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Bullying

Bullying é a prática reiterada de ações entendidas como constrangedores ou


violentas. Para caracterizar o Bullying as práticas devem ser freqüentes e entendidas
como agressões psicológica ou física.

Diante desse recente problema de relacionamento, não se pode tomar uma


posição radical, expurgando por completo as brincadeiras e importunações entre
colegas. Um diferencial do bullying é a freqüência e a busca em atingir moralmente o
outro, transformando-o em bode-expiatório ou renegando-o do convívio social. O mais
importante é a tomada de atitude desde o começo, com exemplos éticos e sutileza
para tratar do assunto.

Entre homens é mais comum a forma direta de bullying, quando se pratica


ostensivamente a importunação, por meio do insulto, da intimidação, da instigação, da
hostilidade, da humilhação ou da agressão física, transformando a vítima em bode-
expiatório.

Entre as mulheres e crianças menores a forma mais comum é a indireta,


praticada de forma velada e sutil, isolando socialmente a vítima. Geralmente, essa
exclusão é decidida por algumas pessoas do grupo, intimidando todos os outros a
participar do expurgo, mesmo que não tenham motivos, sob pena de também serem
vítimas da mesma pratica.

A forma direta é de fácil percepção, diferente da forma indireta, mais difícil de


ser observada. As práticas do bullying são as mesmas nas duas formas, a diferença é a
ostentação ou dissimulação. São exemplos de bullying:

imputação de má-fama por escrito (porta de banheiro, papeis que circulam


entre colegas, pichação), verbalmente ou pela internet (cyberbullying);

danos das coisas pessoais (cadernos, carteiras, mesas de trabalho);

apelido depreciativo e zombaria na forma de se vestir, falar e se comportar,


das características físicas, da sua religião ou sua origem social;

O valentão pode ser ao mesmo tempo autor e vítima de bullying. Como autor,
praticará diretamente as agressões psicológicas ou físicas. Como vítima a ação é
geralmente indireta, com o isolamento social pelo seu comportamento inconveniente.
O valentão, rejeitado pelo grupo, terá a tendência de reforçar o seu comportamento,
continuando a ofender, provocar e perturbar. Para quebrar esse ciclo, os pais, os
professores e os profissionais podem tentar canalizar a energia do valentão para
atividades esportivas, teatro, música etc.

A maior dificuldade dos pais, professores, chefes e treinadores de entender e


lidar com o bullying é por ser um fenômeno recente, não muito bem compreendido
pelas gerações anteriores. Para entender o aparecimento do bullying como fenômeno
atual, devemos entender as mudanças ocorridas a partir da década de 60 do século
passado.

Com o movimento de contracultura, questionaram-se as formas rígidas de


organização social, desconstruindo-se conceitos, valores, padrões que até estão eram
dados como certos e inquestionáveis. As bases sociais foram balançadas, as famílias
mudaram, pois as mulheres, antes o esteio da família, foram para o mercado de
trabalho e as crianças foram logo cedo colocadas em creches. Alguns imputaram para
a escola a difícil missão de ensinar valores e princípios, antes semeados e cuidados
pela família. A ligação com a comunidade foi afrouxada, os vizinhos pouco se
conhecem, não há mais convívio social nas ruas do bairro. Trocasse de emprego com
muita frequência. Não há mais o apoio dos antigos grupos humanos, onde havia
lealdade e compromisso com o seu membro.

Atualmente, as pessoas se relacionam como se estivessem num enxame


(Zygmunt Bauman, Vida para Consumo), onde não há cooperação, nem
comprometimento, há apenas aproximação física pelo espaço de tempo que perdurar.
As pessoas querem acompanhar a massa em movimento, comportando-se de forma
semelhante a todos. O comportamento distinto é renegado, podendo as pessoas ser
deserdadas (escolas e clubes), chamados de incompetentes (trabalho), consideradas
ovelhas desgarradas (família). São exemplos de pessoas fora do enxame humano: os
alunos inteligentes e tímidos, profissionais que não participam dos happy hour e das
fofocas no fim do corredor, pessoas mal vestidas ou que não ostentam carros
modernos, jovens que não são esportistas. As pessoas que não fazem parte do enxame
podem se tornar bodes-expiatórios ou isoladas socialmente, isto é, vítimas de bullying.

Construir uma sociedade que tolera o diferente é um desafio. Essa construção


ainda passa pela família, igreja e escola, bases para a assimilação de valores e
princípios.

As condutas dos pais são geralmente repetidas pelos filhos, pois servem como
base de comportamento social. Os pais dão mau exemplo, quando não se relacionam
bem entre si; perdem a calma por pouca coisa ou no momento errado e com a pessoa
errada; brigam com vizinhos e parentes; discutem por qualquer motivo em público,
nas filas, no trânsito. A rigidez de condutas e papeis dentro da família é um retrocesso,
contudo a falta de limites pode trazer conseqüências ruins aos filhos. Alguns pais
querem fugir da responsabilidade de educar, deixando para a escola, a sociedade ou a
polícia ensinar-lhes as lições de vida. Cabe aos pais dar a direção, estabelecer valores e
princípios aos seus filhos. O exemplo ético começa na família.

Em caso de problemas com bullying como vítima ou como autor, não basta
encaminharem os filhos aos psicólogos e psiquiatras, é preciso que os pais se
comprometam com a educação e tratamento. Essa atitude de abandono moral poderá
esterilizar um campo fértil, desertificar a psique, desencantar as pessoas. O
relacionamento é sempre um desafio, também uma oportunidade para melhorar a si e
aos outros.
A melhor forma de proteger seus filhos do bullying é ajudá-los a desenvolver
uma identidade e uma auto-estima. Ajudá-los a encontrar seus talentos, incentivá-los,
orientá-los, não se esquecendo de deixar claros os limites. Os pais não podem se
comportar como amigos de escola dos seus filhos, tendo receio de dar broncas ou ter
conflitos momentâneos, pois são os responsáveis por transmitir valores e princípios
éticos.

Da mesma forma, a responsabilidade dos professores é dar exemplo ético aos


seus alunos. Caso o professor permita, instigue ou mesmo hostilize os seus alunos,
estará estimulando os outros alunos a fazer o mesmo de uma forma amplificada. Pelo
contrário, cabe ao professor perceber desde o início e contornar situações em que
ocorram aborrecimentos e perturbações, sem ofender nenhuma das partes. A omissão
do professor e direção da escola será um campo fértil para a prática do bullying. O
exemplo ético do professor ensinará aos seus alunos a importância do respeito à
dignidade da pessoa humana, tendo cada um o livre-arbítrio de escolher o seu destino.
A correção por parte do professor evitará que essas ações se repitam e tomem
maiores proporções. O ambiente favorável a pratica do bullying promoverá a
desordem no meio escolar. A disciplina na escola será o reflexo da tomada correta de
posicionamento dos professores e da direção da escola.

Wladimir Karasek Neto

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