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Apelados : OS MESMOS
Relatora Desa. : NANCY ANDRIGHI
Revisor Des. : EDSON ALFREDO SMANIOTTO
EMENTA
ACÓRDÃO
Acordam os Desembargadores da
Segunda Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e
dos Territórios, NANCY ANDRIGHI – Relatora, EDSON ALFREDO
SMANIOTTO – Revisor e ROMÃO C. OLIVEIRA – Vogal, sob a presidência
do Desembargador EDSON ALFREDO SMANIOTTO, em DAR PARCIAL
PROVIMENTO A AMBOS OS RECURSOS. UNÂNIME. REJEITADAS AS
PRELIMINARES À UNANIMIDADE, de acordo com a ata de julgamento e
notas taquigráficas.
Brasília (DF), 18 de outubro de 1999.
EXPOSIÇÃO
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É a exposição.
VOTOS
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DJ de 18-04-94, pág. 8.491.
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INEFICÁCIA DAS DOAÇÕES E SUBSCRIÇÕES DAS AÇÕES HAVIDAS NAS ASSEMBLÉIAS DE 30-04-75 E
31-03-76
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“...
Consoante a documentação dos autos e
afirmações das partes, o cônjuge varão sempre
foi o maior acionista, com participação acionária
de 84,35476% do capital social da empresa
àquela época.
No entanto, em 1975, teve sua participação
minorada já que usou ações como pagamento de
dívida da sociedade, transação realizada com
genitores, ações estas que, posteriormente,
retornaram ao seu patrimônio, desta feita com
cláusula de inalienabilidade e impenhorabilidade.
Ora, verifica-se facilmente que a sociedade
comercial sempre foi da família e administrada
pelo varão. Este, como maior acionista, permitiu a
sua diminuição acionária, para, posteriormente
ser-lhe restituída com cláusula de inalienabilidade.
Disserta sobre “efeito patrimonial da separação de
fato” Rolf Meleno, após dizer que o regime de
bens somente se extingue realmente com a
efetivação da divisão dos bens, com a seguinte
observação: ‘Deve ficar claro que uma separação
judicial sem divisão do acervo conjugal,
postergada esta partilha, não obstante cesse a
comunicação sobre os bens de aquisição
posterior à judicial separação do casal, conserva
no entanto, esta comunicabilidade exclusiva no
acervo que restou indiviso’ (COAD - Seleções
Jurídicas - 1996).
Embora estivessem as partes, à época das
transações com as ações, apenas separadas de
fato, o patrimônio já se encontrava sob litígio, de
modo que não poderia o varão diminuir sua
participação societária, sem resguardar a meação
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ALMADA, NEY DE MELLO. In “Repertório de Jurisprudência e Doutrina sobre DIREITO DE FAMÍLIA
Aspectos constitucionais, civis e processuais”, sob a coordenação de TERESA ARRUDA ALVIM, Ed. RT,
São Paulo, 1995, vol. 2, .
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ARRUDA ALVIM, TERESA WAMBIER. In “Repertório de Jurisprudência e Doutrina sobre DIREITO
DE FAMÍLIA Aspectos constitucionais, civis e processuais”, sob a coordenação de TERESA ARRUDA
ALVIM WAMBIER e ALEXANDRE ALVES LAZZARINI, Ed. RT, São Paulo, 1996, vol. 3.
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REsp n.º 112.347, Rel. Min. Barros Monteiro, 4ª Turma, publ. no DJ, pág. 127, em 23-08-99.
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“...
O agravante omite pontos nodais para o julgador
apreciar com isenção a causa, pois deixa de se
referir aos inúmeros recursos interpostos perante
o Tribunal de Justiça do Distrito Federal,
distribuídos por prevenção a essa Relatoria.
Com efeito, no AGI nº 7.459/96, 3ª Turma Cível,
decidiu-se que a ação de inventário por
separação judicial é o leito processual adequado
para apreciação da partilha das ações
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SUPRESSÃO DE COMPETÊNCIA
CONSTITUCIONAL DO COLENDO SUPERIOR
TRIBUNAL DE JUSTIÇA.
I - Por ocasião do julgamento do AGI nº 7459/96,
pela e. 3ª Turma Cível do TJDFT, foi fixada a
competência funcional do Juízo de Vara de
Família para solução das questões advindas da
ação de inventário decorrente de separação
judicial. Em Reclamação proposta junto ao
Colendo Superior Tribunal de Justiça, foi
reconhecida a usurpação da competência daquela
Corte para examinar a causa em grau especial.
II - No AGI nº 8.760/97, reg. ac. nº 102.157,
complementado pelo acórdão de Embargos de
Declaração nº 105.563, foi analisada a partilha
judicial das ações nominativas, de propriedade do
agravante, a qualquer título, portanto, operada a
preclusão pro judicato.
III - Pendentes o AGI nº 7.459/96 e o AGI nº
8.760/97 de julgamento pelo Colendo Superior
Tribunal de Justiça, a renovação das questões
discutidas é vedada, porque 'nenhum juiz decidirá
novamente questões já decididas, relativas à
mesma lide'.
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“...
A esta altura do processo a discordância do Réu
não tem o menor efeito prático, isto porque já
foram tantas as decisões, com trânsito em
julgado, confirmando a quantidade de ações da
Granja Rezende S/A que pertencem a Autora,
que a homologação e julgamento do esboço de
fls. 1.959/1.960, é uma imposição da moral, da
honestidade processual e da justiça, ....
.....omissis.....
A decisão de fls. 333/335 é suficientemente clara
e não há nenhum fato ou motivo para justificar a
sua revisão como pede o Réu na sua petição de
fls. 2.072/2.123 e, muito menos, impossível de ser
cumprida como afirma na petição de fls.
2.060/2.063, em face da decisão de fls.
1.614/1.638, ambas transitadas em julgado, ou
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7
Humberto Theodoro Júnior, Curso de Direito Processual Civil, 21ª edição, v. I, p. 531;
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Nelson Nery Júnior, CPC Comentado e legislação processual civil extravagante em vigor, 3ª edição, nota 3
art. 473, p. 686;
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Fls. 2.171;
10
Humberto Theodoro Júnior, ob. cit., 16ª edição, v. III, p. 7/8;
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advocatícios, posto que não se levou em conta na sua fixação o valor econômico
do êxito efetivamente obtido, divorciando-se ainda da legislação e da
jurisprudência acerca do tema. Requer, a final, a fixação dos honorários “em não
menos que 10% sobre o conteúdo econômico do êxito obtido na demanda.”
A sentença homologatória de partilha lançada nos
autos na forma do artigo 1.025, do Código de Processo Civil, tem natureza
constitutiva, porquanto define nova situação jurídica sobre os bens do ex-casal.
Não se tratando de sentença condenatória, aplica-
se-lhe o § 4º, do artigo 20, do Código de Processo Civil, tal como o fez o MM.
Juiz sentenciante, devendo a verba honorária ser estipulada consoante
apreciação eqüitativa do juiz, atendidas as normas das alíneas “a”, “b” e “c” do
parágrafo 3º do mesmo artigo.
Trata-se, pois, de eqüidade jurídica, porque
baseada em fatos, isto é, objetiva, e não a de tipo subjetivo, extralegal, por vezes
confundida com o arbítrio judicial.
Com efeito, devem ser sopesados pelo juiz na
ocasião da fixação dos honorários. A dedicação do advogado, a competência
com que conduziu os interesses de seu cliente, o fato de defender seu
constituinte em comarca onde não resida, os níveis de honorários na comarca
onde se processa a ação, a complexidade da causa, o tempo despendido pelo
causídico desde o início até o término da ação, são circunstâncias que devem ser
necessariamente levadas em conta pelo juiz quando da fixação dos honorários de
advogado.13
Em que pese a possibilidade de arbitramento dos
honorários sobre o valor da causa (v.g. REsp 5664-SP e APC 48.479/98), tenho-a
como inaplicável à hipótese, na medida em que resultaria em flagrante
inobservância ao dispositivo legal em comento, porquanto ínfima e irrisória seria
a verba, atentando, inclusive, contra a dignidade profissional dos causídicos.
Por outro lado, não se me afigura revestida de
qualquer razoabilidade a fixação dos honorários em percentual sobre o conteúdo
econômico do êxito obtido na demanda, seja pela natureza da causa; pelo valor
do patrimônio partilhado ou mesmo pela falta de amparo legal.
Acompanho, no particular, a verba honorária
disposta pela eminente Relatora.
13
Nelson Nery Júnior e Rosa Maria Andrade Nery, ob. cit., nota 17 art. 20, p. 297.
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É como voto.
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Judiciário não tem como apenar o infrator, haja vista o limite estabelecido no art.
600 do Código Processo Civil. Em se tratando de norma de natureza apenatória,
não deve receber interpretação ampliativa.
Portanto, curvo-me aos doutos entendimentos de
V.Ex.as e também provejo o recurso de A. R., nesse particular, afastando a
penalidade imposta na respeitável sentença.
No que diz respeito à verba honorária, peço vênia para
trazer uma terceira linha de raciocínio a respeito do tema. Penso que a douta
Procuradoria de Justiça traçou o caminho adequado, mas arbitrou em patamar
muito elevado. Com os meios de comunicações postos à disposição dos
escritórios de advocacia, esse trabalho, mesmo se desenvolvendo em três
unidades da Federação, São Paulo, Minas Gerais e Distrito Federal, não geraria
tamanha mão-de-obra. Os serviços, certamente, foram concentrados em
determinado escritório onde se encontravam os luminares da advocacia reinante
sobre esta matéria. E lá, na base, contou com o auxílio de advogados menos
experientes, mas nem por isso desnecessária a tarefa, para o acompanhamento,
do dia a dia. E por isso, Senhor Presidente, hei por bem arbitrar essa verba em
R$ 200.000,00 (duzentos mil reais). Aqui tenho como certo que está presente
parte destinada ao serviço de apoio e parte destinada ao serviço intelectual,
propriamente dito, da produção de peças e acompanhamento do processo nos
Tribunais.
DECISÃO
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