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FÍSICA GERAL E EXPERIMENTAL III

Material de apoio - Profº Sidney Leal


PROPAGAÇÃO DO CALOR

O calor é a energia que se transfere dos corpos de maior temperatura para os de


menor temperatura. A transmissão dessa energia pode se dar por dois processos: condução
e radiação.

CONDUÇÃO TÉRMICA

É o fenômeno que ocorre quando corpos em temperaturas diferentes são postos em


contato. A condução é explicada da seguinte forma, pelo modelo cinético: as moléculas do
corpo mais quente têm maior energia cinética. Assim, através de choques entre as
moléculas, a energia se transfere do corpo mais quente para o mais frio.

Suponha que a temperatura ambiente, num determinado dia, seja 18 °C. Os objetos
que nos cercam tendem a entrar em equilíbrio térmico uns com os outros, de forma que, se
a temperatura ambiente for estável, os objetos estarão também a 18 °C. Mas, qualquer que
seja a temperatura ambiente, o corpo humano mantém-se a 36,5 °C, ficando, portanto, com
temperatura maior que a dos objetos.

Nessas condições, ao tocar com a mão dois objetos – um de madeira e outro de metal
– verifica-se que o metal parece mais frio que a madeira, embora ambos estejam a 18 °C. A
explicação para isso é a seguinte: sendo o metal melhor condutor de calor que a madeira, o
fluxo de calor que sai da mão é maior ao tocar o metal do que ao tocar a madeira.

Da mesma forma, ao aquecer o metal e a madeira até 50 °C, ao tocar no metal tem-se
a impressão de que ele está mais quente que a madeira, pois a mão receberá mais calor.
Diz-se então que a condutividade térmica do metal é maior que a da madeira.

1. CONDUTIVIDADE TÉRMICA

Sejam dois meios, 1 e 2, com temperaturas constantes T1 e T2 . Os meios estão


separados por uma placa de espessura X, feita de um material homogêneo.

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Por estar nessa situação há muito tempo, o sistema atingiu o regime estacionário de
condução de calor, no qual a distribuição de temperatura obedece ao diagrama abaixo.

Em regime estacionário, a quantidade de calor Q que atravessa uma área A da placa


é proporcional ao intervalo de tempo t . A relação constante entre Q e t é denominado
fluxo de calor médio (  m ).

Q
m 
t

No limite quando t  0 , obtêm-se o fluxo de calor instantâneo:

Q dQ
  lim 
t 0 t dt

O fluxo de calor  é diretamente proporcional à área A e à diferença de temperatura


T , e inversamente proporcional à espessura X da placa. A expressão a seguir relaciona
essas grandezas:

dT
  k  A
dx

A constante k é denominada coeficiente de condutibilidade térmica do material da


 J   cal 
placa. Sua unidade é k     . Usualmente, o fluxo é medido em      , então
 s  m  C   s 
k    cal  . A tabela a seguir fornece o coeficiente de condutibilidade térmica de
 s  cm  C 
vários materiais. Os que têm alto valor de k são bons condutores de calor (por exemplo, os

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metais). Os que têm baixo valor de k são maus condutores de calor, ou isolantes térmicos
(por exemplo, a madeira).

Material k  cal 
 
 s  cm  C 
Prata 0,97
Cobre 0,92
Alumínio 0,49
Latão 0,26
Aço 0,12
Chumbo 0,083
Mercúrio 0,020
Gelo 0,004
Concreto 0,002
Vidro 0,002
Tijolo 0,0015
Tijolo isolante 0,0003
Madeira 0,0002
Cortiça 0,0001
Ar gasoso 0,00006

EXEMPLO:

Num dia de inverno, o interior de uma residência está a 18 °C e o exterior, a 10 °C.


A parede externa da casa, feita de tijolo, tem 20 cm de espessura. Qual o fluxo de calor em
cada metro quadrado dessa parede?

Solução:

Da tabela acima, obtem-se o coeficiente de condutibilidade térmica do tijolo:

cal
k  0,0015
cm  s  C

Convertendo a área A = 1 m2 para cm2, tem-se: 1 m2 = (102 cm)2 =104 cm2


Então,

T 8
  k  A  0,0015 10 4     6 cal / s
x 20

2. CONVECÇÃO

A diferença de densidade num mesmo ambiente, por exemplo, uma área quente
(menor densidade) próxima à uma lareira e uma área fria (maior densidade) próxima à uma
janela aberta numa mesma sala de estar, pode provocar uma diferença de pressão. Isso faz
com que o ar frio empurre o ar quente, provocando uma corrente de ar. Esse fenômeno é
chamado de convecção e pode apressar a transmissão de calor. Exemplos práticos:
congelador e água fervendo.

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O congelador é colocado na parte superior da geladeira. Dessa forma, os alimentos
perdem calor mais rapidamente, pois o ar frio ao seu redor é sempre renovado pela corrente
de convecção.

O aquecimento de uma panela de água deve ser feito pela parte de baixo. As correntes
de convecção transportam a energia para a parte superior do líquido, apressando o
aquecimento.

água fervendo

O ar é mau condutor de calor e pode ser usado como isolante térmico. No entanto, a
convecção aumenta muito a propagação do calor no ar. Assim, para utilizar o ar como
isolante térmico, é necessário evitar a convecção. Os tecidos de lã, por exemplo, contêm
muito ar entre suas fibras. Esse ar é um ótimo isolante térmico, pois não pode formar
correntes de convecção. Por esse motivo, a lã diminui a perda de calor do corpo para o
ambiente, sendo usada na confecção de agasalhos e até mesmo na isolação térmica de
ambientes.

RADIAÇÃO TÉRMICA

Dois corpos em temperaturas diferentes tendem ao equilíbrio térmico, mesmo que


entre eles não haja nenhum meio material. Isso acontece porque o calor também se propaga
no vácuo através de ondas eletromagnéticas. O fenômeno da radiação não é previsto pelo
modelo cinético. O fenômeno da radiação térmica obedece à seguinte lei: para um certo

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corpo, a quantidade de calor irradiado num determinado intervalo de tempo depende apenas
da sua temperatura.

1. ABSORÇÃO

Absorção é a conversão em calor da energia transportada por ondas eletromagnéticas.


Costuma-se chamar energia radiante à energia transportada por ondas eletromagnéticas.
Observa-se que os corpos escuros se aquecem mais por absorção, portanto absorvem mais
energia e refletem mens que os corpos claros.

Denomina-se corpo negro ideal um corpo qu absorve toda a energia radiante que
incide sobre ele.

É importante ressaltar que existem corpos que são atravessados pelas ondas, sem no
entanto absorvê-las. São os corpos transparentes. Por exemplo, o vidro é transparente para
as radiações visíveis, a madeira é transparente para as ondas de rádio (é possível sintonizar
um rádio dentro de uma caixa de madeira), etc.

2. EMISSÃO

As ondas eletromagnéticas são produzidas pela oscilação de cargas elétricas.


Qualquer corpo que não esteja na temperatura de 0 K (zero kelvin) tem agitação térmica e
por isso emite ondas.

EXEMPLO:

Analise o equilíbrio térmico do ponto de vista da radiação térmica.

Solução:

(i) Se um corpo está em equilíbrio térmico com a vizinhança (por exemplo: um


copo de água na temperatura ambiente), então a energia radiante que ele
absorve é igual à energia que ele emite num certo intervalo de tempo.

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(ii) Se a temperatura do corpo é maior que a temperatura da vizinhança, então ele
emite mais energia do que absorve e por isso esfria. Devido à radiação, os
corpos se esfriam, mesmo que estejam no vácuo, pois as ondas
eletromagnéticas se propagam no vácuo.

(iii) Se a temperatura do corpo é menor que a temperatura da vizinhança, então ele


absorve mais energia do que emite e por isso esquenta. Esse fenômeno ocorre
mesmo que o corpo esteja no vácuo.

3. EMISSIVIDADE

Chama-se emissividade ou poder emissor específico de um corpo (e) o quociete entre


a energia E emitida por ele e a enercia emitida por um corpo negro ideal ECN no mesmo
intervalo de tempo, supondo que ambos estejam na mesma temperatura.

E
e
ECN

4. LEI DE STEFAN-BOLTZMANN

Sendo E a energia emitida por um corpo no intervalo de tempo t , o fluxo de energia


emitida é dado por:
E

t

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A lei de Stefan-Boltzmann relaciona o fluxo de energia emitida por um corpo negro
idial com a sua temperatura:
    A T 4

A é a área da superfície do corpo, T a temperatura absoluta do corpo e


W
  5,7 10 8 2 4 é uma constante universal chamada de constante de Stefan-
m K
Boltzmann.

Para um corpo de emissividade e, tem-se:

  e   A T 4

5. LEI DE WIEN

A freqüência da radiação mais intensa emitida por um corpo é diretamente


proporcional à sua temperatura absoluta.

f   T

Para a temperatura ambiente, a freqüência mais intensa emitida está na faixa das
radiações infravermelhas, por isso todos os corpos na temperatura ambiente são fontes de
infravermelho. A partir de 450 °C (720 K, aproximadamente), a radiação emitida entra na
faixa da luz visível. Nessa temperatura, um metal aquecido emite luz vermelha. Em 1150 °
C (1420 K aproximadamente), os corpos aquecidos ficam brancos, pois emitem todas as
cores.

Ao se trabalhar com metais em alta temperatura, é usual media sua temperatura


através da cor da luz emitida. Esse tipo de medida é possível com uma tabela. Chama-se
pirômetro esse tipo de termômetro.

Temperatura aproximada (°C) Cor


475 Vermelho (apenas visível)
550 a 625 Vermelho forte
700 Vermelho-cereja
850 Vermelho brilhante
900 Alaranjado
950 a 1000 Amarelo
1150 para cima Branco

6. EFEITO ESTUFA

É fácil perceber que o interior de um carro com as janelas fechadas, exposto ao sol,
fica muito aquecido. Esse é o fenômeno que ocorre em estufas, onde as plantas devem ficar
mais aquecidas que o ambiente. O efeito estufa deve-se à propriedade de o vidro ser
transparente somente para as radiações do espectro visível. Para radiações infravermelhas,
o vidro é opaco.

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A figura mostra uma estufa de vidro com uma planta em seu interior. A radiação solar
contém todas as cores do espectro visível (é branca) já que a temperatura na superfície do
Sol é aproximadamente 6000 K. A planta dentro da estufa absorve a radiação luminosa.
Como a temperatura interna é da ordem de 300 K (20 °C), a energia emitida pela planta
está na faixa do infravermelho, sendo então barrada pelo vidro. A estufa deixa entrar a
energia solar mas não deia sair a energia irradiada pela planta. Dessa forma a temperatura
no seu interior aumenta quando recebe a luz do Sol.

7. FORNO DE PÃO

O forno é um hemisfério feito de tijolo, com uma abertura. É muito comum, em sítios
e cidades pequenas, o forno de pão a lenha. Esse forno é uma aplicação da radiação
térmica.

Inicialmente, a lenha é colocada no interior do forno onde é feita uma fogueira.


Quando a lenha já estiver queimada, o forno é limpo, ficando vazio. Nesse instante, as
paredes estão muito aquecidas. Coloca-se então o pão, que é assado devido à radiação dos
tijolos aquecidos.

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8. RECIPIENTES ADIABÁTICOS

Um recipiente é dito adiabático quando suas paredes não conduzem calor. Na prática,
não existe um recipiente perfeitamente adiabático. A garrafa térmica, criada pelo físico
James Dewar, no final do século XIX, é o que mais se aproxima desse comportamento: o
vácuo existente entre as duas paredes de vidro evita a transmissão de calor por condução.

Para diminuir a transmissão por radiação, as paredes são espelhadas e a tampa é feita
de material isolante térmico, por exemplo, cortiça.

EXERCÍCIOS

Resolver os exercícios:

1) Página 724 do livro 1 (Tipler): 38, 39, 40 e 41.

2) Página 87 do livro 2 (Halliday): 1E, 2E, 3E, 4E, 7E, 9E e 12E.

3) Página 123 do livro 3 (Sears): 15.13.

BIBLIOGRAFIA BÁSICA

 TIPLER, P. A., Física, Volume I, LTC Editora, Rio de Janeiro, 2004. [1]
 HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos da Física. v.1. 6, ed. LTC. Rio de
Janeiro, 2006. [2]
 SEARS, F. W. Física. v.1. Pearson Addison Wesley, São Paulo, 2003. [3]

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

 RESNICK, R.; HALLIDAY, D.; KRANE, K. S. Física. v.1. 6, ed. LTC. Rio de Janeiro, 2004.
 SERWAY, R. A., Princípios de Física. volume I, Thomson, São Paulo, 2006.
 CURCIO, C. F. Física Experimental: Medições v. 1. São Paulo: Curcio, 2002.

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