Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
RESUMO
O artigo demonstra como é possível analisar performances mediatizadas a partir das
capas dos álbuns de música popular massiva do gênero Heavy Metal. Identificando
através de quais estratégias esse gênero deixa vestígios das suas condições de
produção nas imagens, compreende-se o modo como a performance media as
convenções do gênero musical – ritos partilhados e genealogias – e as experiências
únicas que cada álbum proporciona ao ouvinte.
Palavras-chave: Heavy Metal; Performance; Grupamentos Juvenis
ABSTRACT
The article demonstrates how it is possible to analyze the mediatics performances
through the albuns cover of the musical genre Heavy Metal. Identifying through which
strategies this musical genre leaves vestiges of its production conditions in the images,
we comprehend the way in which the performance mediates the musical genre
conventions - shared rites and genealogies - and the single experiences that each
album can provide to the listener.
Key words: Heavy Metal; Performance; Young Groupments
RESUMEN
El articulo demostra como es posible analisar performances mediatizadas por medio
de las fachadas de los álbumes de musica popular masiva del género Heavy Metal.
Identificando através de que estrategias ese género deja vestigios de sus condiciones
de producción en las imagenes, se comprende el modo como la performance media
las convecións del género musical – ritos compartidos y genealogías – y las experiencias
únicas que cada álbum proporciona al oyente.
Palabras-clave: Heavy Metal; Performance; Juventud
Abordagens iniciais sobre os grupamentos juvenis
Em 1993, Robert Walser lançou Running with the Devil: Power, Gender and Madness
in Heavy Metal Music, no qual faz um estudo cuidadoso desse fenômeno cultural, suge-
rindo que o tratem como um gênero discursivo, uma vez que isso “permite especificar
não apenas certas formas características do gênero, como também um punhado de en-
tendimentos partilhados pelos músicos e pelos fãs sobre a interpretação dessas caracte-
rísticas” (WALSER, 1993, p. 28). Em âmbito nacional, os trabalhos de Janotti Júnior
(2004) e Tom Leão (1997) são os mais expressivos.
Na face posterior do álbum pode-se verificar a disposição das músicas: Prelude, The
Awakening, Estuans Interius, Amon Rising, Marching to the Unknown, Under the Law of
the Sword, Into the Twilight, Celebrate Thy War, Of Shadows and Light (Malefactor),
Secret of Amon, Vae Solis e Secret of Amon (part 2). O que demonstra uma certa narra-
tiva conceitual que será apresentada pela obra ao ouvinte. Aplicando os procedimentos
sugeridos por Zumthor para análise da performance, identifica-se que a espada funciona
como um signo vinculado ao Heavy Metal, uma obra inserida numa determinada tradição
musical que valoriza as figuras dos guerreiros mitológicos e da idade média. A paisagem
montanhosa, embora não esteja vinculada exclusivamente ao universo do Heavy Metal,
possui a mesma função. Esses indícios isoladamente não sustentam a conclusão de que
se está diante de uma obra de Heavy Metal, no entanto. É preciso chamar atenção para
o próprio nome da banda e logo utilizado para designá-la. Malefactor, que significa
“malfeitor”, não seria um grupo de pagode nem o nome de algum MC carioca.
Esses elementos projetam a audiência para uma espécie de batalha épica das narra-
tivas clássicas, na qual guerreiros lutaram bravamente em busca de honras e glórias – o
nome do álbum significa “Celebrar a Vossa Guerra” – indício da valorização dessas ações.
Capa de Barbarian
A espada e o machado segurados pelo bárbaro, bem como a sua boca aberta simulan-
do um brado de guerra, são elementos que indicam um privilégio concedido à batalha.
Aqui, a imagem não apresenta uma espada já utilizada e cravada numa montanha (como
no primeiro álbum), mas armas empunhadas por um ser forte, com músculos bem deli-
neados, que clama pelo combate. O estado afetivo que essa capa privilegia é, portanto,
o êxtase, que se configura na própria expressividade do bárbaro.
Ou seja, na capa do álbum Barbarian, é possível afirmar que a estratégia é posicionar
o fruidor como uma espécie de bárbaro com poderes místicos, união das propostas
feitas nos dois álbuns anteriores. O que não indica uma proposta inovadora, mas a
aposta no repertório já consolidado por outras obras da banda.
Considerações finais
Referências Bibliográficas
ARNETT, J.. Heavy Metal Music and Reckless Behavior Among Adolescents. Journal of
Youth and Adolescence. 1991, volume 20, n. 06, pp. 573 – 592.
BAULSH, Emma. Gesturing elsewhere: the identity politics of the Balinese Death/Thrash
Metal scene. Popular Music, 2003, volume 22, n. 02: 195 – 215.
BENNET, Andy. Popular music and youth culture: music, identity and place. McMillian
Press, 2000.
BERGER, Harris M.. Metal, Rock and Jazz: Perception and the Phenomenology of
Musical Experience. Hannover: University Press of New England, 1999.
CARDOSO FILHO, J. L. C.. Afeto na análise dos grupamentos musicais. Revista ECO-
PÓS, Rio de Janeiro: UFRJ, volume 07, n. 02, 2004.
EPSTEIN, J. S., PRATTO, D. J., SKIPPER, J. K. Teenagers, Behavioural Problems, and
Preferences for Heavy Metal and Rap Music: A Case Study of a Southern Middle School.
Deviant Behaviour. 1990, volume 11, pp. 381–394.
FABBRI, Paolo. El giro semiotico. Barcelona: Gedisa, 2000.