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DEUS SABIA, OU NÃO, QUE EVA IRIA DAR UMA BOCADA NO FRUTO PROIBIDO? .................2
DEUS E O DIABO NA TERRA DOS MITOS............................................................................................4
A ESPERANÇA EM MITOS ABSTRATOS E IDEOLÓGICOS .......................................................8
OS PODERES DE DEUS EM NÓS, DEUSINHOS ..................................................................................12
RELIGIÃO VERSUS CIÊNCIA OU COM CIÊNCIA? ............................................................................15
NINGUÉM SAI DA SUPERMATRIX. ESTAMOS FADADOS A INTERVIVER .................................18
PARA LÁ E PARA CÁ ENTRE OS DOIS MUNDOS. É A ROTINA.............................................21
ESPIRITUALIZAR-SE NA MATERIALIDADE. EIS O JOGO. .....................................................25
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CAPÍTULOS DO LIVRO “CONSCIENCIOSOFIA PRÁTICA”, DE JOSENILTON KAJ MADRAGOA
Como uma conversa puxa ou repuxa outra, vamos voltar para a velha questão da
gênese da Gênesis(!).
Vossa Mercê não acha que o Deus do Jardim do Éden tinha certeza de que Eva iria
comer do fruto proibido? Foi, de certa forma, um jogo para Eva? Deus jogou dados
com Eva?
Partindo do pressuposto de que aquele Deus javista pintado por Moisés é o
verdadeiro Deus, a auto-resposta é não! Deus não pode ter jogado, porque o resultado
do jogo era uma certeza para Ele. Ele não tinha precisão de jogar. Ele poderia não ter
criado o fruto proibido, nem a cobra e nem as leis do livre-arbítrio (pré-ativa, subjetiva
a Eva) e da proibição de se comer do fruto (proibitiva, objetiva a Eva). Mas quis testar
o livre-arbítrio de Eva, mesmo tendo certeza de que ela iria descumprir a lei. Ou Ele
não tinha certeza? Foi um investimento para Ele, ainda que com resultado
garantido?(!) Será que foi por isso que Deus se arrependera(!) mais adiante (mais
especificamente em Gênesis, 6:6) de ter criado os seres humanos?
Por questões desse jaez é que existe uma corrente chamada “Teísmo Aberto” 1, que
propaga que Deus não detém os atributos da onipresença, onisciência e onipotência.
Logo, ele não é o Todo-Poderoso e, conseqüentemente, não pode se responsabilizar
pelas maldades humanas.
1
O Teísmo Aberto é uma corrente filosófico-teológica iniciada em 1980, a partir do livro
“O Deus em Aberto” (“The Openness of God”) dos teólogos e escritores estadunidenses
Richard Rice, John Sanders, Clark H. Pinnock e William Hasker. É uma extensão da “versão
deísta”, que entende que Deus apenas criou o Universo e suas leis, mas que não interfere
em sua mecânica.
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CAPÍTULOS DO LIVRO “CONSCIENCIOSOFIA PRÁTICA”, DE JOSENILTON KAJ MADRAGOA
Já no final do século IV, surgiu uma doutrina chamada Agnoitismo, que era
contra a idéia da onisciência de Deus. Segunda ela, Deus só pode conhecer
o passado por meio da memória e o futuro, pela inferência do presente
. E Você? O que acha? Ou opinar quanto a isso já é um sacrilégio ou uma apostasia2,
na sua opinião ou na opinião da sua fé?
Em princípio, todo investimento é sempre um negócio de risco. E eu sou
capaz de apostar com Vossa Mercê que Deus é o único Senhor dos tempos
passados, presentes e futuros de cada um de nós. O problema é
escolhermos quem vai apurar essa aposta. Ou será que a onisciência ou
capacidade cognitiva de Deus só alcança até o tempo presente de cada um
de nós? Você, por exemplo, não tem certeza absoluta do que vai fazer
amanhã pela tarde, mesmo que já tenha planejado isso em sua agenda ou
mesmo que já seja um compromisso repetido todo dia. Ou Você tem essa
pré-certeza absoluta? E Deus? Ele sabe do seu futuro, ainda que Você não
o tenha sequer planejado ou pensado? E, além de saber, ele tem também o
atributo da multirrelacionalidade vertical descendente (onipotência), ou
seja, ele pode impedir que Você faça ou deixe de fazer alguma coisa, em
seu benefício ou em benefício de outrem? E nós, seres humanos? Temos
algum poder efetivo, dado por Deus, de antever nosso futuro? Ou Você
tem um “pré-conceito” contrário acerca dessa nossa oniscienciazinha?
Acho que isso não é uma questão de achar. É uma questão de lógica. Se
cremos que Deus seja onipresente, onisciente e onipotente, então ele pré-
sabia que Eva não iria resistir a dar uma bocada na fruta da (cons)ciência
do certo e do errado. As questões, contudo, que Moisés não esclareceu
direito para muitos de nós, lógicos e pseudológicos, foi por que Deus criou
a regra, sabendo que Eva iria descumpri-la. Por que Ele criou a árvore
proibida bem no meio do Jardim do Éden? E a tal da cobra que serviu de
meio para o “Mal” tentar Eva? Qual é a verdadeira utilidade, então, da Lei
do Livre-arbítrio, se o pecado original já estava prescrito ou pré-escrito
no caderno de Deus, que presumivelmente não gosta de jogos? Será que
Deus já deixa “prepreparados” futuros condicionais para uso de acordo
com as escolhas de caminhos que fazemos a toda hora? Existem futuros
paralelos já pré-delineados, à disposição apenas das nossas escolhas, de
modo que um deixe de existir se ingressarmos no outro? Existe um
algoritmo divino para uso em relação a nossas ações futuras sobre
resultados futuros ou em relação a resultados futuros sobre nossas ações
futuras? Ainda que eu daqui não saiba quais estão sendo suas respostas-
julgamentos, prefiro encerrar, por ora, meus encaminhamentos de quesitos
neste sentido. Sem mais perguntas, meritíssimo leitor!
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Apostasia: renegação a crença religiosa; abandono de uma fé ou religião sem autorização
superior.
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CAPÍTULOS DO LIVRO “CONSCIENCIOSOFIA PRÁTICA”, DE JOSENILTON KAJ MADRAGOA
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Acreditar piamente numa abstração, conceito ou ficção como realidade concreta, como
algo que existe ou que existiu no mundo tangível.
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CAPÍTULOS DO LIVRO “CONSCIENCIOSOFIA PRÁTICA”, DE JOSENILTON KAJ MADRAGOA
- O importante não são os símbolos. O importante são as forças reais que por eles
são mobilizadas, manipuladas e veiculadas, bem como os destinos que eles vão
ajudando a chegar na jornada existencial de cada um. – Jorge, filosofante e
vendedor de livros e artigos religiosos, em argumentação com um evangélico que lhe
acusava de idolatria, na Praça Imaculada Conceição, em Juazeiro-BA, num domingo
de 1973.
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CAPÍTULOS DO LIVRO “CONSCIENCIOSOFIA PRÁTICA”, DE JOSENILTON KAJ MADRAGOA
manifestam proviessem de uma única fonte boa e como se todo pensamento e todo
sentimento maus proviessem de uma única fonte má. Bate de frente com o
Pluralismo, que defende a tese de que o universo é composto de uma
pluralidade de elementos fundamentais heterogêneos, mas interconexos.
Contrapõe-se também ao Monismo, que reconhece que tudo provém de uma
única fonte, de um princípio único a que tudo é redutível.
Os avanços da Astronomia e das pesquisas ufológicas têm cada vez mais nos
conduzido à convicção de que não estamos sozinhos no universo material.
A ciência materialista sempre buscou provas de vida inteligente em outros pontos
do universo intergaláctico, a custos altíssimos.
A ciência espiritualista, mais exitosa, já detectou de há muito, e vive a interagir
com vida inteligente, não necessariamente de outros pontos do universo sideral, mas,
sim, de outras dimensões do mesmo universo em que habitamos, a custos
relativamente baixíssimos.
A Transcomunicação Instrumental (principal ciência nessa área) tem se valido,
inclusive, das pesquisas e descobertas incessantes da Física Quântica e do crescente
desenvolvimento dos aparelhos eletrônicos e magnetelétricos de comunicação
interdimensional computadorizados.
Qual a lente que Você usa para pesquisar ou alcançar o mais
profundamente possível a essência dessas e de outras verdades
mitificadas? Ou Você já enjoou de manter contatos de quinto grau
(telepáticos) com seres extraterrestres, sem qualquer aparelho especial,
seja na sideralidade, seja na interdimensionalidade? Ou acha que tudo no
universo se resume apenas a Deus, Diabo e seres humanos, com suas
infinitas formas de manifestação física e intelectual e suas múltiplas
denominações?
Quando a Igreja construiu o conjunto de seus mitos-dogmas, incluiu a figura do
demônio como o representante e fomentador eterno da maldade do mundo. Foi um
erro taxinômico brutal, porquanto a palavra demônio foi importada da cultura grega
clássica, mas lá ela significava espírito-guia ou mentor espiritual situado entre Deus e
os homens, no plano invisível4. Como o dogmatismo eclesiástico não aproveitou a
cultura grega, especialmente o pensamento socrático, então a palavra demônio passou
a significar o anjo rebelde contra Deus, voltado eternamente para a maldade. Foi uma
estratégia para afastar o povo do pensamento socrático e liberar espaço na mente
coletiva para a catolicização dos raciocínios.
O sinônimo satanás, igualmente, é uma deturpação etimológica, considerando que
o mesmo se referia originalmente apenas a adversário ou oponente.
A questão mesmo que se auto-eflui disso tudo é a seguinte: o que não é símbolo,
simbolizado ou simbolizável neste mundo, quer física, quer intelectual, quer
imaginariamente?
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Sócrates sempre se referia a seu demônio, ou daimónion, a quem sempre recorria em busca de
ensinamentos.
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CAPÍTULOS DO LIVRO “CONSCIENCIOSOFIA PRÁTICA”, DE JOSENILTON KAJ MADRAGOA
O Cristo é o único ser espiritual que passou pelo planeta Terra e não deixou mitos.
Ele trouxe uma ética bem precisa e coesa, que bem que poderia ser adotada largamente
pelos indivíduos de todo o planeta, como norma cristalina de conduta fraterna. Mas por
que essa ética cosmo-existencialista ainda não vingou de forma ampla no coração das
pessoas e dos povos e nunca fez parte abrangente de estudos científicos e acadêmicos?
O problema é que a principal corrente do Cristianismo puro foi apropriada e
“patenteada” pela Igreja Católica, recém-formada, que lhe deu roupagens dogmatizantes
e até lhe reduziu a importância histórica e universal ao emparelhá-la, em peso, com
outros ensinamentos velhos pré-crísticos (o Velho Testamento).
“Católico” vem do grego “katholikós”, que quer dizer “universal”. Logo,
numa tradução aportuguesada da igreja romana, poderíamos chamá-la de
“igreja universal”. Isso porque o Catolicismo abrigara inicialmente várias
religiões cristãs congêneres, ainda que sob a batuta do mesmo chefe
comum. Como essa tradução não se aportuguesou na época própria (mesmo
porque não existia sequer a língua portuguesa) agora não pode mais, porque
já há concorrente na praça com esse nome registrado em cartório.
Ainda reina, inapropriadamente, nos discursos teológicos, filosóficos e
acadêmicos de todo o mundo a pacífica confusão entre cristianismo e
catolicismo e cristianização e catolicização. É que historicamente o
cristianismo imposto como sistema religioso obrigatório aos povos mais
subdesenvolvidos ou dominados de todo o mundo trouxe no seu arcabouço a
doutrina católica, já que foram os católicos que sempre se esmeraram em
expandir seu império religioso mundo afora. Ademais, foram os próprios
católicos os primeiros a sistematizar o cristianismo, ainda na origem da
chamada “igreja primitiva”.
Hodiernamente, algumas seitas evangélicas é que tomaram para si o título
de “cristão” ou “evangélico” para seus adeptos. Tais formações neo-cristãs
não são necessariamente dissidências de religiões tradicionais específicas,
mas, sim, de todo o universo religioso judaico-cristão clássico, embora
mantendo a Bíblia como livro sagrado.
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CAPÍTULOS DO LIVRO “CONSCIENCIOSOFIA PRÁTICA”, DE JOSENILTON KAJ MADRAGOA
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CAPÍTULOS DO LIVRO “CONSCIENCIOSOFIA PRÁTICA”, DE JOSENILTON KAJ MADRAGOA
Logicamente, não dá para aceitar um Deus Absoluto que seja imperfeito (que se
arrepende), que criou seres tidos como perfeitos (como os anjos) e que depois os viu
decair como seres imperfeitos. A tradição dessa e de muitas outras intracontradições que
há na Bíblia trai qualquer lógica, seja religiosa, filosófica ou científica! Porém tudo é
questão de entendimento, tanto de Moisés e outros escritores da Bíblia sobre o que
narraram, quanto nossa sobre eles.
O homem é fruto também de seus valores temporais, de seus preconceitos, de suas
idiossincrasias. Isso se faz presente em qualquer produção de pensamento. As próprias
línguas são fenômenos humanos, oceanos de ideologias, principalmente quando em
interação umas com as outras através das traduções no tempo e no espaço.
As verdades universais e eternas inspiradas na Bíblia e em outros livros tidos como
sagrados sempre tiveram que passar meio espremidas entre as palavras e formas
limitadas e ideologizadas de seus escritores, intérpretes e leitores.
Apesar de encerrar muitas verdades eternas, a Bíblia (principalmente o Velho
Testamento) é também um livro de histórias carregadas de ficcionalidades, algumas
condizentes com verdades profundas, outras, meramente reprodutoras de assuntos
temporais.
As piores interpretações bíblicas não são as hermenêuticas, exegéticas ou eisegéticas.
As piores interpretações são as que tomam como a própria verdade as palavras
infectadas de vírus culturais e de historicismos religiosos, políticos e econômicos. É o
instituto do literalismo.
Defender radicalmente uma interpretação nua e crua dos fatos bíblicos (se é que se
pode chamar isso de interpretação), sem qualquer justificativa plausível e coerente, pode
não passar de um “crime de lesa-razão”. Pode até não passar de um crime de lesa-fé,
(isso após se apurar, também, eventual crime doloso de “lesa-tradução”).
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FISICALISMO: no positivismo lógico, esp. para Rudolf Carnasp (1891-1970), teoria segundo a qual
os diversos campos do conhecimento, inclusive as chamadas ciências humanas, devem elevar a física à
condição de um paradigma científico universal, supondo que todos os aspectos da realidade, inclusive
estados mentais e afetivos, somente adquirem plena compreensibilidade e concretude se analisados
como realidades físicas. – Dic. Houaiss.
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Sistema que pretende, a um só tempo, recuperar o primitivo cristianismo e modernizá-lo. –
Dic. Houaiss, 2.
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João, 14:2.
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Baghavan Sri Sathya Sai Baba (1926) é considerado um deus ou ser divino encarnado (
chamado de avatar, na nomenclatura hinduísta). Ainda cumpre sua missão espiritual na
Índia.
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CAPÍTULOS DO LIVRO “CONSCIENCIOSOFIA PRÁTICA”, DE JOSENILTON KAJ MADRAGOA
Nós somos deuses, porque temos energia outorgada pelo Criador para modificar,
inclusive, a matéria (pela chamada psicocinésia ou psicoquinese), até certo ponto e de
acordo com o grau de energia outorgada. Mas, somos deuses principalmente porque
temos o poder de decidir nossos próprios rumos, ainda que não de forma absoluta.
Temos até o poder de por fim à vida física de alguém, direta ou indiretamente,
inclusive a de nós mesmos. Só não temos o poder de descumprir impunemente as leis
cósmicas.
É de se entender que também nós, seres humanos, por conseguinte, temos alguma
margem de onipresença, onisciência e onipotência, mas, certamente, só uma
margenzinha mesmo, mixuruca, sempre eterna e imutavelmente subordinada ao poder
do Absoluto! Somos homines sapientes, mas não homines omnisapientes absolutos!
Algumas pessoas mais privilegiadas têm essas “onis” em estado tão
avançado, que se autodenominam ou são confundidas até com a própria
Inteligência Suprema. No mínimo, são classificadas como “deuses
encarnados”. Sai Baba que o diga!
No frigir dos ovos, talvez a conclusão mais lógica sobre essa questão é que nem
do povo, nem da religião e nem da ciência, mas todo o poder emana de Deus e em
nome deste deve ser exercido.
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CAPÍTULOS DO LIVRO “CONSCIENCIOSOFIA PRÁTICA”, DE JOSENILTON KAJ MADRAGOA
Disse o Mahatma Gandhi: “Uma vida sem religião é um barco sem leme”. Seu
conceito de religião, contudo, era menos relacionado a estruturas organizadas em ritos e
dogmas e mais voltado para a espiritualização. Ele mesmo disse também que "a fé – um
sexto sentido – transcende o intelecto sem contradizê-lo." Isso induz a crer que podem
existir religiões cientificistas ou ciências religiosistas (! ou ...?).
Há bastantes cientistas que são mais espiritualistas do que muitos religiosos, e entre
estes há muitos que são mais materialistas do que muitos cientistas. Isso porque a
realidade espiritual não tem a ver exclusivamente com a Religião, da mesma forma que
a materialidade não tem a ver exclusivamente com a Ciência. Quando se diz que a
Ciência é contra alguma questão específica de espiritualidade, há de se perguntar: que
ciência? Qual entre os vários ramos da ciência?
Normalmente os cientistas são contra as religiões, em que pese ao fato de muitos
deles terem sido religiosos ou deístas, a seu modo. Igualmente, os religiosos são contra
as ciências, embora é notório o fato de muitos deles terem sido cientistas. Porém, a
Ciência em si não é contra a Religião em si. Ambas, a Ciência e a Religião, cada uma
com seus objetos de estudo, métodos e procedimentos de justificação, são formas de
relacionamento natural dos homens com o Todo Universal que se manifesta pelas
fenomenologias natural e sobrenatural.
A Ciência e a Religião nasceram praticamente juntas, no surgimento dos primeiros
homines sapientes na Terra. Senão parentes, são pelo menos conhecidas e até íntimas
uma da outra, ligadas talvez pela ponte da Filosofia.
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Helena Blavatsky, esoterista russa (1831-1891), iniciadora da Teosofia, doutrina
espiritualista ligada à tradição ocultista.
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CAPÍTULOS DO LIVRO “CONSCIENCIOSOFIA PRÁTICA”, DE JOSENILTON KAJ MADRAGOA
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Estudo científico da conexão inter-relacional entre a consciência, a matéria e a energia.
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Ramo da Psicologia que estuda a relação da consciência com outras realidades e seus efeitos na
melhoria individual.
14
Estudo das projeções energéticas da consciência, também chamadas de desdobramento e projeção
astral.
15
Ramo da Comunicação eletrônica espiritualista que experimenta e estuda contatos com espíritos
desencarnados através de aparelhos eletrônicos e computadores especiais.
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Superciência que integra Psicologia, Física e Biologia no estudo dos padrões de consciência e de
energia relacionadas com os seres humanos, de fontes diversas e deles mesmos.
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CAPÍTULOS DO LIVRO “CONSCIENCIOSOFIA PRÁTICA”, DE JOSENILTON KAJ MADRAGOA
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Nome religioso do monge franciscano português Fernando de Bulhões y Taveira de
Azevedo (1195-1253), santificado pelo Vaticano apenas onze meses após sua morte.
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Ciência que trata das projeções astrais da consciência humana em vigília.
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CAPÍTULOS DO LIVRO “CONSCIENCIOSOFIA PRÁTICA”, DE JOSENILTON KAJ MADRAGOA
Por outro lado, algumas realidades tidas como “paralelas” são realidades reais(ops!)
mesmo. Algumas existem mais ou menos gravadas no imaginário individual ou
coletivo, mas seus efeitos repercutem na realidade concreta sensorial, às vezes de forma
muito demorada ou profunda. É o que se chama, em Filosofia Clínica, de “objetivação
das imagens internas”.
Quando se exploram bem os recursos dessa subjetiva-objetiva inteligência
imaginária, pode-se levar interessantes vantagens. Muitos tiram bons proveitos quando
fazem adequadas e coerentes correlações entre idéias, conceitos e pensamentos do
mundo imaginário19 e do mundo sensorial concreto. O próprio Jesus utilizou muito essa
linha de raciocínio imaginária, por meio das parábolas, para ilustrar seus ensinamentos
reais e eternos.
Afora essa linguagem imaginária, existe de fato um mundo real e sensível do outro
lado da nossa esfera de percepção material. O próprio Jesus fez demonstração clara da
existência de uma dimensão paralela à nossa, quando se transfigurou e entrou em
diálogo com os espíritos de Moisés e de Elias, estes momentaneamente materializados.
Grosso modo, não importa tanto o que existe ou o que deixa de existir para nós, ou
mesmo o que não existe em si, apesar de às vezes ser útil acreditarmos no que
imaginamos, ou melhor, nas imagens que fazemos do que existe ou do que não existe.
O que mais importa mesmo, na prática, é o que cada um faz ou deixa de fazer a partir
de suas imaginações, de suas idéias, da forma como absorve os conhecimentos próprios
e os alheios para a melhoria real de si mesmo.
Muitas personalidades sólidas são forjadas e mantidas a partir de imaginações da
realidade consideradas como equivocadas ou parafrênicas por olhares alheios, mas que
são proveitosas em vários níveis, inclusive afetivo e moral.
19
Em seu “O Mito da Caverna” (parte VII do livro “República”), Platão mergulha bem na
questão da imagística humana e sua repercussão nas interpretações do que é real
(perceptível pelos sentidos) e do que é ideal (pertencente ao mundo das idéias puras, que
ele reconhece também como real, mas pertencente a um mundo intangível, portanto
somente imaginável por nós).
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CAPÍTULOS DO LIVRO “CONSCIENCIOSOFIA PRÁTICA”, DE JOSENILTON KAJ MADRAGOA
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CAPÍTULOS DO LIVRO “CONSCIENCIOSOFIA PRÁTICA”, DE JOSENILTON KAJ MADRAGOA
O big bang teria sido o choque entre duas massas, e desse choque surgiu a energia-
matéria a partir de membranas ondulares.
20
Título do texto do próprio Drummond, na abertura de seu livro “A Rosa do Povo” (1945), onde se lê:
“Penetra surdamente no reino das palavras. Lá estão os poemas que esperam ser escritos.”
21
Ocupa a cátedra que pertenceu a Isaac Newton, na Universidade de Cambridge.
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CAPÍTULOS DO LIVRO “CONSCIENCIOSOFIA PRÁTICA”, DE JOSENILTON KAJ MADRAGOA
Uma questão ainda a resolver: o que provocou ou permitiu o choque das massas
que deu origem ao nosso universo “atual”?
Microanalogamente, podemos comparar o big bang cosmogenético com o big
banguinho que ocorre no momento em que o espermatozóide pole position se choca
com o óvulo. A primeira célula embrionária se forma com cem por cento da energia-
matéria resultante do choque. Logo após essa primeira célula, duas novas células
surgem interligadas, depois surgem quatro, oito, dezesseis, e o embrião vai se
desenvolvendo a partir dessas células automultiplicadas e interligadas. Só que o
desenvolvimento do embrião não é caótico, como não é caótico o desenvolvimento do
Universo.
Há um controle organizador, conseqüentemente um controle inteligente. Que
inteligência é essa que controla o embrião e o universo em expansão organizada a
partir de um caos traumático (o choque)? O que conspira a favor da vida humana ainda
em fase de embrião e a favor da vida universal? Será que a própria explosão com o
macrochoque e o microchoque não é coordenada para permitir a imediata organização
vital ao invés do caos continuado? Houve algum elemento agregador e vitalizador pós-
choque?
Outro encucador? A lei da Entropia, que é o segundo princípio da
Termodinâmica22, não funciona para a reprodução embrionária. No caso do embrião,
cada célula nova que surge da multiplicação já vem com cem por cento de energia, não
dependendo da energia da célula antecedente. É um gerativismo genético autônomo. E
aí? De onde vem a energia extra já pronta para formar cada célula nova na rápida
formação do embrião? Do Nada? O que gera e mobiliza essa energia-matéria?
Foi por não saber calcular essa resposta, que Albert Einstein passou a reconhecer a
existência de uma mente suprema dando “a forcinha” necessária ao surgimento
“independente” das células embrionárias multiplicadas sem ser filhas. E a essa mente
ele resolveu chamar de Deus.
Será que essa “forcinha” divina extra não seria em verdade a centelha da alma que
vivifica o embrião e conseqüentemente viabiliza a vida humana? Não seria, portanto, o
próprio Deus? Será que é daí que vem o “vós sois deuses”, citado na Bíblia em
Salmos, 82:6, Isaías, 41:23 e João, 10:34? A força geradora das células embrionárias
não seria o “sopro” espiritual, ou seja, o espírito como terceiro elemento formador da
vida humana, que se acopla logo após o big banguinho? Esse “sopro” não é o mesmo
que Deus deu no recém-formado corpo de Adão para que este tivesse vida? Será que
esse “sopro” não foi o mesmo que provocou a ondulação das membranas resultantes
do big bang do nosso universo? Considerando que a lei da repulsão já existia antes do
nosso famoso big bang, quem sabe se o próprio choque das massas cósmicas e das
massas espermatozóide-óvulo não tiveram já um soprinho propulsor para viabilizar
sua ocorrência?
A depender das tendências das respostas às questões acima, poderemos fechar o
abismo que separou a religião da ciência desde o surgimento dos primeiros homines
cientifĭci e homines religiosi na Terra. [Muitos outros paralelos entre a criação
divina do mundo e as teorias científicas da criação do Universo são
22
“É impossível construir um dispositivo que opere, segundo um ciclo, e que não produza outros
efeitos, além da transferência de calor de um corpo quente para um corpo frio. Em outras palavras: É
impossível a construção de um dispositivo que, por si só, isto é, sem intervenção do meio exterior,
consiga transferir calor de um corpo para outro de temperatura mais elevada” – Wikipédia.
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CAPÍTULOS DO LIVRO “CONSCIENCIOSOFIA PRÁTICA”, DE JOSENILTON KAJ MADRAGOA
Como disse Aristóteles: “o homem é um animal político”. Pode ser entendido esse
“político”, como gregário (de ajuntamento para fins meramente sobrevivenciais), mas
também como interativo.
O problema começa a partir da competição para ver quem fica mais bem
posicionado à frente da “manada”. Neste caso, o “político”23 perde a sua
acepção antiga de social e assume a acepção moderna de detentor de poder.
A natureza humana é a comunhão de outras duas: a natureza animal, relacionada com
a materialidade, e a natureza espiritual, relacionada com a espiritualidade. Vivemos
interagindo socialmente, em nível humano e em nível espiritual. Somos, portanto, seres
bissociais.
O que nos prende mais à Terra não é a matéria, é a materialidade; não é a carne, é a
carnalidade (ou, mais precisamente, a aquosidade).
Existe matéria densa na dimensão espiritual mais próxima da Terra, para onde a
maioria de nós costuma viajar. Lá existem os mesmos cenários do nosso planeta Terra,
os mesmos dramas e emoções, as mesmas necessidades de crescimento pelo trabalho,
pelo estudo e pelo amor.
Tecnologicamente, lá existem aparelhos, máquinas e instrumentos bem mais
avançados do que os mais sofisticados da Terra. Um dos mais interessantes é uma
espécie de televisor do passado. Através dele, podemos rever cenas marcantes de toda a
nossa vida terrena, nos despertando sensações como se as estivéssemos vivendo
novamente.
Nossos teletransportes constantes daqui para lá e de lá para cá nos dão
sensações de retorno e de avanço no tempo, considerando que a dimensão
espiritual tem leis cronológicas e espaciais diferentes das nossas. Essa
travessia é a peça-chave que falta na construção da ponte Einstein-Rosen
(“buraco da minhoca”), pela qual nós transitamos a toda hora, pelas
projeções conscienciais não percebidas.
Quando essa ponte for fisicamente construída, ela não vai nos levar para
o passado de nosso tempo cronológico terreno. Ela vai nos conduzir para o
tempo da dimensão espiritual, onde poderemos efetivamente ver cenas
passadas da nossa atual vida e até de nossa vida futura, num piscar de olhos,
ou melhor, num piscar de quantum.
A matéria-prima da peça faltante certamente será o quantum ou partícula
fundamental, de consistência semi-material (por isso invisível por nossos
aparelhos terrenos) e que é a ponte que separa a matéria densa da matéria
quintessenciada.
23
Na Grécia antiga, “político” se referia a “polis”, que era a cidade-Estado. Daí derivou também o
sentido de comunidade, de formação social. Hodiernamente, “político” tem a ver com administração
pública e com qualquer estrutura de poder.
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CAPÍTULOS DO LIVRO “CONSCIENCIOSOFIA PRÁTICA”, DE JOSENILTON KAJ MADRAGOA
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CAPÍTULOS DO LIVRO “CONSCIENCIOSOFIA PRÁTICA”, DE JOSENILTON KAJ MADRAGOA
Muitos esperam deixar de vez o corpo físico para ingressar na espiritualidade. Outros
conseguem se espiritualizar, até certo ponto, na fisicalidade ou nas vibrações do plano
material, no diálogo cada vez mais refinado e sutil com as duas dimensões em que
intervivemos, que é a realidade zoo-sensorial e a realidade espiritual.
Não basta viver em interação predominante com o mundo material ou com o mundo
espiritual. O que importa é viver em compromisso com nosso incessante crescimento
integral, que envolve principalmente o despertar e a expansão da consciência divina, e
isso deve ser perseguido na dimensão em que estamos atualmente sediados e
independentemente dos níveis de materialidade ou de espiritualidade que
experimentamos em maior relevo.
E quem não tem nenhuma expectativa ou nada crê quanto a seu futuro além-túmulo?
E para quem é totalmente materialista, achando que “morreu, acabou tudo” e que todo
esse arrazoado não passa de ficção espiritualista, como é que fica?
Pela lógica, seu padrão vibratório, montado a partir de sua vivência planetária, de sua
saúde e do tipo de sua morte física, é que vai decidir por ele seu destino
transdimensional. Inicialmente, muitos permanecem durante algum tempo na
inconsciência, outros continuam exatamente nas imediações de sua morada terrena, feito
zumbis ou fantasmas, e outros são submetidos a processos imediatos de despertamento
de sua consciência espiritual. A outros é permitido acreditarem que não morreram
fisicamente e que ainda estão do lado de cá. Há os que entram em sono mortal ou coma
profundo durante muito tempo, porque antes do desenlace criam piamente que com a
morte ficariam dormindo até o dia da ressurreição. Cada situação é desenhada de acordo
com as crenças combinadas com a necessidade de cada um.
Muitos despertam mais sua consciência divina através das práticas ascetas,
monásticas, religioso-sectárias, meditativas e espiritualizantes. Outros despertam
melhor sua consciência divina através das relações conviviais com os sentimentos, as
emoções, as sensações, o trabalho, o estudo e o lufa-lufa da rotina diária. Para uns, o
viés do pensamento e do conhecimento é que é o despertador; para outros é o viés do
não pensamento e do não conhecimento que lhes faz chegar mais perto de Deus.
Estar nesta dupla vida (consciencio-divinal e humana) em que vivemos representa
grandes oportunidades de crescimento integral, principalmente porque perdemos nossa
memória espiritual, para que despertemos espontaneamente os sentimentos mais nobres
da divindade, a partir das relações humanas, baseados especificamente no modelo
crístico de interação social.
A propósito, o Cristo é o Governador espiritual do planeta Terra e de todas as
camadas transdimensionais que têm ligação direta com o planeta.
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CAPÍTULOS DO LIVRO “CONSCIENCIOSOFIA PRÁTICA”, DE JOSENILTON KAJ MADRAGOA
Não é em si a forma de vida que nos diviniza, mas, sim, o que fazemos de
cosmicamente útil para nós mesmos e para os outros, por qualquer dos níveis de amor
fraterno conhecidos, mesmo sem consciência disso.
O espírito não vive escondido, nem tem como papel apenas animar o corpo físico.
Ele é mais livre do corpo do que o que imaginamos. Ele vive em permanente contato
com as dimensões transfísicas, inclusive em estado de vigília consciencial humana.
Quando nos sediamos na dimensão planetária, nunca estamos inteiramente encarnados.
Nosso corpo físico tem vários canais de interação com as dimensões invisíveis.
Normalmente, são chamados de chacras.
Há, inclusive, um de nossos corpos que é permanentemente imaterial: nossa aura ou
psicosfera individual, que é normalmente bem visível a partir do espaço espiritual.
Os órgãos dos sentidos físicos também exercem esse papel. Muitas vezes, sem saber,
vemos, ouvimos, cheiramos ou tocamos o que não está na nossa materialidade. [Você,
por exemplo, costuma ver os fatos da vida sempre com a objetiva dos olhos
da carne ou costuma vê-los também com o olho do espírito, que tem uma
lente grande-angular e macro e microscópica?]
A palavra, especialmente, é um sentido dos dois mundos, já que se manifesta pela
voz (oral) ou pelo tato (escrita), mas se origina do espírito. É um fortíssimo canal de
transmissão de energias e vibrações mundo material e mundo espiritual afora.
Os sentidos físicos nos limitam a percepção direta com a dimensão imaterial. Porém,
eles não impedem a interação pelas vias da sensibilidade espiritual, principalmente
através da projeção e recepção das ondas de pensamento e de palavras, que são
fenômenos das dimensões invisíveis, mas que estão no nosso nível de ação humana.
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É também denominado de perispírito, perialma, corpo astral, modelo organizador biológico (MOB),
corpo-espírito, psicossoma, esqueleto astral, mano-maya-kosha, boadhas, kha, rouach, kama-rupa,
eidolon, okhema, ferouer, khi, corpo sidérico, aerossoma, corpo fluídico, somod, mediador plástico,
metassoma, duplo fluídico etc, conforme a cultura, a religião ou a corrente de pensamento.
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de lá. Eles se lembram da sua última estada na Terra. Nós não nos lembramos da nossa
última estada na dimensão espiritual.
Se estamos na cápsula corporal física, devemos aperfeiçoar e zelar muito bem dessa
instalação. Naturalmente, nosso espírito ajudará cada vez mais na expansão da nossa
consciência divina e nos refinará os sentidos para os contatos imediatos de mais alto
nível possível com as dimensões espirituais do além-túmulo e do aquém-túmulo.
As realidades ou dimensões paralelas não são separadas como óleo e água. Estamos
todos imersos simultaneamente em vários planos dimensionais dentro da mesma
supermatrix (o Universo). E há um bigfather central monitorando nossos pensamentos e
sentimentos, vinte e quatro horas, e redirecionando nossas autodireções (ops!) para
cima e para baixo, sempre que necessário. Não temos para onde fugir disso.
Como seres integrais, estamos condenados a interviver, não importando em que
dimensão ou matrix nosso espírito “errante navegante” esteja momentaneamente
sediado.
Estamos condenados a avançar junto com o Universo e seus ciclos de caos e de
criação, interagindo, inevitavelmente, com os dramas e comédias de matriz humana e de
matriz espiritual e interagindo com a inevitável interação(!) entre as duas matrizes ou
matrixes.
“A felicidade não é deste mundo”. Felizes, pois, são aqueles que conseguem interagir
harmoniosamente com os valores ascensionais dos dois mundos.
Esta realidade humana vista como fim em si mesma tudo é ilusória.
Enquanto na carne ou mais apropriadamente, na água), a realidade espiritual vista
como um fim também é ilusória, também.
Temos de dançar harmoniosamente nos dois mundos: o do louvor e o do amor.
O “carpe diem” faz algum sentido, se encararmos o bom viver de hoje como a prática
ampla das virtudes humanas, como base de alcance à felicidade no mundo do amanhã,
que é o mundo ou matrix espiritual. Só não devemos, no entanto, é nos iludir com os
valores hedonistas do mundo material. Estes, vistos em si mesmos, são perigosamente
enganadores. Precisamos dos prazeres da carne, com liberdade, mas também com
responsabilidade social e espiritual, visando nosso futuro.
As relações com a mundanidade sejam sempre proporcionalmente menores do que as
relações com a espiritualidade. A mundanidade de hoje é meio, cuja qualidade
interferirá decisivamente na espiritualidade do amanhã, que é fim.
Podemos, contudo, entender e estender o conceito de presente ou de
“hoje” para todo o tempo em que estamos ligados ao corpo físico pelo
“cordão de prata”, e podemos conceituar como futuro ou “amanhã” o tempo
após o rompimento dessa ligação.
Por esse prisma, faz sentido nos preocuparmos exclusivamente com o
presente, já que ele é toda a nossa vida enquanto agrilhoada na matéria.
Quanto melhor vivermos todas as fases desta atual vida ou estada
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planetária tanto melhor será nossa vida futura, ou seja, nossa vida pós-
física.
O que mais vale, em conclusão, é que cada um esteja em verdadeira paz com sua
consciência, a partir de suas crenças, de seus símbolos, de seus ícones ou até de suas
não crenças ou de sua irreligião. Viver, consciente ou inconscientemente, em sintonia
ou microssintonia com os ditames do Universo e suas leis, principalmente a do amor, é,
enfim, o melhor resultado prático das nossas imaginações. É o melhor “vale-ingresso”
ao Jardim do Éden ou para sair mais incólume deste “vale de lágrimas” que é a Terra.
Só quem sai sempre ganhando mais “real” aqui é o vendedor, inclusive o de
“salvações”, de fetiches e outros objetos-símbolos, para atender aos
reclamos imaginários “salvacionais” de todo crente materialista-
espiritualista. Enquanto isso, a sarjeta anda cada vez mais larga e mais
apinhada, esperando a maior das revoluções no campo das descobertas
cosmobiofísicas: a revolução da consciência divina nas criaturas racionais de
todas as dimensões, com a conseqüente mudança de padrão vibratório nos
hemisférios de cada mundo-criatura. Idealmente, que essa revolução se
faça de moto próprio, incontinenti, para que Deus não precise soprar sua
superconsciência através de choques dolorosos e de outros big bangs
traumáticos.
Você, que viaja universo afora, se alternando em suas realidades paralelas
individuais e protegido por sua órbita-aura, ainda é um mundo de provas e
expiações, já é um mundo de regeneração ou já é uma estrela iluminante?
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