B
Inga uruguensis Hook. et Arn. ingá P (Si) A, B
Inga vera Willd. ingá P (Si) A, B
Jacaranda macrantha Cham. caroba-do-mato P (Si) A, B
Jacaratia spinosa (Aubl.) A.DC. jaracatiá P C
Lafoensia pacari St. Hil. dedaleiro P (Si) B, C
Lithraea molleoides Engl. aroeira brava P (Si) B
Lonchocarpus muehlbergianus Hass. embira de sapo P (Si) B, C
Luehea divaricata Mart. açoita-cavalo P (Si) B, C
Luhea grandiflora Mart. & Zucc. açoita-cavalo P (Si) C
bico-de-pato,
Machaerium aculeatum Raddi jacarandá-de- P (Si) B, C
espinho
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bico-de-pato,
Machaerium nictitans (Vel.) Benth. P (Si) B, C
jacarandá-ferro
Machaerium stipitatum Vog. sapuvinha P (Si) B, C
Maclura tinctoria (L.) Don ex Steud. amoreira P (Si) B, C
miguel pintado, pau-
Matayba elaeagnoides Radlk. P (Si) B, C
crioulo
Mauritia flexuosa L. buriti P A, B
Metrodorea stipularis Mart. carrapateira NP C
lanceira, guamirim-
Myrcia rostrata DC. P B, C
miúdo
Myrciaria trunciflora Berg. jabuticabeira NP C
Nectandra lanceolata Ness canela-do-brejo NP A, B
canelinha, canela-
Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez NP C
preta
canela-amarela,
Nectandra rigida (H. B. K.) Ness NP B, C
canela-ferrugem
Ocotea beaulahie Baitello canela NP B, C
Ocotea odorifera (Vell.) J.G. Rohwer canela sassafrás NP C
angico-cangalha,
Peltophorum dubium (Spreng) Taub. P (Si) C
canafístula
pau-de-sapateiro,
Pera obovata Baill. NP A, B
cacho-de-arroz
Persea pyrifolia Ness. & Mart. ex Ness. maçaranduba NP C
Piptadenia gonoacantha (Mart.) Macbr. pau-jacaré P (Si) C
pau-de-fumo,
Piptocarpha macropoda Baker P C
vassoura-preta
Platyciamus regnelli Benth. pau-pereira, cataguá NP C
Podocarpus sellowii Klotz. ex Endl. pinheiro-bravo NP B, C
Protium almecega March. almacegueira P (Si) A, B
amescla, almíscega,
Protium heptaphyllum (Aubl.) March P (Si)
breu-vermelho
Prunus myrtifolia (L.) Urb. pessegueiro-bravo NP A, B
Pseudobombax grandiflorum (Cav.) A. Rob. embiruçu P B, C
Psidium guajava L. goiabeira P B, C
Psychotria sessilis (Vell.) Müell. Arg. cafezinho-do-mato NP C
azeitona-do-mato,
Rapanea ferruginea (Ruiz & Pav.) Mez P (Si) C
capororoca
Rapaenea guianensis Aubl. capororoca P A, B
Rapanea umbellata (Mart. ex DC.) Mez capororoca-branca P (Si) A, B, C
Rheedia gardneriana Planch. & Triana bacupari NP B, C
araticum-do-mato,
Rollinia sylvatica (A. St. Hil.) P (Si) B, C
cortiça
Rudgea jasminioides (Cham.) Müell. café-do-mato NP C
Sapium glandulatum Pax leiteiro P (Si) B, C
Savia dyctiocarpa Kuhlm. guaraiúva NP B, C
mandioqueiro,
Schefflera morototonii (Aubl.) B. Manguire P C
mandiocão
aroeirinha, aroeira-
Schinus terebinthifolius Raddi P A, B
pimenteira
Schyzolobium parahyba (Vell.) Blake ficheira, guapuruvu P B, C
Sebastiana brasiliensis Spreng branquilho NP A, B
Sebastiana klotzschiana Müell. Arg. branquilho, capixava NP A, B
Sebastiana serrata (Baill) Müell. Arg. branquilho NP A, B
Seguieria floribunda Benth. limão bravo P (Si) C
Sesbania virgata (Cav.) Pers. P (Si) A, B
Sorocea bonplandii Burger folha de serra NP C
Styrax pohlii A. D. C. benjoeiro, estoraque P (Si) C
jerivá, coquinho
Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glass. P (Si) B, C
babão
Tabebuia cassinoides (Lam.) DC. caixeta P (Si) A, B
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Tabebuia chysotricha (Mart. ex DC.) Stanley ipê-tabaco P (Si) C
Tabebuia impetiginosa (Mart.) Standley ipê-roxo P (Si) B, C
Tabebuia umbelata (Sound.) Sand. ipê-amarelo-do-brejo P (Si) A, B
Talauma ovata St. Hil. pinha-do-brejo NP A
peito-de-pomba,
Tapirira guianensis Aubl. P (Si) A, B
pau-pombo
pau-de-lança,
Terminalia triflora Griseb NP A, B
amarelinho
Trema micrantha Blume crindiúva, trema P C
Trichilia catingua A. Juss. catiguá NP C
Trichilia clausseni C. DC. catiguá vermelho NP C
Trichilia elegans A. Juss. catiguá miúdo NP C
catiguá amarelo,
Trichilia pallida Sw. NP B, C
baga-de-morcego
Triplaris brasiliana Cham. pau-formiga P (Si) B, C
pau-de-fumo,
Veronia difusa Less. P C
vassourão-preto
Virola oleifera (Schott) A.C. Smith bicuíba NP B, C
Vitex montevidensis Cham. tarumá NP A, B
primenteira,
Xylopia aromatica Baill. P (Si) C
pindaíba
pindaíba, asa-de-
Xylopia brasiliensis (L.) Spreng. NP B, C
barata
Xylopia emarginata Mart. pindaíba-d'água P (Si) A, B
Zanthoxylum rhoifolium Lam. mamica de porca P (Si) C
ipê-felpudo, bolsa-
Zeyheria tuberculosa (Vell.) Burn. P (Si) C
de-pastor
12 Manutenção
Conclusões e recomendações
As matas ciliares degradadas, que margeiam os cursos d'água, são áreas que demandam
prioridade para as ações de revegetação e/ou enriquecimento. Essas matas têm um papel
estratégico na conservação da biodiversidade, na preservação da qualidade da água e para
a formação de corredores entre as poucas reservas de matas primárias.
Em um projeto de reflorestamento de área degradada, é fundamental que sejam elaborados
estudos florísticos e fitossociológicos nas áreas de matas ciliares remanescentes da região,
para identificar as espécies mais adaptadas às condições dos sítios locais. A escolha da
metodologia adequada para a recuperação deve ser pautada na avaliação das causas da
degradação. Acima de tudo, é importante observar que todo reflorestamento deve ter o
acompanhamento de um técnico responsável.
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Referências
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Anexos
Legislação
Ibama – Base de Dados de Legislação Ambiental - apresenta referências dos atos legais,
normativos e administrativos relativos à área de meio ambiente e correlatas, emanados da
esfera Federal, incluindo os Poderes Executivo e Legislativo e os Órgãos da Administração
Direta e Indireta. Armazena leis, decretos-leis, decretos, acordos, portarias, resoluções,
convênios etc. Disponível em: http://www.ibama.gov.br/cnia/index.php?id_menu=66
Ministério do Meio Ambiente dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal. Disponível em:
http://www.mma.gov.br
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Nilva Chaves
Data de finalização
09 de fevereiro de 2007
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