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CONDUÇÃO TÉRMICA
Suponha que a temperatura ambiente, num determinado dia, seja 18 °C. Os objetos
que nos cercam tendem a entrar em equilíbrio térmico uns com os outros, de forma que, se
a temperatura ambiente for estável, os objetos estarão também a 18 °C. Mas, qualquer que
seja a temperatura ambiente, o corpo humano mantém-se a 36,5 °C, ficando, portanto, com
temperatura maior que a dos objetos.
Nessas condições, ao tocar com a mão dois objetos – um de madeira e outro de metal
– verifica-se que o metal parece mais frio que a madeira, embora ambos estejam a 18 °C. A
explicação para isso é a seguinte: sendo o metal melhor condutor de calor que a madeira, o
fluxo de calor que sai da mão é maior ao tocar o metal do que ao tocar a madeira.
Da mesma forma, ao aquecer o metal e a madeira até 50 °C, ao tocar no metal tem-se
a impressão de que ele está mais quente que a madeira, pois a mão receberá mais calor.
Diz-se então que a condutividade térmica do metal é maior que a da madeira.
1. CONDUTIVIDADE TÉRMICA
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FÍSICA GERAL E EXPERIMENTAL III
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Por estar nessa situação há muito tempo, o sistema atingiu o regime estacionário de
condução de calor, no qual a distribuição de temperatura obedece ao diagrama abaixo.
Q
m
t
Q dQ
lim
t 0 t dt
dT
k A
dx
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metais). Os que têm baixo valor de k são maus condutores de calor, ou isolantes térmicos
(por exemplo, a madeira).
Material k cal
s cm C
Prata 0,97
Cobre 0,92
Alumínio 0,49
Latão 0,26
Aço 0,12
Chumbo 0,083
Mercúrio 0,020
Gelo 0,004
Concreto 0,002
Vidro 0,002
Tijolo 0,0015
Tijolo isolante 0,0003
Madeira 0,0002
Cortiça 0,0001
Ar gasoso 0,00006
EXEMPLO:
Solução:
cal
k 0,0015
cm s C
T 8
k A 0,0015 10 4 6 cal / s
x 20
2. CONVECÇÃO
A diferença de densidade num mesmo ambiente, por exemplo, uma área quente
(menor densidade) próxima à uma lareira e uma área fria (maior densidade) próxima à uma
janela aberta numa mesma sala de estar, pode provocar uma diferença de pressão. Isso faz
com que o ar frio empurre o ar quente, provocando uma corrente de ar. Esse fenômeno é
chamado de convecção e pode apressar a transmissão de calor. Exemplos práticos:
congelador e água fervendo.
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O congelador é colocado na parte superior da geladeira. Dessa forma, os alimentos
perdem calor mais rapidamente, pois o ar frio ao seu redor é sempre renovado pela corrente
de convecção.
O aquecimento de uma panela de água deve ser feito pela parte de baixo. As correntes
de convecção transportam a energia para a parte superior do líquido, apressando o
aquecimento.
água fervendo
O ar é mau condutor de calor e pode ser usado como isolante térmico. No entanto, a
convecção aumenta muito a propagação do calor no ar. Assim, para utilizar o ar como
isolante térmico, é necessário evitar a convecção. Os tecidos de lã, por exemplo, contêm
muito ar entre suas fibras. Esse ar é um ótimo isolante térmico, pois não pode formar
correntes de convecção. Por esse motivo, a lã diminui a perda de calor do corpo para o
ambiente, sendo usada na confecção de agasalhos e até mesmo na isolação térmica de
ambientes.
RADIAÇÃO TÉRMICA
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corpo, a quantidade de calor irradiado num determinado intervalo de tempo depende apenas
da sua temperatura.
1. ABSORÇÃO
Denomina-se corpo negro ideal um corpo qu absorve toda a energia radiante que
incide sobre ele.
É importante ressaltar que existem corpos que são atravessados pelas ondas, sem no
entanto absorvê-las. São os corpos transparentes. Por exemplo, o vidro é transparente para
as radiações visíveis, a madeira é transparente para as ondas de rádio (é possível sintonizar
um rádio dentro de uma caixa de madeira), etc.
2. EMISSÃO
EXEMPLO:
Solução:
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(ii) Se a temperatura do corpo é maior que a temperatura da vizinhança, então ele
emite mais energia do que absorve e por isso esfria. Devido à radiação, os
corpos se esfriam, mesmo que estejam no vácuo, pois as ondas
eletromagnéticas se propagam no vácuo.
3. EMISSIVIDADE
E
e
ECN
4. LEI DE STEFAN-BOLTZMANN
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A lei de Stefan-Boltzmann relaciona o fluxo de energia emitida por um corpo negro
idial com a sua temperatura:
A T 4
e A T 4
5. LEI DE WIEN
f T
Para a temperatura ambiente, a freqüência mais intensa emitida está na faixa das
radiações infravermelhas, por isso todos os corpos na temperatura ambiente são fontes de
infravermelho. A partir de 450 °C (720 K, aproximadamente), a radiação emitida entra na
faixa da luz visível. Nessa temperatura, um metal aquecido emite luz vermelha. Em 1150 °
C (1420 K aproximadamente), os corpos aquecidos ficam brancos, pois emitem todas as
cores.
6. EFEITO ESTUFA
É fácil perceber que o interior de um carro com as janelas fechadas, exposto ao sol,
fica muito aquecido. Esse é o fenômeno que ocorre em estufas, onde as plantas devem ficar
mais aquecidas que o ambiente. O efeito estufa deve-se à propriedade de o vidro ser
transparente somente para as radiações do espectro visível. Para radiações infravermelhas,
o vidro é opaco.
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A figura mostra uma estufa de vidro com uma planta em seu interior. A radiação solar
contém todas as cores do espectro visível (é branca) já que a temperatura na superfície do
Sol é aproximadamente 6000 K. A planta dentro da estufa absorve a radiação luminosa.
Como a temperatura interna é da ordem de 300 K (20 °C), a energia emitida pela planta
está na faixa do infravermelho, sendo então barrada pelo vidro. A estufa deixa entrar a
energia solar mas não deia sair a energia irradiada pela planta. Dessa forma a temperatura
no seu interior aumenta quando recebe a luz do Sol.
7. FORNO DE PÃO
O forno é um hemisfério feito de tijolo, com uma abertura. É muito comum, em sítios
e cidades pequenas, o forno de pão a lenha. Esse forno é uma aplicação da radiação
térmica.
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8. RECIPIENTES ADIABÁTICOS
Um recipiente é dito adiabático quando suas paredes não conduzem calor. Na prática,
não existe um recipiente perfeitamente adiabático. A garrafa térmica, criada pelo físico
James Dewar, no final do século XIX, é o que mais se aproxima desse comportamento: o
vácuo existente entre as duas paredes de vidro evita a transmissão de calor por condução.
Para diminuir a transmissão por radiação, as paredes são espelhadas e a tampa é feita
de material isolante térmico, por exemplo, cortiça.
EXERCÍCIOS
Resolver os exercícios:
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
TIPLER, P. A., Física, Volume I, LTC Editora, Rio de Janeiro, 2004. [1]
HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos da Física. v.1. 6, ed. LTC. Rio de
Janeiro, 2006. [2]
SEARS, F. W. Física. v.1. Pearson Addison Wesley, São Paulo, 2003. [3]
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
RESNICK, R.; HALLIDAY, D.; KRANE, K. S. Física. v.1. 6, ed. LTC. Rio de Janeiro, 2004.
SERWAY, R. A., Princípios de Física. volume I, Thomson, São Paulo, 2006.
CURCIO, C. F. Física Experimental: Medições v. 1. São Paulo: Curcio, 2002.